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DESCOLAMENTO PREMATURO DE

PLACENTA

.....É a separação intempestiva da placenta implantada no


corpo uterino em gestação de 20 semanas ou mais.

O DPP acontece em 0,5 - 3,5% das gestações , ou seja,


1 a cada 130 partos, sendo uma grande responsável
de morbidade.

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CAUSAS
a) hipertensão materna: responsável por cerca de 50%
dos casos
b) fator mecânico: trauma direto ao útero (pouco
frequente) ou cordão umbilical pequeno ou torção do
útero ou hipertensão da veia cava inferior por
compressão uterina
c) fator placentário: necrose local devido ao tabagismo,
anemia ou a má nutrição
   Apesar de todos estes fatores, em grande número de
casos a causa primária do descolamento é
desconhecida.

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Quadro Clínico

• O DPP inicia-se com um sangramento no interior da


decídua, levando à formação de um hematoma e ao
descolamento abrupto da placenta do seu sítio de
implantação. O sangue fica represado e se coagula
atrás da placenta, caracterizando o hematoma
retroplacentário.
• Em 80% dos casos, o sangue descola ou rompe as
membranas e flui para o exterior, levando ao
sangramento vaginal, causando a hemorragia externa.
• Nos 20% restantes, o sangue fica totalmente retido
atrás da placenta, caracterizando a hemorragia oculta.

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• palidez cutânea e mucosa, hipotensão, queda do
débito urinário. Em pacientes previamente hipertensas,
o nível pressórico ao exame inicial pode parecer
falsamente normal, mas já reflete uma queda
acentuada em relação aos níveis anteriores da
gestante.
• dor abdominal de intensidade variável.
• irritabilidade, sensibilidade e/ou hipertonia uterina, que
pode ser discreta ou muito intensa, na dependência do
volume do sangramento retroplacentário.
• a freqüência cardíaca fetal (FCF) geralmente indica
anormalidades de vários tipos (desacelerações
transitórias, desacelerações tardias, bradicardia,
taquicardia, perda de variabilidade).
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• hemorragia externa na maioria dos casos.
• Se hemorragia oculta  grandes hematomas
retroplacentários podem invadir a cavidade amniótica
(hemoâmnio) e o miométrio (útero de Couvelaire) -
apoplexia uteroplacentária que é uma dissociação
das fibras do útero pela infiltração sanguínea nele,
que atonia uterina durante o parto e pós-parto.
• Nas formas graves o quadro clínico é clássico, com
dor abdominal, hipertonia e sangramento, levando ao
quadro de choque, coagulopatia e alta mortalidade
fetal.

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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
• Volume de líquidos deficiente, caracterizado por: aumento da
freqüência de pulso; diminuição: da pressão do pulso, da pressão
sanguinea, do turgor da pele e do débito urinário; mucosas secas,
pele seca; sede excessiva; relacionado a perda ativa de sangue
(DPP).
• Risco de volume de risco deficiente
• Dor aguda em região abdominal, caracterizada por relato verbal
de dor, relacionado à agentes lesivos (biológicos – sangue) na
cavidade peritoneal.
• Ansiedade

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DIAGNÓSTICO

Nas formas graves o quadro clínico é clássico, com dor


abdominal, hipertonia e sangramento, levando a quadro
de choque, presença de coagulopatia e alta mortalidade
fetal.
Quadros iniciais podem dificultar o diagnóstico e devem
ser valorizados, mantendo observação e controle
cuidadoso da paciente, para evitar a progressão do
descolamento (ex.: taquissistolia e dor abdominal
discreta).

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        O diagnóstico diferencial deve ser feito com
placenta prévia, rotura uterina, polidrâmnio agudo,
sofrimento de vísceras ocas ou maciças, rotura do seio
marginal da placenta e trabalho de parto prematuro.

A ultra-sonografia obstétrica pode não ter boa


resolutividade diagnóstica nos casos iniciais (mostra
imagem de separação da placenta e o hematoma
retroplacentário em um percentual muito baixo, inferior
a 5%). É importante no diagnóstico diferencial com a
placenta prévia. Frente a uma suspeita clínica e
afastada placenta prévia, deve-se conduzir o caso
como DPP.
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CONDUTA

A conduta será baseada em:


 Amniotomia
 Venóclise e fluidoterapia
 Tipagem sangüínea
 Resolução da gestação pela via mais rápida quando
o feto estiver vivo. Tratando-se de feto morto a escolha
da via de parto dependerá do estágio de dilatação
cervical e das condições clínicas maternas
 Controle da diurese

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 Monitorizar o estado hematológico materno (HMG,
plaquetas, fibrinogênio, produtos de degradação da
fibrina e TAP)
 Transfusão de concentrados de hemácias, plaquetas
e plasma fresco.

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COMPLICAÇÕES

As principais complicações são o choque hipovolêmico,


insuficiência renal aguda, insuficiência cárdio-
respiratória, coagulopatia e necrose do lobo posterior
da hipófise.
        A mortalidade materna chega a 1,7% dos casos. O
prognóstico é mais sombrio quando existe HAS grave,
postergação da interrupção da gravidez ou alguma
complicação clínica associada ao DPP.
A mortalidade fetal pode chegar a 100% em casos graves
e 25% nos leves. A prematuridade  ainda mais a
mortalidade perinatal.
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REFERÊNCIAS

NEME, B. Obstetrícia Básica, São Paulo: Sarvier, 2000.


KNUPPEL, R. A .; DRUKKER, J. E. Alto risco em
Obstetrícia: um enfoque multidisciplinar, 2 ed., Porto Alegre:
Artes Médicas, 1996.
REZENDE, Jorge de. Obstetrícia. 6° Edição. Rio de Janeiro:
Ed. Koogan. 1991,

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