Você está na página 1de 38

 

ESTADO DE MATO GROSSO


SECRETARIA DE ESTADO DE CIENCIAS E TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
FACULDADE DE CIENCIAS EXATAS
CAMPUS UNIVERSITARIOS DE JANE VANINE
DEPARTAMENTO DE MATEMÀTICA
 
 
 
 
 
AS CÔNICAS NO ENSINO MEDIO
 
 
 Sidnei Villacien Lopes Silveira
 
Orientador: Profº João Severino filho
 

Cáceres
2005
 
INTRODUÇÃO
• Este trabalho representa um estudo de
secções cônicas em seu aspecto histórico e
geométrico. Relatando as secções que são
obtidas através de um cone circular reto.
• E uma pesquisa realizada junto ao corpo
docente da Escola Estadual “José Bejo” em
Glória D’Oeste.
HISTÓRIA DOS TERMOS,
ELIPSE HIPÉRBOLE E
PARÁBOLA
• Pode se entender o significado desses termos
estudando as descobertas dos grandes matemáticos
da história.
• Ploclus, o comentador grego, registra que essas
três curvas foram descobertas por Menaecmus.
• Apolônio de Perga, repousa principalmente sobre
seu extraordinário secções cônicas, no qual vamos
estudar a seguir.
AS CÔNICAS
• AS cônicas foram estudadas por
Menaecmus, Euclides e Arquimedes.
• A obra de nível mais avançada foi
precisamente a feita por Apolônio de Perga,
que substituiu qualquer estudo anterior.
APOLÔNIO DE PERGA
• Apolônio nasceu em Perga na Panfilia, Sul da Ásia
menor, que hoje é conhecida como Murtina ou
Murtuna, na Turquia.
• Ficando conhecido como o “grande geômetra” ou o
“geômetra magno”, deixou uma vasta obra que
contribuiu para o desenvolvimento da matemática.
• Os dados da vida de Apolônio são escassos e quase
todos de notas que aparecem nas introduções dos
diferentes livros de cônicas.
• Morreu cerca de 190 ac. Em Alexandria no Egito.
A ELIPSE
O que é uma elipse?
 
Dados dois pontos distintos F1 e F2,
pertencentes ao plano α, seja 2c a
distancia entre eles.
Elipse é o conjunto dos pontos α cuja
soma das distancias a F1 e F2, é a
constante 2a (sendo 2a > 2c).
 
Elipse = {P є α / PF1 + PF2 = 2a}
ELEMENTOS DE UMA
ELIPSE
•         focos : os pontos F1 e F2 
•         centro: o ponto O, que é o ponto
médio de F1F2
•         semi-eixo maior: a
•         semi-eixo menor: b
•         semidistância focal: c
•         vértices: os pontos A1, A2, B1, B2
•         eixo maior: A A  2a
1 2

•         eixo menor: B1B2  2b


•         distância focal: F1F2  2c
Equação da Elipse com F1F2 paralela ao eixo X
  
Vamos determinar uma equação para elipse no caso que F1F2
é paralela ao eixo x.
Seja C(x0, y0) o centro da elipse; então, as coordenadas dos
focos são:
F1(x0 + c, y0) e F2(x0 – c, y0).

Para um ponto P(x, y) qualquer da elipse, temos:


dpF1 + dpF2 = 2a

 x   xo  c     y  yo    x   xo  c     y  yo   2a
2 2 2 2

 x  xo   c    y  yo   2a    x  xo   c    y  yo 
2 2 2 2

Elevando os dois membros ao quadrado, temos.


2 2
  x  xo  c  2  y  yo 2    2a   x  xo  c  2  y  yo 2 
             
   
 x  xo   c    y  yo   4a 2  4a  x  xo   c    y  yo    x  xo   c    y  yo 
2 2 2 2 2 2

desenvolvendo os quadrados temos:


 x  xo   2c  x  xo   c 2   y  yo  
2 2

 4a 2  4a  x  xo   c    y  yo    x  xo   2c  x  xo   c2   y  yo 
2 2 2 2

 x  xo    x  xo   c 2  c 2   y  yo    y  yo   4a  x  xo   c    y  yo  
2 2 2 2 2 2

 4a 2  2c  x  xo   2c  x  xo 

4a  x  xo   c    y  yo   4a 2  4c  x  xo 
2 2

dividindo os dois membros po 4, temos:

a  x  xo   c    y  yo   a 2  c  x  xo 
2 2
Elevando novamente osdois membros ao quadrado, temos:
2
 a  x  xo  c  2  y  yo 2   a 2  c x  xo 2
         
 


a 2  x  xo   c    y  yo 
2 2
 a 4
 2a 2 c  x  xo   c 2  x  xo 
2

a 2  x  xo   2c  x  xo   c 2   y  yo    a 4  2a 2 c  x  xo   c 2  x  xo 
2 2 2
 
efetuando a multiplicaçao do primeiro termo, temos:
a 2  x  xo   2a 2 c  x  xo   a 2 c 2  a 2  y  yo   a 4  2a 2 c  x  xo   c 2  x  xo 
2 2 2

a 2  x  xo   c 2  x  xo   2a 2 c  x  xo   2a 2 c  x  xo   a 2  y  yo   a 2  a 2 c 2
2 2 2

 x  xo 
2
a 2
 c 2   a 2  y  yo   a 2  a 2  c 2 
2

Substituindo  a 2  c 2  por b 2 , temos:

b 2  x  xo   a 2  y  yo   a 2 b 2
2 2

Dividindo os dois membros por a 2 b 2 , temos:


b 2  x  xo  a 2  y  yo 
2 2
a 2b 2
2 2
 2 2
 2 2
ab ab ab
 x  xo   y  yo 
2 2

2
 2
1
a b
Que é a equação da elipse com centro C(x0, y0) e F1F2 paralela ao eixo x.
Equação reduzida da Elipse com centro na origem e F1F2
contidos no eixo X

 
Se C = 0, F1F2 pertencentes ao eixo x, então a equação da elipse é a seguinte:

2 2
x y
2
 2 1
a b
Equação da Elipse com F1F2 paralela ao eixo Y
Vamos agora determinar uma equação para a elipse, no caso em que F 1F2
é paralela ao eixo y.
Seja C(x0, y0) o centro da elipse; então, as coordenadas do foco são:
F1(x0, y0 + c) e F2(x0, y0 – c).
Qualquer que seja um ponto p(x, y) da elipse, temos:
dpF 1  dpF 2  2a

 x  xo    y   y 0  c     x  xo    y   yo  c    2a
2 2 2 2

 x  xo 
  y  yo   c   2a   x  xo    y  yo   c 
2 2 2 2

Elevando ambos os membros ao quadrado, temos:


2 2
 x  xo   y  yo  c     2a  x  xo   y  yo  c  
           
2 2 2 2

   
 x  xo    y  yo   2c  y  yo   c 2 
2 2

 4a  4a  x  xo    y  yo   c    x  xo    y  yo   2c  y  yo   c 2
2 2 2 2 2

 x  xo    x  xo    y  yo    y  yo   c  c  4a  x  xo    y  yo   c  
2 2 2 2 2 2 2 2

 4a 2  2c  y  yo   2c  y  yo 

4a  x  xo    y  yo   c   4a 2  4c  y  yo 
2 2

Dividindo os dois membros por 4, temos:

a  x  xo    y  yo   c   a 2  c  y  yo 
2 2
Elevando novamente os dois membros ao quadrado, temos:
2
a
 x  xo    y  yo   c     a 2  c  y  yo  
2 2 2

 
a2   x  xo  2 2

  y  yo   2c  y  yo   c 2  a 4  2a 2 c  y  yo   c 2  y  yo 
2

Efetuando a multiplicaçao temos:


a 2  x  xo   a 2  y  yo   2a 2 c  y  yo   a 2 c 2  a 4  2a 2 c  y  yo   c 2  y  yo 
2 2 2 2

a 2  y  yo   c 2  y  yo   2a 2 c  y  yo   2a 2 c  y  yo   a 2  x  xo   a 4  a 2 c2
2 2 2

Colocando em evidencia, temos:


a 2
 c 2   y  yo   a 2  x  xo   a 2  a 2  c 2 
2 2

Fazendo  a 2  c 2  ser igual a b 2 , temos:

b 2  y  yo   a 2  x  xo   a 2b2
2 2

Dividindo todos so membros por a 2b 2 temos:


b 2  y  yo  a 2  x  xo 
2 2
a 2b 2
2 2
 2 2
 2 2
ab ab ab
 y  yo   x  xo 
2 2

2
 2
1
a b
Que é a equação da elipse com F1F2 paralela ao eixo y.
Equação reduzida da Elipse com centro na origem e F1F2
contidos no eixo Y

Se C = 0, F1 e F2 pertencerem ao eixo y, então a equação da elipse é :

2 2
y x
2
 2
 1
a b
HIPÉRBOLE
Dados dois pontos distintos F1 e F2, pertencentes a um plano α,
seja 2c a distancia entre eles. Hipérbole é o conjunto dos
pontos de α, cuja diferença (em valor absoluto) das distancias
a F1 e F2 é a constante 2a (sendo 0 < 2a < 2c).
Hipérbole = {p є α / |pF1 – pF2| = 2a}.
ELEMENTOS DE UMA
F e F  focos
1 2
HIPÉRBOLE
0  centro
A1 A2  eixo real ou transverso
B1B2  eixo imaginario
2c  distancia focal
2a  medida do eixo real
2b  medida do eixo imaginario
c
excentricidade e´ o numero real e  , e  1 porque 0 < a < c
a
c  ponto medio do segmento F1 F2
relaçao fundamental c 2  a 2  b 2  pelo teorema de Pitagoras  ;
Equação da Hipérbole com F1F2 paralela ao eixo X

Seja C(xo , yo) o centro da hipérbole; então os focos são:


F1  xo  c, yo  e F2  xo  c, yo 
Para um ponto qualquer P da hipérbole, temos:
dpF1  dpF2  2a
dpF1  dpF2  2a

 x   xo  c     y  yo    x   xo  c     y  yo   2a
2 2 2 2

Desenvolvendo, temos:

 x  xo   y  yo 
2 2

2
 2
1
a b
Que é a equação da hipérbole com F1F2 paralela ao eixo X
Equação reduzida da Hipérbole com F1F2 contidos no eixo X

• Se F1 e F2 pertence ao eixo X e C = 0, a hipérbole tem a seguinte


equação:

2 2
x y
2
 2
 1
a b
Equação da Hipérbole com F1F2 paralela ao eixo Y
Seja c(xo, yo) o centro da hipérbole, então os focos são.

F1  xo, yo  c  e F2  xo, yo  c 
Para um ponto qualquer P(x, y) da hipérbole temos:
dpF1  dpF2  2a

 x  xo    y   yo  c     x  xo    y   yo  c    2a
2 2 2 2

Desenvolvendo, temos:

 y  yo   x  xo 
2 2

2
 2
1
a b
Que é a equação da hipérbole com F1F2 paralela ao eixo Y
Equação reduzida da Hipérbole com centro na origem e F1F2
contidos no eixo Y

Se F1 e F2 pertencem ao eixo y e c = 0, a hipérbole terá a seguinte equação.

2 2
y x
2
 2
 1
a b
Hipérbole Eqüilátera
Uma hipérbole é eqüilátera quando o centro esta na origem e
os seus eixos real e imaginário possuem a mesma medida,
ou seja, 2a = 2b ou simplesmente a = b.
Portanto temos a equação da hipérbole eqüilátera, como
2 2
a equação reduzida , que é da formula , x  y  1 e a
a2 b2
x2 y 2
hipérbole eqüilátera a = b temos 2
 2  1 ou simplesmente x 2  y 2  a 2
a a
que é a formula da hipérbole eqüilátera.
PARÁBOLA

Dados um ponto F e uma reta d, pertencentes a um plano  , com F d,


seja P a distancia entre F e d, parábola é o conjunto dos pontos de, 
que estão a mesma distancia de F e de d.

Parábola =  P   / PF  Pd 
PF = Pd
 
ELEMENTOS DE UMA
PARÁBOLA
d: reta diretriz (reta fixa);
F: Foco (ponto fixo);

d Fd = p > 0: parâmetro d Fd  d FB 
VF: eixo de simetria;
V: Vértice ( ponto médio de FB, FB ┴ d e B Є d)
Sendo p o parâmetro da parábola, BF = p,

p p
BV = . e VF 
2 2
Equação da Parábola com diretriz d paralela ao eixo Y e o
foco à direita de d

Seja V(xo, yo), o vértice da parábola, então: o foco é .


 p  p
F  xo  , yo  , ou seja, x  xo   0
 2  2
Para um ponto P(x,y) da parábola. Temos.
d pd  d pF
2
p   p 
x  xo    x   xo      y  yo 
2

2   2 

Desenvolvendo, temos:

 y  yo   2 p  x  xo 
2

Que é a equação da parábola, quando a diretriz d esta paralela ao eixo y e o foco a


direita de d
Equação Reduzida

p 
Seja V(0,0), o vértice da parábola, então o foco é F  , 0  , a equação da
2 
diretriz d é . p
x 0
2
Para um ponto qualquer P(x,y) da parábola, temos.

d pd  d pF
Desenvolvendo, temos:

y 2  2 xp
Equação da Parábola com diretriz d paralela ao eixo Y e
foco a esquerda da diretriz.
 p 
Seja V(xo,yo) o vértice da parábola, então, o foco é F  xo  , yo 
e a diretriz d tem equação .  2 

p p
x  xo  , ou seja, x  xo   0
2 2
Para um ponto qualquer P(x,y) da parábola, temos

d pd  d pF
Desenvolvendo, temos:

 y  yo   2 p  x  xo 
2
Equação Reduzida

p 
Seja V(0,0), o vértice da parábola, então o foco é F ,0 , a equação da diretriz
dé. p 
2 
x 0
2
Para um ponto qualquer da P(x,y) parábola, temos

d pd  d pF
Desenvolvendo, temos:

y  2 xp
2
Equação da Parábola com diretriz paralela ao eixo X e foco
acima da diretriz.
 p
Seja V(xo,yo), o vértice da parábola, então , o foco é F  xo, yo   ,ea
diretriz da equação .  2
p p
y  yo  , ou seja, y  yo   0
2 2
Para um ponto qualquer P(x,y) da parábola, temos (Fig. 29):

d pd  d pF
Desenvolvendo, temos:

 x  xo   2 p  y  yo 
2
Equação Reduzida
Seja V(0,0), o centro da parábola, então o foco é F
 p
 0,  , e a equação da
diretriz d é .
p  2
y 0
2
Para um ponto qualquer P(x,y) da parábola, temos.

d pd  d pF
Desenvolvendo, temos:

x  2 yp
2
Equação da Parábola com diretriz paralela ao eixo X e foco
abaixo da diretriz.  p
F  xo, yo  
Seja V(xo, yo), o vértice da parábola, então o foco é  2  , e a diretriz
tem equação .
p p
y  yo  , ou seja, y  yo   0
2 2

Para um ponto qualquer P(x,y), da parábola, temos:

d pd  d pF
Desenvolvendo, temos:

 x  xo   2 p  y  yo 
2
Equação Reduzida
 p
Seja V(0,0), o vértice da parábola, então o foco é F  0,   ,e a equação da diretriz
dé. p  2
y 0
2
Para um ponto qualquer P(x,y), da parábola, temos:

d pd  d pF
Desenvolvendo, temos:

x  2 yp
2
PESQUISA REALIZADA NA ESCOLA JOSÉ BEJO EM
GLÓRIA D’OESTE
1 – Você ensina as cônicas no 3º Ano do ensino médio?
( ) Sim
( x ) Não
2 – Se você não ensina, qual é o motivo que não permite que o aluno adquira
este aprendizado?
“Devido o conteúdo estar no final do livro do 3º ano do ensino médio é muito
difícil ser trabalhado; não encontramos tempo para ministrar o referido
conteúdo.
O estado das cônicas fica mesmo restrito ao ensino superior, o máximo
que se consegue é uma leve introdução de limite e das integrais, pois sabemos
que o conteúdo trabalhado em sala de aula não pode ter somente volume, mas
sim qualidade, porque não adiantaria nada terminar o livro todo se no final
ninguém aprendeu nada.”
Com a resposta deste professor concluímos que a matéria cônicas está
reservado somente para o ensino superior, já que o professor tem uma visão
clara da educação, não basta somente o volume, o que é importante é a
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo desta monografia é fazer com que alunos e


professores, percebam a importância dos conceitos geométricos, assim como
eles podem ser tratados geometricamente. Com isso ao desenvolver com os
alunos o estudo das cônicas, como ênfase deve recair sobre a compreensão da
história e saber desenvolver uma equação para a obtenção de sua equação geral e
também verificaras relações que há entre elipse, hipérbole e parábola, e não
apenas na memorização de uma infinidade de equações.
O estudo das cônicas pode ser feito de modo a enfatizar a história como
obtê-las, como representa – las, graficamente e como relacionar seu elemento
com as equações gerais que as representam.
BIBLIOGRAFIA

 
SMOLE, Kátia Cristina, KIYUKAWA, Saburo, matemática, vol. 03, ed. Saraiva, São
Paulo, 1998.
 
PAIVA, Manoel, matemática, vol. 03, ed, moderna, São Pulo, 1999.
 
IESSI, Gelson, Fundamentos da matemática elementar, vol. 07, geometria analítica, 4ª
edição, ed. atual, São Paulo. 1993.
 
EVES, howard, história da geometria, trad. Hygino H. Domingues, São Paulo, ed.
Atual, 1992 (tópicos de historia da matemática para uso em sala de aula vol. 03).
 
BOYER, Carl B., história da matemática, tradução Elza F. Gomid, 2ª edição, Garl
Blucher, São Paulo, 1996.

Você também pode gostar