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1 Introdução

1.1 Contextualização

Assim como o petróleo, o gás natural é resultado da transformação de fósseis


de antigos seres vivos que existiram em nosso planeta na pré-história,
portanto, de acordo com o tipo de subsolo em que foi formado e da matéria
orgânica que o originou, a composição do gás natural pode variar bastante.
Quimicamente é definido como uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos
leves, podendo, também apresentar baixos teores de contaminantes, tais
como: nitrogênio, dióxido de carbono, compostos de enxofre e água. O mais
limpo dos combustíveis fósseis, o gás natural possui características que
favorecem uma maior durabilidade aos equipamentos que o utilizam e reduzem
os impactos ambientais.

Outro diferencial é a baixíssima emissão de dióxido de enxofre e de resíduos


do processo de combustão presentes na fumaça. Pode ser utilizado em
aplicações domésticas, industriais e automotivas, substituindo a gasolina, o
etanol, o óleo diesel e com a fonte de geração de energia elétrica.

O Brasil consome gás natural nacional e importado da Bolívia. O suprimento


deste gás no país é feito por diversas atividades que se interligam: exploração,
produção,processamento,transporte,distribuição.

1.2 Objetivo Geral

O presente trabalho tem por objetivo geral analisar o processamento do gás


natural, mostrando seu funcionamento, utilização e importância na Indústria.

2. Revisão de Literatura

2.1 Processamento Primário

Nas jazidas de hidrocarbonetos, os fluidos (óleo, água e gás) se distribuem em


três camadas, em função das suas diferentes densidades, não havendo
fronteiras definidas entre elas. A camada superior é constituída de gás natural,
a intermediária de óleo e a inferior de água.

Às empresas de petróleo só interessam os hidrocarbonetos (óleo e gás). Sendo


assim, é necessário equipar os poços com “facilidades de produção” que são
instalações destinadas a efetuar o processamento primário dos fluidos que
consiste na separação de petróleo, gás e água sob condições controladas, no
tratamento ou condicionamento dos hidrocarbonetos para que possam ser
transferidos para as refinarias onde é efetuado o processamento propriamente
dito, e no tratamento da água para reinjeção ou descarte, de acordo com
Hernandez-Valencia et al. (2001).
Após o fim da separação, o gás pode passar por outro vaso, chamado
purificador (“scrubber”),para que sejam retidas algumas gotículas de óleo que
tenham sido arrastadas.
O condicionamento ou tratamento é o conjunto de processos (físicos e/ou
químicos) ao qual o gás deve ser submetido, de modo a remover ou reduzir os
teores de contaminantes para atender as especificações de mercado,
segurança, transporte ou ao processamento posterior

2.1.1 Etapas:

 Remoção de Gases Ácidos: retirada dos compostos de enxofre (H 2S,


mercaptans, dissulfeto de carbono e dióxido de carbono); especificação
do gás para venda; segurança; corrosão em dutos e equipamentos.
 Compressão: é a etapa de passagem do gás por um conjunto de
compressores, a fim de fornecer a energia necessária a esse fluido, para
que ele possa ser transferido para as unidades de processamento de
gás ou injetados em poços de gaslift.
 Desidratação: é retirada de água do gás,para evitar corrosão e a
redução da capacidade dos gasodutos pela formação de “hidratos”. Ela
pode ser realizada através dos processos de absorção ou adsorção.
Estão explicadas abaixo:

1. Absorção: é realizada numa Torre Absorvedora, onde o gás flui


em contra corrente a uma solução de glicol (monetilenoglicol ou
trietilenoglicol), de grande poder higroscópico, que é posteriormente
regenerada através de aquecimento, retornando ao processo.
2. Adsorção: é realizada com materiais que apresentam, dentre
outras caracterísiticas, grande área superficial e afinidade pela água, tais
como a alumina, a sílica-gel e as peneiras moleculares (alumino-silicatos
de alguns metais). O adsorvente saturado é regenerado pela ação do
calor.

2.2 Processamento do Gás

Após a separação do óleo, o gás natural é enviado a uma “Unidade de


Processamento de Gás Natural” (UPGN), onde ele será desidratado (isto é,
será retirado o vapor d'água) e fracionado, gerando as seguintes correntes:
metano e etano (que formam o gás processado ou residual); propano e butano
(que formam o GLP - gás liquefeito de petróleo ou gás de cozinha); e um
produto na faixa da gasolina, denominado C5 + ou gasolina natural.

A figura 4 apresenta um esquema simplificado de uma UPGN

Figura 1: representação de suas principais correntes e produtos.

A recuperação do líquido é função do tipo de processo utilizado e da riqueza


do gás. É comum se recuperar 100% de butanos e hidrocarbonetos mais
pesados, 90 a 95% de propano e até cerca de 80% de etano, em porcentagens
molares.

Em termos econômicos a escolha do processo a ser utilizado em uma UPGN


depende basicamente de três fatores, a saber: composição do gás,pressão
disponível e recuperações desejadas.No entanto,como não existem critérios
rígidos que orientam a seleção,é recomendável que se faça um estudo técnico
e uma análise econômica para cada tipo de processo.Todos têm em comum o
princípio básico de promover a condensação de hidrocarbonetos mais pesados
por meio de redução de temperatura. São eles:
2.2.1 Refrigeração simples:

O processo consiste meramente no resfriamento do gás de modo a


promover a condensação de propano e hidrocarbonetos mais pesados
(C1/C2 + C3+). O líquido condensado pode ser separado posteriormente
originando GLP (C3/C4) e C5+.

2.2.2 Absorção refrigerada

O gás é submetido a um contato com um fluido auxiliar (óleo de absorção)


numa torre a alta pressão e baixa temperatura, que é obtida com o uso de
fluido refrigerante (geralmente propano) em circuito fechado;

2.2.3 Turbo-expansão

O abaixamento da temperatura do gás, através da sua expansão numa


turbina, provoca a condensação dos hidrocarbonetos mais pesados que se
deseja separar . Pode ser necessário o uso de um fluido refrigerante (turbo-
expansão refrigerada);

2.2.4 Expansão Joule-thomson

A expansão do gás numa válvula provoca uma redução de pressão e,


consequentemente, um abaixamento da temperatura. Pode ser utilizado
uma refrigeração auxiliar.

3 Conclusão

Os resultados apresentados nesse trabalho permitem constatar que o


processamento do gás natural é de grande utilização na Indústria do Petróleo.
Visto que é um combustível fóssil limpo, favorece a durabilidade dos
equipamentos e principalmente reduzindo os impactos ambientais.

Para o mercado só tem importância gás e óleo por isso se faz necessário o seu
processamento para que seja retirada a porcentagem de água que está contida
nos hidrocarbonetos. Depois são encaminhados para a refinaria para que o
processo seja concluído e água seja reinjetada ou descartada.
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ENGENHARIA DE PETRÓLEO E GÁS

PROCESSAMENTO DO GÁS NATURAL

GUSTAVO CAVALACANTI DE OLIVEIRA FORTINI


MARIANA DIAS PILLO
PEDRO LINDOLFO NÉRY RODRIGUES
VÍTOR FERRARI WALTORT DE BARROS

MACAÉ - RJ
NOVEMBRO/2010

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