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Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

3.3 Cargas Devido ao Vento

A ação do vento nas estruturas metálicas é umas das mais importantes


a considerar, porque a sua não consideração pode levar a estrutura ao
colapso.
As considerações para avaliação das forças devidas ao vento, para
efeito de cálculo em edifícios, são regidas pela Norma Brasileira NBR 6123/88
“Forças devidas ao vento nas edificações”. A descrição a seguir é um resumo
desta norma.
O item 4 da NBR 6123/88 diz que as forças devidas ao vento sobre uma
edificação devem ser calculadas separadamente para:
1. Elementos de vedação e suas fixações (telhas, vidros, esquadrias,
painéis de vedação, etc.); utilizando os coeficientes de pressão;
2. Partes da estrutura (paredes, telhados, etc.), utilizando os
coeficientes de forma;
3. A estrutura como um todo.
A ação do vento em edificações depende necessariamente de dois
aspectos: metereológicos e aerodinâmicos.
Os aspectos metereológicos são responsáveis pela determinação da
velocidade do vento a se considerar no desenvolvimento do projeto. Por outro
lado, a análise da edificação e de sua forma definem o outro aspecto
importante na análise do vento, o aerodinâmico, pois a forma da edificação tem
um papel importante na determinação da força devida ao vento que a solicitará.

3.3.1 Pressão Dinâmica


A pressão dinâmica depende essencialmente da velocidade “V0” do
vento e dos fatores que a influenciam, tais como: fator topográfico (S1), fator de
rugosidade (S2) e fator estatístico (S3).
A velocidade básica do vento “V0”, é a velocidade natural do vento,
medida por equipamentos padronizados assim como as condições de
instalação.
Estas condições são:
- localização dos anemômetros ou anemógrafos em terrenos planos sem
obstrução;
- posicionados a 10 metros de altura;
- inexistência de obstruções que possam interferir diretamente na
velocidade do vento.
A NBR-6123/88 estabelece para a velocidade básica, um gráfico de
isopletas, figura 3.1, baseado nas seguintes condições:

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- velocidade básica para uma rajada de três segundos;


- período de retorno de 50 anos;
- probabilidade de 63% de ser excedida pelo menos uma vez no período
de retorno de 50 anos;
- altura de 10 metros;
- terreno plano, em campo aberto e sem obstruções.
As velocidades básicas “V0” foram determinadas por processo
estatístico, com base nos valores de velocidades máximas anuais medidas em
cerca de 49 cidades brasileiras, compreendendo o período de 1954 a 1974,
além de diversas considerações de caráter estatístico, usando um período de
recorrência de 50 anos, que representa a vida útil média de uma edificação. A
NBR 6123/88 desprezou as velocidades básicas “V0” inferiores a 30 m/s.
Considerou-se que o vento básico possa atuar em qualquer direção com igual
probabilidade e sempre no sentido horizontal.

Figura 3.1 – Isopletas da Velocidade Básica

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Velocidade característica
Como pode ser observado, a velocidade básica é praticamente um
padrão de referência a partir do qual é necessário determinar a velocidade que
atuará em uma dada edificação, ou seja, a velocidade característica.
Esta velocidade característica deverá considerar os aspectos
particulares da edificação, entre estes podemos citar:
- Topografia do local
- Rugosidade do terreno
- Altura da edificação
- Dimensões de edificação
- Tipo de ocupação e risco de vida
Portanto, a NBR-6123/88 prevê que a velocidade característica será
obtida pela expressão:
Vk = V0 x S1 x S2 x S3

Fator topográfico “S1”


O fator topográfico “S1” leva em consideração as grandes variações na
superfície do terreno, ou seja, acelerações encontradas perto de colinas,
proteções conferidas por vales profundos e os efeitos de afunilamento em
vales. A figura 3.2 ilustra estes aspectos.

A
C

Figura 3.2 – Aspectos de alteração das linhas de fluxo em função da


topografia

Ponto A – Terreno plano


Ponto B – Aclive com aumento de velocidade
Ponto C – Vale protegido com diminuição da velocidade

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O fator topográfico “S1” é determinado do seguinte modo.


Tabela 3.1 – Fator topográfico “S1”
Caso Topografia S1
A Terreno plano ou fracamente acidentado 1,0
B Taludes e morros: a correção da velocidade básica será realizada a 1,0
partir do ângulo de inclinação do talude ou do morro e a figura 3.3
ilustra os valores prescritos.
C Vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção 0,9

S1(Z)S2 Z Z

B C
S1(Z) S1=1
d 4d
A T

S1=1 a) Talude

S1(Z)S2 Z

S1(Z)
d
A T

S1=1

Figura 3.3 – Fator S1 Taludes e Morros

No ponto B, S1 é uma função S1(z):

T d 3º : S1(z)=1,0

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§z·
6º d T d 17º : S 1 ( z ) 1,0  ( 2,5  ¨ ¸tg (T  3º ) t 1,0
©d ¹
§ z·
T t 45º : S 1 ( z ) 1, 0  ( 2 ,5  ¨ ¸ 0 ,31 t 1, 0
©d ¹

Interpolar linearmente para 3º  T  6º e 17º  T  45º.


Sendo:
Z – altura medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado;
d – diferença de nível entre a base e o topo do talude ou morro;
T - inclinação média do talude ou encosta do morro.
Entre A e B e entre B e C o fator S1 é obtido por interpolação linear.
Fator de rugosidade do terreno e dimensões da edificação “S2”
O fator S2 considera as particularidades de uma dada edificação no que
se refere às suas dimensões, bem como a rugosidade média geral do terreno
no qual a edificação será construída.
A rugosidade do terreno está diretamente associada ao perfil de
velocidade que o vento apresenta quando interposto por obstáculos naturais ou
artificiais.
A figura 3.4 ilustra o perfil da velocidade do vento para três tipos de
terreno, proposto por Davenport.

160
500

400 145 160

300 129 148 160

200 110 133 153

100 83 109 137

Figura 3.4 – Perfil da velocidade média proposto por Davenport

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A NBR-6123/88 estabelece cinco categorias de terreno em função de


sua rugosidade, transcritas a seguir:
Categoria I: Superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5km de
extensão, medida na direção e sentido do vento incidente.
Exemplos: mar calmo, lagos e rios, e pântanos sem vegetação.
Categoria II: Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com
poucos obstáculos isolados, tais como árvores e edificações
baixas. Exemplos: zonas costeiras planas, pântanos com
vegetação rala, campos de aviação, pradarias e charnecas,
fazendas sem sebes ou muros. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual ou inferior a 1 metro.
Categoria III: Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como sebes
e muros, poucos quebra ventos de árvores, edificações baixas e
esparsas. Exemplos: granjas e casas de campo (com exceção
das partes com matos), fazendas com sebes e/ou muros,
subúrbios a considerável distância do centro, com casas baixas
e esparsas. A cota média do topo dos obstáculos é considerada
igual a 3 metros.
Categoria IV: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco
espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada.
Exemplos: zonas de parques e bosques com muitas árvores,
cidades pequenas e seus arredores, subúrbios densamente
construídos de grandes cidades, áreas industriais plena ou
parcialmente desenvolvidas. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual a 10 metros. Esta Categoria
também inclui zonas com obstáculos maiores e que ainda não
possam ser consideradas na Categoria V.
Categoria V: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e
pouco espaçados. Exemplos: florestas com árvores altas de
copas isoladas, centros de grandes cidades, complexos
industriais bem desenvolvidos. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual ou superior a 25 metros.
É necessário então, adotar uma categoria para definição do fator S2.
As dimensões da edificação estão relacionadas diretamente com o
turbilhão (rajada) que deverá envolver toda a edificação. Quanto maior é a
edificação maior deve ser o turbilhão que a envolverá e por conseqüência
menor a velocidade média.
A norma brasileira define três classes de edificações e seus elementos,
considerando os intervalos de tempo de 3,5 e 10 segundos para as rajadas. As
classes são:

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Classe A: todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e


peças individuais de estruturas sem vedação. Toda edificação ou
parte da edificação na qual a maior dimensão horizontal ou
vertical da superfície frontal não exceda 20 metros.
Classe B: toda edificação ou parte da edificação para a qual a maior
dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre
20 e 50 metros.
Classe C: toda edificação ou parte da edificação para a qual a maior
dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal exceda 50
metros.
O cálculo de S2 pode ser obtido através da expressão:
S2 = b x Fr x (Z/10)p
onde:
Z – é a altura acima do terreno (limitado à altura gradiente)
Fr – fator de rajada correspondente a classe B, categoria II
b – parâmetro de correção da classe da edificação
p – parâmetro metereológico.
Os parâmetros Fr, b e p adotados pela norma brasileira estão
apresentados na tabela 3.2.
Tabela 3.2 – Parâmetros metereológicos para o fator S2
Categoria Zg (m) Parâmetro Classe
A B C
I 250 b 1,10 1,11 1,12
p 0,06 0,065 0,07
II 300 b 1,00 1,00 1,00
Fr 1,00 0,98 0,95
p 0,085 0,09 0,10
III 350 b 0,94 0,94 0,93
p 0,10 0,105 0,115
IV 420 b 0,86 0,85 0,84
p 0,12 0,125 0,135
V 500 b 0,74 0,73 0,71
p 0,15 0,16 0,175

A tabela 3.3 apresenta os valores de S2 para algumas alturas das edificações.

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Tabela 3.3 – Fator S2


CATEGORIAS
I II III IV V
Z Classes Classes Classes Classes Classes
(m) A B C A B C A B C A B C A B C
d5 1.06 1.04 1.01 0.94 0.92 0.89 0.88 0.86 0.82 0.79 0.76 0.73 0.74 0.72 0.67
10 1.10 1.09 1.06 1.00 0.98 0.95 0.94 0.92 0.88 0.86 0.83 0.80 0.74 0.72 0.67
15 1.13 1.12 1.09 1.04 1.02 0.99 0.98 0.96 0.93 0.90 0.88 0.84 0.79 0.76 0.72
20 1.15 1.14 1.12 1.06 1.04 1.02 1.01 0.99 0.96 0.93 0.91 0.88 0.82 0.80 0.76
30 1.17 1.17 1.15 1.10 1.08 1.06 1.05 1.03 1.00 0.98 0.96 0.93 0.87 0.85 0.82
40 1.20 1.19 1.17 1.13 1.11 1.09 1.08 1.06 1.04 1.01 0.99 0.96 0.91 0.89 0.86
50 1.21 1.21 1.19 1.15 1.13 1.12 1.10 1.09 1.06 1.04 1.02 0.99 0.94 0.93 0.89
60 1.22 1.22 1.21 1.16 1.15 1.14 1.12 1.11 1.09 1.07 1.04 1.20 0.97 0.95 0.92
80 1.25 1.24 1.23 1.19 1.18 1.17 1.16 1.14 1.12 1.10 1.08 1.06 1.01 1.00 0.97
100 1.26 1.26 1.25 1.22 1.21 1.20 1.18 1.17 1.15 1.13 1.11 1.09 1.05 1.03 1.01
120 1.28 1.28 1.27 1.24 1.23 1.22 1.20 1.20 1.18 1.16 1.14 1.12 1.07 1.06 1.04
140 1.29 1.29 1.28 1.25 1.24 1.24 1.22 1.22 1.20 1.18 1.16 1.14 1.10 1.09 1.07
160 1.30 1.30 1.29 1.27 1.26 1.25 1.24 1.23 1.22 1.20 1.18 1.16 1.12 1.11 1.10
180 1.31 1.31 1.31 1.28 1.27 1.27 1.26 1.25 1.23 1.22 1.20 1.18 1.14 1.14 1.121
200 1.32 1.32 1.32 1.29 1.28 1.28 1.27 1.26 1.25 1.23 1.21 1.20 1.16 1.16 1.14
250 1.34 1.34 1.33 1.31 1.31 1.31 1.30 1.29 1.28 1.27 1.25 1.23 1.20 1.20 1.18
300 -- -- -- 1.34 1.33 1.33 1.32 1.32 1.31 1.29 1.27 1.26 1.23 1.23 1.22
350 -- -- -- -- -- -- 1.34 1.34 1.33 1.32 1.30 1.29 1.26 1.26 1.26
400 -- -- -- -- -- -- -- -- -- 1.34 1.32 1.32 1.29 1.29 1.29
420 -- -- -- -- -- -- -- -- -- 1.35 1.35 1.33 1.30 1.30 1.30
450 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- 1.32 1.32 1.32
500 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- 1.34 1.34 1.34

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Fator estatístico “S3”


A tabela 3.4 fixa os valores para o fator estatístico S3. Esta tabela
considera o grau de segurança requerido e a vida útil da edificação, tendo por
base o período de recorrência de 50 anos para determinação da velocidade V0
e a probabilidade de 63% de que esta velocidade seja ultrapassada ou
igualada nesse período.
Tabela 3.4 – Fator estatístico S3
Grupo Descrição S3
1 Edificação cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança 1,10
ou possibilidade de socorro de pessoas após uma tempestade
destrutiva (hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de
segurança, centrais de comunicação etc.)
2 Edificações para hotéis e residências. Edificações para 1,00
comércio e indústria com alto fator de ocupação.
3 Edificações e instalações industriais com baixo fator de 0,95
ocupação (depósitos, silos, construções rurais etc.)
4 Vedações (telhas, vidros, painéis de vedação etc.) 0,88
5 Edificações temporárias. Estruturas do Grupo 1 a 3 durante a 0,83
construção.

3.3.2 Coeficientes aerodinâmicos e ação estática do vento

É possível imaginar que o vento, ao incidir sobre um telhado do tipo


duas águas, um arco ou um edifício de andares múltiplos, terá sua “trajetória”
alterada em função da forma diferenciada destas edificações.
A visualização da alteração do ar pode ser feita através das linhas de
fluxo. A figura 3.5 ilustra as linhas de fluxo sobre um edifício com telhado tipo
duas águas.

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Figura 3.5 – Linhas de fluxo para um edifício com cobertura


tipo duas águas

A velocidade característica do vento permite determinar a pressão


dinâmica “q” pela expressão encontrada a partir do Teorema de Bernoulli:
- para: q em kgf/m2 e Vk em m/s

qk = vk2/16

- para: q em N/m2 e Vk em m/s


qk = 0,613 x Vk2

Cabe salientar a importância da pressão dinâmica, pois será utilizada


como padrão para todos os demais pontos onde deseja-se determinar a
pressão estática total, enfatizando que esta pressão é perpendicular à
superfície da estrutura.

Coeficientes de Pressão

Coeficiente de pressão externa (Cpe )

A NBR 6123/88 apresenta uma série de tipos de edificações com os


respectivos valores de Cpe .
Os valores de Ce, podem ser obtidos ponto a ponto, porém o cálculo
seria extremamente complicado e as normas técnicas recomendam valores
médios para as superfícies que compõem a edificação.
A figura 3.6 esquematiza, respectivamente, os valores do coeficiente de
pressão Ce observados em ensaios e os valores médios em cada superfície
plana para um edifício com telhado tipo duas águas.

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a) b)

Figura 3.6 – Distribuição esquemática do Ce

Como pode ser observado na figura 3.6, a distribuição do Ce apresenta


valores elevados em pequenas regiões das paredes e dos telhados. Se para o
dimensionamento de toda a estrutura os valores médios do Ce, representados
no item b), são muito razoáveis, permitindo assim facilitar o cálculo, os valores
elevados de Ce não podem ser simplesmente ignorados.
Para efeito de dimensionamento de partes da estrutura (telhas, caixilhos,
ou mesmo terças) é necessário adotar estes altos valores de Ce (a NBR
6123/88 adota como nome para estes coeficiente, Cpe médio).
A seguir, nas tabelas 3.5, 3.6, e 3.7, estão reproduzidos os valores de
Ce, respectivamente, para paredes, telhado tipo uma água e telhado tipo duas
águas, especificados pela NBR 6123/88.

Notas referentes a tabela 3.5

Nota 1 – Para a/b entre 3/2 e 2, interpolar linearmente.


Nota 2 – Para vento a 0º, nas partes A e B o coeficiente de forma Ce tem os
seguintes valores: a/b = 1 (valor das partes A2 e B2); a/b t 2: Ce = -0,2;
1 < a/b < 2: interpolar linearmente.
Nota 3 – Para cada uma das duas incidências do vento (0º ou 90º) o
coeficiente de pressão médio externo, Cpe médio, é aplicado à parte de
barlavento das paredes paralelas ao vento, em uma distância igual a 0,2b ou h,
considerando-se o menor destes valores.

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Tabela 3.5 – Coeficiente de pressão e de forma, externos, para paredes de


edificações de planta retangular.
Valores de Ce para Cpe
médio
Altura Relativa D = 0º D = 90º
A1 e A2 e C D A B C1 e C2 e
B1 B2 D1 D2
b
1 d a/b d 3/2 -0,8 -0,5 +0,7 -0,4 +0,7 -0,4 -0,8 -0,4 -0,9
h

2b ou 2h
-0,8 -0,4 +0,7 -0,3 +0,7 -0,5 -0,9 -0,5 -1,0
(o menor dos 2) 2 d a/b d 4
h/b d 1/2

1 d a/b d 3/2 -0,9 -0,5 +0,7 -0,5 +0,7 -0,5 -0,9 -0,5 -1,1

1/2 dh/bd 3/2 2 d a/b d 4 -0,9 -0,4 +0,7 -0,3 +0,7 -0,6 -0,9 -0,5 -1,1

1 d a/b d 3/2 -1,0 -0,6 +0,8 -0,6 +0,8 -0,6 -1,0 -0,6 -1,2

-1,0 -0,5 +0,8 -0,3 +0,8 -0,6 -1,0 -0,6 -1,2


2 d a/b d 4
3/2 d h/b d 6

o 2h ou b/2
0 (o menor dos 2)

C C1 C2
b/3 ou a/4 A1 B1
(o maior dos 2,
o
porém 2h) A2 B2
90
A B a

A3 B3

D D1 D2

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Tabela 3.6 – Coeficiente de pressão e de forma, externos, para telhados


tipo uma água.

a b
b 0,1b
A

L1 L2
y T
Le
L VENTO
b h
H
He
H1 H2
D A
O
y NT Corte A - A
VE
Y = h ou 0,15b (tomar o menor dos dois valores)
As superfícies H e L referem-se a todo respectivo quadrante.
Valores de Ce para ângulo de incidência do vento de
T 90º 45º 0º -45º -90º
H L H L HeL HeL H L H L
(A) (B)
5º -1,0 -0,5 -1,0 -0,9 -1,0 -0,5 -0,9 -1,0 -0,5 -1,0
10º -1,0 -0,5 -1,0 -0,8 -1,0 -0,5 -0,8 -1,0 -0,4 -1,0
15º -0,9 -0,5 -1,0 -0,7 -1,0 -0,5 -0,6 -1,0 -0,3 -1,0
20º -0,8 -0,5 -1,0 -0,6 -0,9 -0,5 -0,5 -1,0 -0,2 -1,0
25º -0,7 -0,5 -1,0 -0,6 -0,8 -0,5 -0,3 -0,9 -0,1 -0,9
30º -0,5 -0,5 -1,0 -0,6 -0,8 -0,5 -0,1 -0,6 0 -0,6
T CPE MÉDIO
H1 H2 L1 L2 HE LE
5º -2,0 -1,5 -2,0 -1,5 -2,0 -2,0
10º -2,0 -1,5 -2,0 -1,5 -2,0 -2,0
15º -1,8 -0,9 -1,8 -1,4 -2,0 -2,0
20º -1,8 -0,8 -1,8 -1,4 -2,0 -2,0
25º -1,8 -0,7 -0,9 -0,9 -2,0 -2,0
30º -1,8 -0,6 -0,5 -0,5 -2,0 -2,0
(A) Até uma profundidade igual a b/2.
(B) De b/2 até a/2.
(C) Considerar valores simétricos do outro lado do eixo de simetria paralelo ao
vento.
Nota: Para vento a 0º, nas partes I e J (que se referem aos respectivos
quadrantes) o coeficiente de forma Ce tem os seguintes valores: a/b = 1 –
mesmo valor das partes H e L; a/b = 2 – Ce = -0,2; interpolar linearmente para
valores intermediários de a/b.

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Tabela 3.7 – Coeficiente de pressão e de forma, externos, para telhados


tipo duas águas.
Altura Valores de Ce para Cpe médio
Relativa T D= 90º (A)
D = 0º
EF GH EG FH
0,1b 0º -0,8 -0,4 -0,8 -0,4 -2,0 -2,0 -2,0 --
5º -0,9 -0,4 -0,8 -0,4 -1,4 -1,2 -1,2 -1,0
T 10º -1,2 -0,4 -0,8 -0,6 -1,4 -1,4 -- -1,2
h

b 15º -1,0 -0,4 -0,8 -0,6 -1,4 -1,2 -- -1,2


20º -0,4 -0,4 -0,7 -0,6 -1,0 -- -- -1,2
30º 0 -0,4 -0,7 -0,8 -0,8 -- -- -1,1
h/b d 1/2
45º +0,3 -0,5 -0,7 -0,6 -- -- -- -1,1
60º +0,7 -0,6 -0,7 -0,6 -- -- -- -1,1
0º -0,8 -0,6 -1,0 -0,6 -2,0 -2,0 -2,0 --
5º -0,9 -0,6 -0,9 -0,6 -2,0 -2,0 -1,5 -1,0
10º -1,1 -0,6 -0,8 -0,6 -2,0 -2,0 -1,5 -1,2
h
15º -1,0 -0,6 -0,8 -0,6 -1,8 -1,5 -1,5 -1,2
20º -0,7 -0,5 -0,8 -0,6 -1,8 -1,5 -1,5 -1,0
b
30º -0,2 -0,5 -0,8 -0,8 -1,0 -- -- -1,0

½  h/b d 3/2 45º +0,2 -0,5 -0,8 -0,8 -- -- -- --


60º +0,6 -0,5 -0,8 -0,8 -- -- -- --
0º -0,8 -0,6 -0,9 -0,7 -2,0 -2,0 -2,0 --
5º -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -2,0 -2,0 -1,5 -1,0
10º -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -2,0 -2,0 -1,5 -1,2

h 15º -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -1,8 -1,8 -1,5 -1,2


20º -0,8 -0,6 -0,8 -0,8 -1,5 -1,5 -1,5 -1,2
30º -1,0 -0,5 -0,8 -0,7 -1,5 -- -- --
b
40º -,02 -0,5 -0,8 -0,7 -1,0 -- -- --
3/2  h/b d 6 50º +0,2 -0,5 -0,8 -0,7 -- -- -- --
60º +0,5 -0,5 -0,8 -0,7 -- -- -- --
Continua...

29
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

y
E G b/3 ou a/4
(o maior dos 2,
ve porém 2h)
nt F H
o a b

y=h ou 0,15b
I J (o menor dos2)

Notas referentes a tabela 3.7


Nota 1 – O coeficiente de forma Ce na face inferior do beiral é igual ao da
parede correspondente.
Nota 2 – Nas zonas em torno de partes de edificações salientes ao telhado
(chaminés, reservatórios, torres, etc.) deve ser considerado um coeficiente de
forma Ce = -1,2, até uma distância igual a metade da dimensão diagonal da
saliência em planta.
Nota 3 – Na cobertura de lanternins, Cpe médio = -2,0.
Nota 4 – Para vento a 0º, nas partes I e J o coeficiente de forma Ce tem os
seguintes valores: a/b = 1: mesmo valor das partes F e H; a/b t 2: Ce = -0,2;
para valores intermediários de a/b, interpolar linearmente.

Coeficiente de pressão interna (Cpi)

O coeficiente de pressão interna está diretamente associado ao fato que


as edificações, em sua grande maioria, têm aberturas onde o vento pode
adentrar.
Este coeficiente será obtido a partir das sobrepressões e sucções
externas que irão atuar nas várias aberturas da edificação.
A figura 3.7 ilustra os efeitos de aberturas a barlavento (de onde vem o
vento) e de sotavento (de onde sai o vento) e é evidente que, para o primeiro
caso, tem-se sobrepressões internas e para o segundo sucções internas.

a) Abertura a Barlavento

Zona de D.V. Sobrepressão


sobrepressão Interna
externa

30
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

b) Abertura a Sotavento

Zona de Sucção
D.V.
sucção Interna
externa

Figura 3.7 – Coeficientes de pressão interna – Abertura


a barlavento e a sotavento

Verificamos através da figura 3.7, que o coeficiente de pressão interna


será obtido em função das dimensões, localização das aberturas e da direção
do vento.
O conceito de permeabilidade está associado à presença de aberturas,
estas podem ser decorrentes de janelas, portões, frestas no próprio
assentamento de telhas e não se descartando as aberturas que porventura
possam ocorrer decorrentes de danos em elementos da cobertura, paredes,
vidros, etc.
Descreve-se, a seguir, os principais tópicos referentes ao coeficiente de
pressão interna prescritos na NBR 6123/88.

- Definições:

a) Elementos impermeáveis: lajes e cortinas de concreto, paredes de


alvenaria, blocos ou pedras sem nenhuma abertura;
b) Índice de permeabilidade: é a relação entre a área das aberturas e a área
total da superfície considerada;
c) Abertura dominante: abertura com área igual ou superior à soma das áreas
das outras aberturas da edificação.
d) A pressão interna é considerada uniforme e atua sobre todas as faces;
e) O sinal positivo de Cpi indica sobrepressão interna;
f) O sinal negativo de Cpi indica sucção interna.

- Ítens da NBR 6123/88

Valores de Cpi
a) Duas faces opostas permeáveis e outras duas impermeáveis:
a-1) Vento perpendicular a face permeável Cpi = +0,2
a-2) Vento perpendicular a face impermeável Cpi = - 0,3
b) Quatro faces igualmente permeáveis:
b-1) adotar Cpi = -0,3 ou Cpi = 0

31
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

c) Abertura dominante com as outras faces permeáveis


c-1) Abertura dominante na face de barlavento:
Relação entre a área da abertura dominante e a área total das aberturas
succionadas nas outras faces:

Relação de áreas Cpi


1.0 +0.1
1.5 +0.3
2.0 +0.5
3.0 +0.6
6.0 +0.8

c-2) Abertura dominante na face de sotavento


Cpi = Ce correspondente a face de sotavento que contém esta abertura
c-3) Abertura dominante nas faces paralelas ao vento:
- Não situada em zona alta de sucção externa:
Cpi = Ce correspondente à região da abertura nesta face.
- Situada em zona de alta sucção externa:
Relação entre a área da abertura dominante e demais áreas de aberturas
succionadas externamente.
Relação entre áreas Cpi
0.25 -0.4
0.50 -0.5
0.75 -0.6
1.0 -0.7
1.5 -0.8
t3.0 -0.9
Obs: zonas de alta sucção externa são indicadas nas tabelas de Ce e
denominadas na NBR 6123/88 como Cpe médio.
A determinação dos coeficientes de pressão interna deve ser feita de
maneira a reproduzir, o mais fielmente possível, as condições gerais e as
possibilidades de abertura numa edificação. Esta análise deve ser criteriosa,
“buscar” situações extremas não parece ser a mais indicada para este índice.

3.3.3 Força Devida ao Vento

Após a definição dos coeficientes de pressão externa e interna é


necessário calcular a força que irá atuar numa dada superfície de uma
edificação.
Sabe-se que a força do vento dependerá da diferença da pressão nas
faces opostas (interna e externa) da parte da edificação considerada e, para
isto, pode-se definir o coeficiente de pressão que, multiplicado pela área
analisada, determinará a força atuante nesta parte da edificação.

'P = 'Pe - 'Pi

32
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

onde: 'P – pressão resultante


'Pe – pressão externa
'Pi – pressão interna
o que permite obter;

'P = (Cpe – Cpi) q

ou reescrevendo

'P = Cp q

Este coeficiente será aplicado em cada superfície que compõe uma


edificação objetivando determinar as situações críticas para a estrutura em
questão.

3.3.4 Exemplos de Determinação da Força Devida ao Vento

01) Determinar a velocidade característica do vento para um edifício


industrial a ser construído na cidade de Foz do Iguaçu em terreno plano, zona
industrial.

55m

DV0º
5m 25m
10m

25m
DV90º

Solução:

Vk = V0 x S1 x S2 x S3
Do gráfico das Isopletas retiramos a velocidade básica do vento para a cidade
de Foz do Iguaçu, que vale: V0 = 50 m/s
Como foi indicado que o terreno, no qual será construído o edifício, é plano, da
tabela 3.1 obtemos o valor do fator topográfico: S1 = 1,0
O fator S2 é obtido da seguinte forma:
- enquadra-se o terreno em uma categoria;
Área industrial parcialmente desenvolvida: CATEGORIA IV
- enquadra-se a edificação em uma classe;

33
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

Dependendo da direção do vento, varia a dimensão frontal e as classes


são:
D.V. = 0º Dimensão frontal = 25m - CLASSE B
D.V. = 90º Dimensão frontal = 55m - CLASSE C
- determina-se a altura da edificação;
Altura = 15m
Com esses dados obtemos na tabela 3.3 os valores de S2 para D.V. 0º e D.V. 90º.
- Para vento à 0º - S2 = 0,88
- Para vento à 90º - S2 = 0,84
O fator estatístico S3 é obtido na tabela 3.4. Adotamos que a industria seja de
alto fator de ocupação, pois esta é a situação mais desfavorável, e assim: S3 = 1,0
Temos, então, duas velocidades características em função da direção do vento:
- Para vento à 0º
Vk = 50 x 1 x 0,88 x 1 = 44m/s

- Para vento à 90º


Vk = 50 x 1 x 0,83 x 1 = 41,5m/s

02) Determinar a velocidade característica do vento, os coeficientes de


pressão e a força devida ao vento, para um edifício industrial (dimensões e
especificações vide figura) situado no núcleo industrial da cidade de Cascavel e
destinado a uma indústria de alto fator de ocupação.

DV90º

DV0º

2m

8m
40m

20m

8 janelas (6m2/janela)
portão 16m2

Solução:

Velocidade Característica: Vk = V0 x S1 x S2 x S3
V0 – velocidade básica, retirada da figura 3.1 (Isopletas):
Localidade Cascavel – V0 = 47m/s
S1 – fator topográfico, obtido da tabela 3.1:
Terreno fracamente acidentado – S1 = 1,0

34
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

S2 – o fator de rugosidade do terreno e dimensões da edificação é retirado da


tabela 3.3 e depende das seguintes classificações:
- Categoria do terreno: Área industrial – CATEGORIA IV
- Classe da edificação: Dimensão entre 20 e 50 m – CLASSE B
- Altura da edificação: Z = 10m
Assim S2 = 0,83
S3 – o fator estatístico é retirado da tabela 3.4:
Indústria com alto fator de ocupação (grupo 2) – S3 = 1,0
Logo, a velocidade característica vale:
Vk = 47 x 1 x 0,83 x 1 = 39,01m/s
E a pressão do vento vale: qk = 0,613Vk2 (N/m2)
qk = 0,613 x 39,012 = 932,85N/m2

Coeficientes de Pressão:
Coeficiente de pressão externa – Ce
Sendo: h = 8m b = 20m a = 40m T = 10º h/b = 0,4 a/b = 2
Vento incidindo na edificação à 90º:
Nas tabelas 3.5 e 3.7 obtemos os valores de sobrepressão externa,
indicada pelo sinal positivo, e de sucção externa, indicada pelo sinal negativo,
que atuam em cada região da edificação:
Paredes Telhado
A = +0,7 C1 e D1 = -0,9 E e F = -1,2
B = -0,5 C2 e D2 = -0,5 G e H = -0,4
10 m

0,5
0,9

1,2 0,4

0,7 0,7 0,5


DV
0,5
1,2 0,4

0,9
0,5
Vento incidindo na edificação à 0º
Das tabelas 3.5 e 3.7 obtemos os valores de Ce:
Paredes Telhado
A1 e B1 = -0,8 C = +0,7 E e G = -0,8
F e H = -0,6
A2 e B2 = -0,4 D = -0,3 I e J = -0,2

35
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

DV 0,8 0,8 0,6 0,6

0,7
0,8 0,8 0,4 0,4
10m 0,8 0,8 0,8 0,8

10m 0,4 0,6 0,6 0,4


0,2 0,2

10m 0,2 0,2


0,2 0,2 0,2 0,2

0,3

Coeficiente de pressão interna - Ci


Analisando os casos citados na NBR – 6123/88
a) Duas faces permeáveis e as outras impermeáveis: é um caso que não
ocorre;
b) Quatro faces igualmente permeáveis: é um caso possível, pois no oitão sem
portão existirão frestas entre a alvenaria e as telhas, e então para vento à 90º e a 0º
Cpi = -0,3 ou Cpi = 0;
c) Abertura dominante com as outras faces permeáveis: também é uma
situação possível, e assim temos à 0º e à 90º:

Vento à 0º Vento à 90º


a) abertura dominante na face de barlavento: a) abertura dominante na face de barlavento:
Abertura dominante: portão – Ad = 16m2 Abertura dominante: considerando 3
Demais aberturas: janelas próximas – Ad = 18m2
- 1 janela succionada (6m2) Demais aberturas:
- frestas da cobertura (10cm) - 1 janela de sotavento (6m2)
A = 6 + (2 x 20 x 0,1) - frestas do portão (5% da área)
A = 10m2 - frestas da cobertura (10cm)
Relação entre a abertura dominante e A = 6+ (0,05x16) + (2x20x0,1) = 10,8m2
as demais aberturas: Relação entre a abertura dominante e
Ad/A = 16/10 = 1,6 # 1,5 o Cpi = +0,3 as demais aberturas:
Ad/A = 18/10,8 = 1,6 # 1,5 o Cpi = +0,3

b) abertura dominante na face de sotavento: b) abertura dominante na face de sotavento:


Abertura dominante: portão Abertura dominante: 3 janelas
Cpi = Ce Cpi = -0,2 Cpi = Ce Cpi = -0,5

d) Abertura dominante na face paralela ao vento: é uma situação que também


pode ocorrer, assim:

36
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

Vento à 0º Vento à 90º


a) Abertura dominante = abertura das a) Abertura dominante = portão
janelas Cpi = Ce Cpi = -0,5
Cpi = Ce (na região central) Cpi = -0,5 Supondo que meio portão permaneça
b) Abertura dominante em alta sucção aberto.
externa:
c) b) Abertura Dominante em alta sucção
Não ocorre, pois há probabilidade externa:
desprezível de ocorrer uma janela Esta situação não ocorre, pois o portão
aberta nesta região. não está situado nesta região.
Então, como para uma estrutura similar a esta, tem-se o objetivo de obter os
valores máximos associados ao Cp de sucção e sobrepressão, adota-se:
a) Vento à 90º o Cpi = +0,3 Cpi = -0,5
b) Vento à 0º o Cpi = +0,3 Cpi = -0,5
Determinados os valores de Cpe e Cpi, faz-se a combinação entre eles de
forma a obter os valores mais nocivos à edificação:
Cp – sucção no telhado
Vento à 90º

1,2 0,4 1,5 0,7

0,7 0,5 0,4 0,8


0,3

Vento à 0º

0,8 0,8 1,1 1,1

0,8 0,8 1,1 1,1


0,3

Cp – sobrepressão no telhado
Vento à 90º

1,2 0,4 0,7 1,0

0,7 0,5 1,2


0,5 0

37
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

Vento à 0º

0,2 0,2 0,3 0,3

0,2 0,2 0,3 0,3


0,5

Força Devida ao Vento F = qk x Cp (N/m2)


Existirão duas situações críticas, a de sucção e a de sobrepressão no telhado,
consequentemente o dimensionamento da estrutura deverá levar em conta a
força de sucção e a força de sobrepressão.
Sucção no telhado

1 932 102
x1, ,85 5,7
,85 x1, 5N
932 1 /m2

1025,75N/m2

1025,75N/m2
932,85x1,1

932,85x1,1

Sobrepressão no telhado
7 932 2 932
x0, ,85 N/m ,85
3 2,85 x1
6 5 3 N/m
2
9
1119,42N/m2
932,85x1,2

932,85x0

3.4 Princípios Gerais para o Dimensionamento – Método dos


Estados Limites

Por estados limites entende-se a ruptura mecânica do elemento


estrutural ou o deslocamento excessivo que tornem a estrutura imprestável. No
método dos estados limites temos a inclusão dos estados elástico e plástico na
formação de mecanismos nas peças estruturais.
O dimensionamento de componentes de uma estrutura civil é colocado
na lógica simples de:

38
Apostila de Estruturas Metálicas Capítulo 3

¾Majorar o esforço teórico solicitante pela multiplicação por um fator de


ponderação que torne pequena a probabilidade de que ele seja superado
durante a vida útil da estrutura e,
¾De minorar a resistência teórica de cada componente, multiplicando-a por
um coeficiente (menor que um) que, também, torne pequena a probabilidade
dela ser menor do que o valor calculado.
Sendo os valores determinados com base na estatística, os coeficientes
de ponderação das cargas (coeficientes de segurança) dependem da sua
natureza, sendo pequeno para cargas de pouca dispersão e grande para as
cargas de muita dispersão. Raciocínio análogo é feito para o coeficiente
minorador da resistência, que deve ser próximo da unidade para materiais
cujos valores característicos de resistência apresentam, pouca dispersão
(maior confiabilidade) e afastado para o caso contrário (menor confiabilidade).
Este é o princípio do método de dimensionamento denominado de estados
limites últimos.
A NBR 8800/86 estabelece que a solicitação de cálculo não pode ser
maior do que a resistência de cálculo da peça:
Sd d Rd
Onde a solicitação de cálculo é dada pelo somatório das ações
multiplicadas pelos seus correspondentes fatores de majoração:
Sd = ¦ Jf Qi
E a resistência de cálculo pela multiplicação da resistência nominal por
um fator redutor, menor do que a unidade:
Rd = I Rn
Nas equações acima:
Sd = solicitação de cálculo;
Rd = resistência de cálculo;
Rn = resistência nominal;
Jf = coeficiente de majoração das solicitações;
Qi = solicitações que atuam simultaneamente.

3.5 Critérios da NBR 8800

Para as condições normais de utilização ou durante a construção da


estrutura, obtém-se o esforço de cálculo com o emprego da equação:

Sd >¦ J G J Q ¦
g q1 1
n
j 2
J \ Q @
qj j j

39

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