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2. As cargas da edificação
As cargas da edificação são obtidas por meio das plantas de arquitetura e estrutura,
onde são considerados os pesos próprios dos elementos constituintes e a sobrecarga ou carga
útil a ser considerada nas lajes que são normalizadas em função de sua finalidade.
Eventualmente, em função da altura da edificação deverá também ser considerada a ação do
vento sobre a edificação. A tabela 1 fornece o peso específico dos materiais mais utilizados
nos elementos constituintes de uma construção, enquanto a tabela 2 as sobrecargas ou cargas
úteis em lajes de piso ou de forro de acordo com a sua finalidade.
De acordo com a profundidade do solo resistente, onde está implantada a sua base, as
fundações podem se classificadas em:
• fundações superficiais (diretas): quando a camada resistente à carga da edificação
ou seja, onde a base da fundação está implantada, não excede a duas vezes a sua
menor dimensão ou se encontre a menos de 3 m de profundidade;
• fundações profundas (indiretas) são aquelas cujas bases estão implantadas a mais
de duas vezes a sua menor dimensão, e a mais de 3 m de profundidade.
O que caracteriza, principalmente uma fundação rasa ou direta é o fato da distribuição
de carga do pilar para o solo ocorrer pela base do elemento de fundação, sendo que, a carga
aproximadamente pontual que ocorre no pilar, é transformada em carga distribuída, num valor
tal, que o solo seja capaz de suportá-la (figura 2a). Outra característica da fundação direta é a
necessidade da abertura da cava de fundação para a construção do elemento de fundação no
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fundo da cava.
A fundação profunda, a qual possui grande comprimento em relação a sua base,
apresenta pouca capacidade de suporte pela base, porém grande capacidade de carga devido
ao atrito lateral do corpo do elemento de fundação com o solo (figura 2b). A fundação
profunda, normalmente, dispensa abertura da cava de fundação, constituindo-se, por exemplo,
em um elemento cravado por meio de um bate-estaca.
(a)
(b)
• blocos de fundações;
• baldrames;
• radier.
A seguir são apresentados os diferentes tipos de fundação direta para uma obra
simples composta de dois compartimentos (figura 3) e, em desenho tri-dimensional, as
possíveis soluções em fundação direta para um silo multicelular (figura 4).
O que caracteriza a fundação em blocos é o fato da distribuição de carga para o terreno ser
aproximadamente pontual, ou seja, onde houver pilar existirá um bloco de fundação
distribuindo a carga do pilar para o solo (figura 3a). Os blocos podem ser construídos de
pedra, tijolos maciços, concreto simples ou de concreto armado. Quando um bloco é
construído de concreto armado ele recebe o nome de sapata de fundação.
A fundação em radier é constituída por um único elemento de fundação que distribui toda
a carga da edificação para o terreno, constituindo-se em uma distribuição de carga tipicamente
superficial (figura 3c). O radier é uma laje de concreto armado, que distribui a carga total da
edificação uniformemente pela área de contato. É usado de forma econômica quando as
cargas são pequenas e a resistência do terreno é baixa, sendo uma boa opção para que não seja
usada a solução de fundação profunda.
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Solução em Blocos
Forma da Fundação Forma Nível de Cobertura
B1−1,0x1,0 B2−1,0x1,0 B3−1,0x1,0
P1−0,2x0,2 P2−0,2x0,2 P3−0,2x0,2
P1−0,2x0,2 V1a−0,2x0,3 P2−0,2x0,2 V1b−0,2x0,3 P3−0,2x0,2
5,00m 5,00m
V4−0,2x0,3
V3−0,2x0,3
V5−0,2x0,3
5,20m
5,00m
L1 − D=0,1 L2 − D=0,1
5,20m 5,20m
0,10m
5,00m 5,00m
0,50m
2,90m
C4−0,2x0,3
C3−0,2x0,3
C5−0,2x0,3
5,00m
1,20m
2,00m
C2a−0,2x0,3 C2b−0,2x0,3
0,50m
(a)
Solução em Baldrame
Forma da Fundação Forma Nível de Cobertura
0,60m
P1−0,2x0,2 V1a−0,2x0,3 P2−0,2x0,2 V1b−0,2x0,3 P3−0,2x0,2
Ba1−0,6x0,2
5,00m 5,00m
0,60m
V4−0,2x0,3
V3−0,2x0,3
Ba4−0,6x0,2
Ba3−0,6x0,2
Ba5−0,6x0,2
V5−0,2x0,3
5,20m
5,00m
L1 − D=0,1 L2 − D=0,1
V2a−0,2x0,3 V2b−0,2x0,3
Ba2−0,6x0,2
P4−0,2x0,2 P5−0,2x0,2 P6−0,2x0,2
5,20m 5,20m
5,00m 5,00m
0,50m
2,90m
C4−0,2x0,3
C3−0,2x0,3
C5−0,2x0,3
5,00m
0,20m
0,50m
C2a−0,2x0,3 C2b−0,2x0,3
(b)
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Solução em Radier
Forma da Fundação Forma Nível de Cobertura
0,20m
11,00m
P1−0,2x0,2 V1a−0,2x0,3 P2−0,2x0,2 V1b−0,2x0,3 P3−0,2x0,2
V4−0,2x0,3
V3−0,2x0,3
V5−0,2x0,3
5,20m
5,80m
5,00m
Ra1−11,0x5,8 L1 − D=0,1 L2 − D=0,1
V2a−0,2x0,3 V2b−0,2x0,3
5,20m 5,20m
0,10m
5,00m 5,00m
0,50m
2,90m
C4−0,2x0,3
C3−0,2x0,3
C5−0,2x0,3
5,00m
0,20m
0,50m
C2a−0,2x0,3 C2b−0,2x0,3
Sendo fsolo a resistência do terreno (tensão admissível) e F a carga que chega ao bloco
pelo pilar, para que a tensão admissível não seja ultrapassada deve-se ter:
F
≤ fsolo
S
Portanto, a área da base pode ser calculada em uma primeira tentativa pela expressão:
F
S≥
fsolo
Como os blocos são geralmente quadrados, temos para o lado B do quadrado:
B= S
Quanto à altura dos blocos experiências recomendam adotar a expressão:
H = 0,85(B − b)
sendo: B = dimensão da base do bloco e b = dimensão do pilar.
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7. Fundações Profundas
• estacas
• tubulões
• caixões
¾ Estacas de fundação
• madeira;
• aço;
• concreto (pré-moldadas e moldadas “in situ”).
¾ Estacas de madeira
¾ Estacas metálicas
A tabela 5 apresenta a carga para alguns perfis e trilhos fabricados pela CSN
(Companhia Siderúrgica Nacional), calculada com σc = fyk/2 = 120 MPa. A utilização de
trilhos velhos como estacas só é possível quando a redução do peso não ultrapassar 20% do
teórico e nenhuma seção tenha área inferior a 40% da área do trilho novo.
Tipo de perfil Denominação Área (cm2) Peso (N/m) Carga máxima (kN)
H 6”x 6” 47,3 371 400
Perfis laminados I 8”x 4” 34,8 273 300
ª 5
CSN (1 alma) I 10”x 4 /8” 48,1 377 400
I 12” x 51/4” 77,3 606 700
TR 25 31,4 246,5 250 (200)
Trilhos TR 32 40,9 320,5 350 (250)
(CSN) TR 37 47,3 371,1 400 (300)
TR 45 56,8 446,5 450 (350)
TR 50 64,2 503,5 550 (400)
TR 57 72,6 569,0 600 (450)
Nota: Os valores entre parênteses referem-se a trilhos velhos com redução máxima de peso de
20% e nenhuma seção com redução superior a 40%.
¾ Estaca de concreto
Figura 12: (a) Emendas por anel metálico e (b) emendas por luvas.
Existem vários processos para cravação das estacas pré-moldadas, no entanto qualquer
que seja o processo, utilizado em geral de modo a facilitar a passagem da estaca pelas diversas
camadas do terreno, no final a estaca será sempre cravada por percussão. Para tanto, utiliza-se
um tipo de guindaste especial chamado de bate-estaca que pode ser dotado de martelo
(também chamado de pilão) de queda livre ou automático também denominado martelo
diesel. Para amortecer os golpes do pilão e uniformizar as tensões por ele aplicadas à estaca,
instala-se no topo desta um capacete dotado de “cepo” e “coxim” conforme é mostrado na
figura 14.
φ 30 35 40 52 60
L 15 18 22 30 35
Qc (kN) 450 550 800 1300 1700
Qt (kN) 85 100 130 240 270
L – profundidade máxima recomendável
Qc – carga admissível de compressão
Qt – carga admissível de tração
A seguir são relacionados alguns aspectos da estaca tipo Franki, que fazem parte do
método de execução, e que a diferencia dos outros tipos de estacas concretadas no local
contribuindo para a elevada carga de trabalho da estaca:
• quando a pressão da água for tal que impeça o esgotamento da água no furo com a
sonda, a adoção desse tipo de estaca não é recomendável;
• em argilas muito moles saturadas e em areias submersas, o risco de seccionamento
do fuste pela entrada de solo é muito grande, e nesses casos esta solução não é
indicada;
• é indispensável um controle rigoroso da concretagem da estaca de modo a não
ocorrer falhas, pois a maior ocorrência de acidentes com estas estacas devem-se a
deficiências de concretagem durante a retirada do tubo.
As estacas tipo Strauss podem ser armadas ou não. No caso das estacas não armadas, o
concreto utilizado deve ter um consumo mínimo de 300 kgf/m3, consistência plástica
(abatimento mínimo de 8 cm) e fcck de 15 MPa. Já o concreto das estacas armadas deve ter
um abatimento mínimo de 12 cm e fcck de 15 MPa. Não deverá ser utilizada a pedra 2,
mesmo se necessário executivamente. A tabela 7 apresenta as cargas admissíveis para estacas
tipo Strauss não armada de acordo com a NBR 6122 em função do diâmetro externo do tubo
de revestimento. A carga de trabalho será fixada após análise do perfil geotécnico do terreno.
c) Tubulões de fundação
d) Caixões de fundação
Falta o desenho