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O Mundo às cores

Ou a história de
Romeu e Julieta
Romeu e Julieta eram duas borboletas.
A Julieta, que era uma linda borboleta cor-de-rosa,
vivia com a sua família num lindo canteiro cor-de-rosa.
O Romeu era uma borboleta vermelha, e
imaginem lá onde é que ele vivia? Isso mesmo,
num lindo canteiro vermelho.
Elas moravam num jardim muito estranho.
Sabem porquê?

Porque o jardim estava todo dividido às cores.


O que era branco, morava no lado branco, as flores
azuis só podiam morar no canteiro azul…
As amarelas só podiam estar abertas enquanto houvesse
sol, as verdes tinham que estar sempre rentinhas ao
chão e não podia haver árvores, porque as árvores
tinham mais do que uma cor.
Os animais que lá viviam tinham que ser da cor das
flores do canteiro, não podiam ser diferentes ou então
tinham que procurar outro lugar para viver.
Era um jardim muito arrumadinho, mas também um
bocadinho monótono, porque as cores nunca se
misturavam e o Jardim estava sempre igual.
Ora um belo dia, passou pelo jardim o Vento Sul, que
vendo aquele jardim tão arrumadinho, decidiu entrar
e meter conversa com o Romeu.
Quando percebeu que as cores do jardim nunca se
tinham misturado, soprou um bocadinho mais forte
e levou o seu amigo Romeu a conhecer os outros
canteiros.
E foi assim que, quase sem dar conta, o Romeu se
viu, de repente, no canteiro cor-de-rosa, mesmo ao
pé da casa da Julieta.
Era tudo tão diferente do canteiro onde ele vivia!
O Romeu gostou tanto do que viu, que nem
conseguia arredar pé, ou melhor dizendo, arredar
asa, porque as borboletas não andam, elas
deslocam-se a voar.
E ficou ali parado a olhar toda aquela cor, quando, do
meio das flores, saiu a borboleta mais bonita que ele
já alguma vez vira.
Assim que se conheceram, o Romeu e a Julieta
ficaram logo amigos e puseram-se a brincar.
Brincaram tanto, mas tanto mesmo, que nem
repararam que estavam a entrar na floresta.
A floresta era grande e não se parecia nada com o
jardim. Tinha poucas flores e eles nem sabiam onde
é que podiam pousar. Era fria e escura pois a luz do
sol não conseguia passar através das copas das
árvores.
A Julieta começou a ficar com medo, tanto medo que
só lhe apetecia chorar.
-Vá lá, não tenhas medo, nós não estamos perdidos.
Eu vou já chamar o meu amigo Vento Sul e ele vai
tirar-nos de cá. - Disse o Romeu, dando-lhe a mão.
E juntos chamaram o Vento Sul.
Mas as árvores eram tantas que o vento, que precisa
de muito espaço para soprar com força, não
conseguiu passar.
Então voou sobre as copas das árvores e, lá do alto,
disse ao Romeu que voasse sempre em frente
porque, ao longe, ele estava a ver um prado florido.
Juntando o bocadinho de forças que ainda lhes
restavam, o Romeu e a Julieta voaram, até ao
outro lado da floresta.
E quando lá chegaram, depararam com um
prado cheiinho de flores de todas as cores do
arco-íris. Que maravilha!
Eles começaram a voar de cor em cor, de flor em
flor, provando o néctar de muitas flores
diferentes. Estavam fascinados com todos aqueles
sabores, todos os cheiros e todas aquelas cores.
Era tudo tão bonito! Gostariam de ficar ali para
sempre…
Mas… e o jardim? Eles não podiam abandonar o
seu jardim. É que os jardins precisam muito de
insectos para crescer e dar frutos.
Então chamaram o Vento Sul que, com cuidado,
lhes pegou de mansinho e, com um sopro suave,
os levou de volta a casa.
Já em casa, eles juntaram todos os habitantes do
jardim e contaram tudo aquilo que tinham visto e
experimentado no prado, do outro lado da floresta.
Falaram de como era bonito, diverso, com flores
de muitas cores, muitos cheiros e muitos sabores.
E de como as abelhas e os outros insectos, ao
trabalhar em conjunto, conseguiam fazer daquele
prado florido um lugar de sonho, onde as
diferenças eram valorizadas e onde todos
contribuíam para fazer daquele prado um mundo
melhor.
Eles sonhavam com um jardim assim…
Os habitantes do Jardim gostaram muito do que
ouviram e quiseram, também eles, viver num mundo
diferente, com mais cor, mais beleza, onde todos
fossem livres…
Pediram a ajuda do Vento
Sul, que soprando de
mansinho, foi misturando
o pólen das várias flores,
criando assim novas flores
que em si, continham
todas as promessas de um
mundo melhor.
O Romeu e a Julieta ficaram amigos para
sempre e nunca mais se separaram
.
Quando cresceram, deram origem a uma nova
geração de borboletas, que não eram vermelhas ou
cor-de-rosa, mas de todas as cores do arco-íris.
E os seus pais, o Romeu e a Julieta, olhavam para
aqueles filhos tão diferentes deles e tão diferentes
entre si, todos tão diversos, tão bonitos, únicos,
especiais, e ficavam muito orgulhosos.
Sabiam que, só quando se é diferente, quando
respeita essa diferença, e fazendo uso dela, se
trabalha para a construção de um Jardim melhor e
mais completo, é que se consegue construir um
mundo novo, mais belo, mais colorido, tornando-o
num lugar melhor para viver e ser feliz.
O Romeu e a Julieta sabiam o quando a diversidade é
importante para a construção de um Jardim.
Pozinho de perlim-pim-pim
A história chegou ao…

Sala 4
Jardim de Infância Brandoa 2
Ano Lectivo 2008/2009 Fim…

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