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TEORIA DO ESTADO BRASILEIRO

Silvia Helena RIGATTO, shrigatto@hotmail.com (DOUTORADO/CNPQ), José Luiz


Quadros de MAGALHÃES, jluiz@ihendrix.com.br (Orientador), Menelick de CARVALHO
NETTO, menelickdecarvalhonetto@terra.com.br (Co-Orientador)

* Faculdade de Direito/Curso de Pós-Graduação em Direito


* Faculdade de Direito/Programa de Pós-Graduação em Direito
Estado/Povo/Representatividade/Legitimidade/Poder/Território

RESUMO

A Teoria Geral do Estado não pode mais ser utilizada para os estudos sobre Estado, uma vez
que cada Estado-nação apresenta suas peculiaridades. Os elementos que constituem os
Estados podem ser tomados de forma geral, mas devem ser analisados sob a perspectiva local.
Daí a necessidade de cada Estado-nação desenvolver sua própria teoria, analisando cada
elemento envolvido em sua formação. A formação dos Estados-nações ocorre de duas formas:
a partir da delimitação de um determinado espaço geográfico onde se estabelecerá uma ordem
constitucional, vinculando a esta ordem um determinado número de pessoas que serão
sujeitos de direitos e deveres (cidadãos de direito) perante este Estado; ou então, a partir de
um determinado número de pessoas, unidas por sentimentos e/ou ideiais comuns (nação) que
se estabelecerão em um determinado espaço geográfico dando origem ao Estado e a um texto
constitucional. Da forma pela qual um Estado-nação é constituido origina questões como
representatividade e legitimidade deste Estado e por conseguinte de seu texto constitucional.
O Estado brasileiro apresenta atualmente problemas de adequação das normas constitucionais
às reais necessidades de seus cidadãos, gerando a sensação de ineficácia do texto
constitucional. Ocorre que os textos constitucionais devem ser a expressão da vontade e dos
ideais do povo, revelando a identidade constitucional destes sujeitos e devendo, portanto, ter
sua participação direta quando de sua elaboração. A construção da identidade utiliza-se,
dentre outros, do conteúdo histórico e cultural das instituições sociais. A identidade do sujeito
constitucional brasileiro não fora formada a partir de ideais, laços históricos, culturais ou
religiosos mas sim a partir de instituições e organizações políticas dominantes desde nossa
colonização. A identidade do povo brasileiro que hoje é esboçada em nosso texto
constitucional fora construída, e ainda permanece, por uma oligarquia que visava na
concessão de direitos sua manutenção no poder, de onde podemos afirmar que a construção da
identidade do cidadão brasileiro sempre foi oriunda de relações de poder e não da efetiva
participação dos grupos sociais. Tal fato repercute gravemente em questões como
legitimidade e eficácia da norma constitucional, dificultando na identificação dos demais
elementos que constituem o Estado brasileiro. Portanto, podemos afirmar, que esta forma de
identidade construída para o sujeito do texto constitucional brasileiro é a identidade
legitimadora, ou seja, aquela “introduzida pelas instituições dominantes da sociedade no
intuito de expandir e racionalizar sua dominação em relação ao atores sociais”. A partir da
constatação da falta de uma identidade constitucional brasileira, oriunda da ausência do
sentimento de nação deste povo, emergem questões como a legitimidade do poder
(autoridade/governo e soberania) e sua representatividade interna e extena (territorialidade).

Apoio: CNPq

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