Você está na página 1de 3

AÇÃO PENAL - 225 CP

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação
penal pública condicionada à representação.
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a
vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.
Regra: Ação publica condicionada a representação do ofendido, vitima (capitulo I e II)
Exceção: Cap I e II do art 225: quanto vitima menos de 18 anos, art 217-A ( vulneravel, menos de 18
anos, doente mental e diminuída a capacidade de resistência)

Quanto a Sumula 608 na aplicação da nova lei:


Duas correntes:
1) Não aplica ao novo regime jurídico: Ação Penal Publica Condicionada, no caso de estupro
com morte ou lesão grave a ação penal é pública com representação do ofendido (ofendido
morto?).
2) Aplicação no novo regime jurídico – indisponibilidade do interesse vida, sendo assim , no
caso de estupro com morte ou lesão grave a ação penal é pública incondicionada
(interpretação conforme a constituição). – André Estefam, Cassio
Não há um consenso sobre a aplicação da sumula 608, por isso a existência das duas correntes.

Art-213 ESTUPRO
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito)
ou maior de 14 (catorze) anos
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Objeto jurídico: dignidade sexual e liberdade sexual

Sujeito ativo: crime comum, qualquer pessoa pode praticar, tanto homem quanto mulher.
• Co-autoria funcional: Quem ajuda, um terceiro (pratica parte do verbo, ex. um comete
violência e outro estupra)
• Autoria mediata: o autor culpável utiliza um executor inculpável.Ex. doente mental, menor de
16 anos.
• Partícipe: Aquele que concorrentemente contribui com o crime do autor, não pratica ato
libidinoso e nem utiliza de violência, ele induz, instiga e auxilia. Ex. da carona para a vitima,
conta para o autor qual o itinerário da vitima. Ele deve ter dolo. Art 29 cp.
• Participe por imissão: quando existe o dever jurídico de evitar o resultado. Ex. policial sabendo
que seu colega estuprou alguém e não fez nada.
• Teoria do fato:
Sujeito passivo: tanto homem quanto mulher, maior de 14 anos em sã consciência e com
discernimento, exceto vulnerável que é tipificado no art 217-A.

Conduta – elemento objetivo: constranger alguém mediante violência ou grave ameaça.


E se for fraude? : Não é constrangimento, pode ser 215 (ex. irmão gêmeo pega a namorada do irmão)
ou 217-A.

Violência imprópria: aplica anestesia, drogas. Dependendo do grau de narcotização pode ser o art215
(diminuição da capacidade de resistência, mediante fraude) ou 217ª (retira a capacidade de
resistência ou consciência absoluta é presunção de violência, e estupro de vulnerável)

Ato libidinoso: qualquer ato


• Praticar - positivo da vitima (ex.sexo oral)
• Permitir – negativo da vitima.
• É possível estuprar sem contato físico?: mediante violência ou grave ameaça se masturbar,
utilizar qualquer outro objeto, tirar a roupa.
• O dolo não tem fim especifico
• Se os atos forem preliminares normais da conjunção carnal: crime único 213 (principio da
consumação, o crime fim absorve o crime meio)
• Se tem ato libidinoso diverso, destacado de outro: (Ex. conjunção carnal e sexo anal).Duas
condutas distintas. Com a mesma vitima, no mesmo lugar, mas dois atos diferentes.
o Dois crimes: 69 CP (concurso material) / 71 CP (crime continuado)
o Antes da nova lei: se o autor praticasse um ato libidinoso destacado, ele praticava
atentado violento ao pudor e conjunção carnal. Aplicava concurso material e as penas
eram somadas (art. 69CP)
o Após a nova lei: o art.214 foi revogado e passou para o 213. Hoje se aplica ato
libidinoso destacado e conjunção carnal, é estupro. Então surgiu duas correntes:
1) Art 71 – crime continuado, pega a pena de 1 crime e utiliza causa de aumento
de pena . Por ser mais benéfica retroage inclusive as ações transitadas em
julgado.
2) Art 69 – concurso material, fundamentando que o estupro é um tipo misto
cumulativo, dentro da própria descrição, contem crimes diferentes. Para a
vitima são crimes diferentes: cada vez que pratica o verbo é um crime .
o Se houver varias vezes o estupro: (ex. estupra hoje e vitima não denuncia, estupra
amanhã e novamente não denuncia, passa uma semana e estupra novamente e não
denuncia) è crime continuado, art.71§único, mesmo que seja com vitimas diferentes.
 71 Caput – com a mesma vitima, e 71§único com vitimas diferentes
Sujeito passivo:
Idade
1) Maior de 14 anos: Se houver consentimento é fato atípico, se dissentir é elementar do art13
caput ou §1º(a vitima tem mais de 14 e menor de 18)lesão corporal grave ou §2º se
morte.Deve realizar perícia medica e depoimento (pode ser a única prova para a
condenação). Autos do processo.
2) Estupra no dia que faz 14 anos: utilizada de analogia, o fato é atípico, utiliza o 213§1ºCP
3) Menor de 14 anos: aplica o art217A estupro de vulnerável.
Vitima maior de 18 com violência ou grave ameaça 213 caput
Vitima maior de 14 e menor de 18 com violência ou grave ameaça 231§1º
Vitima com 14 anos no dia do aniversario com violência ou grave ameaça: aplica analogia ao
213§1º
Vitima menor de 14 anos com ou sem consentimento, com ou sem violência 217-A

Consumação / Tentativa:
Consumação: crime de mera conduta, com qualquer ato libidinoso.
Tentativa:
1) Se houver ato libidinoso, violento e não houver conjunção carnal por circunstancias alheia
é estupro consumado.
2) Se houver violência, mas não houver nenhum ato libidinoso por circunstancia alheia.
(desde que provada a finalidade de praticar o ato libidinoso)
Cabe art 15 – desistência voluntária: se houver violência e não houver nenhum ato libidinoso
por desistência voluntária do agente, aplica o art 15 (desistência voluntária)
Impotência: Pratica violência, não pratica ato libidinoso, pois da pratica acontece a impotência.
Respostas:
• Majoritário: crime consumado
• Art 15 – desistência voluntária, e aplica sanção para lesão corporal
• Crime impossível e aplica sanção para lesão corporal

ART 217- A
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que,
por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Sujeito passivo: Pessoa vulnerável - menor de 14 anos, pessoas que por enfermidade ou deficiência
mental, na tem o necessário discernimento para a pratica do ato, ou que, por qualquer outra causa,
não podem oferecer resistência.
Quanto aos critérios de pessoa vulnerável existe a presunção relativa, onde admite prova em contrario
como nos casos abaixo:
• Menor de 14 anos (nessas condições não há estupro):
• Documento falso e compleição física, onde as meninas parecem mais velhas – Acontece erro
de tipo
• Namoro com o conhecimento da família
• Prostituta de porta aberta

• Sistema de vulnerabilidade é absoluto ou relativo?


1. Absoluta, não admite prova em contraria. Interpretação autentica a intenção do legislador
(mens legislatoris)
2. Corrente Majoritária: Relativa, interpretação sistemática, mens legis - vontade da lei.

ART 215: Violação Sexual Mediante Fraude


Elementar do crime: indução a erro. Erro sobre a legitimidade do ato libidinoso. Ex. curandeiro que a
pretexto de cura precisa de ato sexual.
O agente utiliza de fraude: engodo e ardil. Esconde algo legitimo.
Falsas promessas de casamento.
Nelson Hungria denominava esse art de estelionato sexual.

Meio que impeça ou dificulte a manifestação 217-A§1º qualquer outra causa não pode

de vontade da vitima. Ex. embriaguez oferecer resistência
Segundo Nucci – quando houver total supressão da manifestação de vontade é estupro de vulnerável (217-
A§1º)
Quando houver diminuição dessa capacidade de manifestação da vontade art 215.

Art 16-A – Assedio Sexual


É baseado numa relação hierárquica
↓Sujeito ativo: superior hierárquico - crime proprio
↓Crime: constranger, abusar da relação entre superior e o subordinado
↓Sujeito passivo: subordinado - se envolver menor de 14anos é 217-A
Elemento subjetivo: constranger, compelir, forçar, obrigar.
Elemento normativo: (dado ou expressão do tipo penal que traz m juízo de valor e de ilicitude para
dentro do tipo penal). Vantagem ou favorecimento sexual e prevalecendo-se de superior hierárquico
inerente ao cargo, emprego ou função.

Dolo: elemento subjetivo especifico


• Buscando fim libidinoso
• Qualquer outro ato é atípico.
• Prova? Fim libidinoso, constrangimento abuso.

Você também pode gostar