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PGRTR

PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS NO


TRABALHO RURAL

Antonio Augusto R Ferraz – Fazenda Beleza


Belezinha

Elaboração

Junho/ 2022

1
SUMÁRIO

SUMÁRIO........................................................................................................... 2

1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA .................................................................... 7

2 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 7

3 OBJETIVO....................................................................................................... 8

4 REFERÊNCIAS NORMATIVAS ...................................................................... 8

5 DEFINIÇÕES .................................................................................................. 8

7 DIAGRAMA DAS AÇÕES DO PGRTR ......................................................... 11

8 CRITÉRIOS ADOTADOS PARA A AVALIAÇÃO DE RISCOS ...................... 12

9 CRITÉRIO PARA TOMADA DE DECISÕES DE CONTROLE ...................... 13

10 PERIODICIDADE DE AVALIAÇÃO ............................................................. 14

11 REGISTROS DOS DADOS ......................................................................... 14

12 DIVULGAÇÃO DOS DADOS ...................................................................... 15

13 –INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES E DOENÇAS


OCUPACIONAIS .............................................................................................. 15

13.1 ACIDENTE COM ANIMAIS PEÇONHENTOS ...................................... 16

14 AÇÕES DE PRESERVAÇÃO DA SAÚDE OCUPACIONAL ....................... 16

15 MATERIAL PARA A PRESTAÇÃO DE PRIMEIROS SOCORROS ............ 17

16 MEDIDAS DE SEGURANÇA NO TRABALHONO TRABALHO RURAL ..... 18

2
16.1 TRABALHO COM ANIMAIS ..................................................................... 18

16.1.1 Princípios gerais do manejo de bovinos ......................................... 18

16.1.2.O trabalhador ................................................................................. 18

16.1.3A instalação de manejo ................................................................... 19

16.1.4O tronco coletivo ............................................................................. 19

16.1.5O tronco de contenção .................................................................... 20

16.1.6Instalação própria para inseminação artificial ................................. 21

16.1.7 Outros equipamentos ..................................................................... 21

16.1.8O animal .......................................................................................... 21

16.1.9Trabalho com o gado no campo ...................................................... 22

16.1.10Touros ........................................................................................... 22

16.1.11Bois de engorda ............................................................................ 23

16.1.12Manipulação e eliminação de secreções, excreções e restos de


animais ...................................................................................................... 24

16.2 RECONHECIMENTO E PRECAUÇÕES RELATIVAS A DOENÇAS


TRANSMISSÍVEIS ........................................................................................ 24

16.2.1 Raiva .............................................................................................. 24

16.2.2 Brucelose ....................................................................................... 25

16.2.3 Carbunculose ................................................................................. 27

16.2.4 Tétano ............................................................................................ 28

3
16.2 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EXTREMAS ............................................. 29

16.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ......................................................... 30

16.3.1 Fatores ergonômicos...................................................................... 30

16.3.1 Fatores topográficos desfavoráveis................................................ 32

16.4 CONDIÇÕES SEGURAS DE TRÂNSITO DE TRABALHADORES E


VEÍCULOS.................................................................................................... 32

16.5 TRABALHO EM ALTURA ..................................................................... 33

16.5.1 Procedimentos de emergência e resgate ....................................... 34

16.6 REALIZAÇÃO DE TRABALHOS EM FAIXA DE SEGURANÇA DE


LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ................................................. 35

16.7 TRABALHO COM AGROTÓXICOS...................................................... 37

16.7.1 Procedimentos para a compra de agrotóxicos ............................... 37

16.7.2 Procedimentos para o transporte de agrotóxicos para a propriedade


.................................................................................................................. 38

16.7.3 Procedimentos para armazenamento de agrotóxicos .................... 39

16.7.4 Aplicação dos agrotóxicos .............................................................. 40

16.7.6 Equipamentos de proteção ............................................................ 41

16.7.5 Cuidados após a aplicação ............................................................ 42

16.7.6 Sintomas de intoxicação ................................................................ 43

16.7.7 Procedimentos básicos em caso de intoxicação ............................ 43

4
I - INVENTÁRIO DE RISCOS........................................................................... 45

I – CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO E AMBIENTE DE


TRABALHO ...................................................................................................... 46

1 SETOR: FAZENDA ....................................................................................... 46

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO ......................... 46

1.2 INSTALAÇÕES FÍSICAS DO AMBIENTE .............................................. 46

1.3 INSUMOS/ PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS ................................ 46

1.4 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS .................................... 47

1.5 MEDIDAS DE CONTROLE DE ENGENHARIA, ADMINISTRATIVAOU DE


ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EXISTENTE ............................................ 47

1.6 CARACTERIZAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO ................................. 47

1.7 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ............................................................ 47

1.8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL OBRIGATÓRIOS ...... 48

1.9 CURSOS DE CAPCITAÇÃO OBRIGATÓRIOS ...................................... 48

1.10 DADOS DE AVALIAÇÕES QUANTITATIVAS ...................................... 48

1.11 PERIGOS/FATORES DE RISCOS ....................................................... 49

II PLANO DE AÇÃO ......................................................................................... 51

RESPONSABILIDADE TÉCNICA .................................................................... 53

5
6
1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

Antonio Augusto R. Ferraz - Fazenda Beleza Belezinha


CPF: 153.395.996-04
Endereço: Fazenda Beleza Belezinha- Zona Rural – Joaima - MG
Gestor do PGRSSMATR: Aldeir Celso Faccion
Responsável pela elaboração do PGRSSMATR: Equipe técnica GV Clínicas
Atividade Principal: Criação de gado
Número de empregados: 03

2 INTRODUÇÃO

O Ministério da economia estabelece que quaisquer atividades da agricultura,


pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, devem ser realizadas
levando em consideração as disposições legais e regulamentares sobre
segurança e saúde no trabalho, especialmente a NR 31 - SEGURANÇA E
SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA,
EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA (BRASIL,2020).

Neste sentido, o empregador rural ou equiparado deve elaborar, implementar e


custear o PGRTR, por estabelecimento rural, por meio de ações de segurança
e saúde que visem à prevenção de acidentes e doenças decorrentes do
trabalho nas atividades rurais (BRASIL,2020).

De acordo com a NR 31, O PGRTR deve conter, no mínimo, inventário de


riscos ocupacionais e o plano de ação. Sendo assim, este documento terá
como objetivo apresentar o inventário de risco do estabelecimento rural
descrito no item 1, bem como o plano de ação para controle dos riscos
ocupacionais identificados, e outras medidas estabelecidas na NR 31 do
Ministério da Economia.

7
3 OBJETIVO

O objetivo deste documento é consolidar os riscos ocupacionais existentes no


estabelecimento rural descrito no item I em um inventário de riscos e propor
medidas de eliminação, mitigação ou neutralização de tais os riscos por meio
de um plano de ação.

4 REFERÊNCIAS NORMATIVAS

Portaria 3214/78 – Normas Regulamentadoras

ISO 31000 – Gestão de Riscos – Diretrizes

BS 8800 – Guia para Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho.

Normas de Higiene Ocupacional da FUNDACENTRO

American Conference Of Governmental Industrial Hygienists (ACGIH)

National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH)

5 DEFINIÇÕES

Empregador rural ou equiparado: pessoa física ou jurídica, proprietário ou


não, que explore atividade agro econômica, em caráter permanente ou
temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.

Trabalhador: pessoa física inserida em uma relação de trabalho, inclusive de


natureza administrativa, como os empregados e outros sem vínculo de
emprego.

Estabelecimento: local privado ou público, edificado ou não, móvel ou imóvel,


próprio ou de terceiros, onde a empresa ou a organização exerce suas
atividades em caráter temporário ou permanente

8
Local de trabalho: área onde são executados os trabalhos. Obra: todo e
qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação,
manutenção ou reforma.

Setor de serviço: a menor unidade administrativa ou operacional


compreendida no mesmo estabelecimento.

Perigo (hazard) – Fonte com potencial para causar lesão ou doença. Podem
incluir fontes com potencial para causar danos ou situações perigosas, ou
circunstâncias com potencial de exposição que leve a lesões e doenças.

Risco – Combinação da probabilidade de ocorrência do evento perigoso ou


exposição perigosa relacionada ao trabalho e da gravidade da lesão e doença
que pode ser causada pelo evento ou exposição. (R = S x P)

Identificação de perigos– Processo de reconhecimento da existência do


perigo e definição de suas características.

Classificação de riscos – Processo global de estimar a magnitude do risco e


de decisão sobre se o risco é ou não tolerável; ou, Processo de avaliação de
riscos provenientes de perigos, ou seja, interpretação em termos de
importância para fins de prevenção.

Riscos Físicos– Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia


a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações,
pressões anormais,temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações
não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

Riscos Químicos –Consideram-se agentes químicos as substâncias,


compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras,fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores,
ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser
absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

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Riscos Biológicos– Microrganismos, parasitas ou materiais originados de
organismos que, em função de sua natureza e do tipo de exposição, são
capazes de acarretar lesão ou agravo à saúde do trabalhador. Exemplos:
bactéria Bacillus anthracis, vírus linfotrópico da célula T humana, príon agente
de doença de Creutzfeldt-Jakob, fungo Coccidioidesimmitis.

Riscos de Acidentes ou Mecânicos – Consideram-se riscos de acidentes os


fatores que coloquem o trabalhador em situação de perigo ou colabore para
que trabalhador se acidente e que possa afetar a sua integridade, seu bem-
estar físico e moral.

Riscos Ergonômicos –Consideram-se riscos ergonômicos o esforço físico,


levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade,
situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho
prolongada, monotonia, repetitividade, imposição de rotina intensa.

Acidente– É um evento que resultou em lesão, doença ou fatalidade.

Nível de Ação – Valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas
(monitoramento periódico, informação aos trabalhadores e controle médico) de
forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais
ultrapassem os limites de exposição.

Grupos Similares de Exposição (GSE) – Grupos de trabalhadores que


experimentam exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela
avaliação de qualquer membro do grupo seja representativo do grupo como um
todo.

10
7 DIAGRAMA DAS AÇÕES DO PGR
PGRTR

A Metodologia adotada neste programa para a identificação de perigos e para


avaliação dos riscos obedeceu ao diagrama abaixo:

11
8 CRITÉRIOS ADOTADOS PARA A AVALIAÇÃO DE RISCOS

A avaliação de risco foi realizada para cada GSE em relação a cada agente de
risco e atividade no Inventário de Riscos, possibilitando conhecer em função do
risco da exposição qual a consequência para a saúde. A classificação de Risco
é obtida relacionando-se as informações anteriormente obtidas pela interação
da Probabilidade x Severidade do dano, conforme a Matriz de Risco utilizada
pela GV Clínicas.

A matriz de risco utilizada é apresentada na figura 01 abaixo. A mesma foi


desenvolvida tendo como parâmetros os critérios da AIHA (2015) e BS 8800:
Anexo D – com algumas adaptações.

Figura 1 - Matriz de avaliação de riscos

Pr 5 5 10 20 40 80
ob 4 4 8 16 32 64
abi 3
3 6 12 24 48
lid 2
2 4 8 16 32
ad 1 2 4 8 16
1
1 2 4 8 16

Severidade

NÍVEL DO CRITÉRIO DE
TRATAMENTO NO PLANO DE AÇÃO
RISCO DECISÃO
R≤2 Baixo Não é requerida nenhuma ação
2> R≤8 Tolerável Manter controle existente
8 > R ≤ 16 Moderado Avaliar necessidade de implantação de novos controles
16 > R ≤ 32 Alto Implantar e/ou implementar novos controles
32 > R ≤ 80 Crítico Paralisar a atividade

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9 CRITÉRIO PARA TOMADA DE DECISÕES DE CONTROLE

NÍVEL DE AÇÃO E CRONOGRAMA


RISCO

Não é requerida nenhuma ação, e não é necessário conservar registros

BAIXO documentados.

TOLERÁVEL Não são requeridos controles adicionais. Devem ser feitas


considerações sobre uma solução de custo mais eficaz ou melhorias
que não imponham uma carga de custos adicionais. É requerido
monitoramento, para assegurar que os controles são mantidos.

Devem ser feitos esforços para reduzir o risco, mas os custos de


prevenção devem ser cuidadosamente medidos e limitados. As
medidas para a redução do risco devem ser implementadas dentro de
um período definido.

Quando o risco moderado está associado a consequências altamente


prejudiciais, pode ser necessária uma avaliação adicional para

MODERADO estabelecer mais precisamente a probabilidade do dano, como base


para determinar a necessidade de melhores medidas de controle.

O trabalho não deve ser iniciado até que o risco tenha sido reduzido.

Recursos consideráveis podem ter que ser alocados para reduzir o


risco.

ALTO Se o risco envolve trabalho em desenvolvimento, deve ser tomada uma


ação urgente.

CRÍTICO O trabalho não deve ser iniciado ou continuado até que o risco tenha
sido reduzido. Se não é possível reduzir o risco, mesmo com recursos
ilimitados, o trabalho tem que permanecer proibido.

13
10 PERIODICIDADE DE AVALIAÇÃO

Este documento será revisto a cada 3 (três) anos, ou quando ocorrerem as


seguintes situações:

 Inovações e modificações nas tecnologias;


 Mudanças nos ambientes, processos, condições, procedimentos e
organização do trabalho, ou;
 Quando identificadas inadequações ou insuficiência na avaliação dos
perigos e na adoção das medidas de prevenção.

11 REGISTROS DOS DADOS

O histórico das atualizações, melhorias implementadas na linha do tempo, deve


ser mantido por um período mínimo de 20 anos, considerando o disposto em
normatização específica.

O registro de dados deve estar disponível aos trabalhadores interessados, seus


representantes e às autoridades competentes.

Os trabalhadores interessados poderão apresentar sugestões e terão o direito


de receber informações e orientações a fim de assegurar sua proteção dos
riscos ambientais identificados na execução do PGRTR.

O empregador deve informar os trabalhadores de maneira apropriada e


suficiente, sobre os riscos ambientais e sobre os meios disponíveis para
prevenir ou limitar tais riscos disponibilizados pela empresa.

Este PGRTR é um processo dinâmico e contínuo. A cada nova situação ou


fatos serão anexados documentos em formas de adendo e numerados na
seqüência de acordo com a data de entrada. Este PGRTR, bem como suas
atualizações estarão disponíveis no sistema M3 ocupacional da GV Clínicas
medicina do trabalho.

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12 DIVULGAÇÃO DOS DADOS

Todos os funcionários submetidos aos agentes ambientais serão informados,


através de palestra e/ou treinamentos, sobre as formas de se proteger de tais
agentes e quais os cuidados a serem adotados no seu dia a dia de trab
trabalho.

O PGRTR ficará disponível a todos e alocado no estabelecimento a que se


refere. E deve sempre estar disponível para consulta de qualquer interessado
interessado.

13 –INVESTIGAÇÃO
INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTES E DOENÇAS
OCUPACIONAIS

A análise dos acidentes e doenças deve


eve ser realizada para evitar a reincidência
do evento, devendo ter início logo após a ocorrência do fato. Quanto menor for
o tempo entre o acidente e a investigação, maiores e melhores serão as
informações obtidas a fim de estabelecer as devidas recomenda
recomendações para
evitar a reincidência. A comunicação de acidente do trabalho ou da doença
ocupacional deverá ser realizada imediatamente após o evento ter ocorrido
ocorrido.

15
13.1 ACIDENTE COM ANIMAIS PEÇONHENTOS

Em casos de acidentes com animais peçonhentos adotar os procedimentos


abaixo:

 Lavar o local da picada com água e sabão;


 Não fazer torniquete ou garrote, não furar, cortar, queimar, espremer ou
fazer sucção no local da ferida, nem aplicar folhas, pó de café ou terra
para não provocar infecções;
 Não ingerir bebida alcoólica, querosene ou fumo;
 Evitar que a pessoa ande ou corra;
 Manter o trabalhador deitado com o membro picado elevado;
 Encaminhar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo
para que possa receber o tratamento adequado em tempo.

14 AÇÕES DE PRESERVAÇÃO DA SAÚDE OCUPACIONAL

O empregador rural identificado no item 1 deste PGRTR deve garantir a


realização de exames médicos de seus colaboradores, obedecendo aos
requisitos da tabela abaixo. Para cada exame deverá ocorrer a emissão de
ASO em 03 (três) vias: empresa, funcionário e MÉDICO DO TRABALHO.

Tabela 1 - Tipos de exames médicos


Tipo de exame Quando fazer
Exame admissional Antes que o trabalhador assuma suas atividades
Exame periódico Anualmente ou em intervalos menores, quando
disposto em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou a
critério médico
Exame de retorno ao No primeiro dia do retorno à atividade do trabalhador ausente
por período igual ou superior a 30 (trinta) dias devido a
trabalho
qualquer doença ou acidente
Exame de mudança de risco Antes da data da mudança, adequando-se o controle médico
aos novos riscos
ocupacional
Exame admissional, Até 10 (dez) dias, contados do término do contrato, podendo
ser dispensado caso o exame clínico mais recente tenha sido
realizado há menos de 90 dias, salvo o disposto em acordo ou
convenção coletiva de trabalho

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Com base nos riscos identificados no ambiente do empregador rural
identificado no item 1 deste PGRTR, os exames indicados serão os constantes
no PCMSO.

15 MATERIAL PARA A PRESTAÇÃO DE PRIMEIROS


SOCORROS

Este estabelecimento rural deverá possuir os itens de primeiros socorros


indicados abaixo e manter pessoa treinada para este fim.

Caixa de Primeiros Socorros

 Algodão;
 Ataduras elásticas, de crepom e de gaze;
 Bandagem;
 Barra de sabão;
 Bolsa de água quente;
 Bolsa de compressa de gelo;
 Compressas limpas;
 Cotonetes;
 Esparadrapo tipo micropore;
 Frascos de água oxigenada, soro fisiológico e álcool;
 Gaze estéril;
 Lanterna;
 Luvas descartáveis para procedimentos;
 Pinça pequena;
 Spray antisséptico;
 Termômetro;
 Tesoura sem ponta

Em caso de urgência, empregador deve garantir a remoção do acidentado,


sem ônus para o trabalhador.

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16 MEDIDAS DE SEGURANÇA NO TRABALHONO TRABALHO
RURAL

16.1 TRABALHO COM ANIMAIS

O manejo de bovinos sempre envolve o risco de acidentes devido a


esmagamentos, coices, cabeçadas ou chifradas. O risco aumenta se o trabalho
envolve animais que não são trabalhados com frequência, como em função da
categoria ou de criações mais extensivas. Contudo, bons sistemas de manejo,
funcionários competentes e treinados, e um rigoroso sistema de seleção e
descarte podem assegurar que o trabalho com bovinos possa ocorrer com uma
segurança razoável.

Familiaridade com os animais pode levar a complacência. Muitos acidentes


ocorrem porque as pessoas falham em tratar os animais com a devida
precaução. Um animal dócil e brincalhão pode matar uma pessoa com a
mesma facilidade que outro arredio e agressivo.

16.1.1 Princípios gerais do manejo de bovinos

Deve-se considerar:

 O trabalhador – incluindo capacidades físicas e mentais, treinamento e


experiência;
 A instalação de manejo – cercas, seringa, tronco coletivo, pescoçeira ou
tronco de contenção, embarcador etc.;
 O animal – incluindo o quanto está acostumado ao manejo e sua saúde.

16.1.2.O trabalhador

O trabalhador deve estar:

 Apto a usar o equipamento de manejo a disposição;

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 Consciente dos perigos do trabalho com o bovino e ser supervisionado
enquanto não estiver competente para tal;
 Apto a trabalhar com calma o gado, sem gritos, impaciência ou excesso
de força;
 Em boa saúde e capacitado em métodos de segurança;
 Treinamento para tal pode ser realizado com profissionais da área.

Alguns trabalhos necessitam de duas ou mais pessoas, deve-se avaliar sempre


estas necessidades antes de se iniciar a tarefa.

Quanto a limite de idade para a lida com o gado, as capacidades individuais


variam muito, mas não se deve permitir que crianças abaixo dos 13 anos lidem
com os animais. Acidentes também acontecem com pessoas idosas, que não
possuem mais a agilidade necessária para escapar de um animal agressivo.

16.1.3A instalação de manejo

Toda fazenda de gado deve ter instalações de manejo bem planejadas,


conservadas e em bom funcionamento. Um bom tronco coletivo e de contenção
(ou uma boa pescoçeira – adaptada no tronco coletivo) são essenciais. Nunca
trate ou trabalhe com um bovino que não esteja bem contido. Se tiver que
trabalhar com um animal que estiver deitado, livre no tronco ou isolado em um
curral – não sendo possível contê-lo adequadamente -, tenha uma boa área de
escape para não ser atingido se o animal rolar, levantar ou se mover
subitamente.

16.1.4O tronco coletivo

Garanta que:

 Os animais possam entrar facilmente no tronco, e que haja espaço


suficiente na seringa (embute) para um fluxo tranquilo em direção ao
tronco. Uma seringa circular pode facilitar ao funcionário coordenar a
movimentação do gado com segurança e eficiência;
19
 Os animais tenham uma visão clara a frente, para que se locomovam
mais facilmente. O ideal é um tronco curvo, mas desde que nas
dimensões corretas;
 As laterais do tronco sejam altas o suficiente para que os animais não
saltem sobre elas, tentando escapar;
 Ninguém deve trabalhar no tronco de contenção com um animal solto
por trás, no tronco coletivo.

16.1.5O tronco de contenção

Um tronco de contenção (brete) que permita que a maioria dos trabalhos de


rotina sejam realizados de maneira segura, incluindo tratamentos orais ou
trabalhos no posterior, precisa, pelo menos:

 Ter um portão na frente e pescoçeira (preferencialmente automática)


para permitir que a cabeça da rês seja segura firmemente. Barras
adicionais previnem que o animal movimente a cabeça na vertical e
possa ferir alguém;
 Ter uma barra ou corrente traseira para minimizar o movimento para trás
e para frente do animal (deve ser sempre utilizada);
 Seja bem firme;
 Seja localizado de maneira que os trabalhadores possam movimentar-se
com segurança em torno e tenha uma boa iluminação natural ou
artificial;
 Que, com um mínimo de esforço, admita a abertura fácil dos portões. A
manutenção regular é fundamental;
 Tenha um piso antiderrapante.

Considere a possibilidade de portões de apartação após o tronco para a


separação em diferentes grupos. Cobertura e uma mesa ou apoio – para
escrituração, instrumentos, medicamentos etc. – próxima ao tronco de
contenção auxiliam muito.

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16.1.6Instalação própria para inseminação artificial

Para a prevenção de acidentes com o inseminador, sempre use um tronco de


inseminação, tronco de contenção ou uma estrutura similar para que a matriz
não se movimente em excesso durante a inseminação – é fundamental evitar o
excesso de pressão. Se necessário (variável conforme a instalação) verifique
que o inseminador tenha o auxílio adequado para mover a rês em direção à
estrutura de inseminação.

16.1.7 Outros equipamentos

Paus e ferrões não devem nunca ser utilizados para bater no animal – isto só
serve para ferir e agitar. Antes de iniciar qualquer tratamento individual tenha
certeza de que o animal não possa atingi-lo com as patas.

Para tratamentos específicos como casqueamento, por exemplo, use uma


estrutura planejada para tal – tronco de casqueamento, com “barrigueira”,
apoio para as patas e espaço adequado, especialmente no posterior. Verifique
que não exista nenhum ponto de risco, de forma que se houver algum
movimento brusco do animal você não se machuque ao se desviar.

Instrumentos de contenção podem ser úteis – ex. cordas ou correias -, mas


desde que usados por pessoas experientes.

16.1.8O animal

Muitos dos animais já estão familiarizados com o trabalho de rotina. Assegure


que aqueles que não estão acostumados com o processo a ser realizado –
local, sons, atividades e pessoas envolvidas -, sejam treinados/condicionados
ao mesmo antes.

Conforme a idade, os animais talvez ainda não tenham desenvolvido todos os


traços de agressividade que podem vir com a maturidade, mas eles nunca
podem ser vistos como totalmente seguros. Independente da categoria do

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bovino assegure que as práticas de segurança ao manejo estejam sendo
seguidas.

Se você tiver um animal que é normalmente agressivo e difícil de manejar,


considere o descarte deste. Se isto não for possível, assegure-se que suas
instalações estejam adequadas e os funcionários estejam cientes do risco em
potencial ao lidar com o animal em questão.

16.1.9Trabalho com o gado no campo

Algumas tarefas podem ter de ser realizadas no campo, sem os equipamentos


adequados. Se tiver que separar um animal do rebanho, ou qualquer outro
trabalho no campo, por exemplo marcação ou brincagem de bezerros jovens,
tenha certeza de que o possa fazer com segurança. Sempre verifique que:

 Pelo menos duas pessoas estejam presentes se tiver que separar um


animal do rebanho no pasto para qualquer tipo de tratamento;
 A segunda pessoa esteja impedindo que outro animal ou a mãe do
bezerro se aproxime de onde a tarefa esteja sendo executada.

16.1.10Touros

Os reprodutores muitas vezes são mantidos separados do restante o rebanho,


e podem se tornar mais estressados no momento do manejo e oferecer
maiores riscos. Estes animais podem tornar-se mais fáceis de manejar se
desde bezerros associarem a presença de pessoas com ocorrências
prazerosas, como suplementação alimentar, escovação etc. Se você adquirir
novos touros – especialmente adultos -, informe-se sobre como eles eram
manejados, para procurar facilitar a adaptação destes em sua propriedade.

Caso os reprodutores a serem utilizados estejam desde jovens em sua


propriedade, considere o uso de um sistema de treinamento destes animais, os
resultados positivos serão para sempre.

22
16.1.11Bois de engorda

Apesar de uma parte dos machos de engorda serem vendidos para abate
antes de atingir sua maturidade – quando podem tornar-se mais perigosos -,
estes também podem representar riscos para quem trabalha com eles – em
confinamento ou a pasto.

Garanta que:

 As atividades de manejo em que seja necessária as locomoções do


funcionário entre os animais sejam realizadas com a segurança
necessária, quando possível – ex. fornecimento de suplementos
alimentares -, passar a realizá-las de fora do piquete;
 Exista uma área – corredor ou piquete adjacente – para qual você possa
mover os animais quando for fazer alguma movimentação maior no
piquete;
 As cercas divisórias e porteiras sejam fortes os suficientes, estejam na
altura correta e em perfeito estado de conservação e funcionamento;
 As pesagens, tratamentos veterinários, marcações e outras atividades
de manejo individual sejam feitas de forma segura e controlada;
 O curral de manejo – especialmente área de serviço e embarque –
esteja planejado de forma que, dentro do possível, os funcionários não
necessitem de locomover-se entre os animais.

Uma instalação bem planejada permite que tenha sempre uma área de escape
ou proteção em pontos de maior risco. Quando realizar embarques mantenha
curralões e piquetes adjacentes sempre fechados para facilitar a recuperação
de animais que escapem do curral. Tome todos os cuidados e precauções
antes de entrar em recintos fechados com um animal adulto solto.

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16.1.12Manipulação e eliminação de secreções, excreções e restos de
animais

Os resíduos provenientes dos processos produtivos devem ser eliminados dos


locais de trabalho, segundo métodos e procedimentos adequados que não
provoquem contaminação ambiental. A política relacionada ao controle de
resíduos gerados deverá adotar os seguintes princípios:

 Não geração;
 Redução;
 Reutilização;
 Reciclagem;
 Tratamento dos resíduos sólidos;
 Disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Os resíduos sólidos ou líquidos de alta toxicidade, periculosidade, alto risco


biológico e os resíduos radioativos deverão ser dispostos com o conhecimento
e a orientação dos órgãos competentes e mantidos sob monitoramento.

16.2 RECONHECIMENTO E PRECAUÇÕES RELATIVAS A DOENÇAS


TRANSMISSÍVEIS

16.2.1 Raiva

É uma zoonose viral que se caracteriza como uma encefalite progressiva


aguda e letalidade de aproximadamente 100%, considerando casos raros de
cura. O vírus rábico, contido na saliva do animal, penetra no organismo
principalmente por meio de mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e
lambedura de mucosas. As principais fontes de infecção são o cão e o gato. No
Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia
silvestre.

24
A raiva também afeta também os bovinos, trazendo sérios prejuízos
econômicos para a produção de leite, além de ser uma importante zoonose
(doença que pode ser transmitida entre animais e humanos).

Os principais sintomas de raiva em bovinos são:

 Perda de apetite, inquietação e mudança de hábitos;


 Andar cambaleante;
 Salivação intensa;
 Fezes secas e escuras;
 Podem ficar ocasionalmente agressivos.

16.2.1.1 Precauções contra a raiva

Deve-se adotar as seguintes medidas de controle:

 Vacinação maciça de cães e gatos;


 Vacinação dos trabalhadores com a vacina antirrábica;
 Controlar a população de morcegos mantendo iluminação noturna no
curral;
 Realizar a aplicação da vacina anual de todo o rebanho,
independentemente da idade;

 Inspecionar os animais para identificar ataques de morcego para sugar o


sangue do local;
 Evitar contato com a saliva e fezes dos animais infectados.

16.2.2 Brucelose

A brucelose humana é causada por bactérias do gênero Brucella spp. da


família Brucellaceae. Possui alta prevalência em ambientes ocupacionais e é
citada na lista de doenças relacionadas ao trabalho, segundo a Portaria nº
1.339/1999, do Ministério da Saúde.

25
A doença, que é responsável por incapacidade para o trabalho ou diminuição
do rendimento profissional, atinge principalmente trabalhadores que manejam
animais e da cadeia de produção de laticínios, carnes e seus derivados.

Como a bactéria possui múltiplas rotas de infecção, sendo que os mamíferos


são os principais hospedeiros naturais, gera um cenário de difícil controle e de
real ameaça para a saúde pública, qualidade de vida e sobrevivência de
pessoas e animais.

De forma geral, a doença acomete com maior frequência aos trabalhadores


rurais (ex: vaqueiros, boiadeiros, vacinadores, tratadores de animais,
produtores de carne, leite e queijo), veterinários, trabalhadores de frigorifico
(ex. abatedores) e trabalhadores de laboratórios.

Alguns dos sinais e sintomas mais comuns são:Febre;Mal-estar;Sudorese


noturna e profusa);Calafrios;Fraqueza;Cansaço;Perda de peso;Dores (de
cabeça, articulares, musculares, no abdômen e nas costas).

16.2.2.1 Prevenção contra a brucelose

Não existe vacina efetiva. Entre outras medidas, a prevenção da brucelose


humana pode ocorrer com o controle ou eliminação da doença na população
animal hospedeira. Diariamente, deve-se evitar o contato direto ou indireto com
animais doentes ou potencialmente contaminados e seus produtos derivados.
Outras medidas importantes para evitar a doença são:

 Consumir apenas leite fervido ou pasteurizado.


 Consumir derivados de leite preparados com leite fervido ou
pasteurizado.
 Consumir carne, vísceras e derivados de carne sempre bem cozidas.
 Manter uma boa higiene e desinfecção dos locais de produção animal e
de produtos derivados (galpões onde os animais são ordenhados,
piquetes, locais onde ocorrem partos ou permanece o animal prenhe ou

26
em tratamento sanitário, frigoríficos, açougues, matadouros e outras
áreas potencialmente contaminadas pela circulação de gado);
 Utilizar corretamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
determinados para cada atividade laboral específica (durante o manejo
de animais, vacinação ou manipulação de elementos passíveis de conter
as bactérias causadoras da brucelose).
 Seguir as normas de biossegurança.
 Fazer o pré-natal adequadamente, no caso das gestantes.
 Não alimentar cães e outros animais com produtos de origem animal
crus (cárneos e outros).

16.2.3 Carbunculose

Causada pela bactéria Bacillus anthracis. É uma doença infecto-contagiosa de


origem animal, conhecida vulgarmente por peste da Manqueira ou mal de ano.
Ataca principalmente animais ruminantes herbívoros que pastam em áreas com
solo contaminado. O nome da doença faz referência à mancha negra formada
na pele, em caso de contaminações cutâneas. Essa infecção cutânea não é
especialmente perigosa, mas a bactéria pode formar esporos capazes de
sobreviver quando são triturados, desidratados, enterrados ou borrifados e
tornam-se ativos quando inalados ou digeridos. A incidência do carbúnculo é
muito baixa, geralmente, esporádica em quase todo o mundo. No Brasil, não
existe registro de casos da doença em humanos. Atualmente, o risco de se
contrair a doença é mínimo.

16.2.3.1 Prevenção contra a carbunculose

Não tocar, agitar, limpar ou recolher material que possa conter a bactéria
Bacillus anthracis; evitar olhar muito de perto, cheirar, provar, espirrar ou tossir
próximo a materiais contaminados; desligar aparelhos de climatização,
condicionadores, exaustores e ventiladores de ar em ambientes que possam
estar infectados; fechar janelas e portas, sair do local contaminado, mantendo-

27
o isolado e não permitir a entrada de ninguém; demarcar a área para
desinfecção.

16.2.4 Tétano

É uma doença infecciosa grave, não contagiosa, causada por uma toxina
produzida pela bactéria Clostridium tetani. Essa bactéria é encontrada nas
fezes de animais e de seres humanos, na terra, nas plantas, em objetos e pode
contaminar as pessoas que tenham lesões na pele (feridas, arranhaduras,
cortes, mordidas de animais etc.), pelas quais o microrganismo possa penetrar,
provocando o tétano acidental.

A toxina produzida pela bactéria ataca, principalmente, o sistema nervoso


central, provocando:

 rigidez muscular em todo o corpo, mas principalmente no pescoço;


 dificuldade para abrir a boca e para engolir;
 riso convulsivo, involuntário, produzido por espasmos dos músculos da
face.

A contratura muscular pode atingir os músculos respiratórios e pôr em risco a


vida da pessoa.

16.2.4.1 Prevenção contra o tétano

O tétano é uma doença que pode ser evitada desde que alguns cuidados
sejam observados:

 Manter o esquema de vacinação em dia. Crianças com até cinco anos


de idade devem receber a vacina tríplice contra tétano e, a partir dessa
idade, a vacina dupla (contra difteria e tétano). Muitos adultos jamais
tomaram a vacina dupla e, mesmo os que já tomaram, costumam
esquecer-se das doses de reforço, que devem ser tomadas a cada dez

28
anos para garantir a proteção contra a doença e podem ser obtidas em
qualquer posto de saúde;
 Limpar cuidadosamente com água e sabão todos os ferimentos para
evitar a penetração da bactéria;
 Não são apenas pregos e cercas enferrujadas que podem provocar a
doença. A bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos
ambientes.

16.2 CONDIÇÕES CLIMÁTICAS EXTREMAS

Fatores climáticos são imprevisíveis, por isso, é essencial que os trabalhadores


recebam as orientações adequadas sobre o que fazer em caso de condições
climáticas desfavoráveis. Por exemplo, medidas de como interromper o
trabalho imediatamente, principalmente se realizados próximos às cercas, e se
deslocar para áreas seguras, evitando árvores e áreas descampadas, devem
ser seguidas.

16.2.1 Tempo chuvoso com possibilidade de descargas elétricas

Adotar procedimentos orientativos ao trabalhador instruindo-os a:

 Não operar tratores ou máquinas, especialmente para rebocar


equipamentos metálicos;
 Afastar-se das árvores e terrenos abertos;
 Não permanecer em piscinas, rios e lagos;
 Evitar ficar em morros e terrenos elevados;
 Se estiver dirigindo, permanecer no carro;
 Não permanecer perto de cercas e redes elétricas;
 Afastar-se de cercas de arame, varais metálicos e trilhos

16.2.1 Exposição ao sol

Essa exposição, pode vir a acometer diversos agravos à saúde, como


queimaduras, câimbras, síncope (desmaio), insolação e câncer de pele.
29
Importante que desenvolva suas tarefas devidamente protegido, organizando
as atividades de forma que aquelas que demandem maior esforço físico sejam
desenvolvidas em horários de climas mais ameno. O esforço físico aliado ao
calor excessivo possibilita a ocorrência de perda abundante de líquidos,
principalmente através do suor, necessitando de sua reposição imediata
através da ingestão de solução balanceada de água e sais, ficando desta forma
atento aos períodos muito quentes do dia para quando necessário interromper
o trabalho.

Podem ser adotadas medidas de segurança, propiciando o maior conforto dos


trabalhadores, tais como:

 Uso de vestuários adequados e confortáveis, devendo ser de algodão


de modo a permitir a evaporação do suor e a troca de calor do corpo
com o meio externo;
 Uso de equipamentos de proteção individual apropriado e confortáveis;
 Estabelecimento de trabalho segundo as horas do dia, de forma a
minimizar a exposição dos trabalhadores nas horas mais quentes do
dia;
 Uso de protetores solares e uma adequada hidratação dos
trabalhadores durante a jornada de trabalho.

16.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

16.3.1 Fatores ergonômicos

O empregador rural ou equiparado deve adotar princípios ergonômicos que


visem a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar melhorias nas
condições de conforto e segurança no trabalho.

30
A organização do trabalho deve ser adequada às características
psicofisiológicas dos trabalhadores e a natureza do trabalho a ser
executado.Deverá ser observado:

 As normas de produção;
 O modo operatório;
 A exigência de tempo;
 A determinação do conteúdo de tempo;
 O ritmo de trabalho;
 O conteúdo das tarefas.

Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica


devemserincluídaspausasparadescansoeoutrasmedidasquepreservemasaúded
otrabalhador.

Nas operações que necessitem também da utilização dos pés, os pedais e


outros comandos devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem
fácilal, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser
executado.

Para as atividades que forem realizadas necessariamente em pé, devem ser


garantidas pausas para descanso.

16.3.1.1 Levantamento e o transporte manual de carga

Deve ser proibido o levantamento e o transporte manual de carga com peso


suscetível de comprometer a saúde do trabalhador

Na ergonomia, o consenso é que o peso levantado por um trabalhador seja em


torno de 25 quilos. A recomendação é que sempre que possível haja divisão do
peso de maneira que o trabalhador possa trazer esse material para próximo do
corpo e tenha seu esforço reduzido.

31
Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas deve
receber treinamento ou instruções quanto aos métodos de trabalho que deverá
utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.

16.3.1 Fatores topográficos desfavoráveis

O empregador rural ou equiparado deve adotar medidas de proteção, para


minimizar os impactos sobre a segurança e saúde do trabalhador, nas
atividades em terrenos acidentados, dentre elas:

 Ferramentas com cabo mais curto, para atividades em ladeiras


íngremes;
 Animais precisam ser bem treinados e de boa índole, e só devem ser
conduzidos por trabalhadores experientes;
 Trabalhadores devem ser treinados para trabalhar com tratores ou outro
tipo de máquina devido ao alto risco de capotamento.

O empregador rural ou equiparado deve adotar princípios ergonômicos que


visem a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar melhorias nas
condições de conforto e segurança no trabalho.

16.4 CONDIÇÕES SEGURAS DE TRÂNSITO DE TRABALHADORES E


VEÍCULOS

O transporte coletivo de trabalhadores deve observar os seguintes requisitos:

 Possuir autorização específica para o transporte coletivo de


passageiros, emitida pela autoridade de trânsito competente,
acompanhada da respectiva vistoria anual do veículo;
 Transportar todos os passageiros sentados;
 Ser conduzido por motorista habilitado, devidamente identificado;
 Possuir compartimento resistente e fixo, separado dos passageiros,
onde devem ser transportadas as ferramentas e materiais que acarretem
32
riscos à saúde e à segurança do trabalhador, com exceção dos objetos
de uso pessoal;
 Possuir em regular funcionamento registrador instantâneo e inalterável
de velocidade (tacógrafo) quando a capacidade for superior a 10 (dez)
lugares; e
 Possuir, em local visível, todas as instruções de segurança cabíveis aos
passageiros durante o transporte, conforme legislações pertinentes;
 As vias trânsito de veículos e pessoas devem estar devidamente
sinalizadas
 Onde houver risco de quedas deve haver proteções físicas;
 Os veículos utilizados para o transporte devem estar em boas condições
de uso, com todos os sistemas de segurança e sinalização em
funcionamento de acordo com o manual do fabricante.

16.5 TRABALHO EM ALTURA

Para atividades em altura deverá ser identificado, por meio de Análise de Risco
- AR, as atividades rotineiras e não rotineiras de trabalho em altura, determinar
e implementar as medidas de proteção contra risco de queda.

A Análise de Risco deve considerar: riscos inerentes ao trabalho em altura;


local em que os serviços serão executados; condições meteorológicas; risco de
queda de materiais e os riscos adicionais.

Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão, cuja forma deve ser
definida pela análise de risco de acordo com as peculiaridades da atividade.

Todo trabalhador designado para trabalhos em altura deve ser submetido a


exames clínicos e complementares específicos para a função que irá
desempenhar, conforme definido no PGRTR, com a emissão do respectivo
Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.

33
O trabalhador designado para trabalho em altura deverá ser submetido e
aprovado em treinamento semipresencial ou presencial, teórico e prático, com
carga horária mínima de 8 (oito) horas, cujo conteúdo programático deve, no
mínimo:

 Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;


 Análise de risco e condições impeditivas;
 Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de
prevenção e controle;
 Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;
 Equipamentos de proteção individual para trabalho em altura: seleção,
inspeção, conservação e limitação de uso;
 Condutas em emergências, incluindo noções de técnicas de resgate e
de primeiros socorros.

16.5.1 Procedimentos de emergência e resgate

Em caso de acidente envolvendo os trabalhos em altura, o supervisor da


atividade fará o acionamento das equipes de resgate e salvamento, conforme
abaixo:

 Em caso de acidente de trabalho com necessidade de resgate de


vítimas suspensas ou presas por estruturas, deve ser acionado o Corpo
de Bombeiros (193);
 Nas demais necessidades de emergência e salvamento, será acionado
o SAMU (192);
 Nas demais hipóteses, o empregador deve garantir a remoção do
acidentado para um posto de saúde ou hospital mais próximo, sem ônus
para o trabalhador.

34
16.6 REALIZAÇÃO DE TRABALHOS EM FAIXA DE SEGURANÇA DE
LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

As linhas de transmissão transportam eletricidade das usinas geradoras


(hidrelétricas, termelétricas, termonucleares e parques eólicos) até as
subestações e distribuidoras, que levam a energia elétrica até o destino.

Junto às estruturas metálicas (torres) existe a chamada faixa de servidão, que


é a faixa de terra necessária à construção, operação e manutenção da linha de
transmissão. Após a passagem da linha, os proprietários de terra podem usar
parte da faixa de servidão, respeitando algumas restrições que garantam a
segurança dos moradores e trabalhadores, do imóvel e do empreendimento.

Confira abaixo como são distribuídas as áreas dentro da faixa de servidão:

Área A: Fica ao redor da estrutura das torres. Usada para movimentação de


veículos e equipamentos nos trabalhos de manutenção.

35
Área B: Corredor localizado bem abaixo dos cabos, ao longo da linha. Nessa
área são permitidas algumas benfeitorias.

Área C: Faixa de terra que complementa a largura total da faixa de servidão.

O uso destas áreas não é totalmente proibido, porém, quaisquer atividades que
venham a ser desenvolvidas nessas faixas devem antes passar por análise e
autorização da concessionária de energia.

Algumas atividades, tais como horticultura, fruticultura, floricultura, plantações


de milho, trigo e arroz são permitidas nas áreas B e C da faixa de servidão. A
aprovação das benfeitorias está relacionada à sua localização na faixa.

Para evitar acidentes com eletricidade, na tabela a seguir, alguns exemplos do


que se pode ou não fazer dentro da faixa de servidão:

36
Tipo de uso Área A Área B Área C

Plantações rasteiras SIM SIM SIM

Culturas de pequeno e médio porte NÃO SIM SIM

Florestamento / reflorestamento de
NÃO NÃO NÃO
médio e grande portes
Culturas onde se processam
NÃO NÃO NÃO
queimadas

Veículos agrícolas NÃO SIM SIM

Irrigação SIM (*) SIM (*) SIM (*)

Benfeitorias de apoio à agropecuária NÃO SIM (*) SIM (*)

Instalações elétricas e mecânicas NÃO NÃO NÃO

Depósito de materiais não


NÃO NÃO NÃO
inflamáveis

Depósito de materiais inflamáveis NÃO NÃO NÃO

Moradias NÃO NÃO NÃO

Cercas de arame, passagens e


SIM (*) SIM (*) SIM (*)
porteiras

Área de lazer, indústria e comércio NÃO NÃO NÃO

Deslocamento de pessoas na faixa SIM SIM SIM

(*). Consulte a concessionária de energia antes de implantar.

16.7 TRABALHO COM AGROTÓXICOS

O uso de agrotóxicos no estabelecimento rural deve seguir as orientações a


seguir:

16.7.1 Procedimentos para a compra de agrotóxicos

 Consulte um profissional legalmente habilitado para realizar a avaliação


da lavoura;
 Exija a receita agronômica;
37
 Exija a nota fiscal.
 Guarde a nota fiscal.
 Não adquira produtos com embalagens danificadas.
 Adquira produtos com rótulo e lacre em perfeito estado.
 Verifique se as informações do rótulo e bula estão legíveis.
 Observe o prazo de validade do agrotóxico.
 Compre somente a quantidade necessária.
 Compre em lojas cadastradas.
 Certifique-se do local de devolução da embalagem vazia e peça
orientação quanto à devolução da mesma.

16.7.2 Procedimentos para o transporte de agrotóxicos para a


propriedade

 O veículo a ser utilizado deve ter carroceria aberta e deve estar em


perfeitas condições de conservação e uso;
 As embalagens devem estar arranjadas de forma segura na carroceria e
cobertas com lona impermeável, fixada à parte traseira do veículo;
 Não transporte embalagens danificadas ou com vazamentos;
 Não permita o transporte de agrotóxicos dentro de cabines ou na
carroceria, junta- mente com pessoas, animais, medicamentos ou
alimentos;
 Ao transportar agrotóxicos, tenha em mãos a nota fiscal e o envelope
com ficha de emergência;
 Solicitar informações sobre o kit de emergência e os equipamentos de
proteção individual (EPI) que devem estar no veículo de transporte

Em caso de acidentes com veículo transportando agrotóxicos deve- -se tomar


medidas para evitar que eventuais vazamentos atinjam mananciais de água,
culturas, pessoas, animais, instalações etc., pois tais fatos poderão incorrer em

38
penalidades conforme legislação da lei de crimes ambientais (art. 56, Lei
9.605/98).

16.7.3 Procedimentos para armazenamento de agrotóxicos

 O depósito deve ser construído em alvenaria, com boa ventilação e


iluminação natural;
 O piso deve ser cimentado e o telhado não pode apresentar goteiras. •
As instalações elétricas devem estar em bom estado de conservação
para evitar curto-circuito e incêndios
 O depósito deve estar sinalizado com placas ou cartazes com símbolos
de perigo
 O depósito deve possuir porta com soleiras, que devem permanecer
trancadas para evitar a entrada de pessoas não autorizadas, crianças e
animais;
 Está situado a mais de 15 (quinze) metros das habitações e locais onde
são conservados ou consumidos alimentos, medicamentos ou outros
materiais;
 O depósito deve estar a uma distância mínima de 30 metros das
habitações, fontes de água e instalações de animais, e em local livre de
inundações;
 O acesso ao depósito deve ser restrito a trabalhadores devidamente
capacitados;
 A construção do depósito deve possibilitar limpezas e
descontaminações;
 as embalagens devem ser colocadas sobre estrados, evitando-se
contato com o piso, e mantendo-se as pilhas estáveis e afastadas das
paredes e do teto, ou nos armários;
 os produtos inflamáveis devem ser mantidos em local ventilado,
protegido contra centelhas e outras fontes de combustão;
 Não armazene agrotóxicos juntos com alimentos, rações, sementes ou
medicamentos;
39
 Permaneça o menor tempo possível dentro do depósito, tendo o cuidado
de não fumar, beber ou comer no local;
 Corrija problemas, como vazamentos de produtos dentro do depósito,
providenciando material de absorção rápida para casos eventuais (areia,
serragem, cal etc.).

16.7.4 Aplicação dos agrotóxicos

 O empregador rural deve proporcionar capacitação sobre prevenção de


acidentes com agrotóxicos a todos aos trabalhadores expostos
diretamente a contaminação durante o armazenamento, transporte,
preparação da calda, aplicação, descarte e descontaminação de
equipamentos e EPI;
 Conforme a legislação, a aplicação de agrotóxicos e seu manuseio é
proibido para pessoas com idade inferior a 18 anos, idade superior a 60
anos e por gestante;
 Verifique as condições climáticas no dia da aplicação do agrotóxico;

Velocidade Descrição Sinais visíveis Pulverização


aproximada do ar à
altura do bico
Menos que 2 km/h Calmo Fumaça sobe Pulverização não
verticalmente recomendável

2,0 a 3,2 km/h Quase calmo Fumaça inclinada Pulverização não


recomendável

3,2 a 6,5 km/h Brisa leve Folhas oscilam – sente Ideal para a
o vento na face pulverização

40
6,5 a 9,6 km/h Vento leve Folhas e ramos Evitar pulverização
finos em constante de herbicidas
movimento

9,6 a 14,5 km/h Vento moderado Movimento de galhos, Impróprio para


poeira e pedaços de pulverização
papel são levantados

 Providencie o EPI indicado para o tipo de aplicação;


 Verifique as partes que compõem o equipamento de aplicação;
 Selecione o bico de acordo com a formulação e indicação do produto,
garantindo uma pulverização eficiente;
 Observe constantemente o equipamento para identificar se há
vazamentos;
 Não aplique próximo a rios, lagos, nascentes, represas e áreas
residenciais;
 Não desentupa bicos com a boca;
 Não fuma, beba e coma durante o manuseio e a aplicação;
 Não permita animais e pessoas não autorizadas e desprotegidas na
área durante e após a aplicação;
 Não manipule agrotóxicos com ferimentos expostos ou se estiver com
problemas de saúde;
 Mantenha a velocidade de passadas e a pressão (bombeamento)
constante;
 Mantenha o bico a 30 cm do alvo;
 Procure trabalhar na mesma direção do vento;
 Faça a aplicação com resultado de acordo com a ação do produto;
 Controle a deriva.

16.7.6 Equipamentos de proteção

O empregador deve observar:

 Para a aplicação de agrotóxicos utilizar os equipamentos recomendados


na FISPQ do produto;
 Todos os equipamentos devem possuir o Certificado de aprovação –
CA e estar em boas condições de uso;
41
 Ensinar e treinar o trabalhador quanto ao uso correto dos EPIs.
 Vigiar e determinar o uso dos EPIs;
 Providenciar a descontaminação dos EPIs ao final de cada jornada de
trabalho.

Sequência de vestir os EPIs:

1ª Calça
2º Jaleco
3ª Botas
4º Avental
5º Respirador
6ª Viseira
7º Boné árabe
8ª Luvas

Sequência para retirar os EPIs:

1º Lavar as luvas com água e sabão neutro


2º Boné árabe
3ª Viseira facial
4º Avental
5º Jaleco
6ª Botas
7ª Calça
8ª Luvas
9º Respirador

16.7.5 Cuidados após a aplicação

 Identifique o período de reentrada na lavoura;


 Controle o período de carência ou intervalo de segurança;
 É obrigatório, ao final da aplicação do agrotóxico, que o trabalhador
tome banho completo com bastante água e sabão;
 Em seguida orientar o trabalhador a vestir roupas limpas;
 Realize a tríplice lavagem e fazer a devolução conforme legislação
vigente.

42
16.7.6 Sintomas de intoxicação

O contato do agrotóxico com qualquer parte do organismo do trabalhador


(exposição) pode causar intoxicação que se manifesta por meio de sinais e
sintomas. As vias de contaminação e sintomas segue na figura a seguir.

Via de contaminação Sintomas


Contaminação por contato com a pele (via - Irritação (pele seca e rachada);
dérmica) - Mudança de coloração da pele (áreas
amareladas ou avermelhadas);
- Descamação (pele escamosa ou com aspecto
de sarna).
Contaminação por inalação (via respiratória) - Ardor na garganta e pulmões;
- Tosse;
- Rouquidão;
- Congestionamento das vias respiratórias.
Contaminação por ingestão (via oral) - Irritação da boca e garganta;
- Dor no peito;
- Náuseas;
- Diarreia;
- Transpiração anormal;
- Dor de cabeça;
- Fraqueza e cãimbra.

16.7.7 Procedimentos básicos em caso de intoxicação

 Retire o trabalhador com sintomas de intoxicação do local ou retire a


fonte de contaminação de perto dele;
 Preste atendimento ao trabalhador de acordo com as instruções de
primeiros socorros descritas no rótulo ou na bula do produto;
 Dê banho com água corrente e vista roupas limpas no trabalhador,
levando-o imediatamente para o serviço de saúde mais próximo;
 Não se esqueça de mostrar a bula ou rótulo do produto ao médico ou
enfermeira;

43
 Ligue para o telefone de emergência do fabricante, assim que chegar ao
serviço de saúde e informe os seguintes dados: nome e idade do
trabalhador, o nome do médico ou da enfermeira e o telefone do serviço
de saúde, para que o fabricante passe mais informações sobre a
toxicologia do produto para o profissional de saúde que estiver fazendo
o atendimento

44
I - INVENTÁRIO DE RISCOS

45
I – CARACTERIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO E AMBIENTE
DE TRABALHO

1 SETOR: FAZENDA

1.1 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO

O Processo de trabalho da fazenda consiste no cuidado do gado em geral,


desde e a alimentação, até tratos culturais na pastagem ate a conservação
das cercas e áreas de execução de serviços como limpeza do curral.

1.2 INSTALAÇÕES FÍSICAS DO AMBIENTE

Tipo de instalação: Ambiente a céu aberto / curral

Tipo de Cobertura: Inexistente

Ventilação: Natural

Iluminação: Natural

1.3 INSUMOS/ PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS

Barrage Composição Química: Alfa-ciano-3, fenoxibenzil-2,2 , dimetil-3-(2,2-


diclorovinil), ciclopropano carboxilato (Cipermetrina).;

Pour-on Colosso. Composição Química: Cipermetrina, Clorpirifós, Butóxido de


Piperonila e Veículo.

Ivomec. Composição: Ivermectina.

Butox. Composição: À base de Deltametrina


Texvet MAx Pour On. Composição: Cipermetrina, clorpirifós e butóxido de
piperonila.
Gasolina. Composição Química: Álcool etílico anidrido combustível, Benzeno.

46
1.4 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

Máquina/equipamentos Quantidade
Roçadeira 1

1.5 MEDIDAS DE CONTROLE DE ENGENHARIA, ADMINISTRATIVAOU DE


ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EXISTENTE

inexistente

1.6 CARACTERIZAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO

GSE –
Nº Grupo Horário de trabalho/
Nome da Função
trabalhadores Similar de Jornada
Exposição
Trabalhador Polivalente 03 - 44h semanais

1.7 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

 Tratar do gado com sal mineral;


 Dar manutenção nas cercas utilizando ferramentas manuais;
 Aplicar Barrage por pulverização com bomba manual;
 Executar roçada e capina com ferramentas manuais
 Trabalhar com Montaria em Cavalo para tocar gados
 Operar roçadeira eventualmente (1 dia por mês);
 Pulverizar colosso no gado eventualmente (2 horas a cada 3 meses);
 Aplicar Butox para matar carrapato no gado (2 horas a cada 6 meses).
 Abastecer motosserra e roçadeira (5 vezes, por dia, 1 minuto por vez).
 Realizar a limpeza do curral;

47
1.8 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL OBRIGATÓRIOS

 Calçado tipo bota ou botina;


 Luvas contra agentes mecânicos e químicos;
 Perneira de segurança;
 Óculos de segurança;
 Creme protetor de segurança;
 Vestimenta tipo conjunto impermeável;
 Máscara com filtro para vapores e névoas;
 Protetor solar;
 Chapéu tipo legionário;
 Protetor auditivo;
 Luva Impermeavel
 Vestimenta tipo Conjunto impermeavel

1.9 CURSOS DE CAPCITAÇÃO OBRIGATÓRIOS

Uso dos equipamentos de proteção individual 2 horas

Aplicação de Agrotoxicos 20 horas

Operação de roçadeira, Conforme NR12

1.10 DADOS DE AVALIAÇÕES QUANTITATIVAS

Inexistente

48
1.11 PERIGOS/FATORES DE RISCOS

Fator de risco Consequências Fontes e Controles existentes População Exposição P S R Classificação do Risco
circunstâncias exposta

diaria

Calor natural Intermação Trabalho a Céu aberto - Baixo


1 2 2
Fungos, Bactérias Brucelose e carbunculose Trabalho com animais Vacinação dos animais diaria 1 2 2 Toleravel
e Vírus (trabalho
com animais)
Cloropirifós Inibição da colinesterase Presente no colosso Eventual (uma vez 2 4 8 Moderado
a cada bimestre)
Luva impermeaveis
Álcool Etílico Irritação no trato Abastecimento Uso em ambiente aberto Eventual (uma vez 2 1 2 Baixo
(etanol) respiratório superior da roçadeira e em pequenas Trabalhador a cada 2 meses
quantidades Polivalente durante 2 minutos)

Benzeno Leucemia e tumores Abastecimento da Uso em ambiente aberto Eventual (uma vez 1 8 8 Toleravel:
malignos da cavidade oral, roçadeira e em pequenas a cada 6 meses
faringe, laringe, esôfago e quantidades durante 2 minutos)
fígado.

Gasolina Comprometimento do Abastecimento da Uso em ambiente aberto Eventual (uma vez 1 8 8 Toleravel
sistema nervoso central roçadeira e em pequenas a cada 2 meses
Irritação nos olhos e trato quantidades durante 2 minutos)
respiratório superior

49
Toleravel

Uso em ambiente aberto, Eventual (uma vez


Ruído Perda auditiva Operação da roçadeira eventualmente e com uso a cada 3 meses 1 4 4
de protetor auditivo durante 4 horas)
Baixo

Eventual (uma vez


Intercalação das 1 2 2
a cada 3 meses
atividades Sistema durante 4 horas)
Vibração(VMB/V Distúrbios Operação da roçadeira amortecimento
CI) osteomusculares (roçadeira)
Picada de Bota de borracha e diaria 1 8 8 Toleravel
Intoxicação Aranha, cobras e
animais perneira
insetos venenosos.
peçonhentos Trabalhador
Projeção de Fraturas,escoriaçõe Operação da Oculos de Proceção Eventual (uma vez 1 2 2 Baixo
particúlas s,amputações. roçadeira Polivalente a cada 3 meses
durante 4 horas)
Respingos Corrosão, Pulverização de Uso em ambiente aberto Eventual (uma vez 1 2 2 Baixo:
de irritação à pele,lesões colosso e butox no e ventilado por mes durante 2
agrotóxicos oculares gado horas)
pele/olhos
Inalação de Iritações nas vias Pulverização de Uso em ambiente aberto Eventual (uma vez 1 4 4 Toleravel
agrotóxicos respiratórias colosso e butox no e ventilado por mes durante 2
gado horas)

Uso de tronco para diaria 1 2 2 Baixo


Coice de animais Contusões Trabalho com o gado
vacinação
diaria

Radiação Nenhuma Baixo


Cancer de pele Trabalho à céu aberto 1 2 2
Ultravioleta

50
II PLANO DE AÇÃO

Setor Função/GSE Objetivo Ações/etapas Responsável Cronograma início Acompanhamento Avaliação do


e término resultado
Realizar a Compreender o ambiente de trabalho,
Avaliação das tarefas executadas, das estratégias
Ergonômica adotadas pelos trabalhadores, dos
Preliminar - AEP índices de tolerância à sobrecarga, da
das situações de fadiga física, posturas estáticas e
trabalho que em dinâmicas adotadas pelos trabalhadores
decorrência da durante a jornada laboral
natureza e Avaliar e controlar a ocorrência de riscos
conteúdo das Empresa: Início: 30/07/2022 Data e registro dos
biomecânicos, psicossociais e
atividades contratação de Témino:30/07/2023 acompanhamentos
fisiológicos existentes ou que venham a
requeridas, serviços externos
existir no ambiente de trabalho.
demandam
adaptação ao
trabalhador
Monitoração das exposições Contratante: Início: 30/07/2022 Registro da monitoração
Contratação de Témino:30/07/2023
Fazenda Trabalhador serviços externos
Prevenir danos
Polivalente resultantes da Manutenção da proteção auditiva Contratante Atividade contínua Auditoria mensal nas
exposição a ruido fichas de EPI dos
trabalhadores
Manutenção da máquina conforme Empresa Conforme manual do Registro das manutenções
manual do fabricante equipamento

Monitoramento das audiometrias Contratada Atividade contínua Supervisão dos exames


conforme planejamento realizados.
do PCMSO
Prevenir danos Monitoração das exposições Contratante: Início: 30/07/2022 Registro da monitoração
resultantes da Contratação de Témino:30/07/2023
exposição de serviços externos
vibração de mãos Manutenção da maquina conforme Empresa Conforme manual do Registro das manutenções
e braços equipamento
manual do fabricante 51
Setor Função/GSE Objetivo Ações/etapas Responsável Cronograma início Acompanhamento Avaliação do
e término resultado
Prevenir danos Fornecimento de camisa manga longa, Empresa imediato Registro em Ficha de
resultantes da chapeu legionário e uso de protetor entrega de epi
exposição a solar
radiação
ultravioleta
Implantar programa para comunicação Empresa Início: 30/07/2022 Data e registro dos relatos
Fazenda Trabalhador de relatos de incidentes e condição Témino:30/07/2023 realizadas e
insegura acompanhamento da
Polivalente Manter a meta de
correção.
zero acidentes
Orientação, treinamento e cumprimento Empresa Início: 30/07/2022 Registros dos
CPT e SPT
dos procedimentos de segurança, para Témino:30/07/2023 treinamentos
uso de roçadeira e trabalho com
animais, e treinamento de uso de
agrotoxicos

52
RESPONSABILIDADE TÉCNICA

Este programa foi elaborado pela equipe técnica da GV CLÍNICAS MEDICINA


DO TRABALHO LTDA, sob a responsabilidade do engenheiro (a) de segurança
do trabalho abaixo assinado.

Responsável pelo levantamento ambiental: Andrey Chadad Nascimento


Salmen

As informações sobre a empresa foram prestadas por: Aldeir Celso Faccion

Responsável Implementação do PGR

Engenheiro (a) Responsável Elaboração do PGR

AMARILDO PAIXÂO PEREIRA


ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
CREA MG - 253262/D

Governador Valadares, 03 de junho de 2022

53

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