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Campus de Botucatu, SP
INTRODUÇÃO
O consumo de peixes vem aumentando nas últimas quatro décadas, e um dos motivos desse crescimento é a mudança no hábito alimentar da população, que vem buscando produtos
mais adequados quanto à composição nutricional. A carne do pescado, além de saborosa, possui grande quantidade de minerais, como cálcio, fósforo, iodo e cobalto, é fonte das
vitaminas A, D e B e tem baixa quantidade de gordura. Possui também elevados teores de ômega-3, trazendo benefícios à saúde humana. A tilápia-do-Nilo (Oreochromis niloticus) é
uma espécie muito cultivada no Brasil e o principal sistema de criação são os tanques-rede. No entanto, as pisciculturas encontram problemas relacionados à sanidade dos animais
confinados, os quais ficam mais sucetíveis a infecções bacterianas, fúngicas e parasitárias. Dessa forma, além de influenciar a produção e gerar perdas significativas de lucro, as
psciculturas têm a qualidade de seus produtos comprometida, podendo causar contaminação por agentes microbiológicos de importância em saúde pública. O objetivo do presente
trabalho é avaliar a sanidade dos pescados (Oreochromis niloticus) criados em sistema de tanques-rede no reservatório de Chavantes (Paranapanema, SP/PR) e aspectos de segurança
alimentar envolvendo a produção nesse sistema, pesquisando bactérias patogênicas em peixes e aspectos bacteriológicos em amostras de água e ração.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram coletadas 320 amostras de peixes de uma criação particular em tanques-rede (Reservatório de Chavantes, SP)
RESULTADOS
Foram detectadas 30 amostras de pescado (9,37%) contaminadas por Aeromonas sp. com contagens de até 1,2x104, 16 amostras (5%) com Pseudomonas sp. com contagens de até
5x103, 2 amostras (0,62%) com S. aureus com contagens de até 3x102 e 1 amostra (0,31%) com Salmonella. O número mais provável de CT/g das amostras variou de <3 a 4,6x10 8. Não
foi detectada Salmonella nas amostras de ração e de água. Na amostras de água, o número de CT/g variou de 24 a 173 para o tanque e de 21 a 103 para o controle.
DISCUSSÃO
É sabido que ocorre contaminação dos alimentos por agentes microbiológicos até a comercialização, devido à forma como o produto é transportado, processado e armazenado, além
da manipulação no varejo e no momento do preparo. Porém, os resultados mostram que também há risco de contaminação mesmo antes da comercialização dos pescados. Portanto,
além da necessidade de transporte e armazenamento corretos, manipulação e preparo adequados, são necessárias mais pesquisas que forneçam às pisciculturas ferramentas para a
garantia de produtos de qualidade que propiciem a segurança alimentar da população.