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LIBERDADE PROVISÓRIA

É o instituto processual qu e garante ao acu sado o direito de aguardar o curso do processo em


liberdade. O art. 5°, LXVI, da Co nstituição da República preceitua que "ninguém será levado
à prisão ou ne la mantido se a lei admitir a liberdade provisória , com o u sem fia nça". É a
consagraçã o, portanto, da possi bilidade de alguém permanecer em liberdade en quanto é
processado .
Não é admitida a liberdade provisória nos crimes:
a. de lavagem de dinheiro (art. 3° da Lei n . 9.613/98);
b. de tráfico de drogas e a ssemel hados (art . 44 da Lei n. 11.343/ 2006);
c. ligados a organizações c riminosas (ar t. 7° da Lei n. 9.034/95).
A proi bição que exi stia em relação aos cr imes hediondos não ma is persiste , em razão da
alteração da Lei n . 8.072/90, promo vida pela Lei n. 11.464/2007. Da mesma form a, a proibição
de liberdade provisór ia aos crimes de porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, comércio
ilegal de arma de fogo e tráfico internaciona l de ar ma de fogo foi afastada por decisão do
Supremo Tri bunal Federa l, no julgamento da Adin 3.112-1.
H ip ó t e s e s e m q u e o a c u s a d o s e liv r a. 3s2o1lt od o( aCrPt P )
Duas situaçõe s impõem que o acusado seja colocado obr igatoriamente em lib erdade, desde
que não seja vadio ou reincident e em crim e doloso:
a. infração a qu e não se comine pena pri vativa de liberd ade (exemplo: a rt. 20 da LCP);
b. infração a que se comina p ena privativa de liberdade não superior a três meses (exemplo:
art. 150, caput,do CP) .
Deve-se ress altar que, com o ad vento do Ju izado Es pecial C riminal, tais hipóteses hoje
são bastant e raras, uma vez q ue não se impõe prisão em fla grante aos autor es de infração d e
menor potencial ofensivo que se comp rometem a comparecer a o Juizado quando intimados,
como j á visto.
L ib e rd a d e p ro v is ó ria s e m fia n ç a (a rt. 3 1 O d o C P P )

O juiz deve conceder a libe rdade pro visória independentemente do pagame nto de fiança
quando:
a. verificar que o acusado agi u amparado por causa excl udente de ilicitude (art. 310, caput);
b , verif icar que não se e ncontram presentes os motivos autoriza dores da pris ão preven tiva
(art. 310, parágra fo único, do CPP ).
Aqui pouco imp orta se a infração é afiançável ou inafiançável; São hi póteses que
demonstram necessidade de Segregação cautelar, daí dever o magistrad o colocar em
liberdade o ac usado que preenc her ref eridos requisi tos. A liberdade prov isória sem
fiança, como foi dit o, só pode ser concedid a pelo juiz, o qua l deverá sempre ouvir o
Ministério Pú blico. Caso se ja conce dida, o acusa do ficará vi nculado ao Juízo median te
assinatura de.termo de coprocessuais, sob pena de revogação. Nos termos do art. 325, § 2°,
do CPP,tentando-se de crime contra a economia popular ou crim e de sonegação fiscal, a
liberdade provisória somente poderá ser concedida mediante o arbitramento de fiança
Lib e rd a d eropv is ó ria c o m fia n ç.a3 (a 2 3rteSS. d o C P P )
Fiançaé uma garantia prestada pelo réu do cumprimento de suas obrigações processuais, estando em
liberdade. Seu mecanismo consiste em depositar determinado valor em Juízo, em troca de sua
libertação provisória. O que vincula o acusado ao processo, ou seja, o que garante que ele não vai se
furtar à aplicação da lei, é exatamente esse valor restado.
Seu valor será definido de acordo com a pena cominada ao crime, conforme previsto no art. 325 do
Código de Processo Penal, e será fixada em salários mínimos de referência, que foram substituídos
pelo também já extinto Bônus do Tesouro Nacional (BTN). Hoje, calcula-se a fiança tomando o
último BTN e atualizando-o com base na Taxa Referencial (TR). Pode ser reduzida até 2/3 ou
aumentada até o décuplo pela avaliação da situação econômica do réu. O réu pobre será dispensado
da fiança (art. 350 do CPP). A fiança poderá ser prestada por meio de depósito(dinheiro, pedras
preciosas, títulos da dívida pública) ou de hipoteca(art. 330 do CPP).
O Código de Processo Penal traz as hipóteses em que não deverá ser concedida fiança, ou seja, trata
da inafiançabilidade. Se a infração não se encaixar nas hipóteses relacionadas, ela é afiançável.
Não se concederá fiança (arts. 323 e 324 do CPP):
a. em crimes punidos com reclusão, cuja pena mínima seja superior a dois anos;
a. nas contravenções penais de vadiagem e mendicância (arts. 59 e 60 do Decreto-Lei n, 3.688/41);
a. nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade, se o réu já tiver sido condenado por
outro crime dolos o, com trânsito em julgado;
b. se houver prova de ser o réu vadio;
e. nos crimes punidos com reclusão que provoquem clamor público ou que tenham sido cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa;
f. a quem tiver quebrado fiança ou desrespeitado a obrigação no mesmo processo;
g. em caso de prisão civil, disciplinar, administrativa ou militar;
h. a quem estiver no período de prova de sursisou livramento condicional, salvo se o novo
processo for por crime culposo ou contravenção penal;
i. quando presentes os motivos que autorizem a decretação da prisão preventiva.

São também inafiançáveis os crimes de racismo, hediondos, tráfico ilícito de entorpecentes,


terrorismo, tortura, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, por disposição
constitucional (art. 50, XLIII e XLIV, da CF). A autoridade policial pode conceder fiança nos casos
de crimes apenados com detenção e prisão simples (art. 322), lembrando o disposto na Lei n.
9.099/95. São obrigações do acusado que presta fiança (arts. 327 e 328 do CPP):
a. comparecer aos atos do processo;
b. comunicar ao juiz mudança de residência ou ausência da comarca por mais de oito dias.
Em caso de absolvição, a fiança será devolvida integralmente ao acusado (art. 337 do CPP). Se
condenado,o valor será restituído, descontando-se o valor das custas, da reparação do dano e da
multa, se for o caso. Na hipótese de o réu não cumprir as obrigações impostas, ocorrerá a quebra da
fiança, importando na perda da metade de seu valor e na necessidade de recolher-se à prisão (arts.
341 a 343 do CPP). Caso o acusado seja condenado e não se apresente à prisão, ocorrerá a perdada
fiança, circunstância em que perderá todo o valor depositado (art. 344 do CPP). Por fim, se for
verificado, no processo, que a fiança era incabível, será ela cassada.

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