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O R T O G R A F I A

É a parte da gramática que trata do emprego correto das letras e dos sinais gráficos, na língua escrita.

 Na transcrição de palavras estrangeiras não aportuguesadas: kart, kibutz, kodak, smoking, show, watt,
playground, playboy, hobby
k w y  Em nomes próprios estrangeiros não aportuguesados e seus derivados: kant, kantismo, shakespeare,
shakespeariano.
 Em abreviaturas e como símbolos de termos científicos de uso internacional: km (quilômetro), kg
(quilograma), k (potássio), w (watt), w (oeste), y (ítrio), yd (jarda)

 Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, hilariedade, homologar, Horácio, hortênsia,
Esta letra, em início ou fim de hulha etc.
palavras, nã o tem valor foné tico;

conservou-se apenas o símbolo,
por força da etimologia e da
H Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh: chave, boliche, broche, cachimbo, capucho, chimarrão, cochilar,
fachada, flecha, machucar, mochila, telha, companhia etc.
tradiçã o escrita. Grafa-se, por  Final e inicial em certas interjeições: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum! etc.
exemplo, hoje, porque esta
palavra vem do latim hodie.
 Em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: sobre-humano, anti-higiênico,
pré-histórico, super-homem etc.
 No substantivo próprio Bahia, por secular tradição.

Não se usa h:
 No início ou no fim de certos vocábulos, no passado escritos com essa letra, embora sem fundamento etimológico: erva, Espanha, inverno,
ontem, úmido, ume, iate, ombro, rajá, Alá, Jeová, Iná, Rute etc.
Observação: os derivados eruditos das três primeiras palavras, entretanto, grafam-se com h: herbívoro, herbáceo, hispânico, hispano, hibernal.
 Em palavras derivadas e em compostos sem hífen: reaver (re+haver), reabilitar inábil, desonesto, desonra, desumano, exaurir, lobisomem,
turboélice.
E I O U
 A sílaba final de formas dos verbos  Na sílaba final de formas dos verbos  Abolir, boate, bolacha,  Bulício, burburinho,
terminados em – uar: continue, continues... terminados em – uir: diminui, diminuis... boletim, botequim, bússola, camundongo, chuviscar,
 A sílaba final de formas dos verbos  Em palavras formadas com o prefixo chover, cobiça, concorrência, chuvisco, cumbuca, cúpula,
terminados em – oar: perdoe, perdoes... anti - (contra) antiaéreo, Anticristo costume, engolir, goela, curtume, cutucar, entupir,
 As palavras formadas com o prefixo  Nos seguintes vocábulos aborígene, mágoa, mocambo, moela, íngua, jabuti, jabuticaba,
ante- (antes, anterior): antebraço, açoriano, artifício, artimanha, chefiar, cimento, moleque, mosquito, névoa, lóbulo, Manuel, mutuca,
antecipar... crânio, criador, criação, crioulo, digladiar, nódoa, óbolo, ocorrência, rebuliço, tábua, tabuada,
 Os seguintes vocábulos: arrepiar, displicência, displicente, erisipela, escárnio, romeno, tribo. trégua, urtiga.
cadeado, candeeiro, cemitério, confete, feminino, Filipe, fronstipício, inclinação,
creolina, desperdício, destilar, disenteria, incinerar, inigualável, invólucro, lampião, pátio,
empecilho encarnação, índigena, penicilina, pontiagudo, privilégio, requisito,
irrequieto, lacrimogêneo, mexerico, silvícola, Virgílio.
mimeógrafo, orquídea, quase, quepe,
senão, sequer, seringa, umedecer

A semivogal dos ditongos decrescentes orais representa-se com as letras i ou u: cai, sobressai, dói, herói(s), chapéu(s),
Ditongos e hiatos Montevidéu, Eliseu, atribui, constitui, possui, possuis, retribui, retribuis, conclui, inclui etc.
Exceções: ao, aos, Caetano

G
1) os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem. garagem, origem, ferrugem. Exceção: pajem.
2) as palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.
3) palavras derivadas de outras que se grafam com g.
4) os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete, gíria, giz, hegemonia, herege, megera,
Emprego das letras g e j: monge, rabugento, rabugice, sugestão, tangerina, tigela.
Para representar o fonema /j/
existem duas letras: g e j. Grafa-se
este ou aquele signo não de modo
arbitrário, mas de acordo com a
origem da palavra. Exemplos:
J
gesso (do grego gypsos), jeito (do 1) palavras derivadas de outras terminadas em –ja
latim jactu), jipe (do inglês jeep). 2) todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear
3) vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j
4) palavras de origem ameríndia ou africana
5) as seguintes palavras: alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, jeca, jegue, Jeremias, jerico, jérsei, jiu-jítsu, majestade, manjedoura, manjericão,
ojeriza, pegajento, rijeza, sujeira, traje, varejista.
Repre senta çã o do fonem a S
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:

acetinado, açafrão, ânsia, ansiar, acesso, acessório, acréscimo, aproximar, auxiliar, exceção, excedente,
almaço, anoitecer, ansioso, ansiedade, acessível, assar, adolescente, auxílio, máximo exceder, excelência,
censura, cimento, cansar, cansado, asseio, assinar, ascensão, próximo, excelente, excelso,
dança, contorção, descansar, carrossel, cassino, consciência, excêntrico,
proximidade,
exceção, endereço, descanso, diversão, concessão, consciente, crescer, excepcional,
excursão, farsa, discussão, cresço, cresça, trouxe, trouxer, excesso,
Iguaçu, maçarico, trouxeram etc
maçaroca, maço, ganso, hortênsia, escassez, escasso, descer, desço, excessivo,
maciço, miçanga, pretensão, essencial, desça, disciplina, exceto,excitar etc.
muçulmano, pretensioso, expressão, fracasso, discípulo, discernir,
paçoca, pança, propensão, impressão, massa, fascinar, fascinante,
pinça, Suíça etc. remorso, sebo, massagista, missão, florescer,
tenso, utensílio etc. necessário, imprescindível,
obsessão, opressão, néscio, oscilar,
pêssego, procissão, piscina, ressuscitar,
profissão, seiscentos,
ressurreição, suscetível,
sessenta, sossegar, suscetibilidade,
sossego, submissão, suscitar, víscera
sucessivo etc.
Emprego de s com valor de z

1) adjetivos com os sufixos –oso, -osa: teimoso, teimosa


2) adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa
3) substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa
4) substantivos com os sufixos gregos –esse, -isa, -ose: diocese, poetisa, metamorfose
5) verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise)
6) formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados:pus, pôs, pusemos, puseram, puser, compôs, compusesse, impuser etc quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera,
quiséssemos etc
7) os seguintes nomes próprios personativos:
Inês, Isabel, Isaura, Luís, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha.

Emprego da letra z

1) os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita etc
2) os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar, vazar, vazão (de vazio) etc
3) os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização etc
4) substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral: pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio) etc
5) as seguintes palavras: azar, azeite, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, vizinho

S o u Z

Sufixos –ês e ez
1) O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos concretos: montês (de monte) montanhês (de montanha) cortês (de
corte)
2) O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido) acidez (de ácido) rapidez (de rápido)
Sufixos –esa e –eza
Escreve-se –esa (com s):
1) nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender: defesa (defender), presa (prender)...
2) nos substantivos femininos designativos de nobreza: baronesa, marquesa, princesa
3) nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês:burguesa (de burguês)...
4) nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, turquesa etc
Escreve-se –eza nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando qualidade, estado, condição: beleza (de belo), franqueza
(de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve)

Verbos em –isar e –izar


Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical não terminar em –s, grafa-se –izar (com z): avisar
(aviso+ar) anarquizar (anarquia+izar)

Emprego do x

1) Esta letra representa os seguintes fonemas:


/ch/ xarope, enxofre, vexame etc;
/cs/ sexo, látex, léxico, tóxico etc;
/z/ exame, exílio, êxodo etc;
/ss/ auxílio, máximo, próximo etc;
/s/ sexto, texto, expectativa, extensão etc;
2) Não soa nos grupos internos –xce e –xci: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar etc
3) Grafam-se com x e não s: expectativa, experiente, expiar (remir, pagar), expirar (morrer), expoente, êxtase, extrair, fênix, têxtil, texto etc
4) Escreve-se x e não ch:
a) em geral, depois de ditongo:caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo etc
Excetuam-se: recauchutar e recauchutagem
b) geralmente, depois da sílaba inicial em:enxada, enxame...
Excetuam-se: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher), enchova, enchumaçar (de
chumaço), enfim, toda vez que se trata do prefixo en+palavra iniciada por ch.
c) em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu (dança negra), orixá, xará, maxixe etc
d) nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, praxe xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.

Emprego do dígrafo ch

Escrevem-se com ch, entre outros, os seguintes vocábulos: bucha, charque, chimarrão, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila,
pechincha, tocha.

Consoantes dobradas
1) Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes c, r, s.
2) Escreve-se cc ou cç quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, cocção, fricção facção, sucção etc
3) Duplicam-se o r e o s em dois casos:
a) Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão etc
b) Quando a um elemento de composição terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada por r ou s: arroxeado,
correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia etc.

Emprego das iniciais maiú sculas

a) Escrevem-se com letra inicial maiúscula:


1) a primeira palavra de período ou citação.
Observação: no início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula
2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos, astronômicos).
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas.
4) nomes de altos cargos e dignidades.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos.
6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos etc.
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e revistas.
8) expressões de tratamento.
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões:
Os povos do Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados.

Escrevem-se com letra inicial minú scula:

1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados comuns: maio, bacanais, carnaval, ingleses, ave-
maria, um havana etc
2) nomes quando aplicados a um sentido geral:
São Pedro foi o primeiro papa
Todos amam sua pátria
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos:
o rio Amazonas
4) palavras, depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta.

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