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r Outro exemplo de área de dificuldades é constituído pelos encon-


tros consonantais, que exigem maior planejamento para que haja a pro-
dução de duas consoantes consecutivas e, além disso, em português têm
sempre uma l(quida em sua composição; como as líquidas são os sons de
aquisição mais tardia, constituem um obstáculo adic ional. Po r isso, as
crianças simplificam os encontros pelo processo de redução de encon-
tros consonantais, através do qual um dos membros - geralmente a lí-
quida - é apagado.

5
Ex.: blusa ➔
[ buza ]
dragão ➔
[ dagãw J
flor ➔
[ fo )
frio ➔
[ fiw)

Um terceiro exemplo de simplificação pode ser verificado em con-


textos em que ocorre uma tricativa (no caso /si ou /z/ ) ou, também,
uma I íqu ida - / 1/ ou /ri - em final de sílaba; sendo a seqüência VC
(vogal - consoante) mais difíci l, menos natural do que a seqüência CV
A análise de processos fonológicos (consoante - vogal), as crianças tendem a resolver essa situação através
do apagamento da tricativa ou da líquida final.

Ex.: estrela ➔ [ itela )


porta ➔ [ P:Jta ]
O modelo da fonologia natural fundamenta-se nas idéias de David lápis ➔
[ lapi l
Stampe, como expostas em Stampe ( 1973) e ampliadas em Edwards mar ➔
[ ma]
(1973), Donegan & Stampe (1973 ), Donegan (1978) e Goman (1981), .
entre outros. A noção fundamenta l dessa teoria é a de p rocessos fono- Diz-se que os processos fonológicos são naturais e inatos. São na-
lógicos; esses processos são resultado de uma tendência à simplificação turais porque derivam das necessidades e dificu ldades articu latórias e
que é inerente à fala da criança. A definição dada por Stampe (1973, perceptuais do ser humano; resu ltam em adaptações dos padrões da fala
p. 1) é a seguinte: às restrições naturais da capacidade humana, tanto em termos de produ-
"Processo fonológico é uma operação mental que se aplica à fala ção como de percepção. São inatos porque são limitações com as quais
para substituir, em lugar de uma classe de sons ou seqüência de a criança nasce e que ela tem que superar na medida em que não façam
sons que apresentam uma dificuldade específica comum para a pa rte do sistema da sua Iíngua materna. Por serem inatos ao ser huma-
capacidade de fala do indivíduo, uma classe alternativa idêntica em no, os processos fonológicos são universais, isto é, encontrados em to-
todos os outros sentidos porém desprovida da propriedade difícil ". das as crianças; por essa razão, a base a partir da qua l elas iniciam seu
desenvolvimento fonológico é sempre a mesma, com todos os processos
Os processos fonológicos atuam nos padrões da fala da criança em operação. Ocorre m, assim, no in /cio da fala, somente as estrutu ras
com o objetivo de facilitar aspectos que sejam complexos, difíceis, em mais simples poss íveis - seqüências de consoantes nasais e/ ou plosivas e
termos articulatórios, motores ou de planejamento. Assim, por exem- de vogais abertas, geralmente repetidas, gerando formas como "mama",
plo, uma consoante tricativa é um pouco mais difíc il de produzir do "papa" , "dada", por exemplo. Esses processos fonológicos naturais,
que uma plosiva; por isso, uma criança poderá substituir a tricativa pela inatos e universais têm que ser superados, revisados ou li mitados pela
plosiva através daquilo que se denomina processo de plosivização. criança à medida que ela entra em contato com sua língua materna -
Ex. : vassoura ➔ [ basora ] ou com outras I ínguas que aprender - e se depara com sons, estruturas
sabe _,. ( tabi ) e contrastes menos simples e naturais.
faca ➔ ( paka )

90 I Yavas. Hcrnandorena e Lamprechr A va/iJçio Fonológica da Criança I 91


A descrição dos padrões existentes na fala da criança pelo modelo
prejudicad a por causa de omissões. Na literatura, os processos são classi-
da fonologia natural tem a grande van tagem de mostrar de maneira clara
ficados, de acordo com essas tendências, em processos de estrutura silá-
a relação entre as formas adultas e inf~nti~. Mostra que essa ~e_laç~~ é de bica - que incluem todos aqueles que alteram a estrutura da sílaba por
simplificação, que ela abrange classes 1nte1ra~ de sons e que~ 1ust1f1cada
apagament o de segmento ou de sílaba, bem como por troca de posição
por razões articulatórias e percep~_ais. Na area da_fonolog1a cl í~ica, a
ou inserção na palavra - e processos de substitu ição - que incluem to-
aplicação da fonologia natural facilita a comparaça o ent re padroes en-
dos aqueles que causam qualquer tipo de substituição. Também é usada
contrados na fonologia com desvios e aquela considerada de desenvolvi-
a desig nação de processos paradigmáticos para o segundo grupo e de
mento normal. Al ém disso, conforme o tipo de processos encontrados
processos sintagmátic os para o prime iro grupo.
no sistema de uma criança e conforme a freqüência de ocorrênci a dos
mesmos pode-se classificar sua fala em diferentes estágios de desenvolvi- Não ex iste ainda um consenso entre os pesquisadores quanto ao
número de processos possíveis nem quanto ao número de processos
mento e em graus de severidade de desv io. A partir dessa avaliação, 0
mais comuns na fala das crianças. Nos cinco procedimentos de avaliação
tera peuta tem possibilidade de es tabelecer, com segurança e economia,
mais conhecidos, elaborados para a testagem de crianças falantes do in-
as prioridades e estratégias de tratamento . Os processos fonológicos per-
glês (Weiner, 1979; Hodson, 1980; Shriberg & Kwiatkowski, 1980; ln-
mitem uma descrição fácil, rápi da e prática da fala infantil, inclusive
gram, 1981 e Grunwell, 1985), a quantidade varia entre 8 e 42 proces-
com a determin ação de percentagens de ocorrência , de graus de inteligi-
sos definidos. Nas pesquisas sobre crianças normais falantes do portu-
bilidade, de distanciame nto do sistema-alvo a ser adquirido e de identifi -
guês foram determ inados 13 processos mais comuns, sendo que alguns
cação de características in comuns ou idiossincráticas . Os processos fo-
deles devem ser subdivididos quanto à posição do som afetado na s ílaba
nológicos constituem um instrument o vál ido e confiável de análise; dão
e na palavra, quanto ao ponto ou ao modo de articu lação; quanto ao
conta da descrição da fonologia em desenvolvimento e da fonologia
tipo de I íqu ida; e - nos encontros consonantais - quanto ao compo-
com desvios; permitem uma comparaçã o clara e simples entre a fonolo- nente dos encontros. O grau com que esses processos mais comuns inci-
gi a com desvios, por um lado, e a aquisição normal e o alvo da fala dem na fala das crianças varia muito; há aqueles que podem ter 100'/o de
adulta, por outro; facilitam o estabelecimento de metas racionais de tra- aplicação (como a redução de encontros consonantais, por exemplo) e
tamento. Há um número crescente de pesquisas sobre os processos com há os que têm só algumas ocorrências isoladas, porém em muitas crian-
dados sobre diversas línguas além do inglês (espanhol, em Hodson ças (como a metátese, por exemplo) ..
& Paden , 1981; sueco, em Magnusson , 1983; português, em Yavas, A segu ir, serão defini dos e exemplificados os processos mais co-
1985; Lamprech t, 1986; Yavas & Lamp recht, 1988; Yavas, 1988) , o muns encontrado s no desenvolvimento normal do português, bem como
que traz, certamente, uma segurança cada vez maior tanto para os pes- alguns processos observados em crianças com desvios.
quisadores como para os terapeutas de lin guagem ao empregarem os
processos como instrument o de análise e de avaliação.
5.1.1 - Processos de estrutura silábica
5.1 - OS PROCESSOS FONOLÓGICOS Redução de encontro consonantal: redução de um encontro conso-
nantal dentro da mesma sílaba pelo apagamento de um dos membros,
Mesmo que os processos sejam operações mentais, como diz $tam- geralmente a I íquida.
pe na definição citada anteriormente, os motivos para que ocorram as Ex.: plosiva + lateral - placa ➔ [ paka]
simpl ificações são físicos. Elas visam diminuir as dificuldades articulató- bicicleta ➔ [ bisik1:ta l
rias das crianças ao mesmo tempo em que devem preservar ao máx imo
as características perceptuais da fala para qu e a inteligibilidade não seja plosiva + não-lateral ➔ basu )
- braço [
mu ito prejudicada. Essas tendências contrárias fazem com que os pro- três ➔ l tes l
cessos atuem em duas áreas: uma é a estrutura silábica onde ocorrem
principalmente omissões (apagamentos) para facilitar ~ produção em tricativa + lateral - flor ➔ l for l
termos articulatórios; a outra é constituída pelos segmentos, que podem floresta ➔ [ for1:sta )
ser substituído s por outros, mais fáceis, para que a percepção não seja

92 I Yavas, /Jernandorena e Lamprechr Avaliação Fonológica d.a Criança 193


a1rn: - ---

{ tricativa + não-lateral - frente


franja


rrenci 1
r ranza 1
Metátese: reordenação de sons dentro da mesma palavra.
Ex. : açúcar
pregos
➔ [ asurka ]
➔ [ pHgus ]

I Apagamento de silaba átona: apagamento ~e sílaba não-acentuada, dragão ➔ [ dagrãw ]


tanto pré- como postônica, em palavras com mars de uma s /laba (geral-
mente tri - ou poliss/labas). Epêntese: inserção de uma vogal entre duas consoantes.
Ex.: brabo ➔ [ barabu ]
Ex .. televisão ➔ [ telizãw ], f tevizãw ], [ livizãw ] gruda ➔ [ guruda ]
helicóptero ➔ [ lik'.lpi ]
chapéu ➔ [ PEW ]
5.1.2 - Processos de substituição
Apagamento de fricativa final: apagamento de /s/ - única tricativa
1 permitida nessa posiçáo em português - no fin al de sílaba dentro da pa-
lavra ou no final da palavra.
Dessonorização de obstruinte: realização das plosivas, tricativas ou
africadas sonoras como surdas. A dessonorização pode, eventualmente,
Ex. : espelho ➔ [ ipe,<u ] depender do modo de articulação, isto é, se a obstruinte é plosiva, trica-
dois ➔ [ doy] tiva ou africada; do ponto de articulação, isto é, no caso das plosivas, se
la bi al, dental ou velar e, no caso das tricativas, se labiodental, alveolar
Não podem ser classificados aqui os apagamentos do /si indicador ou palato-alveolar; ou da posição na palavra.
de plural (como em "dois menino", "as casa" ) porque são normais na Ex.: dedo ➔ [ tetu ]
fala coloquial. zebra ➔ [ sepra )
ApéJljamento de Iíquida final: apagamento de uma I íqu ida - la tera 1 disco ➔ [ cisku J
ou não-lateral - em final de sílaba dentro da palavra ou no final da pa-
lavra. Anteriorização: substituição de uma consoante palatal ou velar por
Ex.: almoço ➔ [ amosu] uma alveolar ou labial. A mais comum é a anteriorização das tricativas
martelo ➔ [ matEIU ] palato-alveolares pelas tricativas alveolares.
mar ➔ f mal
Ex.: chapéu ➔ [ sapew]
Não podem ser classificados aqui os apagamentos de /r/ em infini- relógio ➔ [ Rel::,zu]
tivos verbais; devem ser considerados com cuidado os apagamentos de picapau ➔ [ pitapaw]
/r/ em final de qualquer palavra, porque podem ser características da
fala popular (por exemplo: mulher ➔ r muJE ], senhor ➔ r siri o J ). Substituição de líquida: substituição de uma líquida - lateral
ou não-lateral - por outra líquida.
Apagamento de liquida intervocálica: apagamento de uma líquida Ex.: cadeira ➔ [ kadela ]
- lateral ou não-lateral - que ocorre entre duas vogais. trator ➔ [ tato! ]
Ex. : aranha ➔ [ aãiia J carro ➔ [ kalu ]
bolo ➔ [ bou J

Apagamento de lfouida inicial: apagamento de uma l fquida - late-


ral ou não-lateral - em posição inicial de palavra.
Ex.: livro ➔ [ ivu J
roda ➔ [ )da]

94 I Yavas, Hemandorena e Lamprecht


Avaliação Fonológica da Criança I 95
. _ // uida: substituição de uma líquida - lateral
Sem ivocal,zaçao de q .
de crianças com desv ios fonológicos evolutivos e com idades entre 4:9 e
1
- 1 1 por urna sern1voga .] 9:2.
ou nao- atera - --+ [ kabeyu
Ex. : cabelo V a] Nasalizaçaõ de liquida : substituição de I íquidas por nasais.
geladeira ➔ [ zela~:,Y ] Ex .: beira ➔ [ perna ]
fl orzinha ➔ [ fotzina garrafa ➔ [ kanafa ]
cachorro _,. l kasowu ] eles ➔ [ emis ]
tricativa ou uma africada por vermelh o ➔ [ femenu ]
P/osivização: su bsti tu ição de uma
uma plosiva. Africaç ão: substituição de uma tricativa por uma africada.
Ex.: vaca [ baka ] ➔ 1acuka J
Ex .: açúcar
saia [ taya ] 1paéina J
pracinha ➔
igreja ➔ [ igeía ]
. . - . ubstituição de urna consoante labiodental , dental
Posteno nzaçao. sai ato-alveolar ou velar. A mais comum é a
su ll;ti-
pelas
ou alveolar ~or _uma apiveo lares .~ ] palato- alveolares. Desafricação:su ll;ti tu ição de uma atricada por uma tricativa.
tuição das fncat1vas Ex.: tia ➔ [ sia ]
Ex.: camisa ➔ l ka~i~~ dinheiro ➔ [ zinelu ]
passarinho ➔ l pasannu l
telhado ➔ [ te,<agu l ou
vermelho ➔ [ zemet:u 1 Plosivizaçaõ de liquida : substitu ição de uma líqu ida - lateral
não-lateral - por uma plosiva.
bstitui ão de um som por infl uência de outro que Ex.: palhaço ➔ l padasu ]
. . _ . ➔ [ Reg :,zu]
Ass,m,laçao . su I vçra A assimilação pode ser: regressiva ou pro- relógio
arroz ➔ [ agos ]
se en_contra na m~s:: ~a: po~ição relativa do som que exerce e daquele
gress1va, de ac~r .º ão contí ua ou não-contígua, dependendo da pro-
a ass1rnila
q~e _sofre dos çf t; dos· l;bial ' den tal/alveolar,b palatal, velar ou na- Semivocalização de nasal: sullititu ição de uma nasal por uma semi-
x1 m1dade sons a e a , • . vogal.
d O som que exerce a infl uencia so re o outro.
sal de acor O com . f ➔ [ vi rafa ] Ex.: cama ➔ [ kãyaJ
Ex · labial gira ª anos [ãyuJ
➔ [ ,toneta

.. dental-alveolar corneta • ]
aranha ➔ [ãya)
sujeira ➔ suzera )
➔ [ k Jka ]
1 [
palata cobra
velar [ - ·- )
nasal passarinho ➔ pasanmu
5. 1.4 - Coocorrencia de processos

· ao realização das plosivas , tricativas ou afri-


- p revoca'Jica •-
Sononzaç
Mu itos dos exemplos citados acima são relativamente raros por
cadas surdas como sonoras an5~s de-~ma vogal. ilustrarem a aplicação de um ún ico processo. Na realidade, é bem mais
Ex.:confusão ➔ (govuz aw)
➔ [ Jizora )
comum e freqüente a realização de dois ou mais processos simultanea-
tesoura
mente na mesma palavra, como aparece em alguns casos acima e se vê
nos exemplos a seguir:
5. 1.3 - Processos encontrados na fonolog ia com desvios Ex. : - escreveu ➔ [ ikefew] por apagamen to da tricativa final ,
redução do encontro consonantal e dessonorização da tri-
Além dos processos acima definidos, crianças com desvios fo_n_ol_?- cativa;
gicos podem apresentar outros processos não encontrados na aqu1s1çao - sapato ➔ [ sapapu ] por posteriorização e assimilação la-
normal. bial ;
Todos os exemplos trazidos a seguir foram retirados de dados reais - dinheiro ➔ [ cinelu ] por dessonorização da africada, an-
teriorização da nasal palatal e substituição da liquida.
96 / Yavas, Hernandorcna e Lamprechl Avaliação Fonológica da Criança / 97
5. 1. 5 - Processos ,n e

São processos qu
· t rpafavras

e atuam no 1
,
· n (cio ou no fim das palavras por in.
. .
ontexto anterior ou posterior; p or essa
1 A segui r, esses ajustes são marcados com um_X dentro do c írculo
que indica a possibilidade de ocorrência do respe_c~1~0 processo; no ~as?
exemplificado acima, o X será colocado n~ pos!1bil1dades de poste ri ori-
fluência da palavra q ue esta
, no c d d
dern ser observados entro o enu nciado . zação de tricativa e de substitu ição de I íqu 1da na~lateral , que realmente
- processos. quedasso Em
razão, sao po português, on de na rea 1·d
_1. ade so· podern ocorreram e por isso são assin~adas. Na reduçao de ~~c?'1tr~ conso-
e não em palavras isola e~ final de palavra - /s/ e / r/, Ja ~ue o /1/ é se. nantais encontra-se registrado um algarismo que perm1t1ra class1f1car_os
ocorrer duas consoantes rnpo de ação dos processos in terpalavras encontros que sofrem o processo de redução conforme sua compos1çao,
. d ra [ w ] - o ca • .
mivocal1za o_pa . '.d probabilidade de su a ocorrenc1a. No en- a saber:
é mu ito_ restnt~ e e_redudz~ ~~ alerta sobre a necessidade de se terern 1 - plosiva + lateral
tanto, fica aqui regist ra dos sujeitos e de se estar atento para a possibili- 2 - plosiva + não- lateral
arnostras de f!la _corrida I vizinhas urna sobre a outra. 3 - tricativa+ lateral
dade da influencia das pa avras 4 - tricativa+ não- lateral
Esse dado é importan te porque se sabe que há d iferentes graus de
TOS PARA A ANALISE DE PROCESSOS dificuldade entre essas composições: uma cri ança poderá demons t rar d1-
5.2 - PROC EDIMEN
FONOLÓGICOS ficu Idades com um tipo de encon tro e não tê-las com outro.
.. fonológicos é feita a partir dos dados coleta- Além dos processos previstos na fi cha - que são os ma is comuns e
A analise de processos - d .
.. . 5 fichas de gravaçao (correspon entes aos cinco mais freqüentes - poderão ser inclu ídos processos que ocorrem com
dos e Ja transcn •· tos nas . d d
do 1·nstrurnento) e na ficha de a os, na qua aspa- 1
desenhos ternat1cos •· e d menos freqüênc ia ou que sejam incomuns; para esses casos há espaços
•• d contrarn em ordem alfabética. orno se po e ver em branco no lado direito da ficha. Nesses espaços serão também regis-
lavras el1c1ta as se en d "I f H,,
. . f .t t 'itulo de exemplo com os dados o n ormante , trados os casos de assimilação; por terem ocorrência imprevisível, seria
na ana 11se e1 a, a ' • fº h d
• - f · · das palavras é transcrita nas 1c as e processos - muito pouco prático assin alar todas as possibili dades de ocorrência.
a reallzaçao one 11ca .
PF-1 - nas quais · Ja· · se encontram o numero de ordem, a palavra-alvo. e No Apêndice B há também um modelo da ficha PF-2 sem as pala-
to das as poss1·b·1·dades
11 de ocorrência de processos, . - sob . a forma
· d de c1r- vras do instrumento para o registro da fala espontânea.
cu 1os.
, oua
lquer diferenca

entre o alvo e a real1zaçao
1
e registra
d
a naco-
· ·
Registrados dessa forma todos os ajustes e assinalados os processos
USTE. Nos dados de "H", por exemp 1o, em ugar a pronuncia que efetivamente ocorreram, basta somar, no fim de cada coluna, as
1una AJ __ ] .
padrão de "passarinho" foi produzido [ pasa 11nu ; nesse caso registram- ocorrências encontradas e as possibili dades de ocorrência. Preench idas
se os ajustes s -+ se r - 1. todas as palavras elicitadas, analisados e somados os ajustes em cada fo-
lha, soma-se o total das ocorrências e das possibilidades de cada proces-
so encontrado na criança em questão. No caso de " H", por exemplo,
foram registradas 32 ocorrências de posterio ri zação de tricativas em 51
possibilidades de ocorrência. Em segu ida, a divisão do número de ocor-
rências pelo número de possibili dades de ocorrências fornecerá a pe r-
centagem de ocorrência de um processo. No exemplo de "H ", a poste-
riorização tem 62,7% de ocorrência.
Num último passo, essas percentagens de ocorrência encon tradas
• A única exceção à previsão de possibilidi>'.Je s de ocorrência marcadas p o r drc ul os é o processo
são passadas para a ficha-resumo PF-2, que se subdivide nas fi chas 2a e
de apagamento de síl.tla át on a - n° 2 - no qu al nada está p reviamente ass inalado em razão da 2b; na primeira, encontram-se os processos de estrutu ra silábica e na se•
d ificuldade em se prever quais as sílabas que pode rão vir a ser apagadas. gunda, os processos de substituição. Em ambas há espaço para o regist ro
As poss,b,lid ades de dessooo rizi,;ão da africada foram colocadas na coluna 7b - dessonorização de outros processos apresentados pela criança, devendo esses també m
de tricat ivas - po rque, segundo os resultados de nossas pesquisas. seu comportamento é seme- ser classificados de acordo com sua natu reza pa ra fac ili tar a posteri or
lham.e.
Não fo i prevista a possibilidade da plosiv ização do /s/ em FS em virtude de as plosivas não ocor•
aval iação. Nessas fichas, além do espaço para as percentagens, há lugar
rerem nf:'Ssa p0$ição em português.

98 / Yavas, Hernandorem e f.amprccht A valiaç:io Fonológica J:1 Crianp I 99


para exemplos de cada processo e para observações que 5 0 .
necessárias · No exemplo
. de " H", além do número de ocoerrenc·
: nsiderern
ossibilidades
. e .alem da percentagem encontrada para a Posteno. ias• e de
de
P tricativas, registra-se o fato de que o processo s6 ocorre nzação
em todas as posições, na substituição de líquida não-late racolmreg·
Is/1 e /z/'
que o processo ocorre somente em Is DP. ' stra-se
i• 1w
A ficha-resumo - PF-2 - devidamente preenchid f
quadro claro e simples do sis tema fonológico da criança ªex~rn_ece urn
' lV:JOAIWJS
..,
partir do qual o terapeuta poderá planejar com toda facilida minada, a 11111.J
0 _11 · 1s11ns
tégias de tratamento adequadas. de as estra- ,.,
Jf lll\

' UOIU HNV


,,,
5.3 - EXEMPLO
;)I Jj

A segu ir, é apresentada a análise dos processos f 1• . ' HONOSSJO


dos do " Informante H", com a utili zação das r· hono og1cos dos da- '°ld
PF-2b. ,c as PF-1, PF-2a e 1• 1w
lVl:JINJ
·o,11 !lVJV ..,
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