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O Oráculo Sagrado

de

Ifá

Tr adu ção par a o por t ug uê s: Ò s unlé k è

1
Or áculo 1

Èjìogbè

O O dù Èj ìo g be fala de ilu minação , be m e st ar ge r al, v it ó r ia so br e o s in im ig o s,

de spe rt ar e spir it ual, v ida lo ng a e paz me nt al.

O bse rvação o c ide nt al: No vo s neg ó cio s o u int e ns if ica çõ e s no s ne gó c io s ex is -

te nt e s, novo s re lac io name nt o s, o u e x per iê n cias e sp ir it uais po de m se r e spe r a -

das. Ex ist e uma po ss ib ilidade de co mpo rt ame nt o s upe r ze lo so que r e que r bo m

se nso par a se r supe r ado .

Ej io g be é o O dù mais impo rt ant e . Ele simbo l iza o pr inc íp io masc ulino e , por t anto é

co ns ide r ado o pai do s o dùs. Na o r de m f ix ada por Òr únmìlà, Ej io g be o cupa a pr i -

me ir a po sição .

Em Ej io g be , o s do is lado s do Odù são idê nt ico s: Og be e st á e m ambo s o s lado s d ir e i -

t o e e sq uer do . O Odù deve r ia se r chamado “Og be me j i”, ma s e le é unive r salme nt e

co nhe c ido co mo Ej iog be por que ej i tam bé m sig n ifica “do is”. Há um e quilíbr io de

fo r ças e m Ej iog be , que é se mpr e uma bo a pr o fe cia.

D ur ant e uma se ssão d iv inat ó r ia, o cl ie nt e par a que m Ej io g be é div inado e st á b us -

cando po r paz e pr o spe r ida de . O clie nt e co nsult o u I fá por que e le ou e la que r f ilho s

o u de se j a se e ng aj ar e m um no vo pr oj e to . I fá d iz que se o clie nt e fize r uma o fe r e n -

da, to das as sua s ex ig ê ncias se r ão sat is fe it a s e to do s o s se u s e mpre e nd ime nto s se -

r ão be m su ce dido s. É ne ce ssár io o sa cr ifíc io par a o bt e r v itó r ia so br e o s in imig o s

que po der iam e st ar blo que ando o s cam in ho s do clie nt e . S e e le o u e la te m tr abalha -

do se m pr og r e sso o u fe it o ne gó c io s se m lu cro , I fá pr ev ê pr o spe r ida de o u r ique za se

a pe sso a fize r o s sacr ifíc io s ne ce ssár io s. Em Ej iog be , I fá pr e vê v ida lo ng a de sde que

o clie nt e cu ide mu it o be m de sua saúde .

2
Pe s so as e ncar nadas pe lo Odù Ej iog be deve m se mpr e co nsult ar o o rác ulo de I fá an -

t e s de t o mar qualque r de c is ão im por t ant e na v ida.

1 – 1 (t r adução do ve r so )

A s mão s per t e nce m ao co r po ,

o s pé s per t e nce m ao co r po ,

O tar at ar a co nsu lto u o o rácu lo de I fá par a Ele r e moj u,

a mãe de Ag bo nn ir e g un.

F o i pe dido par a e la sacr if ic ar

D uas g al inhas, duas po m bas, e t r int a e do is m il búz io s,

a se r e m u sadas par a sat isfaze r o I fá de sua cr ian ça.

D is se r am que sua v ida se r ia pr ó spe r a.

Ela o be de ce u e fe z o sacr if íc io .

O wo t’ar a, Ese t’ar a, e Ot ar at ar a são o s no me s do s t rê s d iv inador e s que co nsult ar am

o or áculo de I fá par a Ele re mo j u, a mãe de Ag bo nnir e g un (um do s t ít ulo s de lo uva -

ção de Ò r únmìlà). Eler e moj u e st ava e nfr e nt ando pr o ble ma s. Ela co nco r do u e m faze r

o sa cr ifíc io e sat is fazer o I fá de sua cr iança ( ikin I f á - dezes seis f r uto s de palm ei -

r a). Ela se t or no u pr ó spe r a por que sa cr ifico u as co isas que I fá pr e scr e ve u.

O sa cr ifíc io de se mpe nha um pape l e sse n cial no s ist e ma Yor ùbá de cr e nça s e t rad i -

ção r e lig io sa. De mo do a v ive r lo ng a e pac ifica me nt e na te rr a, e spe r a- se que o s se -

r e s humano s faça m o s sacr if íc io s ne ce s sár io s que atr a ir ão bo a so rt e e afast ar ão as

de sg r aças.

1 – 2 (t r adução do ve r so )

O t it o o mif i-nt e le -isa co nsult o u I fá par a Ele re mo j u,

a mãe de Ag bo nn ir e g un.

I fá d is se que o ik in de sua cr ian ça ir ia aj udá -la.

Po rt ant o fo i pe dido a e la que sacr ifica sse

um rat o awo sin , u ma g alin ha o u cabr a,

e fo lhas de I fá (fo lhas eg be e , e m núme ro de de ze s se is,

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de ve m se r e smag adas na ág ua e usadas

par a lavar a ca be ça do cl ie nt e ).

Ela o be de ce u e fe z o sacr if íc io .

O utr o div inado r, chamado Ot it o l o mifi- nt e le - is a t ambé m co nsult o u I fá par a Eler e -

mo j u, a mãe de A g bo nnir e g un. I fá co nfir mo u que o ik in de sua cr iança ( fr uto de

palma sagr ado ) a aj udar ia se e la co nt in uas se a faze r se us sacr if íc io s.

O s div inado r e s de I fá são t ambé m e spe c ial ist as e m er vas. S upõ e - se que e le s e st ej am

be m fu ndame nt ado s na me d ic ina tr adic io nal. A cr e dit a -se que to das as plant as, er -

vas, e fo lha s do mundo pe rt e nce m a I fá. O s co nhe c ime nt o s so br e se u s valor e s e spi -

r it ua is e me d ic inais po de m ser e nco ntr ado s no s e nsiname nt o s de I fá. A ss im , e m

mu it as o casiõ e s, o s d iv inador e s de I fá pr e s cr eve m e r vas e plant as par a a cur a o u

pr e ve n ção de do e nça s e e nfe r midade s. Em se u ve r so O dù, fo lhas eg be e são r e co -

me ndada s par a lavar a cabe ça do cl ie nt e ( Or í), a qual se acr e dit a co nt ro lar o de st ino

da pe s so a.

1 – 3 (t r adução do ve r so )

O to to ot o

O ro ro or o

S e par adame nt e nó s co me mo s fr uto s da te rr a.

S e par adame nt e nó s co me mo s im um u (fr ut o e spe c ial).

Nó s e st amo s co m a cabe ça acima do s calcanhar e s e m amor co m Oba ‘ M ak in.

To do s e le s d iv inar am par a A g bo nn ir e g un.

F o i dit o que se e le f ize sse sa cr ifíc io , e le se r ia

abe n ço ado co m filho s; e le ne m sabe r ia

o núme r o de se us filho s

dur ant e e apó s sua v ida.

F o i pe dido a e le que sacr ifica sse

uma cabr a e fo lhas de I fá .

S e e le o fe r e ce s se o sacr ifíc io , e le de ve r ia co z inhar fo lha s de I fá par a suas e spo sa s

co me r e m.

Ele o be de ce u e fe z o sacr ifíc io .

F o lhas de I fá: F olhas mo ída s ye nme ye nme (ag bo ny in),

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ir ug ba, o u o g ir i (co nd ime nt o s) co m cr avo s e o ut ro s co ndime nto s.

C o zinhe -o s j unt ame nt e co m o s t ro mpas de faló p io da ca br a.

C o lo que o po te de so pa e m fre nt e ao tr o no de I fá

e de ix e que sua s e spo sa s a co mam ali.

Q uando e las t er m inar am de to mar a so pa, e las t ive r am

mu it o s filho s.

A s e spo sa s de Ag bo nnir e g un e st avam te ndo d if ic uldade e m e ngr av idar e dar a luz.

O s cinco Awo que div inar am par a A g bo nn ir e g un e nfat izar am a im por t ância do sa -

cr if íc io . Ele s d is se r am que se e le co n cor das se e m faze r o sa cr ifíc io , e le t er ia mu it o s

f ilho s dur ant e sua v ida e apó s a sua mor t e . A dicio nalme nt e , o s sace r do te s t ive r am

que faze r u so de se u co nhe c ime nt o so br e me dic ina t rad ic io nal par a co z inhar fo lhas

de ag bo ny in co m as t ro mpas de faló pio da cabr a sacr if ic ada. Est e r e mé dio fo i co n -

s umido pe las e spo sas de Ag bo nn ir eg un ant e s que e le pude sse t er o s f il ho s pr e dit o s

por I fá.

1 – 4 (t r adução do ve r so )

O k unk un-b ir imu bir im u co nsult o u I fá par a Eniunk ok unj u.

D is se r am que não hav ia n ing ué m que lhe t ive s se fe it o uma g e nt ile za

que e le não r et r ibu iu co m mal.

Nó s pe d imo s a e le par a sa cr ificar

uma alfanj e e uma e s cada.

Ele se re cu so u à sa cr if icar,

En iu nko k unj u - o no me co m o qual cha mamo s o faze nde ir o .

To das as bo as co isa s que O g e de (a banana) for ne ce u

par a o faze nde ir o não for am apr e ciadas.

O faze nde ir o po r fim de cap it o u O ge de .

I fá mu it as ve ze s fala por par ábo las. Est a e stó r ia apr e se nt a um r e lacio name nt o e n -

t re a banana (Og e de ) e , per so n if ic ada co mo alg ué m que fo i ge nt il co m o faze nde ir o

(ag be ), um ing r at o que r et r ibuiu a ge nt ile za co m o mal. Não im por t a o quão gr ande

se j a o re lac io name nt o , a banana é de st r uída ao f inal.

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No s t e mpo s ant ig o s, qualque r um e ncar nado por e st e O dù po der ia se r de cap it ado

ao f im de sua v ida na t er r a. Em te mpo s mo de r no s, ist o se r e fer e mais à “per de r -se a

ca be ça” e pag ar u m alto c ust o .

Or áculo 2

Oyekumeji

O O dù Oye k u M ej i s ig nif ic a e s cur idão e in fe lic idade , e adve r te so br e mo rt e ,

do e nças, pr e o cupa çõ e s e um mau pr e ssag io , mas t ambé m carr e g a co m t udo

isso a so lução de t odo s e s se s pr o ble mas.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e co m má so rt e e nco ntr a blo que io ; o clie nt e

co m bo a so r te po ss ui fo rt e s upor t e ance st r al.

O yek ume j i é o se g undo Odù (o lo du ) pr in cipal. Ele simbo l iza o pr in cíp io fe m in ino .

O s o dùs Ej iog be e Oye k umej i der am nas cime nt o ao s quato r ze odù s pr inc ipa is r e s -

t ant e s.

No O dù Oye k ume j i, há um O ye k u no lado d ir e it o , que é a fo r ça masc ulina, e o utr o

O yek u no lado e sque r do , que é a for ça fe min ina.

A s pe s so as par a que m e st e O dù é d iv inado deve r ia m fo r mar um háb it o de o fer e ce r

sa cr ifíc io s e sat isfaze r s uas cabe ças (or i) de te mpo s e m te mpo s de mo do à e v it ar e s -

t ado s de de pre s são . A d ic io nalme nt e , de ve r iam o uv ir e re spe it ar as o piniõ e s de se u s

ma is ve lho s. Elas ne ce ss it am ho nr ar se us ance st r ais r eg ular me nt e .

No O dù Oye k ume j i, I fá adve rt e co nt r a o pe r ig o de mant e r r e lacio na me nto s co m

mu it as m ulhe r e s. A s mulhe r e s se to rnar ão ciume nt as, e o s pr o ble mas g er ado s im pe -

d ir ão o pro gr e s so do cl ie nt e . De st e Odù, nó s apre nde mo s que é me lhor te r um mar i -

do , uma e spo sa.

2 – 1 (t r adução do ve r so )

O ye dudu a wo or i Bij e co ns ult o u I fá par a O lo fin.

Nó s pe d imo s par a e le o fe r e cer

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um te c ido pr e to , uma cabr a, e fo lhas e se me nt e s de b ij e .

Nó s d is se mo s a e le que e st a mo r te im ine nt e

não ir ia mat á-lo , não ir ia mat ar se u s f il ho s

se e le fize sse a o fe r e nda.

Ele o be de ce u e fe z sacr if íc io .

S e e st e Odù é lan çado , a famíl ia do cl ie nt e de ve apl icar bij e (uma e r va afr icana ) so -

br e suas face s e co br ir o I fá do s me smo s co m te c ido pr et o e fo lhas de b ij e . Ele s e s -

t ão as se g ur ado s de que mor t e , do e nça s, e t o do s o s out ro s male s não se r ão capaze s

de r e co nhe cê - lo s, uma ve z que a mo rt e não re co nhe ce O nib ij e (alg ué m que faz u so

do re mé d io b ij e pr e scr it o pe lo div inado r ).

2 – 2 (t r adução do ve r so )

Ee s in g bo na l’e we t ut u l’e g bo

co ns ulto u I fá par a 165 ár vo r e s.

A palme ir a e a ár vo r e Ay inr e

sa cr ificar am uma gal inha e ntr e as ár vo r e s.

Ent ão , se um to rnado e st ive sse devast ando ,

a j ove m fo lhag e m de palma afir mar ia:

e u fiz sacr if íc io par a e s capar do pe r ig o .

A fo lhag e m de palme ir a nunca é afe t ada po r ve nt o s o u t or nado s por que e la re alizo u

o sa cr ifíc io r e quer ido ne st e O dù. To do s o s pe r ig o s são de sv iado s da palme ir a.

2 – 3 (t r adução do ve r so )

Vo cê é o ye

Eu so u o ye

Do is oye co ns ult ar am I fá par a O lo f in.

Ele s disse r am

do is de se us filho s ir ia m fr at ur ar [o s o sso s] das co x as,

mas e le não deve r ia ficar pr eo c upado

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por que e le s se r ia m be m suce d ido s na v ida.

F o i pe dido à e le que sacr ifica sse te c ido k e lek u,

par a se r usado co mo uma pr ot e ção par a as cr iança s.

Ele o be de ce u e fe z o sacr ifíc io .

I fá pr e disse que o acide nt e que o s filho s de Olo fin ir iam so fr e r não impe d ir ia o su -

ce sso de st e s na v ida. Tudo o que e le ne ce s sit ava faze r er a r eal izar um sacr if íc io e

fo r ne ce r o t e cido e spe c if icado co mo co be rt ur a pro t et o r a.

2 – 4 (t r adução do ve r so )

Q uando e u aco r de i de manhã,

e u v i uma gr ande quant idade de cr iança s.

Eu per g unt e i pe lo re ino da te rr a.

Eu e nco ntr e i o s ant ig o s e m gr ande e sple ndo r.

Eu per g unt e i pe lo re ino do cé u.

O r isa -nla e st ava indo v isit ar Ò r únmìlà

Ele pe rg unt o u: C o mo e st ão se u s f il ho s

que e st o u le vando co m ig o par a o mundo ?

C aso haj a re sfr iado ,

C aso haj a do r de cabe ça,

C aso haj a malár ia e o ut r as e nfe r midade s,

O que e u po de r ia fazer po r e le s ?

Ò r únmìlà o rde no u a e le que mar ca sse Odù Oyek u mej i

so br e pó de iye - ir o sun.

A panhe alg uma s fo lhas fr e s cas de per e g un e as t r it ur e .

M ist ur e -as j unt ame nt e co m banha de Òr í

e use is so par a e sfr e g ar e m se u s co r po s.

Pe r eg un der r amar á ág ua so br e

a mo rt e de vast ador a.

Pe r eg un der r amar á ág ua so br e

as do e nça s de vast ador as.

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Or áculo 3

Iworimeji

Est e O dù fala das pe s so as pr e se nt e adas co m a hab il idade de ver co isa s co m

s uas pr ó pr ias per spe ct ivas. Elas muit a s ve ze s so nham, tê m v isõ e s clar as,

cr e sce m e t or nam-se "adiv inho s " o u e spir it ua list as. C lie nt e s co m e sse Odù

de ve m se r aco nse lhado s a cult uar I fá. I sso ir á lhe s tr azer bo as per spe ct ivas,

v ida lo ng a ( ir e aik u ), pr o spe r idade ( ir e aj e ), uma e spo sa (ir e aya) e f ilho s ( ir e

o mo ).

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á c uidado same nt e e x aminando e r eaval i -

ando t ant o o s cam in ho s t e mpor a is co mo e sp ir it uais/e mo cio na is .

O dù I wor ime j i o cupa o t er ce ir o lug ar na o rde m do s odùs. C o mo um o lo du, I wo r i -

me j i co ns ist e de I wo r i no lado dir e ito (o pr inc íp io ma scul ino ) e I wor i no lado e s -

que r do (o pr inc íp io fe min ino ).

I fá diz que se alg uma co isa fo i pe r dida, o clie nt e se r á asse g ur ado de que a co isa

se r á v ist a o u r e cupe r ada. A s c hance s par a uma pr o mo ção no t rabal ho são bo as, ma s

o clie nt e ne ce s sit a o fer e ce r sacr if íc io par a ev it ar que cal uniado r e s cau se m s ua de -

m is são . S e o cl ie nt e de se j a v iaj ar par a for a da cidade o nde re s ide o u ir par a o ut ro s

pa íse s, e le de ve faze r sacr ifíc io d e mo do que se u s o lho s não vej am qualque r mal.

Q uando o sacr ifíc io cor re t o é re alizado , uma pe s so a e nfe r ma se g ur ame nte ir á f icar

be m de novo .

I fá co nfir ma no O dù I wo r imej i que o s de ze s se is fr uto s da palma sagr ada (ik in I fá )

são a r e pr e se nt ação de Ò r únmìlà e se u o bj e to de ador ação na te rr a. E is o por que do

sa ce r do t e de I fá (Babala wo ) as ut il iza par a r eve lar o s mist é r io s da v ida.

3 – 1 (t r adução do ve r so )

M uj im uwa, Babala wo de Opak er e , co ns ult o u par a e le .

Par a e v it ar que e le ado e ce sse ,

fo i o r ie nt ado a e le que sacr if ic as se

v int e anzó is de pe sca e v int e po m bas.

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Ele o be de ce u e fe z o sacr ifíc io .

F o lhas de I fá fo r am pr e par adas par a e le

par a se r e m usada s par a lavar sua cabe ça (or i),

par a se r e m usada s par a lavar se u I fá .

O pake r e nunca ficar ia do e nt e .

Par a afast ar uma do e nça im ine nt e , M uj im uwa aco nse lho u Opak er e a faze r um sacr i -

f íc io . A dicio nal me nt e , fo lhas de I fá de ve r iam se r pr e par adas par a e le par a lavar s ua

ca be ça e se u I fá.

3 – 2 (t r adução do ve r so )

Gbe g i je be t e fo i aque le que co ns ulto u par a O de

quando Awasa er a se u in imig o .

F o i pe dido a e le (O de ) par a o fer e ce r

um bor dão e uma car g a de in hame .

O de at e nde u ao co n se lho e fe z sacr if íc io .

O in hame fo i p ilado .

To do o inhame pilado fo i co mido à no it e .

Ele s for am do r mir.

Q uando ve io a e s cur idão , Awasa ve io .

O de uso u se u bo r dão par a mat ar Awasa.

No dia se g u int e , pe la manhã,

o cadáve r de Awasa fo i e nco ntr ado do lado de fo r a.

O de co nsult o u I fá a r e spe it o do que e le po der ia fazer par a se l ivr ar de se u in im ig o

Awa sa. Ele se g u iu o co n se lho do d iv inado r e o fe r e ce u alg uns in hame s e um bor dão ,

que fo i usado par a mat ar se u in im ig o .

3 – 3 (t r adução do ve r so )

Ò g ún-r ibit i co nsult o u par a I wor ime j i

quando I wo r ime j i e st ava par a se ca sar co m a filha de Ope O lo f in.

F o i pe dido a e le que fize sse um sa cr if íc io .

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S ua e spo sa jama is se r ia e sté r il.

U ma g alinha fo i o sacr if íc io .

F o i dit o que amba s as palme ir as macho e fê me a

j amais se r iam e sté r e is.

Po r que I wor ime j i r eal izo u o sacr if íc io ne ce s sár io , as pe sso as nasc ida s por e st e O dù

j amais se r iam in fé rt e is o u e st é r e is. Elas se r ia m se mpr e abe nço ada s co m f ilho s.

3 – 4 (t r adução do ve r so )

T ij ot ayo fo i aque le que co ns ulto u par a O de .

F o i dit o que e le de ver ia v ir e sa cr ificar

uma pe dr a de mo inho e uma e st e ir a,

par a faze r co m que t odo s que t ive sse m v indo r eg o zij ar co m e le

se mpr e f ic as se m co m e le .

O de re c uso u e ne g lig e n cio u o sacr if íc io .

Ele falo u que e st ava sat isfe it o

se e le pude sse ape nas se liv r ar de Awasa.

A s pe s so as v ir iam se mpr e re go z ij ar o u ce le br ar co m O de . Mas po r que O de neg l ig e n-

c io u o sa cr ifíc io ne ce ssár io , ning ué m j amais f ic ar ia co m e le . Co nse q ue nt e me nt e , as

pe s so as que são e ncar nadas por e st e O dù te m ape nas su ce sso te mpo r ár io . Nada pa -

r e ce dur ar m uit o . S uas r ique zas e pr aze r e s t e m se mpr e cur t a dur ação .

Oráculo 4

Odimeji

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Est e Odù fala do s que te m in im ig o s se cr et o s t e nt ando lan çar e ncant ame nto s

so br e e le s o u o s que tê m so nho s ru in s a ma io r part e do te mpo . Ele s pr e c is am

apazig uar I fá par a po der e m ve nce r e ssa s o bst r uçõ e s mun danas.

O bse rvação o c ide nt al: O clie nt e e st á se nt indo aume nt o de pr e s sõ e s t ant o nas

que st õ e s te mpo r ais co mo e mo cio nais.

I d ime j i é o quart o O dù na o r de m f ix ada por Òr únmìlà. Est e Odù é f undame nt al por -

que e le co mple t a o s quat ro po nto s car de ais do unive r so : Ej iog be (Le st e ), O yek ume j i

(O e st e ), I wo r imej i (Nor t e ), e I d ime j i (S ul). O dù I dime j i s im bo liza a mat er n idade . A

int e r ação de um I di masc ulino no lado dir e ito co m um I di fe min ino no lado e sque r -

do re s ult a e m re pr o dução — o nasc ime nt o de uma cr ian ça.

S e uma pe s so a e st ive r e nco ntr ando d if ic uldade e m se e st abe le ce r na v ida e e st ive r

se mudando de casa e m casa se m re s idê n cia pe r mane nt e , I dime j i d iz que a pe sso a

de ve re t or nar à cidade o u pa ís de se u na sc ime nt o . C o m o sa cr ifíc io apro pr iado ao

o r i ( cabe ça ) o u e le da (cr iado r ) da pe sso a, a v ida po der á fa cilme nt e r et or nar ao no r -

mal.

Em O dù Od ime j i, I fá v ê bo a so rt e e v ida lo ng a par a u m ho me m o u uma mulhe r. Mas

o clie nt e ne ce s sit a cult uar I fá par a ev it ar mo rt e sú bit a. O clie nt e po de r á se e le var a

uma bo a po s iç ão na v ida, mas de ve r á ser c uidado so co m cal uniado re s. É po ss íve l

t rabalhar dur o no co me ço da v ida e per de r tudo no final. Par a pro spe r ar, de ve m se r

fe it as co nst ant e s o fer e ndas ao s ance st r ais do cl ie nt e . Se alg ué m plane j a v iaj ar, de ve

se r fe it o sacr ifíc io a Òg ún par a asse g ur ar uma j or nada se g ur a e fe l iz. Q uando uma

mul he r e st ive r de se spe r ada par a te r um f ilho , e la é aco nse lhada a sat isfaze r

Ò r únmìlà. I fá d iz que e la te r á uma cr iança e que e st a cr ia nça ser á uma me nina.

Par a se r e m be m suce d ida s na v ida, as pe sso as e ncar nada s por O dù I d ime j i de ve r ão

se r co nfiáve is, ho ne st as, e fr ancas e m se u s neg ó cio s co m o s o utr o s. Elas deve r ão te r

o s pé s no c hão e ser e m pr át icas e m sua at it ude co m r e lação à v ida.

4 – 1 (t r adução do ve r so )

A t e le wo -ab in ut e lu co nsult o u I fá par a I te r e .

12
F o i dit o que sua s idé ias ir iam se mpr e se mat er ial izar ;

por t anto e le de ve sacr if ic ar

pr eg o s, t rê s bo de s, e t rê s g alo s.

I te r e o be de ce u e fe z o sacr if íc io .

F or am pr e par adas fo lhas de I fá par a e le be be r.

Ent r e o s mat e r ia is pr e s cr it o s par a o sacr if íc io e st avam o s pr e go s. Pr eg o s, que te m

ca be ças, capa cit ar iam o s so nho s de I te r e a se r e alizare m o u suas idé ias a se co ncr e -

t izar e m.

4 – 2 (t r adução do ve r so )

O pa-aro ab id ij e g e leg e co ns ulto u I fá par a as pe sso as e m I fe .

F o i dit o que uma ve z que a mo r te e st ava mat ando as pe s so as al i,

e las deve r ia m sa cr if icar

uma cor r e nte e um car ne ir o .

Ele s o uv ir am e sacr if ic ar am.

O Babalawo disse : U m único e lo nunca que br a.

A ss im , as mão s da mor t e não po de m ma is t o cá-lo s.

A mo rt e pe r so nificada e st ava mat ando a t o do s e m I le - I fe . I fá fo i co nsult ado . O Ba -

bala wo aco n se lho u o s r e side nt e s a faze r um sa cr ifíc io que in clu ía uma s im ple s co r -

r e nt e que nunca po de se r que br ada. E is co mo a mão malé vo la da mo rt e po de se r de -

t ida.

4 – 3 (t r adução do ve r so )

O didi- afidit i co nsult o u I fá par a O did im ade .

F o i pe dido a e le que fize sse um sa cr if íc io :

do is ag bo n o lo du (gr ande s co co s), do is car acó is, e t rê s m il e duze nto s búz io s.

Ele se re cu so u a o fe re ce r o sacr if íc io .

O Babalawo disse : I fá diz, “S e u filho nunca

falar á ao lo ng o de sua v ida.”

13
I d ime j i div ino u par a O didimade , ma s e le se r e cuso u a o fer e ce r o sa cr ifíc io r e quis i-

t ado . Po rt ant o , co nfor me o I fá , se u filho pe r mane ce r ia mudo ao lo ng o de sua v ida.

4 – 4 (t r adução do ve r so )

Eu so u e n i- od i

Vo cê é e n i- od i

Do is e ni-o di d iv inar am par a o o di (for t ale za)

dur ant e ho st il ida de s po l ít icas.

F o i dit o : O o d i c ir cu ndar á a cidade .

Po rt ant o e le de ve o fer e ce r do is t e cido s de e mba lar.

E as sim e le fe z.

D ur ant e ho st ilidade s po l ít ica s e ntr e duas cidade s, é de in cu mbê nc ia do s r e side nt e s

co nst r uir uma fo rt ale za, que o s pro t eg e r á de se us in im ig o s. I sso també m deve r ia se

apl icar a u m indiv íduo o u uma família que e ste j a se ndo ame açada de alg uma for ma.

Or áculo 5

Irosunmeji

Es se Odù fala do s que são se mpr e po pular e s e que são t ido s e m gr ande

e st ima pê lo s amig o s. Ele s pr e cisam to mar cuidado co m s ua saú de , t ant o apla-

cando suas cabe ça s ( Or í), co mo o casio nalme nt e apaz ig uando Èsù , o u o co r po

de as sist e nt e s de I fá. S e e le s se se nt e m de sanimado s e co me çam a pe r der in -

t er e s se e m qualque r co isa que façam, I fá deve se r co nsu lt ado e apaz ig uado

par a e le s. Es se O dù de not a d if ic uldade s e mo c io nais e finance ir o s. M as não

impo rt a o quant o difíc il a v ida po ssa pare ce r, o cl ie nt e po de tr iunfar pe lo

o fe r e cime nt o do s sacr ifíc io s co rr e t o s e pe la r e cu sa e m g uar dar o mal no cor a -

ção e m pe n same nt o s e idé ias.

14
O bse r vação o c ide nt al: A s co isas não e st ão fluindo fac ilme nt e — isso r e que r

ma is t rabalho que o nor mal par a se re al izar qualque r co isa.

I ro su mej i é o quint o Odù na or de m inalt er áve l de Ò r únmìlà. Ele pe de por uma cu i -

dado sa r e fle x ão so br e no sso fut ur o . Nó s não po de mo s falhar e m per ce be r que “O

ho me m pr o põ e , De u s d ispõ e .”

Em Odù I ro su mej i, I fá pe de que um r it ual famil iar se j a re al izado anualme nt e . O

cl ie nt e de ver ia co nt in uar a pr át ica e t ambé m ho nr ar e re spe it ar o s ance st r ais, par t i-

c ular me nte o pa i, e st e ja v ivo o u mo rt o .

A que le s nasc ido s por I ro su mej i de ver iam faze r [as co isa s ur g e nt e s] de vag ar, apre n -

de r [a t er ] pac iê nc ia, e a ag uar dar que o s mo me nto s difíce is se d is sipe m. Ele s de ve -

r ia m se mpr e se le mbr ar que ne nh uma co nd iç ão é per mane nt e .

O sacr if íc io apr o pr iado de ver á se r e x e cut ado po r uma m ulhe r que e st ej a ans io sa

par a t er um be bê . I ro su mej i diz que e la e ng r av idar á e te r á u m be bê . A cr ian ça se r á

um me nino , que de ver ia se to r nar um Babalawo .

5 – 1 (t r adução do ve r so )

O liye be co nsu lto u I fá par a I na (fo go ).

O liye be co nsu lto u I fá par a Ey in (fr ut o da palme ir a ).

O liye be co nsu lto u I fá par a I ko (r áfia).

A cada um de le s fo i pe dido par a sa cr ificar

uma e st e ir a (e n i- if i) e um t e cido amar e lo .

A pe nas Ik o fe z o sa cr ifíc io .

Q uando o pai de le s (u m che fe ) mo rr e u,

I ná fo i inst alado co mo che fe .

Ve io a chuva e de str u iu I na.

Ey in fo i e nt ão inst alado co mo che fe .

Ve io a chuva par a de st r uir Ey in també m.

I ko fo i f inal me nt e in st alado co mo c he fe .

Q uando cho ve u, I ko se co br iu co m sua e ste ir a.

Q uando a chuva ce sso u, Ik o re mo ve u a e st e ir a

e , co mo r e sult ado , não mo rr e u.

15
A c huva não po der ia de st r uir Ik o (r áf ia ) por que e le e r a o ún ico e ntr e o s t rê s ir mão s

que o fer e ce u a e st e ir a co mo sa cr if íc io . Ik o usava a e st e ir a co mo pr o te ção co ntr a a

ch uva. I ko fo i por t ant o capaz de mant e r o t ít ulo de se u pa i po r um lo ngo t e mpo .

5 – 2 (t r adução do ve r so )

O kak ar ak a-afo wot ik u, I dase g be r eg be r e w’ako

co ns ulto u par a I ro su

quando I ro su e st ava par a dar a luz.

F o i dit o que a v ida da cr ia nça se r ia dur a

e que se r ia d if íc il ganhar dinhe ir o

par a a manut e nção da cr iança.

M as se Ir o su de se j asse re ver t er a s it ua ção ,

I ro su de ve r ia sacr if ic ar do is car acó is.

I ro su se r e cuso u a fazer o sacr if íc io .

F ilho s de I ro su mej i se mpr e achar ão a v ida d if íc il por que Ir o su ne st e ver so de O dù

se re cu so u a faze r o sa cr ifíc io r e quis it ado .

5 – 3 (t r adução do ve r so )

I se se r e fo g be se ’ ye co nsult o u I fá par a A k uk o adiye (g alo ).

F o i pe dido à e le par a o fer e ce r se u go rr o ve r me lho (cr ist a de galo )

e do is m il e duze nto s búz io s co mo sa cr ifíc io .

Ele se re cu so u à o fe re ce r se u go rr o ve r me lho .

O Babalawo disse que o galo se r ia mor to .

O galo d is se , “Q ue ass im se j a.”

16
O g alo se re c uso u à sa cr ificar se u go rr o ver me lho po r que e le t in ha ace it ado a mo rt e

co mo uma o br ig ação da v ida

5 – 4 (t r adução do ve r so )

A de is i co nsult o u I fá par a A tapar i (ca be ça).

A t apar i ia r e ce be r um g or ro do Or isa.

F o i dit o que n ing ué m po de r ia ar r ancar o go rr o de le

se m sang r ame nt o ;

é impo s síve l te r do is g or ro s.

E is o po r que as pe s so as nas cidas po r Ir o sume j i

se mpr e achar ão a v ida difíc il.

Or áculo 6

Owonrinmeji

Na o r de m e st abe le cida de Ò r unmìlá, e st e é o se xt o O dù. Esse Odù pe de pe la

mo de r ação e m to das as co isas. Est e Odù pr e d iz dua s g rande s bê nção s par a

qualq uer u m que se e nco nt r a na m isé r ia, pr ove ndo e le o u e la o s cor r et o s sa -

cr if íc io s. A pe sso a se r á be ne f ic iada co m din he ir o e uma e spo sa ao me s mo

t e mpo . I fá ne st e O dù e nfat iza a im por t ânc ia do sa cr if íc io . Q uando um sacr if í-

c io é o fe r e cido , e le não de ve se r so me nt e de st ina do ao s Òr ìsà o u par a o s an -

ce str a is, mas t ambé m usado par a alime nt ar a bo ca de dive r sas pe sso as. Essa é

uma mane ir a de faze r sacr ifíc io s ace it áve is .

O bse r vação o cide nt al: Pe nsame nt o s clar o s são ne ce ssár io s par a o bt e nção de

s uce s so .

O cult ivo da te rr a é a o po r t unidade ma is gr at ificant e par a o s filho s de O wo nr inme -

j i. C ult ivo s be m suce d ido s e co lhe it a s co m g anho s e m d inhe ir o aux il iar ão à pr o mo -

17
ver s uas finança s. Par a su ce sso na v ida, o s f ilho s de O wo nr inme j i de ve m apr e nder a

pro p ic iar suas cabe ça s (o r i) de t e mpo s e m t e mpo s, o uv ir se u s pa is, re spe it ar o s

ma is ve lho s, e re ver e nc iar se us ance st r ais (e g ung un).

S e uma pe s so a plane j a v iaj ar, I fá d iz que sacr if íc io de ve se r re al izado par a gar ant ir

se g ur ança e uma v iaj e m pr azer o sa. Par a lo ng a v ida, é ne ce s sár io o fe r e ce r sacr ifíc io

a I fá e t ambé m sat isfaze r o e le da ( cr iado r ).

6 – 1 (t r adução do ve r so )

(...)

A d iv inação de I fá fo i r e aliza da por O lo g bo Oj igo lo (o gat o ),

que ia v is it ar a cidade das br ux as (A je ).

F o i dit o a e le que e le re t or nar ia co m se g ur ança se e le pude sse sacr if ic ar

uma ove lha, dua s po mbas, e fo lhas de I fá

(t r it ur e alg uns file t e s de me t al bro nze e ch umbo co m se me nt e s de we r e j ej e ,

e e sfr e g ue ist o so br e uma inc is ão fe it a so b as pálpe br as).

Ele at e nde u ao co nse lho e fe z o sacr if íc io .

O re mé d io de I fá fo i apl icado co mo ind ic ado acima,

de po is de e le t er sa cr ificado .

6 – 2 (t r adução do ve r so )

Go or o maaf iy un Goo ro maaf ibo

co ns ulto u I fá par a 165 an ima is

quando e le s e st avam e m uma jo rnada.

F o i pe dido a e le s que sacr if ic as se m um te c ido pr e to .

O log bo (o g at o ) fo i o único

que re alizo u o sacr ifíc io .

C he g ando ao se u de st ino ,

e le s se e nco ntr ar am co m as br ux as (aj e ),

que devor ar am t odo s o s an ima is

que se re c usar am à sa cr if icar o te c ido pr et o .

O gat o fo i v ist o à dist ânc ia

se co br indo co m o t e cido pr e t o .

18
Ele t inha quat ro o lho s co mo as br ux as,

que de cidir am não mat á-lo po r que e le er a uma de las.

O gat o vo lto u par a casa cant ando :

Go or o maaf iy un, Goo ro maaf ibo ...

Do s 165 animais que for am na v iaj e m, o gato fo i o ún ico que vo lt o u par a casa sad io

e be m dispo st o . I sso po r que e le re al izo u t o do s o s sacr if íc io s pr e scr it o s po r I fá .

6 – 3 (t r adução do ve r so )

O lo ir e ko ir e Olo or unk oo r un,

co ns ulto u I fá par a O pak et e

quando e la e st ava se dir ig indo à sala de part o .

Ela fo i aco n se lhada à sa cr ificar

duze nt o s I ko t i, duze nt as ag ulhas, duze nt o s r at o s,

e duze nt o s pe ix e s.

O pake t e o be de ce u e fe z o sa cr if íc io .

Ela se to r no u fér t il co mo I fá pr e d is se .

O pake t e fo i co nsult ar I fá de v ido à falt a de f ilho s. Fo i d it o à e la que re al izas se sa -

cr if íc io . Ela o fer e ce u o sa cr ifíc io e t e ve m uit o s filho s co mo pr e dit o por I fá .

Or áculo 7

Obarameji

Est e Odù de no t a [que a pe sso a e st á e m] um e st ado de in ce rt e za o u su spe nse ,

inca paz de t omar de c isõ e s. O s f ilho s de st e O dù t ê m uma te ndê nc ia e m co m -

pr ar po r imp ulso e mu it as ve ze s to r nam-se v ít imas de il usõ e s. Ele s lame nt am

a ma io r ia de suas de cisõ e s po r to ma- las ne r vo same nt e e às pr e s sas. Par a

19
pro spe r ar na v ida, o s filho s de st e O dù ir ão pr e cisar aplacar s uas cabe ça s

( Or í) de t e mpo s e m t e mpo s.

O bse r vação o cide nt al: Blo que io s ou dificu ldade s te mpo r ais ou

e sp ir it uais/e mo c io na is de ve m se r d is cur sadas.

O dù O bar amej i o cupa o sé t imo lug ar na or de m f ix ada por Ò r únmìlà. Par a um clie n -

t e que e st ej a l idando co m neg ó cio s, I fá d iz que par a t er uma casa che ia de cl ie nt e s e

am ig o s, e le o u e la t er á que o fe r e cer sa cr ifíc io s e també m se g uir Òr únm ìlà.

S e o O dù O bar ame j i fo r apar e ce r no j og o par a alg ué m, e le d iz que à part e das difi -

c uldade s f inan ce ir a s, o clie nt e e st á ro de ado de in im ig o s que que r e m fazer uma to -

ca ia co ntr a e le o u faze r um at aque de sur pr e sa e m s ua v ida o u na sua casa. A d if i -

c uldade f inan ce ir a se ame n izar á e o s inim ig o s se r ão der ro t ado s quando o clie nt e

co nco r dar e m re al izar to do s o s sacr if íc io s pr e scr ito s por I fá. Por f im , a pe sso a de s -

co br ir á que m são se us in im ig o s e se r á capaz de ide nt if ic ar o que ge ro u se u s pr o ble -

mas.

7 – 1 (t r adução do ve r so )

O t unwe s in (“a mão d ir e it a lava a e sque r da”).

O s in we t un (“a mão e sq uer da lava a d ir e it a” ).

E is o que limpa as mão s.

Elas for am as que r e alizar am div inaçõ e s de I fá

par a a ár vor e Awun

quando Awun ia lavar a cabe ça (or i) de O nder o .

F o i dit o que e le pro spe r ar ia.

Ele de ve r ia po rt ant o o fer e ce r

uma ove lha, uma po mba, e co nt as de co r al.

Ele o be de ce u e fe z o sacr ifíc io .

F o i pe dido à e le que amar r asse as co nt as

na e spo nj a que e le usar ia par a se lavar.

20
7 – 2 (t r adução do ve r so )

O t unwe s in, O s inwe t un, e is o que l impa as mão s.

F or am e las que re al izar am a d iv inação de I fá par a

O nde ro

quando a ár vo r e Awun ia lavar sua cabe ça (or i).

F o i pe dido à e le que sacr ifica sse

de fo r ma à te r uma bo a pe s so a que lavasse sua cabe ça.

O nde ro d is se , “Q ual é o sacr ifíc io ?“

O Babalawo disse que e le deve r ia o fer e ce r t e cido br anco e uma

po mba.

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io .

Po rt ant o , qualque r um que re ce be r e st e O dù se r á or ie nt ado a usar r o upas br anca s.

7 – 3 (t r adução do ve r so )

O j ik ut uk ut u Bar ag e nde ng e nde n- bi-ig bá- e le po

fo i que m re al izo u d iv inação de I fá par a Ej i- O bar a,

que e st ava v indo par a I fe .

F o i or ie nt ado a e le que sa cr if icas se

uma ove lha par a ev it ar do e nça.

Ele se re cu so u a o fe re ce r o sacr if íc io .

Q uando Ej i- O bar a che g o u e m I fe ,

e le e st ava e ntr e t ido co m a car ne de uma o ve lha.

Ele a co me u e fico u tão te rr ive lme nt e doe nt e que se u t ór ax

por f im e st ava gr ande de uma for ma ano r mal.

De sde e nt ão , aque le s que são nas cido s par a e st e I fá se mpr e te r ão

o tó r ax e xt r ao r dinar iame nt e gr ande .

Tabu : A que le s que são nasc ido s por O dù O bar amej i não de ve m co me r car ne de ove -

lha.

21
7 – 4 (t r adução do ve r so )

O g ig if ’oj u- ir an- wo ’ le co nsult o u I fá par a A t aper e ,

a f ilha de O wa- Olo fin.

F o i pe dido à e la par a faze r um sa cr ifíc io de

o g i- or i (ban ha de ò r í pur a), o jo -o wu (mu it a lã de alg o dão ), e uma

o ve lha.

Ela o be de ce u e sacr if ico u.

F o i e nt ão asse g ur ado à e la que e la te r ia mu it o s f ilho s.

Ela e st ava t e ndo se isce nt as cr ia nças to do s o s d ias

apó s e la t er co m ido o re mé d io de I fá co z inhado par a e la.

F o lhas de I fá: C o zin he og i- or i co m fo lhas biye n me , cr avo s, e ir ug ba;

t r it ur e j unt o co m o utr o s ingr e d ie nt e s par a faze r uma so pa

par a se r co mida por e la.

Do mesmo modo, este remédio pode ser cozinhado para clientes para quem este Ifá seja lan-

çado e que já tenham realizado o sacrifício prescrito por Ifá .

Oráculo 8

Okanranmeji

Est e O dù s ig n if ica pr o ble mas, caso s t r ib una is, so fr ime nto s e más v ibr açõ e s.

F ilho s de sse O dù, ir ão se mpr e ace rt ar e m che io po r faze r e m ou dize re m o

que é e x at ame nt e ce rt o . A s pe s so as pe nsam fr e qüe nt e me nt e que o s f il ho s de s -

se O dù são agr e ss ivo s e mando nas dev ido a e le s te nt ar e m pr e vale ce r ape sar

de to do s as pr o babil idade s. Em mu it a s sit ua çõ e s e le s ir ão se re be lar co nt r a

as co nve nçõ e s da so c ie dade e co nse que nt e me nt e cr ia m pro ble ma s par a e le s

me s mo s. Pr o pe nso s a infe cçõ e s, o s f il ho s de sse O dù de ve m to mar cu idado

co m sua sa úde de for ma a não se to r nar e m do e nças crô n ic as.

O bse r vação o cide nt al: É hor a de co mpr o met e r -se a al iv iar pr o ble mas.

22
O kanr anme j i é o o it avo O dù na o rde m inalt e r áve l de Ò r únmìlà. S e O kanr anme j i é

lança do par a um cl ie nt e , I fá diz que o cl ie nt e e st á so fr e ndo po r falt a de f ilho s, d i -

nhe ir o , e o ut r as co isas bo as da v ida. Mas se o cl ie nt e cre r e m Ò r únmìlà e cult uar I fá

, to do s o s se u s pr o ble mas se r ão r e so lv ido s. Par a ve nce r o s in imig o s e te r co nt ro le

so br e t odas as d if ic uldade s, o clie nt e te r á que o fer e ce r sacr if íc io s à S àngó e Ès ù.

8 – 1 (t r adução do ve r so )

O sun sun -ig bó -y i- ko s’oj e , O buro k o s’ej e

fo r am aque le s que co nsult ar am I fá

par a o po vo na cidade de O wá.

F o i dit o a e le s que f ize sse m sacr if íc io de mane ir a que

um e str anho fo sse fe it o r e i.

Q ualque r co isa que o Babala wo qu ise sse ser ia o sacr if íc io .

Ele s at e nde r am o co nse lho e o fer e ce r am o sacr if íc io .

8 – 2 (t r adução do ve r so )

O sun sun -ig bó -y i- ko s’oj e , O buro k o s’ej e for am aque le s que div inar am I fá par a Sako t o

quando e le ia par a a c idade de O wa.

F o i or ie nt ado a e le que sa cr if icas se uma po m ba, uma ove lha e t rê s bo lo s de fe ij ão .

Ele at e nde u ao co n se lho e fe z o sacr ifíc io . O s Babala wo o aco nse lhar am ainda a co -

me r o s bo lo s de fe ij ão e não dá-lo s par a Èsù . Enquant o e le par t ia e m sua jo rnada,

e le le vava o s bo lo s de fe ij ão co ns ig o . Ele e nco ntr o u o pr ime ir o Èsù e disse , “S e e u

de s se a vo cê e st e bo lo de fe ij ão , vo cê far ia a chuva me at ing ir at é que e u che g asse à

c idade de O wa.” Ent ão e le me smo co me u o bo lo de fe ij ão e pr o sse g u iu .

Ele passo u pe lo se g undo Èsù , e st ico u sua mão co m u m bo lo de fe ij ão par a Èsù , e re -

pe t iu o que hav ia dit o par a o pr ime ir o . Ent ão e le co me u o bo lo de fe ij ão . Ele fe z a

me s ma co isa co m o t er ce ir o Èsù .

Enf ur e cido , o t er ce ir o Ès ù fe z co m que a chuva at ing isse S ak ot o at é que e le che g as-

se à cidade de O wa.

23
O s Babalawo hav ia m pr e d ito que e pró x ima pe sso a a se r inst alada co mo re i da c ida -

de de O wa che g ar ia ba st ant e mo lhada pe la chuva. O s habit a nt e s de O wa fize r am

de st e e st r a nho e nchar cado [pe la ch uva] se u re i.

8 – 3 (t r adução do ve r so )

M o daa per e o se per e co ns ulto u I fá par a O lu- ig bo (r e i da flo r e st a).

M o daa per e o se per e co ns ulto u I fá par a O lu- odan

quando e le s ia m se duz ir Ew u, a e spo sa de I ná (fog o ).

F o i or ie nt ado à e le s que sacr ifica sse m um fe ix e de g ie st a e fo lhas de I fá (e smag ar

fo lhas re nr e n na ág ua), u ma g alin ha e um te c ido pr et o .

O lu- odan se re cu so u a faze r o sacr ifíc io .

Ele disse : não na pr e se nça de se u Esu su o ni’ g ba- o fo n, War iwa on i’ g ba, e I yo r e o ni-

g ba- it e r e (bast ão mág ico ).

O lu- ig bo fo i o único que re al izo u o sacr if íc io .

U m dia, Ew u, e spo sa de I ná, de ix o u a casa de se u e spo so par a ir na ca sa de O lu-

o dan. I ná se pr e par o u e fo i par a a casa de Olu- o dan par a r e sg at ar sua e spo sa.

Q uando che g o u lá, e le g r ito u alt o o no me de s ua e spo sa: Ewu, Ew u, Ew u.

I ná que imo u Esus u o ni’ g ba -o fo n, War iwa o ni’ g ba- ida, e Iyor e o n i’ g ba-it e r e .

Ew u e nt ão co rr e u par a O lu- ig bo , que t inha r e aliza do o sa cr if íc io .

I ná fo i at é lá e gr it o u: Ew u, Ewu, Ewu.

O lu- ig bo e nt ão aspe r g iu o re mé d io de I fá so br e I ná t al co mo in st r uído pe lo Baba-

la wo . Ele re c it o u t rê s ve ze s: Mo daa per e o se pe r e .

O fog o (I ná) se ex t ing uiu, de fo r ma que Ew u e st ava dispo n íve l par a Olu -ig bo .

O lu- ig bo , a flo r e st a de nsa, a inda ho j e re t é m a e scur idão que e le sa cr ifico u.

8 – 4 (t r adução do ve r so )

O k it ib ir ik it i fo i que m co nsu lto u I fá par a O lu

quando e le t inha ape nas um filho .

F o i or ie nt ado a e le par a sacr ificar

uma ove lha br anca se m qualq ue r po nt o neg ro ,

uma cabr a no va, e um bo de .

F o i asse g ur ado a e le que se u f ilho ún ico se t or nar ia do is.

24
Ele at e nde u ao co nse lho e r e alizo u e sacr ifíc io .

Em br e ve , se u s f ilho s se t or nar am do is.

De sde e nt ão , e st e O dù t e m sido chamado Ok anr anmej i.

Q ualque r um par a que m e st e I fá fo r lançado se mpr e

t er á um filho a ma is.

Or áculo 9

Ogundameji

Est e O dù adver t e co ntr a br ig as, d isp ut as e ho st ilidade s im ine nt e s. Dur ant e

uma se s são de div inação , se e sse O dù apar e ce par a uma pe sso a e la de ve ser

av isada par a t er c uidado co m t ra ido r e s o u amig o s e ng anado r e s. I fá d iz que a

pe sso a deve te r co nf ia do e m alg ué m ind ig no de co nf ian ça. Se o clie nt e e st á

e m bat alha co m pr o ble mas finance ir o s e o po s iç ão de in im ig o s, e st e O dù diz

que a pe sso a de ve o fer e ce r o sacr if íc io ce rt o a Òg ún e t ambé m aplacar a sua

cabe ça (O r í) par a que t e nha ê x it o e pro spe r idade .

O bse rvação o c ide nt al: O clie nt e e st á so br e carr e g ado co m tr abalho e pr o ble -

mas pe s so ais de o utr as pe sso as.

Na o r de m de Òr únm ìlà, o O dù O g undame j i o cupa o no no lug ar. Ele é o Odù que e n -

car na Òg ún, o de us do fe r ro e da g ue rr a. A ma ior part e do s filho s de O g undame j i

são ador ado r e s de Òg ún, que são re co nhe c ido s po r se u po de r, cor ag e m e t ale nt o s

cr iat ivo s. Co m s uas habilidade s im ag inat ivas in co mun s e le s abre m po rt as e cr ia m

o por t unidade s de e mpr e g o par a o s o utr o s. Pe s so as e ncar nadas po r O g undame j i são

se mpr e abe n ço adas co m muit o s filho s.

9 – 1 (t r adução do ve r so )

A lag bar a ni nso k un A de fo i que m co nsult o u I fá par a Òg ún.

25
F o i or ie nt ado a e le sacr if ic ar um alfanj e , um galo e um inha me assa do .

I fá d is se que o alfanj e se r ia a chave par a a pr o spe r ida de de Òg ún.

Ele de ve r á se mpr e caminhar co m e le j unto .

F o i pe dido à e le que co me sse o inhame .

Ele o co me u.

Q uando e le fico u co m se de , e le fo i be be r ág ua do r io .

A pó s be be r a ág ua, e le v iu duas pe sso as

br ig ando po r causa de um pe ix e que e las hav iam pe scado .

Ò g ún o s aco nse lho u a se r e m pac ie nt e s e disse

que e le s de ver iam ir par a casa e d iv idir o pe ix e .

Ele s se r e cusar am.

O pr ime ir o ho me m d is se que e le ve io do le st e

e o se g undo ho me m d is se que e le ve io do o e st e .

A pó s o uv ir as sua s de scul pas, Ò g ún pe go u o alfanj e o qual lhe fo i or ie nt ado par a

se mpr e po rt ar co nsig o e par t iu o pe ix e e m do is par a e le s.

O pr ime ir o ho me m o ag r ade ce u e pe d iu a e le que abr isse uma t r ilha de lá at é a ci -

dade o nde r e sidia.

O ho me m pro me t e u e nr iq ue ce r a v ida de Òg ún se e le at e nde s se o se u de se j o .

O ho me m g ar ant iu a Ò g ún que e le t ambé m r e ce be r ia co isa s valio sa s que ir iam e le -

var sua co nf ia nça.

O se g undo ho me m ig ualme nt e agr ade ce u a Òg ún e fe z u m pe d ido sim ilar.

Ò g ún co ncor do u e m fazer t al co mo e le s pe d ir am.

Ò g ún t e m sido se mpr e chamado d e O g undame j i de sde o d ia e m que e le div id iu um

pe ix e par a dua s pe s so as que e st avam br ig ando .

9 – 2 (t r adução do ve r so )

A go go - o wo -ko se if ’apo ko s i co nsult o u I fá par a O lo f in

quando O lo fin Aj alor un e st ava pro po ndo e nv iar se u filho ,

Ò g ún, ao mu ndo par a abr ir o ca minho da v ida.

Ò g ún fo i av isado de que e le ser ia in capaz de c umpr ir

a t ar e fa dev ido à po sição infle x íve l do mundo .

M as e le de ver ia r e alizar sacr ifíc io co nt r a a saúde pr e cár ia

e a mo rt e sú bit a: um car ne ir o e u m ún ico e lo de co rr e nt e .

26
Ele fe z o sa cr if íc io .

Ele s disse r am: U m ún ico e lo nunca que br a.

9 – 3 (t r adução do ve r so )

O ke le g bo ng bo -as’o fun- k ilo co nsu lto u I fá par a Ò g ún.

À e le fo i g ar ant ido que se e le pude s se r e alizar

sa cr ifíc io , e le j amais mo rr e r ia.

O mundo int e ir o se mpr e ir ia pe dir

à e le par a aj udá- lo s à r e par ar se us mo do s de v ida.

M as ne nh um de le s ficar ia a se u lado par a r e so lve r

o s se u s pr ó pr io s pro ble ma s.

Q uatr o car ne ir o s, quat ro bo de s, e quatr o cabaça s co be r t as de ve m

se r o fer e c ido s e m sacr if íc io .

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io e m cada um do s quatr o canto s

do mundo .

9 – 4 (t r adução do ve r so )

I ko ko - I di-s’ak un- ber e co ns ult o u I fá par a Ò r únmìlà.

F o i pr e d ito que sua e spo sa dar ia

a luz à tant o s f ilho s que e le não

o s co nhe ce r ia a t o do s.

Ele fo i po rt anto o r ie nt ado a sacr if ic ar uma

Gal in ha d’ A ng o la e duas mil búz io s.

Ò r únmìlà fe z o sacr if íc io .

A lar e é o no me pe lo qual chama mo s o pr imo g ê nit o de Ò r únmìlà.

A inda ho je , nó s o uv imo s as pe sso as dize r e m: o mo A lare (o f il ho de

A lar e — pr o pr ie t ár io ).

Q ualque r um par a que m e st e I fá sej a d iv inado de ver á t er mu it o s f ilho s.

Or áculo 10

27
Osameji

Est e é um O dù que sig n if ica falt a de co r ag e m e f ug a de br ig as o u o po siçõ e s.

F ilho s de s se O dù re al izam uma g rande quant idade de v iag e ns, ou a ne g ó cio s

o u po r pr aze r. Ele s cr e sce m e to r nam-se bo ns adm in ist r ador e s se e le s ge st am

o s ne g ó cio s do s o utr o s. C o mo e le s são fac ilme nt e ame dr o nt ado s, e le s não

ir ão co rr e r r is co s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e ncar a mudança ine spe r adame nt e e m tr ans -

t or no s t ant o no se rv iço quant o no s r e lacio na me nto s .

O same j i é o dé c imo Odù na or de m f ix a de Ò r únmìlà.

O dù O same j i re it er a a ne ce ss idade po r aux íl io e spir it ual co nt r a maus so nho s e fe it i -

ce ir as que int e r f ir am co m o so no da pe s so a. De ve r ão se r r e alizado s sa cr ifíc io s apro -

pr ia do s par a sat isfaze r o s fe it ic e ir a s (aj e ) e par a asse g ur ar a pr ot e ção ne ce s sár ia.

A d ic io nalme nt e , se O same j i é lançado par a um clie nt e , I fá d iz que o clie nt e te m

in im ig o s q ue e st ão plane j ando pr e j udicá- lo . Se o clie nt e re al izar sacr if íc io a Sàng ó ,

e le g anhar á for ça au me nt ada e eve nt ualme nt e ve nce r á o s in im ig o s.

A que le s e ncar nado s por e st e O dù te nde m a se de s co nt ro lar o u lhe s falt am limit e s.

M u ito e sfo r ço é ex ig ido par a capa cit á -lo s a se co nce nt r ar no que e st ão faze ndo o u

par a que e le s se aplique m dil ig e nt e me nt e e m se u tr abalho .

10 – 1 (t r adução do ve r so )

K asa k aj a- kat et e sa co nsult o u I fá par a Ej i- O sa.

Ej i-O sa e st ava in do à I fe par a um pro je t o .

F o i dit o à e le s que e st e s se r iam ame dro nt ado s por

alg o que po de r ia e v it ar sua r e aliza ção do pr oj e to .

Po r e ste mo t ivo e le s deve r ia m sacr if ic ar

um car ne ir o e uma pe dr a de r aio .

Ele s se r e cusar am a faze r o sacr if íc io .

Q uando e le s che g ar am a I fe , uma lut a aco nt e ce u.

Ele s te nt ar am re s ist ir mas não pude r am e t ive r am que fug ir.

De sde aque le d ia, as duas pe sso as que

28
fug ir am t e m s ido cha madas de O samej i.

10 – 2 (t r adução do ve r so )

I g bin k o ya palak a e sse co nsult o u I fá par a uma O sa

quando e la e st ava pe r ambulando pe lo mun do so zin ha.

F o i dit o à e la que e la e nco ntr ar ia um par se e la fize sse sacr ifíc io :

dua s po mbas, do is car acó is, e r e mé dio de I fá

(mo e r fo lhas de b iye n me e co zinhá- las co m o vo s de gal inha ) par a e la

co me r.

Ela o be de ce u e fe z o sacr if íc io .

Q ualque r um par a que m e st e I fá é d iv inado t er á mu it o s f ilho s.

10 – 3 (t r adução do ve r so )

O kan- ate g un- ko se - ir o de ’ le

co ns ulto u I fá par a

Ò r únmìlà quando e le e st ava pro po ndo se casar co m Oluye m i,

a f ilha de O lo f in.

F o i dit o que se e le ca sas se ape nas co m Oluye m i, sua ho nr a se r ia

g rande .

O sacr if íc io : duas gal inha s, duas cabr as e tr ê s mil e duze nt o s b úzio s.

É aco nse l háve l a qualque r um par a que m e st e I fá sej a d iv inado se ca sar co m uma e

ape nas uma m ulhe r.

10 – 4 (t r adução do ve r so )

O liye n me ye nme co ns ulto u I fá par a Aj a.

F o i or ie nt ado a e le sacr if ic ar

do is car acó is e fo lhas de I fá (t r it ur ar fo lhas de t et e r eg un

na ág ua, e nt ão que br ar a po nt a da co ncha do car aco l e de ix ar o líq uido fluir de nt ro

do pre par ado ).

Ele de ve r ia se banhar co m o re mé d io par a se acalmar.

29
A ja se re cu so u a sa cr ificar.

Ele d is se que sua sal iva er a su fic ie nt e par a sac iar s ua se de .

I fá d is se : O clie nt e par a que m e st e I fá é lançado não e st á go zando de bo a saúde .

Or áculo 11

Ikameji

Est e Odù s ig n if ica mu it as pr eo cu paçõ e s e por t anto pe de po r mo der ação . Co m

o co rr e to sacr if íc io é po s síve l ex e r cer co ntr o le . F il ho s de sse O dù e st ão se m -

pr e ce r cado s por pe s so as que são pr e dispo st as a impo r dor ao s o utr o s o u que

t e m pr azer no so fr ime nto do s o utr o s. Ele s tê m que e st ar co nst ant e me nt e pr e -

ve nido s de v ido a e le s não po de r e m co nt ar co m fa mília o u am ig o s par a aj u-

dar.

O bse r vação o cide nt al: Esse é um bo m mo me nt o par a co nce p ção .

O dù I k amej i o cupa o dé c imo pr ime ir o lug ar na o rde m fix a de Òr únm ìlà. U ma pe s -

so a ir á se mpr e co lhe r o que plant o u. O s f ilho s de Ik ame j i ne ce ss it am pro p ic iar suas

ca be ças (or i) fr e qüe nt e me nt e de fo r ma a faze r as e sco lhas cor r et as.

S e I k amej i é lançado par a um cl ie nt e , I fá d iz que e st e e nfr e nt a d if ic uldade s. O cli -

e nt e t e m in im ig o s c iu me nt o s que e st ão t e nt ando blo que ar sua s o po rt un idade s. Ele

o u e la e st á so fr e ndo co m a falt a de filho s co nfiáve is e co m ne ce ss ida de s f ina nce ir as.

M as se o clie nt e r e alizar o s sa cr ifíc io s apro pr iado s par a I fá e Ò g ún, e le o u e la te r á

o por t unidade s il im it ada s par a se t or nar pr o dut ivo (a) e be m s uce d ido (a).

11 – 1 (t r adução do ve r so )

O dan-g ej e awo At a- nde co nsult o u I fá par a Ey in (fr uto da palme ir a).

Ele fo i o r ie nt ado a faze r sacr ifíc io po r causa de abor r e cime nt o s:

um galo e qualque r co isa

que o Babala wo e s co lhe sse te r co mo sa cr ifíc io .

Ey in d is se que , co m a mag n íf ica cor o a e m sua cabe ça,

30
e le j amais adm it ir ia ir à qualque r Babalawo par a faze r sacr if íc io .

Ele se re cu so u abr upt ame nt e a faze r sacr ifíc io .

I fá d iz: Q ualque r um par a que m e st e

I fá fo r div inado e st ar á co m pro ble ma s.

11 – 2 (t r adução do ve r so )

Et use se fi’ nu- ig bo se ’ le , On iwak awak af i’ nu -isa se ‘ budo

quando aque le s que co ns ult ar am I fá par a Bar a A g bo nnir e g un,

que e st ava indo a I fe par a co me çar um par to .

F o i dit o a e le par a sa cr ificar do is g rão s de m ilho e dua s g alinhas.

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io .

Ele plant o u o milho , o qual

e le co lhe u quando fico u maduro par a pro p ic iar s ua cabe ça (o r i).

Ele s disse r am: A que le que co rt o u duas fo lhas (palhas) de milho par a

de if ic ar sua ca be ça deve r ia se r chamado I k amej i.

Q ualque r um par a que m e st e Odù é d iv inado t er á mu it o s f ilho s.

o u se to rnar á be m s uce d ido no mundo .

11 – 3 (t r adução do ve r so )

O jo jo se - id ib e re co n sult o u I fá par a Òr únmìlà

quando s ua e spo sa e st ava pr e st e s a co me t er adult é r io .

F o i pe dido a e le par a sacr if ic ar

dua s cabe ças de co br a e uma cor da de e scalar

par a ev it ar que as pe sso as se duz is se m sua e spo sa.

Ele se g u iu o co nse lho e re al izo u o sacr if íc io .

O ye e O wo r e er am r ivais de Ò r únmìlà.

Ele s er am inc apaze s de se duzir a e spo sa de Ò r únmìlà por que

Ò r únmìlà t inha r e alizado o sacr if íc io .

A e spo sa de Òr únm ìlà se cha ma O pe .

11 – 4 (t r adução do ve r so )

31
O m ipe nse n -ako dun -k or o co nsult o u I fá par a Òg ún

quando e le ia at acar a cidade de se u in im ig o .

F o i or ie nt ado a e le sacr if ic ar

um pe que no barr il de v inho de palme ir a, um inha me assado , e aze it e -de - de ndê .

Ò g ún se r e cuso u a fazer o sacr if íc io .

O s Babala wo s disse r am: I fá d iz que e le se r á

e nve ne nado lá ant e s de vo lt ar par a ca sa por que

e le se re cu so u a r eal izar o sacr if íc io pr e scr it o .

Ele fo i lá, lut o u, e ve nce u a bat alha.

Em se u cam inho de vo lt a par a casa,

um de se us ho me ns lhe o fe r e ce u um pe daço de

inhame assado , que e le co me u.

O in hame g r udo u e m

s ua g ar g ant a e e le f ico u incapa cit ado de e ng o li-lo .

Po r fim, e le não co nse g u ia falar.

S e vo cê falar co m e le ,

e le usar á s ua cabe ça e sua s mão s par a

art ic ular suas re spo st as at é ho je .

Or áculo 12

Oturuponmeji (Ologbonmeji)

A car act e r íst ica ma is impo rt ant e das pe s so as nas cidas ne st e Odù é a per s is -

t ê ncia. Ele s são v ig or o so s e r e so luto s e ir ão mo st r ar de t er m ina ção ape sar de

t rat ame nto r ude .

O bse r vação o cide nt al: Q ue stõ e s re lac io nadas ao s filho s e st ão na me sa .

O t ur upo nme j i, també m chamado de O lo g bo nme j i, é o dé cimo seg un do O dù pr inc i -

pal na or de m inalt e r áve l de Òr únmìlà. Est e Odù s im bo liza a cr ia ção de filho s. Par a

t er f ilho s saudáve is e be m co mpo rt ado s, O t ur upo nme j i d iz que é ne ce ssár io o fer e ce r

32
sa cr ifíc io s ao s eg ung un (ant e passado s ) e a Or isa- nla. O s f ilho s de O t ur upo nme j i

t e nde m a se t or nar e m co mplace nt e s. Par a to mar de c isõ e s sá bias, e le s de ve m o uv ir e

r e spe it ar as op in iõ e s de se us pais e o s po nto s de v ist a do s ma is ve lho s e m g er al.

O s filho s de O t ur upo nme j i tê m for ça par a s upor t ar as ne ce s sidade s o u a dor. Co n se -

que nt e me nt e , e le s se t or nam de mas iado im pr ude nt e s, te imo so s, e fa cilme nt e co nfu-

so s. Se fo r par a e le s pe r mane ce r e m co nce nt r ado s e não per de r e m sua s po siçõ e s na

v ida, de ve r ão se r fe it o s e s for ço s pe r sist e nt e s par a pr o pic iar suas cabe ças (o r i) e sa -

cr if íc io s a I fá r eg ular me nt e .

12 – 1 (t r adução do ve r so )

O kar ag ba co nsult o u I fá par a Ej i- Og e

quando e le s e st avam pr e st e s a de sce r par a I fe .

F o i pr e d ito que ambo s

ir ia m se so br e s sair e m I fe .

F o i pe dido a e le s par a sa cr ificar de ze sse is car acó is, de ze sse is tart ar ug as,

de ze s se is pe dr a de r aio s (do is de cada é suf ic ie nt e ),

e fo lhas de I fá (fo lhas de ok unpale e abo - ig bo o u ag bo sawa e

o utr o s co nd ime nt o s, par a se r e m mo ído s e co z inhado s co mo so pa e

dado s ao cl ie nt e par a co mer ; qualq ue r um que de se j as se usar

o re mé d io par a pr o spe r idade t ambé m po de r ia co mê -lo ).

A pó s co me r o r e mé dio ,

o clie nt e de ver á de po sit ar o s

e dun -aar a (pe dr a de ra io s) so br e se u I fá .

12 – 2 (t r adução do ve r so )

Elul use ’d ibe r e co ns ult o u I fá par a O lo fin,

Q ue ia se casar co m Pupaye m i,

uma jo ve m garo t a do le st e .

F o i or ie nt ado a e le sacr if ic ar duas cabr as.

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io .

33
F o i dit o a e le que e le te r ia ape nas do is filho s

do casa me nto mas que o s do is de ve r iam se r be m t rat ado s

por que e le s se r ia m g rande s na v ida.

Tam bé m fo i de clar ado que o s do is f ilho s que fo r am be m t rat ado s e m I fe

de ver iam se r chamado s de Og e -me j i.

12 – 3 (t r adução do ve r so )

A g ba-ig bin- f ’ idij e lu co nsult o u I fá par a O do .

F o i dit o a e le que e st e se mpr e e nco ntr ar ia um as se nt o (lug ar )

o nde que r que e le fo sse mas que sua impr udê n cia o mat ar ia.

O sacr if íc io : um car aco l, uma se me nt e de p ime nt a- da-co st a,

Do is mil e duze nt o s búz io s, e fo lhas de I fá

(mo e r fo lhas de g be g i co m a p ime nt a- da-co st a,

fe r ver o car aco l, e co zin há-lo s junt o s;

e st e r e mé dio de ve se r dado ao cl ie nt e par a co me r o u par a

qualq uer o utr o que que ir a usá -lo ).

O do seg u iu o co nse lho e fe z o sacr if íc io .

O re mé d io de I fá fo i co z inhado par a e le tal co mo de s cr it o acima,

de fo r ma que e le pude s se e st ar se g ur ame nt e as se nt ado .

C o mo o g be g i é pr o fundame nt e e nr a izado , O do se mpr e

e st ar á fir me me nt e asse nt ado e m qualque r lug ar.

12 – 4 (t r adução do ve r so )

K asak aj a K at e t e sa co ns ulto u I fá par a O ge .

F o i pe dido à e le faze r sacr if íc io de mo do a

se r cu id ado so .

Banha de òr í e aze it e - de -de ndê

de ver iam se r o fe r e cido s co mo sa cr ifíc io .

Ele se re cu so u a faze r sacr if íc io .

S e e le t ive sse fe it o o sacr if íc io , o r e mé dio de I fá

(m ist ur a de banha de ò r í e aze it e -de - de ndê )

34
t er ia s ido pr e par ado par a e le e sfr eg ar e m

se u cor po por que : “Ao me io d ia o aze it e - de -de ndê e st á ale rt a.

Est a é a r azão de s ua v ida lo ng a.

A o me io d ia a banha de ò r í e st á v ig ilant e .

Est a é a r azão da s ua hab il id ade de v ive r at é a ve lhice .”

O ge é o no me de Odo (p ilão ).

Or áculo 13

Oturameji

Est e Odù s ug er e paz me nt al e libe r dade de to das as inqu ie t açõ e s (ans ie da -

de s ). F ilho s de st e O dù são me ig o s e mo de r ado s e m car át er.

O bse r vação o cide nt al: Est e é o mo me nt o par a no vo s suce sso s e m neg ó c io s e

r e lacio name nt o s.

O t ur ame j i é o dé c imo te r ce ir o O dù na o rde m fix a de Òr únm ìlà.

A s pe sso as nas cidas so b O t ur ame j i se r ão be m su ce didas no s ne gó c io s, par t icular -

me nt e na art e de co mpr ar e ve nde r. É impo rt ant e sat is faze r Ès ù fr e qüe nte me nt e po r

ca usa daque le s que t r air ão sua co nf iança o u planej ar ão e ng anar sua fam ília. O s f i-

lho s de Ot ur amej i pr e c is am apre nde r a r e ser var um t e mpo par a de s cansar e não d is -

s ipar s uas e ner g ia s at é o e xt r e mo de so fr e r um co lapso físico o u ne r vo so .

S e Odù O t ur ame j i é lançado par a um cl ie nt e , I fá d iz que o cl ie nt e te m in im ig o s que

o t or nar am u ma pe sso a impr ude nt e . Da me sma mane ir a que e le é po br e , e le não te m

e spo sa ne m r e lacio na me nto s famil iar e s. Ele de ve r ia tão ráp ido quant o po ssíve l o fe -

r e ce r sacr if íc io . Ot ur amej i diz que e le deve r ia faze r sacr ifíc io à Ò g ún, Ye mo nj a, e

I fá. Ele de ve r ia e nt ão se r capaz de ve nce r se us in im ig o s, g anhar alg um dinhe ir o , e

f inal me nt e te r uma e spo sa e filho s.

13 – 1 (t r adução do ve r so )

A r ug bo - nla niise or i fe g unfe g un co n sult o u I fá par a Ot u

35
quando e le ia par a I fe faze r t rabalho de d iv inação .

F o i dit o a e le par a sa cr ificar

dua s be ng alas [de cam in hada] e dua s o ve lha s.

F o i dit o a e le que e le não re to r nar ia lo go .

O t u re al izo u o sacr if íc io

e pe r mane ce u po r um lo ngo t e mpo .

13 – 2 (t r adução do ve r so )

(...)

co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà

quando e le ia de s co br ir e e st abe le ce r uma cidade .

F o i dit o a e le par a sa cr ificar

um gr upo de for m ig as -so ldado (o wo ij amj a), sabão ne gr o ,

quar e nt a búz io s já pre par ado s e m um cor dão no e scur o ,

um pe daço de pano br anco , e uma ár vo r e odan.

Ò r únmìlà at e nde u ao co nse lho e fe z o sacr if íc io .

O s Babala wo s aco nse lhar am Ò r únmìlà a plant ar a ár vo r e O dan

nu m mat ag al e amar r ar as búzio s ne la.

Ele de ve r ia lavar se u cor po co m o sabão ne gr o pr e par ado co m fo lhas de O dan e

car r e ir as d e for m ig as.

Ele de ve r ia usar o pano br anco par a se co br ir.

S e e st e I fá e ncar na alg ué m, de ve ser d it o à e st e alg ué m par a faze r da me sma for ma.

O s Babala wo s dir iam a e le co m se g ur ança que o lug ar

o nde e le planto u a ár vor e o dan tal co mo de s cr it o acima

e ve nt ualme nt e se t or nar ia um me r cado .

13 – 3 (t r adução do ve r so )

O k it i- og an-af ’ idij ’ag o co nsult o u I fá par a Ot u.

F o i dit o a e le par a o fe r e cer

dua s t ar t ar ug as de mo do a se t or nar r ico .

O t u o uv iu e fe z o sa cr ifíc io .

36
O s Babala wo s adve r t ir am O t u par a não mat ar as t ar t ar ug as

mas par a ve ndê - las. Po r me io de um sor t e io , e le deve r ia

de c id ir o nde ir par a ve ndê - las.

Q uando e le che g o u na c idade , fo i o fer e cido à e le o it e nt a bo lsas

de d inhe ir o pe las t ar t ar ug as.

Ès ù aco nse l ho u Ot u à não ace it ar o pr e ço .

Ès ù e st á se mpr e a favor de qualq ue r pe sso a que r e alize sacr if íc io s.

Q uando o pr e ço fo i e le vado par a v ár ias ce nt e nas de bo lsa s

de d inhe ir o , Èsù o aco nse l ho u a ace it ar a ofe rt a.

E is co mo Ot u se to rno u r ico .

O s Babala wo s disse r am: O dia que O t u co mpro u duas t art ar ug as

de ver ia ser cha mado Ot ur amej i.

13 – 4 (t r adução do ve r so )

(...)

co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà.

F o i dit o a e le par a r e alizar sa cr ifíc io de mo do

que e le pude sse go ve r nar sua c ida de ade quadame nt e .

Ò r únmìlà d is se : “Q ual é o sacr if íc io ?”

O s Babala wo s disse r am: S e is e st e ir as, se is pe nas de papag a io , se is cabr as,

e m il e duze nto s búzio s.

F o i dit o a e le que pe sso as de to da part e do mundo v ir iam

par a ho nr á- lo so br e a e st e ir a.

Ò r únmìlà r e alizo u o sa cr ifíc io t ão r ápido quanto po ss íve l,

e pe s so as de t oda part e do mundo v ier am par a ho nr á-lo so bre a

e st e ir a tal co mo pr e dit o .

De sde aque le d ia, o s Babala wo s te m se se nt ado so br e a e st e ir a par a

r e alizar d iv inação de I fá .

37
Oráculo 14

Iretemeji

Est e O dù d iz que pag a par a se inc linar par a co nqu ist ar. Humildade é uma

v ir t ude muit o impo rt ant e . Est e O dù av isa co ntr a int r ig a s e in im ig o s que e s -

t ão t e nt ando de spachar pro nt ame nt e no ssas chan ce s de s uce s so na v ida.

O bse r vação o cide nt al: Est a pe sso a mar cha pe lo se u pró pr io t ambo r e te m

pro ble ma e m su bme t er - se .

Na o r de m fix a de Òr únm ìlà, Odù I re t e mej i o cupa a dé c ima -quar t a po s iç ão . Est e

O dù pe de por to t al de d ica ção a I fá. To do s o s f ilho s de I re t e mej i de ve m se r de vo t o s

de Ò r únmìlà. A s cr ia nças do sex o mas cul ino de ve m se r inic ia das par a se t or nar e m

Babala wo s. Se as cr ian ças cr e r e m e m I fá , Ò r únmìlà co nce de r á a e las bo a sor t e par a

d inhe ir o , e spo sas, filho s, v ida lo ng a, e fe l ic idade .

De te mpo s e m te mpo s e le s de ve r ão pr o piciar sua s cabe ças (o r i) de mo do a ev it ar e s -

t re s se e mo cio nal o u hum il hação por fo r ças malé fica s. S e Ir et e me j i fo r lançado par a

um cl ie nt e que e st ive r do e nt e , I fá diz que par a uma r ápida re cupe r ação o clie nt e

de ver á r e alizar o s sacr ifíc io s cor r et o s a O balu wa iye (S anpo nna) e ao s fe it ice ir o s

(aj e ).

O s f ilho s de Ir et e me j i de ver iam apr e nde r a re lax ar, po r que é fác il par a e le s ficar am

fat ig ado s, abor r e cido s, e impa cie nt e s quando e st ão so b pr e ssão .

14 – 1 (t r adução do ve r so )

O kan awo O luig bo co n sult o u I fá par a Òr únmìlà

quando e le e st ava indo par a I fe .

38
F o i dit o a e le que qualque r pe s so a que e le in ic ia sse não mor r er ia j ove m.

F o lhas de t et e e duas po mbas deve m se r sa cr ificada s.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

O te t e fo i amassa do na ág ua par a se r usado par a lavar sua

ca be ça.

14 – 2 (t r adução do ve r so )

A da-ile - o -muk ank an co nsult o u I fá par a Ir e n

quando e le ia in ic iar do is filho s de Olo fin.

F o i dit o a e le par a faze r sacr if íc io .

Ele se g u iu o co nse lho e fe z sacr if íc io .

F o i asse g ur ado a e le que qualque r pe sso a que e le in ic iasse não mo rr e r ia

j ove m.

O dia que I re n in ic io u dua s pe sso as que não mor r er am de ve se r

cha mado Ir e -t e -me j i.

14 – 3 (t r adução do ve r so )

O dan-ab’o r ipe g unpe g un co nsult o u I fá par a A ko n (o car ang ue jo ).

F o i dit o a e le que e le nun ca ir ia se aco st umar co m as pe sso as

no me r cado mas se e le quise s se co rr ig ir e st a falha e m s i me smo , e le

de ver ia sacr ificar um pot e de aze it e (at a- e po ) e um x ale .

A ko n se re cu so u a faze r o sacr ifíc io nu m d ia de me r cado .

A ko n e qu il ibr o u se u po te de aze it e -de - de ndê na sua cabe ça.

Q uando e le te nt o u se e mbr ul har co m se u x ale ,

o pot e ca iu de sua cabe ça e

o aze it e man cho u s uas r o upas.

O aze it e - de -de ndê que man cho u o cor po

de Ak o n naque le d ia pe r mane ce u nas s uas co st as at é ho j e .

S e qualque r um na sce r por e st e I fá,

e st e de ver ia se r adver t ido a nunca usar um xale

par a co br ir se u cor po .

39
14 – 4 (t r adução do ve r so )

A d ilu- abid is umu sum u co ns ulto u I fá par a O luwe r i,

que e st ava indo co mpr ar Ak o n (o car ang uej o ) co mo um e scr avo .

F o i dit o a e le que se e le co mpr asse o e s cr avo e le jama is

pr e cisar ia das pe sso as.

U ma ba cia no va, uma ca br a, e e f un de ver iam se r usado s

co mo sacr if íc io .

O luwe r i o be de ce u e re al izo u o sacr if íc io .

A ko n t e ve muit o s filho s.

O luwe r i co mpr o u in ic ialme nt e e scr avo s humano s.

Ele s o de st r at ar am e o abando nar a m.

A pe nas o car ang ue jo (A ko n) per mane ce u co m e le .

C o lo que o e fu n na bac ia no va e ofe r e ça a cabr a à e la.

Or áculo 15

Osemeji

Est e O dù impl ic a e m v itó r ia so br e in im ig o s e co nt r o le so br e d if ic uldade s.

O bse r vação o c ide nt al: Est e é o mo me nto de ince r t e za o u de mudan ça de co n -

d içõ e s e m ne gó c io s e re lac io name nt o s. É um bo m mo me nto par a amor e d i -

nhe ir o .

O se me j i é o dé cimo -qu int o Odù na or de m ina lt er áve l de Òr únm ìlà. S e o s sacr if íc io s

co rr e to s fo r e m e x e cut ado s, o s f ilho s de O se mej i v ive r ão at é uma idade lo ng a, de sde

que e le s cu ide m de sua saúde . Ele s t ambé m de ve m fo rt ale ce r sua cr e nça e m I fá e

s uas pró pr ia s capac idade s de mo do a pr o spe r ar na v ida. Par a amor, um casame nto

fe l iz, e pr o spe r idade finan ce ir a, sacr ifíc io s ade quado s de ve m se r r eal izado s à O sun.

40
S e O se mej i é lançado par a um clie nt e , I fá diz que o clie nt e t e m muit o s inim ig o s e ,

par a ve nce r o s in im ig o s, de ve o fe r e ce r sacr ifíc io s a S àngó e Ò r únmìlà. A cr e d it a-se

que Ò rúnm ìl à te m e no r me s po der e s par a ve nce r t o do s o s in im ig o s t anto na t er r a

co mo no cé u.

Em O se mej i, I fá no s e ns ina que ape na s sacr if íc io s po de m salvar o s se r e s hu mano s.

A v ida é de sagr adáve l se m sa cr ifíc io . Falt a de fé o u aut o -co nf ian ça é se mpr e uma

t rag é dia.

15 – 1 (t r adução do ve r so )

T it o ni-nk un’ le t i-nm uk’a wot o co nsult o u I fá par a A r ug bo (o s ido so s ).

F o i pe dido a e le s par a sa cr ificar e m

uma gal inha, uma ga io la che ia de alg o dão , e de ze s se is pe daço s de g iz (e fun )

de mo do que e le s pude sse m alcançar uma id ade avançada e nt r e o s odù s.

Ele s se g uir am o co n se lho e sacr if icar am.

Ele s v ive r am at é e nve lhe ce r e m co m ca be lo s g r isal ho s.

Q ualque r um que e nve lhe ça co m ca be lo s g r isal ho s

e ntr e o s o dùs de ve se r cha mado A g bamej i (o s do is anc iõ e s).

15 – 2 (t r adução do ve r so )

O se k e se k e (aleg r ia) co ns ult o u I fá par a Aj e (r iq ue za).

F o i dit o a e la que o mundo int e ir o e st ar ia se mpr e e m sua bus ca.

Ela pe r g unto u, “Q ual é o sacr if íc io ?”

F o i dit o a e la par a sa cr ificar t oda co isa co me st íve l.

A je se g u iu o co nse lho e sacr if ico u.

O mundo int e ir o e st á fe l iz po r e st ar e m bu sca de A je .

15 – 3 (t r adução do ve r so )

A k uko f i Og be o r i r e se ina co n sult o u I fá par a Aj e (r iq ue za).

F o i dit o a e la par a sa cr ificar

qualq uer an ima l mor t o se m [u so de ] uma faca (e k ir i apadafa)

41
de mo do a co nduzir uma v ida t ranqu ila.

A je se re cu so u a sa cr if icar.

Po r causa de sua re cu sa, at é o d ia de ho je

A je nu nca se fix a e m um lug ar.

15 – 4 (t r adução do ve r so )

O luwe we g be ’ nu- ig bo - te fa co nsult o u I fá par a Ej i- o se quando

e le e st ava in do par a a t er r a de I fe .

F o i pe dido a e le que sacr ifica sse

160 r olo s de lã de alg o dão e de ze s se is be ng alas [de ca minhada].

Ele sa cr ifico u ape nas do is de cada it e m.

Enqua nto e le pro s se g uia, e m se u cam inho , as duas be ng alas que e le sa cr ifico u

se que br ar am, ma s e le não mor r e u.

O Babalawo disse : De t odo s o s o dùs, qualque r um que que bro u duas

be ng alas e não mo rr e u deve r ia se r chamado de O se me j i.

Po rt ant o , qualque r um nas cido por e st e I fá car e ce de fé .

I sso é , e le va i se mpr e que st io nar o s Babalawo s.

Est a pe s so a acha d if íc il acr e d it ar na ve r dade .

Or áculo 16

Ofunmeji (Orangunmeji)

Est e Odù s ig n if ica bo a fo rt una. Ele pe de po r pac iê n cia e t rans ig ê n cia — uma

v ida de dar e r e ce be r. C o m ce rt o s sa cr ifíc io s, suce sso é g ar ant ido .

O bse r vação o cide nt al: A s co isa s e st ão flu indo .

O funme j i, també m co nhe cido po r O rang unme j i, é o dé c imo - se xt o O dù na or de m r e -

co nhe c ida de Ò r únmìlà. Par a mulhe r e s jo ve ns, O funme j i im plica na po ss ib il idade

de e ngr av idar e dar a luz.

42
O s filho s de O funme j i são g e ner o so s. Ele s po de m não ser r ico s [de d inhe ir o ] mas

e le s são se mpr e r ico s e m sabe do r ia. Ele s não po de m v ive r onde o ar é aba fado po r -

que e le s po de m sufo car fa cilme nt e . A maio r ia de le s te m d if ic uldade e m r e spir ar.

Par a bo a pro spe r idade f inan ce ir a, o s filho s de O funme j i t er ão que r e alizar sa cr if íc i-

o s par a aAj e o u par a O lok un.

É impo rt ant e par a e le s de mo nst r ar g e nt ile za t anto par a e str anho s quanto par a me m -

br o s de sua fam ília, e e spe c ia lme nt e par a o s ne ce s sit ado s e o s po br e s. Se O funme j i

fo r lançado par a um cl ie nt e , o cl ie nt e po de e st ar as se g ur ado de que t udo dar á ce r to

na v iag e m se e le o u e la re al izar o s sacr if íc io s pr e scr ito s por I fá .

16 – 1 (t r adução do ve r so )

O g bar ag ada co nsult o u I fá par a O dù

quando e le ia cr iar to do s o s d ife r e nt e s t ipo s no mundo .

F o i or ie nt ado a e le sacr if ic ar

quat ro p ilar e s e uma gr ande caba ça co nt e ndo uma t ampa e uma cor r e nt e .

Ele se g u iu o co nse lho e sacr if ico u.

F o i gar ant ido a e le que n ing ué m que st io nar ia s ua aut or idade .

A ss im e le de ver ia ar mar o s quatr o pilar e s no so lo

un ido s, co lo car a cabaça so bre e le s, e usar a cor r e nt e par a

at ar o s p ilar e s às sua s mão s.

Ele o be de ce u e re al izo u o sacr if íc io tal co mo inst r u ído .

O dia e m que O dù cr io u t o do s o s t ipo s no mundo

t e m s ido cha mado de sde e nt ão O dudua

(O dù cr io u tudo o que ex ist e , O o dua, O lo dumar e ).

Ele cr io u t udo o que ex ist ia na cabaça.

Nó s ( se re s humano s ) e st amo s t o do s v ive ndo de nt ro da cabaça.

16 – 2 (t r adução do ve r so )

A r ug bo - ile -f i- ir e - sa-k ej e k ej e co ns ulto u I fá par a O lo f in

quando e le ia faze r nas ce r o s de ze sse is Ir únmale

(o dù s pr in cipa is ).

F o i pr e d ito que o s filho s se r iam po br e s.

43
S e e le quise s se que e le s co nse g uisse m d inhe ir o , e le te r ia que

sa cr ificar de ze sse is caba ças de far in ha de m ilho , de ze sse is ca baças

de e k ur u, de ze sse is o le le (fe it o de fe ij õ e s ver me lho s ), e de ze sse is o ve lha s.

O lo fin se r e cu so u à re al izar o sacr ifíc io .

Ele d is se que e st ava sat is fe it o ape nas por faze r nasce r as cr ian ças.

Ele sa cr ifico u ape nas par a si me s mo e ig nor o u as cr ian ças.

Po rt ant o , o s Babalawo nunca de ve m ficar ans io so s po r

j unt ar d inhe ir o ao inv é s de adquir ir sabe do r ia e po der ao lo ng o de

s uas v idas.

16 – 3 (...)

co ns ulto u I fá par a Ej io g be e o s r e st ant e s de ze sse is o dùs

pr inc ipa is .

F o i pe dido a e le s par a pag ar e m o dé b it o de sacr if íc io dev ido por sua

mãe .

Ele s se r e cusar am a r e alizar o sacr if íc io .

E is o po r que o s Babalawo nunca for am r ico s,

e mbo r a e le s se j am r ico s e m sa be dor ia.

16 - 4

A g bag ba-iluf ’ id ik o d i co nsult o u par a Or ang unme j i, à que m fo i pe d ido sacr if icar

uma o ve lha, de ze s se is po mbas, e tr ê s mil duze nt o s búz io s. Ele se g uiu o co nse lho e

sa cr ifico u. O Babala wo d iv idiu o s mat e r ia is de sa cr ifíc io e m dua s part e s, re se r van -

do me t ade par a s i pr ó pr io e dando a o utr a me t ade par a O rang unme j i par a usar par a

pro p ic iar sua ca be ça (o r i) quando e le r et or na sse par a casa.

A o che g ar e m casa, fo i dit o a O rang unme j i que s ua mãe g o st ar ia de vê - lo e a se us

ir mão s mais ve lho s na faze nda. A ss im, e le e st ava inc apac it ado de re al izar o sacr ifí-

c io de pr o piciar se u o r i e m casa. C ar r eg ando o s mat e r ia is co m e le , e le se j unto u à

se u s ir mão s ma is ve lho s de fo r ma que t o do s pude s se m v is it ar sua mãe co mo dit o .

Q uando e le s che g ar am na fr o nte ir a, o func io nár io da alfânde g a pe d iu a e le s par a

pag ar e m uma t ax a de alfân de g a. Ej io g be , o líde r do s o dùs, não t inha o s duze nto s

búz io s e x ig ido s, e ne nh um o utr o do s quato r ze o dùs t inha d inhe ir o par a pag ar. A pe -

nas O rang unme j i, o dé cimo - se xt o O dù, t inha o d inhe ir o , que e le pag o u po r t o do s

e le s ant e s que e le s pude sse m at r ave s sar [a fr o nt e ir a] par a ir à faze nda. A ss im ,

44
quando e le s che g ar am à faze nda, o s quat or ze odùs r e st ant e s de c id ir am t or nar a am -

bo s Ej io g be e O rang unme j i o s che fe s da fam íl ia. De sde aque le dia, nó s se mpr e cha -

mamo s O rang unme j i de “O funme j i”. De sde aque le dia, fala mo s, “Ne nhum I fá é

ma io r do que Ej iog be , e ne nhum I fá é ma io r do que O funme j i.”

Po r e st a razão , ao lançar a so rt e (ibo ) na div ina ção de I fá , se Ej io g be o u O funme j i

fo r e m lançado s, nó s se mpr e de cid imo s a sor t e e m favor de le s.

Or áculo 17

Ogbe‘Yeku

Ne s se Odù so mo s aco nse lhado s a usar a int e l ig ê nc ia ao co nt r ár io da for ça o u

co nfr o nt ação par a su per ar o bst áculo s o u in im ig o s. Não impo r t a quanto im -

por t ant e alg ué m se j a, e st a pe sso a ne ce s sit a o bt e r e se g uir o co nse lho s de um

Babala wo . C re nça in abaláve l e m I fá ir á se mpr e r e co mpe nsar o "clie nt e ".

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á g er alme nt e de d ica ndo muit a e ne rg ia a

que st õ e s t e mpor a is e pr e c is a se "abr ir " e sp ir it ualme nt e e e mo cio na lme nt e .

No O dù O g be’ Yek u, Og be e st á na d ir e it a, re pr e se nt ando o pr in cíp io mas cul ino , e

O yek u e st á na e sque r da, re pr e se nt ando o pr inc íp io fe min ino . Q uando Og be vai v isi-

t ar co m Oye k u, as t rans for ma çõ e s r e sult ant e s de st e mo v ime nto são s im bo lizadas

por O dù Og be ’ Ye k u. (Co mo ante r io r me nt e d is cut ido , ex ist e m 256 o dùs no sist e ma

I fá de d iv inação : de ze sse is o dùs pr in cipais e 240 ram if ic açõ e s o u co mbinaçõ e s de

O dù. O dù Og be ’ Ye k u é o pr ime ir o das co mb ina çõ e s de o dùs e e le o cupa o dé cimo -

sé t imo lug ar na or de m f ix a de Ò r únmìlà.)

17 – 1 (t r adução do ve r so )

Ek um in i, Ek umini co n sult o u I fá par a Oluk ot un A jamlo lo ,

o pai de O it o lu. F o i pr e v isto que e le

se r ia g rande me nt e favor e c ido po r I fá e st e ano .

45
Po uco de po is, Olo fin pr o curo u po r O luko t un

par a que v ie sse e co ns ult asse I fá par a e le . O luko t un pe d iu

que disse s se m a O lo fin que e le e st ava incapa cit ado de v ir

ime d iat ame nt e por que e le e st ava cu lt uando se u I fá naque le

mo me nt o . Olo fin c hamo u por O luk ot un pe la

se g unda ve z.

O luko t un re spo nde u re pe t indo o que e le hav ia dit o

ant e s. Ele a inda e st ava cult uando se u I fá .

O lo fin r e spo nde u e d is se , “Q ual I fá O luko t un

A jamlo lo e st á cult uando ? O I fá favo r e ce u a e le ?”

M ais t ar de , O luk ot un A jamlo lo che g o u par a r e alizar

d iv inação de I fá par a Olo f in. I fá disse que não hav ia nada de

e rr ado co m O lo f in; e le ape nas e st ava se nt indo d if ic uldade par a dor m ir à no it e .

Po rt ant o , co mo par te do sacr if íc io , e le de ver ia

co nce de r à O luko t un: sua f ilha mais ve lha ado r nada co m

co nt as e m se us pulso s e to rno ze lo s, uma cabr a gr ande ,

e quat ro m il e quat r o ce nto s búzio s.

O lo fin r e alizo u o sa cr if íc io .

A ss im que O luk ot un e st ava indo par a casa co m o s mat er iais do sacr ifíc io ,

as pe sso as co me çar am a r id ic ular izá-lo e a O lo f in, per g unt ando ,

“C o mo po de O lo fin co nce de r sua filha à e st e

po br e Oluk ot un ?”. Ele s ar r ancar am a be la garo t a de

O luko t un e a de r am par a um o ba (r e i).

Ela se to r no u a e spo sa do re i.

O o ba també m não po dia do r mir be m e fo i fo r çado

a pro c ur ar por O luk ot un A jamlo lo par a v ir e co ns ult ar

I fá par a e le . Oluk o t un ve io e d is se ao o ba que

e le e st ava in capa cit ado de do r mir pr o fundame nt e à no it e . Por t ant o ,

se e le quise s se afast ar a mor t e súb it a, e le t er ia que co nce de r

ao Babalawo que co nsu lto u I fá par a e le : sua

j ove m r ain ha, duas cabr as gr ande s, e quat ro m il e quat r o ce nto s búzio s.

O o ba re al izo u o sacr if íc io . Oluk o t un A j amlo lo

car r eg o u o s mat er ia is do sacr ifíc io par a casa e cant o u a

se g u int e can ção : Ek umini, Ek um in i, e is co mo I fá

46
po de se r favo r áve l, e ass im po r diant e .

C o m e st e O dù nó s apr e nde mo s co mo Oluk o t un A j amlo lo fo i be lame nt e r e co mpe nsa -

do e favor e cido de v ido à s ua inabaláve l cr e nça e m I fá .

17 – 2 (t r adução do ve r so )

(...)

(...) co n sult o u I fá par a A lag e mo (camale ão ) quando e le ia ce le br ar as fe st iv idade s

anua is co m Olok un.

F o i pe dido a e le par a sacr if ic ar v int e mil búz io s,

duze nt o s po mbo s, e uma var ie dade de te c ido s. Ele se g uiu o

co nse l ho . O s div inado r e s pr e par ar am re mé d io de I fá par a e le .

A lag e mo e nt ão e nv io u uma me nsag e m par a O lo k un d ize ndo que

e le ia part ic ipar das fe st iv idade s.

Ele g o st ar ia de co mpe t ir co m Olo k un ao usar

r o upas idê nt icas. O lo k un r e spo nde u, “Tudo be m! Co mo vo cê

se at r eve , A lag e mo ?” Ele d is se que ag uar dar ia a che g ada

de A lag e mo . A lag e mo c he go u no d ia pr o po st o . Olo k un

in ic io u a co mpe t ição . Q ualque r ro upa que O lok un

u sasse , A lag e mo u sar ia a me sma e as ig ualar ia.

A pó s um cur to t e mpo , Olok un fico u zang ado e de cid iu

que e le t e nt ar ia blo que ar o caminho de fo r ma que Alag e mo

achar ia impo s síve l r et or nar par a ca sa. Ele fo i

bu scar o aux íl io do s fe it ic e ir o s e br ux as par a co lo car

o bst ácu lo s no cam inho de A lag e mo . A lag e mo po r sua ve z fo i

co ns ult ar o s Babala wo s so bre o que e le de ver ia faze r par a ev it ar

qualq uer impe d im e nto e m se u cam inho par a casa. Ele fo i o r ie nt ado a

sa cr ificar e n i- ag baf i (uma e st e ir a de r áfia), ig ba- e wo (uma caba ça [co m]

inhame s as sado s amas sado s), e alg uma s o utr as co isas.

Ele se g u iu o co nse lho . O re mé d io de I fá fo i pr e par ado par a

e le . F o i e ns inado a e le a se g uint e canção :

O so ib e e j o wo m i. A je ibe e j o wo mi. B i I g un ba j ’e bo

a j oo eg ba. (Po ssam as fe it ice ir as aqui me de ix ar e m paz

Po ssa m as br ux as aqui me de ix are m e m paz

47
S e um abut r e co me o sacr if íc io , e le de ix a a caba ça aqu i) .

F o i ainda pe dido a e le que e st icas se a e st e ir a

no r io e se se nt as se so br e e la. A lag e mo fe z co mo fo i dit o

por se us Babalawo e e le fo i capaz de vo lt ar par a ca sa.

A lag e mo r e alizo u o s sacr if íc io s pr e scr ito s po r se u s Babalawo e fo i po rt ant o capaz

de s upe r ar o s o bst áculo s que O lo k un ame aço u co lo car e m se u cam inho .

Or áculo 18

Oyekulogbe

Est e Odù s ug er e que o cl ie nt e ir á e nco ntr ar um co nf lit o . A o inv é s de e nvo l -

ver - se , o clie nt e de ve ser um me diado r. E ass im faze ndo , e le o u e la ir á t er

vant ag e m. Est e Odù t ambé m no s pr e v ine par a se r mo s cu idado so s co m am ig o s

que po ssam ca usar de st r uição da ca sa/fam íl ia. U m cam in ho de tr abalho ou

car r e ir a apar e ce m blo que ado s o u dificult o so s.

Na f ilo so f ia Yo r ùbá , não há ida se m vo lt a. Odù Oye k ulog be , o dé c imo -o it avo Odù

na or de m fix a de Òr únm ìlà, r e pr e se nt a a v isit a de re t or no de Oye k u, no lado d ir e it o

do O dù, à O g be , ago r a na e sque r da. Por t ant o e st e O dù co mple t a o ciclo de mo v i-

me nt o s de O g be a Oye k u e de Oye k u de vo lt a a O g be .

18 – 1 (t r adução do ve r so )

A g ila Awo , Ag ila Awo , O pa g ilag ila Awo co nsult o u I fá par a alade

me r indilo g un (de ze s se is re is) e Òr únm ìlà.

I fá pr ev iu a che g ada de alg uns e st r anho s que ir iam

lut ar um co nt r a o o utr o . Fo i por t anto o r ie nt ado a e le s par a ofe r e ce r sacr ifíc io s

de fo r ma a te r paz apó s a part ida do s e st r anho s.

O sacr if íc io : de ze sse is car acó is, dua s cabr as, e tr int a e do is

m il búzio s.

Ò r únmìlà fo i o único que re al izo u o sacr if íc io .

48
Q uando o s e str anho s che g ar am, e le s e ntr ar am na casa de A lar a

e co me çar am a bat e r um no o utr o . A lar a o s co lo co u par a fo r a. O s

e st r anho s t ambé m v ie r am par a a ca sa de A j er o e par a as [casa s] do s quat o r ze

r e is r e st ant e s. To do s e le s puse r am o s e st r anho s par a for a. M as quando o s

e st r anho s che g ar am à casa de Òr únm ìlà e co me çar am a bat er um

no o utr o , Òr únm ìlà te nto u pacif ic á- lo s. Dinhe ir o e co nt as

e st avam ca in do de st e s e str anho s e m lut a. Òr únm ìlà e st ava

o cupado r e co lhe ndo to do o d inhe ir o e co nt as e jó ia s pr e cio sas.

A lut a e nt r e o s e st r anho s co nt inuo u po r dia s, at é que

a ca sa de Ò r únmìlà e st ava re ple t a de dinhe ir o e t o das as co isas bo as.

O yek ulo g be ! Edu se tr anqu il izo u. O s no me s do s de ze sse is

r e is pr inc ipa is são : O lo w u, O libin i, A lar a, Aj er o , Or ang un,

Ew i, A laaf in -O yo , O wor e , Ele pe , O ba- Adada, A laaj og un, O lu-

O y in bo , Olu- Sabe , Olo wo , O lu- Tapa, e Olo ko o u O s inle .

O s r e is po ss ue m r iq ue zas e t o das as bo as co isas, mas não t e m paz.

Ò r únmìlà, o único a r e alizar o sacr if íc io , t eve paz

co mple t a.

Est a é a r azão po r que to do s o s r e is de ve m mant er Babala wo co mo

co nse l he ir o s, e spe cialme nt e quando e le s se co nfr o nt am co m pro ble ma s o u

pr eo c upaçõ e s.

18 – 2 (t r adução do ve r so )

A r un-po se - ir e k e co nsult o u I fá par a O mo - nle (lag ar t ix a)

quando e le ia mo r ar co m Or o (par e de de barr o ).

O mo -nle fo i o r ie nt ado a sacr if icar

quat ro po mbas de mo do a as se g ur ar um lug ar co nfo rt áve l par a mor ar.

Ele fe z o sa cr if íc io .

O ro fo i aco nse lhada a sacr if ic ar

de mo do a não ace it ar am izade co m qualque r um

que a e scavasse .

U m g alo fo i pe dido par a e st e sacr if íc io .

O ro se r e cuso u a sacr if ic ar.

49
Po r que Or o se re c uso u a r e alizar o sacr if íc io pre s cr it o por I fá, e la t eve que for ne ce r

aloj ame nt o par a O mo -nle . Em o ut r as palav r as, as lag art ix as ago r a v ive m e m par e -

de s de barr o .

Or áculo 19

Ogbewehin

Est e Odù fala de co nfusão e mo cio nal. També m asse g ur a co nclu sõ e s be m suce -

d idas. Ele no s fala par a co nf iar e m e x per iê n cias ant e r io r e s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á fr e qüe nt e me nt e co me çando o u t er m inan -

do um re lac io name nt o .

19 – 1 (t r adução do ve r so )

(...)

r e alizo u div ina ção de I fá par a O g be

quando e le ia v is it ar co m I wor i.

F o i pe dido a e le par a sacr if ic ar

t rê s bo de s, t rê s g alo s, a r o upa que e le e st ava ve st indo ,

e um rato do mat o (o r ato de ve se r mant ido e m pé at r ás de Ès ù).

Po r que e le re to r nar ia co m r ique za s, e le de ver ia se asse g ur ar que

a r iq ue za não e scapar ia de le .

Ele fe z o sa cr if íc io .

Q ualque r pe sso a par a que m e st e O dù é lançado deve se mpr e o fe r e cer sacr if íc io par a

g ar ant ir um f inal fe liz o u be m suce d ido .

50
19 – 2 (t r adução do ve r so )

O g be ho faa faa co ns ulto u I fá par a Aluk unr in (o cor vo ).

F o i d ito a e le par a sacr if ic ar as duas única s ro upas que e le po ss uía (uma pr et a,

uma br anca ), um bo de , e um car ne ir o de mo do à não e nlo uque ce r, e se e le de se j asse

se r t rat ado pe lo s Babalawo .

O re mé d io de I fá (se e le fize sse o sa cr ifíc io ) :

De r r amar o sang ue do bo de de ntr o de um po t e gr ande ante s de co lo car ma sinw in

(o g bo e fo lhas de e su su) de ntr o do po t e . A dicio ne ág ua par a e le se lavar.

A luk unr in se re cu so u a faze r o sa cr ifíc io .

A que le s nasc ido s por e st e O dù ge r alme nt e e nlo uque ce m.

Or áculo 20

Iworibogbe

Est e O dù fala pr ime ir ame nt e de filho s e e ncor aj a uma at mo sfe r a so cial po sit i -

va par a mant er o be m e st ar da famíl ia.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e é m uit o sé r io e pr e c is a de "r e cre io " — Te r al -

g uma d ive r são simple s e pue r il par a re st aur ar o e quilíbr io .

20 – 1 (t r adução do ve r so )

(...)

Ele d is se que alg o de ve r ia se r o fer e c ido à

cr iança de for ma que a cr ian ça não v ie sse a mo rr e r :

inhame amassa do , uma g alinha, e t rê s mil e duze nt o s búz io s.

I fá d is se que e le s de ve r iam co z inhar a co m ida e a gal inha

pr e scr ito s, re un ir t o das as cr iança s,

e pe r mit ir que o s co mpan he ir o s de re cr e ação da cr ia nça do e nt e co mam

da co m ida o fer e c ida. I fá disse que a cr ian ça do e nt e ir ia

f ic ar be m se u ma fe st a fo s se fe it a par a se us co mpanhe ir o de r e cr e ação .

51
20 – 2 (t r adução do ve r so )

(...)

co ns ulto u I fá par a Er uk uk u-ile (po mbo ) e Er uk uk u -o ko

(po mba ).

A mbo s e st avam so fr e ndo por falt a de f il hot e s.

F o i pe d ido a e le s par a sacr if ic ar qu iabo , bast ant e inha me , u m fe ix e de var et as, um

po te g r ande , e tr ê s m il e duze nt o s b úzio s.

O po mbo re al izo u o sacr if íc io

mas a po mba se re cu so u.

A po mba te ve do is f ilho t e s e o po mbo te ve do is filho t e s.

A po mba disse que e la não sacr ifico u e ain da ass im t eve do is filhot e s.

Ela fo i co n str u ir se u ninho na árvor e e g ung un.

Ve io uma te mpe st ade , a ár vo r e eg ung un fo i ar r ancada co m ra íze s, e o s f il hot e s da

po mba mo rr e r am.

Ela g r it o u, “O pr ime ir o e o se g undo e u não v i.”

O po mbo gr it o u, “Eu fique i de co st as par a o pot e e não

mo rr i.”

O po t e e ra um do s mat e r ia is que o po m bo t in ha sacr ificado . Ele fo i capaz de pr ot e -

g er se u s f il hot e s co m o po t e . Ele s so br ev ive r am.

Or áculo 21

Ogbedi

Est e Odù fala da ne ce ss idade de ex e cut ar o sacr ifíc io co rr e t o par a que se ev i-

te co nf usõ e s o u zo mbar ia.

O bse rvação o c ide nt al: O clie nt e e st á se nt indo o u e st á co m me do de pr e s sõ e s

e mo cio na is . Po ss ib il idade s pr at ica s não po de m se r re al izadas at é que e st a

52
pr e s são se j a al iv iada. A pr e s são ve m muit a s ve ze s de que st õ e s de r e lacio na -

me nto s.

21 – 1 (t r adução do ve r so )

K uk ut e -ag bo n Ko ro j ij i co nsult o u I fá par a Og be

Q uando O g be fo i ca çar e m uma ex pe d ição .

F o i pe dido a e le que sacr ifica sse

De mane ir a que e le não e nco nt r asse obst ác ulo s al i;

Tr ê s ca br it o s, t rê s fr ang o s e 6 000 búz io s.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

Q uando e le che g o u à flor e st a, a ch uva ca iu

Enqua nto e le co rr ia, v iu um bur aco lar g o

que pe nso u e le e st ar e m uma árvor e o u e m u m for m ig ue ir o

Ele e nt ro u no bur aco e não so ube que er a

um e le fant e que t in ha abe rt o se u ânus.

O e le fant e fe cho u se u ânu s co m e le de nt ro .

Ele não pô de de sco br ir uma sa ída.

S e us co mpan he ir o s co me çar am a pro cur a- lo .

De po is de um t e mpo , quando e le s não o pude r am achar, e le s de c id ir am

e x e cut ar o sacr if íc io que e le t inha ne g lig e n ciado .

Ele fo i e x cr et ado e nt ão pe lo e le fant e .

Po r é m, e le s d is se r am: O O g be que sa iu de um ânu s

de ver ia ser cha mado Og be d i.

21 – 2 (t r adução do ve r so )

O g be dik ak a, O g be d ile le co nsult ar am I fá par a Èsù quando e le e st ava sat isfaze ndo

um per ío do de tr abalho duro co m Òr únm ìlà, Or isa- nla, Or isa- ok o , e Ò g ún. A Èsù fo i

pe d ido que o fe r e ce sse Ee san, no ve po mbo s e o it o mil búz io s. O r e mé dio de I fá de -

ver ia ser pr e par ado par a per m it i- lo pag ar se us dé b it o s.

Ès ù se re cu so u a sacr if ic ar.

53
Ès ù fo i um pe scado r naque le s te mpo s. Se mpr e que e le peg ava mu it o pe ix e e m sua

ar madilha, o s I r unmo le (as quatr o ce nt as de idade s ) se nt iam inve j a de le . Ele s pe nsa -

r am que lo go Èsù g anhar ia d inhe ir o s uf ic ie nt e par a se af ian çar de st e s dile mas f i -

nan ce ir o s. Por e st a r azão , e le s de cidir a m e nv ia- lo e m m is são a lug ar e s dist ant e s no

me s mo dia. A pó s o e nv io da me nsag e m Òr únmìlà pe nso u e m co ns ult ar o or áculo de

I fá so br e o ass unt o . Ele chamo u o s ba balawo que co nsult ar am I fá e d is se r am Og be -

d ik ak a. Òr únm ìlà fo i or ie nt ado a sacr if ic ar se is co e lho s, se is po mbo s e do ze m il bú -

z io s.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

O re mé d io de I fá fo i pr e par ado par a e le amar r ando o s se is co e lho s na bo lsa. Ele s o

adve rt ir am a se mpr e levar a bo lsa co m e le . Or isa- nla pe diu a Èsù ir a at é Ì r ànj e e

t raze r se u bo r dão (o pa-o sor o ) e s ua saco la. Òr ìsà-o ko e nv io u Ès ù a Ò de -I ra wo .

Ò g ún pe d iu a Ès ù ir à Ò de -I re e t raze r se u g bamdar i (um alfanj e lar go ). R ap ida -

me nt e Ès ù se levant o u e fo i at é um ar bust o per t o onde e le su plico u e o bt e ve to das

as co isas pe dida s. Lo go apó s Èsù par t ir, to do s o s Ir unmo le fo r am co le t ar o s pe ix e s

da ar madilha de le . A ss im que e le r et or no u, e nco nt ro u e le s par t ilhando se u s pe ix e s.

Q uando e le apare ce u ine spe r adame nt e , t odo o mundo e mbo lso u o pe ix e . Ele e nt r e -

g o u to do s o s it e n s que e le s pe dir am par a e le ir bus car. Èsù e nt ão co me ço u a que st i -

o nar to do mu ndo , “O nde vo ce s o bt iver am o pe ix e que e st avam r e par t indo ?”. A lg uns

e st avam se de sculpa ndo ; o ut ro s não so ube r am o que dize r. Ent ão im plor ando o per -

dão de le , de cid ir am abr ir mão do se u s dir e it o s so br e dinhe ir o e le o s dev ia. Ele não

de ver ia de ix ar ning ué m o uv ir que e le s o t inha m ro ubado . Er a co st ume e m I fe na -

que le s te mpo s que n ing ué m dev ia r o ubar. Òr únmìlà disse que e le não r o ubo u o pe i -

x e de Ès ù. Ès ù d is se que Ò r únmìlà de v ia t er r oubado o pe ix e que fo i co lo cado na

bo lsa que e le e st ava se g ur ando . Ès ù pe nso u que o nar iz do pe ix e e st ava sa in do par a

fo r a da bo lsa. Ele s le var am o ass unto par a cor t e na c idade de I fe . Ele s d is cut ir am. O

t r ib unal de c id iu pe d ir par a Òr únm ìlà que de sve lasse o co nt e údo de sua bo lsa. Ele

so lt o u a bo lsa e e le s v ir am o s se is co e lho s que e le jo go u par a for a. Ele s co me çar am

a c ulpar Èsù . Èsù im plor o u pe r dão a Ò r únmìlà. Ò r únmìlà se re cu so u a de s culpa- lo .

Ès ù e mpe nho u sua casa e o ut r as po s se ssõ e s par a Ò r únmìlà. Òr únm ìlà a inda r e cuso u

ace it ar o arg u me nto de le . O s Ot u I fe (o s anc iõ e s de I fe ) pe rg unt ar am par a Èsù o que

e le pr e t e ndia fazer. Èsù r e spo nde u que e le ir ia par a ca sa co m Ò r únmìlà e co nt inua -

r ia lhe se rv indo par a se mpr e . Ele s e nt r eg ar am Èsù par a Ò r únmìlà. Q uando e le s c he -

g ar am à casa de Ò r únmìlà, Èsù qu is e nt r ar co m Òr únmìlà. Ò rúnm ìl à re cu so u e pe -

54
d iu par a Èsù que se se nt as se do lado de for a. Ò rúnm ìl à d is se que o que e le co me sse

de nt ro da ca sa, e le co mpart ilhar ia do lado de for a co m Ès ù.

Ès ù t e m v iv ido e nt ão de sde aque le dia do lado de fo r a.

Or áculo 22

Odigbe

Est e Odù fala do pr e se nt e o u pr o ble ma imine nt e e de t er m ina o sa cr if íc io ne -

ce ssár io par a ve nce r.

O bse r vação o cide nt al: Me do s t e mpor a is, muit as ve ze s r e lacio nado s a se r v iço s

o u part e mo ne t ár ia, de ve m se r t rat ado s. M uit as ve ze s re lac io name nt o s e mo c i -

o na is e st ão cau sando inqu ie t ação e de se qu il íbr io .

22 – 1 (t r adução do ve r so )

Baba -ak ik ib it i, Baba -ak ik ib it i

co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà quando

Tant o a Mo rt e (I k u) quant o a Mo lé st ia (À r ùn)

ame açar am v is it ar sua casa.

Ele fo i o r ie nt ado a pr e par ar do is sig id i amo nu (u ma fo r ma de Èsù -Ele g bar a)

co m do is mil e er u (t ipo de e r va) f ix ado s ne le s:

Lhe s dê alfanj e s de made ir a par a ser e m co nt ido s po r suas as mão s e po nha pe daço s

de o b ì nas sua s bo cas.

Ent ão mate u m cabr it o e ve rt a o sang ue de le so br e e le s.

C o lo que um na po rt a da fr e nt e da casa e o o utr o na por t a de tr ás.

Ò r únmìlà r e alizo u o sa cr ifíc io .

Ele ag iu de aco r do co m as inst r uçõ e s de I fá.

I k ú ve io at é a po rt a da fr e nt e da casa e saudo u o s ig idi da seg u int e mane ir a:

Baba -ak ik ib it i, Baba -ak ik ib it i,

55
por favo r dê passag e m, que o Awo at r ave s se

S ig id i nada re spo nde u. Ik u de u me ia—vo lt a.

Ele fo i par a tr ás da casa e r e pet iu a me sma co isa.

À r ùn ve io e d is se as me smas palavr as. S ig id i nada r e spo nde u

F o i ist o que Ò r únmìlà fe z par a pr e ve n ir que I k ú (M or t e ) e Àr ùn (M o lé st ia) ade n -

t ras se m s ua casa.

22 – 2 (t r adução do ve r so )

Ì d ig ba, Ì díg be co nsult o u I fá par a Sàng ó

quando e le e st ava r ode ado por inim ig o s.

I fá as se g ur o u a e le v it ó r ia do br e o s inim ig o s.

U m car ne iro e 6 600 b úzio s fo r am o fer e c ido s e m sacr if íc io .

S àngó r e alizo u o sa cr if íc io

e fo i v it or io so do br e se us in im ig o s.

Or áculo 23

Ogbe’rosu

Est e Odù de t er m ina a so lução par a a ame aça de mor t e , do e nça, caso s j udic i -

a is, per das e in fe rt il idade .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á se mpr e met ido e m alg um t ipo de pr o ble -

ma. So me nte ação e sp ir it ual po de r e st aur ar o equ il íbr io .

23 – 1 (t r adução do ve r so )

Ò nag bo nr ang o ndo n- nt i-I fe -wa co nsu lto u I fá par a A bat i,

o filho de À ramfè , que fo i co nfr o nt ado por t o do s o s male s.

Ele fo i as se g ur ado que a mo rt e ( ik ú) não ir ia de rr o t a-lo ,

56
que a mo lé st ia (àr ùn ) ir ia der ro t a-lo ,

que caso s j ud ic ia is (e j o ) não ir ia de rr ot a- lo ,

que pr e j uízo (o fo ) não ir ia de rr ot a- lo .

A e le fo i pe d ido sa cr if icar um car ne ir o e fo lhas de I fá.

Ele o be de ce u e ex e cut o u o sacr if íc io .

Or áculo 24

Irosu-ogbe

Est e O dù e nfat iza que re lac io name nt o s e sp ir it uais pe sso a is são co nt r ár io s

àque le s mo net ár io s o u co me r ciais.

O bse r vação o cide nt al: Emo çõ e s t ê m pr e fe r ê nc ia e nquanto t rabal ho pe sado ca -

m inha a paço s le nt o s.

24 – 1 (t r adução do ve r so )

O hun t io se báalé ilé t i k o n i ko ng ar a ide , o un l i o se iyale

ile t i k o n i’ bu sun ala

F o i aque le que co nsu lto u I fá par a Ag be -I mor imo do r i

quando e le fo i t o mar B ioj e la, a f il ha de O ló f in,

co mo sua e spo sa.

O sacr if íc io :

Do is rato s, do is pe ix e s, uma gal inha e 3 200 búzio s.

I fá d iz: A j ove m de ver ia se r dada a um babala wo co mo e spo sa.

24 – 2 (t r adução do ve r so )

57
A ig bo niwo nr an awo O lú- Oj e

C o nsult o u I fá par a O dùg be m i, que fo i um ho me m bast ant e r ico

e po pular na Te rr a.

O dùg be mi fo i o r ie nt ado a faze r sacr if íc io par a e v it ar se t or nar

um ho me m bast ant e r ico e po pular no Par aíso .

U m po mbo de ver ia se r sa cr if icado se o O dù fo sse div inado no

e se nt aye de um re cé m- nasc ido .

U ma o ve lha de ve r ia se r sacr if ic ada se o O dù fo sse div inado no

I te fa.

No t a: Ese nt aye (o pr ime ir o paço na Ter r a) é re al izado no te r ce ir o d ia apó s o nas ci -

me nt o da cr ia nça. I t e fá (I nic ia ção e m I fá) po de se r re al izado e m qualque r é po ca e x -

ce t o se a cr iança é sus ce t íve l à do e nça s o u e nfr e nt a o ut ro s pr o ble mas.

Or áculo 25

Ogbewonri (Ogbèwúnlé)

Est e O dù fala da e sco lha e nt re mar ido s o u e spo sa s pot e nc ia is. S acr ifíc io s as -

se g ur am a e s co lha cor r et a e a as so ciação be m suce d id a.

O bse r vação o c ide nt al: U m g rande mo me nto par a cap it alizar, t anto co mer c ia l

co mo e mo cio nalme nt e , no s atr at ivo s do s clie nt e s par a o s o ut r o s.

25 – 1 (t r adução do ve r so )

A jaj e co nsult o u I fá par a Ko ko

quando e la e st ava po nde r ando ca sar o u co m A pat a o u co m A k ur o .

Ela fo i aco n se lhada a o fe r e cer um sacr if íc io de quatr o po mbo s e quat r o pe daço s de

t e cido no do so .

Ela o uv iu e at e nde u o co nse lho .

Lhe fo i falado que A k ur o se r ia o mar ido favor e c ido .

58
S e Ko ko t ive s se ê x it o , A k ur o t ambé m t er ia ê x it o .

25 – 2 (t r adução do ve r so )

O k it i- bamba- t iipe k un- o po po co nsult o u I fá par a O lo f in.

Ele fo i o r ie nt ado o fer e ce r sacr if íc io de mane ir a que O g bè dar ia

a e le bo as co mapnias.

Tr ê s g alo s, tr ê s bo las de in hame p ilado ,

e so pa de ver ia ser o fe r e cido .

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io .

Or áculo 26

Owonrinsogbe

Est e O dù fala de fe it iç ar ia o u v ibr açõ e s ne g at ivas int e r fe r indo co m a paz

me nt al do cl ie nt e .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e st á mu it as ve ze s e nvo lv ido e m um re lac io -

name nt o e mo cio na l que t e m nubla do se u j ulg ame nto .

26 – 1 (t r adução do ve r so )

Bo nro ny in awo Ò de -I do , Og or o nbi awo Ò de -Esa, Er ig idúdú awo .

I lú S ak o n fo i que co n sult o u I fá par a Olo fin O be le j e

quando e le fo i do r mir e de spe r to u co m más v ibr açõ e s.

F o i dit o a e le do r mir for a de ca sa e de sua s r e do nde zas,

mat ar um cabr it o so bre o l ixo , e le var t udo isso

par a a flor e st a.

D is se r am a e le que se uma pe s so a le vasse o mal par a a flor e st a,

e le vo lt ar ia par a ca sa co m o be m.

59
A fo lha se mo str o u se r o lo wo nr an- nsan- san.

Ho je A lade ex pul so u o mal par a a flo r e st a.

S acr ifíc io par a Pro spe r idade (A j é ): 2 po mbo s — u m de le s de ve se r usado par a apa -

z ig uar a cabe ça (or í) do cl ie nt e .

S acr ifíc io par a uma e spo sa (aya): 2 g al inhas — uma de las de ve se r usada u sado par a

apaz ig uar a cabe ça (or í) do cl ie nt e , co nt ant o que e le te nha sacr if ica do um cabr it o .

O clie nt e de ve var re r sua casa co m fo lhas de o lo wo nr an-nsan -san (o sok ot u ) co mo

pr e scr ito ac im a.

26 – 2 (t r adução do ve r so )

Ès ì- pe r e we , Eg ba- per e we co nsult o u I fá par a Olú Og e ,

Q ue é e xt r e mame nt e amar g o co m a fo lha jo g bo .

O sacr if íc io : 3 galo s, 2 600 b úzio s e

fo lha de Jo g bo (amar go ).

S e a pe sso a par a que m e st e I fá é div inado re alizar o sa cr if íc io ,

e nt ão e smag ue as fo lhas amarg as na ág ua e adicio ne iy è — ir ò su (pó )

de st e O dù na so lu ção , e pe ça ao clie nt e par a be be r.

I fá r eve la que o cl ie nt e não t e m paz me nt al o u e ncar a o po s iç ão das pe s so as.

Or áculo 27

Ogbe’bara

Est e O dù fala de e nfe r mida de s t al co mo aler g ias pe r ió d ic as.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e te m se e sfor çado m uit o no se rv iço .

27 – 1 (t r adução do ve r so )

K uo mi, o div inado r par a a g alinha (ad iye ),

A e le s pe diu par a o fer e ce r sacr if íc io co mo uma fo r ma de pre ve nção

60
a uma doe n ça que o s as so lo u dur ant e a e st ação de se ca.

De z o bì e 20 000 búzio s de ver iam se r sacr ificado s.

A lg uns de le s r eal izar am o sacr if íc io ; o ut ro s não .

27 – 2 (t r adução do ve r so )

I pale ro -ab’e nu mog imo g imamo ’ nilo wo co nsult o u I fá par a Òr únm ìlà

quando a mo rt e (k awo k awo ) ve io faze r uma v isit a v indo do Par aiso .

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar uma cabr a e de ze s se is Ik in.

A cabr a deve r ia se r mor t a do lado de fo r a de mane ir a que a mo rt e não e st ar ia apt a a

apr isio na- lo co m o utr o s.

Ò r únmìlà pr e sto u at e nção ao co nse lho e fe z o sacr if íc io .

Or áculo 28

Obarabogbe

Est e Odù fala de gr ande r e spe it o e po de r par a o cl ie nt e que fie lme nt e se g u ir

as pr e v isõ e s de I fá.

O bse r vação o c ide nt al: O ce pt icismo g er al do cl ie nt e e st á blo que ando o suce s -

so .

28 – 1 (t r adução do ve r so )

O bar abo bo awo Ek o co nsu lto u I fá

par a Eko , o filho de A j alo r un.

F o i pr e d ito que as palavr as de Ek o se r ia m se mpr e r e spe it ada s

co mo se ndo a palavr a f in al.

U ma o ve lha fo i o fer e c ida co mo sa cr ifíc io .

I fá diz que par a qualq uer um que e st e I fá é d iv ina do , e x er ce r á uma g r ande infl uê n -

c ia no mundo .

61
Ele v ive r á mu it o te mpo .

28 – 2 (t r adução do ve r so )

I ro fá- abe e núj ig in i, o adv inho de Òr únm ìlà, fo i que m co nsult o u I fá par a A difala,

que e st ava indo d iv inar par a O s in. A difala pe d iu a O sin faze r sacr if íc io de mane ir a

a afa st ar mor t e re pe nt ina de nt ro do s se t e d ias se g uint e s. S et e car ne ir o s e 1 000 bú -

z io s de ver iam se r o fe re c ido s. O sin não re alizo u o sacr ifíc io mas ag ar ro u Ad ifala e o

amar ro u. A difala cant o u a se g u int e can ção : Eu, um adiv inho cuj as pr e diçõ e s de I fá

pas sar ão im e diat ame nt e na táb ua de ad iv in hação (o po n), I bar at ie le , I bar at ie le . C e r -

t ame nt e O sin mor r er á amanhã, I bar at ie le , I bar at ie le . O sin pe g ar á um pot e e ir á at é

o r io , I bar at ie le , I bar at ie le . Ele pe g ar á uma vasso ur a e var r er á o chão , I bar at ie le ,

I bar at ie le . Ele pe g ar á uma e scada e sub ir á no t e lhado , e ass im po r diant e .

O babala wo cant o u e ssa canção t o do s o s dia s at é que um d ia quando e le s e st avam

t raze ndo uma no iva no va (iy à wó ) par a O sin de um lug ar d ist ant e . O s in d is se que

e le var re r ia a casa r apidame nt e ant e s da che g ada da no iva. Ele peg o u a vasso ur a e

varr e u a ca sa. A ss im que t er m ino u, de c id iu sub ir no t e lhado par a e sp ia- lo s. Ele pe -

g o u uma e s cada e fo i ao te lhado par a ve r a no iva que v inha ao lo ng e . Ele caiu e a

par e de de smo ro no u so br e e le . Ele s e nv iar am pe sso as par a l ibe r t ar e t raze r A difala.

A d ifala d is se que e le s de ver iam o fer e ce r rap idame nt e um sacr if íc io de de z o ve lhas,

de z galo s, de z vaca s, e a e spo sa no va que e st ava v indo a O sin. O sin de spe r t o u e n -

quant o e le s e st avam e x e cut ando o sa cr ifíc io .

I fá d iz que nó s nunca de ve mo s duv idar das pre d içõ e s de um babalawo .

Or áculo 29

Ogbe’kanran

Est e O dù fala de po s síve l pe r da de lucr o s ant er ior e s dev ido à falha ao e xe c u -

t ar um co mple to sa cr ifíc io . M e ia s me d ida s se mpr e r e sult ar ão e m pe r das.

62
O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á co m muit a pre s sa, e le pr e cisa caminhar

ma is de vag ar e co m cu id ado .

29 – 1 (t r adução do ve r so )

O k it ibam ba-t ii- pek un- o po po co ns ult o u I fá for Og bè quando O g bè fo i a Ò t uufè . A

e le fo i pe d ido que sa cr ificas se quat ro pr eg o s (S e r in ) e 8 000 búz io s. Ele sacr if ico u

ape nas tr ê s pr eg o s e 6 000 búz io s. O babalawo disse que e le deve r ia cr avar o s pr e -

g o s no chão da r ua pr inc ipal, um por ve z. Ele se dir ig iu à r ua pr inc ip al e pr eg o u o

pr ime ir o pr eg o no chão . U ma por ção de d inhe ir o apar e ce u e e le a peg o u. Ele pr eg o u

o se g undo pre g o no chão . U m pe que no g rupo de g ar ot as apar e ce r am e e le as r e uniu

ao se u re dor. Ele e nt ão e sper o u po r um cur t o per ío do de t e mpo e pr e go u o t er ce ir o

pr eg o no chão . Vár ias cr iança s apar e ce r am e e le as r e uniu ao se u re dor. Ele d is se :

Há! O que aco nt e ce r ia se e u t ive s se re al izado o sacr ifíc io co mple t ame nt e ? Eu te r ia

t ido mu it o ma is . Ele vo lt o u e r et iro u o pr ime ir o pr e go . Ele e nt ão o cr avo u de fro nt e

a e le e caso s j udiciais (e jo ), pr ej u ízo s (o fo ) e o ut ro s male s apar e ce r am par a e le .

A part ir de st e dia O g be e nco nt ro u dif ic uldade s, e e st e o dù te m sido chamado de

O g be’ K anr an.

Or áculo 30

Okanransode

Est e O dù fala de so bre puj ar no sso s in im ig o s o u co mpet ido r e s par a co nse g uir

uma po sição de pro e m inê n cia.

O bse r vação o c ide nt al: U m no vo tr abalho , uma pr o mo ção o u um aume nt o e s -

t ão e m um fut ur o pr ó x imo .

30 – 1 (t r adução do ve r so )

Pande r e -fo lu -o mi-l ik it i co nsult o u I fá par a O lit ik un,

63
o filho ma is ve lho de Èw i (r e i) de Ado .

A e le fo i pe d ido d ist r ibu ir 180 ak ar a de mane ir a a

o bt er v it ór ia so br e o s in im ig o s.

U m ca br it o e 3 200 búzio s fo r am t ambé m sa cr ificado s.

O lit ik un re al izo u o sacr if íc io .

30 – 2 (t r adução do ve r so )

Pande r e -fo lu -o mi-l ik it i co nsult o u I fá par a O lit ik un

o filho ma is ve lho de Èw i (r e i) de Ado .

S e is g alo s e 12 000 búz io s deve r ia m se r o fer e c ido s co mo sacr ifíc io .

O lit ik un re al izo u o sacr if íc io .

Ele fo i inst alado co mo o T’e wise (po r t a—vo z de Èwi).

Or áculo 31

Ogbe’gunda (Ogbeyonu)

Est e O dù fala de e mine nt e suce sso mo ne t ár io o u mat er ial.

O bse r vação o c ide nt al: U ma o por t unidade de ne g ó cio s ir á se apr e se nt ar. A

pr inc íp io o cl ie nt e ir á re je it ar co mo se não vale s se a pe na. U ma sé r ia co ns ide -

r ação da o po rt un idade le var á a g rande s uce s so .

31 – 1 (t r adução do ve r so )

K uk u-nd uk un, Pe t e -ino k i

F or am o s que co n sult ar am I fá par a as pe sso as de Eg ún Majo .

F o i pr e d ito que e le s se r ia m r ico s.

Q uatr o por co s, 80 000 b úzio s e quat ro barr is de v inho

de ver iam se r sacr ificado s.

64
Ele s o uv ir am e re al izar am o sacr if íc io .

31 – 2 (t r adução do ve r so )

I b inu, o adv inho de A lár á, co nsult o u I fá par a A lár á.

Edo fu fu, o adv inho de Aj e rò , co ns ulto u I fá par a Aj er ò .

Pe le t ur u, o adv inho de Ò ràng ún, co nsult o u I fá par a Òr àng ún.

I fá pr e ve n iu que alg uma co isa se r ia e nv iada a e le s

e que e le s não deve r ia m r e cusar. A pó s alg um te mpo ,

a mãe de le s e nv io u a A lár á um pr e se nt e e mbr ulhado co m fo lhas se cas de Ko ko .

A lár á fico u ir r it ado e e spant ado de co mo s ua mãe po der ia e nv iar alg o e mbr ulhado

e m fo lhas se ca s de K ok o ; Ele re cu so u ace it a- lo . A mãe de le s fe z a me sma co isa co m

A je rò e e le t ambé m re cu so u ace it a-lo . A bo rr e c ido s, e le s o levar am a Ò ràng ún, que

ace it o u o e mbr ulho . Ele o de se m br ulho u e e nco ntr o u co nt as. Ò ràng ún j á t in ha re al i -

zado o sacr ifíc io pr e scr it o pe lo babala wo . Ò ràng ún ofe r e ce u: t e cido de ve ado 1 , um

po mbo e 1 6 000 búz io s. Òr àng ún f io u u m qu int o das co nt as e e nv io u o co lar par a

A lár á po r que e le se nt iu que is so o sat isfar ia. Alár á co mpro u o co lar de Òr àng ún.

Ò ràng ún f io u o ut r o co lar e o e nv io u par a A je rò , que també m pag o u a Ò ràng ún por

e le . Òr àng ún fo i capaz de ve nde r o s co lar e s por que e le o s e mbr ulho u e le g ant e me n -

t e . Òr àng ún f ico u co m as co nt as re st ant e s par a si.

Or áculo 32

Ògúndábèdé

Est e Odù e nfat iza a ne ce s sidade de ho ne st idade e int e gr idade .

O bse rvação o c ide nt al: A que st ão de in fide l idade mat r imo nial e m um re lac io -

name nto m uit a s ve ze s apar e ce .

1
N o o r i g i n a l e m y o r ù b á e s t á e s c r i t o “ A s o e t u ” ; p e l o FA M A’s È d è Aw o Ò r ì s à Yo r ù b à D i c t i o n a r y, “ e t u ” a s s i m
e s c r i t o s e t r a d u z p a r a o i n g l e s c o m o “ d e e r ” q u e e m p o r t u g u e s s e t r a d u z c o m o v e a d o ( N . d o T. ) .

65
32 – 1 (t r adução do ve r so )

O me nt ir o so v iaj o u por v int e ano s e não fo i capaz de re to r nar.

O me nt ir o so v iaj o u por ma is se is me se s e não fo i capaz de re to r nar.

A Ho ne st idade - é -a-me lho r -d ir et r iz co nsult o u I fá par a Baba Ì màle ,

que e st ava t raj ado e m ro upõ e s. F o i d it o par a e le que e le se r ia um me nt ir o so por

t o da sua v ida. Par a e le fo i pe dido sacr if ic ar mas e le se re cu so u. A té hoj e , o s ìm àle

(M uç ulmano s ) ainda e st ão me nt indo . Ele s e st ão se mpr e d ize ndo que anualme nt e j e -

j uam por De us. U m dia, Ès ù o s que st io no u do por que d iz iam e le s que j ej uavam a

De u s anual me nt e . Vo cê s e st ão dize ndo que De u s e st á mor to ? O u e st á De us tr ist e ?

Vo cê s não co mpr e e nde m que De us é a ver dade co ng ê nit a ? Ele ( Èsù ) d is se : He n! vo -

cê s je j uam po r De u s; De us j amais mor r er á. Edùmar e nun ca adoe ce r á. Oló dùnmar è

nun ca f ic ar á tr ist e . Èsù fo i for çado a d ispe r sa -lo s. A canção que Ès ù cant o u naque le

d ia fo i: Nó s nun ca o uv imo s falar so br e a mor t e de O ló dùnmar è , se não aqu ilo que

pro ve m da bo ca do s me nt ir o so s, e as sim po r diant e .

32 – 2 (t r adução do ve r so )

K anr ang bada -À kàr à-ng bada!

Est o u na ca sa de O wá.

Q ue d inhe ir o no vo me pro cur e .

Q ue e spo sas no vas me pro c ure m.

Q ue cr iança s no vas me pro c ur e m.

S e uma cr iança vê A làk àr à, e la jo gar á for a se u pe daço de in hame .

Ò g úndáso r íir e f ’ Og bè , tr ag a- me bo a sor t e .

R e mé d io de I fá: Co ma se is àk àr à fr e s co s co m pó de iy è -ir ò sù no qual

o o dù Òg úndá sor íir e f ’ O g bè t e nha sido mar cado e re zado co mo mo str ado acima.

66
Or áculo 33

Ogbèsá

Est e Odù fala de fals idade de amig o s e da ne ce s sidade de te r minar qualque r

co isa co me çada.

O bse r vação o c ide nt al: É uma s it ua ção d if íc il que ag or a e st á che g ando , mas se

vo cê não se e ntr e g ar ne m de sist ir tr iunfar á no final.

33 – 1 (t r adução do ve r so )

Le k e lek e , o adv inho de O g bè , co nsult o u I fá par a Og bè ,

Q ue e st ava v iaj ando par a A lahusa.

Ele pr ev iu que e le pro spe r ar ia ali.

Po r e ssa r azão , e le de ve r ia o fe r e ce r um sa cr ifíc io de de ze sse is po mbo s e

3 200 búz io s.

Ele at e nde u ao co nse lho e fe z o sacr if íc io .

33 – 2 (t r adução do ve r so )

A fe fe le g e le g e , adv inho da Te rr a,

Ef ufule le , o adv inho do Cé u,

K uk ut ek u, o adv in ho do S ubt e rr âne o .

O Or áculo de I fá fo i co ns ult ado po r Ik i,

que fo i pr e ve nido acer ca de um am ig o

t ão g r ande quanto um car ne ir o . Ele fo i o r ie nt ado a o fer e ce r um sa cr ifíc io de mane i -

r a a pr e ve nir que se u amig o o e ng anas se e o fix a sse par a se r mor to .

uma po r ção de ob ì, br ace le t e s de fe rr o , 2 200 b úzio s e um g rande re c ip ie nt e de ma -

de ir a co m t ampa o nde se r á co lo cada a o fer e nda.

I k i fe z o sa cr ifíc io .

67
U m d ia; o car ne ir o fo i v isit ar O lo fin e r e par o u que o sant uár io do e g úng ún de le e s -

t ava vaz io . Ele per g unt o u a O lo f in o que e le u sava e m se u c ulto de e g úng ún. O lo f in

r e spo nde u que e le ut ilizava o b ì co mo sa cr ifíc io . O car ne ir o r iu e d is se que e mbo r a

isso fo s se bo m, e le tr ar ia Ik i par a um sacr if íc io . O lo f in o ag r ade ce u. U m d ia, o car -

ne ir o fo i v is it ar Ik i. O car ne ir o per g unt o u a Ik i se o pa i de le se mpr e co nt ava par a

e le so br e um jo go que e le e o car ne ir o co st umavam j og ar. I k i per g unt o u que j og o

que e ra. O car ne ir o disse a Ik i que o j og o er a dar vo lt as uma carr e g ando o o utr o po r

quat ro pé e nquant o um e st ava o culto de ntr o de um re c ip ie nt e de made ir a. Ik i disse

que se u pa i nu nca t inha falado so br e o jo go ape sar de pare ce r d ive rt ido . O car ne ir o

co lo co u um re c ip ie nt e de made ir a no chão e e ntr o u de nt ro . Ele pe d iu a Ik i que t am -

pas se e e nt ão o carr e g asse po r quatr o pé s. Pe r cor r ida a dist ânc ia, o car ne ir o disse

que e ra a s ua ve z. O car ne ir o e nt ão car r eg o u Ik i po r quat ro pé s co lo co u- o no chão e

ao se u tur no e ntr o u no r e cipie nt e . E fo i a ve z de I k i e ntr ar no re c ip ie nt e . O car ne ir o

o car r eg o u po r quat ro pé s, po r é m quando I k i pe d iu que o co lo casse no chão , o car -

ne ir o o ig no r o u e co nt in uo u caminhando . I k i im plor o u mas o car ne iro to r no u a não

dar o uv ido s a e le . I k i co me ço u a cant ar a cant ig a que o babalawo e ns ino u -lhe quan -

do re al izo u o sacr if íc io :

A fe fe le g e le g e , adv inho da Te rr a,

Ef ufule le , o adv inho do Cé u,

K uk ut ek u, o adv in ho do S ubt e rr âne o .

O car ne ir o e st á me le vando par a O lo fin par a se r mo r to .

Eu não sa bia que e st ava j og ando um j og o de mo rt e co m o car ne iro .

A fe fe le g e le g e , adv inho da Te rr a,

Ef ufule le , o adv inho do Cé u,

Ve nham po der o same nt e libe rt ar Ik i do re c ip ie nt e .

A pó s alg uns mo me nt o s, o car ne ir o sa cud iu p re c ip ie nt e e ouv iu o so m do s br ace le -

t e s de fe rr o e pe nso u que fo sse I k i. Q uando e le che g o u na casa de O lo fin e st e o fer e -

ce u aj uda co m o re c ip ie nt e . Ele r e cuso u e disse que pre c is ava ir at é o quint al do s

fu ndo s.

Q uando e le s fo r am par a o s fundo s, e le s aj udar am o car ne ir o co m o r e cipie nt e .

A br indo o r e cipie nt e , e le de sco br iu que ik i não e st ava de nt ro . O lo f in d is se que de -

v ido o car ne iro t e nt ar e ng ana-lo , e le se r ia sacr if ica do a Eeg un. De sde e s se d ia, um

car ne iro se mpr e é o fe r e cido a Eeg un co mo sacr if íc io .

68
Or áculo 34

Oságbè

Est e Odù fala da ne ce s sidade to mar o se u t e mpo e do uso da pe r ce pção e spi-

r it ual par a se apr e c iar o s pr azer e s da v ida.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á arr is cando t udo pô r e st ar se ndo de masi -

adame nt e t e mpor al e pe r de ndo se u e qu il íbr io e sp ir it ual.

34 – 1 (t r adução do ve r so )

Ele d is se O sa, e u disse O sa’ Gbe .

Ele d is se que o r at o que ve m de O sa se r ia pr o t eg ido por O sa.

Ele d is se que o pe ix e que ve m de O sa se r ia pr o te g ido po r O sa.

Pe s so as pro ve n ie nt e s de O sa se r iam pr ot e g ido po r O sa.

34 – 2 (t r adução do ve r so )

A t iba mato u um cão ma s não te ve te mpo par a co me -lo .

A t iba mato u um car ne ir o mas não te ve t e mpo par a co me - lo .

A t im umu mato u um cabr it o mas não t eve t e mpo par a co me - lo .

Ès ù-Ò dàr à per m it ir ia -me le var me us t e so uro s de casa.

Pr o piciação par a e st e I fá: Ver t a aze it e - de -de ndê no so lo

de nt ro o u for a de ca sa o u e m Ès ù.

Or áculo 35

Ogbèká

69
Est e O dù fala de te r que supe r ar ciúme e inve j a par a alcançar fama e re spe i-

t o.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e pr e c isa inj e t ar mais se n so co mum e me no s

imag inação na s at iv idade s cot id iana s.

35 – 1 (t r adução do ve r so )

Es umar e co m um lin do do r so

co ns ulto u I fá par a a C huva to rr e ncial.

A e la fo i pe dido que o fer e ce s se um sacr if íc io

de uma e nx ada, um alfanj e e um cabr it o par a ev it ar

que as pe sso as a le vasse m par a de ntr o da flo r e st a.

Q uando e la f inalme nt e ve io a re al izar o sacr ifíc io , as pe sso as

co me çar am a dar at e nção a e la.

35 – 2 (t r adução do ve r so )

O wó ni pe be , Esè ni pe be co ns ulto u I fá par a Ar inwak a,

que fo i o mé d ico de O wo n i..

A e le fo i d it o que te r ia fama pe lo mu ndo int e ir o .

Ent ão , e le deve r ia sacr if ic ar um r at o , um pe ix e e uma gal inha.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

Or áculo 36

Ikagbè

Est e O dù fala e m te r que de fe nde r no sso s dir e ito s e ex ig ir re spe it o .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e deve apr e nde r a mo der ar sua s palavr as e

açõ e s quando ex por u m po nt o de v ist a.

70
36 – 1 (t r adução do ve r so )

Ele disse g ro sse r ia, e u disse in so lê nc ia. Ele disse que nun ca é po ss íve l ro lar pano

se co no fo go . Eu disse que não é po s síve l ut il izar uma co br a co mo c int o . Ele s não

de ve m se r t ão r ude quant o o g o lpe do f ilho do che fe na cabe ça. que e u sej a r e spe it a -

do e nt ão at é hoj e . I nvo que e st e I fá no iy è - ir ò sù que t e nha sido mar cado co m o Odù

Ì k ág bè e e sfr e g ue na s ua cabe ça (o r í).

36 – 2 (t r adução do ve r so )

O r ir ot e er e , o adv inho da flor e st a, co nsu lto u I fá par a Ade ilo ye ,

que e st ava lame nt ando sua falt a de filho s.

O sacr if íc io : do is car ne ir o s e 44 000 o u 120 000 b úzio s.

Ela pr e st o u at e não nas palav r as e r e alizo u o sa cr ifíc io .

Ela f ico u mu it o r ica e te ve f ilho s.

C ant ig a: De ilo ye , d’o pag un.

Ve j a um mo nt e de cr ia nças atr ás de mim / ve j a um mo nt e de cr ian ças atr ás de mim,

e as sim po r diant e .

Or áculo 37

Ogbètúrúpòn

Est e Odù fala so br e o clie nt e f ic ar par a t rás e m uma co mpe t ição . Ele po de

ve nce r atr avé s do sacr ifíc io .

O bse r vação o c ide nt al: U m no vo re lac io name nt o o u de spe r t ar e spir it ual ir á

al iv iar o fo co t e mpo r al co rr e nt e do cl ie nt e .

71
37 – 1 (t r adução do ve r so )

J ig b in ni co ns ulto u I fá par a o cavalo (e sin) e tam bé m par a a vaca (e r anla).

A vaca fo i aco nse lhada a ofe r e ce r sacr ifíc io de mane ir a que a e la se r ia dada a po s i -

ção so c ial do cavalo .

Tr ê s e nx ad as e 6 600 b úzio s de ver iam ser u sado s co m sacr ifíc io .

A vaca o uv iu po r é m não re al izo u o sacr if íc io .

O cavalo o uv iu e re alizo u o sacr ifíc io .

No s t e mpo s que pas sar am, a vaca o cupava uma po sição so c ial supe r ior ao cavalo .

Ès ù pe r suad iu as pe s so as a t rat ar e m o cavalo co mo um bo m co mpanhe ir o

por que Èsù é se mpr e a favo r de qualque r um que re al iza se u s sa cr ifíc io s.

I fá cant a: J ig b in ni o (s ím bo lo de car g o ) e st á no pe sco ço do cavalo / e st á no pe s co ço

do cavalo .

37 – 2 (t r adução do ve r so )

Ò g bèt ún mo po n- S unmo si, B i- omo -ba -nk e -iy á -r e -ni-aag be fu n.

co ns ulto u I fá par a A lawor o -Ò r ìsà,

que e st ava so fr e ndo co m falt a de f ilho s e e st ava sa in do co m o abutr e .

Ela fo i aco n se lhada a faze r sacr if íc io

um pe daço de te c ido br an co co lo cado no Ò r ìsà,

3 200 búz io s e duas gal inha s.

Ela pr e st o u at e nção nas palavr as e re al izo u o sacr if íc io .

Or áculo 38

Òtúrúpòngbè

Es se O dù fala de pr o ble mas que e st ão po r v ir o u inq uie t ação e m casa causa da

pôr cr ian ças.

O bse r vação o cide nt al: Est e é um bo m mo me nt o par a co nce p ção .

72
38 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Do ’ n ido ni- o-g bo do for i-o ko - ba-iná, O so ro -o -g bo doy i- wo ’ nu-e g un- sor o , O j opur ut u -

par at an iile mok ur o -l’ale de co ns ult ar am I fá par a o cr iado de O lo fin, um famo so acr o -

bat a (at ak it i- g ba-e g be wá). Disse r am que pr o ble mas de spo nt avam mais adiant e ;

lo go , de ver ia sa cr ificar do is g alo s, 12 000 búz io s e uma co r da.

Ele o uv iu mas não re al izo u o sacr if íc io .

A mãe do r apaz re al izo u o sacr if íc io quando se u filho te ve pro ble ma s.

A hist or ia de I fá: Er a uma ve z, um ho me m e ntr o u na ca sa do Olo fin e do r miu co m

as e spo sa de le . Est e ato cr ue l sur pr e e nde u o O lo fin que de se j o u sabe r co mo alg ué m

po der ia ser t ão cor ajo so a po nt o de e ntr ar no apar t ame nto de sua e spo sa, de sde que

hav ia ape nas um po rt ão que le vava at é a sua ár e a. Por is so , e le in ic io u uma inve st i -

g ação . A inve st ig ação fr acas so u e m r eve lar a pe sso a mal int e nc io nada. Ele co nvo co u

t o do s o s habit ant e s da cidade , co lo co u no chão 20 000 b úzio s e um cabr it o , e o fer e -

ce u e nt ão um pr ê m io par a a pe sso a que pude sse pular po r sua par e de e che g ar at é a

s ua ár e a. AS pe sso as t e nt ar am e falhar am; por é m um r apaz da casa de Olo fin to -

mo u a fr e nt e e fac ilme nt e pulo u até a ár e a. O O lo fin ag arr o u o rapaz, que fo i co ns i -

de r ado co mo se ndo o se u o fe nsor, e o amarr o u. Q uando a mãe do rapaz so ube do

aco nt e cido , r apida me nt e re al izo u o sacr if íc io que se u filho hav ia neg l ig e nc iado . Tão

r ápido quant o e la re al izo u o sacr if íc io , Ès ù co lo co u as seg u int e s palav r as na bo ca

do s f il ho s de O lo f in: Vo cê . O lo f in, fo i o ún ico que dor m iu co m s ua e spo sa. Po r que

amar r ar ia o filho de alg ué m e de se j ar ia mat a-lo ? Olo fin Q uando e le de samarr o u o

r apaz e finalme nt e lhe de u o ca br it o e o s 20 000 búz io s.

Or áculo 39

Ogbètúrá

Es se O dù fala de sacr ifíc io g ar ant indo paz e fe l ic idade .

O bse r vação o cide nt al: U m co nflit o no se r v iço se r á re so lv ido a favo r do cl ie n -

te.

73
39 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Par a, o amig o da e nx ada (ok o ), e O de be , o amig o do fo ice (àdá), co nsult ar am I fá

par a Òr únm ìlà e nquant o e le e st ava v indo par a o mundo . Ele [I fá ] d is se que

Ò r únmìlà nunca ca ir ia e m de sgr aça. U ma cabr a, um r at o e um pe ix e de ver iam se r

sa cr ificado s.

Ò r únmìlà o uv iu e r eal izo u o sacr if íc io .

Ent ão , de sde a cr iação do mundo at é o s dia s at uais, Òr únm ìlà nunca caiu e m de s-

g raça. Ele fo i que m pr ime ir o ne le [ mundo ] piso u. Ele t re ino u o s A dv inho s de I fá e

s it uo u o s odù e m suas re spe ct iva s po siçõ e s. A pe sar de to das e s sas co isas, e le nu nca

ne g lig e n ciar ia o s sacr if íc io s pr e scr ito s par a e le , por que e le de mo nst r o u ao s se r e s

hu mano s que "não po de haver paz alg uma se m sa cr if íc io ". Est a clar ame nt e ex pr e sso

e m v ár ias liçõ e s e m I fá que “o s se r e s humano s não v ive m e m paz se m o fer e ce r sa -

cr if íc io s”. Alé m do ma is , pe que no s sa cr ifíc io s pr e v ine m a mo rt e pr e mat ur a. Q ual -

que r pe sso a que de sej a t er bo a so rt e se m pre o fe r e ce r á sacr ifíc io s. Q ualque r um que

c ult iva o háb it o de faze r o be m, e spe c ialme nt e ao po br e , se mpr e ser á fe l iz.

39 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A j iwo ye -o de de co n sult o u I fá par a Olo mo -Ag be t i.

F o i pr e d ito que to das as suas aquis içõ e s v ir iam facilme nt e a e le ne s sa var anda.

U m r at o , um pe ix e e duas im ag e ns de ver iam se r sacr ificado s.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

Or áculo 40

Òtùrà-Oríkò

74
Est e O dù fala que o clie nt e e st á ne ce ss it ando de aut o co nfian ça, po is e le t e m

so fr ido per das.

O bse r vação o c ide nt al: Se a cl ie nt e e st á g rav ida, uma o fe r e nda par a gar ant ir

uma cr ia nça sa udáve l de ve se r fe it a.

40 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Pe nr e nm iye nm i, Pe nr e nmiye n mi, Ò ràn mi d’et e , Ò ràn m i d’e ro

C o nsult o u I fá par a o m il ho (Àg bàdo )

Q uando e le e st ava v indo ao mundo pe la pr ime ir a ve z.

F o i dit o a e le que o fer e ce sse sa cr ifíc io de mane ir a a pr eve n ir que as pe sso as

v ie sse m co mer se us der ivado s.

um te c ido no vo e um cabr it o deve r ia m se r sacr if ic ado s.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

Est á é a r azão pe la qual as pe s so as co me m mil ho e se us der ivado s.

40 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A luk er e se -f ’ ir ak or or in co nsult o u I fá par a Oló k un-S o nde ,

Q ue se nt o u-se pacie nt e me nt e e fico u o lhando a v ida passar.

F o i pe dido a e la que o fe r e ce s se sacr if íc io quando par e ce u- lhe in út il a sua v ida. F o i

pr e dit o que e la se to r nar ia g rande .

De ze s se is po t e s d’ ág ua, duas ove lhas e 3 200 búz io s deve r ia m se r sacr if ic ado s.

Ela se to r no u a ra inha de t o das as cor re nt e zas.

Or áculo 41

Ogbèatè

75
Est e O dù fala so bre e v it ar pro ble ma s e pot e nc ia l cr iat ivo e m v iag e ns e e sfo r -

ço s que e st ão pô r v ir.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e ncar a po s síve l per da de e mpr e go o u r e lacio -

name nt o .

41 –1 (Tr adu ção do ve r so )

I yalet aj aj a co ns ulto u I fá par a E wo n.

I yalet aj aj a co ns ulto u I fá par a I ro .

I yalet aj aj a co ns ulto u I fá par a Ì g è dè , o f ilho de Ag bo nn ir eg un.

Ele s for am adve rt ido s a não ir e m par a a ro ça. S e fo s se m at é lá ir iam e nco ntr ar Ik ú

(a mo r te ).

Ele s não ouv ir am.

Na manhã se g uint e e le s fo r am até a r o ça e e nco ntr ar am Ik ú, que mato u Ewo n e Ir o .

Ele tr ago u Ìg è dè , o filho de A g bo nnir e g un. Q uando as no t ícias che g ar am ao s o uv i -

do s de Ag bo nn ir eg un, e le fo i at é se u babalawo , que co nsult o u I fá par a e le . A e le fo i

pe d ido ascr if ic ar pe nas de papag a io , co nt as t ut u-o po n, tr ê s g rande s bo las de inha -

me p ilado e se t e po mbo s. Ele t ambé m fo i or ie nt ado a le var o sa cr if íc io à r o ça ao

amanhe ce r.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

C he g ando à ro ça, e le e nco ntr o u o cor po de Ewo n, no chão .

Ele e nco nt ro u o co r po de I ro no chão .

I k ú chamo u A g bo nn ir e g un. Ele vo mit o u Ì g è dè nas mão s de Ag bo nn ir e g un e pe diu

par a que e le e ngo l is se Ì gè dè . Ele d is se : Ag bo nn ir eg un se mpr e de ver ia vo mit ar

Ì gè dè e m dia s t er r ive lme nt e t r ist e s.

41 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

76
A sa ig bo ro , Ar innig bor o , O bur in -bur in bu- om i bo ’ j u

co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà.

F o i pr e d ito que Òr únm ìlà ser ia e nr ique c ido na cidade .

Ent ão e le deve r ia o fer e ce r um sacr ifíc io : u m r at o , um pe ix e e uma g alinha.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

O rat o , o pe ix e e a gal inha for am ut il izado s par a sat is fazer I fá.

Or áculo 42

Ireteogbe

Est e O dù fala de pr o spe r ida de , fe lic ida de e sat isfa ção se x ual.

O bse r vação o cide nt al: U m novo re lac io name nt o o u um aume nto na int e ns ida -

de do re lac io name nto co rr e nt e é pr ov áve l.

42 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A t eg be , At e g be , o A dv inho de O lo k un, co nsult o u I fá par a Olok un.

U ma o ve lha e 18 000 búzio s de ve r iam se r o fer e c ido s co mo sa cr ifíc io .

F o i pr e d ito que e le ser ia r ico e te r ia mu it o s f ilho s.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io

Ele f ico u r ico e te ve muit o s f ilho s.

42 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I re - nt e g be , o A dv inho de Ak isa,

co ns ulto u I fá par a Ak isa quando e st e e st ava a po nto de dar me l ao I fá de le .

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar me l, aadun ( milho e aze it e ) e o bi.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

I fá e nt ão de u-lhe d inhe ir o

77
Or áculo 43

Ogbese

Est e O dù fala de bo as not íc ia s e r e aliza çõ e s que c hamam po r ce le br açõ e s.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e po de e spe r ar mudança s po s it ivas e m se u r e -

lac io name nt o e mo cio nal.

43 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ero - ilé -k o mo pe t’o na- nbo co nsult o u I fá par a Olo ide ,

que e st ava indo se casar co m A mi. Lhe fo i falado que o mundo sair ia par a ce le br ar

co m e le s quando e le s f ic as se m mu it o pró spe r o s e m v ida. U ma cabr a de ver ia se r u sa -

da e m sacr ifíc io .

Ele o uv iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

A h ist o r ia de I fá: U m dia t odo s o s pás saro s se j unt ar am par a pe dir a Olo ide que

apr e se nt asse sua no iva A mi. Olo ide co nco r do u e or de no u que e le s se r e unisse m no

me r cado , pro v ide n cias se m v inho de palma e o utr as be bidas alco ó licas e as sim pô r

d iant e . No dia apo nt ado , t odo s o s pás saro s da flor e st a se junt ar am co m o v in ho de

palma r e quis it ado . De po is de te r e m t er m ina do de be be r e de co me r, o papag a io

(O d ide r e ) pô s -se de pé e mo st ro u a mar ca e m sua cauda (a mi) par a t odo s o s pás sa -

r o s. Ele cant o u e danço u: Eu v im par a lhe mo str ar am i, O lo ide . Eu v im par a lhe

mo st r ar am i, O lo ide . Eu v im par a lhe mo str ar ami ao s pássar o s da flo r e st a. F icar am

t o do s e le s fe lize s e junt ar am-se a e le a cant ar e dançar.

43 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S e e se Wo o wo co nsult o u I fá par a Ir e su -e le ,

Q ue e st ava v indo v isit ar O de A j alaye .

F o i dit o que Ò g ún se r ia o ún ico a re par ar s ua cabe ça (o r í).

Lo go , de ver ia sa cr ificar uma ce st a de iwe n [ ing . palm k er ne l she ll],

78
t rê s galo s, um in hame assado e 6 600 búz io s.

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io .

Or áculo 44

Oso-Ogbe (Osomina)

Est e O dù pr ev ine co nt r a asso c ia çõ e s co m pe s so as más. U m lig e ir o so fr ime nt o

se r á su bst it uído pôr pro spe r idade .

O bse r vação o cide nt al: A tr açõ e s e mo c io nais re s ult am e m r evo lt a te mpor ár ia.

44 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A r inna per anj e -Ese , Olo g bo f ’o si’or un -o -nj ar e ge .

Ò r únmìlà d is se que e le se r ia e ns in ado a so fre r no in íc io e pro spe r ar no f ina l.

U ma ca br a deve r ia se r dada a Èdú (Ò r únm ìlà).

Ele d is se que e le s co me r am, e le s não der am nada a Ig al iye re co me r.

Ele s be be r am, e le s não de r am nada a I gal iye r e be be r.

I g aliye r e o fusco u o s o lho s de le s.

I g aliye r e é o no me que nó s chamamo s a Èsù.

44 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I re - y ue co nsult o u I fá par a Oloj a- er u.

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar

um cabr ito e 6 600 búz io s de mane ir a a ev it ar pe sso as

que re tr ibu ir iam a e le co m o mal.

Ele se re cu so u a o fe re ce r sa cr ifíc io .

Ele aj udo u a car re g ar pe so at é a fe ir a e a sua ge ne ro s idade fo i re tr ib uída co m mal.

Or áculo 45

79
Ogbèfún

Est e Odù fala de in str u me nto s que quando so am af ug e nt am a mo rt e e o s

mau s e sp ír it o s.

O bse r vação o cide nt al: Co mpo rt ame nt o não mo nó g amo po de cau sar gr ande

dano .

45 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

M o saa-l i- o -ni-o pa, Er o g bo nr e -o -me se co nsult ar am I fá par a Og bè .

O g bè e st a indo se duzir a e spo sa de Ò fún.

Ele fo i as se g ur ado do su ce sso .

U ma g alinha, um rat o , e 4 400 búzio s de ver iam se r sacr ificado s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

45 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O liwo wo j i, O liwo wo j iwo . Ele s co nsult ar am I fá par a a mo rt e I k ú (a mo rt e ).

Ele co ns ult ar am I fá par a À r ùn (do e nça). A mbo s quer iam de spo sar Lasun wo nt an, a

f ilha de Òr ìsà. Òr ìsà d is se que dar ia sua filha par a qualque r j ove m que pude sse cr i -

ar 201 novas cabe ça s (o r í). Ele s par t ir am e fo r am pe nsar no que faze r. I k ú fo i at é a

r o ça pr o cur ar 201 pe sso as, que for am mo rt as im e diat ame nt e . Suas cabe ça s fo r am

pe g as, amarr adas j unt as e le vadas pô r e le . A ss im que e le fo i par a o ca minho que le -

vava à casa de Or isa, e le o uv iu alg ué m cant ando o se g uint e cant o :

S e e u ver I k ú, e u ir e i lut ar co m e le . O liwo wo j i, O liwo wo j iwo .

S e e u ver I k ú, e u ir e i lut ar co m e le . O liwo wo j i, O liwo wo j iwo .

Q uando I k ú , co lo co u as 201 cabe ças no chão e sa iu co rr e ndo , e spant ado que alg ué m

se r ia suf ic ie nt e me nt e co r aj o so par a ame açar a e le e a A r un. Ele não sa bia que Ar un

e st ava pôr t rás de st e at o dia bó lico . A r un t inha acaba do de ir ver um babala wo par a

e st e o aux il ia sse imag inar uma mane ir a de co nse g uir que Lasu nwo nt an f ilha de Or i -

sa se t or nasse sua e spo sa. O ba balawo d is se a e le par a que co nse g u is se 200 co nc has

de car amuj o , o s quais e le pr ov ide nc io u. O ba balawo f io u as co ncha s, co lo co u- as ao

80
r e do r do pe sco ço de A r un e d is se e ns ino u a e le a cant ig a que e le deve r ia cant ar.

Q uando I k ú jo go u as 201 cabe ça s for a e f ug iu, A r un j unto u as 201 cabe ças e as le vo u

par a Or isa. O r isa por sua ve z de u Lasun wo nt an, sua filha, a Ar un. Ent ão nó s t e mo s

um d it ado que d iz: “A Mo rt e t inha sacr if ic ado par a a doe n ça par a te r su ce s so ”. Est a

h ist o r ia no s co nt a que qualque r in str ume nt o so no ro afug e nt ar á a mo rt e o u o utr o s

e sp ír it o s malig no s.

Est a é a razão pe la qual a me d ic ina tr adic io nal as pe sso as co lo cam inst r ume nt o s

de st a nat ur e za no àbìk ù (nas cido par a mo rr e r ) o u no utr as cr ian ças do e nt e s.

Or áculo 46

Òfún’gbè

Est e Odù fala de um po de r o so inim ig o . U ma br ig a o u pro ble ma é e st á par a

aco nt e ce r.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e fr e qüe nt e me nt e e ncar a co nfl it o s leg a is e /o u

g ove r name nt ais.

46 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I g i- re r e , Ig i-ig bo , I g i- re r e , Ig i-o dan,

Pe r eg un nwa nini, o A dv in ho de Esume r i, co ns ulto u I fá par a Ò fún

quando Ò fún e st ava indo surr ar Og bè at é a mor t e .

O fun fo i or ie nt ado a sa cr if icar, de mane ir a que O g be so br e v ive sse à s urr a.

U m car ne iro de ve r ia se r sacr ificado .

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

Est e I fá mo st r a que uma br ig a o u pr o ble ma e st á par a aco nt e ce r.

46 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

81
Ò fún no ’r a, aj a no ’r a

co ns ulto u I fá par a a t ar t ar ug a (O lo bahu n Ì japá)

quando e le e st ava indo ao mer cado co m o s mo n str o s (e we le ).

Ele fo i o r int ado a o fer e ce r sacr if íc io de mane ir a a re to r nar a salvo .

Tr ê s g alo s, 6 600 búz io s e lag o st a (e de ) de ve r iam se r sacr if ic ado s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

Or áculo 47

Oyekubiworilodo

Est e O dù o fe r e ce so luçõ e s par a e st e r il idade e im pot ê nc ia se x ual.

O bse r vação o cide nt al: É um mo me nt o per fe it o par a g rav ide z.

47 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O yek ub ir i co nsult o u I fá par a o po mbo .

F o i pr e d ito que o po mbo se r ia fé rt il.

Ent ão e le deve r ia sacr if ic ar

2 000 fe ij õ e s e 20 000 búz io s

Ele se g u iu a o r ie nt ação e fe z o sacr ifíc io .

O po mbo se t or no u fé rt il.

O Or áculo de I fá fo i co ns ult ado par a a po mba (ada ba)

F o i pe dida a e la que f ize s se um sacr if íc io .

A po mba re al izo u o sacr if íc io

Ela se tr o no u fér t il.

47 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O yek u- awo -o mo de , I wor i- awo -ag balag ba

co ns ulto u I fá par a o Pê n is (Or o mina),

82
que e st ava indo lut ar e m uma bat alha na cidade Aj at ir i.

D is se r am que e le não pe ne tr ar ia se falha sse e m re al izar sacr if íc io .

O sacr if íc io : Tr ê s car ne ir o s, t rê s cabr ito s, tr ê s cãe s macho s, tr ê s g alo s,

t rê s tart ar ug as mac ho e 6 600 búzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

Ele pe ne t ro u.

O ro m ina é o no me pe lo qual chama mo s o pê nis (o kó ).

Or áculo 48

Iwori-Yeku

Es se O dù fala so br e pe r ig o s im ine nt e s e co mo ev it ar o u m in im izar as co n -

se qüê nc ias.

O bse r vação o c ide nt al: Blo que io s e mo c io nais pr e cisa m ser e liminado s atr av é s

do C ulto A nce st r al o u o fe r e ndas.

48 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O g un-ag bot e le k iip’ar o co nsult o u I fá par a Ì wòr ì.

A e le fo i pe d ido e st ar pr e par ado . A Mo rt e e st ava che g ando .

M as, se e le sacr ifica sse ,

e la se r ia afast ada.

O sacr if íc io : uma ca baça co nt e ndo inhame s co z ido s co m ó le o (e wo ),

uma por ção de o bì par a ser e m distr ib uído s às pe sso as,

um fr ang o , uma ove lha e 240 000 búz io s.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

48 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

83
O hun- t iyo o se nik iig ba is e ’ ni, Èny ìàn- kan- dandan- lio - maabi- Ayek un -o mo

co ns ulto u I fá par a O lo fin.

Ele s d is se r am que um r e cé m- nasc ido adoe ce r ia. A pó s um per ío do pro lo ng ado de

t rat ame nto , e le t er ia me lho r as ma s f icar ia ale ij ado .

Ele s aco nse lhar am par a que O lo f in não ficas se zang ado ; se e le o fer e ce s se sa cr ifíc io ,

o be bê a inda pr o spe r ar ia.

O sacr if íc io : uma o ve lha, 440 000 búz io s, e o r e mé dio de I fá (q uinar fo lhas de ir oy in

e de e wur o na ág ua co m sa bão par a banhar a pe s so a par a que m I fá fo i co nsult ado ).

Or áculo 49

Oyekuf ’oworadi

Em ir e e sse O dù fala de su ce s so pe s so al e finance ir o co m mulhe r e s. M as e m

ib i e le pe de sacr if íc io par a e v it ar mor t e .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e st á dando mu it a impo rt ânc ia e m at iv idade

se x ual ame açando o be m e st ar.

49 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

B i o y in bi A do co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà.

I fá e st ava indo e m uma v iag e m de d iv ina çaõ par a a cidade das mulhe r e s.

F o i pr e d ito que Òr únm ìlà te r ia muit o suce sso al i.

Ent ão e le deve r ia o fer e ce r co mo sacr if íc io

de ze s se is po mbo s e 3 200 búzio s.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

49 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O g ido l’ Eg ba, S ag amo o A dv inho d e Esa.

84
A mbo s co nsult ar am I fá par a Òr únmìlà

no d ia e m que a mo r te e st ava pe rg unt ando pôr s ua casa;

a do e nça e st ava pe rg unt ado pôr sua casa.

Ele s disse r am que se Ò rúnm ìl à falha sse e m re alizar o sa cr if íc io , mor r er ia.

O sacr if íc io : do is cãe s neg ro s e 4 400 búz io s.

Ele e s cut o u e re al izo u o sacr if íc io .

Or áculo 50

Idiyeku

Em ir e , e sse Odù fala de su ce s so finance ir o atr avé s da pro p ic ia ção do O r í.

Em ib i, e spe c if ica sacr if íc io par a e v it ar mor t e .

O bse r vação o c ide nt al: É ne ce ssár io se co mun ic ar co m o s A nce st r ais par a au -

x iliar o s neg ó cio s o u al iv iar pr e ssõ e s quot id iana s.

50 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I d iyek uye k e t e co nsult o u I fá par a Olor i- og a.

A e le fo i pe dido que o fer e ce s se um pe daço de te c ido br anca que e le t inha e m s ua

ca sa,

uma ove lha e 3 200 búz io s de mane ir a que se u cor po não se r ia e nvo lv ido co m o t e ci -

do aque le ano .

Ele o uv iu mas não re al izo u o sacr if íc io pr e scr it o .

C ant ing a de I fá: Edi-o ye ye , Ed i- o ye ye / O lo r i-o ga co br iu a si me s mo co m se u te c ido

/ Ed i- oye ye , Edi- oye ye .

50 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Awo - ir e -ir e -n iit f i- e hin- tan’ na co ns ulto u I fá par a O k unk unsu,

que se dir ig ia à c idade de I fe . Ele fo i or ie nt ado a ade nt r ar à c idade pe la no it e , apó s

85
Te r o fer e c ido um sacr if íc io — um r at o , um pe ix e e uma gal inha — par a pr o piciar

s ua cabe ça. I fá d is se que e le se r ia mu it o be m s uce d ido al i.

H ist o r ia de I fá:

C he g ando na cidade à no it e , Ès ù co me ço u pô r v isit ar to das as casa s par a anunc iar a

che g ada de O k unk unsu e dizer que um baba lawo hav ia acabado de c he g ar. Ele não

ir ia na casa de ning ué m. A s pe sso as de ver iam se e sfor çar par a ir e v ê -lo o nde e le

pe r mane ce r ia, por que se j a o que for que fize sse pe la pe sso a ir ia faze r co m que e la

e st ive sse be m, a inda que sua pe r so nalida de não fo sse gr ande . I st o fo i o que Èsù

de s cr eve u par a as pe sso as. O k unk unsu finalme nt e r et or no u par a casa co m mu it o d i -

nhe ir o e po s se s.

Or áculo 51

Oyeku’rosu

Es se O dù fala da im por t ância de se o be de cer I fá par a o bt e r su ce sso e e v it ar

mo rt e .

O bse r vação o cide nt al: Bo m pe nsame nt o de ve m se r tr aduzido s e m bo as açõ e s

par a ev it ar pr o ble mas.

51 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A ja we so la, At e -iye -ir o s u- se -o la

co ns ulto u I fá par a G ber e f u, o filho mais ve lho de Ò r únmìlà.

Ele s disse r am que se us ik in o e nr iq ue ce r ia.

F o i pe dido que e le sacr ifica sse um r at o , um pe ix e e uma ca br a.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e fe z o sacr ifíc io .

51 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Awo k ek e r e -il é -e n i- ko t n’ nij e co ns ulto u I fá par a O lo f in .

86
F o i pe d ido que e le sacr ifica sse um cão , um in hame assado . v inho de palma e 6 600

búz io s de mane ir a a ev it ar o de spr aze r de Òg ún.

Ele o uv iu e se r e cu so u a sacr if ic ar. Òg ún o mat o u.

I fá adve rt iu que ne nhum babala wo de ve r ia se r de sr e spe it ado , ne m me smo um jo ve m

Awo .

Or áculo 52

Irosu Takeleku

Es se Odù fala de inve j a e se dução e pe de pôr sacr ifíc io s par a ev it ar gr ave s

co nse q üê nc ia s.

O bse r vação o cide nt al: U ma mudan ça de se rv iço ir á t raze r me lhor ame nt o .

52 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O ro dudu awo inú ig bó co ns ulto u I fá par a A mure ,

quando A mur e e st ava indo le var a e spo sa de S ang o par a ca sa.

Ele s disse r am que se e le falhas se e m sa cr ificar, a mo rt e o le var ia.

O sacr if íc io :

t rê s cabr it o s e 6 600 búzio s.

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

52 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I t ak ut al i- ait a- aso , Ir ik ur ili- air i- o fi

co ns ult ar am I fá par a Ò r únmìlà, que se dir ig ia à ca sa de

O lok in- sande .

F o i dit o que a casa de O lo k in-san de se r ia mu it o pr o misso r a a e le ;

lo go , de ver ia e le sa cr ificar quatr o po mbo s, iye -ir o su, 8 800 b úzio s.

87
por que e le ser ia inve j ado assim que re co lhe s se se u s ho nor ár io s.

Ele o fe r e ce u o sacr if íc io .

F o i pe dido par a sacr if ic ar mais a fr e nt e tr ê s ca br it o s e 6 600 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e apr e se nt o u o sacr if íc io . Ele fo i inve j ado quando

r e co lhe u se u s ho nor ár io s.

Ele cant o u a se g u int e ca nt ig a:

Awo e st á indo par a casa par a se r e abast e ce r co m pó de iy è

o pó de iye do Awo aca bo u.

o pó de iye do Awo aca bo u.

Awo e st á indo par a casa par a t or nar a e nc her se u pó de iy è

o pó de iye do Awo aca bo u.

Or áculo 53

Oyeku Wonrin

Es se O dù o fer e ce cur a par a po s síve is co nse q üê nc ia s sé r ias de adult é r io e pe -

r ig o de v iag e ns dist ant e s.

O bse r vação o cide nt al: A çõ e s impe n sadas ir ão re s ult ar e m blo que io s no s ne -

g ó cio s.

53 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O k it ib i- ake t e k iit an- nidi- ope co ns ulto u I fá par a Lawe nibu.

F o i pe dido a e la que co nfe ssa sse se u adult é r io se não quise s se mor r er.

U ma ca br a deve r ia se r o fe r e cida co mo sa cr ifíc io , se e la não qu is e sse mor r er

de v ido ao adult é r io .

Ela apr e se nt o u o sacr ifíc io .

I fá d iz que a mulhe r par a que m e st e o dù é div inado e st á co me t e ndo adult ér io .

53 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

88
Jaf ir ij afi K e mk ej ade , Ag adag id iwo nu- o do -e f ’ar abo -o mi

co ns ulto u I fá par a o caçado r (o de ), co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà.

O caçado r se d ir ig ia à flor e st a de O lik or o boj o .

F o i pe dido a e le que sacr ifica sse de mane ir a a e v it ar que al i e le mo rr e sse :

se t e g alo s e 14 400 búzio s.

O caçado r re al izo u o sacr if íc io .

Ò r únmìlà e st ava e m j or nada a um lo cal dist ant e .

F o i pe dido a e le que sacr ifica sse de mane ir a a e v it ar que al i e le mo rr e sse :

um bar r il de aze it e - de -de ndê , no ve galo s, nove cabr it o s, no ve r at o s, no ve pe ix e s e

po mbo s.

Ò r únmìlà se g u iu a or ie nt ação e fe z o sacr ifíc io .

Or áculo 54

Owonrin Yeku

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de caut e la e m no s sas at iv idade s.

O bse r vação o cide nt al: Pe nsame nt o s ir r acio na is r e sult ar ão e m r e per c ussõ e s

e mo c io nais sé r ia s.

54 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S ip is ip i- l i- a-nr i’ g ba- Aj e , Dug be dug be - li-anlu -a- g be e - Ye ba,

A k iilu ag be e Ye ba k io mad un k er e dudu ke r e dudu

co ns ulto u I fá par a O r isa -nla po r que sua e spo sa Ye mo wo , e st ava indo

par a a ro ça co me t e r adult ér io . Par a que e la não mo rr e s se dev ido a sua in f ide l idade ,

e la de ve r ia ofe r e ce r um sa cr if íc io de quat ro po mbo s, 8 000 b úzio s e quatr o car am u -

j o s.

Ela r e alizo u o sacr ifíc io .

O me smo I fá fo i d iv inado par a Aj anaa- Wer e pe , que er a o amante de Ye mo wo .

89
F o i pe d ido a e le que sacr if ic as se tr ê s ca br it o s e se is mil búzio s par a ev it ar sua mo r -

te.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e fe z o sacr ifíc io .

54 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A jalo r um I k uk ut e k u awo e ba’ no

co ns ulto u I fá par a K ut er un be , quando e st e se d ir ig ia à

r o ça de A lor o par a o fe st ival anual.

Ele fo i adve rt ido que se e le não t o masse pr e cau çõ e s aque le ano , e le se r ia mor to pe lo

pro dut o de sua ro ça.

O sacr if íc io : to do o pro dut o da r o ça. set e g alo s e 14 000 búz io s.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

Or áculo 55

Oyekubara

Es se O dù pe de por sa cr ifíc io s par a e v it ar as co nse q üê nc ia s de at iv idade s nor -

ma is do dia -a- dia.

O bse r vação o c ide nt al: Esse O dù o fe r e ce ao clie nt e a o po rt un ida de de ev it ar

as co nse qüê n cias de más açõ e s ant e r io r e s.

55 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O yek u- pabala, O yek u- pabala co n sult o u I fá par a a tart ar ug a (awun )

quando e la e st ava se r v indo Es i pôr d inhe ir o que a e le dev ia.

90
Ele s disse r am que se e la o fer e ce sse sa cr ifíc io — 3 600 búz io s e uma cabr a de ve r iam

se r o fe r e cido s — e la ev it ar ia o r e e mbo lso de st e e mpr é st imo . Ela se g u iu a o r ie nt ação

e fe z o sacr if íc io .

A h ist o r ia de I fá:

Pô r lo ng o te mpo , a t ar t ar ug a t e m e st ado a ser v iço de se u co nt r ato de r ee m bo lso de

d ív ida. e la de c id iu ficar e m casa e falt ar co m se u cr e do r pôr cinco d ias. Ela e mbr u -

lho u um paco t e de pe dr as co m uma co nt a e spe c ial e o le vo u at é a casa de Esi. Q uan-

do Es i che go u e m casa, o paco t e fo i dado a e le , o qual e le j og o u for a e m um ar b ust o .

Awun pe rg unt o u se e le v iu o pacot e que e le t inha de ix ado e m sua ca sa. Esi disse

que v iu e que o j og o u for a e m um ar b ust o . Awun disse , “Há! vo cê j og o u for a co nt as

de co r al (iy un) e m um ar bu sto ?”. Par a e nc urt ar a hist or ia, o hist or ia v ir o u ca so ju -

d ic ia l. Ele s fo r am at é o s anc iõ e s na cidade que ag ir am e m j u ízo . Es i fo i j ulg ado c ul -

pado . F o i pe d ido a e le que u sasse as co nt as co mo r e e mbo lso pe lo d inhe ir o que e le

e mpr e st o u a Awo n.

55 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O yek u- pabala, O yek u- pabala, o A dv inho de Esin (cavalo ),

co ns ulto u I fá par a Es in . F o i pe d ido que e la o fe r e ce sse um sa cr ifíc io

par a que e v it as se pun iç ão apó s Ter um be bê ; 2 000 var as, um cabr it o e 2 600 búz io s.

Es in o uv iu. Esin se re c uso u a sa cr ificar.

S ua h ist or ia:

Es in fo i v isit ar O yo quando e le t e ve u m be bê . Èsù pe s iu par a as pe s so as a cavalg ar.

Ele s disse r am, “Há! e la aca bo u de t er um be bê ”. Èsù disse que isso não s ig n if icava

q e la não pude sse andar. Ele d is se que e le s de ver iam usar uma var a par a aço it ar.

Ele s a mo nt ar am. Ela ando u. To da ve z que e la não andas se cor r et ame nt e , e la e r a

aço it ada. Esin lame nto u não Te r fe it o o sacr ifíc io pr e scr it o pô r O yek u- pabala, Oye -

k u- pabala, O ye k u- pabala, pabala, e assim po r diant e .

Or áculo 56

91
Obara Yeku

Es se O dù pr ev ine co nt r a in subo r dinação no lar e no t rabalho .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e é e ncar ado co mo se ndo o par ce ir o do m ina n -

te.

56 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A luk o so O ba (r e i) disse que e le pr o vave lme nt e não se rv ir ia ao re i.

I bar a-O ye k u, vo cê alg uma ve z o uv iu co isa as sim?

A lu’ lu- O ba (o per c uss io n ist a do r e i) d is se que e le po ss ive lme nt e não

se r v ir ia ao re i.

O bar a-O ye k u vo cê alg uma ve z o uv iu co isa as sim?

Er ú (u m e scr avo ) d is se que e la po ss ive lme nt e não se rv ir ia se u me str e .

I fá de ver ia ser pr o piciado co m uma gal inha.

S e nó s apazig uá sse mo s I fá co m uma gal inha,

I fá ace it ar ia no ssa o fe r e nda.

56 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I fá fo i co ns ult ado par a Ò r únmìlà

quando se us clie nt e s se r e cu sar am a pat r o cina- lo .

De z rato s (e k u-awo s in ), fo lha s de ir e e sa bão for am sa cr ificada s.

Ele o uv iu as palav r as e r e alizo u o sa cr if íc io .

O babala wo pilo u t odo s o mat er ial j unto par a e le se banhar co m o pr e par ado .

Or áculo 57

Oyekupelekan

92
Es se O dù fala de co mo o sacr if íc io po de no s pr ot e g er co nt r a más int e nçõ e s e

pe r da de pr e st íg io .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e é t e imo so e re cu sa bo ns co nse lho s.

57 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

K abe k uk ute k uro lo na- kar ibipade - ij ape k ipe k i

co ns ulto u I fá par a Ak ibo la quando e st e se dir ig ia à ro ça par a

o fe st ival anual mat ar o filho de Oy i (ma caco ).

Ele plane j o u ex ib ir s ua pe le .

F o i pe dido que Oy i o fer e ce s se um sacr if íc io :

t rê s lanças, tr ê s g alo s e 6 600 búz io s.

Ele se re cu so u a faze r o sacr ifíc io .

Ele fo i mo rt o .

57 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A to r ir or ayo -I le laba- Ir ok o -ng be

co ns ulto u I fá par a I r awo sasa, e scr avo de O lo du nmar e .

F o i pr e d ito que se e le falhas se e m se g u ir o cam inho de O lu wa,

s ua r e put ação se r ia ban id a.

U ma ca br a e 2 000 b úzio s de ver iam se r ofe r e cido s e m sacr ifíc io .

I ra wo (a e str e la) se r e cuso u a sacr ificar.

Ent ão , o d ia que Olo dunmar e re fle t ir ia na vaidade de uma e str e la, nó s ve r ía mo s

uma e str e la r e pe nt iname nt e cair do cé u par a de nt ro da e s cur idão .

Or áculo 58

Okanran Yeku

93
Es se Odù fala de sacr ifíc io s pr o po r cio na ndo r iq ue zas e sa cr ifíc io não r e aliza -

do s t raze ndo de st r uição .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e go st a de cor r er r is co s ou "cam in har por ex -

t re mo s" e deve t rabalhar co m se us ance st r ais par a ev it ar d if ic uldade s.

58 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Te k ut u, o A dv inho faz cr ia nças,

Te k at a o Adv inho do s adult o s,

O k u ik a k an k io d i Ej i- Oye

co ns ulto u I fá par a as pe sso as e m Ig be y in-o do , e també m na casa

de I to r i.

F o i pe dido a e le s que sacr if ic as se m de z g alo s e 20 000 búz io s.

A s pe s so as de ò de It or i não sacr if ic ar am.

A g ue rr a que te r ia mat ado as pe sso as de I g bey in -o do fo i par a a casa de It or i.

58 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O kanr an’ Ye k u d is se r iq ue zas.

Eu disse mais r iq ue zas.

A ss im co mo é bo m par a uma ca baça de de ndê ,

A ss im co mo é bo m par a uma ca baça de ban ha de ò r í,

A ss im co mo é bo m par a uma ca baça de ad in,

o co nfor t o de uma ca sa fac il it ar á a um idade do

banhe ir o e e m vo lt a de um po t e d’ ág ua.

S acr ifique o ito car amuj o s e 16 000 búz io s.

S e o cl ie nt e r e alizar o sacr if íc io , I fá d iz que t udo co rr er á be m co m e le .

Or áculo 59

94
Oyeku-Eguntan

Es se O dù o fer e ce pr ot e ção co nt r a mo r te im ine nt e .

O bse r vação o c ide nt al: U m se r v iço o u re lac io name nt o pe r ig a t er m inar dev ido

a bat alhas e mo cio na is .

59 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

En i l’oj a E wo n, O la l’oj a O we

co ns ulto u I fá par a O yek u, cuj a a mor t e fo i pr e d it a e m quatr o d ias.

F o i pe dido a e le que sacr ifica sse um car ne iro .

Ele o uv iu as palav r as e fe z o sacr if íc io .

O dia pr e d it o não ve io passar.

A r e vo lt a so br e a mo r te de O yek u não se mat er ializo u.

Or áculo 60

Ogunda’Yeku

Es se Odù fala de bo ndade e ge ne ro s idade t raze ndo co nfor to , cr e sc ime nto e

pro spe r idade .

O bse r vação o cide nt al: U m for t e aux il io an ce str al pr o po r cio na um fim par a

d if ic uldade s.

60 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Po ro k ipo r ok i mo le hun’so ,

K ek e k e mo le r ’e r ù,

95
M o t a mo je r e ,

I d i e n i l i a iwo bio t i l’aro s i.

I fá fo i co ns ult ado par a Te t er e g un

quando e le e st ava par a e nt r eg ar a “ág ua do co nfo r to ” a O lo k un.

F o i pe dido a e le que sacr ifica sse

banha de òr í, do is car amuj o s, e 16 000 búz io s.

Ele se g u iu as inst r uçõ e s e re al izo u o sacr if íc io

e le e ntr e go u a ág ua a Olo k un.

O lok un disse Vo cê , Tet e r eg un! de ag or a e m d iant e , vo cê se mpr e e st ar á

e m co nfo r to . Vo cê nun ca se nt ir á falt a de r oupas. Eu co nt inuar e i a abe n ço a-lo .

C ant ig a de I fá: Tet e r eg un pr o spe ro u / e le e nt r eg o u a “ág ua do co nfor t o ” a Olok un.

60 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ek ik an -ilé - abar ag bar ado do g bar ado do

co ns ulto u I fá par a Enu -o na-ilé , Ar in- ke r e -k an’ b i.

F o i pe dido a e le que ofe r e ce sse sacr if íc io

[de mane ir a] que e le nun ca t ive s se falt a de pe s so as:

quat ro po mbo s e 3 200 b úzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e fe z o sacr ifíc io .

Or áculo 61

Oyeku Gasa

Es se O dù sug e r e co mpro m is so par a ev it ar pe r da to tal.

O bse r vação o cide nt al: Esse Odù muit a s ve ze s de no t a co nflit o na so cie dade o u

no r e lacio na me nto .

61 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

96
I le -e wu -ab’oj u sok ot o

co ns ulto u I fá par a as pe sso as e m Og er e - eg be .

F o i pe dido que e le s sacr if ic as se m de mane ir a

a e v it ar pe sar e s e m s uas v idas.

O sacr if íc io : uma ca baça de v inho de palma, quat ro po mbo s

e 8 000 búz io s.

Ele s se r e cusar am a r e alizar o sacr if íc io .

61 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

U m e le fant e mo rr e u na r o ça de O lij e de , mas sua cal da f ico u

na ro ça de O n it iyo . O s hab it ant e s da cidade de O n it iyo disse r am que o e le fant e pe r -

t e ncia a e le s. O s habit a nt e s da c idade de Ol ij e de disse r am que o e le fant e pe rt e nc ia a

e le s. O e le fant e que mo rr e u so br e as duas t er r as adm in ist r adas s im bo liza a g uer r a.

Ele s fo r am adve rt ido s a r e alizare m sa cr if íc io , po is ir ia m lut ar po r alg uma co isa. U m

ca br it o e 12 000 búzio s de ve r iam se r o fer e c ido s e m sacr if íc io . A pó s tr ê s me se s, e le s

r e alizar am o sa cr if íc io que hav iam ig nor ado . O e le fant e se de co mpô s. Èsù e nt ão d i -

v id iu o mar fim e nt re as duas par t e s e o s aco nse lho u a de sist ir e m da g uer r a.

Or áculo 62

Osa Yeku

Es se O dù pe de sacr if íc io par a asse g ur ar lo ng ev idade e par a ev it ar po ss íve is

t ur bulê nc ias.

O bse r vação o cide nt al: Pro ce sso s j ud ic ia is o u se r v iço s duv ido so s co mb in am

co m blo que io s e mo cio na is cr iando s it ua çõ e s caó t icas.

62 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

97
O saye k u co nsult o u I fá par a O nat o or o .

O saye k u co nsult o u I fá par a O nag bo or o .

F o i pr e d ito que o s dia s de e st r ada da v ida se r iam pr o lo ng ado s.

Lo go de ver ia o fe r e cer sa cr ifíc io : um po mbo , uma o ve lha e 4 200 búz io s.

e le s o uv ir am e re al izar am o sacr if íc io .

62 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O saye k u: I sak usa- Iyak uya n iimu niiye ’k un

co ns ulto u I fá par a o g alho de uma ár vor e .

F o i pe dido que o fe r e ce s se sacr if íc io par a as se g ur ar sua se g ur ança

no d ia e m que um t or nado v ie s se .

F o i pe dido que o fe r e ce s se uma tart ar ug a, um po mbo e 2 000 búz io s.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

Or áculo 63

Oyekubeka

Es se O dù fala da ne ce ss id ade do babalawo div id ir se u s sa cr if íc io s co m Esu e

o utr o s. S acr ifíc io s gar ant indo se g ur ança.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e pr e c isa dar mais ê nfase e m sua nat ure za e s -

p ir it ua l e me no s nas "co isas" o u dinhe ir o .

63 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Gb ing bin e r ek e , Ad iv inho do lado do có rr e go , co ns ulto u I fá par a

O yek u e Ek a. F o i pe d ido que sa cr ifica sse m duas gal inha, milho e

3 200 búz io s.

O yek u não r e alizo u o sa cr ifíc io .

98
A h ist o r ia de I fá:

Tant o Oye k u quant o Ek a fo r am e m uma per e gr inação div inat ór ia.

Ek a te ve su ce s so mas O yek u não . Ek a disse , “Vamo s par a casa”. A ss im que e le s e s -

t avam r et o r nando , e le s co ntr at ar am um bar que ir o . Oye k u, o pr ime ir o e m che g ar lá,

pe d iu par a o bar que ir o que aj udas se a e mpur r ar Ek a no r io . A pr ime ir a pe sso a pa -

g o u ao bar que ir o 2 000 búzio s. Q ue m o r de no u Er inwo I fè fo sse j og ado na ág ua ? A

ág ua nunca le var ia um car ang ue jo e mbor a. Ele nadar ia par a se g ur ança. Oye k u inst i -

g o u o bar que ir o a de ix ar Ek a ca ir na ág ua. Edun (ma caco ) fo i aque le que m r e sg at o u

Ek a.

63 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A de ro mo k un o A dv inho de I je sa.

A de bor i o Adv inho de Eg ba.

K ok o fako ko ye re - o -bawo n- pin-e r u- l’og bo o g ba-o r un-n iit ii- wa que é

o no me dado a Èsù- Òdàr à.

O yek u e Ek a co ns ult ar am I fá par a O wá, que ut ilizo u

c in co búz io s par a co ns ult ar e m no me das mulhe r e s in fe cun das na casa. De v ido a

fr acas sar e m int er pr et ar cor r et ame nt e , O wa mat o u a ambo s na e ncr uz ilhada.

K ok o fako ko ye re de s ce u do C é u par a o lo cal do aco nt e c ime nt o .

e le pux o u uma fo lha e e sfr eg o u no s olho s e nas cabe ça s de le s. Ele cant o u:

Er ir ug ale - g be nde , g be nde o. Gbe nde . Er ir ug ale -g be nde . Ele s de spe rt ar am. Ele o s e s -

co lt o u at é O wa. Ele pr e s cr eve u sacr if íc io par a O wa e m 2 000. Ele s d is ser am, “o pro -

pó sit o de sua co ns ult a a I fá fo i a in fe r t il idade das mu lhe r e s e m sua casa. Vo cê pr e -

fe r ir ia que e las fo sse m fé r t e is”. F o i pe dido que e le sa cr ificas se se não quise sse

mo rr e r naque le me smo d ia. O wá fe z o sa cr ifíc io . Ele s div id ir am o mat er ial do sacr i-

f íc io e der am a Ès ù s ua pró pr ia par t e . Èsù disse que e le não sabia que er a pôr isso

que o s babalawo e st ive r am so fr e ndo . Ele to mo u sua po r ção , e e le disse que e le fica -

r ia par t icular me nt e no cé u ze lando po r e le s. M as e le s de ve r iam se par ar pr ime ir o

s ua pró pr ia por ção de t odas as co isa s sacr if ic adas.

Ès ù fo i bo m par a o s ba balawo . De sde aque le dia, o s babala wo re so lver am re par t ir

se u s pr iv ilé g io s sa cr ific ia is co m Ès ù.

99
Or áculo 64

Ika yeku

Es se O dù o fer e ce uma so lu ção par a e st e r il ida de mas cul ina e pe de mais po s i -

t iv idade na nat ur e za do cl ie nt e .

O bse r vação o c ide nt al: U m r e lacio name nt o e st á aca bando ou acabo u. Ele po de

se r r e st abe le cido .

64 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A k usaba -I yanda, o A dv inho de O nime r i-apala, co ns ulto u I fá par a O n ime r i-apala

quando e le e st ava e sté r il e t odas me no s uma de suas 1 440 mul he re s o hav ia aban -

do nado . Fo i pe d ido um sa cr ifíc io de de ze s se is po mbo s, de ze sse is car amujo s, de ze s -

se is g alinhas e fo lha s de I fá (co m 12 000 búzio s pr e ço do sabão , vá e t ambé m co let e

as for m ig a s de A ladin e uma par t e do fo r mig ue ir o ; p ile j unto co m as fo lhas de olu -

se saj u, sawe r e pe pe e o r ij i; po nha sabão e m uma caba ça que t e nha uma tampa; mat e

uma gal inha e ver t a se u sang ue nist o , par a t o mar banho ). I sso per m it ir á que to das

s uas m ulhe r e s que o abando nar am re t or nar par a e le , co nt inue m fér t e is e dê e m a

luz a cr ian ças. Ele se g uiu a o r ie nt ação e r e alizo u o sa cr ifíc io . O re mé d io de I fá c it a -

do ac im a fo i pr e par ado par a e le banhar -se . Num inst ant e , a ún ic a mulhe r que pe r -

mane ce u co m e le e ng r av ido u e t eve um be bê . A que las que o hav ia m de ix ado r et o r -

nar am à ca sa de O nime r i quando o uv ir am as bo as novas. Elas t ambé m e ng r av ida -

r am e t ive r am f ilho s.

64 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A r isa-iná, Ak ot a-g ir i- ej o co ns ult o u I fá par a a co br a e par a um an imal da flo re st a e s -

pe c ial (a ik a) quando as pe sso as o s r idicu lar izar am pe la falt a de cor ag e m de le s. fo s -

se m de saf iado s par a um co mbat e , e le s f ug iam par a ev it ar de sg r aça, inj ur ia s e mor -

100
t e . S e fo sse m ame açado s pe las pe sso as e pe la mor t e , e le s se e nco lhe r ia m. er a ass im

que e le s pr o t eg iam a s i me smo co nt r a at aque s e mo rt e . Dev ido a e ssa co nd ut a e le s

e r am de spr e zado s pe las pe sso as. De po is de alg u m te mpo , e le s co me çar am a se nt ir -

se insat is fe it o s e muit o infe l ize s co m a sit uação . e le s co nv idar am o s Adv inho s par a

co ns ult ar o or áculo par a e le s. O s A dv inho s d is ser am que se e le s de sej as se m se r e m

r e spe it ado s na v ida. de ver iam o fe re ce r sacr if íc io s e r e ce be r o r e mé dio de I fá. Ele s

pe rg unt ar a, “qual é o sacr if íc io ?”. O s Adv inho s disse r am que e le s deve r ia m o fe r e -

ce r uma fle cha, uma faca, u ma pe dr a de r aio , um galo , pime nt a-da-co st a, 2 400 bú -

z io s e r e mé dio de I fá (pulve r izar l imalha de fe rr o co m pime nt a-da- co st a que se r ia

t o mado co m um ming au; a pe dr a de ra io aque cida at é ficar ve r me lha, deve se r co lo -

cada no ming au, que de ve se r co ber t o co m ko ko – fo lhas de in hame na cabaça; o r e -

mé d io de ve se r be bido pe lo clie nt e . A pe nas a co br a r e alizo u o sacr ifíc io , po r é m se m

a fle cha. C e rt o d ia te ve e la lut o u co m alg umas pe s so as. U ma de las ag ar ro u a co br a

de mane ir a a de rr uba -la co mo de co st ume . Èsù pe r g unto u à co br a, “Po r que vo cê sa -

cr if ic a a faca ?”. Se alg ué m ia der r uba- lo o u to car sua calda, e le dev ia co nt in uar o

at aque se u s as salt ant e s co m a faca que e le sacr if ico u. A co br a at aco u e nt ão . Q uando

dua s das pe sso as caír a m ao so lo , o s de ma is fug ir am. O an imal da flo re st a (aik a ),

apó s pr o lo ng ado so fr ime nt o , fo i ao fim par a re al izar part e do sacr if íc io pr e scr it o .

Ele o fer e ce u um ca co de lo u ça e o utr as co isas. S e u cor po fo i co be rt o co m e sca mas

dur as que to r nar am im po ss íve l às pe sso as infr ing ir alg um pun ime nto a e le . Não ha -

v ia ne nhum per ig o par a a ik a no passado .

Or áculo 65

Oyeku Batutu

Es se Odù o fer e ce fug a de ca st ig o po r más açõ e s mas ins ist e no co mpor t ame n -

t o mo r al no fut uro .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e ncar a pro ble ma s leg a is, po ss ive lme nt e co m

o go ver no .

101
65 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r únmìlà me pe r do ar á. O C le me nte per do ar á. S e a ág ua mat a uma pe s so a, e la se r á

pe r do ada. Se um re i mat a uma pe s so a, e le se r á per do ado .

Ò r únmìlà! que po ssa e u se r per do ado ne st e caso . Em t o do s o s caso s, a chuva (e e j i)

fo i per do ada pe la co mun id ade . Do is galo s e 12 000 búz io s de ve m se r o fer e c iso e m

sa cr ifíc io . R e mé dio de I fá: pilar fo lhas de t ude e m ist ur ar co m iye -ir o s u de st e I fá.

Po nha a m ist ur a e m do is búz io s, e mbr ulhe co m f io de alg o dão e ut ilize co mo co lar

de pro t e ção .

65 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O y in -wo ny inwo ny in, o Adv inho da casa de Olu fo n, j unt o co m I bar aj uba. I bar aj uba

co ns ulto u I fá par a A r ib ij o , o jo ve m pro ve nie nt e de Ok e -A pa. Ele fo i aco nse lhado a

nun ca faze r aco r do s se cr e t o s co m r e lação a dinhe ir o o u o utr o s assu nto s par a se m -

pr e . C ada acor do mo ne t ár io deve se r fe it o abe rt ame nt e e e m públ ico . U m cabr ito ,

um rat o , um pe ix e duas gal inha s, v inho , ob ì e 6 000 b úzio s de ve m se r sacr if ic ado s.

Or áculo 66

Oturupon yeku

Es se O dù fala que o cl ie nt e sacr ifico u aleg r ia s e m s ua bu sca pô r dinhe ir o .

O bse r vação o cide nt al: F ix ação por ne gó c io s re s ult am e m de save nça fam il iar.

66 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O ke be e be e , o A dv inho do mundo , co nsult o u par a o jo go ayo e par a as cr ian ças. e le s

fo r am aco n se lhado s a se mpr e jo ga r e m o jo go ayo . Jo g ando co m as cr ian ças a pe sso a

102
po de par t ilhar de s ua aleg r ia. F o i isso que fo i d iv inado po r I fá, a um ho me m r ico

que er a mu it o in fe liz.

O sacr if íc io : U ma cabaça de in hame pilado , u m pot e de so pa, v ár io s it e ns de co mer,

2 000 búz io s e se me nt e s de ayo e m sua s bande j as. Co nv ide var ia s pe sso as par a uma

fe st a par a j og ar ayo co m vo cê e m sua ca sa par a banir a tr ist e za e ev it ar a mo rt e .

Or áculo 67

Oyeku Batuye

Es se Odù fala so br e r e mo ção de culpa e r e st aur ação da libe r dade de at iv ida -

de s.

O bse r vação o cide nt al: Q ue stõ e s leg a is são re so lv ida s e su ce didas por d iver t i-

me nt o so cial.

67 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O ro pot o co nsult o u I fá par a So rang un.

e le fo i o r ie nt ado a fazer sa cr ifíc io de mane ir a a se r e xo ne r ado .

O sacr if íc io : do is g alo s, rato s ig bé g bé , 2 600 b úzio s e r e mé dio de I fá (e m br ulhe um

r at o ig bé g bé co m o it o fo lhas de g bé g bé e e nt er re na flor e st a).

67 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I yan-b i- at ung un, O be -b i- at unse , Ok e leg bo ng bo -d i- at un bu- baale

co ns ulto u I fá par a O n i- alak an- e sur u,

Q ue se r ia afor t unado e m Te r duas e spo sas um d ia.

fo i pe d ido que e le sa cr ificas se dua s g alinhas e 16 000 búzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

103
Or áculo 68

Òtúrá-àikú

Es se Odù no s pr e v ine co nt r a a te nt ação de e ntr ar e m um re lac io name nt o de s -

t r ut ivo .

O bse r vação o cide nt al: A pare nt e me nt e o po rt un ida de s atr at ivas de ve m se r e v i-

t adas.

68 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

F or ilak u, o A dv inho de Ò t ú, Ò t ú um bar que ir o . F o i pre d it o que uma mulhe r, j unt o

co m se us passag e iro s, v ir ia a bor do . A m ulhe r er a mu it o bo nit a e e le quis de spo sa -

la. S e e le fize sse uma pr o po st a a e le , e st a a ace it ar ia. A mul her se chamava O ye . Ele

de ver ia e xe c ut ar sacr if íc io t ão de pr e s sa quanto po ssíve l par a im pe dir Ès ù de inst i -

g a-lo a falar à mulhe r que po der ia cau sar a mor t e de le . O sacr ifíc io : De ndê à vo nt a -

de , 2 400 búz io s e r e mé dio de I fá (qu inar fo lhas de olu se saj u e e so na ág ua e m ist u -

r a-las co m sabão par a banhar -se ). Ò t ú se r e cuso u a sacr if ic ar. e le acre d it o u que se us

sa cr ifíc io s pr év io s for am ace it o s. Ele não pô de faze r se m casar co m uma mu lhe r bo -

n it a.

Or áculo 69

Oyeku-Irete

Est e o dù o fe r e ce uma so lu ção par a do e nça.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á o u f ic ar á do e nt e .

69 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A f inj uye le , O k unr un -k oj ek e wa fuy i, e Awo wo nsan, o A dv inho da casa de K user u, fo -

r am o s t rê s A dv in ho s que co ns ult ar am I fá par a K use r u. O s A dv in ho s disse r am que

e m sua ca sa hav ia um jo ve m que e st e ve fr aco . Ele fo i at acado po r uma do e nça que

104
fe z suas mão s, per na s, o lho s e nar iz in chas se m. F o i pe dido a K use r u que o fer e ce s se

um sacr if íc io po r que I fá pr e disse que aque le r apaz ir ia se re st abe le ce r.

O sacr if íc io : quatr o po m bo s, 4 400 búz io s e re mé d io de I fá (ág ua de ch uva e m ca sca

de uma ár vor e aye , fo lha de asunr un, um po uco de sal e alg uma s pime nt as ve r me -

lhas pe que nas; co zinhe e m uma pane la e use o r e mé dio co mo ban ho e també m par a

be be r ).

Or áculo 70

Irete’yeku

Es se O dù pe de pôr in ic iação e r ig or o so co mpor t ame nto mo r al.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e pr o vave lme nt e co mpor to u- se de mane ir a au-

t o me dit at iva que ago r a ame aça de st r uir se u ne g ó cio .

70 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O r if us i, o pa i de Elu, disse que e le e st ava pr o cur ando um me io par a pre ve n ir que a

mo rt e le vasse e le , se us filho s e s ua e spo sa de s ur pr e sa, ao paço que e le s e st avam se

t or nando fa mo so s e re no mado s. M uj imu wa o A dv inho de O pak e r e , Bo nr o ny in o A d-

v inho do Est ado de I do , Og or o mbi, o A dv inho de do Est ado de Esa, Gbe miniy i o

A dv in ho de Iluj umo k e , K uy inminu o A dv inho da palme ir a, co nsult ar am I fá par a

O r if us i e Per e g un, ambo s que re ndo e scapar da mo rt e . O s A dv inho s disse r am: Se

vo cê de se j a e scapar da mor t e de ve o fe r e ce r sacr if íc io e se in ic iar. O sacr if íc io co n -

s ist e de de z po mbo s, de z g alin has, 20 000 b úzio s e aze it e -de -de ndê e m gr ande

quant idade ao lado de Èsù.

I fá ir á se mpr e lhe mo str ar co mo se co nduzir e a co ndut a que afast a a mor t e de vo cê .

A lé m disso , vo cê r eal izar á o sacr if íc io , vo cê co me çar ia cult ivando o hábit o de sfaze r

o be m co mo nun ca t e nha fe it o ant e s. Se r ia in út il se apó s vo cê Te r re al izado o s sacr i-

f íc io s re duz is se sua be ne vo lê ncia; vo cê mor r er ia. Vo cê deve peg ar o s po m bo s e as

g alinhas, e so lt a- lo s e se abst e nha do s mat a-lo s, mas lhe s dê co m ida se mpr e que

e le s vo lt ar e m à sua casa. C o me çando po r ho j e , vo cê de ve se abst e r de mat ar qual -

105
que r co isa, po is qualque r um que não de se j a se r levado pe la mor t e , não deve le var a

mo rt e a n ing ué m, co m ex ce ção das co br as ve ne no sas. Per e g un se g u iu a o r ie nt ação e

r e alizo u o sa cr ifíc io .

A ca nt ig a de I fá:

M or te , não le ve m in ha casa à r u ína. Eu não pr at ique i o mal. Do e nça, não le ve minha

ca sa à r uína. Eu não pr at ique i o mal. Eu so u bo m par a co m am ig o s e in im ig o s. Eu

não pr at iq ue i o mal. Quando as pe sso as fo r am e nvo lv idas e m lit íg io e m Ak e , me

ap ie de i e o s aj ude i. Eu não pr at ique i o mal. Q uando as pe sso as for am e nvo lv ida s

e m lit íg io e m O ko , me ap ie de i e o s aj ude i. Eu não pr at ique i o mal. L it ig io , não le ve

m inha casa à r uína. Eu não pr at ique i o mal. Eu e nco ntr e i dua s pe sso as br ig ando ; me

ap ie de i e o s aj ude i. Eu não pr at ique i o mal. M isé r ia, não le ve minha casa à r u ína.

Eu nun ca fu i pr eg u iço so . Èsù -Ò dàr à não co me pime nt a. Ès ù- Òdàr à não co me ad in.

Eu de i aze it e - de -de ndê par a o mo le st ador da hu manidade . Eu não pr at iq ue i o mal.

Pr e j uízo , não le ve minha casa à r u ína. Eu nun ca fur t ar e i.

Or áculo 71

Oyeku-Ise

Es se O dù e x plica a ne ce ss idade da mor t e co mo par t e da or de m nat ur al.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á r e lut ant e e m ace it ar o fim de u m r e lacio -

name nt o o u so cie dade .

71 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

K ’amat e t ek u, o A dv inho da ca sa da ale gr ia,

A it et e k u-ise o A dv inho da ca sa da t r ist e za,

B i- ik u -ba- de -k a-y in -O luwa -lo go , o A dv inho de I g bo ya e wa Alo g bo n-o n-mak u- ninu,

M asimale ninme ye niy i, A dv in ho de A f inj u-mak u- mase - baj e Oyek e se n iy i, co nsult o u

I fá par a o s sá bio s que co nv idar am o s babala wo a co ns ide r ar e m so br e o s pro ble ma s

da Mo rt e per g unt ando : Por que a mo r te de ve mat ar as pe sso as e ning ué m alg uma

ve z a supe r o u? O s babalawo disse r am: I fá ind ico u que A muniway é cr io u a mo rt e

par a o be m da human idade . A ág ua que não flu i se t rans for ma e m açude — um açu-

de co m ág ua po lu ída; um aç ude co m ág ua que po de cau sar do e nça s. A ág ua carr e g a

as pe sso as facilme nt e e ág ua o s de vo lve fac ilme nt e . Q ue o do e nt e re to r ne à casa

106
par a cur a e r e no vação do cor po , e o mau par a re no vação do car át er. O lo uco se pr e -

o cupo u co m sua fam íl ia. O s babala wo pe r g unt ar am: O que é de sag r adáve l so br e

ist o ? O s sá bio s se cur var am par a I fá dize ndo : Òr únm ìlà! I bo r u, I boye , I bo sise . To -

do s e le s se d ispe r sar am e nun ca ma is co ns ide r ar am mais a mor t e co mo um pro ble -

ma. Òr ìsà-nla é aque le chamado A muniway é .

Or áculo 72

Ose-Yeku

Es se O dù o fer e ce pr o spe r ida de e po pular idade .

O bse r vação o cide nt al: O d ia- a-d ia na v ida do clie nt e e st á flu in do .

72 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A j ise g ir i, A nik an se ko s unwo n co ns ulto u I fá par a O se , que pe diu par a e le sa cr ificar

de mane ir a a t or nar -se po pular e não po br e .

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar :

U ma cabaça co m aze it e -de -de ndê , uma caba ça de banha de òr í, 3 200 búzio s e r e mé -

d io de I fá (p ilar a cas ca da r aiz da árvor e ir o y in co m o int er io r do ar ida n); m ist ur ar

o co mpo st o co m sabão - da-co st a; co lo que um p ing o de de ndê e de ò r í na base do sa -

bão na ca baça). O r e mé dio de ve se r ut ilizado par a banhar -se .

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Or áculo 73

Oyeku’fuu
Esse O dù pr e v ine de uma e nfe r midade im ine nt e e o fer e ce pr o te ção co ntr a

e la.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e ncar a um o bst áculo ine spe r ado no dia-a- dia

no s ne g ó cio s.

73 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

107
A dur og ang an o A dv inho do bor dão ,

Aye g ir idan u o A dv in ho da pr at e le ir a.

A mbo s co nsult ar am I fá par a A bar ile - o sise - o sabo ,

que nunca ado e ce u.

Ele fo i pr e ve nido so br e um do e nça que e st ava por v ir,

uma doe n ça impr ev ist a que o de ix ar ia ale ij ado .

Ele pe rg unt o u, “Q ual é o sacr if íc io ?”

F o i dit o : um car amuj o , um pe ix e , aze it e -de -de ndê , 20 000 b úzio s e r e mé dio de I fá.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

A do e nça o co rr e u po r é m não de mane ir a se ve r a. Ele se r e cupe r o u.

Or áculo 74

Ofun’yeku

Es se O dù asse g ur a lo ng ev idade , r e spe it o e bo ns re lac io name nt o s co m o s sa -

cr if íc io s e co mpo rt ame nt o s apro pr iado s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e po de ag uar dar um per ío do de calma e de r e a-

l ização .

74 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O A dv in ho de A moo se mat e , A muludu n I s im ibak ale co n sult o u I fá par a

I s im ib ak ale , A nima saw u, A foj oo j umo fu nnin ij ij e m im u, Or eo n ile , O re - alej o , En i- ale -

j ik an- ko -g bo dok i. Ele d is se : S e vo cê e st á co m fo me , ve nha e co ma; se vo cê e st á co m

se de , ve nha e be ba.

A pó s r e alizar o sacr if íc io , e le fo i or ie nt ado par a que te nt as se ev it ar as pe sso as par -

t indo par a a r o ça e v iaj ando rar ame nte . Ele deve se r se mpr e bo m co m o s po br e s. Ele

o uv iu as palav r as e r eal izo u o sacr if íc io .

Or áculo 75

108
Iwori wo’di
Est e O dù de t er m ina o co nce it o de r e nasc ime nt o e imor t al idade e m I fá.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e pr e c isa de filho s par a e nco nt r ar e quil íbr io e sp ir it u -

al.

75 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Não e x ist e u ma só mulhe r gr áv ida que não que ir a dar a luz a um sa ce r do t e de I fá.

Não e x ist e u ma só g ráv ida que não que ir a dar a luz a Òr únm ìlà. No sso pai, se e le

de u- no s o nasc ime nto , ine v it ave lme nt e ao se u t e mpo nó s e m t ro ca dar e mo s nas ci -

me nt o a e le . No ssa mãe , se e la de u- no s o nasc ime nto , ine v it ave lme nt e ao se u t e mpo

nó s e m tr o ca dar e mo s na sc ime nt o a e la. O or áculo de I fá fo i co ns ult ado par a

Ò r únmìlà, que afir mo u que e le de ver ia t raze r o s cé us par a a te rr a, que e le de ver ia

le var a te rr a de vo lt a ao s cé u s. A fim de c umpr ir co m sua missão , fo i pe d ido a e le

que ofe r e ce sse t udo e m par e s, um macho e u ma fê me a — u m car ne ir o e uma ove lha,

um ca br it o e uma cabr it a, um g alo e uma gal inha e ass im por diant e . Ò r únmìlà se -

g u iu a or ie nt ação e r e alizo u o sa cr ifíc io . A ssim a te rr a t or no u-se fér t il se m ult ipl i -

co u gr ande me nt e .

Or áculo 76

Idi’wori

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de de se nvo lver no sso int e le ct o e pr e v ine co nt r a

as so ciaçõ e s co m malfe it or e s.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e st á ig no r ando o s r ivais pot e nc ia is e m neg ó -

c io s o u e m uma r e lação .

76 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì d í awo e j ur i, Ìd í a wo ej umo , O k unk un de ’ nimo le -b i- or u,

o A dv in ho da casa de Edu.

I fá e st á faze ndo alg o alé m do int e le ct o humano ?

109
É ne ce ssár io re al izar sacr if íc io de mane ir a a não se r

r e leg ado a uma po s iç ão de me nor impo rt ânc ia.

sa cr ifíc io : quat ro po mbo s, 8 000 b úzio s e r e mé dio de I fá

(fo lha s de o mo e awun p ilada s j unt as; m ist ur ar co m sabão )

Ele o uv iu as palav r as e r e alizo u o sa cr if íc io .

76 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S e nó s te mo s sabe dor ia e fal hamo s e m apl ic a-la,

no s t or namo s ig nor ant e s.

S e nó s te mo s po de r e falhamo s e m aplica- lo ,

no s t or namo s indo le nt e s.

I fá fo i co ns ult ado par a as pe sso as do su bmundo

que não e st ão asso c iando co m o s ho me ns sá bio s e t rabalhado r e s.

I fá adve rt e , vo cê não e st á se re lac io nando co m pe sso as de bo m car át e r.

.I st o fr e qüe nt e me nt e t rás má sor t e par a a pe s so a.

O sacr if íc io : duas gal inha s e 4 400 búz io s.

Or áculo 77

Iwori’rosu

Es se Odù fala da ne ce ss id ade de pac iê n cia par a o bt e r so lu çõ e s e alcançar o b -

j et ivo s.

O bse r vação o c ide nt al: Ge r alme nte o cl ie nt e e st á "e ncalha do ", incapaz de se -

g u ir e m fr e nt e na v ida.

77 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

B i o j umo -banmo - ak o niiy ’o g ber ib i- o jo -ano co nsult o u I fá

par a Ko mo , que e st ava pe nsando e m co mo faze r algo o nt e m.

Ele me d it o u e dor m iu. No dia se g uint e e le ain da não sab ia o que faze r.

110
Par a r e so lve r o pro ble ma, vo cê deve po nde r ar d ia- a-d ia, se po s síve l, mê s- a-mê s,

at é que f inalme nt e saiba o que faze r.

O sacr if íc io : quatr o galo s, 8 000 b úzio s e r e mé dio de I fá ( co lo que quatr o car amujo s

e m ág ua fr ia par a be be r ).

Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

e le as se g ur o u que suas idé ia s se mpr e v ir iam à sua cabe ça).

77 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I fá pr ev iu que e la se t or nar ia mãe .

Eu co mpr ar ia um po u co de sândalo (o sù 2 ) par a e sfr eg ar e m me u be bê .

U ma mãe não pô de aj udar co mpr ando sândalo por t er c uidado co m o cor po de se u

be bê ?

I fá fo i co ns ult ado par a Ò r únmìlà,

que disse que sua e spo sa e ngr av id ar ia e t er ia um be bê .

O sacr if íc io : duas gal inha s, o sù e 4 400 b úzio s.

Dê a ar vo r e o sù par a mant er a e spe r ança que e la a usar á par a passar no be bê .

Or áculo 78

Irosu wori

Es se Odù fala so br e não ex ist ir pr azer, paz o u ganho ge nu íno pro ve nie nt e de

más açõ e s. D if icu ldade s e m udança s são part e do cr e sc ime nt o e co nhe c ime n -

t o.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e pr e c isa co nce nt r ar - se no s o bj e t ivo s e de sej o s

de lo ngo pr azo do que nas sat isfa çõ e s de cur t o pr azo .

78 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

2
osù, osùn: pó extraído da Baphia nitida, papilionácea, ou Pterocarpus osun, papilionácea.

111
F açamo s as co isas co m ale gr ia. A quilo que de se j a que se v á, ir á. Aqu ilo que de sej a

que r et or ne , re to r nar á. De f in it ivame nt e o s se r e s humano s t e m e sco lhido t r aze r bo a

so rt e ao mundo . O nisc iê n cia o A dv inho de Ò r únmìlà, co nsult o u I fá par a Òr únmìlà,

que disse que o s se re s humano s v ir ia m e far iam uma per g unt a a e le . Ele fo i aco nse -

lhado a o fe re ce r um sacr if íc io de pe ix e s e de 2 000 gr ão s de far in ha de m ilho (ag i-

d i). Òr únm ìlà se g uiu a o r ie nt ação e r e alizo u o sa cr ifíc io .

C e rt o d ia to do t ipo de pe sso as, in cl uindo ladr õ e s e o ut r o malfe it or e s, se r e unir am e

fo r am te r co m Ò r únmìlà par a re clamar e m que e le s e st avam “can sado s de dar e m ca -

be ça das pe la te rr a; Ò rúnm ìl à! Per m it a- no s re fug iar mo s no s Cé u s”.

Ò r únmìlà disse que não po dia ev it ar que de s se m cabe ça das pe la te rr a at é que e le s

co nqu ist a sse m a bo a po sição que Odud ua or de no u par a cada ind iv íduo ; só e nt ão

po der iam e le s r e sidir e m no s cé u s. Ele s per g unt ar am, “o que é bo a po s iç ão ?”.

Ò r únmìlà pe diu a e le s que co nfe s sasse m sua ig no r ê ncia. Ele s disse r am, “nó s so mo s

ig nor ant e s e g o st ar ía mo s de o bt er co nhe c im e nto de O lo dunmar e ”.

Ò r únmìlà d is se : A bo a po s iç ão é o mu ndo . U m mundo no qual have r á co nhe cime nt o

co mple t o de to das as co isas, ale gr ia e m to do s lug ar e s, v ida se m ans ie dade o u me do

de in im ig o s, at aque de se r pe nt e s o u o utr o s an ima is pe r ig o so s. S e m me do da mor t e ,

do e nça, l it íg io , per das, br ux o s, br ux as o u Es u, pe r ig o de acide nt e s co m ág ua o u

fo go , se m o me do da m is é r ia o u po br e za, de v ido ao se u po de r int e r no , bo m car át e r

e sabe do r ia. Q uando vo cê se abst é m de r o ubar po r causa do so fr ime nt o pe lo qual o

do no pas sa e a de so nr a co m e st e co mpor t ame nto é t rat ado na pr e se n ça de O dudua e

o utr o s e sp ír it o s bo ns no cé u que são se mpr e am ig áve is e fr e qüe nt e me nt e no s de se -

j am o be m. Est as fo r ças po de m re to r nar so br e vo cê s e per m it ir co m que re to r ne m à

e s cur idão do mu ndo . Te nham e m me nt e que vo cê s não re ce be m ne nhum favor e

t udo que é ro ubado se r á re e mbo lsado . To do s ato s mal ig no s t e m s uas re pe r cu sõ e s.

I nd iv id ualme nt e o que se r á ne ce s sár io par a alcançar a bo a po s ição é: sa be dor ia que

po de g ove r nar ade quadame nt e o mundo co mo um t odo ; sa cr ifique o u c ult ive o há -

b it o de faze r co isa s bo as par a o s po br e s o u par a àque le s que ne ce ss it am de sua aj u-

da; um de se jo de alme nt ar a pr o spe r idade do mundo ma io r do que de st r ui- lo .

A s pe s so as co nt inuar ão a ir ao s cé u s e v ir par a a te rr a apó s a mo rt e at é que t odo s

alcan ce m a bo a po s iç ão . Há uma g rande quant idade de co isas bo as no par a iso que

a inda não e st ão d is po níve is na t er r a e ser ão obt idas ao de v ido cur so . Q uando to do s

o s f ilho s de O dudua e st ive re m re un ido s, aque le s se le cio nado s par a tr ansfe r ir as

bo as co isas par a o mundo se r ão chamado s de è n iy àn o u se r e s hu mano s.

112
78 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

U ma v ida de do çur a se m amarg ur a é mas sant e . Q ualque r um que não te nha e spe r i -

me nt ado pr ivação nu nca apr e ciar á a pro spe r idade .

Est as for am as palavr as de I fá ao s faze nde ir o s, que disse r am que se to das as e st a-

çõ e s fo sse e st açõ e s de chuva, o mundo se r ia agr adáve l. D is se r am e le s que o fer e ce r i -

am ascr ifíc io e cla mar iam a Bar a Ag bo nn ir e g um por aux íl io .

Ò r únmìlà d is se que e le s de ve r iam r e alizar sa cr ifíc io de av ido à lo uc ur a de le s e que

o mu ndo pe r mane ce r ia inalt e r ado co mo o r de nado po r O ò dua: a e st ação c huvo sa e a

e st ação se ca.

O sacr if íc io : quatr o cabr as, 8 000 b úzio s e ass im por d iant e . Ele s se r e cusar am a sa -

cr if ic ar.

Ò r únmìlà fe z co m que cho ve sse pe sado dur ant e o ano int er io se m ne nhuma luz do

so l. A s pe sso as ado e ce r am e v ár ias mor r er am aque le ano ; as co lhe it a s não v ing a -

r am. Ele fo r am de vo lt a a Òr únm ìlà par a se de scul pare m e re al izar o sa cr ifíc io .

Ò r únmìlà disse que o mat er ial de sa cr ifíc io for am do br ado s. O sa cr if íc io to rno u- se

o it o cabr as e 16 000 búzio s.

Or áculo 79

Iwori’wonrin

Es se O dù fala de pr ot e ção co ntr a de sa str e s nat ur a is e re cupe r ação de qual -

que r co isa que se t e nha per d ido .

O bse r vação o cide nt al: U m ve lho r e lacio name nt o po de se r r eace n dido .

79 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O lug be mir o , o Adv inho de Ok e -I lè ,

Em ib aj o , o A dv inho de O j u-o mi.

113
I fá vo i co nsult ado par a Jo wor o ,

que e st a indo e m uma v iag e m.

Ele fo i aco nse l hado a sacr if ic ar

camar õ e s, uma ove lha e 4 000 b úzio s.

Ele o uv iu as palav r as e r e alizo u o sa cr if íc io .

O s A dv inho s d is se r am que Jo wo r o nunca se r ia mo r to pe la ág ua; e le se mpr e nadar á

e se mpr e fl ut uar á.

79 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I wo r i’ wo nr in

fo i o I fá div inado par a o po vo de Ot u-I fè

quando pr o cur avam por ce r t a pe sso a.

Ele s e st avam se g uro s de si que e le s sor r ir iam no f inal,

po is a pe s so a se r ia e nco ntr ada.

O sacr if íc io : quatr o po m bo s e 8 000 búz io s.

Ele s re al izar am o sacr if íc io .

Or áculo 80

Owonrin’wori

Es se Odù fala de tr abalho ár duo co mo o re mé d io que c ur a a po br e za. Ele

t ambé m o fe r e ce r e mé dio s par a e nfer m idade s e mo cio nais.

O bse rvação o cide nt al: F re que nt e me nt e o clie nt e é pr e g uiço so co mo r e sult ado

da inqu ie t ação e spir it ual.

80 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I nhame s er am car o s, de ndê er a car o , mil ho e o ut r as co m idas er am car o s.

F o i re alizado um j og o div inat ór io par a I wo r i,

F o i obse r vado que t odo s o s it e ns e r am car o s.

114
Lhe fo i r e co me ndado que o fe re ce sse sacr if íc io de for ma que o s it e ns se to r nasse m

ace ss íve is.

O sacr if íc io : 2 000 e nx adas, 2 000 fo ice s, rato s, pe ix e s e 12 000 búzio s.

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io .

O babala wo disse que t odo s o s ho me ns de ve r iam pe g ar s uas e nx adas e fo ice s e ir

t rabalhar na ro ça de fo r ma que o s it e n s se to rnas se m ace ss íve is.

A pe nas tr abalho ár duo po de mo der ar a in dig ê n cia.

80 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

We r e -nse -e le yak a’de -wo nnr er in

co ns ulto u I fá par a O j uo g be b ik an,

que fo i or ie nt ado a sacr if ic ar par a pr ot e g er sua e spo sa co ntr a lo uc ur a o u se e la já

fo s se lo uca, r e cupe r ar sua san id ade .

O sacr if íc io : quatr o car amujo s, 8 000 búzio s e r e mé dio de I fá.

Or áculo 81

Iwori’bara

Es se Odù ins ist e na bo a co ndut a e o fe r e ce so luçõ e s par a a e du cação de cr ian -

ça s co nf iáve is.

O bse r vação o cide nt al: O fo co do cl ie nt e de ver ia se r que st õ e s pr át icas.

81 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I wo r ibar abar a, I wo r ibar abar a.

co ns ulto u I fá par a o s ladr õ e s e par a o s me nt ir o so s.

e le s for am aco nse l hasdo s a re alize r sacr ifíc io e abr ir mão

de mal co mpor t ame nto de mane ir a a e v it ar te rr íve is pr o ble mas.

O sacr if íc io : uma po r ção de ob ì, de ndê , 44 000 búzio s, po mbo s, e ass im po r diant e .

115
O s o b ì e o s búz io s de ver iam se r do ado s.

Ele s se r e cusar am a r e alizar o sacr if íc io .

81 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I ná-k uf ’e e r ub’oj ú, O g be dek uf ’o mor e ro ’ po

co ns ulto u I fá par a A bo wo aba, o filho de A fe so saye .

F o i pr e d ito que e le v iver ia po r muit o t e mpo e se r ia

capaz de co nt ar h ist ór ias so br e sua fam ília.

M as de mane ir a a t er filho s re spo nsáve is . deve r ia sa cr ificar se is po mbo s, 12 000 bú -

z io s e r e mé dio de I fá.

Ele o uv iu as po alavr as e re al izo u o sacr if íc io .

Or áculo 82

Obara’wori

Es se O dù e st abe le ce o co nce it o de dinhe ir o co mo se ndo impo r t ant e , mas nun -

ca tão im por t ant e quanto a sa be dor ia, co nhe c im e nto , sa úde e bo m car át er.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce ss it a pô r mais ê nfa se no de se nvo lv ime n -

t o e sp ir it ual e e qu il íbr io e mo c io nal.

82 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O ro bant a-aw uwo b i- o wu co nsult o u I fá par a o mundo no dia e m que as pe sso as do

mu ndo de clar ar am que o d inhe ir o é a co isa ma is impo r t ant e no mundo . e le ir iam

de s ist ir de t udo e co nt in uar ia m co rr e ndo at r ás do dinhe ir o . Òr únmìlà disse : S uas

idé ias ace r ca do dinhe ir o e st ão cor r et as e não e st ão . I fá é o que nó s de ve mo s ho n -

r ar. Nó s deve r ía mo s co nt inuar a adr or a a ambo s. D inhe ir o ex aut a u ma pe sso a; d i -

nhe ir o po de co rr o mpe r o car at er da pe s so a. Se alg ué m mu it o apr e ço pe lo d inhe ir o ,

se u car at e r se r á co nr ro mp ido . Bo m car át er é a e s sê cia da be le za. Te m d inhe ir o não

116
que r d ize r que a pe sso a e st á ise nt a de f ic ar ce g a, lo u ca, ale ij ada o u do e nt e . Vo cê s

po de m se r infe ct ado s por e nfe r midade s. Vo cê s de ver iam ir e au me nt ar vo ssa sa be -

dor ia, r eaj ust ar vo sso s pe nsame nt o s. C ult ivar o bo m car at er, adquir ir sabe do r ia, r e -

al izr sa cr ifíc io de mane ir a que vo cê s po ssam e st ar t ranqu ilo s. Ele pe rg unt ar am,

“qual é o sacr if íc io ?”. O sacr ifíc io incl ue rato s, pe ix e s, cabr it o s, uma caba ça de far i -

nha de milho (e wo ; co r nme al), uma caba ça de e k ur u e 20 000 búz io s. e le s se r e cusa -

r am a sacr if ic ar. Ele s ins ult ar am e r ic ular izar am o s babalawo e o utr o s pr at icant e s

da me dic ina t rad ic io nal. A pó s alg uns mo me nt o se le s co me çar am a pas sar mal. Ele s

e st avam do e nt e s e tr ist e s e não t ive r am n ing ué m par a cu idar de le s. Ele s fo r am mo r -

r e ndo a cada dia. Ele s se de fro nt ar am co m pro ble ma s fís ico s e não pude r am pe d ir

aux ílio ao s babala wo e par a o s out ro s. Q uando não puder am mas i s upor t ar a afl i -

ção , fo r am se de s culpar co m o s ba balawo . De sde aque le d ia, o s babalawo te m s ido

se mpr e t ra t ado s co m ho nr a no mundo .

Or áculo 83

Iwori-Okanran

Es se Odù e st abe le ce a ne ce ss id ade de pr ivac idade e nt r e o baba lawo e o cl ie n -

t e . I sso ê nfat isa a impo rt ân cia de plane j ame nto pr év io .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e muit a s ve ze s não é since r o co m o babala wo .

83 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A r ima sako k a-I wo g be o A dv inho de Ò r únmìlà,

co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà.

Ele fo i aco nse l hado a sacr if ic ar par a e v it ar se me t er e m pr o ble mas co m as pe sso as

que ve m a e le se co nsult ar. Co nve r sa de s cuidada no r malme nt e mat a uma pe s so a ig -

no r ant e .

Não há nada que um babala wo não po ssa ve r.

Não há nada que um babala wo não po ssa sa be r.

U m baba lawo não po de se r tag ar e la.

117
O sacr if íc io : quatr o car amujo s, uma ca br a e 3 200 b úzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

83 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O be le wo be le wo , se uma cabr a dor m is se e la e x aminar ia o so lo ,

co ns ulto u I fá par a M ak anj u- huwa I r in- g ber e -o la.

F o i pr e d ito que o que e le e st ava plane j ando in ic iar não cr iar ia d if ic uldade par a e le

se e le ex e cut as se sacr if íc io .

O sa cr ifíc io : uma cabr a, uma gal inha, 8 000 búz io s e re mé d io de I fá (co lo que quat r o

car amuj o s e m ág ua limpa par a o cl ie nt e be be r e dig a a e le que se us pe nsame nt o s

se mpr e v ir ão à cabe ça).

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

Or áculo 84

Okanran-Iwori

Es se Odù av isa o clie nt e par a d iv idir se us pro ble ma s co m o s o ut ro s. Tam bé m

fala de um v isit a nt e im ine nt e .

O bse r vação o cide nt al: Me do s e uma in capa cidade de d iv idi-lo s e st ão blo que -

ando o caminho do cl ie nt e .

84 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

B i a dak e t ’a r a e ni a ban i dak e . B i a k o wi t ’e nu e ni f ’Aye g bo a k iin’ag bor andun

co ns ulto u I fá par a o lag ar to e par a to do s o s de ma is ré pt e is. Ele [o lag ar t o ] que não

e x pr e s sar ia se u s pr o ble mas a ning ué m. Ele bat e u co m a ca be ça co ntr a a palme ir a e

co nt r a a par e de . F o i d it o e nt ão que n ing ué m simpat izar ia co m e le .

O sacr if íc io : um ca br it o , um g alo , um po mbo e 8 000 búz io s.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

118
84 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ay unbo li-o wo -ny un- e nu co ns ult o u I fá Mo ye bo .

M oye bo fo i e m uma v iag e m e não co nse g uiu vo lt ar a t e mpo .

S ua mãe e st ava e spe r ando po r e le . Se u pai e st ava e spe r ando por e le .

F o i dit o que M oye bo re t or nar ia se e le s f ize sse m sacr if íc io :

uma gal inha, um po mbo , uma lago st a e 12 000 búz io s.

Ele s o uv ir am as palav r as e re al izar am o sacr if íc io .

Or áculo 85

Iwori-Eguntan

Es se O dù fala so br e ação ade quada co mo se ndo im por t ante par a uma mudan -

ça po s it iva na sor t e .

O bse r vação o cide nt al: A inc apac ib ilidade do cle nt e e m "pux ar o g at ilho " e st á

ca usando pe r da da dir e ção .

85 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O g un t án, ot è tán, Eni-nbam iij a- o -siwo - ij a

co ns ulto u I fá par a O lúlat ej a A bat ase k e r ek e r eg b’ok o .

F o i pr e v isto que o de safo rt una do se to r nar ia afo rt unado .

O sacr if íc io : um po mbo , um pe daço de te c ido br anco e 80 000 b úzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e fe z o sacr ifíc io .

85 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I wo wo t ir iwo co nsult o u I fá par a O lo ba, cujo d ia de anive r sár io fo i a cinco d ias.

Ele fo i aco nse l hado a sacr if ic ar de z rato s, de z pe ix e s e 2 000 búzio s de mane ir a a t er

t e mpo par a ce le br ar se u fe st ival. O lo ba se re cu so u a sa cr ificar. Ele de c id iu ir rap i -

dame nt e à flo r e st a e mat ar o s rat o s re que r ido s.

119
Q uando Olo ba ade nt ro u à flor e st a, Èsù o bstr u iu sua v isão e e le não pô de e nco nt r ar

o cam inho de re to r no par a casa. No d ia ant e r io r ao fe st ival, se us filho s v ie r am re a -

l izar o sacr ifíc io . na manhã do dia do fe st ival, e le s se r e unir am e mar char am par a

par a a flor e st a I male O lo ba cant ando : I wo wo t ir iwo o , ho j e é o anive r sár io de Olo -

ba. A c idade int e ir a o uv iu a cant ig a e junt ar am-se à pr o ciss ão e m dir e ção à flo r e st a.

F o i quando Èsù r e mo ve u a e s cur idão do s olho s de Olo ba. Ele e nt ão po de se g u ir o

so m da cant ig a at é che g ar na flor e st a I male .

Or áculo 86

Ògúndá’wòrì

Es se O dù fala de e nfer m idade s e mo cio nais e me nt ais cau sadas po r e spír it o s

mal ig no s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce ss it a de l impe za e spir it ual.

86 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O lo uco e st á se g ur ando uma faca, uma fo ice , pr ag uej ando e

pe r se g uindo as pe s so as.

Nó s não g o st amo s da lo u cur a. Òg ún e st á lo uco .

O que po de mo s nó s faze r por Ò g ún?

Vamo s à casa de Òr únmìlà e pe r g unt ar.

Q uando che g amo s `a casa de Òr únmìlà, Òr únmìlà co nsult o u

o Or áculo de I fá e d is se Ò g úndá Wòr ì.

Ò r únmìlà d is se : Ò g úndá Wòr ì! e st a é uma v ibr ação neg at iva. U ma v ibr ação ne g at iva

nun ca po de t er a chan ce arr ancar a fr ut a de Ir ók ò . O m undo é re ple to de v ibr açõ e s

ne g at ivas, um t ipo de v ibr ação neg at iva. Nada é me lho r do que se r mais for t e que

t o da v ibr ação ne g at iva. De ve mo s nó s se r t ão for t e s quant o Ò g ún e tão sá bio s quan -

t o I fá.

I fá d iz: Tr ag a o lo uco par a se r tr at ado , po is se r á cur ado .

O sacr if íc io : um car amuj o , uma ca br a, 80 000 búzio s e fo lhas de I fá.

Or áculo 87

120
Iwori-Osa

Es se Odù fala da ne ce ss id ade de se te r r e spo nsab il idade pe las no s sas at iv ida -

de s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e te m o co nhe c ime nt o o u hab il idade de re so l -

ver se u pro ble ma mas se re c usa a ve r o u a ut il izar isso .

87 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

En i a Sa, O la a Sa

co ns ulto u I fá par a a t ar t ar ug a (o bah un ij apa )

que fug iu par a a flor e st a de v ido à s ua má co nd ut a.

F o i de cidido que quando a t ar t ar ug a fo s se capt ur ada

se r ia e la pr e sa le vada de volt a par a casa.

Ela fo i aco n se lhada a sa cr ificar de mane ir a que se r pr e sa e

le vada de vo lt a par a casa.

O sacr if íc io : um po mbo , 3 200 búz io s e fo lhas de I fá.

Ela o uv iu as palav r as por é m não fe z o sa cr if íc io .

87 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A t ik ar e se t e o adv in ho do C é u,

co ns ulto u I fá par a O lo dunmar e e par a o mundo

quando as pe sso as cor r er am at é O lo dunmar e pe d ir co nse lho

so br e v ár io s pro ble ma s, cho r ando , “Papai, Papa i, e u v im. Salve -me po r favo r ”.

Ele d is se , “qual o pro ble ma?”

“A que le s que Eu de i po de r não usam o po de r. Aque le s que Eu de i sabe do r ia não

u sam s ua sabe do r ia int e r na que Eu lhe de i”.

O sacr if íc io : Te cido pr et o , ove lha pr et a, 20 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ele o uv iu e fe z o sacr if íc io .

F o i assum ido que se uma cr ia nça não v ê se u pa i, e la se de fe nde r á po r si só .

Or áculo 88

Osa’wòrì

121
Es se O dù fala de bo a so r te e x ce pc io nal. E també m e x plica a po sição sag r ada

do Ig ún e m I fá.

O se r vação o c ide nt al: O clie nt e ir á e nco nt r ar suce sso mat e r ia l at r av é s de ação

e sp ir it ual.

88 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Te m ig bu si, o A dv inho de A je t unmo b i, pr e dice bo a so rt e v inda do mar o u lag o a par a

A je t unmo b i. Dinhe ir o , v ir ia par a s ua casa.

S or r indo , e le o lho u par a o babala wo e d is se , “Vo cê não sabe que é po r is so que te -

nho me e s for çado ?. F o i pe dido que e le sa cr ifíc io par a o bt e r a co mple t a fe l ic idade :

uma ove lha, po mbo s, banana madur a e 4 400 b úzio s. Ele se g u iu a or ie nt ação e fe z o

sa cr ifíc io . Lhe fo i dado alg umas das banana s que e le ofe r e ce u e fo i pe d ido que e le

as co me ce . F o i- lhe re co me ndado a co me r banana s fr e que nt e me nt e .

88 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O sa wo o , I wo r i wo o co n sult o u I fá par a o abut r e . O mu ndo int e ir o ve io e sper ando

par a co me r Ig ún. O ho me m sáb io fo i e nv iado ao C é u par a que st io nar, Ig ún fo i aco n -

se lhado a sacr ificar um paco te de o b ì u ma o ve lha e 86 000 b úzio s par a ev it ar que

se u s in im ig o s o co me sse t al qual o s o ut ro s pás saro s. Ele se g uiu a o r ie nt ação e r e ali -

zo u o sacr if íc io . Q uando O mo che g o u ao C é u, e le e nt r eg o u a O lo du mare as me nsa -

g e m sas pe sso as. Olo dunmar e d is se que não e st ava ápto a r e spo nder por e st ar mu i -

t o o cupado e que ne ce ss it ava de alg um o b ì par a te r minar s ua tar e fa. Ele e nt ã o rde -

no u a O mo que fo sse pr o cur ar po r o bì. Q uando che go u à e ncr uzilhada e ntr e o s C é us

e a Te rr a, ao lado de Èsù e le e nco nt ro alg un s o bì que I g ún hav ia o fe r e cido e m sa cr i -

f íc io . Ele le vo u o s ob ì par a O lo dun mar e . A pó s alg uns inst ant e s, o pr ó pr io Ig ún fo i

at é o par aiso v isit ar O lo du nmar e , que o re ce pc io no u co m alg un s do s o b ì que O mo

t inha tr azido . I g ún e x amino u o o bì e disse que e st e se par e cia co m o que e le hav ia

o fe r e cido no o utr o d ia. Ent ão e le nar r ao u a Olo dunmar e a se g u int e h ist ór ia: Ele fo i

122
ao babala wo par a u ma co nsu lt a quando o uv iu que as pe s so as e st avam d is cut indo se

I g ún deve r ia se r mo r to e co m ido co mo o s de ma is pássar o s. Ele d is se , “Dev ido à

co nt ro ver c ia que se se g uiu, as pe sso as fo r am fo r çadas a e nv iar O mo ao C é u pe rg un -

t ar a vo cê se I g ún deve r ia co mido o u mant ido int acto . A pó s e u r e alizar o sacr if íc io ,

Ès ù me int r uiu a v ir ao par aiso v is it a- lo .”. O lo dumar e pe diu que I g ún r et or nas se à

Te rr a. Ele d is se , “S e as pe s so as fr acas sar am e m ver O mo , não são capaze r de mat ar

vo cê . Se u sacr if íc io fo i ace it o . O mo e nt r eg o u a me nsag e m de le s mas não have r á ne -

nhu ma re spo st a. O mo per mane ce r á no C é u. Vo cê po de r et o r nar à Te rr a”. Enquant o

as pe sso as e sper avam e m vão pe lo r et or no de O mo , Èsù o rg ulho same nt e fo i anunc i -

ando que “n ing ué m co me r ia Ig ún na Ter r a”. Èsù aux il ia t odo aque le que o fer e ce sa -

cr if íc io . F o i por is so que Ès ù fo i atr ás de Ig ún pro t eg e ndo -lhe . De sde aque le d ia, o

se g u int e pro v ér b io t e m s ido u sado : Se nó s não ve mo s O lumo , nó s não co me mo s

I g ún; I g ún e st á na te rr a, O lumo no C é u.

Or áculo 89

Iworioka

Es se O dù adver t e co ntr a r o ubo e v io lê n cia.

O bse r vação o cide nt al: O fo co do cl ie nt e é mo ne t ár io e m um mo me nt o e m que

no vo s r e lacio name nt o s o u níve is de um r e lacio name nt o co rr e nt e o fe re ce m

g rande opor t unidade .

89 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A n ik anj a- ole - ej o , A j umo j a-o le -e jo , Ij ot iabam’o le

O le -a’ -k a´r awo n co ns ulto u I fá par a K us ik a e se u bando ,

que t inhao o hábit o de f urt ar à no it e so b o mant o da e scur idão .

Ele s for am adve rt ido s que e m br eve se r iam pr e so s.

S e e le s não de se j asse m ser e m pr e so s,

t er iam que sacr if ic ar to do s o s be ns furt ado s que t inha m e m sua s ca sas,

123
uma gr ande cabr a e 8 000 búz io s.

S e e le s r eal iza sse o sacr if íc io , se r ia m o r ie nt ado s a de po sit ar t odo s o s be n s fur t ado s

na e ncr uz il hada à me ia no it e .

De ve r ia m e le s abr ir mão de pr at icar at o s maldo so s.

Or áculo 90

Ika’wori

Es se Odù adver t e so br e as re per c us sõ e s de ato s malé vo lo s. També m fala so -

br e pro t e ção do s e nt e s famíl iar e s co nt r a a diss im inação de e nfe r m idade .

O bse r vação o c ide nt al: O cam inho munda no do cl ie nt e e st á blo que ado po r có -

le r a.

90 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S er ar e -Se r ar e .

A que le que jo ga fo r a as cinza s é per se g u ido pe las cinza s.

S er ar e -Se r ar e .

U m malfe it o r ar r uina a s i me smo pe la me t ade do s se u s cr ime s.

I fá fo i co ns ult ado par a I núko g un,

que pr ane j ava pr at icar o mal.

Ele fo i adve rt ido de que sua s má s açõ e s plane j adas tr ar iam

r e per cu sõ e s dano sas a e le .

Ele fo i o r ie nt ado a o fer e ce r sacr if íc io e abr ir mão de se u fe it o mal ig no .

O sacr if íc io : do is po mbo s, 4 000 búz io s e fo lhas de I fá.

90 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O kak ar ak a-af ’o wo - t i- ik ú

co ns ulto u I fá par a Ì k à

124
e le e st ava pro cur ando por uma pe sso a de f ic ie nt e e m sua casa.

A pe s so a de fic ie nt e ce r t ame nt e ir ia mo rr e r.

Ele fo i o r ie nt ado a o fer e ce r sacr if íc io par a e v it ar que o utr as pe sso as

e m s ua ca sa fo sse m in fe ct ado s pe la do e nça: uma ca br a, uma g alinha,

um po uco de be b ida e fo lha s de I fá (t r it ur ar fo lha s de ce bo la e m ist ur ar co m de nde ;

ut ilizar o cr e me re sult ant e par a e sfr eg ar pe lo co r po ).

Or áculo 91

Ìwòrì’túrúpòn

Es se O dù fala so br e g rav ide z be m s uce d ida e da tr ansfo r mação de s it uaçõ e s

no c ivas e m su ce sso at r av é s de sa cr ifíc io .

O bse r vação o c ide nt al: O "nasc ime nt o " e sp ir it ual o u e mo cio nal ir á tr azer fim

a me do s mundano s.

91 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì wòr ì [fo i] o mar ido de Ò t úr úpò n, que te ve um be bê que mo rr e u. I fá d is se que e st a

mul he r e ngr av idar ia no vame nt e e que carr e g ar ia o be bê e m suas co st as. Ì wò r ì fo i

o r ie nt ado a o fer e ce r sacr if íc io par a e v it ar que se u filho mor r e sse pr e mat ur ame nt e :

uma gal inha, uma cabr a, pe ix e aro , 80 000 b úzio s e fo lhas de I fá (tr it ur ar de z fo lhas

de e la co m um po uco de se me nt e s iye r é ; co zinhe e m u ma so pa j unto co m o pe ix e ; a

so pa de ve se r co nsu mida ao alvo r e cer da í a gr av idê s v ir á e m cinco me se s). e le vo u-

v iu as palav r as e r e alizo u o sa cr if íc io . F o i o bse r vado que e la jama is de ix ar ia ca ir

s uas fo lha s, quando a o utr as [plant as] sim.

91 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ek it ib ababa co ns ulto u I fá par a Òr únm ìlà quando e le e st ava e co no m izando dinhe ir o

par a co mpr ar um e s cr avo . Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar uma ca br a e 3 200 b úzio s.

125
Ele se re cu so u a sa cr if icar. Òr únm ìlà co mpr o u o e s cr avo se m re al izar o sa cr ifíc io

pr e scr ito . O e scr avo er a uma mulhe r. Ela mor r e u t rê s dia s apó s a aqu is ição . A s pe s -

so as da casa de Òr únm ìlà co me çar am a c hor ar. Ès ù ve io at é a casa e o uv iu a lame n -

t ação .

Ele pe rg unt o u, “po r que vo cê s e st ão c hor ando de st a mane ir a ?”.

Ò r únmìlà d is se , “a e scr ava que co mpr e i t rê s dia s atr ás acabo u de mo rr e r ”.

Ès ù d is se , “me u se nhor, vo cê co nsu lto u o O rácu lo de I fá ant e s de co mpr ar ?.

Ò r únmìlà r e spo nde u que e le co n sult o u I fá.

Ès ù d is se , “me u se nhor, À b ik új ig bo ! Vo cê e x e cut o u o sacr ifíc io ce r to ?

Ò r únmìlà d is se , “a inda não r e alize i o sa cr ifíc io ”.

Ès ù disse , “Vo cê não fe z o que se e r a e spe r ado que fize s se e nt ão . Vo cê de ve ir e re a -

l izar o sacr ifíc io se não quise r per de r o d inhe ir o que g asto u co m a e scr ava”.

Ò r únmìlà fe z o sacr if íc io . Èsù peg o u o cadáve r da e scr ava e o lavo u e o ve st iu e le -

g ant e me nt e . Ele le vo u o cor po par a o mer cado e o se nt o u e m u m e ncr uzilhada. Co -

lo co u e m s ua mão um g ravet o de mast ig ar e e m sua fr e nt e co lo co u um tab ule ir o

co nt e ndo pe que nas mer cado r ia s. O dia e r a um d ia de ,e ir a. Co m muit a s pe s so as

indo ao mer cado . Elas saudava m e st a mulhe r co mo se e la e st ive sse v iva. C o mo e la

não r e spo ndia, rap idame nt e as pe sso as fug iam de la. Ès ù se e sco nde u e m um ar bus -

t o. M a is tar de , A jé se apr ox imo u do me r cado co m se u s 200 e scr avo s ,que u sualme n -

t e carr e g avam as me r cador ias que e la co mpr ava. Ela che g o u at é o co r po mo rt o e pa-

r o u par a co mpr ar alg uma me r cador ia. A po s de falar co m o co r po por alg un s in st an -

t e s se m o bt e r re spo st a, Aj é fico u zang ada. Ela t o mo u uma var a que e st aco m co m um

de se u s e s cr avo s e bat e u co m a me sma no co r po , o qual fo i ao so lo . Èsù pulo u par a

fo r a do ar bust o que e le e st ava e sco nd ido .

Ele d is se , Há! Aj é o que fo i que vo cê fe z ? mat o u a e scr ava de Òr únm ìlà! .

A jé co me ço u a implo r ar a Ès ù, que re cu so u sua aleg ação . Ele d is se que A jé dev ia

pe g ar to do s o s se u s e scr avo s e ir co m e le at é a ca sa de Ò r únmìlà. A jé co me ço u a

pro po r a È sù que e la ir ia r e po r o e scr avo de Ò r únmìlà co m um de se u s pr ó pr io s e s -

cr avo s. Ès ù não ace it o u. Ela o fer e ce u mais um par a que fo sse m do is e scr avo s se u s a

r e ssar c ir Ò rúnm ìl à. Èsù in s ist iu par a que A jé fo s se j unto co m o s e s cr avo s. Aj é final -

me nt e co ncor do u e Ès ù o s le vo u par a a casa de Òr únm ìlà par a r e po r a e scr ava mo r -

t a. Fo i ass im que Aj é se t or no u e scr ava de Ò r únmìlà.

126
Or áculo 92

Òtúrúpòn’wòrì

Es se Odù fala de mo rt e re s ult ant e da falt a de c umpr ime nt o do sa cr ifíc io

pr e scr ito .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e st á se pr e o cupando de ma is ace r ca de um

no vo f il ho o u neg ó cio .

92 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A bamo - ni-ng be hin- or an, Ig bá li-a- nmu- re -e r i, Ak imu -awo - re -e r i fo i o I fá div inado

par a as pe s so as e m O t u-I fe no dia e m que e le s ia m le var um pot e de ce r âmica par a o

r io . Ele s for am aco nse lhado s a le var de pr e fe rê n cia uma cabaça do que um po t e de

ce r âm ica que ir ia ca ir. Ele s ig no r ar am o co nse lho e le var am um po t e . Q uando e le s

e st ava apanhando ág ua, um de le s de ix o u cair o po t e . No de se j o de salva-lo , e le caiu

no r io e afun do u. Ele s d is se r am, “Há! Nó s sab ia -mo s que de ve r iamo s t er t raz ido

uma ca baça par a apanhar ág ua! ”. De sde aque le dia uma ca baça t e m s ido ut ilizada

par a apanhar ág ua. Ele s sa cr if icar am 16 000 búzio s e fo lhas de I fá; e le s nun ca dev i -

am t er fe it o lamet áve l co isa. A s fo lhas de I fá de ve m se r pr e par adas: Tr it ur ar fo lhas

de e so e m ág ua e que br ar um car amujo ne la. To das as pe s so as da c idade de ver iam

e sfr e g ar se us cor po s co m a m ist ur a par a e v it ar alg o que e le s v ie sse m a lame nt ar.

92 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A g ber upo n co nsu lto u I fá par a Àg bàdo ( milho ). Ela fo i or ie nt ada a o fer e ce r u m sa -

cr if íc io de mane ir a a te r um part o se g uro .

O sacr if íc io : um po mbo , 3 200 búz io s, um cint ur ão (o j a-ik ale ) e fo lhas de I fá.

Ela o uv iu e se re cu so u a sacr if ic ar.

127
Or áculo 93

Ìwòrì Wotúrá

Es se O dù fala so br e de sar mo n ia fam il iar.

O bse r vação o cide nt al: O s clie nt e s e st ão te ndo pro ble ma s co m se us filho s.

Pe r ce be ndo e le s is so o u não .

93 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U ma ár vo r e to rt a dispe r sa o fog o .

U ma pe s so a lo u ca se d is pe r sa e m sua pr ó pr ia casa.

Est e fo i o I fá div inado par a pa i co br a e se u s f ilho s.

Lhe fo i falado que se us filho sn unca co ncor dar ia m e m r e pe lir u m at aque j unt o s.

S e o pa i co br a de se j asse uni- lo s, de ve r ia o fer e ce r um sacr if íc io : de ze sse is car amu-

j o s, po mbo s. ve ne no e de ze s se i búz io s.

Es se se r e cu so u a sacr if ic ar.

Or áculo 94

Òtúrá’wòrì

Es se O dù fala de não ag ir impe t uo same nt e , co mo se to das as co isas bo as e st e -

j am e m no sso cam inho .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e não de ve ace it ar de car a a pr ime ir a o fer t a.

94 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Lu cro na ca sa, lu cro na faze nda per t e nce m a Ar uk o .

A cr ian ça de ver ia co me r de t udo . A cr iança deve r ia te r uma

mul he r liv r e de carg a.

I fá fo u co nsult ado po r Òr únm ìlà.

F o i dit o que e le t er ia t odas as co isa s l ivr e s de carg a.

O sacr if íc io : uma o ve lha, um po mbo e 20 000 búz io s.

128
Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

94 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Nó s náo de ve mo s lambe r uma so pa quant e po r cau sa da fo me .

S e nó s lambe s se mo s so pa que nte de v ido a fo me , que imar ía mo s a bo ca.

I fá fo i co ns ult ado par a Ak insuy i.

F o i dit o a e le , “e st e é um ano de pr o spe r idade ”.

Ele de ve sacr if ic ar uma ca br a, uma g alinha, um rat o , um pe ix e e 18 000 búzio s.

Ele o uv iu as palav r as e fe z o sacr if íc io .

Or áculo 95

Ìwòrì-Ate

Es se O dù so br e in ic ia ção e m I fá co mo um mo do de me lhor ar a v ida.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve co ns ide r ar se r ia me nt e sua in ic iação .

95 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O s in ic ie cu ida do same nt e , o s in ic ie cu id ado same nt e de for ma que as pe sso as do

mu ndo não se por t e m mal. Qualque r um que faz o be m, o faz po r s i só . Q ualquer

um que faz o mal, o faz por s i só . . Est e fo i o I fá div inado par a o M undo . Vo cê s la -

drõ e s de ve m pr ivar -se do fur to . Ele s disse r am que não po de m se ab st er do furt o .

Q ualque r um que ro ube ser á t rat ado co m zo mbar ia. Q ualquer u m que r o ube um mil

pe r der á do is m il e m sua v ida. Q ualque r um que ver um me nding o deve r ia dar - lhe

e smo las. Q ualque r um que faça m il bo as açõ e s o bt er á dua s m il. Oò duà At er íg be j i,

me u se nho r, re co mpe nsar á bo as açõ e s. Ele s fo r am aco nse lha do s a sacr if ic ar e m car a -

muj o s, bag r e e 3 200 búzio s.

129
95 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì wòr ì te j úmó’ hu n-t iise ’ ni.

S e vo cê fo r in ic iado e m I fá, vo cê de ve re in ic iar se u pró pr io e spír it o .

Ì wòr ì te j úmó’ hu n-t iise ’ ni.

Awo ! Não e scale a palme ir a co m uma co r da de fe it uo sa.

Ì wòr ì te j úmó’ hu n-t iise ’ ni.

Awo ! não mer g ulhe na a´g ua se não sabe nadar.

Ì wòr ì te j úmó’ hu n-t iise ’ ni.

Awo ! Náo de se mba inhe uma fa ca co m r aiva.

Ì wòr ì te j úmó’ hu n-t iise ’ ni.

Awo ! não use o ave nt al de Awo .

Ì wòr ì te j úmó’ hu n-t iise ’ ni.

Ele s pe dir am que sacr if ic as se bagr e , 3 200 búz io s e fo lhas de I fá (co zinhe o bagr e

co m fo las de e so faze ndo uma so pa e dando ao cl int e par a que t o me ).

Or áculo 96

Irete’wòrì

Es se Odù adver t e co nt r a intr ig as e fala da pr at ica de I fá par a uma v ida pr ó s-

pe r a.

O bse r vação o c ide nt al: Pac iê n cia ao inv é s de ra iva o u fr ust r ação ir á pr o duzir

s uce s so mat er ial.

96 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A g ue rr a pr ej ud ic a o mundo . I ntr ig as ar uinam as pe sso as.

Est e fo i o I fá div inado par a O lo f in I wat uk a.

O lo fin fo i adver t ido que a g uer r a er a im ine nt e . S e Olo f in de sej as se

se r v it or io so , e le de ver ia sa cr if icar de ze sse is o vo s, u m car ne ir o ,

um cabr ito , um g alo e 2 200 búz io s e fo lhas de I fá.

130
O lo fin o uv iu as palav r as mas não sa cr ifico u.

96 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Pr ime ir o , e u o uv i um bar ulho re s so nant e .

Eu per g unt e i o que e st ar ia aco nt e ce ndo .

Ele s disse r am que Ir et e e st ava inic ia ndo I wor i.

I fá é o Pro po ne nt e . Or isa é o Co mandant e .

A g be ne gr o usa de s ua aut or idade par a tr azer o vo s br anco s.

A luk o ve r me lho usa de sua aut or idade par a t raze r ovo s br anco s.

I fá fo i co ns ult ado po r Òr únm ìlà Bar a Ag bo nnir e g un.

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar 2 000 pime nt as-da- co st a, o bì e 20 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Lhe fo i as se g ur ado que e le se r ia um co mandant e .

De sde e nt ão I fá se to rno u Pr o po ne nt e e o Co mandant e .

Gbe r e fu de ve se to r nar um Awo (A dv inho de I fá) par a se t or nar r ico . Awo !

Or áculo 97

Iwori-Ose

Es se O dù so br e tr ansfo r mar de sgr aça e m suce sso .

O bse r vação o cide nt al: M ulher de me ia idade po de e ng r av idar.

97 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S o fr ime r nto não ve m se m se us bo ns aspe ct o s..

O be m e o mal se mpr e e st ão j unt o s.

I fá fo i co ns ult ado par a O wo ko s i- e ny ian -k o sunwo n.

Lhe aco n se lhar am que não fica sse abat ido por que e le e st ava na po br e za.

131
e le de ver ia mant e r se u bo m no me . Do çur a nor malme nt e t er m ina o g o sto de uma fo -

lha amar g a.

F o i falado par a e le o fer e ce r sa cr if íc io de mane ir a que s ua de sg r aça pude s se se

t rans for mar e m pro spe r idade : po mbo s, 3 200 búz io s e fo lha s de I fá (pilar as fo lhas

amar g as de o luse aj u; ad ic io nar ao sabão ).

97 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A uma mulhe r bo nit a que não me nstr ua, co mo po de t er f ilho s ?

Est e fo i o I fá div inado par a O ju- oj e de usa da be le za.

Ela fo i o r ie nt ada a sa cr ificar de mane ir a a po der t er f ilho s.

O sacr if íc io : uma g alinha, u ma cabr a, 2 400 búz io s e fo lhas de I fá.

Or áculo 98

Ose’wori

Es se O dù fala de po de r e gr ande za, por é m adver t e que o mau e mpr e go de s se s

po de de str u ir o lar ou fa mília.

O bse r vação o c ide nt al: M uit o t e mpo o u ê nfase no t rabalho e st á ame a çando o

r e lacio name nt o e a fa mília do cl ie nt e .

98 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Te m i- a-se t iwo n co nsult o u I fá par a O se e par a I wo r i.

Q ualque r um que de saf ia sse A pa se r ia mo r to por A pa.

Q ualque r um que de saf ia sse I ro ko se r ia co nfr o nt ado co m Ir ok o.

F o i pr e d ito que O se’ wo r i se t or nar ia um g r ande ho me m.

Ele t er ia co nt ro le so br a as dificul dade s e v it ó r ia so bre o s in im ig o s.

O sacr if íc io : um car ne ir o , 2 000 pe dr as, 2 200 búzio s,

e fo lhas de I fá (mo er g ran it o e pime nt a-da- co st a at é v ir ar pó par a se r to mado no

m ing al)

132
Ele o uv iu e r e alizo u o sa cr if íc io .

98 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Tule t ule -Eg a co nstr u iu e de st r uiu s ua pró pr ia te nda.

I fá fo i co ns ult ado par a O luf ij abi A binut anf i- og bung b un- t u-il e -k a.

F o i pe dido que sacr ifica sse de mane ir a que sua casa não fo sse de str u ida:

um car amujo , ban ha de ò r í, aze it e -de -de nê , 16 000 b úzio s e fo lhas de I fá.

Ele o uv iu as palav r as mas não sacr ifico u.

S e e le t ive sse fe it o o sa cr ifíc io , deve r ia m te r -lhe aco nse lhado a co me r fr e qüe nt e -

me nt e babanas mad ur as, ve rt e r aze it e -de -de ndê e m Eleg bar a, e de ver ia te r s ido

po st o banha de ò r í e m I fá.

Or áculo 99

Iwori-Ofun

Es se O dù fala so br e me lho r ia s no s ne g ó cio s e su ce s so .

O bse r vação o cide nt al: A s pr eo c upaçõ e s mo ne t ár ia s o u co me r ciais do cl ie nt e

ir ão lo go de sapar e ce r.

99 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U m bo m Awo co nsult o u I fá par a Òr únm ìlà.

I fá se g u ia e m uma pe r eg r inação d iv inató r ia par a a lag o a e par a o mar.

F o i pr e v isto que I fá co nt inuar ia adqu ir indo pr e st íg io e ho nr a. Ele re to r nar ia a

s ua casa co m f inan ce ir a me nt e be m.

Ele de ve r ia sacr ificar o ve lha br anca, po mbo s br anco s e 8 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e re al izo u o sacr if íc io .

Or áculo 100

Ofun’wori

133
Es se O dù e x plica que o uso co rr e t o do d inhe ir o asse g ur a re al ização na v ida.

O bse r vação o cide nt al: Q ue stõ e s mo ne t ár ia s po de m cau sar co nt ro ve r sia e mo -

c io nal.

100 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O lak anmi co nsu lto u I fá par a Aj é .

A jé fo i o r ie nt ada a o fe r e cer sa cr ifíc io de fo r ma que as pe sso as do mundo co nt inua -

r ia m a pro c ur ar por e la pr a cima e pr a ba ix o .

F e ij õ e s br anco s, sal, me l e 2 000 búz io s se r ia m o fe re c ido s.

Ela se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

U m dia, Aj é ir r it ada fo i at é o r io e as pe s so as ze lo same nt e pro cur ar am po r e la no

fu ndo do r io .

100 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S e t e mo s bo m co r ação no s po de mo s adot ar o s filho s de o ut r as pe sso as co nsult o u

par a O bo nhun bo nhun, que fo i r ico mas de spr o v ido de f ilho s, e por e st a razão fico u

mal- afamado . Fo i pe d ido que e le sacr if ic as se de z rat o s, de z pe ix e s, de z po mbo s e 2

000 búz io s. A s sim e le fe z. Mas i tar de , Èsù que se mpr e apo ia aque le s que re alizam o

sa cr ifíc io , o e nco ntr o u no cam inho da ro ça e disse a O bo nh unbo nhun (be so ur o ) que

pe g asse qualque r um do s j ove ns inse t o s que e le atr a iu at é sua ca sa e co br isse co m

ar e ia. Ele disse que O dudua o s t r ansfo r mar iam e m cr ian ças par a e le . O bo nhu nbo -

nhu n se g u iu e st e co nse lho e is so é o que e le a inda faz at é hoj e .

Or áculo 101

Ìdí-Rosù

Es se Odù adver t e co nt r a uma e nfe r m idade na ár e a da c int ur a o u náde g a.

Tam bé m pro g no st ica um in cr e me nto no s neg ó cio s.

134
O bse r vaçaõ o cide nt al: U ma clie nt e fr e que nt e me nte e nco nt r ar á d if ic uldade s

me n str ua is o u ut er inas.

101 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ela p ic a, me dó i— a náde g a do anc ião lhe causa dif ic uldade s.

F o i co nsult ado par a Ag ba K uo mi, que te m alg um t ipo de e nfe r midade e m s uas ná -

de g as.

Ele fo i o r ie nt ado que se sa cr ifica sse e r e ce be r fo lhas de I fá e le f ic ar ia cur ado .

O sacr if íc io : nove car amuj o s, 18 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ele fe z o sa cr if íc io .

101 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Est a é a c sa do babala wo .

Est a é a va r anda do babalawo .

O sù- g ag ar a (alto O sù), o A dv inho de At ande ,

co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà.

Ò r únmìlà fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar.

O sù o far ia po pular no mundo .

O papag aio é co nhe c ido po r sua calda ver me lha. U ma gal inha,

aze it e -de -de ndê , um r at o , um pe ix e , 20 000 búzio s e um o sù (bo r dão de of íc io de

I fá)

de ver iam se r sacr ificado s.

Ele r e alizo u o sa cr ifíc io .

O o sù fo i plant ado de fr o nt e À casa de Òr únm ìlà. O utr o s mat er iais de sacr if íc io fo -

r am co lo cado s al i, no s quais o aze it e - de -de ndê e r a ve rt ido .

Or áculo 102

Ìrosù’dí

135
Es se Odù fala de uma pe sso a que t e m um tale nt o par a cur a e o fe r e ce so lu çõ e s

par a co nce pção .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve me d it ar so br e uma carr e ir a dife r e nt e .

102 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

B imo ba wo ndi- a-san co nsult o u I fá par a Ìr o sù que t inha assu mido que t odas as fe r i-

das e nfa ix adas po r e le c ic atr izar iam. Fo i pe dido que e le sacr if ic as se bandag e m, u m

pe ix e ar a, quat or ze m il búzio s e fo lhas de I fá (e smag ar fo lhas de Ìr o sù e m ág ua; ut i -

l izar a mist ur a par a lavar o s ik in do clie nt e ). e le se to r nar ia mé dico . Se e sse I fá é

d iv inado e m um e se nt aye o u I te fá, o cl ie nt e o cl ie nt e s se t or nar á um e spe c ial ist a e m

c ur ar mach ucado s.

102 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O ja- abiamo -ad it u co ns ulto u I fá par a Ì ro sù.

F o i pe dido a e le a sa cr ifíc io de mo do que e la se t or nasse mãe .

do is r ato s, do is po r quinho s da in d ia e 20 000 búz io s.

Ela sa cr ifico u.

Or áculo 103

Ìdí’owonrin

Es se Odù fala da che g ada do r e co nhe c ime nt o e da im por t ância da car r e ir a do

cl ie nt e .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á se n do pr e ss io nado no t rabalho .

103 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

136
I d iwo nr inwo n - Id iwo nr in wo n co n sult o u par a Obahu n Ij apa. F o i pe d ido a e la que

sa cr ificas se de mane ir a de fo r ma que e le fo s se ho nr ado e m to do lug ar que fo sse t o -

car. O sacr if íc io : co nt as de cor al, quatr o po mbo s e 8 000 búz io s. Ele fe z o sacr if íc io .

O bahun se t or no u u m impo r t ant e to cado r. Ele sacr if ico u co r al dev ido ao int e rt e n i-

me nt o .

103 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Em ik o maak u-Yiye n ninmaaye co ns ulto u I fá par a O pe , que fo i o r ie nt ado a fazer sa -

cr if íc io

de fo r ma que e le pude s se t er t er uma base fir me e ev it asse a mo rt e . O sacr if íc io :

uma ove lha, um ago go , 4 400 búz io s e fo lhas de I fá. Ele o uv iu as palavr as e sa cr ifi -

co u. O pe fo i asse g ur aco co m um base f ir me e v ida lo ng a. F o lhas de I fá: Lave o s ik in

I fá co m fo lha s de k ut i e co lo que o ago go no ik in de I fá. C ant ig a de I fá: Eu e st o u e n -

ver g o nhado da mor t e ; e m lug ar de mo rr er e u me tr ansfo r me i na fo lha kut i (r e pet ir

quat ro ve z). O ag o go de ve aco mpanhar e st a cant ig a

Or áculo 104

Owonrin’di

Es se Odù fala da ge ne ro s idade e ho ne st idade co mo fór mula de suce sso e

amo r.

O bse r vação o cide nt al: O s neg ó c io s apar e nt am e st ar de "pe r nas par a o ar ".

104 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O wo r in -d imo wo , O wo nr in -d ime se fo i aco nse lhado a pr at icar a car idade de fo r ma a

r e ce be r bê n são s. Ele não ag ir ia as sim. I fá fo i co nsult ado par a O bahun Ij apa, que fo i

o r ie nt ada a sa cr if icar de for ma que e la não ficas se de sampar ada: uma pacot e de o bì,

uma g rande t ig e la de inha me p ilado , um gr ande po t e de so pa, quat ro po mbo s e 2

000 búz io s.

137
104 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S eg ur e e st a co isa, mant e nha se g ur o . Se vo cê é que st io nado , a co isa de ve r ia ser pr o -

duz ida e m de manda. I fá fo i co nsult ado par a ce st as e saco las. C ada uma de las fo i

o r ie ndada a dar sa cr ifíc io de fo r ma que as pe sso as co nt inuar iam as amando . O sa -

cr if íc io : do is po mbo s e 2 400 búz io s. Elas sa cr ificar am. Fo i de clar ado que qualque r

um que de vo lve s se co isas a se us pro pr ie t ár io s ir ia se mpr e pr o spe r ar.

Or áculo 105

Ìdí’bàrà

Es se Odù fala so br e a ne ce s sidade de r e mo ve r o bst áculo s e mau e nte nd ido s

atr av é s de sa cr if íc io .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e se de par a co m pro ble ma s no r e lacio na me nto . Co m -

pro m is s é ne ce ssár io par a salva-lo .

105 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ed id i o s at r apalha, O bar a o s dá co ber t ur a fo i div inado par a a ár vor e e m um ar b ust o

e sp in ho so que fo i aco n se lhado par a sa cr ificar o s se g u int e s mat er ia is de for ma que

e t i (d if icu ldade s) se r iam r e mo v idas de se u caminho . També m fo i div inado pr a O pe

e fo i pe d ido que sa cr ifique : uma fo ice , um machado , um cint o par a s upor t e ( ig ba),

uma pr e á, um pe ix e ar o , po mbo s e 18 000 búz io s. Ela[a ár vo r e e m um ar bust o e sp i-

nho so ] se re c uso u a r e alizar o sacr if íc io de st as co isa s, mas O pe sacr ifico u. Fo lhas de

I fá fo r am pre par adas par a O pe e fo i dit o que e le não se r ia at r asado pe lo s ar bust o s.

Ès ù e st á se mpr e ao lado de que m sa cr ifica. U m dia, Ès ù disse ao faze nde ir o pe g ar

se u s ape tr e cho s e ir a O pe e ve st ir O pe , po r que Ès ù de ago r a e m diant e to r nar ia

O pe be né fico ao faze nde ir o . O faz e nde ir o se g uiu a or ie nt ação e ve st iu O pe . O pe ao

se u te mpo se to r no u be né fico às pe sso as.

105 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

138
Ed id i o A dv inho de O ko (o ar bu sto ), O bar a o A dv inho de I lé (a casa ). I fá fo i co nsul -

t ado par a ambo s e fo i pe d ido par a sacr ificar e m de fo r ma a e v it ar e m mal -e nt e ndido s

e ntr e e le s par a se mpr e . O sacr if íc io : duas ave s (um galo e uma g al inha), uma ca br a,

um ca br it o e 20 000 búz io s. Ed idi se re cu so u a sa cr ificar, mas O bar a não . Co mo de

co st ume , Ed id i fo i a ca sa de se u s par e nt e s, na ca sa de O lo f in , par a cumpr ime nt a- lo s

apó s um dia de t rabalho na ro ça. Eve nt ualme nt e e le fo i aco nse lhado a v ir e pe d ir

s ua no iva e m ca same nt o , as sim que e la pude s se casar. S ua pro me t ida, O bar a, não

g o st a de Ed id i, o qual e la r id ic ular iza co mo se ndo um le nhador. Ela pe r g unto u, “o

que de vo e u fazer co m um le nhador ?”. Em se g uida, e le co me ço u a supl ic ar O bar a

par a e ncar a- lo co m bo ns olho s. O bar a não qu is v ê -lo . Ed id i, f inal me nt e r e alizo u o

sa cr ifíc io que lhe fo i pe dido , po is de o ut r a mane ir a per de r ia sua e spo sa.

Or áculo 106

Obara’di

Es se O dù adver t e co ntr a pe r da de no s sa inde pe nde n cia e int e gr idade .

O bse r vação o cide nt al: O r e lacio name nt o do cl ie nt e e st á se de se quil ibr ando

de v ido a re clama çõ e s do par ce ir o .

106 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ee s in -war a co nsu lto u I fá par a Olo fin, que fo i adver t ido que alg um ex tr ang e iro s e s -

t avam po r v ir. Ele s pr e nde r iam as pe sso as nas ca sas e na faze nda e o s le var ia pr a

c idade s e xt r ang e ir as. Fo i pe dido que O lo f in sacr if ica sse aze it e - de de ndê a se r ve r it -

do so br e Èsù, e de ze s se is po mbo s, um de le s par a se r u sado par a a pro p ic iação da

ca be ça do cl ie nt e . Esmag ue as fo lhas de olu se saj u e o r ij i e m ág ua; per m it a que o

sang ue do po mbo go te j e na mist ur a; leve e st e pot e de r e mé dio de I fá ao me r caado

de fo r ma que t odas as pe s so as da c idade po s sam e sfr eg a- la e m se us cor po s.

139
106 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I g bá or í-am i, o A dv inho das mulhe r e s, co ns ulto u I fá par a uma pr o st it ut a que e st ava

indo pr a cama co m to do s o s ho me ns. Ela fo i adver t ida que e st ava faze ndo uma co i -

sa arr is cada. U ma pro st it ut a pe r de o re spe it o . Ne nhu ma mulhe r po de pr o spe r ar pr a

se mpr e na pr o st it u iç ão . Ela fo i aco n se lhada a co nfe ssar sua ig no r ância e a sacr if ic ar

do is po mbo s, do is car amuj o s, banha de ò r í, 8 000 búz io s, e fo lhas de I fá (e smag ue

fo lhas de e so co m iy r e ; co z inhe a m ist ur a co m um car amuj o faze ndo uma so pa par a

e la co mer ; vo cê t ambé m po de m ist ur ar e so mo ido co m banha de ò r í par a e sfr e g ar na

vag ina; as fo lhas de e so po de m se r pilada s co m sabão par a banhar -se ).

Or áculo 107

Idi-Okanran

Es se Odù adver t e que qualque r um que pr at ica at o s de so ne st o s ir á cer t ame n -

t e se r peg o e punido .

O bse r vação o cide nt al: Tr a ição po r aque le s que o cl ie nt e co nf ia le var á a pro -

ble ma s.

107 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I d iko nr andik o nr an, I d iko nr an amarr o u do is inha me s j unt o s div ino u par a do is la -

drõ e s que se d ir ig ia m à sua ro nda nor mal. Ele s fo r am aco nse lhado s a sacr if icar e m

par a ev it ar se r e m pr e so s po r fo r te co r da e nquant o pr o cur avam s ua ave nt ur a. A te r -

r a pr e nde o ladr ão e m no me do do no . R o ubo é um at o de so nr o so . Ele s falar am,

‘ qual é o sa cr ifíc io ?’ . F o i dit o : quatr o car amuj o s, 3 200 búzio s e fo lhas de I fá (e s ma -

g ar fo lhas de e so e o luse saj u e m ág ua e lavar o cor po co m isso ). O s ladrõ e s se r e cu -

sar am a sa cr ificar. e le fo r am capt ur ado s e amar r ado s co m cor das e lame nt ar am por

não t er e m fe it o o sa cr ifíc io .

140
Or áculo 108

Okanran-Di

Es se O dù fala de um r e lacio na me nto que ir á e ve nt ualme nt e dar a ce r to .

O bse r vação o cide nt al: U ma so cie dade o u r e lacio na me nto ant e r io r é re ace so .

108 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U ma pane la pr e t a t o ma cu ida do co m to do o mu ndo alé m de s i me sma. I fá fo i co n -

s ult ado par a Òr únm ìlà, que e st ava indo de spo sar Eh in mo la. To das as de idade s

(I r únmale ) t e nt ar am se duz ir Ehinmo la se m suce sso . Òr únm ìlà fo i aco nse lhado a sa -

cr if ic ar po mbo s e 12 000 búz io s. Òr únmìlà ouv iu at e nt ame nte o co nse lho e sa cr ifi -

co u. Ele mais a d iant e fo i aco nse l hado a não pe r der a pac iê nc ia se a mulhe r não lhe

de s se at e nção ime diat ame nt e . Ela bus car ia por e le o nde quer que e le pude s se e st ar.

Ela amald iço ar á o d ia e m r e cuso u a pr o po st a de Òr únm ìlà. Òr únm ìlà par t iu par a

A do Ay iwo . U m ano de po is de po is que Ò r únmìlà par t iu, Ehinmo la mudo u sua o pi -

n ião . Ela de se j o u se ca sar. Ela fo i po r t oda par t e co m as de idade s, mas n ing ué m

co nse g u iu a mald iç ão que Òr únm ìlà j og o u so br e e la. To do s o s e sfo r ço s se mo st r a -

r am inút e is. Ehinmo la e ve nt ual me nt e ar r umo u sua s mala s e se d ir ig iu à casa de

Ò r únmìlà e m A do . Òr únm ìlà e st ava fe st ej ando o Fe st ival do I nhame No vo quando

Eh in mo la che go u. O aze it e -de -de ndê e o sal de Òr únm ìlà t inham se e sg ot ado , o que

Eh in mo la pro ve u aleg r e me nt e quando e la de s fe z suas malas. Q uando Òr únm ìlà t er -

m ino u a o fer e nda, e le pe rg unt o u a Eh inmo la, “o que vo cê faz aqu i? ”. Eh in mo la re s -

po nde u, “é vo cê ”. Ent ão Ò r únmìlà apanho u duas fat ias de inha me que e le sacr if i-

co u. Ele e sfr eg o u uma na o utr a e as de u a Ehinmo la d ize ndo , “e le e st á pr o nto par a

se r co m ido , Eh inmo la. Ele e st á pr o nt o par a ser be bido , Ehinmo la”.

F o i ass im que Eh in mo la se t or no u e spo sa de Òr únm ìlà. De sde e nt ão , se que st io na -

mo s acer ca de que m co nhe ce o f ut uro , e le s d ir iam, “Ò r únmìlà co nhe ce o fut uro ”.

141
Or áculo 109

Ìdí-Ògúndá

Es se Odù fala da ne ce ss id ade de sabe do r ia e car át e r par a e qu il ibr ar a fo r ça

f ís ica.

O bse r vação o cide nt al: Pro m is cu ida de se x ual le var ão ao de sast r e .

109 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r únmìlà d is se Ì dì-Ò g ún-dá

Eu disse Ìd ì- Òg ún- dá.

Ò r únmìlà aco nse l ho u Òg ún a sacr ificar uma ove lha, u m po mbo ,

4 400 búz io s e fo lhas de I fá de fo r ma que s ua cabe ça fo s se t ão bo a

quant o o re st o do co r po .

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Tudo e st avam be m co m e le .

109 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r únmìlà d is se que a r e sidê c ia de Òg ún e st ava abando nada,

Eu disse que a re s idê n cia de Ò g ún e st ava abando nada.

Po r que nó s che g amo s à r e sidê nc ia de Òg ún e não e nco nt r amo s ning ué m?

A ca sa fo i t ot alme nt e abando nada.

Ele s disse r am que o car át er de Ò g ún e st ava apavo r ando [t o do mundo ].

Ent ão se nó s de se j ásse mo s que a ca sa de Ò g ún fo sse abar ro t ada [de pe s so as]

co mo e spe r amo s, e le de ver ia sa cr ificar uma cabr a, 20 000 búz io s, e fo lhas de I fá.

Or áculo 110

142
Ògúndá’Dí

Es se O dù fala de uma j or nada be m s uce d ida, po r é m adver t e so br e po s síve l

de s co nfor to int e st inal.

O bse r vação o cide nt al: U ma clie nt e gr áv ida te m fr e qüe nt e me nt e alg uma he -

mo rr ag ia place nt al. S acr if íc io ir á cur ar o pro ble ma.

110 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g ún e st a in do v iaj ar. Ele fe z suas malas.

Ò r únmìlà d is se que a v iaj e m de Òg ún se r ia d ive rt ida e

que e le r et o r nar ia co m seg ur ança.

O sacr if íc io : um g alo , aze it e -de - de ndê . o bì e 4 400 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

110 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O jo -sur u sur u (vazame nt o s co n st ant e s ), A dv inho do par a íso ,

co ns ulto u I fá par a uma caba ça no va (k er e g be ).

F o i pr e d ito que a cabaça ir ia vazar.

Par a blo que ar o vazame nt o , e la fo i or ie nt ada a sacr ificar past a de cale fação (at e ),

e sp in ho s, 3 200 búz io s e fo lhas de I fá (e smag ue fo lhas de dag ur o e co zin he co m pe i -

x e ar o par a o cl ie nt e co me r ).

I fá d iz: se e sse o dù fo r div inado , o cl ie nt e so fr e de dise nt e r ia.

Or áculo 111

143
Ìdí’sá

Es se O dù fala de inq uie t ação e de sej o de fug ir de suas re spo n sabil idade s.

O bse r vação o cide nt al: Pr e ssõ e s d iár ias e st ão cau sando t ranst or no e mo cio nal.

111 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì d í (as nád e g as) e ntr o u, Ì d í fo i se nt ar -se , Ì dí não po de se nt ar - se , Ìd í se le vant o u, Ìd í

não pô de de scan sar. Fo i pe d ido a Ì dí sacr if ica sse par a po der de s cansar. O sacr if íc io :

um po mbo , 3 200 búzio s e fo lhas de I fá (e smag ue fo lhas de e sò e j ok oj e e mist ur e

co m sabão -da- co st a; par a o clie nt e usar se mpr e par a lavar se u cor po ).

111 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r únmìlà d is se Ì dí-Ò sá, e u disse Ìd í- Ò sá. Ìd í cor re u par a t ão lo ng e que e la e st a va

se ndo pro cur ada par a se to r nar uma che fe . Ì dí (a s nádeg as ) par a lo ng e ; ning ué m a

pro c uro u mais. Ela se to r no u mo t ivo de de so nr a e de ver go nha. Ìd í fo i aco nse lhada

a sa cr ificar de z fo lhas de o wa, de z po mbo s, de z o ve lha s, 20 000 búz io s e fo lhas de

I fá que e la de ver ia pr o cur ar. Ela fe z co mo fo i aco nse lhado . É por is so que to do

mu ndo e st a a pr o cur a de Ì dí.

Or áculo 112

Osa’di

Es se Odù so br e r e mo ção de blo que io s par a obt er um r e lacio na me nto be m su -

ce d ido .

O bse r vação o c ide nt al: O me do da car ê cia de r e lacio na me nto do cl ie nt e te r mi -

nar á co m o apar e c ime nto de uma nova pe s so a.

144
112 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O s cam inho s de Ò sá não e st ão aber t o s. O s cam in ho s de Ò sá e st ão blo que ado s.

Ò r únmìlà disse que um sacr if íc io t e m que se r ex e cut ado par a abr ir o s cam in ho s

par a Ò sá. U ma lampar ina de barr o , aze it e - de -de ndê , 8 000 búz io s e fo lhas de I fá

(p ulver izar fo lhas de quiabo e m ist ur ar co m são par a banhar -se ). A lampada de ve

se r ace sa no mo me nt o do sacr ifíc io .

112 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r únmìlà d is se que bo as not íc ia s são mo t ivo de ale gr ia. Eu disse bo as not íc ia s. Por

favor diag a a ot do mundo que a pe s so a que e st ávamo s pr o cur ando che g o u. O bì,

o ro g bo , p ime nt a- da-co st a, v inhi de palma e 3 200 búzio s de ve m se r sacr if ic ado s. O s

co mpo ne nt e s do sacr if íc io de ve m se r ut il izado s par a int r et e r a pe sso a.

Or áculo 113

Ìdí’ká

Es se O dù adver t e co ntr a pun ime nto s se ver o s por má s façan has.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e se de par a co m po s síve is t r aiçõ e s e m ne gó c io s

o u se g r e do s pe sso ais.

113 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Nó s inve st ig amo s fe it ice ir o s, br ux as e que m causa dano s a o utr e m; A i da for m ig a

que t e m fe r r ão e fe rr o a quando for pê g a. I sto fo i d iv inado par a A bate n ij e , O sik apa-

ad iye - adug bo - r un, At ’e niyan -at ’e r anko - ko n’ee wo , que disse que se u f im e st ava pr ó -

x imo . O sa cr ifíc io : Q ualque r co isa que o babala wo pe ça e fo lhas de I fá (e smag ue fo -

145
lhas de or ij i e oluse saj u e m ág ua; ut ilize uma e spo nj a k anr ink an no va e sabão - da-

co st a par a lavar o cor po do clie nt e ). O clie nt e t ambé m t ê m que at e nder a a adve r -

t ê ncia e dar a maio r ia de s uas po s se s co mo e smo las o u se in ic iar e m I fá.

113 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A s ir ibo mo mo co ns ulto u I fá par a Olo k un e O lo sa. F or am or ie nt ado s a cada um de le s

sa cr ificar quatr o pot e s de bar r o , de ze s se is po mbo s, 80 000 búz io s e fo lhas de I fá.

A ss im fize r am. Ele s fo r am as se g ur ado s de que n ing ué m ve r ia o u co nhe ce r ia o s se -

g re do s de le s.

Or áculo 114

Ìká’dí

Es se O dù fala so br e mo st r ar r e spe it o par a ev it ar pr o ble mas na v ida.

O bse r vação o cide nt al: A falt a de e sp ir it ual idade do cl ie nt e e st á blo que ando

as at iv idade s m undanas.

114 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

B iaba -r o -li-aro j u, Laise - lair o -b i- o minu- nko ’ ni, I ya K iig baij e ’ n i co nsult o u I fá par a

K o dunmi- Ag ba. Fo i pe dido que e le sacr if ic as se de mo do que não so fr e sse pun iç ão

nã v ida.

O sacr if íc io : de z ovo s ce g al inha,ba nha de ò r í, pe dr as de r aio , 4 400 búzio s e fo lhas

de I fá (t r it ur ar o r ij i e olu se saj u co m pime nt a do r e ino ; faze r uma so pa co m e ssa

m ist ur a co m um o vo ; co lo que as pe dr as de ra io na so pa apó s e la e st ar pr o nt a; A cor -

dar aao r o mper do dia e t omar e sse re mé d io ). Ag ba se re cu so u a sa cr if icar.

146
114 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S e um j ove m ho me m que é de scar ado e nco nt r a um ve lho awo , e le o bo fet e ar á. Se e le

e nco nt r a um ve lho her bo lár io , e le o cast ig ar á se ver ame nt e . Se e le e nco nt r a um ve -

lho sace r do t e que se ajo e lha e m pr e ce , ac ide nt alme nt e e le o lançar á ao so lo . I fá fo i

co ns ult ado par a o s de so be die nt e s, que d is se que n ing ué m po de r ia r e for ma- lo s. “Po r

quê ? Vo cê não sa be que uma cr ia nça que bat e e m um sa cer do t e que e st á r e zando

e st á pr o cur ando po r sua pr ó pr ia mor t e ? Ve r me s mor r e m rap idame nt e , muit o r api -

dame nt e ”.

Or áculo 115

Ìdí-Oturupon

Es se O dù fala de so luçõ e s par a pr o ble ma s mé d ico s que impo ss ib il it am a g ra -

v ide z.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e po de ex pe r ime nt ar um de spe rt ar e mo c io nal

o u e sp ir it ual.

115 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I d it ir ipo n, I dit ir ipo n, I di abiyamo t ir ipo n- t ir ipo n fo i co nsult ado par a O lu- Og an,

Q ue fo i o r ie nt ada a sacr if ic ar de ze sse is se me nt e s de ok or o, de ze s se is inha me s fê -

me a (e wur a), quat ro ca br as e 3 200 búz io s de mo do que e la po ssa par ir mu it o s f i -

lho s.

Ela fe z o que fo i pe dido .

115 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O sun sun, o awo de Olú ig bo ,

co ns ulto u I fá par a O dung be ,

que fo i pe diu par a sacr ificar

de mo do que e le não sej a at acado por do e nças nas náde g as.

O sacr if íc io : do is g alo s, um cão , 6 600 búz io s e fo lhas de I fá.

E, se e le já t ive s se s ido at acado , que e le po der ia se r cur ado .

147
Or áculo 116

Oturupon’Di

Es se Odù fala de uma pe sso a que e st á e spir it ual me nt e abando nada e e m ne -

ce ss idade de uma r e no vação e sp ir it ual.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á se auto co ns um indo e so fr e ndo dev ido a

ist o .

116 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O mundo é be lo . O par a iso é mar av ilho so . O dùdùa a or ie nto u as pe sso as do mundo

vo lt ar e m a e le atr av é s da r e e ncar nação . as cr iança s se re cu sar am a ir. A s pe s so as

ido sas tam bé m se re cu sar am a ir. e le per g unto u a razão . Ele s d is se r am, “Não é fá cil

ir ao par a iso e volt ar ”. Òr únm ìlà said, “O par aiso é gr acio so e é o lar da be le za”.

O dùdùa jama is v ive r ia e m um lug ar de spr e zíve l.O O r isa é se mpr e e nco ntr ado e m lu -

g ar e s de s ce nt e s. Qualque r um que é chamado de ve r e spo nder ao chamado .. Ne nhu -

ma mãe chamar ia se u filho par a so fr e r. A s pe sso as do mundo ainda e st avam e sit a n -

t e s. Ele s for am o r ie nt ado s a sa cr ificar de mo do que se us vé u s de e cur idão pude s se m

se r re mov ido s. S e e le s e st ão tr abalhando , e le s deve m se mpr e olhar par a o par a iso .

O sa cr ifíc io : Efun, um pe daço de t e cido br anco , 20 000 búz io s e fo lhas de I fá. Se o

sa cr ifíc io pr e scr ito fo s se re al izado , e le s se abst e r iam de sang ue . Ele s se r e cusar am a

sa cr ificar.

116 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ho je vo cê r e clama que O t ur upo n' D i é culpado . A manhã vo cê re cla mar á que Èlà não

e st á adm in ist r ando o mundo co rr e t ame nt e . Ele fe z O dundun o r e i do t o das as fo lha s

e Tet e se u re pr e se nt ant e . Vo cê ain da e st á re cla mando que Èlà não adm in ist r a o

mu ndo cor r et ame nt e . No fim., Èlà e st ir o u a sua cor da e as ce nde u ao s C é u s. Èlà e st i -

r ar ia a s ua co r da e de sce r ia par a re ce be r bê nção s, Èlà! O sa cr ifíc io : um po mbo , um

pe ix e aro e fo lhas de I fá (t r it ur ar fo lhas de or ij i co m sabão e dar ao cl ie nt e ao qual

148
e st e I fá fo i d iv inado ; e le deve r á se lavar co m e ssa mist ur a apó s re al izar o sa cr ifíc io

de mo do que sua s bo as façanha s no mundo não se j am v ist as co mo más).

Or áculo 117

Ìdí-Òtúrá

Es se O dù fala de re str içõ e s die t é t icas par a saúde e sa cr if íc io par a har mo n ia

fam il iar.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e fr e qüe nt e me nt e t e m pr o ble mas de saúde tal

co mo pr e ssão alt a o u co le st er o l.

117 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U m pa i de se j a o be m ao se u filho . U ma mãe de se j a o be m ao se u f ilho . Lo ng ev ida de

e idade avançada de pe nde de Èdú. I fá fo i co nsult ado par a O luye m i, que fo i o r ie nt a -

do a sacr if ic ar par a pr e ve n ir do e nça nas náde g as. O sa cr if íc io : um po mbo , uma g ali-

nha, um g alo , u m pe ix e ar o , 18 000 búzio s e fo lhas de I fá. No e se nt aye o u it e fá, e ssa

cr iança não deve se unir e m matr imô n io se m o co nse nt ime nt o de se u pai o u de sua

mãe . Ee wo : O clie nt e não deve co me r no z de co la o u car ne mas de ve ut ilizar p ix e o u

car amuj o s e m s ua so pa.

117 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O ko (a pá), o ún ico que pro c ur a o be m -e st ar da te rr a,

co ns ulto u par a A lár á,

que fo i or ie nt e ado a sacr if ic ar par a que sua fam íl ia se un isse ao inv é s de se dispe r -

sar.

O sacr if íc io : um fe ix e de vasso ur as, um par de po mbo s j ove ns e 16 000 búz io s.

A lár á fe z o sa cr ifíc io .

Lhe fo i as se g ur ado que ser ia fe l iz par a se mpr e .

A lár a se to r no u be m su ce dido .

149
Or áculo 118

Òtúra’dí

Es se O dù fala so br e uma cr ia nça s uce de ndo se u pa i e um re lac io name nt o co m

um par ce ir o do minant e .

O bse r vação o cide nt al: O o utr o par ce ir o no re lac io name nt o é co ntr o lador e m

de mas ia.

118 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A r iba de náde g as ver me lha s

co ns ulto u I fá par a O r í- Awo , que fo i saudado po r O muk o -e g i.

F o i pr e d ito que e le usar ia a cor o a de se u pai, lo g o deve r ia

sa cr ificar uma ove lha par a te r v ida lo ng a.

118 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O A lvo r e ce r (ij imj ik ut u) co nsult o u I fá par a A di.

A d i e st ava in do de spo sar o Nas ce r -do -so l ( iyale t a).

Ele s disse r am que e le se mpr e tr e mer ia à v ist a de sua e spo sa.

O sacr ifp ic io : tr ê s g alo s e 6 600 búz io s.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

Or áculo 119

Ìdí-Irete

150
Es se Odù fala da ne ce ss id ade de t rabalho ár duo par a alcançar uma po sição

e le vada.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e te m uma pr o mo ção o u novo t rabal ho e m se u

cam inho por é m o me do po de blo que a- lo .

119 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O moy in, o Adv inho de bo m co r ação , lavo u o utr a ca be ça do ho me m.

A ca be ça fico u l impa.

O moy in lavo u o utr o cor po do ho me m. O co r po fico u br ilhando .

I fá fo i co ns ult ado par a Awer or o g bo la.

F o i pr e d ito que A deg b it e se to rnar ia r e i no fut ur o . De z po mbo s,

pe nas de papag aio e 2 000 búz io s

Ele o uv iu e sacr if ico u.

119 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I j ime r e , o A dv inho da apt idão fís ic a e da be le za,

co ns ulto u I fá par a Ar ise ma se Ì dír e t er e t e .

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar de mane ir a a tr abalhar e não

t er me do de t rabalhar.

O sacr if íc io : um car ne ir o , uma e nx ada, uma fo ice e um cão .

Nó s pe rg unt amo s a razão .

I fá d is se : U ma e nx ada nun ca falt a ao tr abalho . U ma fo ice nun ca ado e ce .

U m cão pe g a no tr abalho dur ame nt e . U m car ne ir o não te me ne nhu ma o po s iç ão .

Or áculo 120

Irete’di

151
Es se O dù ala de r e sist ê nc ia à mudança, mas da ne ce ss idade da me s ma.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e pr e c isa re aval iar um r e lacio name nt o que não

e st á dando ma is ce rt o .

120 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I jo ko -ag ba- biik ’e n i- ma- dide -mo , A g ba-m’o pa-l’o wo .

co ns ulto u I fá par a a M ó (o lo ) .

O lo não que r ia se le vant ar do lug ar onde e la e st ava.

F o i pe dido que e la sacr ifica sse do is po m bo s, 4 400 búz io s e fo lhas de g bé g bé .

Ela o uv iu o co nse lho e sacr if ico u.

O lo se mpr e te r ia alg ué m par a car r eg a- la.

Or áculo 121

Ìdí-Ose

Es se Odù fala so br e po ss íve is pr o ble mas pro ve n ie nt e s de o rg anismo s m icr o s -

có p ico s.

O bse r vação o cide nt al: Pro m is cu ida de ir á re sult ar e m do e nça.

121 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O s o lho s pro t eg e m a cabe ça; uma pe que na co isa po de causar co nf usão inca lculáve l.

I fá fo i co ns ult ado par a 165 árvor e s. Elas fo r am o r ie nt adas a faze r sacr if íc io par a

e v it ar r e ce be r um e st r anho pe r ig o so s. Q uat r o faca s, aze it e - de -de ndê , banha de ò r í e

18 000 búz io s deve r ia m ser sacr if ic ado s. Elas o uv ir am o co nse lho , po r é m não sacr i -

f ic ar am. O pe sa cr ifico u me t ade do que fo i pe dido e Per e g un se g uiu a o r ie nt ação e

r e alizo u ple name nt e o sacr if íc io . À que le s que sacr if ic ar am fo r am dadas fo lhas de

I fá. Ent ão fo i de clar ado que par asit a s nunca arr u inar iam O pe e ne m Per e g un. Par a-

s it as te imo so s que te nt am at acar Pe re g un não so br e v ive m.

152
121 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ele s so fr e r am um de sa str e e qu ise r am sabe r qual fo i a causa, ma s ning ué m so ube

co mo e la ve io at é que r e alizar am sacr ifíc io pr ev ist o por Baale - er o , que aco nse lho u a

sa cr ificar quatr o g alin has, 8 000 búzio s e fo lhas de I fá par a pe r mit ir a de s co ve r t a.

Or áculo 122

Ose’dí

Es se Odù adver t e co nt r a se r m uit o amáve l, par a que um in im ig o der ro t ado

não r et or ne .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e ncar a um co nfl it o ao qual e le de ve se co m-

por t ar ag r e ssivame nt e .

122 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Nó s não apanhamo s um g at uno e o de ix amo s se m uma ún ic a mar ca. S e nó s so mo s

v it o r io so s, nó s de ve mo s pr e nde r o t r aido r. Se nó s não pr e nder mo s o t ra ido r, a pe s -

so a que nó s co quist amo s, de po is de de scançar u m po uco , clamar á v it ó r ia so br e nó s.

I fá fo i co ns ult ado par a S aanu-o t e , que fo i or ie nt ado a sa cr ificar par a ev it ar de t ra -

t ar uma falt a co m co mpa ix ão . De u s ama a t odas as co isa s não e m ex ce s so . O sa cr ifí -

c io : quat ro g rande s saco las, 3 200 búz io s e Fo lhas de I fá; U ma sa co la pre nde se u

co nt e udo .

Or áculo 123

Ìdí-Òfún

Es se O dù fala re mo ção de blo que io s e de uma v iag e m in e spe r ada.

153
O bse r vação o cide nt al: O s neg ó c io s do cl ie nt e e st ão in do mal; é r e co me ndado a

t o mada de uma no va linha de ação .

123 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O j ij ifir i co nsult o u I fá par a Ì dí e Ò fún.

F o i dit o a e le s que u ma ine spe r ada v iaj e m e st ava por v ir e que deve r ia m sacr if ic ar

de mane ir a que t ive sse m suce sso ne s sa j or nada.

O sa cr ifíc io : uma ove lha, um po mbo , 18 000 búz io s e fo lhas de I fá (faze r uma so pa

co m fo lhas de aik uj e g unre t r it ur adas, um po mbo e um pe ix e aro ; te ve se r co mida

be m ce do pe la manha pe la pe sso a o u por qualque r um na casa ).

123 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ed id i o s se g ur a e m casa. Ò fún o s blo que ia na flo r e st a.

Q ue m ir á salva- lo s ?

A pe nas Òr únm ìlà o s libe rt ar á;

A pe nas Òr únm ìlà.

I st o fo i div inado às pe sso as de I fe - Oo ye no d ia que e le s

fo r am sit iado s.

Ele s for am o r ie nt ado s a sa cr ificar um pe nt e , um po mbo e 2 400 búzio s po que

so o cabe lo e st á e mbar açado , ape nas um pe nt e po de ar r uma- lo .

Or áculo 124

Òfún’dí

Es se O dù adver t e co ntr a g ula e e go ísmo .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e st á se pr o cupan do de ma is co m se u s neg ó ci -

o s; isso re su lt a e m dificu ldade s de re lac io name nt o .

154
124 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún l im it a sua bo ndade , Wàr àg bà ag e de pr e ssa de for ma que Ò fún não po ssa no s

mat ar. I fá fo i co ns ult ado par a O lo r í-O ga. Ele disse : Q ualque r um que l im it e a be ne -

valê nc ia e m sua ca sa nunca r e ce be r á bo ndade da o utr a par t e . Ele fo i o r ie nt ado a

sa cr ificar um po mbo , uma o ve lha, uma por ção de o b`e 20 000 búz io s par a pe r mit ir

que a bo ndade flua par a de ntr o da casa.

Or áculo 125

Ìrosù’wonrin

Es se O dù adver t e par a de s fr ut ar a pro spe r idade que che g a, deve mo s co nse r -

var a paz e har mo n ia.

O bse r vação o cide nt al: O s uce s so que che g a po de cau sar pr o ble mas famil iar e s

o u de par ce r ia.

125 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì ro sù wó nr ín, Ìr o sù wó r in wo n co ns ult o u I fá par a as pe sso as de A le de -O wa. Fo i pe -

d ido a a e le s que sacr if ica sse m de ze s se is po mbo s, uma ove lha, de ze sse is car amujo s e

16 000 o u 160 000 búzio s de mo do que pude sse m apaz ig uar a me nt e e e v it ar e m

g ue rr a c iv il.

125 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Er int unde , nó s e st amo s pr o spe r ando . I fá fo i co n sult ado par a as pe sso as de I fe -

O oye . Ele d is se : Est e é um ano de d inhe ir o e filho s. U ma ove lhas, um po mbo e 16

000 búz io s de ver iam ser sa cr ificad o s. A ss im e le s f ize r am.

155
Or áculo 126

Oworin’rosu

Es se O dù fala da im por t ância do s so nho s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce ss it a de co nt ato int imo co m s ua e ne rg ia

ance str al par a cor r ig ir d if ic uldade s munda nas.

126 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Er inmuye o A dv inho de bo m cor ação , co n sult o u I fá par a Olawu nmi quan do

O lawun mi do r miu e so nho u. Pe la manhã, pe d iu que um sace r dot e de I fá v is se div i-

nar par a e le . Er inmuye o Adv inho de bo m co r ação , ve io , co nsult o u I fá e e nco nt ro u

O wo nr in’r o su. A pó s cur t a r e fle x ão , e le d is se : Olaw unm i! vo cê te ve um so nho na ul -

t ima no it e . Est a é a r azão de t er co nv idado um babalawo . No so nho vo cê o uv iu o

so m de sino s de dança e v iu alg ué m sor r ido par a vo cê . O so nho que vo cê t e ve t r ás

bo ns aug úr io s. Lo go , vo ê deve sa cr ificar : do is po mbo s, duas g alinhas, do is paco t e s

de o b ì, 2 400 búz io s. Ele se g u iu a or ie nt ação e sacr ifico u. S ua cabe ça fo i cult uada

co m um po mbo . Fo i de clar ado que “O lawum i se mpr e se r ia re spe it ado ”.

Or áculo 127

Ìrosù-Obara

Es se Odù fala de div idir co m o s o ut ro s de mane ir a a gar ant ir pr o spe r idade e

fe l ic idade .

O bse r vação o c ide nt al: U m e nco nt ro de ne gó c io s o u o po rt un idade que e st á

por v ir ser á be m su ce dido .

127 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U ma v ida de pe g ar —e —le var far ia o mundo um lug ar pr aze ir o so par a se v ive r.

156
I fá fo i d iv inado par a Ò r únmìlà, q ue se d ig ir ia a O t u-I fe par a e nsinar as pe s so as a

co nv ive r e m be m tant o e m casa quanto na ro ça.

F o i pr e d ito que Òr únm ìlà e st ar ia apto a int r ui-lo s. Ele s ace it ar iam se us e ns iname n -

t o s.

M as ant e s de e mbar car e m s ua j or nada, e le de ver ia sacr if ic ar uma po r ção de or og -

bo , fo lhas de og bo , bananas e 16 000 búz io s.

A ss im fe z Ò r únmìlà.

127 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O mo ko A lajé , o t a nt a wàr à

co ns ulto u I fápar a O y in bo .

O y in bo fo i aco nse lhado a sacr if ic ar de mo do a capa cit a -lo a

co me r ciar abunda nt e me nt e .

O sacr if íc io : uma quant idade de sal e qu ivale nt e ao valo r de 200 búzio s,

uma gal inha br anca, um po mbo br anco e 20 000 búzio s.

O y in bo sacr ifico u e se t or no u pr o spe ro .

Or áculo 128

Obara-Ìrosù

Es se O dù pe de por in ic iação e m I fá par a asse g ur ar be nção .

O bse r vação o c ide nt al: O su ce sso do cl ie nt e de pe nde de cr e sc ime nt o e spir it u -

al.

128 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O r e i t e ve um f ilho ; e le o cha mo u de Ade (a cor o a). O r ico te ve um f il ho ; o cha mo u

de A jé (dinhe ir o ). Nó s o lhamo s e m no sso qu int al ante s de no me ar mo s uma cr iança.

Vo cê não sabe que o filho de O bar a- Ìr o sù é um babalawo ? Est e fo i o I fá div inado

ár a as pe s so as no dia que nó s v imo s O bar a-Ìr o sù no sant uár io de I fá. F o i pe d ido

que sacr ifica sse m de z rato s, de a pe ix e s, o sùn e 20 000 búz io s. O clie nt e de ve sr in i -

c iado e m I fá. Enquant o e le se to r na to talme nt e ver sado e m I fá, um o sùn de ve se r

plant ado par a e le .

157
128 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I fá no s favo r e ce u, que c ult ue mo s e nt ão a I fá.

O r isa no s favor e ce u, que cult ue mo s e nt ão O r isa.

O r isa -nla no s favo r e ce u co m filho s.

I fá fo i co ns ult ado par a Esu su.

F o i pr e d ito que Esus u se r ia favor e c ido co m filho s.

Lo go e le de ver ia sa cr ificar uma cabr a, 3 200 búz io s e fo lha s de I fá.

Or áculo 129

Ìrosù’kanran

Es se O dù chama pôr aut o -afir mação .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e é t imido e fac il me nt e do m ina do no t rabal ho .

129 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O luko nr an- iwo si, O luk o ya-iwo s i.

Q ualque r um que le var ins ulto s par a ca sa co nt inuar á so fr e ndo .

I fá fo i co ns ult ado par a O lo g bo , o f il ho de um sa ce r do t e .

F o i det e r minado que O lo g bo supe r ar ia to do s o s o bst áculo s e

co nqu ist ar ia se us in im ig o s.

F o i pe dido que sacr ifica sse uma faca, pime nt a-da- co st a, 2 200 búz io s e fo lha s de I fá.

Or áculo 130

Okanran’rosù

Es se Odù adver t e so br e o s pe r ig o s de açõ e s ir r e spo nsáve is e de clar a que ar -

r e pe ndime nt o ge nu íno se m pre se r á pe r do ado ..

158
O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e fr e que nt e me nt e te m pr o ble mas co m se u co m -

panhe ir o o u filho s.

130 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O ran- k iiba’ n ik iaye - or i, Enibar i-o r an-He e pa-o nada,

O nan iy ia dur it iwo n co nsu lto u I fá par a a g alinha e se u s p int o s

quando e le s e st avam per amb ulando l ivr e me nt e .

F o i pe dido que e le s sacr if ic as se m se de sej as se m co nt inuar

se mo ve ndo liv r e me nt e se m mo rr e r.

O sacr if íc io : um o sùn, um r ato , um pe ix e , 2 800 búz io s e fo lhas de I fá.

130 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

M á ação pr o po sit al não é bo m. Se uma pe sso a má se de scul pa, não haver á ne nhu m

pro ble ma. A s pe sso as se mpr e per do ar ão o ig nor ant e . I mo r an-se -ib ik o sun wo n co n -

s ulto u I fá par a O s’or an- s’ak in M e be lufe . To do o mu ndo e st ava se que ix ando de le . S e

e le se de sculpa sse ser ia per do ado . A s br ux as, o s fe it ice ir o s e Èsù o pa i de le s e st a va

blo que ando sua bo a sor t e pro ve nie nt e de Olo dunmar e . e le fo i co nt udo or ie nt ado a

sa cr ificar quat r o po mbo s, uma ove lha, no ze s de co la, 3 200 búzio s e fo lhas de I fá

(p ilar fo lhas de o luse saj u e or ij i co m sabão -da- co st a; u sar e st e r e mé dio par a ban ho ).

Ele re al iso u o sa cr ifíc io . Lhe fo i asse g ur ado que O lo dun mar e pe d iar ia a Èsù que o

pe r do as se .

Or áculo 131

Ìrosù-Egúntán

Es se O dù e nfat iza a ne ce ss idade de sacr ifíc io e do uso da me dicina her bal.

Pe de par a que a pe s so a se co nt e nha e m faze r mal e se de dicar ao cu lt ivo do

bo m car át e r.

O bse r vação o cide nt al: A s co isa s não e st ão fluindo par a o cl ie nt e .

131 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

159
U m ca chor ro é agr adáve l at é o s de nte s e m sua bo ca. U m car ne iro é agr adáve l at é

se u s ch ifr e s. I fá fo i co ns ult ado par a a pe sso a malvada. De u s in st r uiu às pe sso as do

mu ndo a re al izar e m sacr if íc io . Òr únm ìlà in st r uiu no uso da me dicina. Ele disse que

se as pe sso as re al izam sacr if ic io e ofe r e ndas, e las de ver iam implo r ar a Ele g bar a

par a que e st e le ve o s sacr ifíc io s até O lo dunmar e . De u s não to r na o sa cr if íc io o br ig a -

t ór io . Q ualque r um que de se j a t er su ce sso far á o sa cr ifíc io . Or isa- nla inst r u iu as

pe s so as a pr ivar -se de e nv iar a È sù me n sag e ns malig na s, dev ido às s uas r e pe r cu -

sõ e s. Q uat ro po mbo s, sa bão -da- co st a, o sùn e 3 200 búz io s deve r ia m se r sacr if ic ado s.

Elas r e alizar am o sa cr ifíc io e de sde e nt ão . Òr únm ìlà t e m falado às pe sso as o háb it o

de t o mar e m se us ban ho s a cada quatr o dia s e o uso de o sùn par a e sfr e g ar no co r po .

131 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ek it ipe t e co nsult o u I fá par a O de -aye e par a O de -Or un, que for am or ie nt ado s a sa -

cr if ic ar quatr o po mbo s e 8 000 búz io s de mo do que a ca çada de le s te r iam su ce sso .

O de -aye se r e cuso u a faze r o sacr if íc io , O de -Or un re alizo u o sacr ifíc io . A H ist ór ia

de I fá: U m dia e nqua nto caçavam, O de -O run de u de car a co mc in co g rande s o vo s

so b alg uma s fo lhas. e le o s peg o u. Q uando e le alcan ço u uma e ncr uzilhada, e le cha -

mo u po r po r se u co le g a e disse , “O de - aye , ve nha e pe g ue o que e u de ix e i par a vo cê

aqu i”. Ele e nt ão re to r no u à sua caçada. O de -aye não co nse g uiu nada aque le dia.

Q uando e le re t or no u à e ncr uz ilhada e e nco ntr o u do is g rande s o vo s, e le o s pe go u

co m aleg r ia. I me diat ame nt e apó s e le vo lt ar à caçada, e le co z inho o s o vo s e o s co -

me u. No d ia se g u int e , Ode - Or un fo i par a o lo cal que e le hav ia co le t ado o s ovo s.

Par a sua gr ande sur pr e sa, e le e nco ntr o u 20 000 b úzio s de ba ix o de cada o vo . Ele r a -

p idame nt e e mbo lso u as tr ê s po r çõ e s de d inhe ir o no pr ime ir o , se g undo e t er ce ir o

d ia. Ent ão e le e nco ntr o u O de -aye e per g unto u a e le , “o que vo cê fe z co m o s ovoo s

do o ut r o dia ?”

O de -aye re spo nde u, “e u o s co z i e co m i”.

“C o mo ?”

“Ele s e st avam de licio so s”.

Ent ão Ode - Or un d is se , “Há! e st á te r minado . Vo cê e st á mor t o .

Vo cê O de -aye nun ca pro spe r ar á”.

Ho je no s dize mo s: “Ò r únm ìlà”, que s ig nif ic a “Só De us po ss ui pr o sper idade . Ele é

aque le que po de r ia dar a qualque r pe sso a de aco r do co m sua vo nt ade ".

160
Or áculo 132

Ògúndá-Rosù

Es se O dù fala do f im das d if ic uldade s e o co me ço da bo a sor t e .

O bse r vação o c ide nt al: Esse é o mo me nt o par a um no vo ne gó c io , um no vo re -

lac io name nt o e no vo su ce s so .

132 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A mald iç ão te r mino u, e u e sto u fe l iz.

Eu fui po br e , ag o r a so u r ico .

A mald iç ão te r mino u, e u e sto u fe l iz.

Eu e st ava só , ag or a e st o u casado .

A mald iç ão te r mino u, e u e sto u fe l iz.

Eu nunca t ive um filho , ago r a e u te nho v ár io s.

A mald iç ão te r mino u, e u e sto u fe l iz.

Eu e st ava do e nt e , ag or a e st o u cur ado .

I fá fo i co ns ult adso par a a ove lha, que fo i amald iço ada pe lo s

mut ilado s e ale ij ado s.

F o i pe dido que sacr ifica sse de mo d o que as maldiçõ e s so br e s ua cabe ça

fo s se m ban ida s.

O sacr if íc io : po m bo s, o bì, p ime nt a-as -co st a, o ro g bo e 2 800 búz io s.

Ela se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

132 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g ún e st ava pr o cur ando por sua e spo sa. Ele a e nco nt r ar ia.

I fá fo i co ns ult ado par a Ò r únmìlà.

Ò r únmìlà fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar e lhe fo i gar ant ido que

e nco nt r ar ia sua e spo sa que e st ava de sapar e c ida.

O sacr if íc io : um r at o , um camar ão . um car amujo e 2 000 b úzio s.

F o i de cr e t ado que , da me sma mane ir a que a pe sso a bat e e m um car aco l,

161
Ede t rar ia de volt a a se spo sa de Òr únm ìlà.

Or áculo 133

Ìrosù-Osa

Es se O dù fala do impo rt ânc ia do sacr ifíc io par a ve nce r o bst áculo s e in im ig o s.

O bse r vação o c ide nt al: Há pe s so as que e st ão co nst ant e me nt e co nspir a ndo

par a at r apalhar o cl ie nt e .

133 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A fe fe se -o r i- ig i- her e he r e , Efun funle le n iit i- e wé -ag bo n-n ik or o nik o ro

co ns ulto u I fá par a Ò r únmìlà.

F o i pe d ido que e le sacr ifica sse um cabr it o de mo do a se r v ito r io so so br e se u s in imi -

g o s e ve n cer t o do s o s o bst áculo s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e fe z o sacr ifíc io .

Or áculo 134

Osa-Rosù

Es se O dù fala de paz e din he ir o co mo se ndo o s ingr e d ie nt e s e sse nc ia is par a o

s uce s so e pr o spe r ida de .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e se de par a co m uma muda nça r e pe nt ina e m

ca sa o u no s ne go c io s.

134 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Paz per fe it a, O sa’ Ro su.

O car amujo v ive uma v ida pacíf ic a.

162
O sa’ Ro s u co ns ulto u I fá par a A lag e mo .

F o i pe dido a e le que v ive sse uma v ida pacíf ic a e qu ie t a.

A v ida de Alag e mo se r ia calma.

F o i pe d ido que e le sacr ifica sse aze it e - de -de ndê , banha de òr í, um g rande pe ix e aro

18 000 búz io s.

Ele fe z o sa cr if íc io .

134 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Q ualque r um que te m din he ir o e st á apto a co mpr ar co isas bo as.

I fá fo i co ns ult ado par a Ee k a-A laj e .

Ek ik a fo i asse g ur ado que se t or nar ia pr ó spe ro . Ele t eve mu it o s filho s.

Q uatr o gal inha s e 3 200 búz io s se r ia m sa cr if icado s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Or áculo 135

Ìrosù’Ká

Es se O dù fala de paz me nt al e sacr ifíc io par a e v it ar do e nça -do -so no .

O bse r vação o cide nt al: O s neg ó c io s e st ão ma is difíce is do que de ver iam se r.

M iuto t r abalho par a co nse g u ir r e sult ado s m in imo s.

135 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O so m de um sino é o uv ido mund ia lme nt e .

I fá fo i co ns ult ado par a Ò r únmìlà.

fo i pr e dit o que o no me de Òr únm ìlà se r ia o uv ido mund ial me nt e

e t odo mundo asp ir ar ia co nhe ce -lo .

Ele fo i o r ie nt ado a faze r sacr ifíc io par a apaz ig uar se u e sp ír it o .

O sacr if íc io : um pe ix e ar o , um po mbo e 20 000 b úzio s.

163
Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

135 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A ro k a-A g bo k a co nsult o u I fá par a O sù.

O sù fo i or ie nt ado a sacr if ic ar pr a se pr e ve nir co nt r a a do e nça do so no

que po de r e sult ar e m mor t e .

O sacr if íc io : uma fle cha e m se u e st oj o , uma o ve lha e 4 400 búzio s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

F o i de cr e t ado que “uma fle cha nu nca do r me e m se u e sto jo ”.

Or áculo 136

Ìká’rosù

Es se O dù fala de v ida lo ng a e po pular idade .

O bse r vação o c ide nt al: Co mpe t ição e m um r e lacio name nt o po de se r re so lv ido

a favor do cl ie nt e .

136 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ay ink a, o A div inho de Ìr o sù,

co ns ulto u I fá par a Ì ro sù.

F o i pe dido a Ì ro sù que sacr if ic as se de mo do que e la fo sse

apo nt ada co mo a mais po pular das ár vo r e s.

O sacr if íc io : um po mbo , uma gal inha br anca e 12 000 búz io s.

Ela se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

164
136 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ay ink a, o A div inho de Ìr o sù,

co ns ulto u I fá par a Ì ro sù.

F o i pe dido a Ì ro sù que sacr if ic as se de mo do que t ive s se v ida lo ng a.

O sacr if íc io : ove lha, pe pe r ek u e 3 200 búzio s.

Ela sa cr ifico u.

F o i de cr e t ado : “Pe per e k u v ive r á lo ng ame nt e ”.

Or áculo 137

Ìrosù’Túrúpòn

Es se O dù adver t e co ntr a mal car at er e o fe r e ce uma sa id a par a se te r filho s

sa udáve is.

O bse r vação o cide nt al: Esse Odù aj uda as mulhe r e s a e v it ar abor t o s.

137 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

P upadamo fun fun co nsult o u I fá par a Sò pò nná A f ’o lug bo r o da’ j u-o r an-r u,

c uj o car áte r não de ix ava que as pe sso as falasse m de se u no me . Fo i pe dido a e le que

sa cr ificas se de fo r ma que Ò r únmìlà pude sse aj uda- lo a ame n izar se u car at e r.

O sacr if íc io : um po mbo (se m manc has), 1 800 búz io s e fo lha s de I fá. S òpò nná se

r e cuso u a sacr if ic ar. Se e le t ive s se fe ir o o sacr if íc io , Ò rúnm ìl à t er ia ame n izado se u

car át er de fo r ma que se u no me fo sse be m falado no mundo .

137 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

165
Ì ro sù’ Tur upo n co ns ulto u I fá par a A b imo k u. A b imo k u fo i or ie nt dado a fazer sacr if í -

c io .

A b imo k u se mpr e dar ia a luz a cr inaça s que so br e v ive r iam. O sacr if íc io : uma tart a -

r ug a e 16 000 búzio s. Ela sacr ifico u. F o i aco nse lhado que o no me de la fo sse mudado

par a Mo la (u ma cr iança so br e v ive ). "É pro ib ido . U ma t art ar ug a jo ve m nu nca

mo rr e ".

Or áculo 138

Oturupon’Rosù

Es se O dù adver t e co ntr a de sar mo nia e m um re lac io name nt o .

O bse r vação o c ide nt al: Esse O dù pe de por maio r int im id ade , re lação aber t a co m o

co mpanhe ir o da pe sso a.

138 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O t ur upo n’ R o su, Ar iwo n i

co ns ulto u I fá par a De l umo .

Ela fo i pr e ve nida de que se u mar ido a pe rt u bar ia.

Po r é m, se e la f ize s sa sa cr ifíc io , se u mar ido lhe dar ia paz me nt al.

O sacr if íc io : do is car amujo s e 4 400 búz io s.

Ela sa cr ifico u.

F o i de clar ado : “do is car amuj o s nun ca se cho cam”.

138 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Es ur u awo I re

co ns ulto u I fá par a O t ur upo n quando e st e e st ava indo de spo sar Ì ro sù.

Lhe fo i as se g ur ado que e le t er ia muit o s filho s e ne t o s pe lo casame nt o .

U ma por ção de o b ì, u ma g alin ha e 3 200 búz io s de ve r iam se r sacr if ic ado s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

166
Or áculo 139

Ìrosù’Túrá

Es se O dù fala de co isas que são -no s bo as me smo que não go st e mo s de las.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e te m uma de sagr adáve l po r é m ne ce ssár ia ta -

r e fa a cu mpr ir.

139 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Há dias e m que nó s lo uvamo s as pe sso as más. I fá fo i co ns ult ado par a O lo dun mare ,

que fo i aco nse lhado a sacr if ic ar par a as se g ur ar que a pe sso a que e le planej ava e nv i-

ar e m miss ão não r e cu sasse a tar e fa de faze r do mundo u m lo cal pac íf ico . Duas t ar -

t ar ug as, fo lhas de o g bo e 6 600 búz io s for am sacr if ica do s. A pó s o sacr if íc io , e le e n-

v io u Ìr o sù’ Túr á ao mundo . A s pe sso as que ix ar am- se que o car át e r de Ìr o sù’ Túr á

não e ra bo m. Odùd ùa d is se que e le e nv io u Ìr o sù’ Túr á par a o be m da human idade ;

e nt ão e le não o sub st it u ir ia po r o ut ro qualq ue r. Ele disse : Se um gr upo de pe sso as

se r e une , apó s alg um te mpo o me smo se dispe r sa. Qual impr e ssão dar ia se as pe sso -

as se r e unisse m dur ant e um te mpo muit o lo ng o , at é f ic ar e m impo s sib il it ado s de se

d ispe r sar e ir par a s uas re spe ct ivas casas ?

Or áculo 140

Òtúrá-Ìrosù

Es se O dù fala de a ho ne st idade ser o ún ico caminho par a se co nse g u ir paz-

de - e spír it o e har mo n ia.

O bse r vação o c ide nt al: Fr e qüe nt e me nt e , as re laçõ e s co me r cia is do clie nt e e s -

t ão e m per igo .

167
140 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Gba sid ig bar a co nsu lto u I fá par a O nik o y i.

O n iko y i to mar ia a pro pr ie dade de alg ué m.

O n iko y i se de c id ir ia a ut il izar a pro pr ie dade par a si.

F o i pr e d ito que o ca so ge r ar ia calo ro sa disc ussão .

Ent ão e le deve r ia faze r um sa cr if íc io de de z car amuj o s e 3 200 búz io s.

F o i pe dido que devo lve sse t udo que não lhe pe rt e nce sse .

140 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr á de s canço u, Ìr o sù d is canço u: e la co nsult o u I fá

par a O lú-I wo .

O lú- I wo e s ua e spo sa for am as se g ur ado s da paz-de -e sp ír it o .

U m po mbo e 4 400 búz io s se r iam o fer e c ido s e m sacr if íc io .

Ele o uv iu e sacr if ico u.

Or áculo 141

Irosu-Ate

Es se O dù pe de por in ic iação e m I fá par a co nse g uir su ce sso e v ida lo ng a.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e pr e c isa se g uir um ca minho e sp ir it ual.

141 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì ro sù -A te co ns ult o u I fá par a Ò r únmìlà.

fo i pr e dit o que Ò r únmìlà in ic iar ia pe sso as po r to do o mun do .

F o i pe dido que sacr ifica sse uma g alinha, fo lhas de te t e , 3 200 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

168
141 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

À ik ú-e g bo n-Ì wa co nsult o u I fá par a Ìr o sù e Ì re t e ,

que fo r am av isado s a sa cr ificar par a que co nt in uas se m a se r e m favor e c ido s

por Ò r únmìlà e não pe r e cer e m.

U ma ca br a e 20 000 b úzio s se r iam sa cr ificado s.

Ele s sacr if ic ar am.

F o i de clar ado que Ò r únmìlà se mpr e v iver ia no iy è -ir ò sù.

Or áculo 142

Irete’Rosù

Es se O dù fala de e mpe cilho s e d if ic uldade s ine spe r adas.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e co m fr e qüê nc ia e st á se nt indo pr e ssão — se m

uma cau sa fac il me nt e ide nt ificáve l.

142 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I re t e ’R o su co nsult o u I fá par a O lo f in.

O lo fin fo i aco nse lhado a ofe r e ce r sacr ifíc io dev ido pr o ble mas in e spe r ado s.

U m po mbo br anco , uma gal inha br anca e 20 000 búz io s. de ver iam se r sa cr if icado s.

Or áculo 143

Irosu-Ose

Es se O dù fala de ve nce r d if ic uldade s e me lho r ar o s ne gó c io s.

O bse r vação o c ide nt al: C aminho s novo s o u apro x imaçõ e s r e sult am e m s uce s -

so .

169
143 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Nó s o uv imo s o so m do o sù de O se saudando as pe sso as.

Nó s pe rg unt amo s o que O se e st ava faze ndo , so ando se u o sù.

O se e st ava co nqu ist ando se us in im ig o s. O se e st ar ia pr eo cu pado co m se u tr abalho

de d iv inhação .

O sacr if íc io : um po mbo , um rato , u m pe ix e e 2 800 búzio s.

Ele o be de ce u e sacr if ico u.

Or áculo 144

Ose-Rosù

Es se O dù fala da re mo çaõ da dor e da t r ist e za.

O bse rvação o cide nt al: At iv idade mu ndana caót ica e st á re su lt ando e m in fe lic i -

dade .

144 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A bat alha é do lor o sa, a c ida de é mise r áve l.

I fá fo i co ns ult ado po r O se .

O se fo i aco nse lha do a sacr ificar de fo r ma que e le e st ar ia se mpr e fe liz.

O sa cr ifíc io : um sino , uma po r ção de o bì, uma g r ande t ij e la de inhame p ilado , uma

t ij e la de so pa, 2 000 b úzio s e fo lha s de I fá.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

144 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O b iye nme ye nme

co ns ulto u I fá par a o g alo e par a a gal inha.

A s ave s co nt inuar iam a se r pr o dut iva s.

F o i pe dido que sacr ifica sse m uma ca br a e 20 000 búzio s.

Ele s sacr if ic ar am.

170
Or áculo 145

Ìrosù’fún

Est e O dù fala de pr ot e ção co nt r a e nfer m idade s de fo r ma a te r bo a sor t e .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e st á se pr e o cupando de ma is co m r e lacio na -

me nt o s pr ej ud ic ando o s ne gó c io s.

145 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì ro sù’ f ún, o so m da ch uva é o uv ido e m t o do lug ar.

I fá fo i co ns ult ado par a Ek un (o le o par do ). Lhe fo i pe dido que

sa cr ificas se de fo r ma que não pude s se se r at acado po r Sò npò nná.

O sacr if íc io : ve r t a aze it e -de - de ndê e m uma t ij e la, milho to rr ado e ek o mist ur ado

co m ág ua e m uma caba ça.

Ek un sa cr ifico u mas não fe z co rr e t ame nt e .

Ele se gabo u que não t inha cer t e za que alg ué m po der ia der ro t a-lo e m co mbat e .

Ele fo i info r mado que S ònpò nná o at acar ia mas não po der ia mat a-lo .

145 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì ro sù’ f ún, uma ino ce nt e cr ian ça nas ce u.

Ì ro sù’ f ún, nó s deve mo s lavar a cabe ça do clie nt e .

I fá fo i co ns ult ado po r Òr únm ìlà.

Ele fo i as se g ur ado que bo a so rt e e st ava e m se u cam in ho .

U m po mbo e 2 000 búz io s de ve r iam se r sacr if ic ado s.

Ele o uv iu e fe z o sacr if íc io .

Or áculo 146

Òfún’Rosù

171
Es se O dù fala de sacr ifíc io par a r e mo ver t r ist e za par a uma v ida lo ng a e fe liz.

O bse r vação o cide nt al: Esse Odù é uma bo a indica ção par a no vo s e int imo s r e -

lac io name nt o s.

146 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún’ R o sùn co nsult o u I fá par a Ewa -o lú.

F o i pr e d ito que Ewa- olú se r ia te r ia uma v ida fe l iz.

O sacr if íc io : U ma garr afa de me l e 14 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

146 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún e st á distr ib uindo bo ndade .

Ò fún não faz ne nhum alar de so br e isso .

Pe s so as co mo Ò fún são difíce is de se e nco nt r ar na t er r a.

Q ualque r um que de se j a re al izar mar av ilha s deve o lhar par a o par a iso . O Par aiso é

o lar da ho nr a.

I fá fo i co ns ult ado par a o s se r e s hu mano s, que falar am que a mor t e se mpr e o s le var i -

am a ve r as mar av ilha s e m cé u.

F o i pe d ido que sacr if ic as se m de mane ir a que a e sc ur idão e a tr ist e za fo s se m bani-

das de se us cam inho s.

O sa cr ifíc io : quatr o g alinhas, quat ro tart ar ug as, quatr o pe daço s de te c ido br anco e

quat ro paco t e s de o b ì.

Ele s o uv ir am mas não sa cr ificar am.

Or áculo 147

Owonrin’Bara

Es se Odù pe de par a olhar mo s de ntr o de nó s me s mo s par a o bt e r mo s r e spo st as

par a no sso s pr o ble mas.

172
O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e po de e spe r ar uma mudan ça po s it iva na so rt e .

147 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ele me ve , Eu não o vej o .

O wo nr in’ B ar a d iv ino u par a O wa.

F o i dit o que o que pro cur amo s e st á per to de nó s,

mas por c ir cu nst anc ia s ine spe r adas.

F o i pe dido sa cr ifíc io par a que Bar a A g bo nn ir e g un

po ssa mo str ar -no s.

Ò r únmìlà, Te st e mu nha do De st ino , S eg undo S er S upre mo de

O lo dunmar e disse :

O que e st amo s pro c ur ando e st á pe r to de nó s; nada no s im pe de de ver

que e le salva da ig no r ância.

O sacr if íc io : uma g alinha, 20 000 b úzio s e r e mé dio de I fá (d uas Or í awo nr iwo n).

Ele sa cr ifico u.

F o i dit o e nt ão que O o wa se mpr e e nco nt r ar ia o que e le pro cur as se .

147 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A s r e de s abu ndam par a o pe scado r I bada div ino u par a De ’do .

F o i pr e d ito que e le deve r ia se r um pe s cador.

F o i pe dido que fize sse sacr if íc io par a v ida lo ng a e saú de .

O sacr if íc io : pe per e k u, uma ove lha, um po m bo e 2 800 búzio s.

Ele fe z o sa cr if íc io .

Or áculo 148

Obara’Wonrin

Em ib i, e sse Odù fala de uma pe sso a ag indo ir r acio nalme nt e ; e m ir é fala de

pro spe r idade po t e ncial.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e pr e c isa se t ranqu il izar -se par a o bt e r suce sso .

173
148 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A g be t e m a voz de j og o . Aluk o t e m a voz de ve ne no , O bar a’ Wo nr in t e m a vo z de

maso r o masor o (e u far e i o mal, e u far e i o mal) fo i div inado par a Eg b in -o l’o r un- go -

g or o , que e st ava indo se e nco nt r ar par a dançar e lhe fo i pe dido que sacr if ic as se

dua s g alinhas e 3 200 búzio s. Eg bin ouv iu e sa cr ifico u. quan do e le che go u ao lo cal,

e le ult r apasso u to do s o s o ut ro s na dança co mo pr e dit o . S e us co mpan he ir o s ficar am

fur io so s e e nv iar am Es in par a bus car um ve ne no que e le s pude s se m ut il izar par ma -

t ar Eg bin. Q uando Esin e st ava r et or nando , co me ço u a c hove r e a r oda de dan çar ino s

d ispe r so u -se . A chuva ume de ce u a dr o g a no co r po do cavalo (e sin). O ve ne no fe z

Es in f icar f ur io so e co rr e r. De sde e nt ão , o ve ne no fe z e s in fug ir r e pe nt ina me nt e co m

me do e co rr er se m n ing ué m o g u iar.

148 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O que sabe m vo cê s so br e ist o ?

Nó s co nhe ce mo s ist o co mo aleg r ia.

I st o fo i div inado par a Òr únm ìlà A lade quando

e st ava e le e m d if ic uldade .

Ele s disse r am: O ano de r ique za s che g o u.

F o i pe dido que sacr ifica sse um po mbo , sal e 2 000 b úzio s.

Ele sa cr ifico u.

Or áculo 149

Owonrun’Konran

Em ib i e sse O dù fala da ne ce ss idade de sacr if íc io par a e v it ar ac usaçõ e s co n -

t ra o cl ie nt e . Em ir é fala de mo me nt o s de pr azer par a o cl ie nt e .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce ss it a se r ma is r eal ist a co m re spe it o as -

s unto s cot id iano s.

174
149 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Há u m d ia, um dia de ale gr ia; há um o ut ro d ia, um d ia de lág r ima s.

Q ual d ia é e st e ? Disse r am e le s que e st e é um dia de tr ist e za.

I st o fo i div inado par a O bahun- Ij apa (t ar t ar ug a) af ’o r an-b i- ek un -s’e r in.

Ele s disse r am: Ho j e é d ia de acusa çõ e s inj ust as. Ent ão e la fo i aco nse lhada a

sa cr ificar e fun, o sùn, um po mbo , fo lhas de alg o do e ir o e 2 200 búzio s. Ela o uv iu as

palavr as ma s ná fe z o sacr if íc io . Ela d is se que não impo r t a quão gr ande t r ist e za pu -

de s se r e cair so br e se u s o mbr o s que e la não pude s se mant e r o so rr iso e m se us láb io s.

Ela sa cr ifico u de po is, quando falsa s acu saçõ e s se t or nar am muit o s pe sadas par a e la.

A nt e s que fo lhas de I fá fo sse m pr e par adas par a Ì japá, fo i- lhe dit o que a o fe r e nda

do bro u. Ela o uv iu e sacr ifico u. Lhe for am dadas fo lhas de I fá (tr it ur ar as fo lhas

co m o utr o s ing r e die nt e s me n cio nado s acima co m sabão par a o clie nt e ut ilizar no

banho ).

149 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Há u m d ia, um dia de ale gr ia; há um o ut ro d ia, um d ia de lág r ima s.

I st o fo i div inado par a Eg ase se , o pássar o no alg o do e iro .

Ele pe rg unt o u, “que dia é e sse ?’ .

Lhe fo i d it o que é o dia de aleg r ia e de fo lg ue do .

Ele fo i aco nse l hado a sacr if ic ar um po mbo , uma cabaça co nt e ndo inhame pilado ,

uma t ij e la de so pa, v inho de palma e 3 200 búz io s.

Ele o uv iu o co nse lho e sacr if ico u.

Or áculo 150

Okanra’wonrin

Es se O dù fala so br e pro ble mas j ud ic ia is e de s uas r e per c ussõ e s. Cr ime s se r ão

pun ido s.

175
O bse r vação o c ide nt al: Co m fr e quê nc ia, o cl ie nt e e ncar a pr o ble mas j udic ia is

— co m o g over no o u co m a R e ce it a F e der al, por e x e mplo .

150 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S o fr ime nt o pro lo ng ado fo i div inado par a Ok anr an co ntr a que m pro ce s so s j udiciais

fo r am inst ig ado s. Ele s disse r am que sacr if íc io de ver ia se r fe it o de for ma que Ok an -

r an não fale ce s se dur ant e o pro ce sso . O sacr if íc io : um po mbo , uma ove lha e 2 200

búz io s. Ele sacr if ico u. Fo i dit o que : O kanr an de scan çar á. Po mbo s j unt am bê n ção s a

t or to e a d ir e it o e m casa.Lo ng o é o t e mpo de v ida da ove lha; e la r e ce be u a bê n ção

de uma ex ist ê nc ia pacíf ica. O mundo int e ir o go st a de d inhe ir o . Not a: A maio r par t e

do d inhe ir o de sacr if íc io de ve ser dada ao s o utr o s; ape nas uma pe que na po r ção se r á

do babala wo .

150 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Je k o se k a (lhe de ix e fazer mal ) apo ia O sik a;

Je k o se bi (l he de ix e pr at icar cr ue ldade ) apo ia A se bi.

I fá fo i co ns ult ado par a o pe t ulant e , que d iz que Òr únmìlà é c he io de adve rt ê nc ias

mas que far á o que lhe de r na te lha. Ele s e st ão pr at icando o mal; e le s e st ão faze ndo

maldade ; as co isa s mundanas são bo as par a e le s. I st o fo i re lat ado a Òr únm ìlà, que

d is se , “Por é m, quanto te mpo po s sa le var, v ing ança e st á po r v ir, da me sma mane ir a

que as o ndas d’o ce ano que br am, suave me nt e arr u ína a carg a e o s ne go c io s e nquant o

t rabalha. Q uando a ho r a che g ar, e le s fug ir ão ". U m sa cr ifíc io de ve se r fe it o par a im -

pe d ir Je k o se k a e Je ko se b i ade ntr ar e m e m nó s, de fo r ma que se me lhant e s não no s

e s car ne ça no fim.

O sacr if íc io : de ze sse is car amujo s, aze it e - de -de ndê e 18 000 búz io s.

Ele s o uv ir am e sacr if ic ar am.

Or áculo 151

Oworin-Egúntán

176
Es se O dù fala de co nflit o s e dificu ldade s no s neg ó c io s e no lar.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á e nvo lv ido e m um co nfl it o que não po de

ve nce r. De ve co rt ar gast o s.

151 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O wo nr in-Eg únt án d iv ino u par a Odan

que e st ava e m me io a in imo g o s (o u se j a, t odas as árvor e s da faze nda

e r am ho st is à árvo re Edan ).

Ele s co nt r at ar am um mo nst r o que po de r ia bat e r e m O dan que e st á dia e no it e ao ar

l ivr e .

F o i pe dido a O dan sa cr if icar de mane ir a que o mo nstr o náo pude sse peg a- lo .

O sa cr ifíc io : um rat o , um pe ix e aro , de ndê , ban ha de ò r í, 2 400 búz io s e fo lha s de

I fá.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Ele s disse r am: “o mo nst ro não po de peg ar Odan ao ar liv r e . Odan se mpr e ser á r e s -

pe it ado ”.

151 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Pe r eg un -s usu co nsult o u par a O wo n e Eg únt án. Fo i pe dido

que sacr ifica sse m de mane ir a que e st ar ia be m co m O wo n e Eg únt án sua e spo sa.

O sa cr ifíc io : um po mbo , uma o ve lha, 4 400 búz io s e fo lhas de I fá. ( e smag ar fo lhas

o loy inw in e m ág ua par a o cl ie nt e lavar sua cabe ça co m sabão ). Ele sacr if ico u.

Or áculo 152

Ogunda Wonrin

Es se Odù fala de po ss íve l inve j a, ciúme s e co nfl it o s dev ido ao suce sso do cli -

e nt e .

177
O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ev ito u uma co nfr o nt ação . A co nfr o nt ação

de ve se r e alizar.

152 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U ma pe sso a pr e g uiço sa dor me e nquant o um o per ár io t rabalha; o tr abalhado r f inda

s ua j or nada e o ut ro s co me çam a inve j a-lo . I sto fo i d iv inado par a Ò g ún. Fo i pe d ido

que e le sa cr ifica sse de mo do que aque le s que o inve j avam fo sse m de str u ido s. O sa -

cr if íc io : um po t e d’ ág ua, um car ne ir o , 2 400 búz io s e fo lhas de I fá. Ele sa cr ifico u.

F o i dit o que “A cabaça que faz do pot e d’ ág ua um in im ig o , que br ar á a cam in ho do

r io ; aque le s que t e m aver são por vo cê mor r er ão ”.

152 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

M ar que o O dù Ò g úndá Wo nr in no iye - ìr o sù e invo que I fá de st e mo do :

“Òg ún dá Wo nr in! Q ue a bat alha q ue e u lut ar e i sej a par a m inha ho nr a. Vitó r ia apó s

a lut a pe rt e nce ao le ão . Vit ór ia apó s a lut a pe rt e nce a Ààr á. Ò g úndá! Vo cê o s jo ga

ao chão no co mbat e to do s o s d ias, e m to do s o s lug ar e s. Q ue a bat alha que e u lut ar e i

se j a par a minha ho nr a. A jag buy i”. Po nha o iye - ìr o sù no de ndê e lam be ist o ant e s de

sa ir par a o ca mpo de bat alha. O u mo a junt o co m ipe -e le (l im alha de fe r ro ), iy i- ek un

(pe le de leo par do ) e pime nt a-da- co st a de aij a co m e dun -ààr á, mar que o O dù Ò g ún -

dá Wo nr in ne le , e invo que co mo ass im a. Esfr e g ue na ca be ça ant e s de lut ar.

Or áculo 153

Owonrin-Osa

Es se Odù fala da ne ce ss id ade de co r ag e m e m co nf lit o s que e st ão por v ir e te r

ca ut e la co m novo s r e lacio name nt o s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve t o mar cu id ado no r e lacio name nt o co m

uma pe sso a ”po br e ”.

178
153 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O wo nr in-O sa: Ele g bar a não fug ir á no d ia de uma bat alha. U ma g lo r io sa bat alha

par a Ele g bar a. À àr á não f ug ir á no dia de uma bat alha. U ma g lor io sa bat alha par a

À àr á . Ek un (o le ão ) não fug ir á no dia de uma bat alha. U ma glo r io sa bat alha par a

Ek un. Eu não fug ir e i no d ia de uma bat alha; que me u s so ldado s não fuj am no d ia de

uma bat alha. Not a: Pro nun cie as palav r as acima so br e o iye - ìr o sù mar cado co m

O wo nr in-O sa. Tr it ur e ipe - e le , co lo que e m uma ca baça e mist ur e co m ag id i (f ubá) e

be ba co m se u s so ldado s.

153 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I k un, o Awo da e str ada, div ino u par a O wo nr in, aler t ando -o que uma mu lhe r fug it i -

va v ir ia a se r sua e spo sa. F o i pe dido que sacr ifica sse par a que e la pude sse ade nt r ar

à sua casa co m cu id ado . O sa cr ifíc io : car amujo , 2 000 búzio s e fo lhas de I fá ( co zi -

nhar um caldo co m fo lhas de è so co m car amujo s par a se r t o mado pe lo cl ie nt e ). e le

o uv iu e ascr if ico u.

Or áculo 154

Osawonrin

Es se Odù fala so br e a in ut ilidade de se fug ir de pro ble ma s e que st õ e s ve rg o -

nho sa s.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e po de e nco ntr ar mudan ças su bit a s de sagr adá-

ve is no s re lac io name nt o s.

154 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ewé O mo d iv ino u par a O sa, aler t ando - o que fug ir se r ia inút il po r que o mundo o ve -

r ia e r ir ia de le . Lhe fo i aco nse lhado fazer sa cr ifíc io de mo do que o s ass unto s ver go -

nho so s não pude sse m so br e v ir. O sacr if íc io : um car amuj o , um po mbo e 3 200 búz i -

o s. Ele fe z co mo aco n se lhado . A pó s o sa cr if íc io , o babalawo o uv iu a se g uint e cant i -

179
g a de I fá: O sa não r o ubo u, he n! O sa não ut il izo u fe it iço s malé f ico s, he n! O sa não

co nt o u o s se gr e do s de se us am ig o s, he ! O sa não me nt iu, he n! M inha que st ão se t or -

no u ho nr ada; Eu o fer e c i um pás saro e m sa cr ifíc io (tr ê s ve ze s). M inha que st ão se

t or no u ho nr ada, e ass im po r d iant e . To das as pe s so as que e st avam ali cant ar am e m

co ro .

154 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A t e wog ba (co n se nt ime nto ) d iv ino u par a A so le ( se nt ine la; cão ). A so le fo i o r ie nt ado

a sa cr ificar de mane ir a que se u car át e r pude s se se r ace it áve l pe las pe sso as do mun -

do . O sacr ifíc io : me l, uma gal inha e 2 000 búz io s. Ele se g uiu a o r ie nt ação e sacr if i -

co u.

Or áculo 155

Owonrin’Ká (Erinsija)

Es se Odù g ar ant e s uce s so atr av é s da mo de r ação . Em ib i, e le pr ev ê so luçõ e s

atr av é s de sa cr if íc io s, par a mor t e e ho st il ida de .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve pe nsar c uidado same nt e ant e s de ag ir.

155 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r únmìlà d is se O wo nr in’ K á, e u disse O wo nr in’ K á. Eu per g unt e i por que O wo n e st á

r indo animadame nt e . Ò r únmìlà d is se : Há d inhe ir o , uma e spo sa, filho s e co isa s bo as

e m sua ca sa. A v ida de O wo n é pe r fe it a. O wo n co lo co u t udo e m e quilíbr io . O wo n

não co me se m ant e savaliar aqu ilo que co me . O wo n não be be ág ua se m ant e s aval iar

aqu ilo que be be . O wo n não u sa ro upas se m ant e s avaliar aquilo que ve st e . O wo n

não co nstr o i uma ca sa se m ant e savaliar aquilo que co nst r o i. I sto fo i d iv inado po r

A f iwo n -se - o hun-g bo g bo e m I fe -Oo ye , e també m par a Oy inbo . Fo i pe d ido que e le s

sa cr ificas se m par a que nu nca pe r de sse o e qu il íbr io . O sacr if íc io : quatr o pime nt as-

da- co st a, quat ro bo lsas, fo lhas de me u, quatr o mor ce g o s e 4 200 búz io s. Ele s sacr ifi-

180
car am. Lhe s for am dadas fo lhas de I fá co m a g ar ant ia que qualq uer co isa que e le s

se g ur asse m, não de ix ar iam cair. U ma mor ce g o não se pr e nde e m uma ár vo r e par a

de po is de s ist ir e ca ir.

155 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

K ar inlo , K ar im bo wale . S e uma cr iança não caminha, não par e ce r á ex pe rt a. I st o fo i

d iv inado par a par a A de moo r in Ayank ale . Lhe fo i pe dido que sacr ifica sse de mane i -

r a a não tr ope çar nas mão da mo r te , o u se e le se se nt isse nas mão s da mor t e , que

e st a não pude s se le va-lo . O sacr ifíc io : u ma t ar t ar ug a, e so -ik u ( um t ipo de se me nt e )

e 20 000 búz io s. Ele se g uiu a or ie nt ação e sa cr ifico u.

155 – 3 (Tr adu ção do ve r so )

O wo nr in’K á d iv ino u par a Òr únm ìlà, que e st ar ia caminhando ao r e do r do mu ndo .

F o i pe d ido que sacr if ic as se par a q ue as mão s daque le s que o me no spr e za não t ive s -

se m po de r so br e e le . O sacr if íc io : no ze s de k o la se ca s, or og bo , o mo -ayo (um t ipo de

se me nt e ), um po mbo , uma gal inha, 20 000 b úzio s e fo lhas de I fá. Ele o uv iu e sa cr ifi -

co u. Ele s d is se r am: as unha s do s ho me ns não in fe ct am as no ze s de ko la, o ro g bo ,

o mo -ayo ; as mão s do s que me no spr e zam a t i não te afe t ar ão .

Or áculo 156

Ìká’wonrin

Es se O dù pe de par a ev it ar açõ e s pr e c ip it adas par a que se e v it ar de sgo st o s.

O bse r vação o cide nt al: De se qu il íbr io e mo c io nal causar á pe r das a t rabalho .

156 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

181
A pe s so a má não pe sa s uas açõ e s. I st o fo i d iv ina do par a Alaba mo (aque le que pe sa ),

que fo i or ie nt ado a sacr if ic ar quatr o car amujo s, 3 200 búzio s e fo lhas de I fá par a

que e le po ssa faze r co isas bo as. Ele o uv iu as palavr as mas não sa cr ifico u.

156 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k á-npoy ink a’ wo n (mal fe it o r e s são dando vo lt as e m to r no de s i) ; Ò wo n e st ava gar -

g alhando . I sto fo i d iv inado par a as pe sso as e m I fe -O oye . Elas fo r am o r ie nt adas a

sa cr ificar de mane ir a que se u s in imig o s não as re t ir as se m de s ua po s iç ão o u as re le -

g asse m a tar e fas se c undár ias. O sacr if íc io : e f un, o sùn, um po m bo , uma o ve lha e 2

400 búz io s. Ele s ouv ir am e sacr if icar am. O baba lawo d is se : F o i A bar iwo n que d is se

que I fe não deve r ia se e x pandir na te rr a po is ser ia de str u ída. Ò r únmìlà! Nó s não

d is se mo s que I fe não se ex pand ir ia. Q ue v ivamo s lo ng a v ida. Q ue no s sas peg adas

no mundo não se j am apag adas.

Or áculo 157

Owonrin-Oturupon

Es se Odù pro põ e t anto so luçõ e s par a mor t e s pr e mat ur as de cr ian ças, quant o

par a o s uce s so de uma v iag e m que e st á por v ir.

O bse r vação o cide nt al: Esse Odù o fe r e ce ao clie nt e pre ve nção co nt r a abo r to .

157 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S impat iza nt e s div inar am par a Ek u- de ’de (o lam ur iant e não faz nada )

de v ido `mor t e pr e mat ur a de se u filho .

Ele fo i o r ie nt ado a faze r sacr ifíc io par a capa cit a -lo a findar as

mo rt e s pr e mat ur as de se u s f ilho s.

O sacr if íc io : quatr o gal inha s, 2 800 búz io s e fo lhas de I fá.

157 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

182
O wo r in e st ava indo e m uma j or nada; e le e nco ntr o u O t ur upo n pe lo cam in ho .

I st o fo i div inado por Ò r únmìlà.

Ele s disse r am: Ò r únmìlà r et r ibu ir á co m bo ndade .

O sacr if íc io : do is po mbo s e 4 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Or áculo 158

Oturupon-Owonrin

Es se O dù fala de aleg r ia que e st á por v ir e da ne ce s sidade de pr ot e g er sua re -

put ação .

O bse rvação o cide nt al: U m re lac io name nt o não mo no g âmico po de cau sar pro -

ble ma s.

158 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O t ur upo n- O wo nr in, nó s e st amo s dançando , nó s e st amo s no s re go z ij ando .

O t ur upo n- O wo nr in nó s e st amo s br in cando .

I st o fo i div inado par a aque le s e m Oyo .

Ele s d is se r am: A lg o que co nt e nt ar á o s co r açõe s de le s e st á pr óx imo . Se apr o x ima ndo

r ápido , mas e le s de ver iam sacr if ic ar quat ro po mbo s, bast ant e aze it e -de -de ndê e 8

000 búz io s.

Ele s o uv ir am e sacr if ic ar am.

Ele s disse r am: Ès ù não se r á capaz de t ir ar sua aleg r ia.

158 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O dinhe ir o me vê e me se g ue , O t ur upo n- O wo nr in.

U ma e spo sa me vê e me se g ue , Ot ur upo n-O wo nr in.

U m f ilho me vê e me se g ue , O t ur upo n- O wo nr in.

I sso fo i d iv inado par a Olas im bo A t e pamo se -K olamale lo , que

fo i aco nse l hado a sacr if icar de mane ir a que sua ho nr a não lhe fo sse t ir ada.

183
O sacr if íc io : uma o ve lha e 4 200 búz io s.

Ele sa cr ifico u.

Or áculo 159

Owonrin-Òtúrá

Es se O dù fala so br e e v it ar co nfl it o s co m um for t e o po ne nt e .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve e v it ar um co nfl it o f ís ico o u um de sej o

de " ir a de sfo rr a" co m alg ué m.

159 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I jamj a se mpr e e st á pr e par ado div ino u par a Ì g bín (car amuj o ) O me so quando e le e s -

t ava in do lut ar co m Ek un (leo par do ).

Ele s dise r am: O leo par do e st á se m pre pr e par ado e o car amujo não de ver ia se ave n-

t ur ar [a de safia- lo ]. Nó s de ix amo s po r co nt a daque le que é ma is po der o so que nó s,

O lor un.

Ele fo i aco nse l hado a faze r sacr ifíc io de fo r ma que de st ino po der ia lut ar por e le .

O sacr if íc io : um abah un- ìj apá (t art ar ug a) e 3 200 búz io s.

O car amujo sa cr ifico u.

159 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Nó s pr o cur amo s mu it o por ist o ; nó s o ac hamo s.

I st o fo i div inado par a a fo lha g bég bé , a qual fo i or de nada a sa cr ificar de for ma que

po de sse te r bo a sor t e e m co nfiar.

O sacr if íc io : de ze sse is or og bo e 4 400 búz io s.

Ela o uv iu as palav r as e sa cr if ico u.

Ele s disse r am: A mor t e não levar á g bég bé , do e nça não a jo gar á ao so lo . Gbé g bé

se mpr e e st ar á ve r de .

184
Or áculo 160

Otura-Wonrin

Es se Odù fala da mo r te co mo part e da o r de m có sm ica co mo t ambé m da ne -

ce ss idade de co nsc ie nt ização f ís ica e e spir it ual.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e não e st á se ndo at e nc io so s ou amor o so o s uf i -

c ie nt e co m se us filho s.

160 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O O n is cie nt e co nhe ce aque le s que t rat am o pr óx imo co m maldade . Pe sso as do cam -

po r e co nhe ce m pe s so as da c idade . Viaj ant e s da Ter r a e v iaj ant e s do C é u, nó s ve r e -

mo s cada um de le s no vame nte . C up in s não se dispe r sam se m log o e m se g uida se re -

agr upar e m. I sto fo i d iv inado par a nó s se r e s humano s que se lame nt am pe lo o mor -

t o.

A s pe sso as da te rr a e st ão re to r nando par a onde e le s v ie r am. Par a quê as lagr ima s?

Par a quê t r ist e za? Par a quê move r a si me s mo par a c im a e par a baix o ? Par a quê je j u -

ar ? A que le que no s e nv ia é o me smo que no s chama de vo lt a à casa. Aqu ilo que no s

agr ada na te rr a não ag r ada a Edùmar è . A s pe sso as na te rr a se re une m e faze m o

mal. Edùmar è não g o st a disso ; Edùmar è não ace it a isso . Ent ão , se e u dig o va i, vo cê

va i e se e u dig o ve m, vo cê ve m. Se u ma cr ian ça não co nhe ce se u pa i, a t er r a não

e st á ce rt a. A mor t e é aqu ilo que le va uma cr iança a co nhe ce r o C é u. Q ue m e st á pe n -

sando e m Edùmar è ? Se não ho uve sse Èsù, o que pe nsar iam o s po br e s? To do mun do

e st á pe nsan do e m si me s mo ; e le s e st ão pr o cur ando co mida e be b ida. M ist é r io da e s -

c ur idão ! U ma cr iança não co nhe ce se u pai! F ale co m ig o par a que e u fale co m vo cê ;

por no ssas vo ze s re co nhe ce mo s um ao out ro na e s cur idão . S e uma cr iança não co -

nhe ce se u pai, a te rr a não e st á ce rt a. O sacr if íc io : quatr o po m bo s br anco s, quat ro

o ve lhas e 8 000 búz io s. Ele s o uv ir am e sacr ificar am de mo do que pude r am te r v ida

lo ng a e ve r a bo ndade e bê nção s.

185
Or áculo 161

Owonrin-Irete

Es se O dù fala de não se r supe r st ic io so ou par anó ico .

O bse r vação o cide nt al: É ne ce s sár io que o cl ie nt e me d it e so br e se us o bj e t ivo s

e aj a de mane ir a a at ing i-lo s.

161 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Não há bat alha no campo ; não há co nsp ir ação na cidade .

I st o fo i div inado par a Olo fin I waj o .

Ele s disse r am que o mandat o de le co mo che fe ser ia bo m.

Ele s disse r am que Olo fin deve r ia sacr if ic ar par a que a ale gr ia

de se u re inado não t or nar ia as pe sso as pr e g uiço sa s o u más.

O sacr if íc io : de ze sse is car amujo s, um cão e 14 000 b úzio s.

Ele o uv iu as palav r as e sacr if ico u.

161 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O wo n r iu de sde nho sa me nt e de Ir et e , o de saf ian do a ag ir, per g unt ando , "o que far á

I re t e ?”.

Ele s disse r am que Ir et e po de piso t e ar e po de o s ubme r g ir.

I st o fo i div inado por A fi’ n is’e g an (zo mbe t e ir o ),

Q ue fo i aco nse lhado a sacr ificar de mo do que Èsù não o j og asse co nt r a alg ué m mais

po der o so .

O sacr if íc io : uma ca baça de ig ba e wo (inhame pilado e as sado ) e no ve car amujo s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

186
Or áculo 162

Irete Wonrin

Es se O dù fala de se co nse r var uma po s iç ão de ho nr a.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ganha; o po ne nte pe r de !

162 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I re t e Wo nr in div ino u par a Ò r únmìlà, que d is se que to do s aque le s que co nsp ir am

co nt r a e le , ca ir iam e m ver go nha e que nó s não o uv ir íamo s ma is o s se us no me s, mas

s im , nó s o uv ir e mo s par a se mpr e co m ho nr a o no me de Ò r únmìlà pe lo mundo .

O sacr if íc io : uma o ve lha, uma g al inha d’ang o la e 3 200 búzio s.

Ele sa cr ifico u.

162 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A g be e st á tr aze ndo bo ndade à casa; Ir et e e st á ape nt ando -o s na mão .

I st o fo i div inado par a Te mit ayo , a que m fo i pe dido sa cr ificar par a te r

v ida lo ng a na te rr a. O sacr ifíc io : uma o ve lha, um po mbo , pe pe re k u (t ipo de e rva) e

4 400 búz io s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

Or áculo 163

Owonrin-Se

Es se O dù fala de v itó r ia so br e adve r sár io s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e se mpr e ser á ac usado de pro m is cu idade se x ual.

163 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O wo nr in-S e div ino u par Ò r únmìlà .

Ele s disse r am: Ò r únmìlà e as pe sso as de sua ca sa nun ca

187
t ive sse m do que se lame nt ar.

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar um po mbo e 3 200 búz io s.

e le sa cr if ico u.

163 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O wo nr in não pe ca; O wo nr in não pr at ica o mal; O wo nr in e st a se ndo

fal same nt e acu sado .

F o i dit o que O wo nr in ve nce r ia e que e le deve r ia sacr if ic ar

um galo , um e dùn- ààr á e 2 200 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u e co lo co u a pe dr a de r aio e m se u I fá.

Or áculo 164

Ose-Owonrin ( Ose-Oniwo, Ose-Oloogun )

Es se O dù fala de sacr ifíc io s par a r e par ar no ssa fo r ça e pro t e ção .

O bse r vação o cide nt al: De sas so sse g o no neg ó cio o u carr e ir a do cl ie nt e po de

se r e qu il ibr ado atr av é s de r e no vação e sp ir it ual.

164 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Eu e sto u d e sgo st o so , awo da Te rr a ; e u e st o u can sado awo do C é u.

I st o fo i div inado par a Pok o lak a quando e st e e st ava indo cur ar Og ir i (pare de ).

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar de mo do que O g ir i não mor r e sse so br e e le .

O sacr if íc io : tr ê s g alo s e 6 600 búz io s.

Ele o uv iu por é m não sa cr ifico u.

Po ko lak a é o no me pe lo qual c hamamo s uma fo r quilha.

164 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

C o lo que iye -ìr o s ù que fo i mar cado co m o O dù O se -O niwo e m e m um pot e gr ande ;

ad ic io ne uma quant idade g e ne ro sa de ra ize s de it o e de ee nu (t ipo de fr ut a); ve rt e r

188
ág ua de nt r o e co br ir o po t e ; m ist ur e cinzas à ág ua e lacr ar a m ist ur a po r se t e dia s.

A marr e no ve ee r u co m lin has pr e t as e br ancas no pe s co ço do po t e . A br a o ag bo (in -

fu são ) no sé t imo d ia par a t o mar banho . S e u e fe it o : Enq uanto vo cê e st á u sando e st e

ag bo , ne nhum fe it iço ne m e ncant o o afet ar ão , e t o das sua s bê n ção s se r ão r e ce b ida s.

Or áculo 165

Owonrin Fú

Es se O dù fala de calamidade im ine nt e e a supr e mac ia de I fá.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e não po de ficar fo cando e m qualque r co isa.

165 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O wo nr in F ú, O wo nr in F ú div ino u par a as pe s so as de I fe - Oo ye .

Ele s disse r am: Te mpo v ir á no qual as cr iança s do mundo cam in har ão a me io cam i -

nho do C é u e da Te rr a (co mo um pássar o ).

F o i pe d ido às pe s so as de I fe que f ize sse m sacr if íc io de mane ir a a ev it ar que so fr e s -

se m uma g r ande per da naque le te mpo . Náo co me çar ia e m I le -I fe mas se r ia mund ial.

O sa cr ifíc io : ò wú eg úng ún, quat ro po mbo s br anco s, quat ro vacas br ancas, quat ro

o ve lhas br anca s, iye -àg be (t ipo de pássar o ) e 3 200 búz io s.

Ele s o uv ir am as palav r as mas não sacr if ic ar am. Ele s d is se r am que e le s j á t in ham

sa cr ificado par a andar no so lo . Ele s não andam pe lo ar.

165 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O wo nr in so pr a a tr o mbet a d iv ino u par a Òr únm ìlà.

Ele s disse r am que a casa de Òr únmìlà não f ic ar ia de so cupada (v ár ias pe s so as e st ar i -

am pr o cur ando po r e le ). To das as pe sso as o uv ir ia m falar de sua fama e e st ar iam a

s ua pro cur a. O sacr if íc io : um car am uj o e 20 000 búz io s alé m de fo lhas de I fá (e so ).

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

189
F o lhas de I fá for am pr e par adas par a e le e e le fo i asse g ur ado de que t o das as bê n -

ção s v ir ia m fac il me nt e .

Or áculo 166

Òfún-Wonrin

Es se O dù fala de bo as açõ e s que t r aze m suas pr ó pr ia s r e co mpe nsas.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e se se nt e de pr e c iado e m lug ar de sat is fe it o .

166 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún dá par a se r acar ic iado ; Ò fún dá par a se r c uidado .

I st o fo i div inado par a Odùd ùa, que far á be m ao mundo int e ir o . Ele disse que faze r

be m mund ial é a me lhor car act e r íst ica do car át e r.

Ele s d is se r am: U ma part e do mundo não o agr ade ce r á. A lg un s ne m me smo sa be r ão

o be m que e le fe z a e le s. Ele s não co nhe cer ão se u uso . Ele d is se : U m pa i não dá se -

não co isas bo as ao s se u s filho s. A mãe de uma cr iança não dá se não co isas bo as à

s ua cr iança. Fo i pe dido a Odùd ùa que sa cr ifica sse de mo do que t oas as co isa s bo uas

dadas a e le s, se não apro ve it adas, pude sse m re to r nar - lhe .

O sacr if íc io : um po mbo , um e wi (t art ar ug a do r io ), 16 000 búz io s e fo lha s de I fá.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

166 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún o s de u a acar ic iar ; Ò fún o s d e u a r ir.

I st o fo i div inado par a Olak anmi,

que disse que Edùmar è tr ar ia co isas bo as.

F o i pe dido que e le sacr ifica sse de mo do que se u s in im ig o s

não t ive s se m po de r so br e e le e f ize s se m co m que e le per de s se sua pr o pr ie dade .

O sacr if íc io : tr ê s faca s, t rê s galo s e 6 000 b úzio s.

190
O lak anmi sacr if ico u.

Or áculo 167

Òbàràkànràn

Es se O dù fala de uma po ss íve l d is co r dância co m amig o s e só c io s e de so lu -

çõ e s par a as co nt ro lar.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e ncar a co nflit o s no tr abalho .

167 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò bar àk ànr àn d iv ino u par a I wo (o papag a io ),

que fo i aco nse lhado a sacr if ic ar de mo do a e v it ar cair e m de sg o sto

co m o s out ro s pássar o s.

O sacr if íc io : milho , pime nt a-da- co st a e 2 000 búzio s.

Ele o uv iu as palav r as mas disse que não sacr if ic ar ia.

167 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ele de se j o u falar mas fo i im pe dido po r Ò bàr àr àk ànr àn.

A que le que e u o fe ndi! Ele quis falar mas não pô de ;

Ò bàr àr àk ànr àn im pe diu- lhe de se que ix ar de mim par a o m undo .

A var a im pe de ao pe ix e de falar ; A var a impe de ao r at o de falar. Ele mbe r un nu nca

falar á ao s o uv ido s das pe s so as. A s fo lhas de I fá ut ilizadas: A var a na qual u m pe ix e

fo i to st ado , a var a na qual um r at o fo i to st ado , um o ro g bo e fo lhas de Ele mbe r un.

Est e s e le me nto s deve m se r amar r ado s e m faze nda de alg o dão co m l inha s pr et as e

br anca s. O pacot e de ve ficar be m aper t ado . A pr e par ação deve se r mant ida no bo lso

do do no , e o usuár io se mpr e de ve ma st ig ar p ime nt a- da-co st a, no ve gr ão s e m núme -

r o, par a o s e ncant ame nt o s.

191
Or áculo 168

Òkànràn-Bàrà

Es se O dù fala de afast ame nto de mo rt e pr e mat ur a e da pr e ve nção de de sast r e

nat ur al que po de abat er no ssa s ca sas.

O bse r vação o cide nt al: Esse Odù ind ica u ma for t e po ss ib il idade de co nfl it o s

co m cr ian ças e pa is .

168 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò kànr àn- Bàr à d iv ino u par a Olaso n i,

que fo i or ie nt ado a sacr if ic ar uma o ve lha e 4 400 búz io s de mo do que t ive sse v ida

lo ng a e saudáve l.

e le não sacr if ico u.

168 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò kànr àn- Bàr à d iv ino u par a Ola- Òg ún, que fo i or ie nt ado

a sa cr ificar de mo do que o r aio não d ist r uiss e sua casa.

O sacr if íc io : um car ne ir o , ge ne ro sa quant idade de aze it e - de -de ndê ,

pe que na s banana s madur as, 2 400 búz io s e fo lha s de I fá. C ave um bur aco no chão

da ca sa, ver t a o aze it e -de - de ndê ne le e co lo que o r e st ante do s it e ns de scr ito s acima.

C ubr a t udo co m ar e ia e suav ise o lug ar co m ág ua.

Or áculo 169

Òbàrà-Ògùndà

192
Est e O dù fala da ne ce s sidade de se re par ar uma má re put ação de fo r ma a g a -

r ant ir su ce s so .

O bse r vação o cide nt al: O t rabal ho do cl ie nt e e st á f ic ando pr a tr ás. A ção e sp i-

r it ual ir á co n ser t ar is so .

169 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Nó s o lhamo s à fr e nt e e ning ué m é v isto ; nó s olhamo s at r ás e n ing ué m é v ist o .

I st o fo i div inado par a Olo fin I wat uk a,

a que m fo i pe dido sacr ificar se de sej as se t er uma casa che ia.

Ele pe rg unt o u, “qual é o sa cr ific io ?”

Ele s disse r am: u m po mbo , 20 000 búz io s, fo lhas de I fá (t r it ur e j unto fo lhas de olu se -

saj u e sa we r e pe pe co m um pe que no for m ig ue ir o co m alg uma s for m ig as de ntr o ; m is -

t ur e t udo co m sabão - da-co st a [o sabão no valor de 1 200 o u 2 000 b úzio s]; que o

sang ue do po mbo sej a ver t ido e m to do o pr e par o ; use par a lavar o co r po do

cl ie nt e ).

O clie nt e se r á aco nse lhado a mudar de no me apó s o sacr if íc io .

169 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A ca sa de O lu é bo a; sua var anda é t ão bo a quant o .

I st o fo i div inado par a Olu -I wo , que fo i d it o que e le nunca cair ia e m de scr é d it o .

Lhe fo i t ambe m aco nse l hado a sacr if icar de mo do a ev it ar mor t e pr e mat ur a; uma

o ve lha, uma t ar t ar ug a, 4 400 b úzio s e fo lhas de I fá.

Ele sa cr ifico u.

F o lhas de I fá for am pr e par adas par a se u uso (tr it ur ar fo lhas de ifo s i e or ij i, iye r e e

ir ug ba; faça um cal do co m a car ne da ij apa; is so é par a ser co m ido de manhã be m

ce do ).

Ele s d is se r am: O ru ído de ifo s i (se me nt e ) não danifica e le t i ( fo lha). Vo cê não ser á

mo v ido pe las fo fo cas da te rr a.

193
Or áculo 170

Ògúndá-Bàrà

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de sacr if íc io par a mante r um re lac io name nt o .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á e nvo lv ido e m um int e n so mas fút il re la -

c io name nt o .

170 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O didi- A fid it i div ino u par a Òg ún quando e le e st ava indo

t o mar Ò bàr à po r e spo sa.

Er a de co nhe c ime nt o g er al que Ò bàr à nunca fico u muit o te mpo co m um ho me m an -

t e s de mudar - se .

Ò g ún disse que e le e st ava fasc inado por e la. Ele fo i o r ie nt ado a sacr ificar uma g ali -

nha e p ipi (uma ave co m pe nas e s cassa s), um v ive ir o de gal inha, 4 400 búz io s e fo -

lhas de I fá.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

170 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

U m so lo e m que há dança se mpr e e st á ir r e g ular ; um cam po de bat alha t ambé m é de -

sar r umado .

I st o fo i div inado par a Òg ún quando e le e st ava indo lut ar co m Ò bàr à.

Ele fo i as se g ur ado que t er ia suce sso mas que de ver ia sa cr if icar de mo do a e v it ar a

mo rt e de Ò bàr à na br ig a.

O sacr if íc io : do is ce st o s co m pape l so lt o e fo lhas, dua s g alinhas e 4 000 búzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Ele s d is se r am: D uas g alinhas não mo rr e m por lut ar. C e sto s che io s de pape l e fo lhas

não mor r e quando carr e g ado s.

194
Or áculo 171

Òbàrà-Òsá

Es se O dù adver t e co ntr a fr eg ue sia fr audo le nt a.

O bse r vação o cide nt al: De sas so sse g o e mo cio nal co nduz a er ro s pr át ico s..

171 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò bàr à-Ò sá d iv ino u par a Et a, que fo i info r mado que um de se us clie nt e s e st ava pla -

ne j ando fug ir co m se u d inhe ir o . Ele fo i o r ie nt ado a sacr ificar de mo do que se u cli -

e nt e pr ovave lme nt e pag asse se us dé bit o s. O sacr ifíc io : po mbo s, uma gal inha, 2 200

búz io s e fo lhas de I fá (pilar junt o fo lhas de e e s in e tag ir i co m sabão -da- co st a; que o

sang ue da gal inha se j a ve rt ido na m ist ur a).

Ele sa cr ifico u.

F o i- lhe d ito que Ee sin não fr acas sar ia e m o bt e r se u d inhe ir o na de manda. Est e sa -

bão é par a banho .

171 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Tr it ur e fo lhas de jàsó k è co m sabão - da-co st a. C o lo que a mist ur a e m uma cabaça lim -

pa e e spar r ame so br e e le o pó da plant a se ca er un (o bo ). Tr ace o O dù Ò bàr à-Ò sá

ne le e r e cit e o se g u int e e ncant ame nt o : Q uando o fe it ice ir o me v iu, pe r g unto u que

e u er a. Eu d is se , “e u so u o f il ho de Ò bàr à-Ò sá”. Q uando a br ux a, a mor t e e Èsù me

v ir am e que st io nar am que e u e r a, e u d is se a cada um de le s, “e u so u o filho de

Ò bàr à-Ò sá”. O filho de Ò bàr à- Ò sá não co rr e ; O filho de Ò bàr à-Ò sá nunca mor r e ; e le

nun ca adoe ce ; ”. “O filho de Ò bàr à-Ò sá nu nca le va má r e put ação ”. Not a: Po nha a

ca baça e m uma saco la de pano br anco e pe nd ure - a no te to se vo cê pr e fe r ir. I sto é

par a se r usado no banho .

195
Or áculo 172

Òsá-Bàrà

Es se O dù fala do pe r ig o de patr o cinado re s per d ido s o u de um ind iv íduo .

O bse r vação o cide nt al: Esse Odù mo st r a par a o cl ie nt e co mo r e ace nde r cha -

mas apare nt e me nt e mor t as.

172 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O s co var de s ce de m ao so fr ime nt o fo i div inado par a A ke r eg be (a caba ça),

que de pe nde u das mulhe r e s e cr iança s j ove ns.

Ele fo i o r ie nt ado a sacr if ic ar um po mbo , uma gal inha e 6 600 búzio s de mane ir a que

e le não se de ce p cio na sse de re pe nt e co m se u s part idár io s e nquant o e le e st ava e m

g lór ia.

Ele o uv iu as palav r as mas não sacr ifico u.

172 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sá r et or na rap idame nt e se e le f ug iu; e le re t or na à ca sa r apida me nt e ;

de spr e z íve l vo lt a à casa rap idame t e . U ma cr iança pe que na sa i co rr e ndo rap idame n -

t e do ca mpo e e s in. De spr e zíve l re to r na à casa r apidame nt e . Fo lhas de I fá; Part a um

o b ì de se is go mo s; peg ue se is fo lhas de e e sin br ancas (e e s in -wàr à); t race o O dù

Ò sábàr à no tab ule ir o de I fá co m iye - ìr o sù. co mo me n cio nado ac ima, u sando o no me

da pe sso a que par t iu. Ent ão co lo que um po uco de I ye - ìr o sù na fo lha de e e sin co m

um do s go mo s do o bì e le var ist o a Ès ù for a o u no po rt ão da cidade . R e pit a is so se is

ve ze s. I st o é ut ilizado par a t raze r um f ug it ivo de vo lt a à casa. A co isa sur pr e e nde n-

t e acr ca d ist o é que , não im por t a a dist ânc ia do f ug it ivo , e le é o br ig ado a o uv ir se u

no me se nd o cha mado . U ma fo lha de e e sin, um g o mo de o b ì e um po uco de iye -ìr o s ù

196
u sado se is ve ze s é s uf ic ie nt e a e sse pr o pó s it o . Ver t er aze it e -de - de ndê ass im que

co mple t ar a ope r ação .

Or áculo 173

Òbàrà-Ká

Es se O dù fala fala de mant er po de r e inf luê nc ia..

O bse r vação o c ide nt al: Dif ic uldade s mundanas po de m se r e v it adas atr av é s de

uma nova e x per iê n cia e sp ir it ual o u e mo cio nal.

173 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò bàr à-K á div ino u par a O lubo laj i,

que falo u que que e le se r ia uma pe s so a impo rt ant e e amada po r v ár ias pe s so as mas

que deve r ia faze r sacr ifíc io de mo do a ev it ar per da de be ns.

O sacr if íc io : um po mbo , uma gal inha, uma t art ar ug a e 3 200 b úzio s.

Ele sa cr ifico u.

A pó s sacr ificar e le cant o u: Eu e sto u fe l iz, Ò bàr à- Ká. Nó s e st amo s dançan do e re go -

z ij ando , Ò bàr à-K á.

173 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

K o we e , o A div inho da t er r a; Og b ig b i, o Ad iv inho do s C é us. Se K o we e , in dica a che -

g ada do jo ve m e m te rr a. O pé do R e i é co mu m; O pé do R e i é co mum. Ele s ut il iza -

r am e ncant ame nto par a Òr únm ìlà, que fo i ro de ado por ant ago n ist a s. Ele fo i asse g u -

r ado da v itó r ia so br e e le s. Fo i de cr e t ado que as fo lhas e wo dr ag ar iam se us ant ag o -

n ist as par a o Cé u, e e er u le var ia a de sg r aça a se u s in imig o s. Òbàr à-K á se g ur ar ia as

mão s de le s. A s fo lhas de I fá: Le ve fo lhas de e wo de casa (a s pe que nas, ar r ancada s

co m se us de nt e s, não s uas mão s ). C o nsig a t ambé m e e r u awo ik a (aque le que ping a

se m ar r ancar, um só ) e um car amuj o . Tor r ar t udo j unt o , pulve r ize e g uar de e m uma

197
àdó . Se vo cê t e m um o u ma is inim ig o s, e spalhe o pó no chão l impo de sua casa. Tr a-

ce o O dù Ò bàr à-K á e r e cit e a invo ca ção acima. Esparr ame e m ge nufle x ão . F e it o is so ,

vo cê de ve ping ar aze it e - de -de ndê e m vo lt a da me dicina. Faça is so por um mê s.

Or áculo 174

Ìká-Bàrà

Es se O dù fala de me io s de se t or nar ado r áve l e atr at ivo ao o ut r o s.

O bse r vação o c ide nt al: Há a pro bab il idade de co nce p ção . O cl ie nt e de ve se r

c uidado so se a co nce p ção não fo r de se j ada; gr at o se fo r.

174 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

C am inhe r apidame nt e que nó s po de mo s fug ir ao te mpo . Vo e rap idame nt e que nó s

po de mo s r et or nar no te mpo . I sto fo i d iv inado t ant o par a A sa que nt o par a Awo di.

F or am- lhe s pe d ido que sa cr if icas se m de mo do que fo sse m amado s po r to do s o s ho -

me n s.

O sacr if íc io : o it o car amujo s, 16 000 búzio s e fo lhas de I fá.

Ele s o uv ir am as palav r as mas não acr if ic ar am.

174 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

K ek e po de dançar, o pássar o po de vo ar fo i d iv inado par a Le k e le ke e s ua e spo sa.

Lhe s fo i falado que o po mbo se mpr e o s co nsult ar ia e m qualque r co isa que e le qui -

se sse faze r, se e le s sacr if ic asse m do is Ef un, do is me ca nismo s de fiação e 2 400 búz i-

o s.

Ele s sacr if ic ar am.

No t a: De sde e nt ão , nó s dize mo s, “vo cê não vê a be le za de Lek e le k e , cuj a e leg ânc ia

afe t o u a po mba?”.

198
Or áculo 175

Òbàràtúrúpòn

Es se O dù fala das so luçõ e s par a infe r t ilidade e abo rt o s.

O bse r vação o cide nt al: Sacr if íc io ao Ò r ìsà é in dicado par a a co nce pção .

175 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O ladipupo div ino u par a Ar ok o (qu ia bo ), que e st ava chor ando po r que s ua e spo sa

não t in ha f ilho s.

Lhe fo i d it o que sacr if ic as se uma cabr a e 16 000 búz io s de mo do que se u s de se jo s

fo s se m co nce d ido s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

175 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O mo -M aar a d iv ino u par a Olo fin, que e st ava indo co mpr ar uma e scr ava.

e le fo i adver t ido a sacr if ic ar de mo do que não per de sse d inhe ir o co m a e scr ava de -

v ido a co nst ant e pe r da de cr ia nças de la.

O sacr if íc io : uma t ar t ar ug a, u ma o ve lha e 16 000 b úzio s.

Ele sa cr ifico u.

Ele fo i as se g ur ado que a m ulhe r se r ia fér t il e que e le g anhar ia po r e la se m pe sar e s.

199
Or áculo 176

Òtúrúpòn’Bàrà

Es se O dù fala da im por t ância de mant e r a saúde par a asse g ur ar uma v ida

lo ng a.

O bse r vação o cide nt al: O s F ilho s são ho st is a um no vo re lac io name nt o do s

pa is.

176 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ho nr a vai, ho nr a ve m div ino u par a I yamoo le ,

que disse que sua f il ha se r ia saudáve l mas que não de se j ar ia e st ar e m

s ua co mpanh ia quando e la cr e sce r.

O sacr if íc io : um po mbo (e ye lé - ej ig be r e ) e 12 000 b úzio s.

Ela o uv iu e sa cr if ico u.

176 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

M ar ido s lo uvam as suas e spo sa s; o s mar ido s de o ut r as pe sso as nun ca no s lo uvar i -

am.

I st o fo i div inado par a Te nimaas unwo n, o mar ido de A je mo or in.

200
F o i d ito a Te n imaa sun wo n que a mulhe r que e le e st ava pro po ndo ca same nt o se r ia

uma bo a e spo sa mas que de ver ia sa cr ificar de mo do que e la não mo rr e s se j ove m.

O sacr if íc io : uma o ve lha, um car amuj o e 3 200 búz io s.

Ele o uv iu as palav r as e sacr if ico u.

Or áculo 177

Òbàrà-Túrá

Es se o dù fo ca no r e spe it o e m no s so lar e no tr abalho .

O bse r vação o cide nt al: U m re lac io name nt o e st á cau sando de sar mo nia.

177 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O pe que no adiv inho de Olo yo d iv ino u par a o r e i de Olo yo ,

que pr o po s co mpr ar a mulhe r que e le go sto u co mo e s cr ava.

Ele fo i adve rt ido par a não co mpr ar a mulhe r po is e la e ra u m d ispe r d isar or a.

O loyo disse , “qualo sacr if íc io par a pr e ve nir que e la dispe r dice se e u a co mpr ar ?”.

O sa cr ifíc io : o it o car amuj o s, uma cabaça de e wo , quat ro po mbo s, 16 000 búzio s e fo -

lhas de I fá.

Ele não sacr if ico u.

177 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

201
A papat iak o , A t uwo n- nile t uwo n- lo k o

d iv ino u par a a gal inha e se us pinto s.

Lhe fo i d it o que um for t e in im ig o e st ava v indo at aca- lo s;

se saisse m de casa par a o campo , e le o s pe r se g uir ia, mas

mas se sa cr ificas se m, tr iumfar iam.

O sacr if íc io : um car amuj o , 3 200 búz io s e fo lha s de I fá (faze r um caldo co m fo lhas

de o wo mo idas e co m o car amuj o e to mar ).

fo i de clar a do que : O falcão não danif ic ar ia um car amuj o ; t udo que e le po de fazer é

o bse r va-lo . Vo cê se r á re spe it ado .

Or áculo 178

Òtúrá-Bàrà

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de se não v io lar tab us.

O bse r vação o cide nt al: A o p inião o u de cisão do cl ie nt e se r ão que st io nado s.

178 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Paar ako da div ino u par a O lo be de I pet u, que d is se par a sacr ificar um cabr ito e a faca

e m s uas mão s ant e s de ir par a a r o ça. Ele se r e cuso u e fo i par a o campo . A ss im que

e st ava re to r nando par a ca sa apó s se u t rabalho na ro ça, e le t e nt o u co lher alg umas

be r ing e las. Par a a sur pr e sa de le , um cr ânio se co per t o da ber inj e la falo u a e le , “não

me to que , não me to que , vo cê não me vê ?” O lo be de I pet u f ico u co m me do e cor r e u

par a re lat ar o o cor r ido ao re i. Ele imp lor o u ao re i que manda sse alg ué m de vo lt a

co m e le , d ize ndo que se e le s e nco nt r asse m alg uma co isa co nt r ar ia ao que e le disse ,

e le po de r ia se r mor to . O re i apo nt o u do is ho me ns par a ir co m e le . C heg ando ao lo -

cal, Olo be de fe z ex at ame nte co mo t inha fe it o na pr ime ir a ve z, mas par a se u hor ro r

não ho uve ne nhuma re spo st a. Ele fo i mo rt o no lo cal de acor do co m a pro me s sa de

O lo be de e as in str u çõ e s do re i. A ss im que o s ho me ns e st avam se pr e par ando par a

r et or nar ao re i par a co nt ar o que fize r am, o cr ân io se co disse , “M u it o o br ig ado , e u

202
e st o u mu i co nte nt e ”. Ele s for am narr ar o aco nt e c ido . O re i e nv io u o utr o s o it o ho -

me n s co m o s do is pr ime ir o s. O s d o is ho me n s disse r am ex at ame nt e co mo f ize r am, e

par a o ho rr or de le s o cr ê n io se co nada falo u. Ele s t ambé m for am mo rt o s no lo cal.

Par a e ncurt ar a hist or ia. vár ia s pe sso as mo rr er am de sa s mane ir a, quase ce m pe s so -

as. Eve nt ualme nt e , o o co rr ido fo i re lat ado a Òr únm ìlà, a que m fo i pe d ido co n se lho

so br e o que de ver ia se r fe it o par a t er m inar e st a cat ástr o fe . Ò r únmìlà o r ie nt o u a sa -

cr if ic ar uma cabr a, uma g alin ha, 4 400 búzio s e fo lhas de I fá. Ele s se g u ir am a o r ie n -

t ação e sacr if ic ar am. Ò r únmìlà e m se g u ida o s or ie nto u a ir ao lo cal e re mo ver o cr â-

n io e e nt er r a-lo co mo u m se r humano , e m co nfor m idade co m o s r it o s fune r ár io s. Ele

t ambé m o s aco nse lho u a não t o car qualque r co isa o nde quer que e le s achas se m mar -

cada co m aale (uma mar ca par a uma co isa não ser t o cado po r ning ué m co m ex ce s são

do do no ). A me sma adver t ê nc ia fo i passada ao r e do r da cidade , que e le s nu nca de -

ver iam me xe r co m qualque r co isa mar cada co m aale .

Or áculo 179

Òbàrà-Retè

Es se O dù fala de suce sso e e st abilidade se sacr if íc io for r e alizado .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e te m bo as per spe ct ivas par a u m no vo t rabalho

o u ne gó c io s.

179 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O bar a-r et e , bo as co isa s v ir ão at é m in ha mão .

I st o fo i div inado par a A g bo nn ir e g um,

que fo i dit o que alg uma co isa bo a e st áva re se r vado a e le e que

e le de ver ia sa cr ificar um po m bo , um car amuj o e fo lhas de I fá.

Ele o uv iu as palav r as e sacr if ico u.

203
179 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O bar a-r et e div ino u par a Ò r únmìlà,

a que m fo i d it o que de ver ia sacr ificar de mo do que não e nco nt r asse gr ande s pro ble -

mas e se mpr e po de sse e st ar po r cima onde que r que e le fo s se .

O sacr if íc io : um car amuj o , te c ido br anco , 3 200 búzio s e fo lhas de I fá.

Ele sa cr ifico u.

F o i e nt ão de cr et ado que nada de de t ão difíc io atr ave ssar ia se u cam in ho . Òr únm ìlà

in ic iuo a s i me smo e m I fá, e e le se mpr e inic iar ia t o do s o s e st udant e s de I fá.

179 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O bar a-r et e div ino u par a Ak int e lu a que m fo i dit o que de ve r ia sacr ificar de mo do

que o v ilar e jo que e le f undo u t ive s se s uce s so .

O it o car amuj o s, uma ove lha, 16 000 búz io s e fo lhas de I fá de ve r iam se r sacr if ica do s.

Ele sa cr ifico u.

Or áculo 180

Irete-Òbàrà

Es se O dù fala do uso de fe it iço par a co ntr o lar dificul dade s.

O bse r vação o cide nt al: C uidado co m pe sso a tr apace ir a.

180 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

204
N ing ué m e st á alé m da re gr a do r e i; ning ué m e st á alé m da impr e s são de Tet e .

I st o fo i div inado po r Ò r únmìlà ao re i quando e st e se e nco ntr ava ce r cado de in im i -

g o s.

F o i- lhe asse g ur ada a v it ó r ia so br e e le s.

O sacr if íc io : um ca br it o e 6 600 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

180 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A se j ej e saye , A sej e je saye , A sej e j e saye , War a war amase ,

War awar amase , War awar amase , Ir et e - O bar a t rag a to da bo ndade

par a as fo lhas de I fá. C o zinhe fo lhas de t et e at e t e daye co mo u ma so pa par a se r co -

m ida e m to da co mida. Ou tr it ure fo lhas de wor o e iye r e e as co zinhe e m uma so pa

par a ve lhaco s, co m pe ix e aro par a co mida. Q uando a so pa e sfr iar, t race o o dù Ir et e -

O bar a no iye - ìr o sù, re c it e a invo ca ção acima e acre s ce nt e à so pa.

Or áculo 181

Òbàrà-Òsé

Es se O dù fala de me io s de co ntr o lar as for ças nat ur a is.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce ss it a de pur if ic ação par a se l ivr ar de

e ne rg ias ne g at ivas.

181 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ele s disse r am, “o nde e st á me u pai?”. Eu disse “me u pa i mo rr e u”. “O nde e st á minha

mãe ?”. Eu d is se “M inha mãe e st á na cat acum ba e fala r uido same nt e ”. Ele s d is se -

r am, “vo cê é filho de que m?”. Eu d is se ”e u so u o f ilho de Obar a-O se , que ig nor o u

205
as r eg r as”. Eu fui e spancado se ver ame nt e e fu i e s bo fe te ado aqui e lá, liv r e me nte

co mo as cabr as co me m. O f ilho de O bar a-O se nun ca so fr e , O bar a- O se não pe r mit e

que se u f ilho pade ça se m ne ce s sidade . Fo lhas de I fá: P ulver ise fo lhas de ej a (ha -

r iha) e fo lhas de àr è r e que for am co lh idas da árvor e mãe . Po nha o pó na face de um

car amuj o e tr ace o odu O bar a-O se ne le . R e c it e o e ncant ame nt o acima e o e mbr ulhe

co m um pe daço de t e cido pr e t o e co m linha pr et a. F e che o s o lho s e j og ue e m um ar -

bu st o .

181 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A is ir e f ’ag bo n is ale pale . S e a chuva fo i invo cada, e la deve ca ir. S e a pausa da chuva

é invo cada, e la de ve ce s sar. I st o fo i div inado par a Òr únm ìlà, que fo i as se g ur ado

que Er inwo O sin nunca se r ia mo lhada pe la ch uva. O bar a- O se , e u te invo co , salve

e st e bo n ito ve st ido de se r abat ido pe la c huva. C ant ig a: Não de ix e cho ver, não de ix e

cho ve r, O bar a-O se não de ix e cho ver. Fo lhas de I fá: Pe g ue um pe daço de t e cido

br anco e t race o o dù O bar a-O se co m iye -ìr o s ù e m so lo se co do lado de for a [do lo -

cal ]. Re c it e o e ncant ame nt o ac ima e e nt ão amar r e e st e iye - ìr o sù co m o t e cido br anco

e pe ndur e a t ro ux a e m uma ar vo r e . Não c hove r á ne sse dia. Se n ing ué m jo gar ág ua

naque le me smo lug ar onde o I fá fo i plant ado , não cho ve r á aque le dia.

Or áculo 182

Òsébàrà

Es se O dù fala de me io s de gar ant ir o fut uro s uce s so de uma cr ian ça e adver t e adul -

t o s so br e qualque r jo rnada que po s sa apar e ce r.

O bse r vação o cide nt al: Há mu it a bag un ça nas at iv ida de s quo t idianas do s clie nt e s.

Ele o u e la pr e cisa vo lt ar pas so e re co ns ide r ar suas at iv idade s.

182 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

206
Ò sé bàr à div ino u par a um r e cé m-nas cido , cujo s pa is fo r am or ie nt ado s a faze r um sa -

cr if íc io de mo do que a cr ian ça não so fr e sse po r falt a de mo r adia quando cr e sce sse .

O sacr if íc io : bagr e , 2 400 búz io s e fo lhas de I fá que a cr ian ça de fo r ma que a cr iança

po ssa le var uma v ida pr ó sper a.

182 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé bàr à d iv ino u par a o e st alaj ade ir o que e st ava indo à re s idê n cia de o utr o ho me m

e m uma t er r a e xt r ang e ir a. F o i- lhe dit o que sua j or nada não te r ia suce sso ; lo go , não

de ver ia ir. F o i- lhe pe dido que sacr ifica sse duas g al inhas, 8 000 b úzio s e fo lhas de

I fá.

Or áculo 183

Òbàrà-Òfún

Es se O dù fala de um g rande s uce s so finan ce ir o .

O bse r vação o c ide nt al: Esse é um ót imo mo me nt o par a um no vo tr abalho ou

um r is co co me r cial.

183 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A r ale mik ak a awo O bar a-Ò fún (t r ê s ve ze s)!

O ro mi g be de g be de awo O lipo mo j e (tr ê s ve ze s)!

O ro mi po ke le (t r ê s ve ze s)!

I fá fo i co ns ult ado par a Ag bo nnir e g un.

C ant ig a: Há uma g rande quant idade de dinhe ir o ne st e lug ar ; ne nhum co nt ado r

co nt ar á o s lucro s do mil ho no so lo .

207
F o lhas de I fá: t r it ur e se me nt e s de aj é e g r ão s de sor go 3 at é v ir ar pó . Tr ace o o dù

O bar a-O fun no pó . R e c it ar a invo ca ção ac ima e mist ur e o pó co m sa bão -as- co st a; co -

lo que alg uns ik o o de e um t ant o de sabão e m uma lampar ina de bar ro no va. Q ue a

pe na de papag a io f iq ue apo iada no b ico da lampar ina e so me nt e uma part e so bre s -

sa ia. O sa bão é par a lavar as mão s t o das as manhã s. F aça um ar r anjo de búz io s [se m

co nt ar quanto s] ao re dor da lampar ina de bar ro . Q ue o sang ue de um po mbo sej a

ver t ido no sabão ; me t a també m a cabe ça do po mbo no sa bã. A br a um o b ì de quat ro

g o mo s e dispo nha ao re dor da lampar ina. Ent o e a cant ig a de I fá e nquant o faz e ssa

pr e par ação .

183 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I t un e st á re fo r mando -me , I fá e st á o s atr a indo co m se us d inhe ir o s. Vis it ant e s de uma

lo ng a dist ânc ia e st ão pro cur ando - me .

I st o fo i div inado por Ò r únmìlà, que or ie nt o u a sa cr ificar de mo do que e le v is se co i -

sa s bo as t o do s o s dia s de s ua v ida.

O sacr if íc io : um pe daço de pano br anco , um po mbo br anco uma g alinha br anca e 4

400 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

183 – 3 (Tr adu ção do ve r so )

d inhe ir o cing indo , e spo sa ce r cando . div ino u par a Te wo g bo la,

que fo i or ie nt ado a sacr if ic ar quatr o po m bo s, uma gal inha e 16 000 búzio s, po que

fo i pr ev ist o que um pássar o tr ar ia bo ndade a e le .

Ele o uv iu e sacr if ico u.

Or áculo 184

Òfún’Bàrà

3
É uma planta de origem africana, da mesma família botânica do milho, que é utilizada na alimenta -
ção animal, principalmente de bovinos (guinea corn).

208
Es se O dù fala da ne ce ss id ade de pro t eg e r no s so s be n s.

O bse r vação o cide nt al: Co nd içõ e s de ne gó c io favor áve is po de m so fr e r po r cau sa de

um in div íd uo in dig no de co nfiança.

184 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O fun’ Bar a d iv ino u par a O lu- Ot a, que d iise que mu it as pe sso as o patr o cinar iam e

co nse q ue nt e me nt e e le f ic ar ia r ico . Ele fo i aco nse lhado a sacr if ic ar co nt r a malfe it o -

r e s.

O sacr if íc io : quatr o po m bo s, 4 400 búz io s e fo lhas de I fá.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

184 – 2a (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún e st ava dando O bar a, Ò fún e st ava dando car inho à uma ing r at a. I st o fo i d iv i -

nado par a um ho me m a que m fo i dit o que uma ce r t a mulhe r que e le go st o u, plane -

j o u furt a- lo e abando na- lo . Ele deve r ia sacr if ic ar um ca br it o , aze it e , o b ì e fo lhas de

I fá.

184 – 2b (Tr adução do ve r so )

Ò fún e st ava dando O bar a div ino u par a um ho me m cuj o s pe rt e nce s e st avam se ndo

e x ig ido s por um im po sto r. Ele fo i or ie nt ado a sa cr if icar u m cabr it o , ax e it e -de -de n -

dê , o bì e fo lhas de I fá de mo do que e le não fo sse se duz ido por Èsù a co nce de r o s

pe rt e nce s ao im po sto r.

Or áculo 185

209
Òkànràn-Egúntán

Es se O dù e st abe le ce a cr ia ção da Ter r a.

O bse r vação o cide nt al: Est e é um mo me nt o ausp ic io so par a um novo tr abalho

o u r e lacio na me nto se for in ic iado co m caut e la.

185 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U ma cor r e nt e cai e faz o so m wo ro jo . I st o fo i d iv ina do par a Ò r únmìlà e o s quatr o -

ce nt o s I r únmale quando O lo dunmar e re un iu t o da sua r iq ue sa e m um ún ico lug ar.

Ele co nvo co u t odo s o s I r únmo le par a que e le s a le vasse m par a te rr a.

F o i pe d ido a e le s que f ize sse m sa cr ifíc io po r que Olo dunmar e de sej o u in cu mbi- lo s

de uma tar e fa. O sacr if íc io : uma g e ner o sa quant idade de in hame p ilado , uma pane la

che ia de so pa, ba st ante o bì, o ve lha, u m po mbo , gal inha e 3 200 búz io s. Ele s de ver i -

am e nt r et e r o s v is it ant e s co m a co mida usada par a o sacr if íc io . A pe nas Òr únm ìlà

r e alizo u o sa cr ifíc io . A pó s alg un s d ias, Olo dunmar e j unto u se us per t e nce s e o s e n -

v io u par a o s quat ro ce nt o s I r únmale . O me nsag e iro de O lo dunmar e pr o cur o u o s

quat ro ce nt o s I r únmale e e ntr e go u a me nsag e m, por é m ne nhum de le s o re ce pc io no u

co m co m ida. Q uando e le fo i à casa de Ò r únmìlà, e ntr e t ant o , Ò r únmìlà animadame n -

t e de u-lhe bo as v inda s e o re ce pc io no u co m co mida. De v ido a e ssa ge nt ile za o me n-

sag e iro r e ve lo u a Ò r únmìlà que e le não de ve r ia ficar ans io so e m le var as car g as

r e unidas na fr e nt e de O lo dunmar e , de sde que a car g a mais im por t ant e e st ava de ba i-

x o do asse nto de O lo du nmar e . Q uando t o dso o s Ir únmale se re un ir am, re ce be r am a

me n sag e m de Olo dunmar e . Ele s se levant ar am e co me çar am a br ig ar pe las carg as;

alg uns peg ar am d inhe ir o , o ut ro s alg u mas r o upas e as sim s uce s sivame nt e , mas o

me n sag e ir o de Olo dunmar e e st ava falando pe la s ua tr ombe t a a Ò r únmìlà, dize ndo ,

"Òr ún mìlà, ape nas fique qu ie t o se nt ado . A co isa ma is im por t ante e st á na co ncha do

car aco l”. A ssim Òr únm ìlà se se nt o u e pacie nt e me nt e ass ist iu o s o utr o s I r únmale

que le ivavam par a t er r a to da a r ique za, pr o spe r ida de , e o ut ro s ar t ig o s de vár io s t i -

po s. A ssim que to do s o s I r únmale part ir am, Ò r únmìlà se le vant o u e fo i dir e t ame nt e

par a a cade ir a de O lo dunmar e ; e le pe go u a co ncha do car aco l e part iu e m dir e ção à

t er r a. Òr únm ìlà e nco ntr o u o s o utr o s I r únmale ao final da e st r ada que co nduz ao cé u

e pe rg unt o u- lhe s o que e st ava er r ado . Ele s lhe falar am que a t er r a e st ava co ber t a

co m ág ua e não hav ia ne nhum lug ar se co onde e le s pude s se m at er r issar. Ò r únmìlà

210
me t e u a mão de le na co nc ha do car amujo , t ir o u uma re de , e a lanço u e m cima da

ág ua. Ele me t e u a mão de le no vame nt e e t iro u t er r a que e le lanço u e m cima da re de .

Ent ão e le met e u a mão de le u ma te r ce ir a ve z, e le t iro u uma g alinha de c in co de do s,

e a lanço u na re de par a e sparr amar a t er r a na re de e na ág ua. A ág ua e st ava re tr o ce -

de ndo e o so lo e st ava se e x pandindo . Q uando par e ce u que o t rabal ho cam in ha va

mu i le nt o , o pr ó pr io Ò r únmìlà de sce u e mando u a pe que na quant ia de t er r a aume n -

t ar : Se e spalhe de pr e s sa, se e spalhe de pr e ssa, se e spalhe de pr e ssa! ! ! ". Ele paro u, e o

mu ndo se e x pandiu. Hav ia g rande aleg r ia e m cé u. O lug ar o nde Òr únm ìlà mando u

o mundo se ex pand ir é até ho j e chamado de I fe -War a, e m I le -I fe . To do s o s de mais

I r únmale de s cer am apó s Òr únm ìlà. Fo i Ò rúnm ìl à que m cr io u a t er r a e fo i e le que m

pr ime ir o ne la ca minho u. C o mo tal, e le não pe r mit iu naque ne nh um do s I r únmale

de s ce sse na te rr a até que e le t ive s se pêg o t udo e le s t ro ux er am e dado a cada um de -

le s o que e le j ulgo u j ust o . Ele s r e ce be r am ale gr e me nt e as suas por çõ e s. Ent ão

Ò r únmìlà co me ço u a cant ar, "O mundo ex ist iu, e x ist ê ncia na fr e nt e , e x ist ê nc ia

atr ás".

No t a: O 256 o dù são chama do s I r únmale ne st e caso ; at é me smo um único imale se -

r ia chamado I r únmale , co mo e le e st á for a do s quat ro ce nt o s Imale .

185 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Q ue m é r ápido g er alme nt e é aux iliado por Òg un a ser v it or io so dur ant e as lut as.

A que le que não co nse g ue lut ar ne m falar não po de cam inhar na t er r a por muit o

t e mpo . O co mbat e po de t raze r r ique za e ho nr a. I st o fo i div inado par a Ò g ún-g be mi,

que fo i or ie nt ado a não fug ir, me smo que não se nt is se co r ag e m o bast ant e par a de -

sa fiar alg ué m dur ant e uma br ig a. É o po der o so que de sfr ut a o mundo ; n ing ué m re s -

pe it a uma pe sso a fr aca. É o var o nil que co nt ro la a t er r a; as pe s so as não dão at e nção

ao s co var de s. Lhe pe d ir am que f ize sse sa cr ifíc io de fo r ma que e le não re lax asse e

pude sse se r f is icame nt e fo rt e . O sacr if íc io : um g alo , tr ê s faca s, uma pime nt a-da- co s -

t a, 3 200 b úzio s e fo lhas de I fá (po nha um g rão de pime nt a-da- co st a na ág ua e m

uma ca baça; dê a ág ua par a o galo be be r ; o cl ie nt e deve e nt ão be be r a ág ua re ma -

ne s ce nt e na caba ça e co me r a pime nt a-da- co st a e ma is alg uns gr ão s ).

Or áculo 186

Ògúndá-Kànràn

211
Es se Odù fala de se u sar as capac idade s t ant o e sp ir it ua is co mo int e le ct ua is

par a se o bt er su ce s so .

O bse r vação o cide nt al: Esse é o mo me nto par a o clie nt e mudar de tr abalho .

186 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g úndá k an, Òk ànr àn kan, Òk ànr àn- kàng ún -k àng e d iv ino u

par a Eg úng ún, que e st ava e m um co mé r cio im pro dut ivo .

Ele d is se que o so fr ime nt o de le te r ia fim aque le ano . e le de ver ia sa cr ificar

uma ce st a de o b ì e um pacot e de ch ico t e s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

186 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g úndá o awo das mão s. Òk ànr àn o awo do s pé s.

F o i dit o que ambo s tr ar iam bo a sor t e à Ter r a,

lo go , e le s de ve r iam sacr if ic ar uma o ve lha.

Ele s o uv ir am e sacr if ic ar am.

Or áculo 187

Òkànràn-Sá

Es se O dù fala de se sabe r quando e v it ar co nfro nt açõ e s.

O bse r vação o cide nt al: Co nfl it o s e m uma so c ie dade de ve m se r de cidido s pac i -

f ic ame nt e .

187 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A k in é asso c iado co m o pr inc íp io do "co mbat e r e ev it ar ".

212
Q ualque r ak in (pe s so a vale nt e ) que sabe co mo lut ar mas não se e vad ir de ce rt as lu -

t as, se r á capt ur ado po r o ut ro ak in.

I st o fo i div inado par a A k in suy i, que fo i aco nse lhado a sa cr ificar de mo do a se mpr e

se r r e spe it ado .

O sa cr ifíc io : uma gal inha d’ A ngo la, 3 200 búz io s e fo lhas de I fá (e wé imo - ope , oj e le -

e wé , e wé Olu se saj u par a faze r uma inf usão que se r á usada par a banhar o clie nt e ,

que deve r á se mpr e se co br ir co m te c ido e t u).

Ele o uv iu e sacr if ico u.

187 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Enx adas não c ult ivam u ma ro ça po r s i só . Nó s, se r e s humano s so mo s a for ça por de -

t rás de las. M achado s não po de m e mpr e e nde r nada co m êx it o . Nó s, se r e s hu mano s

so mo s a fo r ça que o s põ e m a tr abalhar. O s alfang e s não po de m por si só abr ir uma

clar e ir a. Nó s, se r e s humano s so mo s o se u aux ílio . U m in hame co lo cado de ntr o de

um p ilão não po de mo er a s i me s mo , mas nó s se r e s humano s o aj udamo s. Mas,

qua is fo r ças e st ão tr abalhando no aux ílio à human ida de , dife r e nte s de O lo r un e do s

pró pr io s ser e s hu mano s? I sto fo i d iv inado par a o e le fant e e par a o s se r e s humano s.

F o i pe d ido ao e le fant e que fize sse sa cr if íc io de mo do que o s se r e s humano s não pu -

de s se cap it ur a-lo .

O sacr if íc io : de ze sse is car amujo s, 660 búz io s e fo lha s de I fá (as fo lhas de o wo e o s

car amuj o s deve m se r co z ido s e co mido s de manhã, ant e s que o cl ie nt e fale co m

qualq uer o utr a pe s so a).

O e le fant e se r e cuso u a fazer o sacr if íc io . O s se r e s humano s se g uir a m a o r ie nt ação e

sa cr ificar am.

Or áculo 188

Òsákànràn

Es se Odù fala do sa cr if íc io de fo r ma a ev it ar in fo rt ún io e as se g ur ar t ranqu ili -

dade .

213
O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e é pr o pe nso à ir r it ação

188 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O sak anr an fo i div inado par a o ant ílo pe ,

que pe diu um sacr ifíc io par a que e le não mor r e sse co mo r e sult ado de in c ide nt e s in -

s ult ant e s.

O sacr if íc io : um g alo , uma quant idade de alj avas, ar co s, fle x as e 2 200 b úzio s.

Ele o uv iu mas não sacr ifico u.

Ele ale g o u que se u s ch ifr e s g ar ant ia m sua im un ida de a in su lto s.

Ele s disse r am que in imig o s tr ar iam -lhe pr o ble mas de lug ar e s d ist ant e s.

Ele d is se e le de pe nde r ia do s se u s ch ifr e s.

188 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A pe s so a que não po de so fr e r in sult o s de ve co nst r uir sua ca sa e m u ma áre a se par a -

da.

I st o fo i div inado par a o Ì g bín (car amuj o ),

a que m fo i pe dido que sacr if ic asse uma t art ar ug a e 18 000 b úzio s.

Ì g bín sacr if ico u, e e le fo i asse g ur a do que e le g ozar ia de paz e tr anqu il idade na casa

que e le co n str u iu.

É d it o que as pe s so as nun ca j ej uam na casa do car amuj o e que ning ué m c hor a na

ca sa de Ahun (t ar t ar ug a).

Or áculo 189

Òkànràn-Ká

Es se O dù fala de cor ag e m e ho ne st idade par a se pr e ve nir de in for t únio .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e te m que sust e nt ar o que e le acr e d it a.

189 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

214
Lut ando na fr e nt e , lut ando na r et ag uar da, se não r e sult a na mo rt e da pe s so a, nor -

malme nt e faz de la um co mpan he ir o vale nt e que , po r lut ar, adqu ir e ho nr a e r ique za.

I st o fo i div inado par a a tart ar ug a, a que m fo i pe d ido que sa cr ifica sse um car ne ir o , 2

400 búz io s e fo lhas de I fá de mane ir a a não mo rr er co mo r e sult ado de uma lut a.

Ela o uv iu e sa cr if ico u.

F o lhas de I fá fo r am pr e par adas par a e la co m a pro me ça de que e la nun ca mo rr e r ia

dur ant e uma bat alha. Fo i dit o que e la nu nca ser ia mo rt a dur ant e lut as que são co -

nhe c idas pe lo mun do . Nunca for am mo rt o s car ne iro s dur ant e br ig as.

189 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Não há n ing ué m cuj a casa se j a inc apaz de se to r nar uma faze nda. Não há ning ué m

c uj a faze nda se j a incapaz de se to r nar uma faze nda e no r me e ve lha. A ho ne st idade

e m mim não pe r mit ir á que a faze nda se to r ne um t er r e no baldio . Não há n ing ué m

c uj a mor t e não po s sa levar, e não há ning ué m cuj o o f ilho a mo rt e não po ssa le var,

e x ce to O r unmila, me u se nho r, àbik ú -j ig bo , e aque le s de ntr e o s f ilho s de Edùmar è

que são ho nr ado s.

I fá fo i co ns ult ado par a Apat a (ro cha ), que pe diu um sacr ifíc io par a que e le nun ca

pude sse mo rr e r, de for ma que as g rama po de r ia cr e sce r.

O sacr if íc io : uma o ve lha, 2 200 búz io s e fo lha s de I fá.

Ela se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Or áculo 190

Ìká-Kònràn

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de sacr if íc io par a ev it ar as co nse qüê nc ia s de

açõ e s malig na s.

O bse rvação o cide nt al: U ma im por t ant e e sco lha e st á pe nde nt e — U ma de cisão

de ve se r to mada so br e o que é ce rt o e bo m.

190 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

215
Ì k á-Kò nr àn fo i div inado par a Ek a, a que m fo i d it o que a mo rt e e st ava che ndo par a

e le de v ido ao s se us maus at o s. S e Ek a não de se j asse mo rr e r, de ve r ia e le sacr if ic ar

uma o ve lha e as ro upas pr et as que e st ava usa ndo . Ele de ve r ia també m par ar de se r

mau e ve st ir r oupas br ancas dali pr a fr e nt e .

Ele o uv iu as palav r as mas se r e cuso u a sacr if icar.

190 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I to d iv ino u par a O wó (as mão s),

que fo r am o r ie nt adas a fazer sa cr ifíc io de mo do a se mpr e te r e m co isas bo as

e nun ca e x per ie me t ar o mau.

O sacr if íc io : um po mbo br anco , uma gal inha br anca, 20 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Elas o uv ir am mas não sacr ificar am.

Ele s e nt ão d is ser am: A s mão s se mpr e ex pe r ime nt ar ão do be m e do mal.

Or áculo 191

Òkànràn’Túrúpòn

Es se O dù fala do co nhe c im e nto de Ò r únmìlà so br e t odas as co isa s, incl uindo

a art e da me d ic ina t rad ic io nal.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e não e st á se ndo ho ne st o co m o Babaláwo .

191 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

È atr av é s do e st udo de I fá que a pe sso a e nt e nde I fá. É pe r de ndo -se pe lo cam in ho

que a pe sso a se fam il iar iza co m o me smo . A pe sso a se mpr e per ambu la ao lo ng o de

uma e st r ada que e la nunca pas so u. I fá fo i co nsult ado par a O sany in no d ia e m que

O lo dunmar e co br iu uma cabaça e co nv ido u a O r unmila ir e de sco br ir -la atr av é s da

co ns ult a ao o r áculo . O sany in in s ist iu e m aco mpanhar O r unmila, me smo se ndo aco n -

se lhado a ficar po r que e le e st ava e m dificu ldade . O sany in, por é m, fo i inf le x íve l.

216
A nt e s que e le s che g as se m lá, O lo dunmar e t o co u o sa ng ue de sua e spo sa co m um te -

c ido br anco de alg o dão , g uar do u e m uma cabaça so bre a e st e ir a na qual O r unmila

fo i se se nt ar e nquanto co nsult ava I fá. O r unmila co nsult o u I fá e disse , “Ok anr an’ Tu -

r upo n”. A pó s a div ina ção O r unmila so ube o que t inha de ntr o da caba ça br an ca.

O lo dunmar e o lo uvo u. O runm il a e nt ão pe d iu que O lo dun mar e sacr ificar um cão e

uma cabr a. O lo dun mar e sacr ifico u. O sany in e mo cio nada me nt e se j unto u a O r unmila

na pr o cur a do s mat er iais par a o sacr if íc io . Enquant o e st ava se e sfo r çando par a aj u -

dar a mat ar o cacho rr o , a faca que e le e st ava se g ur ando e sca po u de sua mão e ca iu

so br e a sua pe r na fe ze ndo uma fe r ida m uit o gr ande . Or unmila pe d iu que le vasse m

O sany in par a a casa de Or unm ila. Or unm ila o c uro u, ma s O sany in nun ca po der ia

u sar no vame nte a pe r na par a tr abalho s ár duo s. O r unmila te ve pe na de le e de u- lhe

v int e fo lha s de I fá par a cada t ipo de e nfer m idade , par a pr o po r cio nar - lhe uma fo nt e

de r e nda. Fo i as sim que O sany in se to r no u um he r bo lár io .

Or áculo 192

Òtúrúpòn Kòràn

Es se O dù fala de se ev it ar po ss íve is d if ic uldade s co m as cr ian ças e in imig o s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve t er cu idado e m pro ce d ime nt o s e mpr e sa -

r ia is .

192 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O mot o lamo yo , I yo w uko de - maar ’e n is’e h in -de m i

fo i d iv inado par a Ef unb unm i,

a que m fo i dit o que t er ia v ár io s filho s, mas que e la de ver ia sa cr ificar de mo do que a

cr iança que e la e st ava carr e g ando e m suas co st as não se t or nas se um cr im ino so

quando cr e s ce sse .

O sacr if íc io : um po mbo , 4 400 búz io s e fo lhas de I fá.

Ela o uv iu as palav r as por é m não sa cr ifico u.

S e t ive sse sacr if ic ado , a e la se r iam dadas fo lha s de I fá par a banhar a cr ian ça.

F o lhas de I fá: M asce r e o luse saj u e e so e m ág ua, o u p ile as fo lhas e m ist ur e co m sa -

bão - da-co st a par a o uso da cr ian ça quando e la fo r mais ve lha.

217
192 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O t ur upo n K o nr an, O t ur upo n Ko ran fo i d iv inado par a Or unm ila.

Do is de se us in im ig o s e st avam faze ndo um r e lat ór io so br e e le par a Ès ù e pe d indo a

Ès ù par a o s aj udar a mat ar O r unmila. F o i pe dido a O r unmila que fize sse um sa cr ifí -

c io co m duas ca baça s, duas gal inha s e 480 búz io s. Ele o uv iu e sacr if ico u. Ele amar -

r o u as duas ca baça s e m se u s o mbr o s e pô -se e m mar cha e m d ir e ção ao sant uár io de

Ès ù par a fazer o sacr if íc io . Enq uanto e le ia, as duas caba ças bat iam uma co ntr a a

o utr a co mo se e las e st ive s se m d ize ndo , "e u mat ar e i O kanr an, e u mat ar e i O t ur upo n",

e as sim po r diant e . A ssim que e le se apro x imo u do sant uár io de Èsù, o s do is in im i -

g o s o uv ir am e sse vo to fe it o pe las ca baças e per g unt ar am a si me s mo s o que aco nt e -

ce r ia se Or unmila o s v isse , uma ve z que ant e s de o s ve r já e st ava faze ndo tal jur a.

Ele s e nt ão fug ir am ant e s que O r unmila c he g asse ao sant uár io de Èsù. F o i is so que

O r unmila fe z par a de rr ot ar o s se us in im ig o s.

Or áculo 193

Òkànràn-Òtúrá

Es se O dù fala de co nflit o s e m fam íl ia e e m o ut ro s re lac io name nt o s.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e nfr e nt a um co nflit o co m par e nt e s co m re la -

ção a po sse ssõ e s mat e r ia is .

193 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

“O que vo cê faz par a m im, e u faço par a vo cê ” se mpr e difícu lt a a re so lução r ápida

de uma disput a.

I st o fo i div inado par a Olúk o ya,

que fo i aco nse lhado a sacr if ic ar par a que a disput a e nt r e e le e se u s pae nt e s não pr e -

j ud ica sse s uas amizade s.

O sacr if íc io : quatr o gal inha s, aze it e -de -de ndê e 16 000 búzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

218
193 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò kànr àn- Òt úr á fo i div inado par a a líder das co br as, que fo i av isado a não e ntr ar e m

uma br ig a que re sult ar ia e m não te r mais amig o s e nt r e se us pr ó pr io s par e nt e s. S e a

l íde r das co br as de sej as se e st ar e m co ndiçõ e s am ig áve is co m o s se us par e nt e s, de ve -

r ia sacr if ic ar ve ne no s e fle x as, uma alj ava, fe it iço s pe r ig o so s, um cabr ito e 2 000 bú -

z io s. Ela ouv iu as palav r as ma s não sacr if ico u. Co mo r e sult ado , as co br as nu nca fo -

r am am ig as uma s das o ut r as.

Or áculo 194

Òtúrákònràn

És se O dù fala de se ev it ar as co nse qüê n cias de maus co mpor t ame nto s.

O bse r vação o cide nt al: A "bo ca gr ande " do clie nt e te m causado pr e j uízo .

194 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr ákò nr àn, a c idade a cidade e st á t ranqü ila fo i d iv isada par a A lafur a.

e le s d is se r am: O s animais no bo sq ue nunca arg ume nt am co m o le o par do ; o s pássa -

r o s no bo sq ue nunca arg ume nt am co m o falcão . O s ser e s huma no s nunca arg ume n -

t ar ão co m ig o ace r ca de me u car át e r t ampo uco ace r ca so br e me u t r abalho . A s pe s so -

as não mat ar ão o s cãe s por ca usa de se us lat ido s t ampo uco o s car ne iro s po r se u s ba -

l ido s. A s pe sso as nu nca e ntr ar ão e m l it íg io co m ig o . F olhas de I fá: Tr ace o O dù Ò t ú -

r ák ò nr àn no iye - ìr o sù e re c it e o e ncant ame nto ac im a ne le ant e s de m ist ur ar -lo co m

aze it e -de -de ndê e lambe -lo (par a se r usado se mpr e que ho uve r um ca so j uduc ial).

194 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O r ij i, o A d iv inho das co isas bo as, co ns ulto u I fá par a Ò t ú, que de se j ava

219
de spo sar Òk òr àn, a f ilha do Olo fin. A s pe sso as e st avam dize ndo que is t o cau sar ia

uma disput a. O ho me m a que m Òk òr àn fo i pro me t ida co mo e spo sa t inha g ast ado

mu it o ne la .

M as Or ij i, o A d iv inho das co isa s bo as, disse que Òt ú casar ia co m Ò kò r àn; no e nt an -

t o, e le de ve r ia sacr ificar o ito car amuj o s. um po mbo , 16 000 búzio s e fo lhas de I fá.

Ele sa cr ifico u.

Or áculo 195

Òkànràn-Atè

Es se O dù fala da ne ce ss id ade do clie nt e se r in ic iado .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve t rabalhar s ua e sp ir it ualidade .

195 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò kànr à-A t è div ino u par a En iaye wu,

que fo i aco nse lhado a se in ic iar e m I fá, de mo do que sua v ida no mundo pude s se

se r agr adáve l.

O sacr if íc io : do is po mbo s, um rato , u m pe ix e e 3 200 búzio s.

Or áculo 196

Irete-Okanran

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de caut e la co m re lação a uma co nspir a ção e ntr e

pe s so as da me s ma idade da pe s so a.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve t er cu idado co m co mpe t içõ e s no t rabalho .

196 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I re t e -O kanr an fo i d iv inado par a O r unmila no d ia e m que o s babalawo se r e unir am

na ca sa do O lo f in par a pr e par ar ve ne no co m o qual o mat ar iam quando al i che g as se .

F o i- lhe pe dido que je je ua sse ao lo ng o daque le d ia par a e v it ar se r e nve ne nado . Ele

220
de ver ia sacr if ic ar 3 200 búz io s e aze it e - de -de ndê . Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if i -

co u. Naque le dia, o s babala wo que se r e unir am na casa de o Olo fin chamar am Or un -

m ila par a que fo s se part ic ip ar co m e le s de um banque t e . Te ndo co nsp ir ado j unt o

co m o O lo f in, e le s co lo car am ve ne no no s v inho s e també m puse r am at ar ag ba (ve ne -

no que ca usa mor t e ) no te c ido e na e st e ir a par a O r unmila. Q uando Or unm ila che -

g o u na casa de Olo f in, e le s lhe de r am v inho par a be be r.Ele o lho u par a aquilo po r

alg uns mo me nto s e disse , “o que e st á bo iando no po t e (or u )? É ve ne no que e st á bo i -

ando no pot e . Ir et e -O k anr an, não be be r á ho j e , I re t e -O kanr an”. A pó s u m curt o e spa -

ço de t e mpo , e le s t ro ux er am o g ur o (v in ho ) par a e le , mas O r unmila o lho u e disse a

me s ma co isa. A pó s is so , o O lo f in co lo co u se u I fá no chão par a co nsult a e m no me do

f ilho pr imo g ê n ito de le que e st ava f ing indo e st ar do e nt e . To do s o s babalawo pr e se n -

t e s disse r am que a cr iança não mo rr e r ia. Q uando o Olo fin per g unt o u a o pin ião de

O r unmila, e le d is se que a cr iança mor r er ia a me no s que O lo f in e nt r eg as se se u ve s -

t uár io r e al e a e st e ir a que hab it ua lme nt e e st e nde e m se u tr o no de fo r ma que e le s

po der iam se r ut il izado s na fabr ica ção de um me d ic ame nt o par a a cr iança. Olo fin

que e st ava pro c ur ando por me io s de mat ar Or unm ila, pe nso u t er e nco ntr ado uma

cha nce , po is po de r ia pô r at ar ag ba de ntr o do ve st uár io e na e st e ir a ant e s do s e ntr e -

g ar par a Or unm ila. M as ass im que e le s for am t raz ido s, um pás saro co me ço u a gr i-

t ar m per s ist e t e me nt e , dize ndo a Or unm ila, “O r unm ila, não se nt e -se na e st e ir a hoj e ,

não se nt e -se na e st e ir a ho je . S e nte - se no if in, se nt e -se no if in! ”. Q uando e le s t er m i -

nar am de t raze r o ve st uár io e a e st e ir a, Or unm ila pe d iu que e le s usa sse m a e ste ir a

par a se se nt ar e m. Ele s o be de ce r am e fo r am e nve ne nado s. O runm il a de ixo u o lo cal

se m se r pr e j udicado .

Or áculo 197

Okànràn’Se

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de de se nvo lv ime nt o e sp ir it ual par a ev it ar an -

g ust ia e t r ib ulaçõ e s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e so fr e u um r ev é s f in ance ir o .

197 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

221
Q ue st õ e s de ang úst ia não são bo ns; u ma que st ão pr o ble mát ica é um mau e spe t ácu -

lo . I st o fo i div inado par a o filho de um ho me m abast ado , a que m fo i pe d ido sacr if i -

car de mo do que e le não so fr e s se t r ibu laçõ e s.

O filho do ho me m r ico per g unto u, “o que é so fr ime nt o ?”

Ele s disse r am: O ato de abr ang er é so fr ime nt o ; a vo nt ade das pe sso as é ang úst ia.

Ele d is se que is so e ra ba st ante .

O filho do ho me m r ico per g unto u qual se r ia o sacr ifíc io .

Ele s disse r am: u m t e cido br anco , um po mbo , uma ove lha, uma gal inha e 20 000 bú -

z io s.

197 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Le mbr e - se do Po s se s sor.

Nó s no s le mbr amo s do Po s se sso r, nó s a inda e st amo s v ivo s.

Le mbr e - se do Po s se s sor.

Nó s no s le mbr amo s do Po s se sso r, nó s e st amo s r eg o z ij ando .

O Po sse s sor nu nca apalpa no e s cur o ; Edumar e nunca te m pr e j uizo s.

Não há ne nhu ma t r ist e za lá na ca sa do Po sse s so r, ne nhuma po br e za o u pe núr ia.

O r unmila Olo wa A iye r e d is se que se nó s no s de par ásse mo s co m qualq ue r t r ibula -

ção , de ver íamo s no s le mbr ar do Po sse sso r.

O Po sse s sor nu nca se e nt r ist e ce u.

O Po s se sso r sa cr ifico u um po mbo , dua s cabe ça s de ig uana, 20 000 búz io s e fo lhas de

I fá (a ser e m dadas À pe sso a que é aplicada e m se u t rabalho ).

Or áculo 198

ÒséKòràn

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de uma co mpanhe ir a na v ida do cl ie nt e .

O bse r vação o c ide nt al: Co nd içõ e s de tr abalho in co nst ant e s ne ce ss it am de

e qu il ibr io e mo c io nal par a se har mo nizare m.

222
198 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Vo cê não g o st a de le , Eu não g o sto de le .

A po br e za cam inho u por s i me sma .

I st o fo i div inado par a uma pe s so a de safo rt unada,

que fo i aco nse lhada sa cr ificar par a que pude s se ad iqu ir ir uma co mpan he ir a.

O sacr if íc io : duas gal inha s, do is chapé us o u do is t ur bant e s fe minino s, 2 000 búzio s

e fo lhas de I fá.

Ele não sacr if ico u.

198 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S asamur a d iv ino u par a O seK o nr an,

A que m fo i dit o que te r ia in im ig o s e suce sso so br e e le s.

O sacr if íc io : uma t ar t ar ug a, e f un, o sùn, 2 400 búzio s e fo lhas de I fá.

Ele sa cr ifico u.

Or áculo 199

Okanran-Òfún

Es se O dù fala do f im de pr o ble ma s e tr ibula çõ e s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ir á e x per ime nt ar um no vo r e lacio name nt o ou

aume nt ar a int e nsidade de um r e lacio na me nto co rr e nt e .

199 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S e alg ué m te ve má so rt e po r lo ngo te mpo , ist o se r á mu dado par a bo a sor t e . I sto fo i

d iv inado par a O k anr an- A base wo lu, que fo i aco nse lhado a sacr ificar um po mbo ,

uma gal inha e 12 000 búz io s.

Ele sa cr ifico u.

223
199 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

À r àbà-nlá (g r ande alamo ) d iv ino u par a Ok anr an e O fun.

F o i- lhe s co nt ado que e le s nu nca se r ia m suj e it ado s a so fr e r se m v ing ança. A lg ué m

se mpr e se re cu sar ia a vê - lo s so fre r se m v ing ança.

F o i pe dido que sacr ifica sse m um car ne ir o e 2 200 búzio s.

Ele s sacr if ic ar am par a que nunca so fre s se m se m v ing ança.

Or áculo 200

Òfún’Konran

Es se O dù adver t e so br e abuso de po de r.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á se n do pr e su nço so .

200 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún’ K ò nr àn fo i d iv inado par a Olo dunmar e quando e le e st ava se pr e par ando par a

e nv iar as pe sso as par a a Te rr a.

Ele s d is se r am que O lo du nmar e e st ava r e fle t indo no ca st ig o que o s po der o so s in fli -

g ir iam ao s fr aco s, no cast igo que o s re is e che fe s in flig ir iam às pe s so as que fo r am

d ist it u ida s ou e m per igo . Ele v iu pe sso as ino ce nt e s se ndo mo r t as na Te rr a e de se jo u

de fe nde r a que le s que não t inha m chan ce de se v ing ar.

F o i pe dido par a Ele sacr if ic ar uma t ar t ar ug a, u ma faca, um ar co e uma fle cha, uma

p ime nt a e 18 000 búz io s. S e Ele sacr ifica sse , po de r ia o s de ix ar liv r e na Te rr a.

Ele sa cr ifico u.

Or áculo 201

224
Ògúndá’Sá

Est e O dù fala de ganho mo ne t ár io par a a pe s so a ver dade ir ame nt e e spir it ual.

O bse r vação o cide nt al: Fo r ça no tr abalho co nduz a g anho sig nif ic ant e .

201 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

C e l ibat o fo i div inado par a I fá quando o mundo t odo e st ava dize n do que if á e st ava

só . F o i pe dido a I fá que e sco lhe sse uma co mpan he ir a. I fá disse que e sco lhe u din he i -

r o co mo sua co mpanhe ir a. F o i pe d ido a e le que sa cr ifica sse um po mbo e 24 000 bú -

z io s. Ele sa cr ifico u.

201 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g úndá’S á fo i d iv inado par a o r e cé m-nas cido .

Ele s disse r am que sacr if íc io er a ne ce s sár io se o be bê fo sse v iver e apr e ciar a v ida.

O sacr if íc io : uma g alinha d’ A ngo la, u m po mbo e 24 000 búz io s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

Or áculo 202

Òsá’Gúndá

Es se O dù fala de bo a so r te que não ve m se m sacr if íc io .

O bse r vação o cide nt al: Há alg ué m que o cl ie nt e não de ve co nfiar.

202 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O sa’ Gunda po de lut ar. O ide r e , o a wo de Ig bado , A luko , o awo de I g bado , A ij ag og o -

r og o , o awo de O l ibar a, to do s d iv inar am par a O l ibar a. O ide r e , o awo de Ig bado ,

225
d is se que de s co br iu bo a so rt e par a Ol ibar a. e nt ão O l ibar a deve r ia sa cr ificar um

po mbo , uma ove lha e 44 000 búz io s. Ele sacr if ico u. A luko , o awo de I g bado , disse

que e le v iu nas cime nt o de filho s (t ant o O ide r e quant o A luko e r am e xt r ang e iro s );

e nt ão , O libar a de ver ia sacr if ic ar uma g alinha, uma cabr a e 32 000 búz io s. O libar a

sa cr ifico u. A ij ag og or o go , o awo da casa de O libar a, que pr e v iu uma g uer r a. Ele

t ambé m pe diu que O l ibar a sacr if ic as se : um car ne ir o e 66 000 búzio s. e le d is se que

se O libar a não o fe r e ce sse o sa cr ifíc io , haver ia g uer r a e m onze dias. O libar a não o fe -

r e ce u o sacr if íc io . No dé cimo pr ime ir o dia, a g uer r a ve io . O libar a fug iu da cidade .

202 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S un- mis’e be , S un- mis’apor o co nsult o u par a A ik uj e g unr e (t ipo de er va) e O lo ko ( fa -

ze nde ir o ). A ik uj e g unr e fo i aco nse lhado a sa cr ificar um car amujo , uma gal inha e um

car ne iro . Ele s disse r am a A ik uj e g unr e que não mor r er ia mas e st ar ia e nr aizado e co -

lo cado e m um alt o o bj e to ac im a do chão .

A ik uj e g unr e sacr if ico u. A o faze nde ir o fo i pe d ido que o fe r e ce sse e m sacr if íc io um

car ne iro , u m alfang e e 66 000 búz io s de mo do que e le não mo rr e sse . Ele sacr if ico u.

Q uando o faze nde ir o e st ava cap inando , e le j unt o u A ik uj eg unr e co m o alfang e e m

um lug ar. A ik uj e g unr e d is se , “Eu me faço not ar se ndo re un ido , ass im me aj ude a fa -

lar par a me u s pa is no C é u”. Q uando o faze nde ir o final izo u a cap inag e m e j unt o u a

e r va chamada A ik uj e g unre co m um alfang e e o co lo co u e m um tr onco , a e r va disse ,

“d ig a-me pai do C é u que e u so u no t áve l”. Ent ão , as ult ima s palavr as usual me nt e fa -

ladas pe la er va são : “que o faze nde ir o não mo rr a. Q ue e u t ambé m não mo rr a, de fo r -

ma que ambo s pe r mane çam par a se mpr e ”.

Or áculo 203

Ògúndá’Kaa

Es se Odù fala da ne ce ss id ade de caut e la e sa cr ifíc io par a so luc io nar pr o ble -

mas mo net ár io s.

226
O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e se de par a co m co nflit o s o u acu saçõ e s no t ra-

balho .

203 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O r unmila d is se O g unda’K aa, Eu dig o O g unda’K aa.

I st o fo i div inado par a O mo t ade .

e le s d is se r am que e st amo s supl ic ando a Or unm ila par a impe d ir que O mo t ade fo s se

co nt ado co mo ladr ão .

O sacr if íc io : quatr o gal inha s, r at o s, pe ix e , aze it e - de -de ndê e 8 000 búz io s.

Ele sa cr ifico u.

203 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O g unda’K aa fo i d iv inado par a Or unmila, o r e i, que e st ava co m pr o ble ma s.

F o i- lhe asse g ur ado que co nse g u ir ia alg um d inhe ir o log o .

O sacr if íc io : do is po mbo s e 2 000 búz io s,

e le sa cr if ico u.

Or áculo 204

Ìká-Ògúndá

Es se Odù fala de sacr ifíc io a O g un par a de se nvo lve r co r ag e m e m alg ué m t í -

m ido .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á f ing indo um pro ble ma que não ex ist e .

204 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g ún pro va minha ino ce n cia

Ò g ún, por favor me apó ie .

227
Não há n ing ué m co m pr o ble ma s que não pe ça aux íl io a Ò g ún.

Q ue m que r que se j a que fa ça o be m r e ce be r á o be m.

É uma pe sso a e m par t icular que Ò g ún aux iliar á.

I st o fo i div inado par a A det ut u, o f ilho do co var de que re sp ir a me dr o same nt e , que

e r a me io - mor to ant e s da br ig a.

Ele fo i aco nse l hado a sacr if ic ar um cão , aze it e -de -de ndê , inha me assado e v inho de

palma.

Ele o uv iu mas não sacr ifico u.

Or áculo 205

Ògúndá-Òtúrúpòn

Es se O dù fala de bo a fo rt una re s ult ante de me lho r a de co mpor t ame nto .

O bse r vação o c ide nt al: Dif ic uldade s e blo que io s são d is so lv ido s co m de se n -

vo lv ime nt o e spir it ual.

205 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g ún dir e c io no u bo a sor t e par a a ca sa de O t ur upo n.

I st o fo i div inado par a as pe sso as e m I fe -O oye .

Ele s disse r am que um ano de r ique za s t inha v indo , um ano de abundâ nc ia,

um ano de nasc ime nto de mu it as cr ia nças.

F o i- lhe s pe d ido que sacr ifica sse m de z po m bo s, de z g alin has e 20 000 b úzio s de fo r -

ma que e le s não disput ar iam no vame nt e .

Ele s o fer e ce r am o sacr if íc io .

205 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A s ár vo r e s e st ão se nt in do do r e s de cabe ça na flo r e st a.

O Ir ok o e st á se nt indo do r no pe it o .

A ár vo r e cur at iva e st á r e me diando a to do s.

228
I st o fo i div inado par a Òg ún e O t ur upo n.

De mane ir a a co mpor t ar -se be m, fo i-lhe s pe d ido que sa cr if icas se um cão , aze it e -de -

de ndê , u m g alo e 18 000 búz io s.

Ele s o fer e ce r am o sacr if íc io .

Ò g ún e nt ão de u Ot ur upo n bo a sor t e .

Ò g ún l ibe r t o u O t ur upo n da e scr av idão . Nó s e st amo s re go z ij ando , nó s e st amo s dan-

çando .

Or áculo 206

Òtúrúpòn-Egúntán

Es se O dù fala do pr e se nt e , se ndo um mal mo me nto par a uma no va cr ia nça,

mas mant é m uma gr ande pro me s sa par a o fut ur o .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e te ve re ce nt e me nt e per de u uma cr iança, ant e s

o u log o de po is do nasc im e nto . A lg uma co isa e st ava e rr ada co m a cr iança.

206 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O s r amo s do ir ok o de ver iam ser po dado s e nquant o a ár vor e é j ove m. Q uando fica

ve lha e alt a, se u s galho s j á não po de m se r fac il me nt e co rt ado s. I sto fo i d iv inado

par a Òt ú, a mãe de um be bê no vo . Ele s d is se r am que a cr iança se r ia um lacr ão

quando cr e s ce sse . Fo i pe d ido par a que o s pais o fe r e ce sse m sacr if íc io par a que a cr i-

ança pude s se m o be de ce - lo s. O sa cr ifíc io : um car amujo , u m pe ix e ar o , um po mbo ,

uma banana, 66 000 búzio s e fo lhas de if á. S e o sa cr if íc io fo r re alizado , as fo lhas e so

são as fo lhas de I fá a se r e m usada s. Espr e mer as fo lhas e m ág ua co m fluido do car a-

muj o e banhar a cr ia nça. Se a cr ia nça cr e s ce r, dar - lhe uma so pa fe it a co m fo lha e so ,

car amuj o o u pe ix e aro par a co me r. Ela t ambé m de ve co me r bananas.

206 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O t ur upo n- Eg unt an fo i div inado par a Or unm ila.

229
Ele s disse r am que a e spo sa de O r unmila co nce be r ia.

F o i pe d ido que O r unmila o fe r e ce s se sa cr ifíc io par a que a cr iança v ie sse e m um mo -

me nt o mais pr o pício a e le s.

O sacr if íc io : uma g alinha g r ande , uma ca br a e 66 000 b úzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

Or áculo 207

Ògúndá-Túrá

Es se O dù fala da saúde do cl ie nt e , e le se nt indo -se fis ic ame nt e do e nt e co mo

r e sult ado de pr e s são e in im ig o s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e é h ipo co ndr íaco .

207 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S ak amda (Eu so u bast ant e limpo ) fo i d iv inado par a O t a (pe dr a) na ág ua.

Nó s t e me mo s a do e nça. F o i pe dido a Ot a-m i não t e mar a do e nça e lhe fo i pe dido

que ofe r e ce sse sacr if íc io de for ma que e le per mane ce sse fix o .

O sacr if íc io : um car amuj o , um po mbo , 32 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ele sa cr ifico u e se v iu liv r e de do e nça s.

207 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O g unda-Tur a. É bo m que per m it e à pe s so a supe r ar um in im ig o . U ma pe sso a mal fa -

vor e c ida po de se r fac il me nt e at r aida pe lo se u in im ig o .

Q ue m me par iu?

Ò g úndát at úr ápa, faça co m que me u s in imig o s caiam um apó s o out ro e mat e -o s e m

g rande quant idade . Eu não de ver ia co nhe ce r qualq uer in im ig o o u qualque r o po ne n -

te.

Q ue m é uma pe sso a mal favo r e cida?

230
U ma pe sso a mal favo r e cida é aque la a que m a maio r ia das pe sso as acr e d it a e st ar ar -

r u inada e e la a inda pe nsa que é m uit o amado . Em ve nt o s for t e s, plant a e g be e cai

uma so br e as out r as; de ce rt a for ma, me us in im ig o s mo rr er ão um apó s o utr o . Ele s

nun ca se aj udar ão mut uame nt e ; o s lag ar to s macho s não aj udam un s ao s o utr o s e m

um cur to e spa ço de te mpo .

F o lhas de I fá: Tr ace o Odù Og unda- Tur a no pó de ìr o s ù e invo que I fá co mo det e r mi -

nado ac ima. U ma pe que na por ção do pó de ve se r co lo cado no to po da cabe ça e e s -

fr e g ado da t e st a à par t e in fe r o -po ste r io r da cabe ça. I st o deve se r fe it o pe la manhã, à

t ar de o u a no it e at é o pó aca bar. É par a se r ut ilizado ape nas uma ve z ao dia.

Or áculo 208

Òtúrá-Egúntán

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de r e mo ver e ne r g ia s ne g at ivas do cl ie nt e .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce ss it a de pur if ic ação par a re mo ver e ne r -

g ia e spir it ua l ne g at iva.

208 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ele s fize r am mu it o mal a m im. Eu não so u mac ulado ; e le s não me po de m supe r ar ;

e le s e st ão amald iço ando , j ur ando , e me de sej ando mal. Ot ur a-Eg unt an disse que e u

não deve r ia t er me do ne m se pr e o cupar co m e le s. Ele pr o me t e u cor r ig ir me u s cami -

nho s de for ma que e u po ssa v ive r uma v ida me lhor. Ele disse que minha v ida se r ia

pró spe r a. É O t ur a- Eg unt an que que lava m inha cabe ça de mane ir a que ne nhu ma

mald iç ão , male dicê n cia, fe it iço o u e ncant o me afe t e .

F o lhas de I fá: Q ue imar j unt o fo lhas o luse saj u, ife n e e so . M ist ur e o pó co m sabão -

da- co st ae co lo que - o e m uma caba ça. Jo g ue um po u co de pó de iy è -ìr o s ù so br e o sa-

bão , tr ace o odù so br e e le e invo que o e ncant ame nto acima. U t il izar par a to mar ba -

nho .

231
Or áculo 209

Ògúndáketè

Es se O dù fala de do is co nce it o s im por t ant e s: o pape l de Eleg bar a (E s u) co mo

um me n sag e ir o e ntr e o s se r e s humano s e De us; e Eg úng un (ance st r ais) co mo

o cam inho do s ser e s humano s par a a s upr e macia.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á se n do do m inado po r uma fe me a.

209 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O s pe s cador e s não sa be m e m qual lug ar o mar o bt e m s uas ág uas ne m a o r ig e m da

lag o a. I st o fo i div inado par a Ele g bar a, a que m fo i dit o que e le s de ver iam s uplicar a

e le uma var ie dade de co isa s de mo do que e le carr e g asse se us sacr ifíc io s par a o C é u.

O r unmila per g unt o u co mo Eleg bar a co nse g uir ia mo st r ar par a e le s que o s se us sa cr i -

f íc io s t inham alca nçado o C é u. Ele g bar a d is se que qualque r um c ujo sacr if íc io t e nha

s ido ace it o sabe r ia po r s i só que e le fo i ace it o . Q uando as pe sso as que nun ca ofe r e -

ce r am sacr if íc io f ize r e m uma o fer t a, e le s t ê m que d ize r : M e u sacr ifíc io che g o u ao

mar e à lag una. Ele se r á ace it o . M as qualque r um que t e nha o fe r e cido sa cr ifíc io , e o

sa cr ifíc io fo i ace it o , te m que dize r : M e u sa cr if íc io alcan ço u o C é u. Fo i pe d ido a

Ele g bar a que sacr if ic as se de for ma que as pe s so as do mundo o o be de ce sse m.O sacr i-

f íc io : uma palme ir a, uma cor da de e s calar, um g alo , um ò ké t é e 66 000 búz io s. e le

o uv iu e ace it o u.

209 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

S e nó s de se j amo s me nt ir, nó s par e cer e mo s e st ar ag it ado s. Se nó s de se j amo s dize r a

ver dade , nó s par e ce r e mo s e st ar co nfor t áve is. Nó s não po de mo s e ng anar um ao o u-

t ro quan do e st amo s car a a car a. I sto fo i d iv inado par a Òg ún, que e st ava in do r e ali -

sar o s r it ua is pr e s cr it o s pe la I yalo de nas r uas. To das as mulhe r e s e st avam cast ig an -

do to do s o s ho me ns. Fo i pe dido que Ò g ún sacr if ica sse um bo né , um cão , 14 000 e al -

g umas o ut r as co isa s de s co nhe cidas por não in ic iado s. Ele sacr if ico u.

232
De po is d is so , o m ist é r io de Eg úng ún e de out ro s cult o s que co bre m as sua s face s,

ca be ças o u cor po s int e ir o s t iver am in íc io . A s mulhe r e s e r am ant ig ame nt e as co nt ro -

lado r as de st e mist é r io . Elas ass ust ar am o s ho me ns co m e le e não o be de ce r am o s ho -

me n s mu it o . O s ho me ns, e spe cialme nt e Ò g ún, de sco br ir am um mo do me lhor que o

mo do das mul he re s.

Or áculo 210

Irete-Egúntán

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de inic ia ção .

O bse r vação o cide nt al: De se nvo lv ime nt o e sp ir it ual az- se é ne ce s sár io par a paz

e pro spe r idade .

210 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Te t e , ve nha e aj a de fo r ma que e le s po ssa m se r co nfo r mado s.

I st o fo i div inado par a Pè rè g ún (plant a de ce r ca),

a que m fo i pe dido o fe r e ce r sacr if íc io de for ma que pude sse se nt ir - se

be m se ndo in ic iado e m I fá.

O sacr if íc io : uma bana na, mant e ig a de car it é e 44 000 búz io s.

Ele sa cr ifico u. Ele fo i in ic iado .

Ele s d is se r am que e le se se nt ir ia be m. De fat o , Pèr è g ún se se nt ia mu it o tr anquilo e

co nfo rt áve l.

210 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Bo a sor t e ve io par a mim.

I st o fo i div inado por O r unmila ao re i que do e le e st ava e m de sg r aça.

Ele d is se que um ano de sor t e e st ava po r v ir.

F o i- lhe pe dido que sacr ifica sse um po mbo , uma gal inha, um camar ão (e de ) e 2 000

búz io s.

233
Ele sa cr ifico u.

Or áculo 211

Egúntán’sé

Es se O dù fala par a não cast ig ar pe s so as por s uas car acte r íst icas fís ic as.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e mar cha pe la to que de se u pró pr io t ambo r.

211 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g úndá ofe nde u a ning ué m, Òg úndá não ma chuco u n ing ué m. É pro ib ido , não é

bo m ca st ig ar Ò g úndá.

I st o fo i div inado par a Oló wó ,

a que m fo i pe dido que o fer e ce s se sa cr if íc io par a não se r pun ido dur ant e sua v ida.

O sacr if íc io : um po mbo , uma ove lha e 44 000 búz io s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

Ho nr ais e r e spe it a is o s o utr o s; é me lho r de ix ar o filho de um ho me m ho nr ado imp u-

ne . U ma ár vo r e é re spe it ada po r ca usa de se us nó s [de made ir a]; Ent ão t ambé m é

um re spe it ado um ho me m albino por cau sa do Ò r ìsà. Vo cê deve t o da a ho nr a m im.

Or áculo 212

Òsé-Egúntán

Es se O dù fala do impe d ime nto de bo a fo rt una.

O bse r vação o cide nt al: M udanças ráp idas e m at iv idade s te mpo r ais ir ão r e sul -

t ar e m ganho s.

212 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

234
Po br e za e so fr ime nto t er m inam fo i div inado par a Tot o .

F o i pe dido a To to o fe r e cer sa cr ifíc io de fo r ma que e le se r ia se mpr e r ico .

O sacr if íc io : um po mbo , uma ove lha, uma gal inha e 32 000búz io s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

212 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì sé - Eg únt án, nó s co nhe ce mo s bo m tr aj e e m À g be .

Ì sé - Eg únt án, nó s co nhe ce mo s bo m tr aj e e m À lùk ò .

Ì sé - Eg únt án, nó s co nhe ce mo s bo m tr aj e e m O dide re .

To da bo a so rt e e st á nas mão s de Oló k un — O ló k un o che fe de to da ág ua.

Ì sé - Eg únt án To to co manda a to da bo a so rt e ve nha a m im.

F o lhas de I fá: pulve r ize as pe nas àg be , àlùkò e ik o o de co m fo lhas de to to ;

co lo que e m uma quant idade de sabão -da- co st a co rr e spo nde nt e a 2 000 búzio s e t ra -

ce o o dù Ò sé -Eg únt án ne le ; u sar par a banho .

No t a: Em qualque r mo me nto que a pe na de um àg be é me nc io nada, saiba que uma

pe na de r abo de ver á se r usada.

To do s o s mat er ia is a se r e m u sado s par a awur e (me dicame nt o par a sor t e bo a) de ve

e st ar limpo , per fe it o e e m bo m e st ado .

Or áculo 213

Ògúndá-Fú

Es se O dù fala de po s síve is d isp ut as so br e po sse s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á se de par ando co m alg uma e spé c ie de

d ist r ibu iç ão de her ança o u cr ia nças que se nt e m que o s pais não o s e st ão t r a -

t ando ig ual me nt e .

213 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

235
Ò g úndá, dê o co nt r at o ao do no . S e vo cê não der o co ntr ato ao do no , t o malo - e i de t i

à fo r ça e br ig ar e i, e mbo r a e u não te r ade nt r ado à sua ca sa pro c ur ando br ig a.

I st o fo i div inado par a um v iaj ante que se ho spe dar ia na casa de um ho me m avar o .

F o i pe d ido que e le ofe r e ce sse sa cr ifíc io par a que não per de s se se us pe rt e nce s par a o

patr ão avar o .

O sacr if íc io : uma g alinha, 12 000 b úzio s e fo lhas de I fá (pilar fo lhas de t ag ir i e e e -

s in -war a e u ma quant idade de sa bão -da-co st a e qu ivale nt e a 12 000 búz io s: co lo car

e m u m cant o da casa e ve rt e r o sang ue da gal inha ne le ; usar par a banho ).

213 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Dê par a m im, e u não vo u dá- lo a vo cê . Nó s não po de mo s lut ar e m cima de co nt as

t o do o caminho par a Oyo e at é que nó s che g amo s à casa do Olo fin. S e nó s lut amo s

se cre t ame nt e , nó s de ve mo s falar a ver dade no dia e m que a br ig a alcan ça o re i..

I st o fo i div inado par a o re i quando u m saco de co nt as fo i t raz ido po r g uar diõ e s e

que mais t ar de de c id ir am e nve ne nar o pr o pr ie t ár io das co nt as de mo do que as me s -

mas fica sse m par a e le s.

F o i pe dido que sacr ifica sse um po mbo e 2 000 búz io s.

A h ist ó r ia da que st ão : Hav ia um ho me m co m do is filho s. É u m co st ume e m no s sa

t er r a que o s familiar e s não per m it am ao s filho s de um pa i fale c ido t er qualque r co i -

sa for a do pr o pr ie dade do pa i de le s. Por e st a r azão , a fam íl ia do pai do s do is f ilho s

fale cido to mar am a pro pr ie dade e a div id ir am t ot alme nt e e ntr e e le s.

Est e s do is filho s ro ubar am uma bo lsa de co nt as e a mant iver am e sco ndida e m al -

g um lug ar, e ve nde r am as val io sas co nt as uma a uma. quando a bo lsa fico u quase

vaz ia, e ma is da me t ade j á se for a, o filho mais ve lho quis e ng anar se u ir mão . Ele

le vo u as co nt as r e st ant e s ao r e i par a cu st ó dia e falo u par a se u ir mão que as co nt as

t inham s ido ro ubadas. A lé m d is so , o re i també m e st ava pe nsando e m um mo do de

mat ar o f ilho ma is ve lho de for ma a po de r mante r as co nt as co nsig o .

Or áculo 214

Òfún-Egúntán

236
Es se Odù fala das co nse quê n cias de se ig no r ar co mpor t ame nto mo r al e sacr i-

f íc io .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e e st á e nvo lv ido o u de sej o so de um po ss íve l

r e lacio name nt o sex ual no civo .

214 (Tr adu ção do ve r so )

O supaj e re j er e , ad iv inho de O nibar a, div ino u par a O nibar a, a que m fo i pe d ido que

sa cr ificas se um car ne ir o e 22 000 búz io s de mo do que e le não e ntr as se e m pro ble -

mas por cau sa de uma me re t r iz.

O n ibar a não o fer e ce u o sa cr if íc io .

Ele per g unt o u que t ipo de pr o ble ma po de r ia ofe r e ce r uma me r et r iz a e le , o l íde r de

uma nação ?

A h ist o r ia de O nibar a apó s e le te r re cu sado sacr if ic ar : No ano que I fá fo i co ns ult ado

par a O nibar a, uma mulhe r che g o u de uma te rr a lo ng íq ua par a de spo sa- lo . A mulhe r

fo i pr o st it ut a. Vár ia s pe sso as que a co nhe ciam e aque la s que o uv ir am falar so br e

e la v ie r am par a pr eve n i- lo a não se casar co m e la. O nibar a se ndo um re i, r eg e ito u a

adve rt ê c ia das pe sso as. Ele se r e cuso u a de spr e zar a mul her po is e la er a mu it o bo -

n it a. A im ag e m de st a mulhe r o cupo u a me nt e do re i de mane ir a que e le não e r a ca -

paz de r e pe lir o u mu dar o s pe dido s da mulhe r. A mulhe r d is se ao re i que não co m ia

o utr a co isa se não car ne , e nt ão o re i mato u to das as ave s, car ne ir o s e capr ino s que

e le t inha par a a causa da mulhe r. Ent ão o r e i co me ço u a ar mar ar apu cas par a as

ave s, car ne ir o s e capr ino s que pude sse m e nt r ar no se u palác io . Q uando o do no v ie s -

se pr o cur ar o an imal no d ia se g uint e , o r e i dir ia que e le lhe e st ava chamando de la-

dr ão . M as quan do não t inha mais ave s, car ne ir o s e capr ino s na v izinhan ça, o re i

pe nso u e m uma out rr a mane ir a par a obt er car ne par a a mulhe r. e nt ão e le co nse g uiu

um fe it iço co m o qual as pe sso as se tr ansfo r mavam e m t ig r e s. A pó s is so , o re i ia

t o da manhã at é o s po st e s o nde o s animais e r am pr e so s par a ao abat e e o s le vavam

dal i. C o nse que nt e me nt e , as pe s so as co me çar am se can sar am co m o s ho rr o re s que o

t ig r e e st ava causa ndo pe lo as sas sínio de se u s animais do mé st ico s. O s ca çador e s da

v iz in hança f ize r am uma v ig ilia e at ir ar am no t ig r e . Q uando e le fo i at ing ido pe las

fle x as, fug iu e fo i ca ir na fr e nt e da casa de On ibar a. I nt o o cor r e u nas pr ime ir as ho -

r as da no it e à luz da lua. Q uando amanhe ce u, O nibar a fo i e nco nt r ado na pe le do t i -

237
g re ; to das as faca s que e le uso u par a per f ur ar as v ít imas e st avam e m sua s mão s e o

an imal que e le hav ia abat ido e st ava ao lado de le . A s pe sso as se s ur pr e e nde r am e m

ver que o r e i de las t e ve t al háb it o r uim. Ent ão e las achar am um lug ar de pr e ssa par a

o e nt er r ar se cr e t ame nt e . Elas le var am cabo da mulhe r, a mat ar am, e a e nt er r ar am na

abó bada de O ba. De sde e st e t e mpo , se um t igr e é mor t o , sua fa ce é co be rt a, e se r á

le vado par a um lug ar se cr et o ant e s de se r e sfo lado . I sso é por que um t igr e é cha -

mado de r e i. Pro v ér b io : U m t ig r e , ape sar de sua maldade , pe diu par a as pe s so as

que não de ix e m sua face de sco be rt a.

Or áculo 214

Òsá-Ká

Es se O dù pr ev ê um no vo be bê e fala da pr ot e ção do se gr e do de alg ué m.

O bse r vação o cide nt al: U m co me nt ár io so br e um ant ig o e mpr eg ado po de cau -

sar pro ble ma par a o cl ie nt e .

215 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sá cam inha ao r e dor div ino u par a um r e cé m-nas cido . Fo i pr e dit o que e le se r ia um

apa ix o nado po r v iaj ar pe lo mundo quando e le fo s se mais ve lho .

e le s d is se r am: U m sacr if íc io de ve se r fe it o de mo do que e le po ssa t er uma hab it ação

e m t er r a e po ssa e st ar muit o be m.

O sa cr ifíc io : um car amujo , um aik a (an ima l e spe cial do mat o ), sa bão -da-co st a, 32

000 búz io s e fo lhas de I fá. A s fo lhas de I fá deve m ser mo idas e co zida s na so pa co m

a ik a o u car amujo par a o clie nt e be be r e as fo lhas de I fá deve m ser m ist ur adas no sa -

bão - da-co st a.

215 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

238
Palav r as par t icular e s to r na-se - ão públ ic as fo i div inado po r Ay ék og be j e . U m co nf i -

de nt e e st á re ve lando se g r e do s. F o i pe d ido que sacr if ic as se par a que não fize sse co i -

sa s ver go nho sa s e m se g r e do , e que se us se gr e do s não fo sse m div ulg ado s.

O sacr if íc io : um car amuj o , aze it e - de -dê nde , banha de òr i, um po mbo , 66 000 b úzio s

e fo lhas de I fá.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

Or áculo 216

Ìká-Sá

Es se O dù adver t e às pe s so as a não faze r e m nada de so ne st o .

O bse r vação o cide nt al: Co nf usão e mo cio nal po de le var a de c isõ e s pe r ig o sas.

216 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

U m mal car át e r ge r a um co var de

fo i d iv inado par a u m ladr ão .

Ele s disse r am que um ladr ão não se r ia t ão br avo quat o o pr o pr ie t ár io .

O ladr ão fo i adve rt ido a sa cr if icar de mane ir a a adquir ir co isas fa cilme nt e o u ho -

ne st ame nt e .

O sa cr ifíc io : quatr o car amuj o s, 8 000 búzio s e fo lhas de I fá ( wo ro e è so par a ser e m

co z idas e co midas co m o s car amujo s ).

e le não sacr if ico u.

216 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O mundo é fr io . Nó s e st amo s de scan çando ; pe s so as fr acas de ix am a cidade .

I sso fo i d iv inado par a Jo k oj e que de se j o u de s cançar, e le de ver ia sacr if ic ar pano

br anco , um po mbo , uma o ve lha e 20 000 búzio s.

Ele sa cr ifico u.

Ele s falar am que e le e st ar ia usando ver de co mo pano pro t et o r.

239
Or áculo 217

Òsá-Òtúrúpòn

Es se O dù fala de in fe rt ilidade e de sa cr ifíc io par a v ida lo ng a.

O bse r vação o cide nt al: Esse é o mo me nto par a sacr if ic ar a Òg ún par a co nce p -

ção .

217 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ela- não -carr e g a-cr iança -e m- suas -co st as fo i d iv inado par a Ò sá A t inu soj o ,

a que m fo i pe dido que sacr if ic asse de mo do a po de r dar a luz.

O sacr if íc io : uma ca br a, uma g alinha, 16 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ela se re cu so u a sa cr ificar.

217 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sá- Òt úr úpò n, Ò sá-Ò t úr úpò n

fo i d iv inado par a a pe le de u m an imal.

e le s disse r am que a pe le ser ia sa udáve l e v ive r ia mais que qualque r o ut r o animal no

mu ndo .

O sacr if íc io : um po mbo , uma ove lha, o b ì e 44 000 búz io s.

A pe le sa cr ifico u.

Or áculo 218

Òtúrúpòn-Òsá

Es se O dù fala de t ir ar uma cr ian ça do pe r ig o .

240
O bse r vação o cide nt al: U ma nova cr iança o u novas re spo nsa bil idade s e st ão

cr iando uma pr e o cupa ção te mpo r ár ia.

218 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I g bo k e g bo do fo i d iv inado par a K o nk o n

Ele s disse r am que e le deve r ia faze r sacr ifíc io par a que um re cé m -nas cido não e nvo l -

ve sse o s pais e m pr o ble mas o u de sasso s se go .

O sa cr ifíc io : um pilão , um car amuj o , aze it e -de -de ndê e m abundân cia, 32 000 búz io s

e fo lhas de I fá (jo ko j e e è so ).

K o nk o n may ik an se re c uso u a sa cr ificar.

218 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr úpò n- Ò sá fo i div inado par a as pe s so as na c ida de chamada I lar a.

Ele s d is se r am que t odo s o s be be s nasc ido s naque le ano se r iam car r eg ado s nas co s -

t as de s uas mãe s e nquant o e st as fug ir iam de uma bat alha.

A s pe s so as pe rg unt ar am o que de ver iam sacr ificar e fo i r e spo ndido : aze it e - de -de n -

dê , bananas mad ur as, ban ha de o r i, fo lhas I fe n, fo lha s jo ko je , fo lha s wor o e 42 000 -

búz io s.

Ele s não sacr ificar am.

Or áculo 219

Òsa-Òtúrá

Es se O dù fala do s de use s favo r e ce ndo aque le s que falam a ve r dade .

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e deve co nfro nt ar um pro ble ma que e le ve m

e v it ando .

219 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sá- Òt úr á diz, o que é ve r dade ?

Eu dig o , o que é ve r dade ?

241
Ò r unmila d iz: Ve r dade é o Se nhor do Par aiso g uia ndo a te rr a.

Ò sá- Òt úr á diz, o que é ve r dade ?

Eu dig o , o que é ve r dade ?

Ò r unmila d iz: Ve r dade é o Inv is íve l g u iando a t er r a, a sabe dor ia que Olo dunmar e

e st á usa ndo — gr ande sabe do r ia, mu it as sabe dor ias.

Ò sá- Òt úr á diz, o que é ve r dade ?

Eu dig o , o que é ve r dade ?

Ò r unmila diz: Ve r dade é o car át er de O lo dun mar e . Ve r dade é a palavr a que não cai.

I fá é a ve r dade . Ve r dade é a palav r a que não se co rr o mpe . Po de r que ultr apas sa a

t udo . Bê nção pe r pét ua.

I st o fo i div inado par a a Te rr a. Ele s disse r am que as pe sso as do mundo de ver iam se r

ver dade ir as. Par a capa cit a -lo s a se r e m ver dade ir o s e ho ne sto s que idabo (me d ic ina

de I fá) sej a apl ic ada por mar car o Odù Ò sá-Òt úr á no iy è - ìr o sù. A pó s re c it ar o I fá

ac im a so br e o pó , m ist ur e -o co m e ko e be ba -o , o u co ló que - o no aze it e -de -de nê e o

co ma, de mo do que sr á fác il se r ho ne sto e ver dade ir ao .

C ant ig a de I fá: Fale a ver dade , d ig a o s fat o s. F ale a ve r dade , dig a o s fato s. A que le s

que falam a ver dade são aque le s a que m as de idade s aux il ia m.

Or áculo 220

Òtúrá-Sá

Es se O dù fala das co nse que n cias de se falhar co m o s sacr ifíc io s e da re co m -

pe nsa daque le s que faze m sa cr ific io .

O bse r vação o cide nt al: O t e mpe r ame nto do clie nt e e st á cau sando pr o ble ma s.

220 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Eu não t e nho me do , e u não so u me dr o so . M e u cor po é fr e sco . I sso fo i div inado par a

O lók un a que m fo i pe d ido sacr if ic ar de mo do que se u co r po pude sse s e st ar se mpr e

fr e sco .

242
O sacr if íc io : uma ca baça de aze it e -de - de ndê , uma ca baça de banha de o r i, u ma caba -

ça de adin, um car amujo , uma ove lha, um po m bo , um car ne iro , uma pe dr a-de -r aio ,

44 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ele sa cr ifico u.

220 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

C o mpr ar e fug ir, co mpr ar e fug ir. U ma pe sso a má f ug iu co m me u d inhe ir o . I sso fo i

d iv inado par a o pato .

Ele s d is se r am que a pe sso a má che g o u par a co mpr ar de le e fug ir ia se m pag ar. F o i-

lhe pe d ido que sacr ifica sse de mo do que não pe r de sse se u dinhe ir o .

O sa cr ifíc io : 18 000 búz io s, um po mbo e fo lhas de I fá (e e s in e casca s de car o ço de

palme ir a).

Ele não sacr if ico u.

O ass unto se to r no u de âm bit o int e rj e ct ivo : Há! Há! Há! e sse é a pr át ica do pato

par a e s se dia. S e t ive s se sacr if ica do co mo o r ie nt ado , fo lha s de I fá ser iam pr e par a -

das par a e le . Ent ão que ning ué m se una à so c ie dade de ag be bo mar ú (e sse s que fo -

r am o r ie nt ado s à sacr if ic ar mas as sim não pro ce de r am).

Or áculo 221

Òsá-Retè

Es se O dù ind ica que a ún ic as so lução par a o s pr o ble mas cor r e nt e s ve m das

de idade s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e não e st á r e ce be ndo supo r te pr át ico ne m mo -

r al de se u co mpanhe ir o .

221 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S e a pe sso a que do r me so zin ha dor me mal, so me nt e de us po de d ispe r t a-la.

I sso fo i d iv inado par a um e st r ang e iro que e st ava indo par a o ca mpo (ej uj u) par a e s -

pe r ar.

243
De for ma que a co nse g uir alg ué m par a lhe aj udar a le var o far do e m s ua cabe ça, lhe

pe d ir am que sa cr ifica sse u ma ave , 3 200 búzio s e fo lhas de I fá (fo lhas o luse saj u

par a se r e m e spr e midas e m ág ua par a banho co m sabão ).

Ele o uv iu o co nse lho e sacr if ico u.

O e str anho fo i ao campo e pr e par o u o se u far do . Ele o lho u par a d ir e it a e par a a e s -

que r da, pa r a fre nt e e par a tr ás, e não v iu ning ué m.

Ele d is se , “Est e far do é ag or a o far do de De us. Ent ão , Efu fule le aux il ia- me a carr e -

g ar e st a car g a e m minha cabe ça, Efuf ule le . Vo cê não sa be que aque le s que não tê m

pe s so as de po sit ar ão sua co nfiança no Se nhor t e u De u s?”.

Or áculo 222

Ìretè-Sá

Es se O dù fala que pr e ve nir é me lhor que r e me diar.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e po de se de par ar co m co mpe t ição no se u re la -

c io name nt o amor o so .

222 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A que le que guar da co ntr a mo t im não é um co var de . A s abe lha s part ir am mas de ix a -

r am o se u favo de me l; as fo r mig as so ldado par t ir am e de ichar am se us r e mane sce n -

t e s.

I st o fo i div inado par a o po vo da t er r a e no par a iso quando e nt r ar am e m g ue rr a. F o i

pe d ido que ambo s sacr if ic as se m um jarr o de me l e uma cabaça de ek o . A pe nas as

pe s so as do C é u sacr if ic ar am; as pe s so as da t er r a não .

A hist ór ia: A s pe sso as da t er r a fo r a par a uma bat alha co m as pe sso as do C é u, mas

as sim que che g ar am ao por t ão do C é u, e le s v ir am um po t e de ek o mist ur ado co l

me l. Não sabe ndo que e le e st ava mist ur ado co m ve ne no , e le s be be r am a mist ur a, e

t o do s aque le s que be be r am mor re r am ali me s mo . A s pe s so as do C é u mar char am at é

o s po r tõ e s do o utr o lado do Cé u e e nco ntr ar am co r po s no chão . Ele s bat e r am e m

244
se t e co r po s co m uma var a ao s quatr o cant o s da caba na de le s. Ele s mandar a aque le s

se t e car re g are m o s cor po s do s o utr o s mo rt o s par a lo ng e do por t ão .

A pó s o s se t e te r e m car re g ado se us camar adas par a lo ng e do por t ão as pe sso as do

C é u co me çar am a cant ar e e s car ne ce r -lo s ver go nho same nt e as sim: “Nó s be be mo s

me l e não co mbat e mo s as pe s so as do C é u; nó s be be mo s me l. To do s o s po vo s pr eg u i -

ço so s e st ão e m bat alha. Nó s be be mo s me l e não co mbat e mo s as pe sso as do C é u. To -

do s o s po vo s pr eg u iço so s e st ão e m bat alha. Nó s be be mo s me l e não co mbat e mo s as

pe s so as do C é u; nó s be be mo s me l”. At é hoj e , vo cê não v ê as pe sso as na t er r a carr e -

g ando se us mor to s aqui e al i? O s mo r to s e st ão carr e g ando o s mor to s.

222 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì re t è -Ò sá fo i d iv inado par a A dur o jà- A bayak o .

Ele s pe dir am par a e le v ir e faze r sacr if íc io de mane ir a a so br e puj ar o s in im ig o s.

O sacr if íc io : um car ne ir o , um g alo e 22 000 búz io s.

Ele sa cr ifico u.

Ele s disse r am que A duro j à-A bayako ve nce r ia se u s inim ig o s.

Or áculo 223

Òsá-Sé

Es se O dù adver t e co ntr a falsa s ac usaçõ e s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e po de se de par ar re pe nt iname nt e co m mudan -

ça s e m se u se rv iço o u t rabalho .

223 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O sá- sé , Or in- sé , o filho se g ue o ex e mplo do pai.

I sso fo i d iv inado par a Olú ig bó e O lúo dàn.

F o i pe dido a ambo s sacr if ic ar uma ca br a.

O lúig bó sacr if ico u so z inho .

245
Ele s pe d ir am a O lúig bó que t odas as bo as co isas e st ive sse m e m sua s mão s e pe sso as

v ir iam supl ic ar po r e le s.

223 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sá não o fe nde u. Ò sá não mag uo u. A pe sso a que pe n samo s t er no s o fe nd ido , não

no s o fe nde u.

I st o fo i div inado par a O wa que e st ava pr o cur ando por um ho me m co mo se fo sse um

ladr ão mas na ve r dade er a ino ce nt e .

F o i- lhe pe dido que sacr ifica sse de mo do que Ès ù não o impul sio nasse a acu sar fal -

same nt e um ho me m ino ce nt e .

O sa cr ifíc io : do is po mbo s, uma ca baça de inha me pilado e t or r ado (e wo ) e 4 400 b ú-

z io s.

Or áculo 224

Òsé-Sá

Es se Odù fala fala de co n ciliação e m lug ar de co nfr o nt ação par a re so lve r d is -

put as.

O bse rvação o cide nt al: O cl ie nt e e st á nu ma disput a — mu it as ve ze s co m o go -

ver no . O pag ame nt o e st á e m o rde m.

224 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé - Sá fo i d iv ina do par a Elé g bár á.

F o i pe d ido a Elé g bár á que sacr ifica sse de mo do a não mo rr a dev ido a pro ble ma s de

t r ib unal.

O sacr if íc io : pano , um o b ì de t rê s go mo s, aze it e - de -de ndê , 6 600 b úzio s e fo lhas de

I fá.

Ele o uv iu e sacr if ic ao u.

F o lhas de I fá for am pr e par adas par a e le . Ele s d is se r am-lhe : Ò sé -S á o b ì nunca mo rr e

e m u m caso co mo t al; Elé g bár á não mo rr er á e m um ca so .

224 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

246
A k in ( uma br ava pe sso a) e st á asso c iada co m o pr in cípio de “lut a e e squ iva”. I sso

fo i div inado par a O lo bah un Ìj apá (a t ar t ar ug a). F o i- lhe pe d ido que sa cr ifica sse de

mo do a não te r que lut ar e mo rr er e pe r mane ce r r e spit ado o nde que r que fo sse . O

sa cr ifíc io : o ro g bo , sal, se me nt e s ayo , um g alo e 3 200 búzio s. Ele se g u iu a o r ie nt a -

ção e sa cr if ico u e fo i- lhe dado fo lha s de I fá. Ele s disse r am que as palav r as de sua

bo ca nunca ir ia abo rr e çe r as pe s so as do mundo . A s pe sso as se mpr e pr o cur ar ão po r

d inhe ir o e sal. Q uando nó s ve mo s awu n (uma t ar t ar ug a), ne nhum ba st ão é ne ce ssá-

r io .

Or áculo 225

Òsá-Fú

Es se O dù fala de e nt e nd ime nt o e o be diê n cia de t abu s.

O bse rvação o cide nt al: C ao s nas at iv idade s d iár ia s e st á d ist or ce ndo o j ulg a-

me nt o do cl ie nt e .

225 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r unmila d is se Ò sá- Fú, Eu disse Ò sá-F ú. Nó s e st amo s fug indo da picada da co br a.

Nó s e st amo s fug indo de mane ir a que o e le fant e não no s pe g ue . Nó s e st amo s f ug in -

do de mane ir a que o búfalo (e fò n ) não lut e co no s co . Nó s e st amo s fug indo de mane i -

r a que o fo go não no s que ime . Nó s e st amo s fug indo das dív idas de mane ir a que as

pe s so as da t er r a não no s e scar ne . Nó s e st amo s fug indo da pr o pr ie dade de o utr as

pe s so as par a não no s to rnar mo s ladrõ e s, de mo do que as pe sso as de re pe nt e não

e le ve m sua s vo ze s co ntr a nó s um dia. Nó s e st amo s f ug indo do amule t o de mo do

que sua palavr a má não no s afet e . Não há pr aze r par a aque le s que d ize m que não

fug ir ão de nada na t er r a.

I sso fo i d iv inado par a o s filho s do s ho me ns, que d is ser am v ir e sacr if icar de fo r ma

que e le s so ube s se m e v it ar t udo aquilo que é è è wò (um at o pr o ibido ).

O sacr if íc io : de ze sse is car amujo s, fo lhas o mo , aze it e - de -de ndê , sal e 32 000 búzio s.

A pe nas alg un s de le s sacr ificar am.

Ele s disse r am: A que le s de nt re vo cê s que sacr if ic ar am, te r ão v ida lo ng a na te rr a e a

t er r a se r á bo a par a vo cê s.

247
Oráculo 226

Òfún-Sá

Es se O dù fala da v ida int e ir a de uma pe s so a v ir ando de cabe ça par a ba ix o , e

da r e de nção e spir it ua l co mo única so lução .

O bse r vação o cide nt al: Enquant o t udo par e ce bo m no mo me nto , de sa str e se

apro x ima.

226 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O to or o! A Te rr a g ir a e m t or no de si no e spaço . Og baar a! A Ter r a é rasg ada e x po ndo

se u nú cle o . S e o m undo f ic a po dr e e m no ssa é po ca, é por que nó s já não sabe mo s no s

co mpo rt ar. I fá fo i co nsult ado par a o s anciõ e s de I fè quando a so be r an ia de I fè as se -

me lhava- se a uma cabaça rac hado . Nó s disse mo s: Q ue m no s aux iliar á a re st aur ar ia

a so be r an ia de I fè t al qual r e par amo s uma caba ça r achada? Nó s mandamo s chamar

O lot a da c idade de A do . Ele ve io — po der o so s sa cer do t e — mas nada pô de faze r.

Nó s mandamo s chamar Er in mi da c idade de O wo . e le ve io ma s nada pô de faze r.

M e smo se ndo Ado o do m ic ílio de I fá e O wo o as se nto da sá bia Et u. Nó s mandamo s

cha mar Ò g ún e m Ir e afim de r e st aur ar a so be r ania de I fè . Ele ve io mas te nt o u e m

v ão . OS ho me ns t or nar a-se ár vor e s se ca s e m s uas r aize s, a chuva se r e cusava a cair,

a fo me ve io ; ho me ns e animais pe r e cer am. Ele s cho r ar am e m de se spe r o : Q ue m aca -

bar ia co m no s sa misé r ia e re st aur ar ia o e st ado pe r dido de I fè ?. U ma vo z disse : Vo -

cê s a inda não chamar am po r O balufo n e m I y in de , Lábé r ij o e m I do , J ig únr è e m

O t unmo ba, e Ese g ba, o Awo de Èg bá. Vo cê s ainda não mandar am chamar A sada e m

I je sa e A kó dá e A sè dá e m Ile - I fè par a v ir e m aj udar a re st aur ar I fè . Q uando e le s fo -

r am chamado s, e le s v ie r am e t e nt at am, po r é m falhar am. F o i t udo e m v ão .

226 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

248
O po mbo co nhe ce o s se g r e do s ma is int imo s de Ese lu. O car amuj o co nhe ce a sabe do -

r ia de A pako . e le s div inar am par a o s anc iõ e s de I fè quando e st á se asse me lhava a

uma caba ça r achada, quando n ing ué m pô de ser e nco nt r ado par a par ar a mar é de

de st r uição . Nó s cha mamo s O lumo , o sace r dot e de I mor i e m I je sa, por Ò g ún, o sa -

ce r dot e de A lár á, por O g bó n En it aar a, o sa ce r do t e da mo nt anha de Ij èr o , por O du -

dug bu nudu, o sa ce r do t e de Ese mo we , po r O bo le bo og un, o líde r e m K et ú. Ele s v ie -

r am e mo str ar am t oda s ua for ça, mas tudo e r am e m vão . Ele s fo r am impo t e nt e s co n -

t ra as for ça s de de st r uição que e st ava le vando I fè à ru ína.

Ent ão nó s chamamo s pro Ak o nilo g bo n, nó s e nv ia mo s e m is sár io s a A f ’ ò nàhan’ ni.

Nó s pr o cur amo s o aux ílio de le s. Ele s v ie r am e d is se r am par a nó s cha mar O to to -

e ny ian, o sace r dot e dacidade A r ufin, par a e le v ir e so ar a tr o bet a par a chamar A la -

j óg un, chamar po r O lo fin me u se nhor Àj àláy é e me u Se nhor Àj àlór un e me u Se nho r

A g ir i- Iló g bó n, a cr ian ça nasc ida na mo nt anha I t ase , o lug ar de o nde o so l nas ce .

Po is e le so zinho po de r e st aur ar I fè . Ot ot o -e ny ia n (“o ho me m pe r fe it o ”) ve io . Ele

pe rg unt o u: Po r que vo cê s me cha mar am par a se u mundo ? Nó s re spo nde mo s: Vó s

po de is to car a t ro mbe t a par a cha mar Alájo g un e que e le po r s ua ve z chame o C he fe

Ú n ico . O to to - e ny ian r e cu so u-se dize ndo : Eu não to car e i. Bus cando de se spe r ada -

me nt e mudar de c is ão de le , nó s d is se mo s: O e squ ilo não anu nc ia a v inda do j ibó ia?

Ele no vame nt e se r e cuso u: Eu não to car e i a tr o mbe t a. Nó s disse mo s: O sapo não

pro cla ma a pr e se nça da v íbo r a? Ele não se r e nder ia. A inda e le d is se : Eu não so pr a -

r e i.F o i e nt ão que nó s disse mo s a e le : A g alinho la so zin ha pr o clama o de us de mar.

O àlùk ò so z inho anun cia a de usa do r io . O o lo buro so zinho anun cia o s c id adão s do e

cé u. Vo cê so z inho , do amanhe ce r de t e mpo , se mpr e chamo u A láj og un (o capit ão das

Tr o pas M il it ar e s do cé u).

226 – 3 (Tr adu ção do ve r so )

A go r a, o Ho me m Pe r fe it o re spo nde u. Ele to mo u sua tr o mbe t a e t o co u. O s Gr ande s

do C é us de sce r am. O pânico e nvo lve u o s f il ho s da Te rr a. Ele fant e s cor r er am par a

s uas ca sas nas flo r e st as. Búfalo s fug ir am par a a flor e st a. A s ave s aladas bu scar am

se u pró pr io háb it at ; o s r é pt e is, o s po de ro so s animais da ág ua ace le r ar am às suas re -

g iõ e s pe lo mar. O s ca cho rr o s for am dir e to par a a t er r a do s cacho rr o s, as ove lha par a

a te rr a das ove lhas, o s se re s hu mano s par a o lug ar do s humano s. Co nf usão abso lut a

r e inava; alg un s e nt r ar am nas casa s e rr adas e o utr o s se g u ir am as dir e çõ e s er r adas.

249
F or am r asg adas r o upas e m fr ag me nto s. O anc ião d is se : r e ina! Eu r e spo ndi: C ao s re i -

na. Vo cê e st á inco m ple to , e u e st o u inco mple t o , at é me smo o s dias do mê s lunar e s -

t ão inco m ple to s.

226 – 4 (Tr adu ção do ve r so )

Ele s d iv inar am par a o Se nhor do s Po de r e s da Te rr a. Ele s div inar am par a o s po de r e s

do C é u e par a me u S e nho r, o Se nhor da Per fe it a S abe dor ia, a cr iança nasc ida na

mo nt anha de I tase , a C asa do A lvo r e ce r. Fo i e le que m d is se : S e re alme nt e I fè de ve

se r cur ada e r e st abe le c ida, de pr e ssa a fo lha de alasu wal u (a fo lha que re fo r ma o ca -

r át e r do ho me m, l impa- o e pur if ic a- o ) de ve se r cult ivada. Ent ão e não ant e s a paz

r et or nar á par a a te rr a. F re ne t icame nt e nó s bu sca mo s a fo lha alas uwal u. Nó s le va -

mo s uma fo lha a e le . Ele d is se : não é a fo lha. Nó s le vamo s o ut r a fo lha a e le . I sso

não é a fo lha. Ent ão , e m co mpaix ão e le d is se a nó s: C o nfe s se sua maldade que e u

po sso co br ir sua nude z. De pr e ssa nó s re spo nde mo s: Nó s co nfe s samo s no ssa malda -

de , Se nho r, cu br a no ssa nude z. Ent ão e le met e u sua mão na bo lsa de Sabe do r ia Pr i-

mo r dial e t ir o u a fo lha alasuwalu. Nó s e st ávamo s lado a lado co m alív io e co m ale -

g r ia. Nó s dançamo s.Nó s no s re go z ij amo s. Nó s cant amo s:

"Nó s r e ce be mo s a fo lha de alasu walu.

A cr ian ça co m a ca be ça co ro ada no s do t o u,

Do to u a to do s nó s de car át er pe r fe it o ! “

Naque le dia, a chuva caiu de cé u. A so ber an ia de I fè fo i re no vada, se re g e ner o u. F o i

r e st abe le cida a cabaça que rac ho u.

Oráculo 227

Ìká-Òtúrúpòn

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de um re lac io name nt o e spir it ual.

250
O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e ve m abr indo máo de um r e lacio na me nto que

po der ia ser be né fico .

227 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A t ar t ar ug a e st á re co lhe ndo o be ne f íc io do ca sco e m s ua par t e de tr ás. Ir er e te m um

pe it o be m g rande . U m ve lho À ir á (r e de mo in ho de ve nt o ) fr e qüe nt e me nt e cor t a o

t o po da co pa de uma ár vo r e ir ó kò . I sso fo i d iv ina do par a uma pro pr ie t ár ia de t er r as

que co nstr u iu uma mansão de de ze sse is quar to s. fo i pe dido que e la sacr ifica sse de

mo do que e la pude s se e nco nt r ar uma bo a e ho ne st a pe s so as que ir ia pro t eg e - la co n -

t ra o ro ubo de s ua pr o pr ie dade , fato que lhe t rar ia g r ande do r. O sacr if íc io : de ze s -

se is po mbo s, do is pat o s, de ze sse is car amuj o s, 3 200 búz io s e fo lhas de I fá. A pro pr i -

e t ár ia de t er r as se re cu so u a sacr if ic ar. Ela d is se que não ne ce s sit ava de um se g u -

r ança. Do nde um ladr ão v ir ia ro ubar a sua pr o pr ie dade co m de ze sse is quart o s?

O balùfò n t e nt o u de spo sa- la e e la r e cuso u. Ò g ún t e nto u de spo sa- la e e la r e cuso u.

O r unmila te nt o u e e la r e cuso u. A pr o pr ie t ár ia de t er r as co st umava do r mir no s de -

ze s se is quart o s de mo do que não pude sse se r capt ur ada por ne nhuma pe sso a má.

Ela t ambé m fe char ia à no it e as por t as da ca sa quando e la quise s se do r mir. No dia

e m que Or unm ila e st ava pr e par ado par a e nver go nhar a mulhe r, co m o ir o fá e m s ua

mão e de clar açõ e s de I fá e m sua bo ca, Or unm ila abr iu to das as por t as e che g o u at é

à mul he r. Dur ant e t udo aqu ilo que Or unmila fe z à casa e a mulhe r, ning ué m de spe r -

t o u. Ela o lho u o co r po de la e v iu t udo aquilo que t inha s ido fe it o a e la, e e la não

so ube que m t inha fe it o ist o . Ela per g unto u par a o s v ig ilant e s da casa; e le s só pude -

r am lhe falar que e le s t inham dor m ido at é de manhã. Ela co mando u par a t o das as

cr iança s da ca sa de la sa ir so ando o s s ino s e jur ar naque le ho me m que t inha v indo

par a a casa de la par a ex e c ut ar tal ação má dur ant e a no it e . Ele s d is se r am t udo que

e le s pude r am, e r aio t udo que que e le s pude r am, mas e le s não adqu ir ir a m ning ué m

par a re spo nde r a e le s. M u it o ce do a manhã que ve m. O r unmila sa iu co m o s ca mar a-

das de le , so a o s ino e cant a t husly : S we ar l ing will k ill t he swe ar er - awe r e pe pe ,

s we ar ing w ill k ill the swe ar e r - awe r e pe pe , and so o n. quando a mulhe r so u be que

e r a O r unmila que t inha te nt ado a casar er a uma ve z, e la o c hamo u e lhe falo u que

e le só po der ia se r o mar ido e e nt ão e le de ve , ve nha par a a casa de la.

O s ig n if icado de st e I fá: Se e st e I fá é div ine d dur ant e o g b ig bo -r i o u e se nt aye de

uma me n ina, par a o pai de ver ia se r falado que a me n ina de ve se r a e spo sa de um

251
baba lawo . Ela se r á pró spe r a, e e st ar tr anqüilo e m v ida, a de ix e s ido dado a um ba -

bala wo .

oráculo 228

Òtúrúpòn-Ká

Es se O dù fala de gr ande pr o spe r idade e saúde .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á pr e o cupado co m do e nça.

228 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A ume nt o na casa, aume nt o maio r na faze nda fo i div inado par a Òt ú.

F o i- lhe pe dido que sacr ifica sse ; sua s e spo sas e ngr av idar am e o s fr uto s das ár vo r e s

de s ua r o ça der am bo ns fr uto s e m gr ande quant idade .

O sacr if íc io : uma bana na, bast ant e o bì, bast ant e o ro g bo , ar e ia e fo lhas de I fá.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u to do s o s ít e n s.

228 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O sang e de g be b’o k unr in- já div ino u par a De j ug be O k unr unt ag o bo le , Awu wo lapa.

Ele s disse r am que se De j ug be de se j asse que se u br aço fo sse cur ado , e le deve r ia sa -

cr if ic ar do is po m bo s, duas gal inha s, 8 000 búz io s e fo lha s de I fá (tr it ur ar fo lha s

it a pàr a mist ur ar co m sa bão -da- co st a e aze it e -de - de ndê ; e sfr eg ar no cor po ).

Ele se g u iu a inst r ução e sacr if ico u.

oráculo 229

Ìká-Òtúrá

252
Es se O dù fala do f im de um pr o ble ma e do in íc io de bo a so rt e .

O bse r vação o cide nt al: A so rt e do cl ie nt e e st á a po nto de mudar de má par a

bo a so rt e .

229 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k á me e mpurr o u; Eu nunca ca í. Ì ká e st á e nv iando male s par a minha casa; m inha

ca sa não dispe r so u. To das as co isa s bo as e st avam acu mulanda s. I st o fo i d iv ina do

par a Or unm ila. Ele s d is se r am que o mot im co nt r a Or unm ila se r ia mot ivo de ve rg o -

nha. Fo i pe dido que e le sacr if ic asse se is po mbo s, 12 000 búz io s, pime nt a-da- co st a e

fo lhas de I fá (to rr ar fo lhas k ut i, fo lhas it o e pime nt a-da- co st a t udo j unto ; m ist ur ar

co m sabão -da- co st a. U sar par a banho ).

Ele sa cr ifico u.

229 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k á-Òt úr á, O ac umulado r, o re un ido r, aux il ia- me a j unt ar din he ir o , aux il ia -me a

r e unir e spo sa s, aux il ia -me a t er muit o s filho s. Ve nha e r e una t o da as co isa s bo as e m

m inha v ida. Fo lhas de I fá: Tr açar o Odù Ìk à-Ò t úr á no Ìr o sù; invo que co mo mo str ado

ac im a so br e o pó ; usar par a mar car a cabe ça o u co lo car no aze it e e co me r.

oráculo 230

Òtúrá-Ká

Es se O dù fala de dispe r sar no s so s inim ig o s par a g ar ant ir no ssa pro spe r idade .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e pr e c isa se r limpo e spir it ual me nt e das e ne rg i-

as neg at iva s.

253
230 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A sar eg e g e é o no me dado à M or te ,

A b ir ing be re é o no me dado à Mo lé st ia.

S e o e le fant e che g a à e st r ada, e le se ale gr ar á.

S e o bú falo che g a a um lo cal pant ano so , e le e st ar á liv r e e se ale gr ar á.

Ò t úr ák át úr ák á! aj uda i- me a d ispe r sar br uxo s e fe it ic e ir a s; aj udai-me a d is pe r sar

me u s in im ig o s e o po ne nt e s.

F o lhas de I fá: mo er fo lha è la e ìye r e . Co lo que e m um mo nt e de co z inhar arg ila e as

fo lhas mo idas co m um pe ix e aro . Ent ão co lo car so br e e ssa so pa um po uco de pó de

I fá no qual o O dù Ò t úr á-K á te nha sido t açado e a in cant ação de I fá acima deve se r

r e cit ada. Ver t er aze it e no chão ao r e dor do mo nt e ant e s de t o mar a so pa.

230 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr á- Ká fo i d iv inado par a A dey ibo ,

a que m fo i pe d ido sacr ifíc io de mane ir a que um ladr ão não pude s se fal same nt e

me n cio nar se u no me .

O sacr if íc io : quatr o car amujo s, um po mbo , 16 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

230 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O r unmila d is se Ò t úr á- Ká, e u d is se Ò t úr á- Ká.

Ele s per g unt ar am o que Òt úr á e st ava cal culando .

O r unmila d is se que Ò t úr á e st ava co nt ando dinhe ir o .

I st o fo i div inado par a Ilé - sanm i que er a e xt r e mame nt e po br e .

Ele s disse r am a e le que se u ano de pro spe r idade che g o u.

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se quat ro po mbo s e 32 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

oráculo 231

254
Ìká-Ìretè

Es se O dù fala de ag ir in de pe nde nt e me nt e par a g ar ant ir pr o spe r idade .

O bse r vação o cide nt al: U m novo ne gó c io não de ve e nvo lver uma so cie dade .

231 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k á-Ìr e tè fo i d iv inado par a Awo fu si.

Ele s d is se r am que e m qualque r lug ar que e le fo sse , bo as co isas e st ar iam e m su ca -

m inho .

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se um po mbo , uma g alinha, 12 000 búz io s e fo lhas de

I fá (to rr ar a cabe ça de uma co br a [o k á] co m o luse saj u e fo lhas è so ; m ist ur e o pó

co m sabão -da- co st a; usar par a ban ho ).

Ele sa cr ifico u.

231 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k á-Ìr e tè fo i d iv inado par a A t ik are se t e .

Ele s d is se r am que At ik ar e se t e não deve r ia co nf iar e m ning ué m e ne m te r par ce r ia

e m ne g ó cio s.

F o i- lhe e nt ão pe d ido que sa cr ifica sse uma g ar r afa de me l, quat ro po mbo s, um aik a

(an im al e spe c ial do mato ), e 20 000 b úzio s.

Ele sa cr ifico u.

Eles disseram que a vida de Atikaresetire seria muito boa. Boam, muito boa, nós falamos do mel.

oráculo 232

Ìretè-Ká

Es se O dù fala de pr o e minê nc ia e suce sso .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e ir á t r iun far numa d is put a cor r e nt e (at ual ).

232 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

255
Ì re t è -K á fo i div inado par a Or unm ila.

Ele s disse r am que Or unm ila se mpr e te r ia tr abalho de awo par a faze r ; e le ser ia cha -

mando e m to do s lug ar e s par a r e alizar o tr abalho de um awo .

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se quat ro po mbo s e 8 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

232 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì re t è -K á fo i div inado par a o re i de Be n in, À g bÀ I le si A dak et e - pe mpe par i ak un.

Ele s disse r am que o r e i de Be nin e st ar ia apt o à go ver nar o se u pa ís.

F o i- lhe pe dido que sacr ifica sse uma co r da de e scalar fe it a de palme ir a e 24 000 b ú -

z io s.

Ele sa cr ifico u.

oráculo 233

Ìká-Sé

Est e O dù fala da ne ce s sidade de se re ver t er a po br e za e a falt a de so r te .

O bse r vação o c ide nt al: M udanças e mo c io nais e st ão ca usando re su lt ado s mat e -

r ia is ne g at ivo s.

233 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k ásé , Ìk ásé fo i d iv inado par a O sìk àle k à.

Ele s disse r am que e le ser ia muit o po br e e m sua v ida.

Ele pe rg unt o u o que se r ia ne ce ssár io sacr ificar par a que e le não fo sse po br e .

Ele s pe d ir am que e le sacr if ic asse se is po mbo s, ba st ante o bì, t o do s o s fe it iço s maus

que e st ive s se m e m s ua casa o u ro ça e fo lhas de I fá.

Ele se re cu so u a sa cr if icar.

233 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

256
Ele s e st avam acusa ndo falsame nt e u m ho me m que e r a ino ce nt e de qualque r cr ime .

De po is de muit o t e mpo , o v ing ado r le var iam v ing ança ne sse s que acu so u um ho -

me m ino ce nt e falsame nt e .

I st o fo i div inado par a Olabo s ipo , a que m as pe s so as olhavam v iam co mo se ndo u m

ho me m mu it o cr ue l. F o i- lhe pe d ido que sa cr ifica sse for ma que se us in im ig o s pude s -

se m se r pêg o s pe las for ça s da t er r a.

O sagr if íc io : cas ca de car o ço de de ndê , nove po mbo s, um g alo e de zo it o m il búzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

oráculo 234

Òsé-Ká

Est e O dù fala do co nt ro le das dificu ldade s e v itó r ia s so br e o s inim ig o s.

O bse r vação o cide nt al: Há uma po s síve l ame aça le g al par a o cl ie nt e de as so ci -

açõ e s o u neg ó cio s do passado .

234 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé - Kaa fo i d iv inado par a De y unle n u A bo wo se r in.

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se de mane ir a que e le não fo sse me ncio nado pe lo s pe -

cado r e s e m um dia mu it o r uim.

O sacr if ic e : o it o ovo s, a vare t a de mast ig ação que e le e st ava usando e 16 000 b úzio s.

Ele não sacr if ico u.

234 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé supe r ando o mu ndo fo i div inado par a Or unm ila. Ele s d is se r am que O r unmila

ve nce r ia t odo s se u s in im ig o s po r to do o mun do .

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se um car ne ir o , uma pe dr a-de - ra io e 22 000 búz io s.

oráculo 235

257
Ìká-Fú

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de dar par a po der r e ce be r.

O bse r vação o c ide nt al: O clie nt e te me e st ar e mo c io nalme nt e "abe rt o " (o u e x -

po st o ).

235 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k á-F ú fo i div inado par a a t ar t ar ug a.

F o i- lhe pe dido que sacr ifica sse de z po mbo s, 2 000 b úzio s e fo lhas de I fá de mane ir a

que uma g rande dád iva pude sse ser dada a ala.

Ela se re cu so u a sa cr ificar.

Ele s disse r am: A que le que não co ntr ibu i por s i só não po de r e ce be r do s o ut ro s.

No t a: A pe sso a par a qual e sse I fá fo r d iv inado e st á e sper ando pr e se nt e s, mas nada

r e ce be r á.

235 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì k á-F ú fo i div inado par a a t art ar ug a, a qual fo i pe dido que sacr if ic as se dee mane ir a

que se us deve dor e s pag as se m o d inhe ir o q lhe dev iam.

O sacr if íc io : um po mbo , 2 000 búz io s e fo lhas de I fá (e sfr eg ar a te st a co m fo lhas

br anca s e e sin; as fo lhas deve m ser t or r adas co m p ime nt a- da-co st a e usada s par a

masr car a ca be ça; g uar de o pre par ado e m uma ado e cubr a-a co m te c ido et u; ut ili -

zar quando for co br ar o d inhe ir o de um de ve dor ).

oráculo 236

Òfún-Ká

Es se O dù fala do f im de dificu ldade s finance ir as e o co me ço de pr o e minê n -

c ia.

258
O bse rvação o cide nt al: O t rabal ho do cl ie nt e o u s ua carr e ir a e st á a po nt o de

me lho r ar s ig n if icame nt e .

236 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò g ún d if und iu co isa s bo as fo i d iv inado par a O r unmila o pr ín cipe que e st ava so -

fr e ndo co m a po br e za.

Ele s d is se r am que O r unmila re ce be r ia dinhe ir o mas que de ve r ia sacr ificar um po m-

bo , o bì e m abundân cia (par a se r e m dist r ib uído s co mo pr e se nt e s), aze it e - de -de ndê e

32 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u. O aze it e de ve se r ve rt ido so br e Èsù. O cl ie nt e

de ve ador nar sua cabe ça co m o po mbo apó s t o mar banho e co lo car uma bo a ro upa).

236 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún -K á fo i div inado par a De k asi (o ho me m que o re i não quis r e co nhe ce r ), a que m

fo i d it o que de ver ia o cupar o tr ono de se u pai.

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se se is po mbo s, 12 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ele sa cr ifico u.

Oráculo 237

Òtúrúpòn-Túrá

Es se Odù fala do e st abe le c im e nto da o r de m e da impo rt ânc ia (o u s ig n if icado )

do s d ias da se mana.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve plane j ar s uas açõe s de acor do co m d ias

favor áve is no s Odù.

237 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A lako ne r i (“um so nho não te m ne nh uma t e st e munha”), o adv inho de Alár á.

259
U ma pe s so a não se co mpor t a im pac ie nt e me nt e e implo r a ao s pé s de o utr o ho me m

par a par ar co m sua im pac iê cia.

Est a fo i a base de adiv inha ção par a O r unmila que ia implo r ar luz do dia ( so l) par a

O lo dunmar e (De u s) de fo r ma que e le pude sse te r po de r so bre o so l.

F o i- lhe d ito que sacr ifica sse de ze sse is car amujo s, de ze sse is gal inha s, de ze s se is ca-

br as e 32 000 b úzio s.

O r unmila o be de ce u e sacr if ico u.

Ent ão Olo dumar e d is se que não lhe po der ia dar o co nt ro le so br e a luz do d ia, po -

r é m o de ix ar ia co nhe ce r o s no me s do s d ias e as co isa s que e st ão mais de acor do

par a re al izar ne le s.

O bse r vação :

O r isa -nla fo i o pr ime ir o a e sco lhe r um dia.

O r unmila e s co lhe u o se g undo .

Ò g ún e sco lhe u o t er ce ir o .

S àngó e sco lhe u o quar t o .

Est e s quatr o dia s são o s d ias ut il izado s par a cult uar to do s o s Ò r ìsà nas t er r as Yor u -

ba s: Ij e bu, Èg bá e ass im por diant e . Ent ão , há quatr o d ias na se mana. M as no sso s

pa is d iz iam que e le s cult uavam se u s Òr ìsà to do qu int o dia; são o s quat ro dia s que

e le s chamar am de c in co . Par a unif ic ar o s dia s do s Ò r ìsà, o s dia s de me r cado de t oda

a te rr a o u c idade s me nc io nadas de I lé - I fè são quatr o d ias que pe r faz uma se mana.

Em o ut ro arr anjo , no sso s pais tê m o utr o s se t e d ias co m o s se u s s ig nif ic ado s:

O jó À ik ú — O d ia da imo rt al idade .

O jó A jé — O dia da de usa das r ique zas.

O jó I ség un — O dia da v it ór ia.

O jó ’r ú — O d ia de abr ir a po r t a e sa ir.

O jó ’ bo — O d ia do re t or no do so l e m se u c ur so no r mal.

O jó Et i — O d ia das dificu ldade s o u disput a.

O jó A ba- (Ee mo ) — O dia do s t rê s de se j o s o u o dia das t rê s mar av ilhas.

S aiba po is que só um Ò r ìsà te m um d ia co m se u no me de ntr o de sse s se t e dias. Est e

é Aj é (a de usa das r iq ue zas). Or unm ila não cr io u e st e s se t e dia s par a cult uar qual -

260
que r Ò r ìsà . Ele o s cr io u co m a final idade de o bser var matr imô nio s e an ive r sár io s,

par a co me çar um neg ó cio o u paar a se mudar par a u ma casa nova, e as sim po r dia n -

t e . O s dia s da se mana do s Ò r ìsà e st ão e m um c ic lo de nt r o de ste s dias e m favo r de

o bse r v ância impo rt ant e de t udo que po de aco nt e ce r no dia do Òr ìsà. Vint e e o ito

d ias, que fo r mam se mana s de se t e d ias do s Òr ìsà, fo r mam um mê s.

oráculo 238

Òtúrá-Tutu

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de co mple t ar o sacr if íc io int e ir o .

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e po de t er pro ble ma s de s ubst ân cia-ab uso .

238 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

A ze it e - de -de ndê se par adame nt e , t e cido br anco se par adame nt e , fo i div inado par a

O bat ala Ò se er è -I g bo quando e le e st ava c he g ando de Ì r ànj e (C é u) par a se r e ntr o nado

no mundo .

D is se r am- lhe que sacr if ic as se um pano de e nvo lt ur a br anco , um car aco l e v int e m il

búz io s. Lhe lhe aco nse l har am que não be be s se v in ho de palma nada. Ele o be de ce u e

sa cr ifico u a me io cam inho . Diss e r am-lhe que se ve st is se e m pano br anco que é a

ve st ime nt a do Òr ìsà. Disse r am -lhe que u sas se ist o no mundo . Ele u so u o pano br an -

co , mas e le não at e nde u a adve rt ê nc ia co nt r a v inho de palma. Ele se e mbe be do u e

de ndê e sp ir r o u-lhe nas ro upas de le . Ele e nt ão f inal me nt e sacr if ico u um car aco l e

co m ve rg o nha j ur o u nu nca ma is be be r v in ho s.

No t a: Par a qualq uer u m que m e st e é d iv inado e m sua in ic ia ção , te m que se pr ivar

t ot alme nt e de álco o l.

238 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr á- Tut u fo i d iv ina do par a O lubo lade .

Ele s disse r am que Olu bo lade te r ia uma e spo sa que dar ia a e le muit o s filho s.

261
F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se par a que se u s f ilho s não fo s se m mu do s.

O sacr if íc io : duas ave s (uma gal inha e um g alo ), do is po mbo s, dua s g alin has d’ A n -

g o la e 8 000 b úzio s.

Ele sa cr ifico u.

Ele s e nt ão d is ser am: o s pint in ho s da g alinha d’ A ngo la nun ca são mudo s. Não há um

d ia e m que o g alo não ca nt e .

oráculo 239

Òtúrúpòn-Retè

Es se Odù fala da ne ce ss id ade de sacr if íc io co m a finalidade de ev it ar do e nça

e in im ig o s.

O bse rvação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce s sit a de e str at ég ia e plane j ame nt o par a

alcan çar o s uce s so .

239 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr úpò n- R et è fo i d iv ina do par a a mãe de A de pò n.

A mãe de Ade pò n adve rt ida a fazer sacr if íc io de mo do que se us f ilho s não so fr e s -

se m de le pr a.

O sacr if íc io : quatr o ave s ne gr as (g alo s e g alinhas ), 66 000 búz io s e fo lhas de I fá.

Ela não sa cr if ico u.

A mãe de A de pò n é o no me pe lo qual chama mo s o mamão .

239 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr úpò n- R et è fo i d iv ina do par a O wá de I le sa.

Ele s disse r am: O wá de I le sa uma g uer r a e st á por v ir !

Ele fo i adve rt ido a sacr if ic ar de mo do a se de fe nder de se us in im ig o s.

O sacr if íc io : a cabe ça de um car ne ir o , fo lhas de I fá e 22 000 búz io s.

262
(S e o clie nt e sa cr ificar, nó s de ve mo s no I fá do clie ne t co m a seg u int e invo cação ,

“co m a cabe ça que o A ise [car ne ir o ] ve nce a bat alha”.

O wá o uv iu as palav r as mas não sacr ifico u.

oráculo 240

Ìretè-Tutu
Es se Odù fala da ne ce ss id ade de o be de ce r a auto r idade e sacr if ic ar de fo r ma a t er

mu it o s filho s.

O bse rvação o cide nt al: a palav r a o u idé ias do cl ie nt e se r ão co nside r adas se r ia me n -

te.

240 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Eu te r e i um f ilho par a car re g ar e m me u dor so . Eu te r e i uma cr iança co m a qual

br incar.

I st o fo i div inado par a À dó n (o mo r ceg o ) e t ambé m par a O ode .

Ele s falar am par a sacr ificar de mane ir a que e las t ive s se mu it o s f ilho s no mundo .

O sacr if íc io : duas gal inha s, duas cabr as, e 32 000 búzio s.

Ele s o uv ir am e sacr if ic ar am.

240 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A g r ande se r pe nt e (o k á) v ive na ca sa do pai e t e m sua pr ó pr ia pe ço nha e m sua bo ca.

Er e v ive na ca sa do pai e te m sua pró pr ia ve ndit a (o wun).

A ho nr a dada ao e le fant e é a r azão de que , e mbor a não alto , e le t e m uma bo ca lo n-

g a.

Eyo é a qualidade de mar iwo ( fo lhag e m jo ve m de palme ir a).

I st o fo i div inado par a O bat ala Ò se e r e -ig bó que ia se se nt ar e m um lug ar e se r ali-

me nt ado pe lo s quatr o ce nt o s I r únmalè .

Ele d is se que se de sse par a qualque r um de le s uma or de m que não fo s se o be de cida,

e le s ir iam to do s j unt o s que st io na- lo .

Ele sa cr ifico u um g alo , v int e mil búz io s e fo lhas de I fá.

263
oráculo 241

Òtúrúpòn-Sé

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de sacr if íc io par a se te r v ida pr aze iro sa.

O bse rvação o cide nt al: O cl ie nt e ne ce s sit a r e lax ar e ex pe r ime nt ar pr aze r e s po -

s it ivo s, ino ce nt e s.

241 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O mundo não é do ce o bast ant e par a v ive r pr a se mpr e ne le . Só uma cr iança diz que

o mundo é agr adáve l.

I st o fo i div inado par a Or unm ila e par a as pe sso as.

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se de mane ir a que o mundo fo s se agr adáve l ao s se r e s

hu mano s.

O sacr if íc io : um po mbo , uma gal inha d’A ng o la, me l e 42 000 búz io s.

O r unmila disse que se e le s não fize s se m po r s i me s mo s, co mo po der iam e le s co nhe -

ce r a ale gr ia do mundo ? “U ma cr ian ça co me aquilo que ganha, e mbor a o pai da cr i-

ança te nha que g anhar pr ime ir o par a que a cr iança co ma”.

O r unmila o be de cu e sacr if ico u.

Ent ão o s se re s humano s for am o r ie nt ado s a sa cr ificar e m por s ua ve z. A pe nas alg un s

po uco s sacr if icar am. A que le s que sacr if ic ar am t ive r am uma v ida agr adáve l.

241 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr úpò n- Sé fo i d iv inado par a a ár vor e je we r e , que t eve um be bê . Ele s disse r am

que t ant o a mãe quanto o be bê par asar iam por pr ivaçõ e s. S e e le s não qu ise sse pade -

ce r, deve r ia m sacr if icar se is po mbo s, se is g alinhas, 12 000 b úzio s e fo lhas de I fá. A

ár vo r e je we r e é o no me pe lo qual cha mamo s as pime nt e ir a.

Ela não sa cr if ico u.

oráculo 242

264
Òsé-Òtúrúpòn

Es se O dù fala de uma r e lação que é difíc il e mbo r a po s sa se r fr ut ífer a.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e e st á e nvo lv ido e m um re lac io name nto se m

ve nce do r e s.

242 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé - Òt úr úpò n fo i div inado par a O lú-nla.

Ele s disse r am que se us filho s se de fe nde r ia m co ntr a co nsp ir açõ e s e in imig o s mas

de ver iam sacr if ic ar um por r et e , um car ne ir o , um galo e 22 000 búzio s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

242 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé - Òt úr úpò n fo i div inado par a uma m ulhe r.

Ele s d is se r am que um ho me m que e la e st ava a po nt o de de spo sar ir ia de ix a- la po br e

e ia faze - la so fr er, e mbo r a e la e st ive s se g ráv ida.

F o i pe dido que e la sacr ifica sse par a se pr e ve nir co nt r a is so .

F o i- lhe d ito que sacr ifica sse do is car amujo s, te c ido e t u, um po t e de aze it e - de -de ndê

e 18 000 búz io s. Ele s d is se r am: “Do is car amujo s nunca disput am”.

Ela não sa cr if ico u.

Ela d is se , “Vo cê d is se que e u te r e i filho s. I sso é o bast ant e ".

oráculo 243

Òtúrúpòn-Fún

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de part ilhar -mo s no s sa bo a so rt e .

265
O bse rvação o cide nt al: A v ida do clie nt e e st á re ple t a de bo a so rt e , mo net ar ia -

me nt e e e mo cio nalme nt e .

243 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr úpò n- F ún fo i div inado pat a a árvor e o san.

A ár vo r e o san fo i in st r uida a dar de be be r e co mer par a o s o ut ro s e que nun ca pas -

sar ia por pr ivaçõ e s se e la sacr ifica sse .

O sacr if íc io : um paco t e de sal, u m ce st o de camar õ e s, t e cido br anco e 18 000 búzio s.

Ela o be de ce u e sacr if ico u.

Ò t úr úpò n- F ún (e le s disse r am): Q ualque r um que t e nha ab undânc ia, deve dar alg o

par a aque le s que passam por ne ce s sidade s. Fo nt e et e r na! Vo cê nunca passar á por

pr iva çõ e s.

243 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr úpò n- F ún fo i div inado par a o pr o pr ie t ár io .

Ele s d is se r am que o pro pr ie t ár io r e ce be r ia lo go uma e str anha, uma mulhe r e m lac -

t ação .

F o i- lhe dit o que sacr if ic as se de mane ir a que e le ade nt r asse à sua casa co m bo ns pé s

( sor t e ).

O sacr if íc io : do is po mbo s e 44 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

oráculo 244

Òfún-Òtúrúpòn

Es se O dù fala da fer t ilidade e da ne ce ss idade de sacr if íc io par a se ev it ar d is -

put as e m re lac io name nt o s.

O bse r vação o cide nt al: Cr iança s ir ão t r aze r ale gr ia, mas um r e lacio name nt o

pr e cisa de aj uda.

266
244 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún -Ò t úr úpò n fo i d iv inado par a O bat ala Ò se er è - ig bó , a que m fo i dit o que t er ia

mu it o s filho s.

O mundo int e ir o v ir ia implo r ar as cr ia nças de la.

M ais à fr e nt e fo i-lhe d it o que e la se r ia lo uvada po r e st as cr iança s.

O bat ala disse , “O r unm ila o s tr e inar á”.

F o i- lhe dit o que sacr if ic as se de mo do que Or unm ila pude sse e st ar fe liz co m se u tr a -

balho .

Ela sa cr ifico u me l, sal, v ár io s po mbo s e 42 000 búzio s.

244 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún -Ò t úr úpò n fo i d iv inado par a uma mulhe r que e st ava pro c ur ando po r um mar i -

do .

Ele s d is se r am que o ho me m que e la e st ava indo de spo sar a sur r ar ia co nst ant e me nt e

se e la não sacr if ic asse um a ik a, do is car amuj o s (Do is car amuj o s nu nca br ig am e ntr e

s i) e 32 000 búz io s.

Ela o uv iu as palav r as mas não sacr if ico u, dize ndo que se u mar ido e r a muit o bo n it o

par a br ig ar co m ning ué m. U ma pe sso a bo nit a não br ig a ou sua be le za se r á d ist r ui -

da.

oráculo 245

Òtúrá-Retè

Es se O dù fala da re af ir mação de no ssa e spir it ual id ade .

O bse r vação o cide nt al: Mo der ação é d if íc io par a o cl ie nt e .

245 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r úr á- Re t è le vant e - se no vame nt e . S e vo cê na sce , t e nt e ge r ar a s i me smo no vame nt e .

267
Ò r úr á- Re t è , A mu wo n,A muwo n, aque le que co nhe ce a mo der ação nun ca ca ir á e m

de sg r aça.

Eu dig o : Q ue m co nhe ce a mo der ação ?

O r unmila d iz: A que le que e st á t rabalhando .

Eu dig o : Q ue m co nhe ce a mo der ação ?

O r unmila d iz: A que le que não de spe r diçar á se u din he ir o .

Eu dig o : Q ue m co nhe ce a mo der ação ?

O r unmila d iz: A que le que não ro uba.

Eu dig o : Q ue m co nhe ce a mo der ação ?

O r unmila d iz: A que le que não te m dív idas.

Eu dig o : Q ue m co nhe ce a mo der ação ?

O r unmila d iz: A que le que nun ca be be alcoo l, aque le que nun ca que br a sua palavr a

co m o s amig o s. Òr úr á-R e tè , aque le que le vant a be m ce do e me d it a e m suas at iv ida -

de s! Ent r e o s e spinho s e car do s, a j ove m fo lhag e m de palma cr e sce r á, Jo wor o nun ca

u sar á to do o se u din he ir o , j ok oj e nunca co ntr a ir á dív idas. Se Ee san de ve muit o d i-

nhe ir o , e le pag ar á a dív ida. A muwo n é o ame so (aque le que te m se nso do que é co r -

r et o ).

F o lhas de I fá: M oe r fo lhas de j o wó ro , è so e j ok oj e junt o s e m ist ur ar co m sabão - da-

co st a no valor do pr e ço de 120 o u 200 búzio s.C o lo que no ve búz io s u m a um no sa -

bão . Tr ace o Odù Òt úr á-R et è e m iy è -ìr o sù so br e o sabão na caba ça. Banhar - se co m

e le .

245 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò r úr á- Re t è fo i div inado par a Ew i na cidade A do . Ele fo i r e ce nt e me nte e ntr o nado

r e i.

Ele s d is se r am: S e Ew i po de sacr ificar, não have r á g uer r a o u de se nt e ndime nt o s du -

r ante o se u re inado .

O sacr if íc io : duas gal inha s d’ A ng o la e do is o u quat ro po mbo s ( br anco s).

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

oráculo 246

268
Ìretè-Túrá

Es se O dù fala da in cant ação ne ce s sár ia par a e v it ar s it uaçõ e s (pro x imas da

mo rt e ).

O bse r vação o cide nt al: Esse Odù o fe r e ce uma so lução par a do e nça/e nfe r mida -

de .

246 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Enca nt ame nto :

A mo rt e não co nhe ce um awo ; o C é u não co nhe ce um mé d ico .

A mo rt e le vo u O lamba e pr eo cu po u o re i de Ej io .

Ela le vo u Ej i-O go go -A g be bik o po n’ wo la.

O s ve nto s do lado d ir e it o e st ão ag it ando as fo lhas do co que ir o v io le nt ame nt e .

O s ve nto s do lado e sque r do e st ão ag it ando as fo lhas do co que ir o v io le nt ame nt e .

I fá fo i co ns ult ado par a O r unmila À g bo nn ir è g ún,

Q ue e st ava in do faze r Ik ú (mor t e ) e m um ho me m de I fá. Ele acho u me lhor pe dir

A go (de s culpa ) por se r um v ig ilant e .

A mo rt e que mat ar ia Awo ho je , par a tr ás! par a tr ás!

Awo e st á indo , par a tr ás! par a t r ás!

Awo e st á indo , par a tr ás! par a t r ás!

A do e nça que mat ar ia Awo ho j e , par a t rás! par a t rás!

Awo e st á indo , par a tr ás! par a t r ás!

No t a: Nó s po de mo s ut ilizar e st e I fá d ize ndo ( ìg è dè ) par a uma pe s so a que de sfale -

ce u de re pe nt e ou e st á mo rr e ndo . O dù Ìr e t è -Túr á se r á mar cado na ar e ia e m que e st a

pe s so a e nfe r ma e st á de it ada. A are ia ser á se g ur ada na fr e nt e do ho me m que e st á do -

e nt e , o no me de le se r á chamado , e e nt ão nó s dir e mo s o e ncant ame nt o ac ima. O

no me do e nfe r mo se r á u sado ao inv é s de “Awo ”. S e nó s e st amo s co m me do quando

v iaj amo s, de ve mo s se mpr e r e cit ar o ìg è dè acima. Ent ão a ar e ia se r ia le vada à uma

ár vo r e gr ande no Bo sque de Sacr if íc io s.

oráculo 247

269
Òtúrá-Sé

Es se O dù fala da che g ada do pe r ig o e m ca sa o u no tr abalho .

O bse r vação o c ide nt al: M udanças e mo c io nais de ve m se r t rat adas cu idado sa -

me nt e .

247 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

O yer e (O ye her e ) do t opo da fo lhag e m da palme ir a fo i d iv ina do par a Ò t ú.

Ò t ú e st ava indo g ue rr e ar na cidade de Aj ase .

F o i- lhe aco se lhado a sa cr ificar par a ve nce ce r a bat alha:

do is ca br it o s e 44 000 búz io s.

Ele o uv iu o co nse lho , sacr if ico u e ve nce u o in im ig o .

247 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé o s pr ej ud ico u fo i div inado par a as pe sso as da cidade de Oyo . F o i pe dido que

e le s sacr ifica sse m um ce sto de e s ur u, sabão , um car ne ir o , um po mbo , uma g alin ha e

20 000 búz io s. Ele s sacr ificar am t udo . Ele s não so fr e r am ma si in for t únio s. Ò sé não

ma is o s pr ej ud ico u. O sa bão lavao u to do s o s se us pr o ble ma s.

247 – 3 (Tr adu ção do ve r so )

Ò sé o s pr ej ud ico u se r iame nt e fo i d iv inado par a par a e le s quando Ik um ij a fo i s it iar

a c idade de Oy ó . Fo i-lhe s pe dido que sacr if ic asse m no ve cabr it o s e 180 000 b úzio s.

Ele s não sacr ificar am.

oráculo 248

Òsétúrá

Es se O dù fala da e ncar nação de Èsú- Ò dàr à.

270
O bse r vação o cide nt al: Nada aco nt e ce se m a aj uda de Ès ú.

248 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Enca nt ame nto :

A k ak an ik a, A k ak an ik a, Alak ak anik a, A lapasapa- ij ak a’ lu.

um pássar o vo a v io le nt ame nt e par a de nt ro da ca sa.

A k ak an ik a é o no me dado a I fá.

A lak ak an ik a é o no me dado ao s O dù.

A lapasapa -ij ak a’ lué o nome dado a Èsú- Ò dàr à.

um pássar o vo a v io le nt ame nt e par a de nt ro da ca sa, é o no me dado à Aj é ,

o filho de O ló k un- sande , o re i das ág uas abu ndant e s, Ò gò -O wo n i.

Ès ú-Ò dàr à, t u fundast e e st a c idade .

Tu liv r ast e o s babalá wo da cidade da fo me .

Tu liv r ast e o s o s mé dico s da cidad e da fo me , e o me smo f ize st e s co m o s he r balist as.

Eu so u o babaláwo da cidade .

Eu so u o mé dico da c idade .

Eu so u o her bal ist a da cidade .

Ès ú-Ò dàr à, não de ix ai que e u passe fo me .

F o lhas de I fá: Peg ue uma fo lhas de abamo da, ar e ia de uma loj a de fe rr e ir o , e fun e

o sùn. Mar que o Odù Ò set úr á na fo lha de abamo da. M ist ur e e fun co m a are ia da lo j a

de fe r re ir o , mar que o O dù Ò sé e o sùn co m a ar e ia e mar que Ò t úr á na fo lha de aba -

mo da. Par t a um o b ì de quat ro g o mo s. Ut ilize se t e gr ão s de at aar e e um g o mo de o b ì

par a invo caar na fo lha de abamo da diár iame nt e , co mo ac im a. pe ndur e a fo lha co m

l inha s br anca s e pre t as na casa.

248 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Enca nt ame nto :

Ò sé t úr á A muk er e (g r ave t o ), It e k un Ò r ìsà Daj i, A po jo jo mat e .

D in he ir o é bo m par a a ho nr a, d inhe ir o é bo m par a alt a po sição . Nó s u samo s d inhe i -

r o par a te r co nt as de co r al no pe s co ço , que d ig nif ica a pe sso a.

Tu, Ò sét úr á, so ube co mo dar.

Tu de st e A lér á e e le pô s a co ro a.

271
Tu de st e A je rò e e le uso u um ve st ido e nfe it ado de co nt as.

Tu de st e Òr àng ún e e le uso u uma var a de fe r ro par a ir at é o campo .

Tu de st e Olúpo po A muy un- bo’ le ; Er inmag aj i-e h in -e k u-j amo o r e i de A do , o anc ião

de I le se u sando um pe que no bo né e m cima de Ak un, Olú- Oy inbo A m’o k un-s u’re ; o

r e i de Ij e bu O g bor og an- nida A ko ye be ye be ya’ g un, Ele yo -Aj or i, Aj e ’g i- e mi-san’r a,

O lo mu-A pe r an, O lo ro - ag og o ; O lú-Tapa Le mpe odo do ina jo bar ausa, O jo pat apat a

mule d’ Ek ùn, O lo wo Ar ing inj in A dub ule f ’ag ada ide j u’r a. O lo wu O dur u . . ., t u de s -

t e O lo fa-A r inn il u Ay ink inn i bo omo l’e nu, e assim por diant e . O h! Jala, dê -me ; Èsù -

Ò dàr à, dê - me ; Bar a-Pe t u, dê -me co isa s bo as.

Folhas de Ifá: Trace o Odù Òsétúrá no iyè-ìrosù em fino óleo e lamber o dedo médio. Todas

as coisas boas virão a ti. Honra e respeito estarão contigo através dos anos quando você usar

esse encantamento.

oráculo 249

Òtúrá-Fún

Es se O dù fala de bo a so r te im ine nt e se o clie nt e ev it ar mau s ato s.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve r e sist ir à pr át ica de adult é r io .

249 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò t úr á dá. Ò t úr á co mpr o u pr a e le fo i div inado par a Olúj im i U ma pe sso a impo rt ant e

ir á no s co nce de r bo as co isa s. Fo i-lhe pe d ido que sacr if ic as se , par a a fo rt una da de u -

sa s do dinhe ir o e st ar à mão .

O sacr if íc io : um t e cido br anco , ife r e (se me nt e ), do is po m bo s br anco s e 2 000 b úzio s.

Ele o uv iu e sacr if ico u.

F o i- lhe d ito que não co me t e sse adult ér io .

249 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

272
A t uwo nk a, A dawo nn u fo i d iv inado par a O ló fin I wat uk a.

O ló fin fo i aco nse lhado a sacr ificar par a que e le não ace it as se um mau co nse lho que

po der ia acabar co m a sua cidade .

O sa cr ifíc io : uma cabr a, o ito fr ango s, aze it e - de -de ndê , 20 000 búz io s e fo lha s de I fá

(k o lej o ).

Ele não sacr if ico u.

oráculo 250

Òfún-Túrá

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de sacr if íc io par a e st ab il izar um r e lacio na me n -

t o.

O bse r vação o cide nt al: C asame nt o co m at ual par ce ir o do clie nt e é apr o pr iado

e be né f ico .

250 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún pr o vo u aze it e , Ò fún de rr u bo u o le le (bo lo fe it o de fe ij ão ) no sal. Ò fún pr o cu -

r o u po r to das as co isas ag r adáve is par a co me r. I st o fo i div inado par a Èsù -Ò dàr à

que ia de spo sar Epo (aze it e - de -de ndê ). Fo i-lhe aco nse lhado a sacr ificar de mo do

que e le s nunca se se par as se m. O sacr if íc io : tr ê s g alo s e 6 000 búzio s.

Ele sa cr ifico u.

250 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

A re r e mar e , Ar e r e mar e fo i d iv inado par a O ló wu.

Ele s d is se r am que t udo ia tão be m par a Oló wu que e le de ver ia sacr if ic ar de mane i -

r aa to r nar -se um ho me m do campo .

O sacr if íc io : tr ê s car ne iro s, tr ê s e nx ada, tr ê s fo ice s e 6 000 búz io s.

Ele sa cr ifico u.

273
oráculo 251

Ìretè-Sé

Es se Odù fala da ne ce ss id ade de sacr if íc io par a ev it ar fe it iç ar ia e to do s as

o utr as e ner g ia s ne g at ivas.

O bse rvação o cide nt al: O cl ie nt e se de par a co m um co nflit o g over name nt al o u

e m s ua so c ie dade .

251 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Enca nt ame nto :

A g bog bo n iwo nr an, Ag bo g bo niwo nr an, A g bog bo n iwo nr an.

Ek un A mo mo n ib uu, Ek un A mo mo nibuu, Ek un A mo mo nibu u.

Ele que co lide co m e sp inho s è sù, o s e spinho s è s ù o fer ir á; e le que co l ide co m Èsù,

Ès ù o far á mal; e ass im se r á.

F o lhas de I fá: Peg ue uma pe dr a lat er it a, tr ê s fa cas no vas (fe it a s pe lo fe rr e iro lo cal ),

ca sca da ár vo r e ip ar a, vár io s t ipo s ár vo r e s e plant as e sp in has (use a casca o u par t e

da plant a), e v ár io s t ipo s de e sp in ho s, plant as rast e ij ant e s (co rt e pe daço s de la). Po -

nha t udo e m um pot e . t r it ur e a casca de ip ar a at é v ir ar pó . Po nha o pó de fre nt e ao

po te , t r ace o O dù Ì r èt è -S é ne le , e re c it e o e ncant ame nt o acima. Ju nt e e nt ão o pó no

po te co m ág ua. C o br ir e lacr ar o pot e co m ar g ila o u cinzas úm ida s. A pó s se tr e d ia s,

abr a e use co mo banho . Não de ve se r be b ido .

251 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

I jala, I j ala, Ij ala.

A lag er e -ide , A lag e r e -id e , A lag er e - ide .

O wo ro n ik ok o , O wor o nik o ko , O wo ro n ik ok o .

O nde se é s ua mãe . Q uando e le s de s ce r am e m duas co isas co lo s sais, Olo dunmar e e s -

t abe le ce u a re gr a que duas co isas co lo ssa is não cae m uma so br e a o ut r a. O be bê tar -

t ar ug a não se g ue a t ar t ar ug a de mãe ; O be bÊ car amujo não se g ue a mãe car amuj o ; o

274
be bê se r pe nt e não seg ue a mãe se r pe nt e ; e ass im po r d iant e . U m ho me m mo r to de

I fá não afe t a o f il ho de o ut ro ho me m. Q ue to da fe it içar ia lançada so br e mim sej am

inafe t iva.

F o lhas de I fá: To me uma tart ar ug a, um car amuj o , uma co br a, a ca sca de dua s ár vo -

r e s Ir ok o e I fá ok ú (mo rt o de I fá). To rr ar t uo do s o s e le me nto s j unto s e mant er o pó

e m u m ado . Peg ue uma pe que na po r ção na o cas ião e t race o O dù I r u-Ek ùn (O dù

Ì re t è -S é ) ne le , e r e cit e o e nca nt ame nto um po u co ant e s de m ist ur ar co m de ndê e

lambe -lo . Tam bé m po de se r u sado co mo ung üe nto par a e sfr eg ar no cor po . U m po u-

co de le po de se r dado par a o utr a pe sso a usar. Est e I fá é uma pr e cau ção co nt r a fe it i -

çar ia.

oráculo 252

Òsé-Bi-Ìretè-Sile-Ajé

Es se O dù fala de bo a fo rt una par a din he ir o , r e spe it o e infl ue nc ia.

O bse r vação o cide nt al: O cl ie nt e deve r ia pr o ce de r co nfide nc ialme nt e co m

pe r spe ct ivas e r e lacio name nt o s.

252 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

I fá d is se , se to rno u A láj ubar ak a.

Eu disse , se to r no u A láj u bar ak a.

S e nó s usamo s j ubar ak a, que e le se j a Jubar ak a.

e le de u nasc ime nt o a O lo t oo ro , O lo t e er e , e O nàwo fu nmir in .

O nàwo fu nmir in par iu Aj é .

A jé par iu o s se r e s humano s. A jé se pr e paro u e fo i pe lo mar. O s se r e s humano s t am -

bé m se pr e par ar am e for am par a I rada.

Ò sé co rr a r apida me nt e par a o de us do mar e me t rag a dinhe ir o .

Ì re t è cor r a rap idame nt e par a I rada par a me t raze r pe sso as.

A pe não de ix e m in ha bo a sor t e che g ar at r asada a m im.

Ej ir in não de ix e que m inha bo a sor t e vag ue ie ao lo ng e ant e s de v ir a mim. S e nó s

varr e mo s a ca sa e o caminho , o re fug o é le vado at é a l ix e ir a.

275
I ngr e d ie nt e s de I fá: Pilar fo lhas a pe e e j ir in, suj e ir a de e nt ulho , sabão - da-co st a na

me d ida de 1 200 búzio s. Tr ace o Odù Ò sé -Ì re t è na par e de do quar to usando e fun

par a mar car O se e o sun par a mar car Ì re t è . O e fu n e o o sun de ve m se r mist ur ado s

se par adame nt e co m ág ua ante s do uso . A bat e r do is po mbo s be m bo nit o s, um par a

O se e o o ut ro par a Ìr e te . O sang ue de ve se r mist ur ado co m o sabao pilado co m as

fo lhas. F ix ar o sabão acima do s O dù fe it o s na par e de . U se o sabão fr e que nt e me nte

par a banhar -se .

252 – 2a (Tr adu ção do ve r so )

A se waa n it i À ir á (po de r e s do minant e s pe r te n ce te s ao t ro v ão ).

Q uando nó s damo s a ár vo r e de palma a co r da de palma, e la se ag arr a n ist a

I st o fo i div inado par a o g alo ,

A que m fo i pe d ido que sacr ifica sse de mo do que se u s co leg as ace it as se qualque r

co isa que e le disse sse par a e le s.

O sacr if íc io : um po mbo e 2 000 búz io s.

e le sa cr if ico u.

e le e nt ão o r de no u que qualque r co isa que o g alo disse s se , se u s co le g as ace it ar ia m.

252 – 2b (Tr adução do ve r so )

Ò sé - bi-Ì re t è (Ò sé par iu Ì re t è ) fo i d iv ina do par a O ló f in .

F o i- lhe pe d ido que sacr if ic as se um car ne ir o e 20 000 búz io s.

Ele se g u iu a o r ie nt ação e sacr if ico u.

F o i pr o clamado que “a o r de m de le fundar á uma cidade ”

oráculo 253

Ìretè-Òfún

Es se O dù fala da po pular idade e s uce s so de I fá.

O bse r vação o cide nt al: O s neg ó c io s do cl ie nt e o u se u tr abalho ir ão cr e s ce r.

276
253 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ì re t è -Ò fún fo i div inado par a Or unm ila.

Ele s d is se r am que O r unmila te r ia mu it o s cl ie nt e s. M u ito s v ir iam r e ce be r I fá; muit o s

v ir iam par a se in ic iar ; mu it o s v ir iam a e le par a d iv inação .

F o i- lhe pe d ido um sa cr ific io de um po mbo , uma g alinha e 20 000 b úzio s.

Ele o be de ce u e sacr if ico u.

253 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ì re t è -Ò fún fo i div inado par a A n imo -o la A n ima sahun.

F o i- lhe d ito par a que sa cr if icas se . Ele s disse r am que e le deve r ia sacr if ic ar tudo que

fo s se co me st íve l.

O sa cr ifíc io : uma caba ça de inhame p ilado , um po t e de so pa, ba st ant e o bì e 20 000

búz io s.

Ele o be de ce u e sacr if ico u.

Ele s disse r am: U ma pe s so a ge ne r o sa nun ca passar á po r pr ivaçõ e s.

oráculo 254

Òfún-Retè

Es se O dù fala da ne ce ss id ade de sacr if íc io par a obt er r e spe it o e pr ot e ção .

O bse rvação o cide nt al: O cl ie nt e pr e cisa que br ar uma s it uação e se r mais se g u -

r o.

254 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ele s me tr e inar am, e u t or ne i a me t re inar fo i div inado par a O lúse so .

Ele s disse r am que Olú se so co nt inuar ia faze ndo o que e st ava ag r adando par a o mun -

do .

277
F o i- lhe dit o que sacr if ic as se de mane ir a que as pe s so as do mundo pude sse m re spe i -

t a-lo .

O sacr if íc io : quatr o po m bo s, 20 000 búz io s e fo lhas de I fá (t r it ur e fo lhas de ag -

bay unk un e ay ìnr é e m ág ua; ut ilizar par a lavar a cabe ça e o I fá do cl ie nt e ).

Ele fe z o sa cr if íc io .

254 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún -R et è fo i d iv inado par a O m i (ág ua).

F o i d ito que e le sacr if ic as se de mane ir a que n ing ué m pude sse co nsp ir ar co ntr a e le

o u bo ico t a-lo .

O sacr if íc io : sal, um po mbo , uma t ar t ar ug a, t e cido e t u e 32 000 búz io s.

e le o be de ce u e sacr ifico u.

Ele s d is se r am: Q ue m inst it uir a si me smo co mo inim ig o da ág ua, mor r er á pr e mat u -

r ame nt e . O t e cido et u é par a co br ir o co r po do cl ie nt e .

oráculo 255

Òséfú

Es se O dù fala da habilidade de I fá e m re so lver t o do s o s pr o ble mas.

O bse r vação o cide nt al: Q ualque r que se j a o pro ble ma do clie nt e , ex ist e uma

so lu ção .

255 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

S e a pe sso a é azar ada, e la não é sá bia o bast ant e .

Há ág ua na casa do de us do mar ; o mar é a ca be ça das ág uas.Há ág ua na casa do

de u s da lago a; a lag o a é a seg un da cabe ça de t odas as ág uas.

Há sa be dor ia e m Ak ó dá, A kó dá que fala a palavr a de I fá.

Há sa be dor ia e m A sè dá, A sè dá que fala o co nse lho de t o do s o s sábio s anc iõ e s.

278
Há sa be dor ia e m Or unmila, o o r ie nt ador das for ças do mundo , o re par ado r da sor -

t e , aque le cuj o e mpe nho é re co nst r uir a cr iat ur a co m u m o r í r u im.

I st o fo i div inado par a o s ko moo se k o moo wa (pe s so a não - int e l ig e nt e ) que se lame n -

t avam diar iame nt e po r não t er e r e m bo a sor t e , dize ndo que o cr iado r o s e st ava mal-

t rat ando .

Ele s fo r am o r ie nt ado s a sa cr ificar sabão -da- co st a, le nço l br anco e 2 000 búz io s. Ao s

po uco s que re al izar am o sacr if íc io fo i dit o que se lavasse m co m o sa bão (e le s de ve -

r ia m se lavar por t rê s o u c in co d ias e nquanto se ve st iam co m o le nço l br anco ). e le s

fo r am par a casa e se in ic iar am e m I fá, e apó s a in ic iação e le s apr e nde r am I fá.

Ele s se g uir am a or ie nt ação e sacr ificar am.

É d it o que o s ko mo o sek o moo wa que apr e nde r am I fá te r ão sor t e e m fim.

255 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

O r unmila disse Ar o le , Eu disse Ar o le , fo i div inado par a umas cr ianc in has que se di -

r ig iam par a o mundo que e st avam se ndo mandado s de vo lt a pe lo por t e ir o e mor r e n-

do co mo be bê s.

e le s per g ut ar am a r azão .

I st o por que não e spe r am po r O r unmila. Or unm ila que st io no u do is de le s (um me ni -

no e a o ut r a me nina). dize ndo , “Por que m vo cê s e spe r am?”.

Ele s disse r am, “Po r Or unm ila”.

Ele disse , “Bo m, e nt ão s ig am -me ”. Ent ão e le sse g uir a m Or unm ila at é o por t ão , é o

por t e ir o quis manda- lo s de vo lt a. O r unmila int e r ce de u e pag o u 240 búz io s po r cada

um de le s. Est a é a quant ia que nó s pag amo s hoj e e m r e sg at e par a um be bê re cé m-

nas cido .

oráculo 256

Òfún-Sé

Es se O dù fala de v ing ança e adve rt e so br e po ssíve is per das.

O bse r vação o c ide nt al: A que le s que e st ão te nt ando impe d ir o pro gr e s so do

cl ie nt e ir ão so fr e r.

279
253 – 1 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún -S é fo i d iv inado par a o e n iman i da cidade de O só .

F o i- lhe pe d ido um sa cr ifíc io de mo do que sua s pr ime ir a s po sse s sõ e s não fo sse m

pe r didadas..

O sacr if íc io : uma t ar t ar ug a, u m car amuj o , 66 000 búzio s e fo lhas de I fá.

Ele não sacr if ico u.

253 – 2 (Tr adu ção do ve r so )

Ò fún não o fe nde u, Ò fún não plane jo u o mal co nt r a ning ué m.

Ele s co nsp ir ar am co ntr a Ò fún.

Ò fún fo i aco nse lhado a sacr if ic ar par a que o v ing ado r pude sse aj udar a pag uar nas

s uas ve r dade ir as moe das.

O sacr if íc io : uma t ar t ar ug a, u ma faca, cas ca de car o ço de de ndê e 18 000 búzio s.

Ele sa cr ifico u.

F o lhas de I fá fo r am pr e par adas par a co lo car so b o t r ave s se ir o do s cl ie nt e s.



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