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03/09/2010 10:12:22

Economista defende reestruturação de gastos públicos para diminuir carga tributária

Wellton Máximo, da Agência Brasil

A redução da carga tributária em 2009 é mais fruto do desaquecimento econômico


observado no ano passado do que da diminuição de impostos, avalia o economista Felipe
Salto, da Tendências Consultoria. Segundo ele, somente uma reforma tributária
acompanhada da redução dos gastos públicos seria eficaz para diminuir o peso dos
impostos na economia.
De acordo com números divulgados nessa quinta-feira (2/9) pela Receita Federal, a carga
tributária em 2009 correspondeu a 33,58% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma do
que o país produz. Houve queda de 0,83 ponto percentual em relação a 2008, quando a
carga havia sido de 34,41%.
Para Felipe Salto, em 2010 a carga tributária deverá voltar aos níveis próximos de 2008.
Ele não descarta a possibilidade de o indicador chegar a 35% do PIB. Isso porque, em anos
de crescimento, a arrecadação de impostos costuma aumentar mais intensamente que a
atividade econômica. “Para cada 1% de aumento na economia, a arrecadação aumenta de
1,3% a 1,5%”, explica.
Na opinião do economista, o Brasil enfrenta uma limitação à redução da carga: osgastos
públicos elevados. “Atualmente, o governo precisa de receitas para financiar as despesas
que não param de subir. Somente uma mudança estrutural nos gastospúblicos, aliada a uma
reforma tributária, conseguiria diminuir o peso dos impostos”, afirma.
Felipe Salto ressaltou que apesar de a carga tributária brasileira ser menor que a de diversos
países europeus, o retorno de serviços públicos para a população é ineficaz. “Temos uma
carga elevada para um serviço de baixíssima qualidade”.

Extraído de http://www.administradores.com.br em 12 mar 2011.

Crescimento só com redução de gastos


O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do GovernoFederal está comprometido.
E o motivo são os altos gastospúblicos. O governo central (Tesouro Nacional, Previdência e
Banco Central) não conseguiu cumprir a meta de superávit primário para até o segundo
quadrimestre do ano, período de janeiro a agosto. O problema é que o PAC já não vem
cumprindo seu calendário e trata-se de um dos assuntos mais urgentes do País:
infraestrutura.
Mesmo com a redução da meta para o período, de R$ 40 bilhões para R$ 30 bilhões, o
resultado primário do governo central ficou em torno de R$ 29 bilhões no período, o que
equivale a 1,29% do Produto Interno Bruto (PIB). O aumento das despesas do Governo já é
maior do que entre janeiro e agosto do ano passado, quando foi necessário justamente
ampliar as despesas do setor público e adotar a desoneração tributária, para conter os
problemas causados com a crise financeira mundial e estimular o crescimento da economia
do País.
Mas faltou planejamento. A má gestão do Governo federal acarretou no atraso do PAC e,
como consequência disso, pelo menos 60 obras serão herdadas para a próxima gestão. O
programa, lançado em 2007, tinha até o fim deste ano para entregar os empreendimentos,
no entanto, considerando que existem projetos que sequer foram iniciados, é certo dizer que
a meta não será atingida. Como se não bastassem as ações judiciais e questionamentos do
Tribunal de Contas da União (TCU), sobre os recursos direcionados ao programa, o
Governo federal mete os pés pelas mãos e gasta além do previsto.
Recentemente, o Governo multiplicou o orçamento e os cargos da Presidência da República,
cujo orçamento passou de R$ 3,7 bilhões, em 2002, para R$ 9,2 bilhões este ano. O quadro
de pessoal do Planalto também aumentou, no mesmo período, em cerca de 250%.
Certamente o inchaço tiraria o dinheiro de outras importantes áreas de investimento do País.
E foi o que ocorreu. Pior que isso, os altosgastos do Governo deixarão consequências para a
próxima gestão, o que dificultará o novo Governo de cumprir com novas metas e
compromissos.
O resultado de todas essas despesas foi mexer nos investimentos do PAC, o principal
programa de infraestrutura do País. A locomotiva anunciada e prometida pelo Governo
federal, que achou pouco e já lançou o PAC 2, segunda versão do projeto. Mas antes de
tomar essas decisões, o Governo precisa aprender a reduzir os gastos. De nada adiantará
anunciar novos planos de crescimento quando sequer se consegue cumprir metas de
superávit primário. O Brasil necessita urgentemente de aprimoramento em infraestrutura,
mas é preciso ter base para crescer.

Extraído de http://www.blogdojanguie.com.br/crescimento-so-com-reducao-de-gastos/ em
12 mar. 2011.

Economistas apontam pressão inflacionária nos gastos do governo


Autor(es): Janes Rocha e Rafael Rosas | Do Rio
Valor Econômico - 22/02/2011

Os gastos do governo têm sido o maior fator de pressão sobre a inflação, depois dos preços
internacionais das commodities e dos alimentos, e os cortes anunciados não são suficientes
para reduzir essa pressão segundo economistas que participaram do seminário Cenários da
Economia Brasileira e Mundial em 2011, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV)
e pelo Valor.
Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Banco Santander, calculou que o corte de
gastos de R$ 50 bilhões anunciado pelo governopara o Orçamento de 2011 vai representar
apenas 0,2 ponto percentual de redução nos gastos como fatia do Produto Interno Bruto
(PIB). Para ampliar o efeito, a redução deveria ficar entre R$ 80 bilhões e R$ 100 bilhões,
disse Schwartsman, de forma que atingisse uma fatia entre 1 ponto percentual a 1,5 ponto
percentual do PIB, magnitude semelhante à média da expansão fiscal dos últimos anos.
Mesmo com o corte anunciado, o Orçamento de 2011 vai subir R$ 64 bilhões, de R$ 655
bilhões no ano passado para R$ 719 bilhões. Com isso, o gasto governamental vai passar de
17,9% do PIB em 2010 para 17,7%, o que segundo Schwartsman "é muito pouco
comparadocom o que a gente precisa".
O economista alertou para a piora das expectativas de inflação, a despeito do corte
anunciado, e ressaltou que, mesmo com a exclusãode alimentos e preços administrados, a
alta geral de preços é perceptível, o que faz com que apenas 40% dos analistas consultados
pela pesquisa semanal do Banco Central acreditem em uma inflação no centro da meta.
"Estamos permitindo um descolamento das expectativas", frisou Schwartsman,
"Há um consenso de que o ajuste fiscal tem que ser aprofundado, a dosagem tem que ser
maior, tem que ser implementado com eficiência", disse Carlos Geraldo Langoni, diretor do
Centro de Economia Mundial da FGV.
Langoni reiterou que o melhor momento para cortar despesas é agora. "É mais fácil cortar
gastos na bonança, quando a economia está crescendo e não esperar uma recessão". O
economista da FGV disse que entre 2003 e 2010, o Brasil construiu um "colchão de
liquidez internacional" e que agora o objetivo deveria ser construir um "colchão fiscal",
fazendo com que as despesas do governo crescessem a um ritmo bem mais lento,
reforçando o superávit primário dos cerca de 2,5% do PIB atuais para 3% a 3,5%, o que
permitiria zerar o déficit nominal.
"O ajuste fiscal é difícil em qualquer economia", afirmou Langoni, reiterando que a
diferença a favor do Brasil é que o país tem hoje uma "situação excepcional", com
expansão econômica que significa crescimento de receitas em termos reais em uma
velocidade maior que o aumento das despesas. "Então o governo pode sim dar uma freada
na despesa e acumular rapidamente essa gordura fiscal que é fundamental", afirmou.
Para o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, o novo governo
poderia avançar ainda mais na discussão, não apenas cortando gastos para voltar ao centro
da meta de inflação de 4,5%, mas apontar para uma redução ainda maior da meta e da
banda de variação em um ou dois pontos nos próximos dois a três anos.
Também foi consenso entre os economistas no seminário de que o Brasil não pode fazer
muito para conter a pressão dos preços internacionais das commodities e dos alimentos.
"Os preços internacionais das commodities agrícolas estão em uma trajetória de forte
elevação, com variação de 45% nos últimos 6 meses", constatou Luiz Awazu Pereira,
diretor da Área Internacional do Banco Central (BC)

Extraído de http://clippingmp.planejamento.gov.br em 12 mar. 2011.

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