Crónica Nº 94 – TENHO PENA, IMENSA PENA…
Por Henrique de Almeida Cayolla
Tenho pena, imensa pena …
de ter que escolher este título, para referir algunsaspectos da vida em Portugal, que, de tão negativos, tão graves, tão reflectores de umcomportamento inqualificável, nos deixam grandes preocupações em relação à possibilidade de melhoria de um país e da gente que o constitui.
Tenho pois pena, imensa pena…
de haver tantos portuguesesque persistem em procurar seguir uma carreira política, só parase promoverem, só para se servirem do país, e não para serviremo país, só na busca de favores e de mordomias, e para oacautelamento do futuro, na obtenção de uma reforma precoce edesproporcionada.
Tenho pena, imensa pena…
de constatar e de denunciar ocomportamento de ex-políticos, ex-governantes, (e até de políticos e governantes em exercício,) que estiveram envolvidosno depauperamento da nossa pátria, que são responsáveis pelodescalabro a que se chegou, e que, agora, ou assobiam para olado, ou ainda pior, têm a ousadia, a falta de vergonha, a falta de senso, de emitir opiniões e de mandar recados, quando deveriam ter a coragem de abdicar de parte dosseus rendimentos e mordomias, quando deveriam estar calados e discretos, a usufruir dasua imerecida reforma, em casos, em que alguns deles, já só devem conseguir apenasmolhar os chinelos.
Tenho pena, imensa pena …
do comportamento de uma enorme parte do povo, que selamenta, refila, troça, diz mal, de quem o governa, mas permanece apático, abúlico ecobarde na tomada de posições, que obriguem a alterar o rumo dos acontecimentos noactual estado de coisas no país, qual carro que vai a alta velocidade, sem travões, e coma direcção bloqueada, direito a uma parede, com o fim inevitável que se adivinha.
Tenho pena, imensa pena…
na formacomo actuam os partidos políticos, queestando na oposição ontem, hoje ouamanhã, só têm como objectivo criticar quem está a governar, tentar deitar abaixo os governos, semear a discórdia,e a confusão..Grandes ou pequenos, os partidos sóexistem para muitos se porem em bicosde pés para ganharem notoriedade e seautopromoverem. É a falência dosistema político em Portugal. Destaforma, eu e muitos outros, desistiremos
de votar em qualquer partido em próximas eleições, optando pela escolha do “Partido dovoto nulo”. É muito triste.
Tenho pena, imensa pena…
que da parte de muitos, haja um facilitismo e umademissão na educação dos jovens, e seu comportamento na sociedade, não seapercebendo de uma máxima célebre que diz:
«Se queres destruir uma sociedade,despe
a mulher, física e mentalmente, e essa sociedade se desmoronará»
! Échocante presenciar constantemente o comportamento público de tantos pares de jovensque sem qualquer pudor, sem noção de bom senso, sem recato, com uma inconveniênciatotal, se beijam, se abraçam, pouco faltando para passar à ofensa da moral pública. Edesses jovens, as raparigas têm uma grande quota de culpa, já que pela sua condição demulher não deveriam provocar certas atitudes do companheiro, e tudo isto na frente de pessoas a passar constantemente, ao pé deles, inclusivé dentro de centros comerciais,com um à vontade inadmissível!
Tenho pena, imensa pena…
que emPortugal, houvesse da parte dedeterminados partidos políticos, a preocupação de fazer aprovar,apressadamente, os pseudomenteconsiderados “casamentos” dehomossexuais, como se isso fosseessencial para a subsistência do país,considerando que era uma grande vitória para a democracia! E logo a seguir,também apressadamente, conseguir aprovar a adopção de crianças por “casais” homossexuais! Para além de estourarem comos valores de uma sociedade, nem sequer se preocupam com a taxa de natalidade dePortugal, que é uma das mais baixas do mundo, pouco abaixo da Alemanha, que detémo ceptro de campeã, com a ocupação do primeiro lugar, facto que lhe poder trazer aconsequência do seu desaparecimento como nação, dentro de poucos anos. Sabiamdisto?
Tenho pena, imensa pena…
que da parte dos media, haja uma subordinaçãoesmagadora aos ditames do poder e dos lobbies, e não haja a coragem de defender posições pertinentes e justas em defesa dos mais fracos e do bem comum. E no que serefere aos jornalistas, os mais jovens, se se atrevem a tentar inverter os acontecimentos,não lhes é renovado o contrato a prazo, e os mais antigos, se tiverem idênticas ideias,desistem, face à drástica tomada de oposição da entidade patronal e vão-se embora.
Tenho pena, imensa pena…
de que aIgreja não seja mais corajosa e actuante,em defesa dos valores cristãos, e àexcepção de alguns párocos exemplares,não identifique claramente os problemas,e suas soluções, chamando os bois pelosseus nomes, abdicando assim de uma posição a que tem direito e dever, pois para isso é que foi constituída por JesusCristo quando passou por este mundo.Ainda a propósito, a Igreja tem a obrigação de claramente chamar a atenção dasmulheres que se apresentam nas missas vestidas de maneira inconveniente, e sucedendoaté, que algumas delas, ainda têm o desplante de ir receber a comunhão naquelaapresentação escandalosa (haja decoro, e sentido das conveniências!).
Tenho pena, imensa pena…
de ainda não ter chegado o Metro à Trofa, tema queconheço muito bem, já que me interessei pessoalmente e directamente por ele, levando-me a ser o criador e autor da Petição Metro Trofa, a qual foi por mim levada àAssembleia da República, com 8178 assinaturas, tendo sido debatida, e depois votadosfavoravelmente, 4 “ Projectos de resolução”, em 20 de Abril e 8 de Junho de 2012, querecomendaram ao Governo a conclusão da Linha da Trofa. A Trofa tem o Metro quemerece, pois se não o tem ainda, muito será, em primeiro lugar, por culpa da falta de peso por parte dos gestores da Câmara Municipal, passados e actuais, que se deixaramenredar pela teia de interesses paralelos que os manietaram; e em segundo lugar, pelafalta de reacção adequada das populações locais, que se refugiaram num pessoalismoconfrangedor, olhando apenas para o seu umbigo, e nunca percebendo que havia queconsiderar o tema de uma forma muito mais abrangente, isto é, envolvendo osconcelhos limítrofes, para os quais há todo o interesse em que a Trofa, como eixo deligações privilegiado, esteja ligada ao Ismai, na Maia.E digo isto com total conhecimento de causa, porque na recolha de assinaturas,conforme o poderei provar em documentos que tenho, foi muito triste, constatar o parconº de signatários obtido através das Juntas de Freguesia da Trofa, com excepção daJunta do Muro, mas mesmo esta, o nº que obteve, sendo significativo, esteve muitolonge do total de residentes, só chegando ao tal nº, através da assinaturas de passantes;mas mesmo assim, nº total esse que, não chegaria, nem de perto nem de longe, paraajudar a fazer chegar a Petição à Assembleia da República. O Muro pessoalizou oassunto do Metro, olvidando que se tratava de um tema colectivo. Se não fosse acontribuição de Juntas de Famalicão e Maia, e a recolha de signatários nos 60 postos derecolha que montei, nunca a Petição chegaria sequer ao mínimo de 4.000 assinaturas,necessário por lei, para a Petição ser debatida no Parlamento
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Esta é a verdade, quea digo com pena, com imensa pena!
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