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GERAIS
❚ CINCO ANOS DE CTB
CÓDIGO DERRUBA AS ESTATÍSTICAS DE VÍTIMAS FATAIS NO TRÂNSITO DE BELO HORIZONTE. INDICADORES RELACIONADOS A INFRAÇÕES TAMBÉM
CAEM, MAS EXCESSO DE VELOCIDADE E ESTACIONAMENTO EM LOCAIS PROIBIDOS AINDA RESPONDEM POR 80% DAS MULTAS REGISTRADAS NA CIDADE
Morte no trânsito cai 59% em BH
FRANCIS ROSE
Seja por medo das multas
ou da pontuação na carteira,
o motorista belo-horizontino
está mais cauteloso na dire-
ção, desde que o Código de
Trânsito Brasileiro (CTB) en-
trou em vigor, em 1998. Esta-
tísticas divulgadas ontem, dia
em que a legislação completou
cinco anos, mostram que os
números de acidentes e de
mortes continuam caindo sig-
nificativamente. Na capital, os
acidentes diminuíram 10,8%
de 2002 em relação a 2001. A
redução no número de mortes
também surpreende. Desde
1997, a queda é de 59%. Cer-
ca de 80% das infrações co-
metidas na cidade se devem
ao excesso de velocidade re-
gistrado pelos radares e à de-
sobediência ao locais e horá-
rios permitidos para o esta-
cionamento.
Para o Detran, a redução
nos números pode ser consi-
derada ainda maior, se for le-
vado em conta que a frota de
veículos vem se multiplicando
nos últimos anos. Em Belo
Horizonte, a frota passou de
611.958, em 1997, para
751.461, em 2002. Em todo o
Estado, a frota cresceu de 1,8
milhão, em 1998, para 3,6
milhões de veículos, no ano
passado. “Devemos levar em
conta também o aumento de
50% no número dos conduto-
res. Outro resultado positivo é
o de licenciamentos, o que de-
monstra que os carros estão
Mortalidade segue alta nas BRs
Nas rodovias federais e es-
taduais de Minas Gerais, as es-
tatísticas comprovam a redu-
ção de alguns números desde o
início de vigência do Código
Brasileiro de Trânsito. Nas es-
tradas federais, apesar da que-
da no número de acidentes,
cresceu o número de mortos.
Em 2002, morreram 48 pes-
soas a mais do que em 2001,
totalizando 1.025 óbitos. Em
2001, foram 977. “Esse au-
mento foi causado porque tive-
mos alguns acidentes de ôni-
bus”, explica o sub-chefe do
Núcleo de Operações Especiais
da Polícia Rodoviária Federal
(PRF), Ésio Dias Bitencourt. Se-
gundo ele, o balanço dos cinco
anos do CTB é positivo. De
1998 para 2002, a redução no
número de acidentes foi de
22,06%. Também registramos
queda de 15,77% no número
❚ SURTO
Homem morre
com suspeita de
febre amarela
LUIZ RIBEIRO
Mais uma pessoa morreu com
suspeita da febre amarela em Mi-
nas, elevando para sete o núme-
ro de mortes suspeitas. Subiu pa-
ra 58 o total de casos notificados,
dos quais 21 foram descartados,
e quatro confirmados, até ontem
à tarde. Dos sete óbitos, um foi
descartado e outro teve confirma-
ção da febre amarela como cau-
sa. A última vítima fatal foi um
homem, natural do município de
Sabinópolis (município de 16,27
mil habitantes, a 270 quilômetros
de Belo Horizonte), região do Ser-
ro, onde apareceu o surto. O pa-
ciente morreu entre a noite de
terça-feira e a madrugada de on-
tem, no Hospital Eduardo de Me-
nezes, em Belo Horizonte.
Quatro pessoas procedentes
da região do Alto Jequitinhonha
permanecem internadas em Be-
lo Horizonte, com sintomas da
doença, das quais duas (uma de
Guanhães e outra do Serro) esta-
do grave no Centro de Tratamen-
to Intensivo (CTI) do Eduardo de
Menezes.
ESTADO DE MINAS - QUINTA-FEIRA, 23 DE JANEIRO DE 2003
com a situação em dia. Em
2002, conseguimos licenciar
mais de 70% da frota. Nor-
malmente, esse índice não
passava de 60%”, afirmou o
chefe de Apoio Administrativo
do Departamento de Trânsito
de Minas Gerais (Detran/MG),
Oliveira Santiago Maciel.
A taxa de mortalidade na
capital passou de 6,3 mortes
para cada 10 mil veículos pa-
ra 2,06 mortes para o mesmo
número de carros. A taxa de
acidentes – 2,6 para cada 10
MAIS PARDAIS
Como o controle e a
redução da velocidade
foram considerados os
principais
responsáveis pela
queda no número de
acidentes, a BHTrans
estuda a instalação,
na capital, de mais 30
equipamentos
eletrônicos de controle
- radares, lombadas,
registro de avanço de
sinal e invasão da
faixa de ônibus. O
departamento jurídico
do órgão analisa as
melhores formas de
contratação do
serviço. A previsão é
de que a licitação
seja feita até o meio
do ano e a
implantação dos
equipamentos
aconteça no segundo
semestre de 2003.
de feridos e 15,36% no número
de mortos.
Bitencourt afirma que os
motoristas temem a pontuação
na carteira. “Não é conscienti-
zação ou preocupação com a
segurança, mas o medo dos ra-
dares e das multas. Falta cul-
tura e é preciso um trabalho
educativo. Os números ainda
são muito altos. De 1995 até o
ano passado, mais de 9 mil
pessoas morreram em aciden-
tes de trânsito no Estado”, con-
ta. Bitencourt lembra que os
mortos incluídos nas estatísti-
cas são apenas os que têm o
óbito constatado no local do
acidente. Ou seja, os números
são bem maiores, já que pa-
cientes que morrem nos hospi-
tais não são contados nas lista-
gens. As principais causas dos
acidentes são a velocidade in-
compatível, a ultrapassagem
❚ CONCURSO DA EDUCAÇÃO
Serventes festejam batalha vencida Vereador é investigado
LUCIANA MELO
Balões, muitas palmas e
alívio. As serventes que não
passaram no concurso come-
moram ontem na Praça da
Liberdade a decisão do go-
vernador Aécio Neves (PSDB)
de suspender, por tempo in-
determinado, a homologação
do resultado do concurso pú-
blico realizado pela Secreta-
ria de Estado da Educação,
em 2001, para o preenchi-
mento de 18.757 vagas de
ajudantes de serviços gerais.
De acordo com a presidente
da Associação de Professores
Públicos de Minas Gerais
(APPMG), Joana D`Arc, o pró-
ximo passo é solicitar a aber-
tura de uma Comissão Parla-
mentar de Inquérito (CPI) na
Assembléia Legislativa para
apurar as possíveis irregula-
ridades praticadas pelo Insti-
tuto Mineiro de Administra-
ção Municipal (IMAM) na
realização do concurso.
As serventes também es-
tenderam as comemorações
até a porta do Palácio da Li-
berdade. “Vencemos uma ba-
talha, mas teremos uma
guerra pela frente”, declara
Joana D´Arc . O presidente da
CYAN MAGENTA
c
m
y
k
mil veículos – pode ser com-
parada à de países europeus.
Para o diretor-presidente da
BHTrans, Ricardo Mendanha,
a redução no número de aci-
dentes é resultado da diminui-
ção na velocidade dos veícu-
los. “Além dos radares, im-
plantamos novos semáforos,
fizemos campanhas educati-
vas e um trabalho conjunto
com a Companhia Indepen-
dente de Trânsito e o Detran.
A principal redução é dos aci-
dentes. Em 2002, constata-
mos que 73% dos veículos da
capital não receberam uma
única multa. Outros 19% rece-
beram uma multa e 8% rece-
beram mais de uma multa”,
contou.
Mendanha acredita que,
com a implantação do Contro-
le Inteligente de Tráfego (CIT),
que deve ser concluído em ju- JUAREZ RODRIGUES / 05/08/2002
lho deste ano, o quadro vai ACELERANDO
melhorar ainda mais. “Atual- Radares são responsáveis pelo registro de uma das principais infrações cometidas pelos motoristas
mente, há semáforos em 611
interseções. Em 427 deles,
também existe a sinalização
para os pedestres. Com o CIT,
o pedestre será priorizado”,
CONFIRA ALGUNS NÚMEROS
garante. Apesar de todas as
melhorias, a BHTrans admite ACIDENTES EM BELO HORIZONTE
que a demanda da cidade é
bem maior do que sua respos-
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
ta. “Não temos pessoal para
cobrir 100% da capital. Nosso Acidentes com vítimas não-fatais 10.396 10.804 10.861 10.917 10.907 10.625 9.591
trabalho é feito nas principais Acidentes com vítimas fatais 394 350 285 339 277 286 143
vias e onde há mais registros Vítimas não-fatais 12.645 13.265 13.088 13.256 13.049 12.778 11.657
de acidente. A prioridade é a Vítimas fatais 418 383 307 392 297 315 155
segurança”, afirmou. A capi- Taxa de mortalidade/10 mil veículos 7 6,3 4,9 6 4,36 4,38 2,1
tal tem 770 agentes. O ideal, Frota 598.796 611.958 623.909 655.227 679.727 717.875 751.461
no entanto, é que existissem
Atropelamentos 4.843 4.517 4.551 4.488 4.129 3.733 3.262
1,2 mil.
Vítimas não-fatais de atropelamentos 4.538 4.539 4.569 4.477 4.167 3.678 3.267
Vítimas fatais de atropelamentos 305 236 228 265 199 224 73
Taxa de atropelamentos/10 mil veículos 80,9 73,8 72,9 68,5 60,7 52 43,4
indevida e a desobediência à INFRAÇÕES EM BELO HORIZONTE
sinalização. As campeãs em
acidente no Estado são as BRs 2000 2001 2002
381 e 040, que respondem por
48% dos registros. Transitar em velocidade superior à permitida em até 20%* 42.856 129.419 122.245
Nas rodovias estaduais, o Dirigir com fones de ouvido ou usando celular 13.270 20.459 18.264
Departamento de Estradas de Transitar em velocidade superior à permitida em mais de 20%* 15.492 26.691 16.946
Rodagem de Minas Gerais Estacionamento proibido 15.269 15.656 16.858
(DER/MG) constatou a redução Avanço de sinal ou parada obrigatória 11775 14.638 12.969
nas dez infrações mais fre- Dirigir sem habilitação 2.307 2.531 3.220
qüentes. Mesmo assim, o total Fila dupla 2.862 3.578 4.319
de registros anual aumentou Não usar capacete ou vestuário exigido 117 302 233
em relação ao ano de implanta-
ção do código. Em 1998, foram
Não usar cinto de segurança 1.083 766 223
registradas 135.087 infrações. Obs.: Os radares começaram a funcionar na capital em outubro de 2000.
Em 2002, foram 192.047. O
número chegou a 260.184 em
2001. A infração mais comum INFRAÇÕES NAS RODOVIAS FEDERAIS EM MINAS GERAIS
nas estradas estaduais, respon-
sável por 27 mil registros, é di- 1998 1999 2000 2001 2002
rigir veículo sem equipamento
obrigatório, seguido da condu- Acidentes 22.861 22.643 20.879 18.709 17.819
ção do veículo não-registra- Número de vítimas com lesões 12.602 12.541 12.127 10.698 10.615
do/licenciado e da não-utiliza- Número de mortos 1.211 1.167 1.140 977 1.025
ção do cinto de segurança. Fonte: BHTrans/Detran MG/Polícia Rodoviária Federal
❚ DENÚNCIAS
pela Câmara da capital
MARIANA RAMOS o cargo no Legislativo, em
2000, o parlamentar havia de-
A Câmara de Belo Horizon- clarado no imposto de renda
te está investigando denúncias que tinha somente um carro.
contra o vereador Hugo Gontijo Porém, em 2002, Gontijo já te-
(PST). Ele é acusado de desviar ria adquirido três picapes. O ex-
verbas públicas e transferir chefe de gabinete informou
parte do salário dos funcioná- que, mensalmente, tinha que
rios de gabinete para sua conta transferir parte de seu salário
bancária. O Ministério Público para a conta bancária do verea-
também recebeu um dossiê dor. Os valores depositados gi-
contendo os documentos que ram em torno de R$ 400 men-
podem indicar irregularidades sais.
CRISTINA HORTA no mandato do parlamentar. O corregedor da Câmara,
FESTA O autor das denúncias é o vereador Pastor Carlos Henri-
Servidoras reprovadas comemoraram a suspensão do concurso ex-chefe de gabinete do verea- que (PL), disse que as denún-
dor, João Márcio de Miranda cias já foram encaminhadas
Federação de Pais e Alunos, nos dias em que acreditava que Pujoni. Segundo ele, Gontijo é para a Procuradoria da Casa.
Mário de Assis, também garan- ia perder o emprego. “Vamos sócio de uma mineradora em De acordo com o corregedor,
tiu que irá encaminhar alguns agora lutar para garantirmos os Lavras Novas, distrito de Ouro outras denúncias já foram fei- c
documentos ao Ministério Públi- nossos direitos.” Preto, a 95 quilômetros da ca- tas contra Gontijo. Ele informou m
co (MP) que demonstrariam No entanto, a decisão do go- pital, desde de junho de 2001. que o vereador Ronaldo Gontijo y
fraudes na realização do con- vernador não agradou a todos. O investimento de R$ 60 mil te- (PPS) já encaminhou ao Minis-
curso. O Sindicato Único dos Trabalha- ria sido feito com verbas da câ- tério Público um levantamento k
A auxiliar de serviços gerais dores em Educação de Minas mara e o pagamento dos fun- das ausências de Hugo Gontijo
Maria Jesus Gomes, que traba- Gerais (Sind-UTE) realizará, ho- cionários seria feito com papel tanto nas sessões plenárias
lha na Escola Estadual Presi- je, às 15h, manifestação em de- timbrado do próprio Legislati- quanto nas reuniões das comis-
dente Dutra há doze anos, afir- fesa do concurso em frente ao vo, conforme o denunciante. sões do Legislativo.
ma que está aliviada com a deci- Palácio da Liberdade. Eles ale- O ex-chefe de gabinete tam- O assessor de ação social de
são do governador. Ela conta gam que o concurso é a única bém levanta suspeitas sobre os Hugo Gontijo, Elton dos Santos
que sofreu um princípio de in- maneira de garantir o fim do carros que Gontijo adquiriu. Moura, informou que o verea-
farto pelo seu estado emocional processo de designação. Pujoni afirmou que, ao assumir dor está viajando.
AMARELO PRETO