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junho 2005 :: ano 2 :: nº18 :: www.arteccom.com.

br/webdesign

CURSOS
aposte
em você

entrevista
“o problema de quem procura se
tornar especialista em
determinada tecnologia é que ele
passa a depender do sucesso
dela no mercado” Carlos Bahiana

debate e-mais
o que é mais valorizado na hotsites para o Dia dos
R$ 7,90 e d i t o r a
web: ter conhecimentos Namorados: confira algumas
específicos ou saber de tudo campanhas apaixonadas e
um pouco? inspire-se no amor arteccom

tabela de cursos
a Webdesign listou os cursos mais conceituados na área de web em todo o Brasil
veja os mais próximos de sua cidade e faça sua escolha
direitos autorais
3
Equipe

Editorial
quem somos

Weberê! Direção Geral


Adriana Melo
O Encontro de Web Design no Rio foi mais uma vez bastante adriana@arteccom.com.br
Direção de Arte
proveitoso para aproximadamente mil pessoas que dele participaram.
Patrícia Maia
Mas um detalhe, em especial, foi um grande sucesso neste evento: a patricia@arteccom.com.br
Ilustração
SOLIDARIEDADE dos participantes. Beto Vieira
beto@arteccom.com.br
Recebemos quase 200 kilos de alimentos, 30 novos voluntários, 6
Diagramação
novos contribuintes mensais, doação de computadores e impressoras e, Jeferso n Costa
jeferson@arteccom.com.br
principalmente, um público que PRESTIGIOU com o maior CARINHO a
Direção de Redação

:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora.
apresentação de capoeira das crianças do projeto. Andr é Philipp e Iunes
andre@arteccom.com.br
Graças à solidariedade desses profissionais e estudantes, o Redação
Tatiana Serra
projeto Magê-Malien - Crianças que Brilham - cresceu e partirá, para uma
tatiana@arteccom.com.br
nova etapa: ganhará uma SEDE, em São Gonçalo - RJ, onde serão Assinaturas
Jan e Costa
realizados cursos profissionalizantes de informática, atividades
jane@arteccom.com.br
educativas, culturais, capoeira e até uma incubadora, a WEBERÊ, veja Gerência de Tecnologia
Fabi o Pinheiro
página 9. fabio@arteccom.com.br
Webdeveloping
Gostaria de agradecer àqueles que apoiaram o projeto,
Eric Nascimento
patrocinando o “Adote esta Página”, desde o lançamento da revista eric@arteccom.com.br
Financeiro
Webdesign: Pincelli Embalagens, BigHost, E-make, Terra, Agência X,
Luana Rocha
WLD Desenvolvimento, Locaweb, VM2 Tecnologia e Design, Fábrica luana@arteccom.com.br

Digital, R3F Digital Design, Grupo 5, AZMT e Cadritech.


A Arteccom é uma empresa de design, especializada na
A partir de agora, conto com a participação de vocês adotando o criação de sites e responsável pelos seguintes projetos:
Revista Webdesign :: www.arteccom.com.br/webdesign
selo Weberê, para que a população menos favorecida também tenha, Curso Web para Designers :: www.arteccom.com.br/curso
Encontro de Web Design :: www.arteccom.com.br/encontro
como nós, chance de SONHAR. Que os profissionais da área sirvam Portal Banana Design :: www.bananadesign.com.br
Projeto Social Magê-Malien :: www.arteccom.com.br/ong
como exemplo de cidadania para nosso país!
Um grande abraço e muito obrigada por tudo. Criação e edição
www.arteccom.com.br

Produção gráfica
www.prolgrafica.com.br
Adriana Melo
Distribuição
www.chinaglia.com.br

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menu
apresentação matéria de capa

pág. 4 quem somos pág. 20 entrevista: Carlos Bahiana

pág. 5 menu pág. 24 Aposte na sua carreira


pág. 37 debate: especialização x abrangência

contato
e-mais
pág. 6 emails
pág. 46 artigo: Hotsites para casais apaixonados
pág. 6 fale conosco
pág. 54 tutorial : Tableless 2

fique por dentro


pág. 8 direito na web com a palavra

pág. 9 adote esta página pág. 58 webwriting: Bruno Rodrigues

pág. 10 clipping pág. 60 marketing: René de Paula Jr.


pág. 62 bula da Catunda: Marcela Catunda

portfólio pág. 64 webdesign: Luli Radfahrer

pág. 13 veterano: BETA


pág. 18 calouro: André Bittencourt
emails

Assunto: Imagens Assunto: Sites

Sugiro que a revista aborde governamentais

temas relacionados à parte


Olá, tenho a revista desde a
artística da confecção de um
primeira edição e sempre
site. Como primeira pedida,
adorei todo o conteúdo. Mas,
poderia ser abordado o
no início do ano, tive um
assunto de vetorização de
problemão: o Governo
imagens.
Federal editou um decreto
Marcus Vinicius
marcusvinicg@gmail.com para que todo site
Governamental passe, até
Assunto: Mais Tableless
Acompanhe nossa próxima edição, dezembro de 2005, a ser
Sugestão: Mais Tableless acessível às pessoas
pois Imagens será o tema da matéria
Kadu Gouvêa
portadoras de deficiências.
kadugouvea@uol.com.br principal. Esperamos que você goste!
Aí, em março, a revista nº 15
Obrigada pela sugestão.
nos traz a reportagem:
Caro Kadu. Como este é um tema
“Internet sem barreiras”, e Assunto: Publicidade
bastante abrangente, ainda falaremos, e
metade dos problemas foram
muito, sobre Tableless. Acompanhe Assunto: Modelo de Olá, gostaria de sugerir que
resolvidos. No final de março,
nossas próximas edições! Abraços e contrato vocês abordassem como
a chefia ordenou que o site
desenvolver uma campanha
obrigada pela sugestão. do órgão fosse visualizado
Olá! Gostaria que, além dos publicitária on-line, desde o
em todos os browsers. E, em
Olá Pessoal. Referente à modelos de briefing e tabela planejamento até a escolha
abril, “Tableless: a nova
matéria da edição TABLELESS, de valores, o site tivesse dos portais, também como
web”. Acho que vou liberar o
achei show de bola, pois eu já também um modelo de monitorar isso etc...
pessoal que trabalha comigo
havia começado um projeto em contrato de prestação de André Vieira Cintra
e ficar apenas com a revista. andre@inovarbr.com
TABLELESS, mas não tinha serviço. Pois, acho que seria
Brincadeiras a parte, só
certeza se estava no caminho muito útil.
estou escrevendo para dizer Olá André! Que bom saber que
certo. Depois da matéria, me Fernando Souza
fernando@fesz.net que as reportagens, além de estamos explorando temas de
abriu um grande leque para o
serem bacanas, são super interesse dos nossos leitores. Na
futuro da web. Parabéns!
Olá Fernando! Estamos fazendo o úteis para o dia-a-dia dos
Leandro Carvalho próxima edição, você encontrará
alhome@terra.com.br novo site da Revista e, na nova profissionais da área de web.
informações sobre Publicidade, na
Como sugestão, gostaria que
versão, haverá um modelo de matéria principal. Esperamos que, de
Oi Leandro! Ficamos felizes em ter vocês falassem um pouco dos
contrato de prestação de serviços, alguma forma, esta matéria lhe ajude.
sítios governamentais com
conhecimento, através de nossos leitores, assim como você pediu, além de
críticas e sugestões. Um abraço e obrigada pela sugestão.
que acertamos na escolha de um assunto. outros arquivos úteis disponíveis para Antônio Cláudio
Na busca do acerto, o retorno de vocês é download. Obrigada pela dica! aclaudio@stm.gov.br
sinônimo de sucesso. Obrigada!
Querido Antônio Cláudio, é um prazer
Gostaria de saber se já existe
receber um email tão bacana de um
algum bom livro de referência
ex-aluno ;-) Obrigada pelos elogios,
para o assunto TABLELESS, já
transmiti para a equipe. Espero que
que este vai ser o próximo
a Webdesign continue sendo útil para
padrão WEB.
Agradeço, desde já, a atenção! nossos Ministérios! Obrigada também
Marcelo Adade pela sugestão. Levaremos sua dica à
marceloadade@gmail.com próxima reunião de pauta.
Um grande abraço,
Marcelo, para saber um pouco mais sobre
Adriana.
Tableless, sugerimos o livro “Projetando
Web Sites Compatíveis”, de Jeffrey
Zeldman, editora Campus. Boa leitura!

fale conosco pelo site www.arteccom.com.br/webdesign


:: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.

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7
direito na web

Contrato para freelancer


Estou querendo começar a trabalhar como freelancer. Sendo pessoa física, posso
fazer um contrato? Se me pedirem nota fiscal, o que devo fazer?
Nelson Saraiva (nsaraiva@email.com)

Qualquer pessoa, desde que seja capaz O fato de a firma individual ter que
(não esteja enquadrada nos artigos 3.º e 4.º 1
possuir um CNPJ deve-se unicamente ao fato
do Código Civil Brasileiro), pode celebrar de que ela sofre tributação em regime
contratos e acordar os termos do serviço a ser equiparado ao das pessoas jurídicas, não
prestado. significando que a firma individual seja uma
Quanto à emissão de Nota Fiscal, caso o pessoa jurídica, ou que tenha um regime
Marianna Furtado é advogada leitor não tenha constituído uma empresa, ele especial de responsabilidade para fins
com pós-graduação em Direito
da Propriedade Intelectual
poderá emitir RPA - sigla de Recibo de tributários.
pela PUC-Rio. Atualmente, Pagamento ao Autônomo. Ressalta-se que só Outras informações podem ser obtidas
pertence à equipe do escritório
Montaury Pimenta, Machado & os autônomos registrados podem emitir RPA. nas Juntas Comerciais de cada Estado. O
Lioce Advogados.
Esse registro deve ser efetuado junto às endereço eletrônico da Junta Comercial do Rio
Envie sua dúvida para: prefeituras de cada cidade. de Janeiro é http://www.jucerja.rj.gov.br/
marianna@montaury.com.br
Ocorre que a carga tributária na emissão servicos.html.
da RPA (31% de desconto bruto de INSS, (Footnotes)
acrescidos de ISS – cada Estado tem o seu 1
“Art. 3.º São absolutamente incapazes
percentual...) pode fazer com que essa opção de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
não seja muito atraente. I – os menores de 16 anos;
Dessa forma, uma alternativa seria a II – os que, por enfermidade ou deficiência
abertura da firma individual, até porque a mental, não tiverem o necessário discernimento
pessoa física que, em seu próprio nome, para a prática desses atos;
explora, habitual e profissionalmente, qualquer III – os que, mesmo por causa transitória,
atividade econômica de natureza civil ou não puderem exprimir sua vontade.”
comercial com fim de lucro, mediante venda de “Art. 4.º São incapazes, relativamente a
bens e serviços, é considerada empresa certos atos, ou à maneira de os exercer:
individual equiparada a pessoa jurídica. I – os maiores de 16 e menores de 18
Há que se ressaltar que a firma individual anos;
não tem personalidade diversa e separada da II – os ébrios habituais, os viciados em
de seu titular. Ambos, firma individual e seu tóxicos, e os que, por deficiência mental,
titular, são uma única pessoa, com um único tenham discernimento reduzido;
patrimônio, e uma única responsabilidade III – os excepcionais, sem
patrimonial perante a administração desenvolvimento mental completo;
fazendária. IV – os pródigos.”

8
adote esta página

A renda deste anúncio é integralmente revertida para o projeto Magê Malien - Crianças que brilham.
adote
esta
Anunciando aqui, a AZMT contribuiu com o Magê Malien, projeto social que
possibilita a crianças de comunidades carentes, o acesso à educação, arte e cultura,

página
através da prática da capoeira, dança e oficinas de teatro.

!
Faça como a AZMT, anuncie nesta página e ajude a manter o brilho dessas crianças.

Informações: tel. 21 2253-2464/e-mail publicidade@arteccom.com.br


Visite o site www.arteccom.com.br/magemalien

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9
clipping

Executivo do Opera vai a nado Lançamento:


para os EUA Desenhando a
Jon von Tetzchner, executivo-chefe da Opera Software
Superfície
prometeu: se a nova versão de seu browser, o Opera 8,
No Brasil, o “Design de Superfície” ou
chegasse a um milhão de donwloads em quatro dias, ele iria
“Surface Design” é praticamente
da Noruega aos Estados, nadando. A meta foi atingida e
desconhecido. Essa designação é
Tetzchner está cumprindo a promessa.
amplamente utilizada nos Estados
Seguido de perto em um bote pilotado por Eskil Sivertsen, seu
Unidos para definir todo projeto
gerente de relações públicas, Tetzchner está no segundo dia
elaborado por um designer, no que diz
de travessia - mais por uma questão de marketing, pois
respeito ao tratamento e cor utilizados
ninguém aposta que ele realizará a façanha.
numa superfície, industrial ou não.
De qualquer forma, o Opera 8 merece homenagens. Em
Renata Rubim foi responsável pela
versões para Windows e Linux, ele é veloz e traz comandos de
introdução do termo no vocabulário brasileiro. Renata é designer de
voz e um recurso que
superfícies e especialista em cores e atua num universo vasto e
atribui notas de um a três
interessante nestas áreas. Superfícies são projetadas
à segurança das páginas
independentemente dos materiais, que podem ser desde porcelanas,
web, evitando assim
garrafas térmicas, têxteis a calçadas e pisos. O universo é infinito...
que o internauta
Cores são definidas e indicadas para produtos industriais, para
navegue por sites
arquitetos e suas obras, para onde for necessário.
fraudulentos.
O livro é um depoimento escrito desta experiência somada à
experiência profissional com um escritório atuante no Brasil e no
exterior. É o resultado desta soma de atividades de designer,
(01) consultora de cores, ministrante de cursos, micro-empresária e
cidadã comprometida com as complexidades da vida atual. É um
depoimento de uma pessoa apaixonada por seu trabalho. Para

Podcasts viram mania mundial Renata, as superfícies não são superficiais e a cor é música e ritmo.

Os softwares que criam os podcasts, programas radiofônicos de


todo tipo – noticiosos, humorísticos e musicais - em formato
MP3 para publicação em sites ou blogs da web, estão agitando a
comunidade online em todo o mundo. Internet já aceita domínios com
O termo Podcast (junção de iPod com “broadcast”, que significa
acento e cedilha
transmissão de rádio ou TV) surgiu pela primeira vez num artigo
Desde maio, o serviço de registro BR já aceita nomes com vogais
de fevereiro de 2004, no jornal britânico “The Guardian”,
acentuadas e cedilha em sites e em endereços de e-mail. A norma vale
asinado pelo jornalista Ben Hammersley.
apenas para quem possui também os domínios sem acento, para evitar
O mais interessante no Podcast é que ele permite a distribuição
registros de marcas já consagradas no mercado online. Como exemplo,
de conteúdo multimídia para qualquer aparelho (computadores,
o Registro.br diz que somente o dono do domínio paoemaca.com.br
celulares, PDAs), sem a necessidade de servidores específicos,
poderia registrá-lo como pãoemaçã.com.br. A Plugin foi a empresa que
usando apenas a linguagem padrão da Web.
hospedou o primeiro site nesse sentido.
(03)
(02)

Errata
O site da modelo Gisele Bündchen, o qual foi destacado na seção “Estudo
de Caso”, da última edição, está num servidor dedicado (e não semi-
dedicado, como foi dito na matéria “Gisele Bündchen: site à altura da

top”), e hospedado na Locaweb (www.locaweb.com.br).

(01) www.estadao.com.br/tecnologia/informatica/2005/abr/25/124.htm
(02) www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2005/abr/12/94.htm
(03) www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2005/mai/05/66.htm

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portfólio veterano :: BETA
Obra de arte na web
Por Tatiana Serra

Há quem diga que é loucura fazer o que for para admirar e obter uma peça de arte exclusiva
ou um trabalho artesanal. Porém, basta ter sensibilidade para valorizar a arte de quem

coloca a alma no que faz, utilizando a criatividade e a personalização ao realizar um trabalho.

Com a proposta de criar uma agência especializada em design interativo e atendimento


personalizado, Thomaz Krause e Walber Ribeiro deram vida, há três anos, a Neo Multimedia

que, a partir deste mês, passa a se chamar BETA - um estúdio de criação digital, focado em
soluções criativas para o desenvolvimento de websites, campanhas online, games, banners,

animações 2D e apresentações multimídia em CD-ROM e DVD. A nova identidade é


conseqüência do amadurecimento da empresa, que sentiu na inovação a sua vocação e seu

diferencial e, por isso, foi rebatizada. Segundo Thomaz Krause, sócio e diretor de criação
online da empresa, “o nome BETA é uma metáfora da essência do nosso trabalho em mídia

digital, que é experimentar e se reinventar o tempo todo; e também assumir que podemos

ser imperfeitos, não porque erramos, mas porque sabemos que, a cada dia, o nosso trabalho
evolui”. Seja qual for o trabalho, o mais importante é tratar cada projeto como único e

pessoal, assim como uma peça de arte: autêntica, criativa e especial.

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portfólio veterano :: BETA

Desenvolvendo projetos bem conceituados e


produzidos, tendo a criatividade e a qualidade como
diferenciais de negócio, a equipe BETA encara seu trabalho
como algo, praticamente, artesanal, tratando cada projeto e
cliente de maneira bem pessoal. “Não somos o tipo de empresa
que oferece ‘soluções’ pré-fabricadas, pois acreditamos que
cada projeto é único e deve refletir algo humano e
espontâneo”, diz o paulistano Thomaz.
Crescer com projetos cada vez mais desafiadores. A
meta da BETA é, a cada novo projeto, avançar um passo, se
reinventando e fazendo algo que agregue valor ao cliente e
deixe a equipe motivada. “Costumo dizer para os nossos
clientes, em tom de brincadeira, para não soar muito
pretensioso, que o nosso comprometimento é que eles sempre
terão um projeto melhor do que os concorrentes”, ressalta
Thomaz, que, aos 26 anos, é formado em Publicidade e
Propaganda pela Universidade Anhembi Morumbi, de São
Paulo, onde, atualmente, leciona a disciplina de Design na Web
para alunos de Publicidade e Produção Editorial.
Nada de inspiração. É preciso ser sensitivo
Responsável pela criação online da empresa, Thomaz conhecimento. E, tudo isso, se aprende e se desenvolve; não
não acredita muito em “inspiração”, e sim, num bom estado de acredito que seja algo divino ou sobrenatural”, afirma ele.
espírito, através do qual a criatividade flui melhor. Ele destaca Para Thomaz, o webdesigner deve ter uma formação
ainda dois aspectos aliados a isso: “o primeiro é a formação de multidisciplinar. “É preciso ouvir, vestir, e sentir design.
um repertório enriquecido por referências estéticas, que você Você não pode limitar o seu universo de referência ao
vai amadurecendo e refinando durante o seu aprendizado; e o campo visual gráfico e interativo. Hoje, tudo está
segundo é a capacidade que você tem de inovar com esse interligado: design, quadrinhos, cinema, moda e música”. O
paulistano, que toca guitarra em uma banda de rock, além
de praticar natação e trekking, ressalta ainda que, “quanto
maior for a sua compreensão de como tudo se mistura,
maior será a sua capacidade crítica e criativa, e a
‘inspiração’ virá embasada em um contexto riquíssimo, que
não está em nenhum anuário de design”.
O diretor de criação online da BETA orgulha-se de sua
equipe e de poder acompanhar o crescimento de cada
profissional junto ao crescimento da empresa. “Conseguimos
montar um time de profissionais excepcional, e também manter
www.estudioangels.com.br um clima descontraído e produtivo. Tenho certeza de que os

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portfólio veterano :: BETA
clientes também sentem essa sinergia e, com isso, acabamos ganhar uma dimensão enorme e superar qualquer
contaminando a todos”, conta ele, destacando que a equipe, expectativa”. E para chegar ao sucesso, é preciso, antes de
hoje formada por 10 pessoas (5 designers, 2 programadores, tudo, planejar. Thomaz acha que, mesmo parecendo
2 gerentes de projeto e 1 administrativo), é a maior “inteligível” para o cliente, um planejamento mínimo pode ser o
responsável pelo sucesso da empresa, além do cuidado para salva-vidas de um projeto.
que o trabalho se torne algo cada vez mais prazeroso e as Hoje, a BETA conta com uma vasta carteira de clientes,
dificuldades sejam encaradas como constantes desafios para o apesar do pouco tempo de existência. São alguns deles:
auto-desenvolvimento. Natura (cosméticos), Osram (lâmpadas elétricas), Gulliver
Curioso acima de tudo, Thomaz tem o compromisso de (brinquedos), Leo Burnett (publicidade), Cadbury Adams
sempre trazer algo novo e criativo aos clientes. Segundo ele, (confeitos), BASF (agrícola), Carmim (moda), Thymus Branding
“saber ouvir o briefing nas entrelinhas, ou seja, pensar o (consultoria), Bertolucci (luminárias), Labluz (luminárias),
que o seu cliente está pensando”, é um dos grandes desafios, Evoluir Cultural (consultoria) e Estúdio Angels (produtora).
os quais a empresa parece estar superando. “O resultado é Além disso, a equipe BETA também investe em projetos de
que a nossa carteira de clientes está aumentando através do auxílio a ONGs.
boca-a-boca que os clientes atuais estão fazendo. Pois, até
hoje, a BETA foi bastante low-profile na comunicação com o
mercado”, diz Thomaz, que adora documentários e até já
dirigiu e produziu, há 5 anos, um documentário chamado
“Quem faz web?”.
Feedback instantâneo
Além da criatividade, outra importante estratégia para
melhor trabalhar a imagem de um cliente na internet é o
feedback instantâneo. “algo que a web proporciona e nenhum
outro veículo de mídia ainda é capaz”, afirma Thomaz,
lembrando que “a experiência de uma marca na internet pode www.gulliver.com.br

low profile :
Em português, “low” significa “baixo” e “profile”, “perfil”. Em se
tratando de marketing, esse termo se aplica a empresas que não
se divulgam muito, não têm muita popularidade, mantendo-se
menos visíveis no mercado.

www.thymus.com.br

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portfólio veterano :: BETA

Trabalhos em destaque
Um dos trabalhos que mais deu prazer à equipe
BETA foi o site da Carmim Verão 2004. A proposta era
apresentar a coleção de verão de uma maneira
interessante, impactante e diferenciada para o público
jovem. Realizado o projeto, “o cliente teve um aumento
de 15% no número de visitantes únicos, em relação a
hotsites de coleções anteriores”, diz o diretor de
criação online da BETA.
Outro trabalho que a empresa destaca é o Hotsite www.carmim.com.br/verao2005

Sintonia de Natura (ver página 53), cujo objetivo foi


promover o lançamento das novas fragrâncias do
perfume Sintonia de Natura. Para a mesma empresa, a
BETA redesenhou o website internacional da linha de
produtos Natura Ekos, em 3 idiomas distintos. Esse foi o
primeiro trabalho de visibilidade internacional da equipe.

hotsite desenvolvido para a campanha Natura Chronos Cancun (offline)

16 16
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portfólio calouro :: André Bittencourt

Crescendo e aparecendo por Tatiana Serra

Quem nunca ouviu a frase “cresça e apareça”? Especialmente quando se é jovem, a cobrança é
grande e o esforço para conquistar seu espaço deve ser ainda maior. Na busca de um lugar ao

sol, o carioca André Bittencourt, de apenas 19 anos, está profissionalmente há dois anos na
web, como designer e desenvolvedor de sites em Flash, html e multimídias.

O interesse em fazer sites surgiu depois que André conheceu vá- No momento, André está feliz com tudo o que acontece em sua
rios designers e passou a apreciar o trabalho destes profissionais. vida. Em cinco anos, “espero já estar formado e ser reconhecido pro-
“Com isso, comecei a querer fazer sites e me esforçar para melhorar fissionalmente entre todos”, prevê ele, acreditando que uma boa fa-
meus trabalhos”, diz o jovem webdesigner. Hoje, ele cursa o 2º perío- culdade faz a diferença. E, para um webdesigner, ele sugere a facul-
do de Desenho Industrial, na Faculdade da Cidade, no Rio de Janeiro. dade de Desenho Industrial, para estudar a evolução do design e
O ponto de partida deu-se na família. Os primeiros clientes apa- aprender o necessário para desenvolver projetos.
receram quando André fazia trabalhos para uma pessoa da família,
que tem uma empresa de tecnologias para internet. Logo depois,
buscou seus próprios clientes e, dois meses antes de começar a fa-
culdade, começou a procurar estágio.
Atualmente, André trabalha com uma carteira fixa de clientes,
como Bodyboarder Brasil, BSD e Vip Clinique - Gávea, além de prestar
serviços para outras empresas indicadas por seus clientes. “Mas,
onde consigo mais portfólio, com certeza, são nas agências em que
eu trabalhei”, diz o profissional, destacando como experiência mais
marcante seu estágio na agência Red Alien.
Ao trabalhar a imagem de um cliente na internet, é fundamental www.jpeyewear.com.br

“fazer com que todos fiquem satisfeitos com o projeto final: designer,
cliente e usuário”, garante o webdesigner, que leva uma vida normal
como qualquer jovem de 19 anos, namora, estuda, passeia com os
amigos, pega onda de bodyboard, ouve música e, é claro, navega na
internet, onde busca inspiração para suas criações.
Para evitar problemas futuros, ele recomenda: “antes de come-
çar qualquer trabalho, deixe tudo explicado para o cliente. Se possí-
vel, coloque tudo descrito na proposta”. E, quanto ao valor a ser co-
brado, ele acha que o profissional deve fazer um preço justo com a
qualidade do seu trabalho. newsletter VipClinique - Gávea

O site de André Bittencourt é <www.andrebittencourt.com.br> e o email para contato, <andrebittencourt@gmail.com>.


Para participar da seção portfólio, cadastre-se no site www.arteccom.com.br/webdesign.

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19
entrevista :: Carlos Bahiana

Plantando o seu
futuro por André Philippe Iunes

Horas a fio estudando design, programação, ergonomia e outros assuntos relativos ao universo de

quem cria para a web. Dominar muito bem a técnica certamente o capacitará a produzir cada vez mais
e melhor, entretanto um fator crucial não pode ser deixado de lado: o entendimento do ser humano.

Para quem trabalha no meio online, é fundamental conhecer o usuário e consumidor deste imenso
território chamado internet. São com essas palavras que o designer Carlos Bahiana, professor da PUC-

Rio e coordenador do curso de pós-graduação em Design de Interfaces da universidade Unicarioca,


define o sentimento que o profissional de web deve ter ao se preparar para o mercado. Especialista

em ergonomia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Bahiana indica livros e sites para os que querem se
aprimorar na área e explica o que é preciso levar em consideração na hora de se decidir por um curso.

Independente de você ser programador, webwriter ou designer, estude suas palavras e entenda um

pouco mais sobre os possíveis caminhos profissionais a seguir!

20
entrevista :: Carlos Bahiana
Wd :: De 1995 até hoje, percebe-se que a
internet evoluiu como mídia, estabelecendo seus
padrões de uso e criando estratégias próprias de
comunicação. Na sua opinião, para acompanhar es-
sas mudanças, o que o profissional de web deve le-
var em consideração na escolha de um curso?
Bahiana :: Na hora de escolher um curso, o interes-
sado deve ponderar o seguinte: o que eu já sei? O que
me falta? Onde posso me tornar melhor? Se o profissional
já tem o conhecimento de uma ferramenta, ele deve deci-
dir se quer se tornar o melhor usuário desse software ou
se está na hora de delegar o seu uso e se concentrar nas
especificações do projeto. O problema de quem procura
se tornar especializado em uma determinada tecnologia é
que ele passa a depender do sucesso dela no mercado
para o seu próprio sucesso. Imagine o desespero dos me-
lhores criadores de cavalos de tração, muito procurados
no tempo das carroças, quando os automóveis começa-
“O problema de
ram a se popularizar.
Por outro lado, caso não tenha o domínio das ferra- quem procura se
tornar especializa-
mentas, o profissional deve se preocupar em ter uma visão
clara do cenário tecnológico e ser capaz de selecionar ou

do em uma deter-
treinar pessoas capacitadas na implementação de uma de-
terminada tecnologia em um trabalho, por exemplo. É im-
portante que se procure uma capacitação que ensine a
pensar no planejamento de interfaces aplicado à web, en-
tendendo as fronteiras e as melhores práticas atuais. É bom
minada tecnologia
também conhecer as oportunidades e armadilhas da mídia
em que se trabalha, das tecnologias utilizadas, e saber es- é que ele passa a
depender do su-
pecificar as soluções adequadas em cada contexto.
Wd :: Qual postura o webdesigner deve ter para

cesso dela no mer-


se preparar para o futuro de sua profissão?
Bahiana :: As mudanças mais importantes no meio
online são anunciadas agora como planos para três anos ou
mais. Sendo assim, ler sobre tecnologia é importante, mas
sempre de olho nas tendências de negócios, mesmo que
cado para o seu
não pretenda se tornar empresário. Quem percebeu, por
próprio sucesso”
21
21
entrevista :: Carlos Bahiana

volta de 1998, que a distribuição de música em formato conhecimento dos processos de impressão, dos tipos de
mp3 era algo para o futuro, pôde estudar o assunto tendo papel, da variedade de modos de encadernação, de como
em vista montar um negócio ou aprender a desenvolver se usam livros e revistas, como são distribuídos, armaze-
uma tecnologia que suportasse essa tendência. Estas pes- nados, etc.
soas estavam prontas para o mercado quando os outros Wd :: Depois que o designer conclui a gra-
ainda estavam discutindo se iam ou não baixar um programa duação, quais cursos de especialização, ou li-
de troca de arquivos. vros, são os mais indicados para o aperfeiçoa-
Wd :: Na sua opinião, como os cursos das uni- mento de sua carreira no meio online?
versidades vêem os assuntos referentes especifi- Bahiana :: Um profissional graduado deve procu-
camente à internet? rar aprofundar-se no conhecimento específico da área
Bahiana :: Na maior parte dos casos, as interfaces di- em que atua, sem se prender às ferramentas. Ele
gitais são vistas como uma área do domínio da Programação deve procurar cursos em que o usuário da interface
Visual ou Comunicação Visual (o uso dos termos varia de seja o centro do processo de projeto e que as
acordo com cada escola). A princípio, o raciocínio está cor- tecnologias sejam vistas como meios para viabilizar
reto, já que o que se faz é um projeto gráfico. O problema é negócios, tarefas e atender a necessidades humanas;
quando há o desconhecimento das tecnologias deve compreender o que é estética, tanto quanto o
subjacentes. É como projetar um livro ou uma revista sem que é memória de curto prazo, por exemplo. É crucial
também aprender a trocar informações com profissio-
nais de outras áreas.
Wd :: Na sua opinião, pelo fato da web ainda

“Um profissional
estar amadurecendo a sua linguagem, quais
conhecimentos serão os mais valorizados da-
qui a cinco anos?

graduado deve pro- Bahiana :: O fundamental é que se conheça o ser


humano, o usuário e o consumidor deste imenso terri-

curar aprofundar- tório. O profissional deve entender sua cultura, suas


manifestações e idiossincrasias; o que deseja, como

se no conhecimento
se comporta, do que é ou não capaz, o que o
emociona, irrita, cansa ou anima; como ele é ou não

específico da área
capaz de interagir, e se quer interagir. (Na matéria de capa,
o especialista Cláudio Toyama apresenta alguns livros sobre
psicologia do usuário.)

em que atua, sem se Wd :: Quais cursos e livros podem ajudar o


webdesigner a criar maior senso crítico em relação

prender às ferra- ao meio online?


Bahiana :: Os cursos que indico são sobre ergonomia,

mentas”
usabilidade e interação humano-computador. Os livros

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22
que indico, que são suficientemente claros, baratos e per-
tinentes, são: “Cultura da Interface”, de Steven Johnson,
com edição de Jorge Zahar, Galáxia da Internet, de Manuel
Castells, também editado por Jorge Zahar, “Web
Navigation”, de Jennifer Fleming e “Shaping Web Usability”,
de Albert Badre.
Wd :: Qual dica você daria para quem quer se
aprimorar na área, mas não tem recursos para pa-
gar um curso?
Bahiana :: A própria internet é uma fonte maravi-
lhosa de conhecimento. Olhando de um ponto de vista
bem prático, há a versão online do livro Web Syle Guide
(http://www.webstyleguide.com/). O site de artigos pu-
blicados da pesquisadora holandesa Vanessa Evers
(http://hcs.science.uva.nl/usr/evers/publications.html)
é excelente para quem quer entender melhor as implica-
ções de cultura no design para web. Há, para quem não lê
em inglês, o Blog do professor e pesquisador Robson San-
tos (http://interfaceando.blogspot.com/). Também sugi-
ro visitar o site do Laboratório de Ergonomia e
Usabilidade de Interfaces em Sistemas Humano-
Tecnologia - LEUI (http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/leui),
que funciona na PUC-Rio e é pilotado pela Professora
Anamaria de Moraes. Outro meio econômico de estar
antenado é participar de eventos do meio.

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Aposte na sua carreira

A poste na sua carreira Por André Philippe Iunes

Nenhum outro meio de comunicação cresceu tanto nestes últimos anos como a internet. E desde o seu

surgimento no país, muitos paradigmas caíram e outros surgiram repentinamente, ajudando a delinear o

que é hoje o nosso modelo de mídia online. Sem dúvida, esse rápido crescimento trouxe como conseqüência
aos profissionais da área a assimilação, em curto prazo, de uma grande quantidade de conhecimentos

específicos. Essa busca incessante e obrigatória pelo saber acabou por definir o perfil de quem trabalha na
web, que deve ter como característica principal a capacidade de acompanhar as mudanças desse novo

ambiente em constante evolução.

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Aposte na sua carreira
cargos gerenciais, mas um bom conhecimento específico em
determinado assunto, adquirido por meio de um estudo dedi-
cado, pode também abrir portas interessantes. Para o diretor
do Instituto Infnet, André Kischinevsky, se o profissional já
trabalha com webdesign e tem uma certa base de conhecimen-
tos, ele deve buscar cursos específicos sobre novas
tecnologias. Por outro lado, para quem entende de criação e
design, mas não trabalha ainda com webdesign, uma formação
completa é a mais indicada.
André destaca que aprender as principais ferramentas

Para se manter atualizado com as novas demandas da de construção de sites aumenta as chances de conseguir o

WWW é preciso, antes de tudo, ficar atento às diversas fontes primeiro emprego na área. Segundo ele, esse tipo de forma-

de informação disponíveis. Além de livros especializados e sites, ção proporciona o aprendizado de tecnologias que são usadas

muitos cursos oferecem grades curriculares que podem por praticamente todas as produtoras web. “O mercado exige

contribuir para o bom direcionamento da carreira. Hoje, pela o domínio de ferramentas como o Dreamweaver, Photoshop e

própria característica multidisciplinar das equipes de criação Flash, por exemplo. Se você procura trabalhar diretamente na

online, não só os designers e programadores têm o seu lugar construção de sites, ser um especialista nesses programas é o

garantido no mercado de trabalho. Os profissionais formados mais importante. Caso queira ser um gerente, é mais válido ter

nos cursos de jornalismo, marketing e publicidade, por exemplo, a visão geral. Ao longo da carreira, com a ascensão a cargos

nunca foram tão valorizados no âmbito estratégico da mídia. E gerenciais, o conhecimento amplo ganha maior importância”,

quem deseja trabalhar com web mas ainda tem dúvidas sobre destaca André.

a escolha da graduação, o ideal é optar pela área de sua


preferência e ver onde ela se encaixa no mercado de internet.
Quem gosta de jornalismo, poderá trabalhar com webwriting
ou gestão de conteúdo online; aqueles que cursarem desenho
“Caso queira ser um
industrial, poderão atuar como designers de interface, por gerente, é mais válido
exemplo. Contudo, independente da formação acadêmica, é
importante ressaltar que mesmo sendo imprevisível saber o
ter a visão geral. Ao
formato que a rede terá no futuro, conhecê-la bem no presente longo da carreira, com
pode ajudar a antecipar suas tendências. Dessa forma, é
possível traçar quais rumos seguir e que assuntos estudar,
a ascensão a cargos
preparando-se profissionalmente para os novos mercados que gerenciais, o conheci-
estão emergindo.
Ser especialista ou não, eis a questão
mento amplo ganha
A escolha do caminho profissional mais seguro depende- maior importância”
rá, muitas vezes, em saber identificar suas aptidões. Ter expe-
riências em diversos assuntos pode ser útil na ocupação de André Kischinevsky

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Aposte na sua carreira

“O especialista é sempre mais


respeitado em uma equipe pela grande
habilidade em solucionar problemas
específicos da tecnologia aplicada”
Márcio Vitale

“Quanto mais abrangente for o


conhecimento sobre tipografia, cor,
forma, história da arte, composição,
identidade corporativa, ergonomia,
matemática, tecnologia, mais rico
será o repertório profissional”
Michel Lent

“É indispensável a apresentação de
um bom portfólio, com os projetos
realizados. Esta é a melhor forma de
demonstrar todo o conhecimento e a
prática” Adriana Melo

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Aposte na sua carreira
Segundo o coordenador de treinamentos webdesigner gia de um pro-

do curso Impacta Tecnologia, Márcio Vitale, ser generalista é duto online não

importante quando o profissional for integrar uma equipe mai- reside simples-

or, em que existam especialistas apoiando o projeto. Entre- mente na sua tec-

tanto, ele diz que o segredo para criar uma carreira sólida é nologia, mas sim no

manter-se especializado em determinada tecnologia. “O espe- seu poder de comunica-

cialista é sempre mais respeitado em uma equipe, pela grande ção. Na opinião do sócio-di-

habilidade em solucionar problemas específicos da tecnologia retor da agência 10’ Minutos,

aplicada, enquanto um ‘genérico’ pode gerar problemas com Michel Lent, a primeira resposta

baixa produtividade e, conseqüentemente, acarretar atrasos do meio acadêmico ao mercado

nos prazos do projeto”, exemplifica Vitale. profissional de internet foi oferecer

Contudo, ele explica que, para os programadores, a es- cursos focados somente em design e

pecialização em uma só linguagem não garante uma participa- tecnologia. Entretanto, ele explica que um

ção efetiva no mercado, pois alguns clientes ou empresas po- outro perfil de profissional, dedicado ao plane-

dem precisar de conhecimentos mais amplos em plataformas jamento, gestão de projetos e atendimento, an-

diferentes, como Windows, Linux, Java e .NET, por exemplo. teriormente ignorado pelas entidades de ensino, é,

Vitale aponta que as linguagens mais utilizadas no mercado e atualmente, cada vez mais requisitado no mercado.

com grande número de treinamentos oferecidos são: PHP Foi buscando tratar a internet com um olhar crítico, que

(Hypertext Preprocessor), ASP (Active Server Pages), CFML cursos focados na análise conceitual da rede, e não somente

(Cold Fusion Markup Language), JSP (Java Server Pages) e o nas ferramentas de criação e editoração de sites, estão ga-

ASP.NET (ASP ponto NET). nhando cada vez mais espaço. Segundo Adriana Melo, é im-

Na visão da designer e diretora geral da Arteccom, portante que o profissional procure uma capacitação em

Adriana Melo, para ser bem sucedido, não somente no meio webdesign que aborde conceito, originalidade, diagramação,

online, bem como em qualquer outra carreira, o profissional cores, tipografia, harmonia e equilíbrio, por exemplo. Para

deverá adotar uma postura pró-ativa, ser criativo e buscar a ela, é essencial que assuntos como planejamento e briefing,

originalidade em seus trabalhos. Ela diz acreditar que o ideal é arquitetura de informação, usabilidade, análise ergonômica,

a especialização em uma determinada área, entretanto, sem entre outros, devam ser explorados em sala de aula. “Devido

deixar de lado a versatilidade e o conhecimento suficiente à carência de treinamentos conceituais, a Arteccom lançou, há

para interagir em outras frentes. “Pelo fato da web ser um quatro anos, o curso ’Web para designers’, objetivando ensi-

campo de trabalho multidisciplinar, englobando jornalistas, nar o designer a adaptar seus conhecimentos teóricos para

designers, programadores e gerentes de marketing, ser ver- a linguagem da web”, explica a diretora.

sátil é necessário para orientar e trocar idéias no desenvolvi- André Kischinevsky alerta para a escolha certa da entida-

mento de um projeto”, enfatiza Adriana. de de ensino. Segundo ele, é preciso distinguir os cursos

Cursos que ensinam a pensar superficiais - somente para usuários domésticos - dos cursos

No surgimento da web, a associação de um site a um que tratam a internet com seriedade. “Há cadeias de cursinhos

produto exclusivamente de informática tornava tecnocrata que ensinam Word e também webdesign. Uma formação

o modo de produção na rede. Hoje, sabe-se que a estraté- webdesigner não pode ser ministrada pelo estagiário que

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Aposte na sua carreira

acabou de se formar na turma anterior. Apesar dos cursos do “os únicos cursos que
Infnet serem direcionados para o ferramental, nos preocupa-
mos em orientar os alunos a transformar um monte de
terão validade daqui a
tecnologias em algo útil para o cliente”, destaca André. cinco anos serão os de
A busca pela produtividade
Independente dos conhecimentos conceituais, acompa-
base teórica, pois são
nhar as evoluções tecnológicas da rede é fator de sobrevivên- os que formam os ali-
cia para o webdesigner, pois dominar os softwares de criação
de sites é também sinônimo de agilidade. Na opinião de André,
cerces para que o pro-
é preciso que o profissional estude sempre as novas versões fissional se atualize no
destes programas, para se manter atualizado com os avanços
de cada ferramenta. “O webdesigner tem que oferecer produ-
futuro sem problemas.”
tividade para seus clientes ou para a empresa em que trabalha. Vitor Cavalcante
Não basta ser criativo, tem que produzir em tempo adequado.
Além disso, ele deve estar atento às mudanças nos navegado- tos e linguagens que aprimoram a percepção de um projeto
res, às novas possibilidades que a internet oferece e, em espe- online em sua totalidade”, conclui Vitale.
cial, às páginas de conteúdo rico, os Rich Internet É preciso atentar para o fato de que a agilidade no tra-
Applications”, enfatiza. balho não reside somente na destreza em determinada ferra-
E quando o assunto é internet rica, Vitale explica que, menta, mas também em como ela é utilizada. Na opinião de
com o advento do conceito de “Rich Media”, em que há a con- Michel Lent, o poder do webdesigner em solucionar problemas
vergência da interface web com outras mídias, é importante pode ampliar, por meio do estudo de todas as vertentes do
que o webdesigner esteja afinado com o trio Macromedia design, não apenas do que é feito para a web. “Quanto mais
Studio, que inclui o Flash, o Dreamweaver e o Fireworks, to- abrangente for o conhecimento sobre tipografia, cor, forma,
dos na versão MX 2004. Segundo ele, esses softwares trazem história da arte, composição, identidade corporativa,
uma suíte de ferramentas com um poder de manipulação nunca ergonomia, matemática, tecnologia, mais rico será o repertó-
antes experimentado. “Nessa solução, podemos incluir concei- rio profissional. Design é uma área em que as referências e a
cultura do profissional impactam diretamente no resultado de
seu trabalho”, explica Michel.
Certificação, experiência e autodidatismo
Para quem quer se aprimorar por conta própria e talvez
não tenha condições de pagar um curso, o mercado literário
sobre internet já possui uma boa gama de publicações técnicas
de qualidade. Nesse caso, o domínio da língua inglesa também é
importante, pois alguns títulos não são editados em português.
Livros que abordam assuntos que vão do Photoshop à aplica-
ção dos conceitos de usabilidade proporcionam uma forma al-
ternativa de capacitação a um custo relativamente baixo. Por

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28
Aposte na sua carreira
outro lado, a certificação expedida por entidades de renome é rentes ao meio online. Na opinião do professor e coordenador do
um atrativo na busca por um currículo competitivo, aumentando curso “Comunicação para Web da Universidade Paulista (Unip)”,
as chances de uma boa colocação no mercado. Vitor Cavalcante, as faculdades abordam a web como mais um
André Kischinevsky ressalta que, em relação à meio de comunicação, ensinando o assunto de maneira muito
empregabilidade de um profissional, é difícil comparar experiência superficial e não atendendo as reais exigências do mercado.
e certificação como elementos-chave na escolha por um candida- Vítor atenta para o fato de que muitas instituições estão
to a uma vaga de trabalho, por exemplo. Outros fatores, como a aderindo aos cursos técnicos de ensino superior em web, que
capacidade de relacionamento interpessoal, criatividade, possuem maior ênfase na especialização profissional e com du-
responsabilidade, contam em um processo seletivo. “Na prática, ração de dois anos. Para ele, não é necessário que uma gradu-
depende da circunstância. Se uma empresa quer participar de ação em internet dure quatro anos para uma formação comple-
uma licitação que exige profissionais certificados, o que vale ta. “Se o curso der ênfase apenas à comunicação para web,
mais? A certificação, é claro. Agora, se a empresa quer contratar em dois anos, um aluno pode sair com todas as competências
um gerente? Nesse caso, a experiência conta muito”, explica. necessárias para exercer suas atividades. Acredito que hoje o
Além do estudo, é importante aplicar no dia-a-dia o que se profissional deva buscar essa categoria de ensino, pois ela dá
aprende, ajudando a desenhar um perfil profissional sólido. O tanto base teórica quanto prática”, afirma o professor.
acúmulo de experiências desenvolve um certo tipo de sensibilida- Ele destaca que depois que o webdesigner conclui a gradu-
de, chamado de conhecimento tácito, tornando possível anteci- ação, ele deve ficar atento em qual área deseja ingressar e o que
par prováveis problemas em um projeto, ou até mesmo prever o mercado está exigindo como especialização. Segundo Vítor, fa-
prazos com maior precisão. Para Adriana Melo, o que compro- zer uma pós-graduação em Comunicação tem sido uma saída
va se o webdesigner possui os conhecimentos descritos no para muitos profissionais que buscam conhecimentos
currículo é a qualidade dos seus trabalhos. “É indispensável a conceituais. “O que também tem acontecido muito é o recém-
apresentação de um bom portfólio, com os projetos realiza- formado fazer um curso que lhe dá ensinamentos específicos
dos. Esta é a melhor forma de demonstrar todo o conhecimen- em determinado software, como, por exemplo, a certificação
to e a prática”, aponta a designer. Macromedia Flash”, enfatiza.
Somando-se à experiência comprovada, Vitale destaca que Como reflexo das exigências do mercado e do próprio ama-
as certificações também são importantes no currículo do profissi- durecimento do meio online, o professor destaca que o curso
onal, pois seguem diretrizes que apontam o seu preparo, bem “Comunicação para WEB”, que a Unip promove, forma profissio-
como o seu nível de envolvimento com determinadas nais aptos a trabalhar a comunicação na web, respeitando suas
tecnologias. Dependendo do estabelecimento de ensino, ele ex- particularidades. “A cada ano, atualizamos as ementas das dis-
plica que as avaliações são feitas por meio de provas ciplinas para que se adaptem às necessidades da mídia, e prova
monitoradas e com alto grau de confiabilidade. “Um grande núme- disso é a inclusão, em 2005, do conteúdo Web Standards e
ro de empresas confia nas certificações como uma das principais Tableless. Temos consciência de que a internet é muito dinâmica
métricas para contratação dos seus funcionários”, afirma. e um curso tem que acompanhar essas mudanças”, conclui.
Faculdades de web: uma realidade em crescimento O que estudar para se manter atualizado?
Após quase dez anos desde o surgimento da internet no Bra- Devido aos diversos caminhos que o profissional de
sil, é necessário que se faça uma avaliação de como os cursos de internet pode seguir, certas dúvidas, eventualmente, rondarão
graduação em design e comunicação tratam os assuntos refe- sua cabeça sobre o que necessariamente estudar para se man-

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Aposte na sua carreira

ter atualizado com as novas tendências. Na visão de Vítor, o maturidade e capacitando-o para o mercado. Para quem
webdesigner pode se destacar em uma determinada especia- já é formado, a melhor maneira de acompanhar a evolu-
lidade, mas,hoje, o mercado recebe melhor o especialista que ção da rede é se atualizando a cada dia. Seja lendo um pe-
conhece a web como um todo. “Antes de tudo, é preciso saber riódico, livro ou participando de um curso ou congresso,
como a internet funciona. Isso inclui o estudo de linguagens qualidades como determinação e dedicação ajudam a
como o XHTML, o domínio do CSS, bem como ter boas noções de fazer a diferença na mais preciosa ferramenta de traba-
usabilidade e animação, para, só depois, começar a se aperfei- lho: seu conhecimento.
çoar em alguma área específica”.
Sendo assim, ele destaca que os únicos cursos que terão
validade daqui a cinco anos, por exemplo, serão os de base teó-
rica, pois são os que formam os alicerces para que o profissional
se atualize no futuro sem problemas. “Nenhum curso de Treinamentos mais indicados
Para quem quer se focar em design para web, Márcio Vitale aponta os
software poderá estar valendo daqui a um ou dois anos, pois,
cursos técnicos mais indicados:
constantemente são lançadas novas versões e alguns progra- - HTML (Hipertext Markup Language) - o “beabᔠdo
mas caem, até mesmo, em desuso. Vejo que é importante ter webdesigner. Sem esse conhecimento torna-se inviável o
entendimento da construção da maioria das páginas que compõem um
uma graduação bem embasada e estar sempre atualizado com
site.
as tendências do mercado. Estudar Web Standards, Tableless, - CSS (Cascade Style Sheet) - complementar ao HTML, conhecer
XHTML, CSS, Flash, Usabilidade e Acessibilidade já é um bom ca- bem as folhas de estilo proporciona maior domínio dos padrões de
aparência do site e uma melhor performance em tempo de download,
minho a seguir”, aconselha o professor.
uma vez que separa as camadas de apresentação e conteúdo.
Na opinião de Vitale, devido à internet estar cada vez mais - Dreamweaver MX 2004 - é ferramenta padrão do mercado,
rica em recursos multimídia, usabilidade, bem como na utilização com penetração na maior parte das produtoras web. Além de
aumentar a produtividade do profissional,ela traz consigo uma
de aplicativos online, é possível prever que o Flash continuará
grande caixa de ferramentas e recursos, que dão apoio ao
sendo uma ferramenta de grande destaque nos próximos anos. desenvolvimento completo de layouts com maior consistência entre
“Acredito também que o ColdFusion terá uma grande vantagem as páginas do site.
- Fireworks MX 2004 - é a solução para a criação de imagens e
competitiva em relação as outras linguagens, pelo seu elevado
tratamento de fotos para o desenvolvimento de interfaces. É uma
nível de integração com o Flash. Outras tecnologias que vêm se ferramenta que se integra muito bem com o Dreamweaver e o Flash,
consolidando, como Java e .NET, por exemplo, também tendem tornando algumas tarefas bem mais acessíveis e gerando grande
ganho de produtividade.
a crescer e continuar ativas em cinco anos”, prevê Vitale.
- Flash MX 2004 Professional - sem sombra de dúvidas,é a
Independente de qual assunto se dedicar, é preciso fri- mais rica solução na criação de interfaces para o usuário, bem como o
sar que, para quem vive o meio online, o estudo é o que sepa- desenvolvimento de RIA (Rich Internet Applications), cujos maiores
princípios são:
ra o amadorismo da precisão técnica. Devido à vida corrida do
- Oferecer ao visitante de um site uma melhor experiência ao
webdesigner, que trabalha, faz “frila” e ainda por cima se pre- navegar;
ocupa em se capacitar, o tempo torna-se a mais valiosa arma - Desenvolver formas mais agradáveis de navegação, com altíssimos
níveis de interatividade;
para o aperfeiçoamento da carreira. Para quem ainda se en-
- Ambiente-cliente muito leve, com recursos multimídia (áudio e
contra na faculdade, aproveitar ao máximo as aulas e os vídeo) e conteúdo dinâmico.
workshops contribui para uma formação sólida e de qualida- É bom destacar que para implementar os tópicos acima citados,
é preciso conhecer a linguagem nativa de programação do Flash:
de. O acúmulo de estágios extracurriculares também ajuda a
o Actionscript.
construir o perfil do futuro profissional, desenvolvendo sua

30
Desenvolvendo o perfil ideal
Segundo o coordenador de treinamentos webdesigner do curso
Impacta, Márcio Vitale, as características essenciais que o profissional
de internet deve possuir são:
- Ter bom raciocínio lógico para o desenvolvimento de interfaces e
sistemas de navegação;
- Estar atento às tecnologias que surgem com mais velocidade;
- Ter interesse em leitura de documentações técnicas e manuais. Para
isso, o domínio da língua inglesa é de vital importância;
- Acessar sites de fabricantes dos softwares mais utilizados para se
manter informado sobre os possíveis bugs e correções que possam surgir
e ter maior agilidade no dia-a-dia do trabalho; e
- Adquirir publicações especializadas.

Estudar a mente: os segredos do inconsciente


Cláudio Toyama, estrategista em experiência com o usuário e sócio-
fundador da Brand Experience Studio, em Londres, destaca a
importância do profissional de internet adquirir livros que abordem o
inconsciente, pois, segundo ele, o design de um site não atinge
somente o nível consciente de um usuário. Alguns livros nesta área:
- The User Illusion - Tor Nrretranders. Editora: Paperback
- Mapping the Mind - Rita Carter. Editora: Paperback
O especialista também recomenda a leitura sobre Customer e Brand
Experience, para complementar a formação do designer. Alguns
livros nesta área:
- The Experience Economy - Pine and Gilmore. Editora:
Hardcover
- Managing the Customer Experience - Shaun Smith e Joe
Wheeler. Editora: Hardcover
- Uncommon Practice - Shaun Smith e Andy Milligan. Editora:
Paperback
- Clued In - Lewis Carbone. Editora: Hardcover
- Customer Experience Management – Bernd Schmitt. Editora:
Hardcover

Webdesign tipo exportação


Para quem deseja estudar fora do país, abaixo seguem algumas
universidades que oferecem cursos de design.
Londres:
London College of Communication - http://www.lcc.arts.ac.uk
Central Saint Martins - http://www.csm.arts.ac.uk
Royal College of Arts - http://www.rca.ac.uk
Itália:
Istituto Europeo di Design - http://www.ied.it/
Interaction Design Institute IVREA - http://www.interaction-ivrea.it/
en/index.asp
Estados Unidos:
Art Center College of Design - http://www.artcenter.edu/

31
Aposte na sua carreira

Livros para sua biblioteca

FERRAMENTAL
USABILIDADE
- Adobe Photoshop 6.0 Web Design com Imageready -
- Não me faça pensar - Steve Krug. Editora: Market Books.
Michael Baumgardt. Editora: Ciência Moderna
- Usabilidade na web - Cláudia Dias. Editora: Alta Books.
- Adobe Photoshop 7 - Guia Prático Visual - Anderson Vieira.
- Projetando websites - Jakob Nielsen. Editora: Campus.
Editora: Alta Books
- Homepage Usabilidade: 50 websites desconstruídos -
- Macromedia Fireworks Mx - Patti Shulze. Editora: Alta Books
Jakob Nielsen. Editora: Campus.
- Dreamweaver Mx - Fernando Medeiros. Editora: Érica
- Design para quem não é designer - Robin Williams.
- Dreamweaver Mx 2004 - Silvana Tauhata Ynemine. Editora:
Editora: Callis.
Visual Books
- Usability Engineering - Jakob Nielsen. Editora: Morgan
- Dreamweaver Mx 2004 - Guia Autorizado Macromedia -
Kaufmann
Khristine Page. Editora: Campus
- Web Site Usability Handbook - Mark Pearrow. Editora:
- Flash Mx Professional 2004, Actionscript 2.0 - Jorge Eider
Charles River Media; Bk&CD-Rom edition
Florentino da Silva. Editora: Campus
- The Elements of User Experience - Jesse James Garrett.
- Macromedia Flash Mx 2004 - A Bíblia - Robert Reinhardt e
Editora: Pearson Education
Snow Dowd. Editora: Campus
- Designing the User Interface - Strategies for effective
- Dominando Macromedia Flash Mx - Matthew Pizzi. Editora:
Human-Computer Interaction - Ben Shneiderman. Editora:
Ciência Moderna
Pearson Addison Wesley
- Macromedia Flash MX – Animação e Interatividade
Criativas na Web - Derek Franklin. Editora: Campus
ARQUITETURA DA INFORMAÇÃO
- Webwriting - pensando o texto para mídia digital – Bruno
HTML
Rodrigues. Editora: Berkeley.
- Html Dinâmico - Serie Ramalho Profissional - José Antonio
- Information Architeture for World Wide Web - Louis
Alves Ramalho. Editora: Berkeley Brasil
Rosenfeld e Peter Morville. Editora: O’Reilly.
- Aprenda a Criar Páginas Web com Html e Xhtml - Laura
- Information Architecture: Blueprints for the Web -
Lemay. Editora: Makron Books
Christina Wodtke. Editora: Pearson Education

PADRÕES WEB (WEB STANDARDS)


DESIGN
Construindo sites adotando os padrões web – Marcelo da
- <design Criativo com Html.2> - William Weinman e Lynda
Silva Macedo. Editora: Ciência Moderna
Weinman. Editora: Ciência Moderna
- Design de Interação - Além da Interação Homem -
Os livros aqui citados são apenas sugestões de leitura, não ficando a revista
Computador - Rogers & Sharp Preece. Editora: Bookman
Webdesign responsável pela qualidade editorial dos mesmos.
- Design/ Web/ Design - 2 - Luli Radfahrer - Editora: Market
press
- Design Instrucional Contextualizado - Educação e
Tecnologia - Andrea Filatro. Editora: Senac São Paulo Na sua opinião, qual conhecimento na
área de internet será mais valorizado
no futuro?
Os cursos de graduação em
comunicação e design já fornecem boa 54% Experience design
formação para o mercado de internet? 35% Usabilidade
29% Arquitetura da informação
71% Não 27% Rich Internet Application
29% Sim 9% Webwriting

Acesse e participe! Acesse e participe!


www.arteccom.com.br/webdesign www.arteccom.com.br/webdesign

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32
Aposte na sua carreira
de !
ida
Anileda Miranda

nov
aniledamiranda@uol.com.br

“Sou uma designer freelancer e acredito que possamos


tirar proveito de qualquer curso profissional. Ao longo
Participação dos assinantes da minha vida, fiz diversos cursos: desenho, artes
gráficas, decoração e computação,através dos quais
Indique os melhores cursos da sua cidade, ligados a web,
tomei gosto pela arte e decidi definitivamente a minha
justificando em até 8 linhas a sua escolha.
carreira profissional. Cursei a universidade de
Desenho Industrial na PUC-RJ, o que me deu maior
Ronildo Costa de Sousa respaldo profissional e vivência pessoal. Fiz curso de
roni_danado@hotmail.com webdesign para me atualizar e poder atender, por
“Tudo o que eu aprendi até agora foi uma completo, meus clientes. Encaro meus trabalhos como
conquista pessoal. Fui buscando sozinho os um novo curso, aprendendo em cada etapa da criação,
tutoriais na internet, pois acho que o melhor desde a pesquisa dos concorrentes até a elaboração
aprendizado é o esforço de cada um. final do projeto. É sempre um desafio novo. Estou
Na rede, temos a possibilidade de encontrar uma sempre pronta para qualquer curso que pintar!”
gama variada de assuntos para estudar, por isso
Felipe Benincasa Barbosa Macedo
nunca me interessei muito por cursos, somente
neosetbr@bol.com.br
pela faculdade.”
“Meu melhor curso foi a minha própria vontade de
Raquel Coupê de Oliveira aprender. Sempre corri atrás daquilo que quis,
racoupe@uol.com.br comprando livros, revistas, lendo tutoriais e ebooks,
“Comecei minha capacitação profissional com os por exemplo. Acredito que aprendi muito com isso.
cursos básicos de HTML, criação e design, Antes de fazer um curso, aconselho que se tenha
Dreamweaver, Corel Draw e Photoshop. Logo em vontade, assim já é meio caminho andado.”
seguida, tive a sorte de conseguir um estágio, o que
Anderson Júlio de Souza
me deu base para enfrentar o mercado. Depois, fui me
anderson.julio@zipmail.com.br
aprimorando e fiz cursos de Flash, básico e avançado,
“Fazer um curso de design gráfico foi muito bom
e upgrades dos softwares que eu já conhecia.
para mim, pois tive uma visão da arte como um todo
Hoje, posso dizer com convicção que 70% do nosso
e aprendi a usar muitos recursos de publicidade.
aprendizado ocorre no dia a dia: trocando
Estou cursando uma faculdade de Sistemas de
informações com colegas e lendo muito.”
Informação, o que também me dá uma visão geral
Jorge de Morais Quintão Junior de ambientes e linguagens de programação que são
jorge@multiverse.com.br necessárias para quem trabalha com internet.”
“Um curso de Fotografia me ajudou muito a ver
Fernanda da Silva Aletto
o mundo de uma outra forma. Aprendi a valorizar
fernandaaletto@bol.com.br
pequenos detalhes e saber quando aquilo que
“Fazer a faculdade de webdesign me trouxe bons
estamos fazendo é, digamos assim, “a foto” da
conhecimentos, mas não cheguei a usar toda minha
hora. Penso que cursos nas áreas que não são
criatividade ao longo da graduação. A partir do
específicas do meu trabalho ajudam, por
momento que comecei a fazer alguns cursos, como
exemplo, a me virar na hora do famoso “branco”.
Photshop e Flash, pude realmente ver como é
Acredito que um profissional precisa não só
fascinante a profissão que escolhi.”
dominar a área que atua, mas também estar
aberto às novas áreas de conhecimento. Quem André Luiz Oliveira Carvalho
sabe, alguma informação que você recebeu vocchi@bol.com.br

naquele seu curso de culinária vai ser útil em um “Bons cursos vão te dar a teoria, mas acho que a
trabalho que você faz hoje?” melhor capacitação é praticar, praticar e muito,
dedicação e muito estudo.”

33
33
Tabela de Cursos
Aposte na sua carreira

Rio de Janeiro - RJ São Paulo - SP

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animação e multimídia. design, informática e desenho e caricatura. www.ibta.com.br
telecomunicações. 0800 881 1818
Aikon Afterweb
www.aikon.com.br Senai CETIQT www.afterweb.com.br IMPACTA
21 2518-5159 www.cetiqt.senai.br 11 3063-6100 www.impacta.com.br
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postgresql.
TT NET curso Atípico Panamericana de arte e design
AZMT www.ttnet.com.br www.atípico.com.br www.escola-panamericana.com.br
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animação de personagem. Cadritech Computação gráfica R3F
Unicarioca www.cadritech.com.br www.r3f.com.br
Búfalo www.unicarioca.br 11 5080-3535 11 6674-4073
www.bufaloinfo.com.br 0800 229701 efeitos especiais, multimidia, 3d. lightwave 3d.
21 2262-1368 ciência da computação, design de
ilustração, webdesign, produto, design gráfico. DRC Treinamentos Senac-SP
programação, visual basic.net. www.drc.com.br www.sp.senac.br
Univercidade 11 3168-2123 0800-883-2000
Deskgraphic www.univercidade.com.br design e tableless, indesign, multimidia, web animation.
www.deskgraphic.com.br 21 2536-5000
21-2509.4026 desenho industrial. ENG Unibero
web design avançado. www.eng.com.br www.unibero.edu.br
Universidade Castelo Branco 11 3816.3000 0800 55 05 11
ESDI www.castelobranco.br cursos para protadores de design digital, webdesign, ti.
www.esdi.uerj.br 21 2573-3940 deficiência.
21 2240-1890 sistema de informação, Unicentro Belas Artes
desenho industrial. tecnologia em redes avançadas. FAAP www.belasartes.br
www.faap.net 11 5576 7300
IAV Universidade Veiga de Almeida 11 3662-7000 design.
www.univercidade.br/escolas www.uva.br desenho industrial; prog. visual e
desenho industrial. 21 2574-8800 proj. de produto. UNIP
informática - licenciatura, ciência www.unip.br
Infnet da computação. FATEC 11 4152-8888
www.infnet.com.br/webdesigner www.fatecsp.br desenho industrial.
21 2122-8800 PUC-Rio 11 3322-2218
shell script, adm. de sistemas www.puc-rio.com.br projetos de sistemas, aerodesign. Universidade São Judas Tadeu
linux, tcpip, adm. internet. 21 3114 1600 www.usjt.br
artes, design, desenho industrial, Faculdade Osvaldo Cruz 11 6009-1974
JFW eng. de computação. www.oswaldocruz.br desenho industrial, proc. de
www.jfw.com.br 11 38243660 dados, sistemas de informação.
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web designer, design gráfico, www.ilearn.com.br programação visual. UpGraph Curso
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0300 789 1220 desenvolvimento de websites USP
webdesigner, capacitação www.usp.br
profissional. Faculdade Santa Marcelina 11 3086- 1326
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NSI Training Tecnologia 11 3824-5800
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design de aplicações, internet e
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34
Aposte na sua carreira
Belo Horizonte - MG Florianópolis - SC

A & C Training Classroom IC- UNICAMP 11 3975-8150


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Treinar Informática Escolas Sid (Navegantes - SC) www.institutomonitor.com.br
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desenho industrial. da computação. (FORMIGA- MG)
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Compuway
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Alfamidia CESET designer, programação.
www.alfamidia.com.br (Limeira - SP)
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criação e design, marketing.
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35
debate

36
debate
Especialização x Abrangência
Na internet, o que é mais valorizado: ter conheci-
mentos específicos ou saber de tudo um pouco?

Em 2000, um anúncio nos classificados dizia: “precisa-se de webdesigner com conheci-


mentos sólidos em Dreamweaver, Fireworks, Flash, Photoshop e experiência comprovada

em ASP. Conhecimentos em HTML e Javascript são fundamentais. Salário a combinar”. Nos


primeiros anos da rede, ter o domínio de várias ferramentas e tecnologias era sinônimo de

boa empregabilidade. E no cenário atual? O que vem sendo mais valorizado no meio online:
ser especialista em determinado assunto ou saber de tudo um pouco?

37
37
debate

Montar uma boa equipe web é um dos grandes desa-


fios para as agências digitais. Nós aqui da IWorks acredi-
tamos que é preciso ter ótimos profissionais, cada um em
sua área. O acúmulo de funções diferentes não dá um
bom resultado.
Atualmente, não é exigido mais que o profissional
tenha conhecimentos técnicos específicos em todas as
áreas da produção, mas o fundamental é equilibrar os co-
nhecimentos do processo produtivo e dos próprios concei-
tos do ambiente web, para aí sim se aprofundar em uma
das áreas onde tenha maior aptidão.
Creio que seja indispensável colocar que tais profis-
sionais devem ser especialistas em suas áreas, bem como
possuir qualidade de comunicação e visão conceitual forte
para defender conceitos de posicionamento estratégico e
objetivo. Deve existir um foco geral para as soluções.
A melhor equipe será aquela que conseguir reunir os
profissionais específicos para cada área. Não podemos
confundir nem misturar o pessoal técnico com o pessoal
criativo. Cada profissional deve dominar a sua área e as
O segredo é o
suas ferramentas de trabalho.
profissional escolher a opção
que melhor atenda aos seus ob-
jetivos e dedicar-se no desen-
volvimento de sua carreira.

:: Ana Paola
Sócia da IWorks Internet Solutions
www.iworks.com.br

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38
39
debate

Dizem que o profissional generalista é aquele que sabe um pouco sobre muitas coisas, e que a sua evolução natural se-
ria, certamente, não saber coisa alguma sobre absolutamente tudo! Colocando a internet como pano de fundo da discussão,
o que vemos é que existe uma influência e interdependência cada vez maiores entre as diversas disciplinas do conhecimento
necessárias ao desenvolvimento de um projeto web. E isso é muito positivo.
Apenas para criar contexto, vamos voltar alguns anos no passado quando da popularização da web, onde todos estavam
impactados por um novo “e-mundo” cheio de “e-oportunidades” e que, obviamente, precisava de uma nova safra de “e-profis-
sionais”. Mas quem seriam eles? Quais seriam as competências necessárias para trabalhar na web? Bom, eles acabaram vindo
de todos os lados e ocupando um espaço que não tinha cadeiras marcadas. Eram programadores, jornalistas, administradores,
designers e publicitários que se reinventaram como profissionais web. No meu caso, eu era analista de sistemas e designer
gráfica. Nessa época, todos nós acabamos sendo um pouco multiuso e multimídia. A gente fazia de tudo um pouco.
Com o tempo, e com o amadurecimento da internet, as profissões web foram ficando mais nítidas, mas sempre com um
forte gene mutante. Hoje, temos “e-profissões” justamente estabelecidas com gente que entende as especificidades da
mídia online. Temos designers gráficos, mas que também podem ser de interface, de interação e de experiência. Temos
webdesigners que são excelentes programadores e muitos jornalistas que se tornaram excelentes arquitetos de informação.
E as empresas estão exigindo profissionais cada vez mais fortes em determinadas disciplinas (programadores Java,
.NET, ASP, que conheçam este ou aquele gerenciador de publicação, consultor de planejamento, coordenadores de produ-
ção, gerentes de projeto e analistas de usabilidade) e, de certa forma, cada vez menos, os que sabem um pouco sobre tudo.
A especialização exige maior foco e dedicação, mas o mercado está retornando com melhores salários e o mundo acadêmico
com disciplinas criadas para atender a estas novas demandas.
um profissional que queira atuar no mercado
Qual a conclusão? Na minha opinião,
internet deve buscar desenvolver competência na sua disciplina de
interesse, mas deve entender que o gene da constante evolução está
sempre presente e que se deve, todo o tempo, estar avaliando os novos caminhos que surgem e fazer escolhas.
Compartilhe seus conhecimentos e sua competência, e tenha a mente aberta para absorver o conhecimento a sua volta.

Adriana Menescal
Sócia-Diretora da Sirius Interativa
www.sirius.com.br

40
debate
Nos tempos em que a criação para internet era limitada, ter domínios das principais ferramentas era essencial. Hoje em
dia ainda vejo muitos anúncios de emprego procurando jovens profissionais deste modo. Talvez isso acontece para que a
agência possa moldar o profissional ao seu modo de trabalho, ou porque querem simplesmente uma mão de obra barata para
a linha de produção.
 Atualmente, as grandes agências online estão procurando profissionais que integrem uma equipe de criação, que inclui
desde o profissional de pesquisa, arquiteto de informação, assistente de arte, designer, redator até o diretor de arte.
  Acreditoque o bom profissional de internet tem que ser pró-ativo,
ou seja, tem que pesquisar sobre a concorrência, ler desde futebol até
a cotação do dólar, quebrar as regras e fugir do padrão com idéias ino-
vadoras. Nesse caso, é bom também possuir conhecimentos sobre qual é a melhor ferramenta para executar seu tra-
balho, bem como pesquisar as tendências tecnológicas.
Mesmo com todas essas características, as agências online ainda procuram os profissionais que vistam a camisa da em-
presa, que trabalhem sempre fazendo com que seu projeto se transforme em um case, que pensem grande e que tenham am-
bições e se destaquem. Cada vez mais, os clientes exigem qualidade no trabalho, velocidade e resultado.
Este tipo de profissional é muito mais valorizado dentro de uma empresa, já que a cada dia a concorrência aumenta no
mercado. Ninguém deve se limitar a ser um webdesigner somente. Todos devem se preparar para se transformarem em cri-
ativos que vendem produtos, serviços e constroem marcas por meio da internet.
 
:: Marcelo Sampaio
Diretor de Criação da Chleba Marketing Interativo
www.chleba.net

41
41
debate

A necessidade de enxugamento das estruturas pede profissionais com capacidades múltiplas e prontos para resolver
as mais diversas necessidades. Mas, por outro lado, não é aconselhável termos profissionais que sabem um pouco de tudo,
mas não conhecem muito de nada. A competição e a dinâmica do mercado não admitem mediocridade, mas sim um nível de
serviço cada vez mais alto. Como exemplo, posso dar a nossa própria estratégia empresarial. No início de 2005, a Cadois
juntou-se à agência de publicidade Scama, justamente para oferecer uma gama maior de serviços, mas com o cuidado de que
cada uma das empresas mantivesse o foco em seu negócio e o fizesse muitíssimo bem. Em resumo, buscamos a ampliação das
habilidades e do processo em si, sem perder o lado da especialização.
Oferecer mais para os clientes em um mesmo lugar é importantíssimo, porque eles também precisam resolver suas necessi-
dades de maneira rápida e objetiva. O importante é juntarmos pessoas muito boas em suas respectivas áreas, mas que entendam
perfeitamente sobre o todo, sobre a estratégia, sobre o funcionamento global do processo de construção de marca e de imagem.
Não há espaço para o sujeito que só “aperta parafuso”, mas sim para
aquele que entende sobre todo o funcionamento da máquina, sobre a
importância de cada peça e que, com este entendimento, consiga apertar
o seu parafuso como ninguém, integrando o seu trabalho com o de seus companheiros.
Parece muito, mas é o que o mercado exige. Enfim, ser excepcional em uma área específica é fundamental. Mas não
basta. É preciso ir além, conhecer sobre todo o processo. Se eu pudesse dar um só conselho seria: seja o melhor no que você
faz, mas seja muito bom em todo o resto, envolvido em tudo que se refere à entrega do produto final para o cliente. Assim,
você será um profissional valioso e disputado por todo o mercado.

:: Carolina França
Diretora da Cadois Comunicação Visual
www.cadois.com.br

42
43
debate

O elevado grau de exigência e o maior amadurecimento dos clientes, além da crescente competição nesse mercado,
obrigaram as empresas que querem se destacar a criar e a implementar “projetos-web” dentro de conceitos de qualidade
cada vez mais elaborados.
E daí vem a questão fundamental: como então desenvolver projetos de alta qualidade sem ter equipes formadas por pro-
fissionais com alto grau de especialização? Ou seja, como obter “muito” de profissionais que individualmente sabem “um pouco”?
Saber um pouco sempre será importante para um profissional, mas
esse “pouco” deve se referir exclusivamente a um conhecimento que é
relativo a atividades complementares as suas, que por sua vez, estão sob a responsabi-
lidade dos outros especialistas da equipe.
É praticamente impossível acharmos um profissional que tenha talento e especialização em muitas tecnologias ou
aplicativos disponíveis no mercado, até porque, a cada dia, aparece uma nova possibilidade. Basta ver, por exemplo, a
integração crescente da internet com a telefonia celular.
  Além do mais, como desenvolver atividades dentro do escopo definido, com a qualidade esperada pelo cliente, no tem-
po determinado, dentro do orçamento e documentada corretamente, se o profissional não sabe o que é metodologia de pro-
jetos ou como se relacionar com o cliente?
Com esse grau de exigência do mercado, o profissional de hoje precisa ser especialista na sua função e ter conheci-
mentos básicos até mais amplos do que no passado.

:: Maurício Bahia
Diretor de Arte e Tecnologia da Conextar
www.conextar.com.br

44
44
debate
O segredo é a especialização, é o foco. Para ser um bom profissional tem que ter conhecimento teórico, saber aplicar, apre-
sentar e defender, ter segurança, ter estudo e bagagem. Alguns nascem com o dom, outros vão atrás. O importante para ambos
é não parar de estudar, é dar valor para o aprendizado, é buscá-lo constantemente, seja por meio de uma instituição ou por conta
própria; cultura não aparece no diploma.
Tente antecipar tendências, se alguém ainda não fez não é porque pode não dar certo, enxergue esta oportunidade, tenha coragem
pra tentar. Certa vez, em reunião com minha equipe, questionei se gostariam de ficar na média ou se gostariam de estar a um passo a frente
dos outros. Todos, obviamente, afirmaram a segunda opção, mas todos estavam errados. Quando pensamos desta forma, vários já
pensaram antes, não podemos estar um passo a frente, precisamos estar dez passos a frente dos outros, precisamos ousar muito mais,
tentar muito mais, errar muito mais. O tombo pode ser grande, mas o retorno pode ser muito maior. Esse é o pensamento daqueles que se
tornam referência, daqueles que enxergam mais longe, dos que doutrinam, que criam discípulos, repetidores, propagadores.
Converse com outras pessoas, socialize-se, seja bom em tudo o que
você conseguir, mas preocupe-se mesmo em ser o melhor em alguma coisa.
Lembre-se que o diploma pode ser dispensável, mas ele não vai te fazer mal e, algumas vezes, pode até te abrir portas. Tenha foco,
especialize-se e nunca, mas nunca mesmo, fique na média.

:: Roberto Martini
Diretor de criação da CUbO
www.cubo.cc

45
45
hotsites para casais apaixonados

o t s i t e s
H a s a i s a p aixon a d o s . ..

para c Por Tatiana Serra

Ah, o amor... “Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto
dure”. Vinicius de Moraes, o grande “poetinha”, já cantava o amor como um sentimento

encantador, em seu Soneto de Fidelidade. O poeta não poderia imaginar que um dia, em

plena era digital, o amor pudesse ser comparado ao hotsite, já que este também é chama,
mas pode ser imortal enquanto durar. Aliás, um hotsite bem feito pode falar de amor com

muito encanto e ainda ser persuasivo, passando sua mensagem e vendendo sua idéia de
maneira surpreendente.

Namorados, noivos, casados, companheiros, amantes, amigos, apaixonados e felizes! Junho


é o mês de quem ama e é amado e, para comemorar o Dia dos Namorados, o mundo está “in

love”, e nisso se inclui a web. Basta acessar um site para ver a quantidade de projetos
realizados em homenagem ao 12 de Junho, data que lembra beijo e... presente! Com muita

criatividade, cores e movimentos, os hotsites desta época, em especial, falam de amor,

mexem com a emoção, divulgam marcas, lançam produtos e anunciam promoções - tudo ao
mesmo tempo.

46
46
hotsites para casais apaixonados
Lucrando com o amor
É tempo de emoção! Para valorizar a namorada ou o
namorado: muitas carícias, romantismo e o presente ideal. O
Dia dos Namorados é mais uma das datas comemorativas que
mexem com o mercado, o qual busca lucro e um diferencial,
para chamar a atenção do público e conquistá-lo. As empresas
vão atrás desse público em todas as mídias, e, uma mesma
campanha pode ser refletida na tv, na revista e na web.
Quase sempre associado a uma outra mídia e em parceria
de pensamentos com ela, o hotsite é um conteúdo,
normalmente, pequeno e com prazo de validade. E isso faz
toda a diferença. Afinal, é preciso ser marcante e conseguir
passar a mensagem com uma certa objetividade. “A
quantidade de páginas é pequena, pelas características de
conteúdo que um hotsite carrega; o tom, sempre persuasivo;
e o visual, diferenciado do restante do site ou portal, abrindo
em janela menor”, explica Bruno Rodrigues, webwriter e autor
do primeiro livro brasileiro sobre conteúdo online, “Webwriting
– Pensando o texto para a mídia digital”.
Raízes na web e identidade em outras mídias
O hotsite pode passar pela mesma rotina de um site ou
portal, utilizando os mesmos softwares. Porém, ele segue
uma identidade, já que faz parte de uma campanha
publicitária. Este tipo de trabalho pode até ser a continuação
do que está sendo mostrado em outras mídias, mas, por
outro lado, tem suas próprias características e suas raízes
na web. “Ele segue uma identidade, mas, logicamente,
adaptado ao meio web, no qual trabalhamos a
interatividade para criar experiências de maior envolvimento
do cliente com a marca”, diz Gustavo Rodrigues, diretor de
criação da agência Rage.
Há quem considere que, com uma campanha publicitária
já criada, seja mais fácil realizar um hotsite que cumpra bem
o seu papel de colaborador. “Isso é verdadeiramente
positivo, pois, se existe alguma máxima a se considerar na
comunicação publicitária, esta seria ‘fale uma só linguagem,
através de diferentes meios”. É o que afirma Ronaldo Gazel,

47
47
47
“Normalmente, o hotsite está
alinhado com os impressos,
com o email e com quaisquer
outros esforços de divulgação
de cada campanha. Portanto,
não tem necessariamente uma
coerência com o resto do site,
mas sim com elementos
externos” Sérgio Barbará Filho
diretor de arte da BHTEC e:house, que criou um hotsite de Dia
dos Namorados para o BH Shopping, em 2004.
Em contra partida, o próprio Gazel considera que, na
prática, tanto o hotsite do Dia dos Namorados, quanto
inúmeros outros, tiveram que ser criados de forma
independente da campanha tradicional, por uma questão de
cronograma ou por ser impossível adequar a campanha
principal para a mídia web.
E, para quem acha que os produtos poderiam
descaracterizar a comunicação visual do cliente, ele
esclarece que, devido a experiência com o produto e com a
marca BH Shopping, “ocorreu justamente o contrário, muitas
vezes, com o recall sobre a campanha online ‘alternativa’
superando a principal, qualitativamente”. Um detalhe: Em
novembro de 2004, a BHTEC e:house ganhou duas das
quatro medalhas de ouro do Festival do CCPMG (Clube de
Criação Publicitária de Minas Gerais) – as duas com peças
criadas para o cliente BH Shopping.
Na opinião de Sérgio Barbará Filho, sócio-diretor da Pura
Comunicação – empresa responsável pelas ações das marcas
Redley e Cantão -, quando se fala em hotsite, “temos a idéia
daquele pop up com informações que não vão durar muito, de
uma coisa furtiva, que dura pouco e não tem sincronia visual
com o resto do site, que fica na janela principal do

48
48
navegador”. Para ele, a identidade de um hotsite vai
depender das outras ações da campanha. “Normalmente, o
hotsite está alinhado com os impressos, com o email e com
quaisquer outros esforços de divulgação de cada campanha.
Portanto, não tem necessariamente uma coerência com o
resto do site, mas sim com elementos externos”.
E, segundo Sérgio, a coerência visual entre os esforços
dentro de uma campanha é fundamental, pois, é através dela
que a mensagem se solidifica na mente do receptor. “Como,
hoje em dia, estamos numa época em que existe um excesso
de informações, é fundamental que cada ação de marketing
seja pensada da melhor maneira, para atingir o seu público de
forma eficiente. A unidade visual é determinante para o
sucesso de cada esforço de marketing”, completa ele.
As maiores dificuldades de produzir um bom hotsite
podem estar ligadas à falta de visão do que é possível
ser feito com a Internet. “Muitas vezes, as agências ou
produtoras de internet simplesmente reproduzem em
página HTML, ou em animações, uma ‘versão’ do
anúncio. Isso não faz o menor sentido e não agrega
valor nenhum”, diz Thomaz Krause, diretor de criação
online da atual BETA e antiga Neo Multimedia. Para ele,
a internet é uma mídia com características próprias a
serem entendidas e, então, usadas, “para começarmos
a criar formas mais eficazes e interessantes de
continuar atraindo a atenção dos consumidores, em
meio a uma sobrecarga cada vez maior de propaganda”.

www.bhshopping.com.br/hotsites/dia_dos_namorados_2004

48 49
49
hotsite da Renner para a campanha de Dia dos Namorados 2005
(em desenvolvimento)

Liberdade na criação
Como o Dia dos Namorados já é reconhecido como uma
data estratégica para o comércio, tendo praticamente a
mesma importância que o Natal e o Dia das Mães, o
consumidor já espera algum tipo de ação promocional
comemorativa. Foi nessa realidade que se baseou a BHTEC
e:house, quando criou o hotsite para o BH Shopping. “Era
necessário que o hotsite, além de promover a marca, exibisse
o catálogo de produtos, divulgasse a ação promocional
principal do BH Shopping (troca de bônus por sandálias), e
surpreendesse, indo além do lugar-comum dos clichês
publicitários”, com uma linguagem simples e eficaz, afirma o
diretor de arte da BHTEC.
O objetivo do projeto era criar, através do mote da
campanha “Tudo muda quando se está apaixonado”, a
passagem entre o cinzento, o comum, para o mundo das cores
vivas, do amor, da beleza, representado por uma borboleta –
que encerra, em si, uma metamorfose viva.
O processo de criação do storyboard foi iniciado do zero,
já que, até então, as peças gráficas da campanha ainda não
haviam sido criadas pela agência do cliente. Com isso, houve
liberdade total para trabalhar qualquer conceito visual que
retratasse o mote da campanha. “Utilizamos o Flash para criar
toda a interface, auxiliado por um sistema em PHP, que permitiu
o envio dos webcards personalizados”, detalha Gazel.

50
Trabalhoso e Prazeroso
Quanto ao retorno deste tipo de trabalho para a
agência, o hotsite pode chegar a ser trabalhoso, mas por
uma boa causa. “Quando fazemos um hotsite é porque
buscamos impactar quem vai navegar nele, para isso,
geralmente, criamos coisas que acabam gerando um trabalho
maior, seja em pesquisa ou em produção. Os retornos são
muitos comentários e elogios para aquela peça”, afirma o
diretor de criação da agência Rage.
Já para o diretor de arte da BHTEC, o fato de um
hotsite ser trabalhoso, ou não, é uma questão de prazos.
“Quando há maturidade no relacionamento agência/
cliente, é possível se trabalhar com prazos maiores”, pois
projeta-se um calendário de ações. “Mas, no geral, essa
maturidade não se faz presente, e os hotsites acabam
virando peças publicitárias que precisam ficar prontas num
período de tempo muito mais curto do que o habitual”,
completa Gazel. Além disso, os profissionais envolvidos na
criação e na produção precisam, por uma questão de
tempo e qualidade, saber trabalhar em equipe e possuir um
background comprovado.
Segundo Gazel, “o hotsite não compete diretamente
com as peças publicitárias web. Mas sim, os resultados de um
hotsite aumentam bastante quando essas peças publicitárias
web são destinadas a promover esse hotsite”. É preciso que
haja muita divulgação, pois, sendo uma peça promocional,

“O hotsite não compete


diretamente com as peças
publicitárias web. Mas sim,
os resultados de um hotsite
aumentam bastante quando
essas peças publicitárias web
são destinadas a promover
esse hotsite” Ronaldo Gazel

51
51
feita para durar apenas um certo período de tempo, o hotsite
deve vir acompanhado de outras ações.
O custo de um hotsite é relativo. “Podemos ter uma
estrutura simples, com animações, som e um pouco de
interatividade, que terá um custo pequeno. Outros recursos
disponíveis (cadastro de usuários, vídeos, chats, fórum etc)
acabam aumentando o valor final do projeto”, diz Sérgio
Bárbara Filho. Para ele, o tamanho do cliente e o prazo
disponível para o desenvolvimento do projeto são fatores que
também alteram os valores.
Unindo offline e online
Atendendo às Lojas Renner em tudo o que diz respeito
ao meio digital, a Rage está fazendo o hotsite de Dia dos
Namorados, deste ano, para a empresa. “A idéia deste hotsite
é transpor a experiência que o cliente Renner vai ter ao
chegar nas Lojas Renner, nos 15 dias antes do Dia Dos
Namorados. As lojas estarão repletas de jeans e este hotsite
segue o mesmo clima, e ainda reforma mais o mote da
campanha criada pela agência Escala:’Love Jeans”, ressalta o
diretor de criação da agência.
Unindo offline e online, a Rage apostou numa experiência
que começasse no site e fosse até a casa do cliente,
literalmente. “Na busca de um prêmio que realmente fosse
almejado pelo público da Renner, pensamos em chamar artistas
reconhecidos para fazerem pôsteres - algo muito legal e que as
pessoas estão, cada vez mais, consumindo e usando em suas
casas”, diz Gustavo, lembrando que as 200 melhores histórias de
amor contadas no hotsite de Dia dos Namorados receberão em
casa uma dessas obras artísticas – o que envolve conceito, moda
e a marca. “Fora a ação do pôster, o cliente poderá baixar,
diretamente do hotsite, wallpapers com as artes e enviar para
sua(eu) namorada(o) um e-card personalizado”, completa ele.
Sintonia Total
Conhecer o outro pode fazer com que você se conheça
melhor e, assim, tenha uma sintonia total com seu(sua)
amado(a). Em 2004, para divulgar a fragrância “Sintonia
Total”, da Natura, a BETA apostou num hotsite com um quiz

52
52
www.neomultimedia.com.br/natura/sintonia/index.html

sobre relacionamento, já que a linha “Sintonia” faz referência


ao relacionamento entre um casal, e o perfume possui duas
fragrâncias: uma feminina e outra masculina. Através do quiz,
os casais descobriram, por eles mesmos, os seus gostos e o
que tinham em comum com os seus parceiros.
O hotsite Sintonia Total foi viabilizado em 3 semanas. Na
criação e produção, optou-se por desenvolver tudo em Flash,
para viabilizar o quiz e a interface; no restante, foram utilizados
ASP e banco de dados SQL, para armazenar as informações
dos participantes.
O sucesso do hotsite não dispensou a campanha de
mídia, pois esta já havia sido comprada antes mesmo do
briefing chegar à BETA. “Mas o que conseguimos foi bem
interessante, pois, através de uma estratégia criativa,
potencializamos um resultado que ninguém esperava sob o
investimento do hotsite”. É o que afirma o diretor de criação da
BETA, que utilizou uma estratégia de marketing viral no
lançamento da fragrância, ou seja, os visitantes foram
incentivados a divulgar o hotsite aos seus namorados, para
que participassem do teste de sintonia, aumentando e muito a
visitação ao site da Natura.
Diante do desempenho desta campanha, a BETA mostrou
ao mercado que “é possível usar a internet para criar uma
experiência de marca interativa, e que boas idéias também
potencializam resultados financeiros para o negócio”. Enfim, o
hotsite pode ser temporal, pequeno e o complemento de
outras mídias. Porém, para que seja um projeto bem sucedido,
ele deve ser persuasivo, marcante e surpreendente!

53
tutorial

Tableless 2 Gustavo Loureiro - Instrutor do Infnet e


Sócio-diretor da Stage3 - Soluções Digitais
gustavo@stage3.com.br

Quem não conhece o site http://www.csszengarden.com ? height:150px;

Provavelmente os mais preocupados em aprender left:569px;

Tableless já devem ter dado uma navegada por este site que é }

interessantíssimo. Quem foi ao 10 Encontro de Webdesign


o
#conteudo

(EWD), no Rio de Janeiro, e assistiu à palestra do professor {

Bechara, pode entender melhor sobre porque e quando width:259px;

usarmos os padrões web. height:255px;

Agora, vamos ver como poderíamos fazer para criar vários top:160px;

tipos de layout de site utilizando o recurso de CSS. Aqui, nós background-color:#FFFFFF;

vamos criar dois arquivos CSS e um único arquivo XHTML válido. vertical-align:middle;

Primeiro arquivo: css1.css overflow:auto;

body }

{ #orkut

font-family:Verdana; {

margin: 0px 0px 0px 0px; width:382px;

font-size:12px; height:150px;

} left:184px;

div #contat

{ {

position:absolute; width:476px;

display:block; height:255px;

border:1px #003000; left:268px;

background-color:#F5F5F5; top:160px;

font-weight:bolder; font-weight:normal;

} }

#divulga div h1

{ {

width:174px; font-size:12px;

height:150px; font-weight:bold;

} color:#000;

#editorial background-color:#ccc;

{ padding:0px 2px 2px 2px ;

width:174px; }

54
tutorial
Segundo arquivo: css2.css }

body #c o n t a t

{ {

f o n t - f a m i l y :V e r d a n a ; w i d t h :1 7 4 p x ;

m argin: 0px 0px 0px 0px; h e i g h t :4 2 0 p x ;

f o n t - s i z e :1 2 p x ; l e f t :5 8 6 p x ;

} f o n t - w e i g h t :n o r m a l ;

div }

{ div h1

p o s i t i o n :a b s o l u t e ; {

d i s p l a y :b l o c k ; f o n t - s i z e :1 2 p x ;

b o r d e r :1 p x #0 0 3 0 0 0 ; f o n t - w e i g h t :b o l d ;

b a c k g r o u n d - c o l o r : #F 5 F 5 F 5 ; c o l o r :#F F F F F F ;

f o n t - w e i g h t :b o l d e r ; b a c k g r o u n d - c o l o r : #F F 6 6 0 0 ;

} p a d d i n g :0 p x 2 p x 2 p x 2 p x ;

#d i v u l g a }

{ Cada um destes arquivos CSS, está montando um layout


w i d t h :1 7 4 p x ; diferente, mas a grande vantagem é que não iremos precisar
h e i g h t :1 3 5 p x ; criar duas páginas XHTML para cada um destes estilos. Nós
} vamos criar uma única página e, na verdade, nosso layout,
#e d i t o r i a l estará sendo montado no CSS e não no XHTML.
{ Veja as figuras a seguir:
w i d t h :1 7 4 p x ;

h e i g h t :1 3 5 p x ;

top: 285px;

#c o n t e u d o

w i d t h :4 0 0 p x ;

h e i g h t :4 1 9 p x ;

b a c k g r o u n d - c o l o r :#F C 9 ;

l e f t :1 8 3 p x ;

#o r k u t figura 1 : prim eira possibilidade de layout

w i d t h :1 7 4 p x ;

h e i g h t :1 3 5 p x ;

top: 143px;

55
tutorial

</ h e a d >

<b o d y >

<d i v i d =” c o n t a t ” >

<h 1 >D i v u l a g a & c c e d i l ;& a t i l d e ;o </ h 1 >

<p >E n c o n t r o d e w e b d e s i g n </ p >

<p >- R i o d e J a n e i r o <b r / >

- S a l v a d o r <b r / >

- B e l o H o r i z o n t e <b r / >

- B r a s i l i a <b r / >

- C u r i t i b a <b r / >

figura 2 : segunda possibilidade de layout - R e c i f e <b r / >

- P o r t o a l e g r e <b r / >

- S & a t i l d e ;o P a u l o & n b s p ;& n b s p ;& n b s p ;& n b s p ; </ p >

</ d i v >

<d i v i d =” o r k u t ” >

<h 1 >O r k u t </ h 1 >

<p>Visite a com unidade no ork ut da revista w ebdesign.</ p>

</ d i v >

<d i v i d =” e d i t o r i a l ” >

<h 1 >E d i t o r i a l e C u r s o s </ h 1 >

<p >- R e v i s t a W e b d e s i g n <b r / >

- C u r s o w e b p a r a d e s i g n e r s </ p >

figura 3 : layout visto sem a form atação das folhas de estilo </ d i v >

<d i v i d =” c o n t e u d o ” >

Agora, você está vendo só a página sem o recurso de <h 1 >C o n t e & u a c u t e ;d o </ h 1 >

folha de estilo. Aqui, você tem só um XHTML válido. Vamos ver <p >Lorem ipsu m d olor sit am et , con sect et u er

agora o código que deve ser escrito no XHTML que vamos adipiscing elit, sed diam nonum m y <br / > nibh euism od tincidunt

salvar como tela.htm u t laoreet d olore m ag n a aliq u am erat v olu t p at . U t w isi <b r / >

<? x m l v e r s i o n =” 1 .0 " e n c o d i n g =” i s o - 8 8 5 9 - 1 "? > en im ad m in im v en iam , qu is n ost ru d ex ercit at ion u lliam corper

<!D O C TY P E h t m l P U B L I C “ - / / W 3 C / / D TD X H TM L 1 .0 su scipit lobort is <br / > n isl u t aliqu ip ex ea com m odo con sequ at .

Tr a n s i t i o n a l / / E N ” “ h t t p :/ / w w w .w 3 .o r g / TR / x h t m l 1 / D TD / D u is au t em v eleu m iriu re d olor in <b r / > h en d rerit in v u lp u t at e

x h t m l 1 - t r a n s i t i o n a l .d t d ” > v elit esse m olest ie con sequ at , v el w illu m lu n om b ro d olore <b r /

<h t m l x m l n s =” h t t p :/ / w w w .w 3 .o r g / 1 9 9 9 / x h t m l ” > > eu feu giat n u lla facilisis at v ero eros et accu m san et iu st o odio

<h e a d > dign issim q u i <br / > blan dit praesen t lu p tatu m z z ril delen it

<m e t a h t t p - e q u i v =” C o n t e n t - Ty p e ” c o n t e n t =” t e x t / h t m l ; au gu e du is dolore t e feu gait n u lla <b r / > facilisi.</ p>

c h a r s e t =i s o - 8 8 5 9 - 1 " / > </ d i v >

<l i n k t y p e =” t e x t / cs s ” r e l =” s t y l e s h e e t ” h r e f=” c s s 2 .cs s ” / > <d i v i d =” d i v u l g a ” >

<t i t l e >E x e m p l o d e l a y o u t s </ t i t l e > <h 1 >L i n k s </ h 1 >

56
tutorial
<a h r e f=” h t p :/ / w w w .a r t e c c o m .c o m .b r ” >A r t e c c o m </ a > <l i n k t y p e =” t e x t / cs s ” r e l =” s t y l e s h e e t ” h r e f=” c s s 2 .cs s ” / >

</ d i v > Repare que estas duas linhas possuem no seu final o / >
</ b o d y > para fechar a TAG. Normalmente, quando escrevemos em
</ h t m l > HTML, sabemos que estas TAGS não precisam ser fechadas, mas
Através da tag DIV, você pode construir, posicionar e fazer aqui estamos falando de XHTML, e não só essas, mas também
ainda outras diversas configurações no seu layout, sem usar TAGS como <i m g s r c =” t e s t e .j p g ” a l t =” t e s t e ” / > e <b r / >
tabela, mas a formatação desta div estará sendo feita no arquivo devem ser fechadas. Outra boa referência sobre folhas de
CSS. O id é que faz a ligação entre um e outro. estilo, webstandars e tableless é o site http://www.maujor.com.
Vejamos algumas observações importantes: Tive o prazer de conhecer Maurício Samy Silva, no EWD,
Para você poder construir um XHTML válido, repare que e pude também parabenizá-lo pelo seu Portal (CSS para Web
colocamos logo na primeira linha o código seguinte: Design) , afinal, depois que o descobri, nunca mais abri um livro
<? x m l v e r s i o n =” 1 .0 " e n c o d i n g =” i s o - 8 8 5 9 - 1 "? > de CSS. Lá, tem tudo que você possa imaginar, e o que você
<!D O C TY P E h t m l P U B L I C “ - / / W 3 C / / D TD X H TM L 1 .0 não possa também tem.
Tr a n s i t i o n a l / / E N ” “ h t t p :/ / w w w .w 3 .o r g / TR / x h t m l 1 / D TD / Para fazer o download destes exemplos e estudar melhor,
x h t m l 1 - t r a n s i t i o n a l .d t d ” > http://www.stage3.com.br/tableless/artigo.zip.
<h t m l x m l n s =” h t t p :/ / w w w .w 3 .o r g / 1 9 9 9 / x h t m l ” > O site validado pela w3c se encontra em http://
Este é o momento em que você define o DTD (Document www.stage3.com.br/tableless/tela.htm (Exemplo 1) e http://
Type Definition), e existem três tipos. Para ler mais sobre o www.stage3.com.br/tableless/tela2.htm (Exemplo 2). Você
assunto, você pode ler o artigo escrito por Diego Alberto Eisque não precisa criar dois documentos (tela.htm e tela2.htm) É
se encontra em http://www.tableless.com.br/artigos/xhtml.asp necessário somente alterar a chamada ao arquivo CSS externo
ou no site da http://www.w3schools.com/xhtml/ <l i n k t y p e =” t e x t / c s s ” r e l =” s t y l e s h e e t ” h r e f =” c s s 1 .c s s ” / > ou
xhtml_reference.asp, onde você encontra a Referência de <l i n k t y p e =” t e x t / c s s ” r e l =” s t y l e s h e e t ” h r e f =” c s s 2 .c s s ” / >.

XHTML 1.0. Para saber se seu documento é um XHTML válido, Para validar os CSS, digite http://jigsaw.w3.org/css-
visite http://validator.w3.org e digite a URL que deseja testar. validator/ e digite as URL´s.
<m e t a h t t p - e q u i v =” C o n t e n t - Ty p e ” c o n t e n t =” t e x t / h t m l ; Um grande abraço a todos!
c h a r s e t =i s o - 8 8 5 9 - 1 " / >

57
w eb w r i t i n g

B ru n o R odrigu es
Autor do prim eiro livro brasileiro e terceiro no m undo sobre conteúdo online, intitulado
“W ebw riting - P ensando o tex to para a m ídia digital”. É coordenador de inform ação do
w ebsite P etrobras e titular da prim eira coluna sobre W ebw riting no m undo, elaborada
desde 1998 e hoje veiculada na revista online ‘W ebI nsider’. M inistra treinam entos de
W ebw riting e Arquitetura da I nform ação no Brasil e no ex terior.
b r u n o - r o d r i g u e s @u o l .c o m .b r

A o b r a d e ficçã o n a w eb
O desafio de lidar com a informação na internet vai muito além do que se imagina. Não
apenas a produção jornalística para sites noticiosos e a elaboração de conteúdo para páginas
empresariais merecem toda a atenção, mas também iniciativas pessoais, como os blogs e a
escrita ficcional.
Não é de hoje que contos, novelas, minisséries e romances povoam a web, e a grande ques-
tão dos novos escritores é idêntica a de redatores que começam a lidar com webwriting: como tra-
balhar a informação para a internet?
Embora existam interseções entre a forma de lidar com os tipos mais comuns de informação
online e a produção ficcional, há diferenças imensas.
Hoje, o estudo da ficção na web concentra-se menos na redação em si, e mais em sua estru-
tura, a maneira com que os produtos ficcionais chegarão ao leitor e aonde ele irá encontrá-los.
É lamentável que o escritor de ficção online só consiga grande visibilidade e a tão sonhada
fidelidade do leitor se os textos estiverem disponíveis em portais de renome. Ainda assim, é pre-
ciso uma constante divulgação para que sua obra aproveite todo o poder de fogo que uma mídia
de massa como a internet oferece.
Em resumo, a obra de ficção na web carece de cuidado e raciocínio. Caso contrário, os ca-
pítulos de um romance transformam-se em conteúdo perdido em meio a tantas páginas, e um
conto é escrito para morrer no esquecimento - e daí por diante.
O que fazer, então?
- Trabalhe com capítulos, nunca com obras fechadas, se sua obra for novela ou romance.
Faça com que cada um dos capítulos possa responder pelos outros, ou seja, faça com que quem
começou a ler pelo capítulo 4 consiga entender a trama central sem dificuldades. O raciocínio é de
um quebra-cabeça inverso, em que, através de uma única peça, o leitor seja capaz de compreen-
der o cenário completo que irá se formar.
- Esqueça tramas paralelas. O internauta é, por natureza, disperso demais, e encare isso
não como um defeito, mas como uma característica. Se você trabalhar com afinco, ele o seguirá
estrada afora, mas não dê chances da paisagem chamar mais atenção que o destino final.
- Realize um trabalho de formiguinha: trabalhe tijolo a tijolo, capítulo a capítulo. Venda cada
um deles de porta em porta, construindo seu público, cadastrando todos os leitores. Ganhe a au-
diência a cada passo dado.
Desta forma...

58
“a obra de ficção na w eb carece de cuidado e

w eb w r i t i n g
raciocínio. Caso contrário, os capítulos de um
rom ance transform am -se em conteúdo perdido em
m eio a tantas páginas e um conto é escrito para
m orrer no esquecim ento”

- Ao trabalhar capítulo por capítulo, o envio do texto por - A todo momento, lembre-se: a ficção para a web está inti-
email passa a ser muito mais importante do que ter um site onde mamente ligada à emoção dos folhetins de autores como Júlio
sua história irá morar. Estudiosos de ficção online já apontam Verne ou Machado de Assis, e não aos recursos da tecnologia.
muitos destes sites como recursos apelativos, onde design e Um teste insuperável para sua criatividade, um exercício
tecnologia tentam ganhar o leitor, e não a história apresentada. ímpar para sua escrita, um desafio e tanto para seu poder de per-
- A espinha dorsal da história merece atenção total na ficção suasão: tudo necessário ao desenvolvimento de um bom redator
para a web. Nela, o personagem central deve se desenvolver à ou escritor. Assim é a ficção na web.
vontade, sem ruídos. Mais que dar vida a ele, sua missão é
torná-lo quase palpável. Detalhamento é tudo neste caso.

59
R en é d e P a u l a J r .
m ark et in g

Analista de negócios da Sony Latin Am erica, R ené é profissional de internet desde 1996,
passou pelas m aiores agências e em presas do país: W underm an, Alm apBBDO, Agência
C l i c k , B a n c o R e a l A B N A M R O . É c r i a d o r d a “ u s i n a .c o m ” , p o r t a l f o c a d o n o m u n d o o n l i n e , e
d o “ r a d i n h o d e p i l h a ” ( w w w .r a d i n h o d e p i l h a .c o m ) , c o m u n i d a d e d e p r o f i s s i o n a i s d a á r e a .
r e n e @u s i n a .c o m

Era só b ala qu e av oav a!


Dias atrás, reencontrei bons e velhos amigos, gente que não via fazia tempo, alguns, há
quase dez anos. Muitas risadas, lembranças queridas, pizza, brindes... e uma percepção geral:
a grande história que vivemos juntos não entrou para a história.
“Devíamos escrever um livro!”, alguém arriscou. “Um documentário!”, sugeriu outro. Eu ca-
lei. Para mim, sempre foi claro que algumas histórias, boas ou não, nunca vão mais longe do que
a mesa de um bar (ou um divã de psicanalista). São complexas demais, são intensas demais,
são revolucionárias demais. Ou você as viveu, ou não.
Você já deve estar pensando que a grande história injustiçada é a saga de alguma
pontocom extinta, ou de alguma campanha online tresloucada, ou de algum projeto digital
ensandecido. Lamento, mas não. Estávamos relembrando nossos tempos de telejornalismo,
nosso tempo de Aqui Agora. (Sim, eu trabalhei no Aqui Agora).
Espero não ter decepcionado ninguém. Quem trabalha com internet tende a achar que
esse ramo é o clímax da loucura, do corre-corre, que existe um “internet timing”, que existe um
pique, uma agilidade, uma urgência que são marca registrada e monopólio desse métier.
Sorry, mas eu não caio mais nesse papo. A tal “loucura” do trabalho online é loucura sim,
mas loucura nossa. Não precisava ser assim. Não deve ser assim. Se é assim, é por consenso
mútuo entre adultos sem juízo.
Quer uma prova? Então, inspire-se nos seriados CSI ou Without a Trace, vista a camisa
do Gil Gomes e tente reescrever a tragédia de um job através das provas.
Primeiro mistério: quase não há provas. “O cliente estava com pressa e passou o
briefing por telefone”, ou “Ele me pediu isso via messenger”. Mas... você não cumpriu o
seu papel e colocou esse briefing no papel, ou ao menos num email de confirmação? “Não
dava tempo”.
Segundo mistério: os tempos “não batem”. A tal da “pressa internética” parece que só
existe no pontapé inicial e em pontapés no traseiro quando o job atrasa. Entre o chute inicial
e os chutes derradeiros, é um festival de demoras, tropeços, passos intrincados de tango,
uma alternância de pés em cima da mesa e pisadas nos calos. Os ritmos começam a atravessar
logo de cara, o descompasso é crescente e os prazos começam a enforcar todo mundo.
Terceiro mistério: o motivo. Como ninguém registrou nada, como as bolas que vieram qua-
dradas seguiram quadradas e, sobretudo, como ninguém manifestou suas dúvidas a tempo, no
final, ninguém sabe mais qual era a finalidade essencial do job. Sem saber o propósito do traba-
lho, os resultados são tiros no escuro. Se alguém acertar o alvo, foi não-intencional.

60
“P ara acabar com essa onda de
jobicídios, só tem um rem édio:
tolerância zero”

Quarto mistério: temos um serial killer. Jobs inocentes aca-


bam esquartejados a cada semana, a cada mês, e o padrão é
sempre o mesmo. De vez em quando, tem sangue na parede, ca-
beças rolam, mas, no geral, temos o que a polícia mui sabiamente
categoriza como desinteligência. E, tá lá o job estendido no chão.
Para acabar com essa onda de jobicídios, só tem um re-
médio: tolerância zero. Nada de briefings por telefone, nada
de pedidos em mesa de happy hour, nada de solicitações por
messenger. Briefing tem que vir por escrito, tem que ficar re-
gistrado, tem que ser devidamente documentado. Briefing
tem que ser completo, briefing tem que vir redondo.
Informalidade e subserviência frente a um cliente quei-
ma o teu próprio filme: jamais vão te considerar como um
profissional sério. Quem é profissional e maduro exige processos,
exige metodologia.
Não há caminho do meio: ou teu job acaba numa história do
Gil Gomes, ou com a benção do Russomano: “sendo bom para
ambas as partes...”. Seriedade já, aqui e agora.

61
M a r cel a Ca t u n d a
bula da Catunda

Tr a b a l h o u n a TV G l o b o , TV B a n d e i r a n t e s , TV G a z e t a , M a n c h e t e e S B T. F o i r e d a t o r a d a
DM 9DDB e Supervisora de Criação de M ídia I nterativa da P ublicis Salles N orton.
É sócia do site B anheiro Fem inino, está no Ork ut e trabalha com o autônom a.
m a r c e l a c a t u n d a @t e r r a .c o m .b r

Eu ad oro t eclar!
- Catunda, você tem Skype?
- Cumã? – “escaipou” a informação.
Aderi ao tal do Skype, com pouco fervor, mas aderi. Pra essa coisa de falar eu prefiro mes-
mo o velho aparelho criado por Alexander Graham Bell. Alô? Alô! Hello! Chat Amizade, boa noite!
– Cruzes! Tô fora!
Não me lembro bem como o MSN invadiu minha vida e nem a convite de quem, mas adorei
a novidade. Até então, eu tinha o tal do ICQ. Nele, meia dúzia de gatos pingados. Meus amigos
“não virtuais” odiavam a função “instalar” a florzinha.
- Quer falar comigo, me liga, Má.
- Mas eu não quero falaaaaaaaaaaar. Quero teclaaaaaaaaaar.
Tututututututu claclaclacla.
O tempo passou um pouco e, na DM9, consegui encher meu ICQ de amigos. Até essa épo-
ca eu não havia experimentado a função “amigos virtuais”. Quem estava por lá sabia quem eu
era e quanto eu pesava.
O tempo passou mais um tanto e, de repente, lá estava eu quedada e teclada no tal MSN,
cheia de amigos ex icqs, migrados e instalados.
Tututututututu claclaclacla.
- Bom dia, Ma!!! – escreve meu querido amigo Joney.
- Oi, querida amiga! – escreve a amiga.
- Marcela? – pergunta o desavisado.
É! Eu mudo de nick. Adoro, por exemplo, usar “Conga! Conga! Conga!”. Esse nick expressa
minha emoção e liberta minha porção chacrete proporcionando à minha nostálgica pessoa aque-
la deliciosa sensação anos 80 - época em que eu não mal sabia o que era um computador e quiçá
sonhava com essa coisa de internet.
Eu escrevia cartas, acreditam? Muitas cartas e as recebia também. Cheguei a entrar até
num desses clubes de Correspondência, desses que a gente escreve pra quem não conhece e
se torna amigo.
- Taramtanananãtananãm. Aguarde mensagem gravada de chamada a cobrar. - dizia
a gravação.
Tum tum tum! Desliguei.
Ai de mim se aceitasse chamada a cobrar ou fizesse alguma pro meu pai desembolsar, ele
ficava uma pistola. Lembro de uma época em que eu cismei de fazer amizades no Japão. Minha

62
“E t o d a s a s h o ra s q u e d o u m in h a ‘log ad a n o M S N ’

bula da Catunda
p osso en con t rar m eu s am ig os, os d e d en t ro e os d e
fora d essa m arav ilh osa in t ern et . B om dia! B oa
t ard e! B oa n oit e! Esse t reco é b om ”

irmã havia me dado uma dessas agendas com DDI do mundo E eu adoro escrever! Nossa! Como é bom escrever, como é bom
todo. Ah! O Japão me parecia um lugar tão legal para fazer se comunicar através das palavras. Parece tudo mais divertido, mais
amigos. A bronca que levei por conta desses DDIs pelo mundo perto, sem preconceito, sem rodeios. E até os rodeios pelas palavras
é que não foi nada legal. E não dava nem pra chamar o Super são mais interessantes, mais originais.
15 pra me livrar do castigo. Eita! Tá! Mas nem tudo nesse mundo virtual são flores. Os erros de
Mas, com a chegada do advento “MSN”, tudo mudou. Todo português então, berram. Isso sem contar essa nova linguagem
mundo ficou perto: a irmã que mora nos USA, um grande amigo cheia de “naum”, “kd”, etc... Não suporto! Simplesmente não a
em solo Europeu, outra irmã no Mato Grosso, uma sócia no Rio suporto. Putz! Que desculpa pra escrever errado é essa? Tô out!
de Janeiro, e, por incrível que pareça, até a irmã que mora no Bom mesmo é essa versão final que a gente pode sacu-
bairro do lado do meu ficou mais perto. Até ela. Cruzes! dir a janelinha, mandar aqueles emoticons horríveis. Mas até
- Boa noite, Unda! Sem sono? – pergunta Ondo. eles ficam legais, se você está papeando com pessoas diver-
- Bom dia, Ma! – cumprimenta o amigo leitor do outro lado tidas e inteligentes. O famoso “é tão ruim que é bom”, aquela
do mundo. coisa Chaves.
- Tá com pulga na cama, louca? – anima minha amiga Li. O que vale mesmo é a diversão, economizar na ligação e
E, todas as horas que dou minha “logada no MSN” posso tututututu claclacla!
encontrar meus amigos, os de dentro e os de fora dessa maravi- - Má! Má! Má! Você tá em casa? – atendo Blan ao celular.
lhosa internet. Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Esse treco é bom. - Eu tô. Escutando Gang 90 no último volume, mas tô. –
Tem quem ache um porre teclar por esses programas, respondo.
agora em número infinito de versões e modelos, mas eu gosto, e - Então, entra no MSN e vamos papear. – desligamos o telefone
como gosto! e, então, dou aquela logada e me preparo para mais uma deliciosa e
Gosto de saber que estou perto das pessoas que gosto e, divertida troca de sílabas. Obow!!!!
mais perto ainda, das que gostam de mim. Eu amo a internet!

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Luli Radfahrer
webdesign

PhD em Comunicação Digital, já dirigiu a divisão de internet de algumas das maiores


agências de propaganda e de alguns dos maiores portais do Brasil. Hoje, é Professor-
Doutor da ECA-USP, Diretor Associado do Museu de Arte Contemporânea e consultor
independente. Autor do livro ‘design/web/design:2’, administra uma comunidade de
difusão do conhecimento digital pelo país.
webdesign@luli.com.br

Democracia, controle e fetiche


Você e os pastores evangélicos agora têm algo em
comum: podem montar uma rádio
Blogs, fotologs, videologs, podcast, tudo em RSS... Nunca a internet apresentou tantos
pontos de vista simultaneamente atualizados, customizáveis para qualquer máquina. Se
antigamente eram necessários diversos profissionais (inclusive você, designer) e um emaranhado
de conhecimentos técnicos para se colocar no ar uma mensagem, pode-se dizer que hoje a
democracia chegou. A ponto de praticamente qualquer um poder publicar conteúdo, mesmo que
não saiba programar, não tenha computador e nem ao menos algo interessante a dizer.
Democracia? Perdão, o termo correto para esse sistema é anarquia – para a democracia
se pressupõe uma decisão em conjunto, em que a voz da maioria reunida propõe uma solução
comum a todos, que deverá ser engolida a seco pelos opositores. Estamos tão habituados a
falar em seu nome que nos esquecemos seu real sentido. Olhando-a detalhadamente, parece
coisa do século passado. Ou melhor, de 20 séculos atrás.
Winston Churchill já dizia que a democracia não é o sistema perfeito, mas o melhor
disponível: a idéia que agrade à maioria ser mais importante que as outras, mesmo que
sejam melhores, provoca desconfiança. Em um mundo digital, conectado e acessível, chega a
causar estranheza. Se posso ser feliz com minha comunidade e distribuir abertamente minhas
opiniões, por que deveria me contentar com uma série de reuniões e a uma lerdeza sem fim,
como vemos no Congresso Nacional ou em reuniões com meus clientes?
Já no ambiente anárquico proporcionado pelas tecnologias digitais, tudo é muito rápido
e intenso, feito criança hiperativa: cada um fala o que bem entende e não se chega a lugar
nenhum, nem é esse o propósito. Quando promovemos a democratização da publicação de
conteúdo, o que acabamos conseguindo é uma enorme anarquia. Isso, em teoria, não seria
ruim. Pelo contrário, poderia ser até bastante rico, interessante e intelectualmente estimulante,
não fosse nossa enorme necessidade de busca por controle.
O ser humano é, em essência, um control-freak. Boa parte de nossos avanços tecnológicos
– como boa parte do estrago que fazemos uns aos outros e ao planeta – vem de uma enorme
insatisfação que se tem com o estado das coisas. Para esse tipo de personalidade, a informação
customizada e adaptada às preferências particulares, entregue automa-ticamente, parece
uma bênção.
Mas não é. Ao mimar o público e permitir a ele o consumo de qualquer tipo de informação,
elimina-se o confronto e, com ele, qualquer espécie de aprendizado. Assim, corre-se o risco de
fortalecer preconceitos e hábitos, uma vez que é tremendamente confortável nutri-los.

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“Ao m im ar o público e perm itir a ele o consum o de

w ebdesign
qualquer tipo de inform ação, elim ina-se o
confronto e, com ele, qualquer espécie de
aprendizado”

Para se aprender a ouvir boa música é preciso tempo e Na nossa pressa em buscar o mais rápido, conveniente e
paciência. Para se desenvolver senso artístico e estético também. Ao individualizado, dificilmente criaremos algo além de câmaras de eco
nos permitir o controle sobre o que vemos e de que forma isso sofisticadas, em um individualismo vazio e estreito. Quanto mais
ocorre, as tecnologias digitais nos fazem crer erroneamente que conveniente for o entretenimento, mais fraco o impulso de enfrentar
exercitamos um senso crítico e autocontrole maior, quando é os desafios apresentados por expressões estranhas de cultura.
exatamente o contrário: nos permitimos um consumo desmedido de A antiga “aura” da arte reside agora nos aparelhos
nossos próprios vícios, sem censura. É por isso que pornografia é tecnológicos em que ela é reproduzida. A esse novo ritual em busca
tão popular na rede. do completamente personalizado não se chama de arte. Seu culto
Ao enfatizar a eficiência da tecnologia – em vez de se perguntar desmedido não é religião. É fetiche. E, ao contrário da arte e da
qual é o processo que a tecnologia torna mais eficiente – ,evitamos religião, que nos encorajam a transcender nossa própria
perguntas difíceis e esvaziamos qualquer manifestação artística de experiência, o fetiche nos fixa obsessivamente a produtos e nos
seu contexto e significado, transformando-a em entretenimento escraviza a eles.
vazio, que não estimula os sentidos. Muito pelo contrário. As máquinas não fazem promessas nem têm demandas – é o
A música, por exemplo. Ao removê-la de seu contexto e espírito humano (ao qual a tecnologia está a serviço) que as têm. Seus
torná-la portátil, o walkman a banalizou. Ao eliminar a ordem e potenciais excessos levam a uma vasta impaciência cultural e ao
seqüência impostas pelos CDs, o resto que havia de ordem e triunfo da escolha individual por todos os padrões críticos.
intenção se foi. Na maior parte das suas aplicações, a música Se esse assunto interessa a você, vale a pena checar uma peça
virou um acessório de decoração. de ficção aterrorizante em http://oak.psych.gatech.edu/~epic/
Diz-se que o que amarra todas essas tecnologias é o
conforto e a satisfação das necessidades. Mas, de que
necessidades se fala quando se trata de cultura? Em um mundo
que o usuário pode exercitar um controle sem precedentes
sobre o que vê e escuta, é possível evitar conscientemente
idéias, sons e imagens com as quais não se concorda ou de que
não se gosta. Quanto maior o controle, menos preparado o
público está para ser surpreendido. E, assim, se torna incapaz
de aceitar qualquer coisa além de seus hábitos e preconceitos.
Com as necessidades satisfeitas, o consumidor de cultura é
radicalmente e perigosamente mimado, o que encoraja a
polarização, radicalização e alienação. Encontros não planejados são
centrais para a democracia e para a evolução.

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