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Mestrado em Comunicação Educacional e Multimédia
Debate
- Sendo a nova forma de aprender do estudante digital centrada nos "seus critérios e
apenas sobre os seus interesses", que implicações terá esta característica na educação
dos mesmos?
Com isto quero dizer que podemos levar os alunos a interessarem-se pelos conteúdos
de determinada disciplina, quando estes lhes são apresentados de uma forma que eles
reconheçam, como o exemplo que é dado por Prensky ( PRENSKY, Marc, (2001).
"Digital natives, digital immigrants“. In On the Horizon. NCB University Press, Vol.9
nº5) relativamente à resistência encontrada na utilização de ferramentas CAD
(computer-aided design) por determinados grupos de pessoas (que consideravam ter
uma curva de aprendizagem elevada), que mais tarde não tiveram dificuldade em se
integrar quando a mesma base (CAD) foi apresentada sob a forma de jogos de vídeo
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(ex: Doom e Quake). Como diz o ditado popular: Todo o “burro” come “palha”, é
preciso saber-lha dar.
- "Estará o novo estudante digital mais preparado para o futuro do que o imigrante
digital?"
Bjs, Margarida
Depois de ter lido atentamente os post dos colegas, venho contribuir uma vez mais
para esta discussão.
Muitas questões foram abordadas, tais como a do conflito geracional, a das diferenças
fisiológicas entre o cérebro de um estudante digital e o do imigrante digital, diferentes
meios culturais e tecnológicos, entre outros.
Todos estes conceitos vão seguindo a ideia de que há diferenças entre estudante e
imigrante digitais, mas que é possível haver comunicação, sendo este o factor crucial
no processo de ensino-aprendizagem. E, neste sentido, a citação: “a forma como
comunicamos é mais influente do que o que dizemos” (Marshall Mcluhan in Harkin, J.,“
Cyburbia: The Dangerous Idea That's Changing How We Live and Who We are ”,
referência que encontrei, por acaso, na revista Sábado), vai simplificar a primeira
questão colocada. Ou seja, como já foi imensamente referido neste fórum, não
podemos desvirtuar o papel da escola e o papel do professor/ formador de acordo
com as preferências e interesses dos estudantes (digitais ou não). A escola deveria
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proporcionar ao estudante meios que promovessem diferentes actividades em
diferentes vertentes: tecnológica, social, cultural.
Num estudo realizado no Brasil, (Dwyer, Tom et al., 2007, Desvendando Mitos: Os
Computadores e o Desempenho no Sistema Escolar,
http://www.scielo.br/pdf/es/v28n101/a0328101.pdf), os resultados obtidos
demonstraram que os alunos referenciados, aquando do uso intensivo do computador,
diminuíram o seu desempenho escolar (Português e Matemática), sendo mais notório
nos alunos das classes sociais mais pobres. É referido que os alunos que passam mais
tempo ao computador acabam por dominar as ferramentas de processamento de
texto e as folhas de cálculo, não conseguindo fazer uso dessas mesmas competências
(escrita e de cálculo), sem o recurso a essas ferramentas, daí os resultados verificados.
Este estudo poderá indiciar que dominar as tecnologias, ter acesso à informação pode
não ser suficiente para que o estudante digital consiga ser mais bem sucedido no
futuro do que o imigrante digital, indo agora de encontro à segunda questão colocada,
ou misturando um pouco as duas… Há que saber utilizar a informação disponível, uma
vez que hoje em dia, não é somente a escola ou na escola que se adquire informação,
como acontecia antigamente. O papel do professor/formador é fundamental na
medida em que deve aproveitar o acesso à informação para gerar conhecimento.
Como referenciou o colega João Carrega: a educação para a utilização das TIC precisa
ser planeada desde o jardim-de-infância. Sem preconceitos ou desnecessárias
coacções, sem substituir atabalhoadamente o analógico pelo digital, mas sim
reforçando a capacidade cognitiva dos alunos e guiando a descoberta de novos
horizontes”. Ruivo (2008)
Nosso novo papel é o de junto com nossos alunos aprender a analisar essas
informações, selecionar as que podem ser úteis ao nosso trabalho e produzir
conhecimento localmente. É o de aprender a transformar informação em
conhecimento.
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Deixamos de ser provedores de informação para sermos produtores de conhecimento.
Cá para nós, dá mais trabalho, mas é muito mais divertido. Este era o convite que fazia
junto com a provocação inicial: entre nessa rede e venha divertir-se conosco. E não
deixe de trazer seus colegas e seus alunos junto.”
Tornaghi, Alberto, “O que pode você, professor”, (2008), Salto para o Futuro, Educação
digital e tecnologias da informação e comunicação, 16-24
Margarida
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Olá,
A adolescência pode ser caracterizada como uma fase da vida onde ocorrem
alterações físicas, psíquicas e sociais significativas na construção da identidade. Assim,
o jovem tende a procurar saber “Quem sou eu?”, olhando à sua volta. A família é a
primeira referência que aparece e, embora nesta fase o jovem tenda a distanciar-se
sobretudo dos pais, com o sentido de encontrar o seu lugar, os valores incutidos pela
família desde que nasceu, prevalecem de alguma forma na sua mente. Se a sua família
está estruturada, possivelmente será sempre um “porto seguro”, mas se isso não
acontece, terá de continuar à procura de valores, crenças, através de outras
referências. É, muitas vezes, através dos seus pares que o jovem encontra, ou pensa
que encontra o seu lugar. “ Na contemporaneidade essas relações, muitas vezes, são
estabelecidas ou reafirmadas no ciberespaço que, segundo Lévy (1999), é o novo
ambiente de sociabilidade e arranjo social, mas também novo espaço da informação e
do conhecimento: o local onde surgem as tecnologias digitais”, in Santana (2006).
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também a sua indicação de localização geográfica), de forma a responder a questões
de identidade, quer pessoal, quer sexual, quer social, entre outras.
Deve ser referido que no estudo de Schmitt, Dayanim & Matthias (2008) o s resultados
indicam que os jovens estão a criar páginas pessoais e blogues. Os jovens que o fazem,
sentem que foram bem sucedidos (maestria) e que usam estes espaços para expressar
a sua identidade. É também demonstrado que os jovens desejam sociabilizar com
diferentes tipos de pessoas das que habitualmente convive. Daqui se verifica que o
período de adolescência continua a ser um período de experimentação que pode ser
positivo. Com o acesso às novas tecnologias, o jovem que é bem sucedido na criação
de uma página pessoal, de um blog, sentir-se-á com maior auto-estima e isso poderá
reforçar a passagem por este processo até chegar à idade adulta.
Margarida
Olá,
Para não tornar a informação contida neste tema repetitiva, deixo, em anexo, o
resumo que fui fazendo dos textos.
Assim, começando pela participação do Rui, houve duas afirmações que me chamaram
a atenção: a primeira diz respeito à referência a “Velhos” adolescentes, dada o
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constante adiamento da definição de identidade do adolescente que se vai
prolongando “ad eternam”. É uma realidade que hoje vivenciamos, basta olhar à nossa
volta e perceber que pessoas, na casa dos trinta, ainda continuam a viver em casa dos
pais, como sempre o fizeram. Não procuram a independência, estão instalados
confortavelmente e não pretendem mudar (estarão no que Marcia, (1966) definiu
como estado de difusão da identidade). E concordo com o Rui quando sugere que este
adiar constante de determinados objectivos, poderá ser o que está a causar
desinteresse e apatia nos nossos alunos.
Margarida
A realidade dos nossos filhos, dos nossos alunos é muito diferente da que nós vivemos
na nossa infância, na nossa adolescência. No nosso tempo, andávamos à vontade na
rua, íamos a casa uns dos outros, ao parque livremente, e só voltávamos quando a
nossa mãe nos chamava, empoleirada na janela, para virmos jantar. As crianças e os
jovens de hoje não têm esta liberdade de movimentos e, como tal, há que preencher o
tempo que se passava ao ar livre, ou em "liberdade", por outras formas mais
controladas. Assim, a televisão e o computador surgem como meios de ocupação de
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tempos livres das crianças e jovens, depois da escola e de actividades que alguns pais
poderão proporcionar aos filhos.
De acordo com alguns pediatras, é preferível uma criança estar a jogar um jogo no
computador do que estar a ver televisão. Assim, desde tenra idade que a criança
convive e vive com a tecnologia, sendo um ambiente que domina. Será então natural
que ao longo da sua vida, irá desenvolvendo competências quer técnicas quer de
socialização nestes meios. A partir de determinada altura, em que já domina estas
técnicas, a criança vai testando as suas competências (Maestria/ Domínio) através da
criação ou de páginas pessoais ou de blogues, onde vai partilhar aspectos da sua vida
real, ou seja, vai transpor para o mundo virtual a sua realidade. Parece-me que haver
uma extensão da vida real para vida virtual, não assume ainda, na nossa sociedade, um
carácter preocupante, salvo raras excepções, tal como a do jovem da escola alemã,
que tal como foi referido por Schoen-Ferreira, Farias e Silvares (2003), “Na difusão de
identidade, o jovem não se preocupa com sua falta de comprometimento e, em
consequência, não explora activamente as alternativas disponíveis. Os jovens que
permanecem no estado de difusão de identidade correm alto risco de desenvolver
transtornos psicológicos (Kimmel & Weiner, 1998). (...) Os adolescentes que
apresentam problemas comportamentais necessitam de ajuda para superá-los. Além
disso, mesmo que uma conduta anormal seja transitória, pode ter efeitos duradouros”.
Neste caso particular, possivelmente haveria uma patologia.
Não quero com isto dizer que pais, professores e amigos devam ser substituídos pela
Internet. Cada elemento tem o seu lugar definido e, na ausência de qualquer um deles,
a construção não ficará tão estável… podendo daí advir desequilíbrios mais ou menos
profundos. Só penso que será mais um meio na construção da identidade, uma vez
que pode diversificar experiências, vivências, opiniões, que de outra forma não seria
possível aceder.
Caberá aos pais sobretudo, mas também à escola, orientar e alertar para possíveis
perigos da Internet.
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Bjs, Margarida
Bom dia,
Rui, concordo com o que referiste daí ter concluído com a frase que citaste. Em termos
gerais, não só no uso da Internet, é frequente verificarmos nas nossas escolas, que os
pais não assumem o seu papel, delegando para a escola e outros meios (ATL e afins) o
seu papel de educadores. Quando chamados à razão, a realidade que evocam está
longe da realidade que os seus filhos vivenciam. Não sei se será só por falta de tempo,
se estão cansados deste "corre, corre" diário, ou se simplesmente deixam ao seu filho
a responsabilidade de aprender a crescer sozinho, ou outras razões. Em qualquer dos
casos, falhando esse alicerce na vida de uma criança, ou jovem, há sempre um
desequilíbrio.
Como mãe, procuro responder às solicitações dos meus filhos e assim, vou lendo
vários livros sobre o desenvolvimento da criança. Numa destas leituras, um dos
médicos ou psicólogos referiu que não importa o tempo que os pais passam com os
filhos, desde que esse tempo seja de qualidade. Referiu que bastariam 30' diários de
qualidade, para as crianças sentirem o apoio, o acompanhamento dos pais nas suas
vidas, que é essencial na construção de identidade. Mas a continuar a tendência que
referiste de as crianças/ jovens poderem vir a passar 12 horas na escola, não havendo
meios de possibilitar aos pais, mas sobretudo à mãe de vivenciar este papel na sua
plenitude, a situação continuará, pois os pais não acompanham os filhos,
simplesmente lhes fornecem o apoio básico das suas vidas: alimentação e higiene, que
não é de todo suficiente na formação de uma identidade madura e segura.
Margarida
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Constatei que o telemóvel constitui um objecto essencial para os jovens (tal como para
a jovem Walia, descrita neste artigo), em vários momentos, alguns deles importantes,
da vida dos jovens: estabelecer relações de amizades e amorosas, demonstrar estatuto
social, “contar segredos”, como já foi referido noutros fóruns, enviar respostas nos
testes, entre outros. Assim, os jovens passam para este objecto os sentimentos que
têm relativamente a determinadas pessoas, pois é um meio de comunicação que está
sempre disponível (através de sms, quando não é possível atender). Os jovens
personificam este aparelho e já não conseguem viver sem ele. Este aparelho funciona
como mediador e ligação entre a identidade social e pessoal, daí que, quando o jovem
é obrigado a ficar sem essa extensão de si próprio, sente-se incompleto, o que pode
suscitar situações como a referida pela Cristina.
Num dos casos relatados, foi muito interessante verificar a forma de orientar a aula de
Língua estrangeira, no estudo de vocabulário do quarto. Em vez de apresentar o
conteúdo e fazer actividades, a professora pediu às alunas que elaborassem um
PowerPoint apresentando o seu quarto e respectiva legenda dos objectos
apresentados. Assim, para além da aprendizagem adquirida na utilização de media
digitais, as alunas desenvolveram competências em língua estrangeira. O resultado foi
muito positivo.
É necessário articular as várias valências que a escola poderá fornecer, pois, como o
Paulo referiu, os alunos não conseguem manter-se atentos a um único orador durante
muito tempo. Então, há que alternar a forma de orientar os alunos: teoria e prática -
com recurso a media digitais, afinal é uma linguagem que os alunos conhecem,
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dominam e gostam. Nos casos relatados, e já referido pelos colegas, ao desenvolverem
conteúdos em media digitais, estão também a construir a sua identidade, pois o facto
de conseguirem aprender e desenvolver a sua aprendizagem nesses meios, fá-los
sentir competentes, o que contribui para a auto-estima, tão importante na
adolescência.
[] Margarida
Boa noite,
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Os jovens procuram validação social do leitor do seu blogue ou página pessoal. O
desejo de feedback é significativo pois os jovens anseiam pela aceitação social e auto-
aceitação. A criação de páginas pessoais ou blogues contribui para o sentimento de
auto-estima, uma vez que propicia a auto-reflexão e introspecção através do feedback
que vai obtendo e da negociação que vai efectuando com o leitor. Essa negociação é
realizada através de alterações que o jovem irá fazendo, mediante indicações /
sugestões do seu leitor.
Concordo com os colegas quando referem que os jovens não sentem necessidade em
desenvolver as suas competências em diferentes linguagens, sobretudo em HTML,
uma vez que a facilidade de edição assim os orienta, sendo o foco principal a forma, a
apresentação do seu “eu”. De qualquer forma, o facto de conseguirem ter um
resultado positivo nas produções que realizam, contribui para aumentar o sentimento
de auto-estima("Fez com que o meu cérebro se sentisse feliz", Stern (2008).
Foi referido ainda que os jovens podem esconder-se atrás de um ecrã do computador
ou de um telemóvel, mas até poderá ser positivo se, na utilização desses media,
houver comunicação. Estes comentários fizeram-me lembrar de expressões como
“idade do armário”, “idade da caixa”, usadas para definir a adolescência e que
constituem indicadores do isolamento, afastamento sobretudo dos familiares,
verificado nesta fase pelos jovens. A utilização de tecnologias pode facilitar o
esclarecimento, a definição de determinados assuntos que os jovens se sentem
constrangidos referir, desabafar. Assim, o isolamento dos jovens na utilização das
tecnologias será meramente físico, uma vez que estão em constante comunicação. Há,
como em tudo na vida, que saber equilibrar todas as nossas valências, para nos
sabermos movimentar tanto física como virtualmente nos diferentes ambientes pelos
quais vamos passando.
[] Margarida
Boa noite,
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instrumento de socialização. Assim, é impensável um jovem ter o telemóvel desligado
(andam sempre com o carregador “em punho”), nem que seja por breves instantes. É
muito importante estar sempre disponível (sentimento social de presença).
Tal como no texto 1, também este texto mostra que o telemóvel funciona como uma
extensão dos próprios jovens, uma vez que os decoram (sobretudo as raparigas),
atribuem nomes carinhosos, e não conseguem viver sem ele. Há como que uma
personificação do telemóvel quer de si próprio quer dos amigos, no sentido de ser
através do telemóvel que se passam momentos importantes da sua vida. É através do
telemóvel que se constroem amizades, namoros, aspectos muito importantes para os
jovens. Já presenciei jovens terminarem o namoro através de SMS, o que me deixou
um pouco chocada pela frieza com que o fizeram. Pareceu-me que não tiveram/ têm a
noção das reacções que causaram (o facto de não estarem presentes fisicamente, fá-
los sentir-se protegidos, não se inibindo de escrever o que quer que seja).
Em aula é complicado gerir esta situação, uma vez que as turmas são grandes e, apesar
de as regras serem claras quanto ao uso do telemóvel, nem sempre são respeitadas. Já
estive numa escola que colocou relógios de parede em todas as salas de aula, para não
dar aos alunos a desculpa de mexerem no telemóvel para verem as horas. Posso dizer
que resultou, até porque os alunos sabiam que eram penalizados se não cumprissem a
regras. Neste momento, a regra é a não utilização do telemóvel em aula porque
efectivamente dispersa a atenção ou empenho nas actividades. Haverá forma de
conseguirmos integrar este media digital em aula? De momento não consigo conceber
uma forma, a não ser utilizando as vertentes fotográfica e de filmagem. No futuro,
quem sabe…
[] Margarida
Boa noite,
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A propósito do que foi relatado, vi há dias esta reportagem que vem de encontro ao
que foi dito relativamente à utilização de media digitais no processo de ensino-
aprendizagem, os quais devem ser incentivados como ferramenta significativa de
aprendizagem, aliando o trabalho colaborativo, as tecnologias e as vertentes culturais
e sociais, na construção de identidade e das competências em acção, como já foi
referido pelos colegas.
A Internet veio permitir que cada utilizador crie a sua própria televisão. São cada vez
mais aqueles que aproveitam a ideia e a primeira escola a fazê-lo foi a Secundária de
Vale de Cambra.
2009-05-11 14:57:12
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Também foi notório que alguns jovens adicionam indiscriminadamente amigos à sua
rede, embora, na prática, somente alguns efectivamente participem nela, quer com
comentários, quer com “recados”, quer com fives, no caso do SNS Hi5. Este aspecto
indicia que os jovens ainda não estão em alerta face aos perigos da Internet e aqui,
voltamos a referir a importância que a escola e a família devem ter na vida dos jovens,
enquanto pilares orientadores também neste aspecto ( o que também já foi realçado
pelos colegas, nomeadamente pelo Pedro).
Como já foi largamente comentado, apesar de os SNS escolhidos pelos cinco grupos
(um grupo seleccionou o SNS Orkut, e os outros quatro grupos seleccionaram o Hi5)
não serem iguais, e a organização do perfil já estar determinada, os jovens investem
muito no aspecto visual do seu espaço, nomeadamente na escolha de cores, imagens a
projectar, mensagens, entre outros aspectos. Já também sobejamente referidas, as
diferenças entre rapazes e raparigas no que diz respeito quer ao conteúdo, quer à
forma, sendo que as raparigas utilizam cores e símbolos (emoticons) mais emotivos,
mais carinhosos e os rapazes são mais objectivos quer na informação disponibilizada
quer no aspecto, mais sóbrio, do espaço por eles organizado.
Também concordo quando é referido que estes SNS são uma extensão dos jovens,
muitas vezes em sentido literal. Isto quer dizer que os jovens no seu dia-a-dia,
comunicam com os seus colegas de várias formas, face-a-face, via telemóvel. Foi
curioso visualizar que muitas das mensagens analisadas pareciam autênticas trocas de
sms, na continuação do convívio efectuado na escola, ou seja, passaram o dia com os
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colegas, chegam a casa e continuam, muitas vezes com conversas de circunstância,
sem conteúdo propriamente dito.
Concordo ainda quando é referido, quer pelo João Paulo, quer pelo João Carrega, que
os jovens lêem de outra forma. Não lêem livros, como nós lemos, mas têm acesso a
um manancial de informação que nós também não tínhamos, a outros meios que nós
também não tivemos acesso e isso molda a maneira de estar na vida.
[] Margarida
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