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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO J

PROCESSO TC N° 02088/07 FI. 1/7

Administração Direta Municipal. Prefeitura Municipal de


Areia. Prestação de Contas do Prefeito Elson da Cunha Lima
Filho, relativa ao exercício de 2006. Emissão de parecer
favorável à aprovação das contas, com recomendações.
Emissão, em separado, de Acórdão declarando o
atendimento dos preceitos da LRF. Envio de cópia do ato
formalizador à Auditoria para conhecimento e observar os
gastos com pessoal na PCA de 2007.

PARECER PPL TC,li)? 12008


1. RELATÓRIO
Examina-se a prestação de contas do Prefeito de Areia, Sr. Elson da Cunha Lima Filho, relativa ao
exercício financeiro de 2006.
A Unidade Técnica de Instrução desta Corte, após realização de inspeção in loco e análise da
documentação encaminhada, emitiu o relatório preliminar às fls. 3957/3974, evidenciando os seguintes aspectos
da gestão:
1. a prestação de contas foi encaminhada ao Tribunal no prazo legal, contendo os demonstrativos
exigidos pela Resolução RN TC 99/97;
2. o Orçamento, Lei nO 640/2005, de 31110/2005, estimou a receita e fixou a despesa em R$
16.608.966,00 (dezesseis milhões, seiscentos e oito mil, novecentos e sessenta e seis reais) e
autorizou a abertura de créditos adicionais suplementares até o limite de 70% (setenta por cento)
deste valor;
3. a receita orçamentária arrecadada, subtraindo-se a parcela para formação do FUNDEF, atingiu R$
13.541.869,18, correspondente a 81,53% da previsão;
4. a despesa orçamentária realizada, totalizando R$ 13.193.249,14, correspondeu a 79,43% da fixação,
distribuída nas categorias CORRENTE e CAPITAL nas respectivas proporções de 88,93% e 11,07%;
5. os créditos adicionais foram abertos e utilizados dentro do limite estabelecido em lei e com fontes de
recursos suficientes;
6. o Balanço Orçamentário apresenta superavit equivalente a 10,01% da receita orçamentária
arrecadada;
7. o Balanço Patrimonial apresenta superavit financeiro no valor de R$ 302.515,34;
8. o Balanço Financeiro apresenta saldo para o exercício seguinte no montante de R$ 1.787.006,07, .
distribuído entre Caixa e Bancos nas respectivas proporções de 0,001% e 99,999%; \
9. a dívida municipal importou em R$ 18.634.357,91, correspondendo a 127,12% da receita
orçamentária arrecadada no exercício em análise, dividindo-se entre flutuante e fundada nas
respectivas proporções de 8,02% e 91,98%, observando-se, ainda, um acréscimo de 1.279,51% em
relação à dívida do exercício anterior; .\

10. os gastos com obras e serviços de engenharia no exercício foram considerados compatíveis com os
trabalhos executados, conforme Acórdão AC2 TC 256/2008, fls. 5997/5998;
11. regularidade no pagamento dos subsídios pagos ao Prefeito e ao Vice-prefeito;
12. os gastos com remuneração dos profissionais do magistério alcançaram importância equivalente a
67,82% do~ recursos provenientes do FUNDEF, cumprindo mandamento constituciona

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PROCESSO TC N° 02088/07 FI. 217

13. as aplicações em manutenção e desenvolvimento do ensino e ações e serviços públicos de saúde


atingiram valores correspondentes a 29,32% e 20,48%, respectivamente, da receita de impostos,
cumprimento as disposições constitucionais;
14. o repasse para o Poder Legislativo alcançou 7,97% da receita tributária e transferida no exercícío
anterior, cumprindo as determinações do art. 29-A, § 2°, incisos I e 111, da Constituição Federal;
15. os relatórios de gestão fiscal e de execução orçamentáría referentes a todo o exercício foram
devidamente publicados e encaminhados ao TCE/PB dentro do prazo estabelecido;
16. as irregularidades anotadas na análise da prestação de contas dizem respeito à:
16.1. despesa com pessoal do Poder Executivo e do Município nos valores correspondentes a
58,03% e 61,47%, respectivamente, da receita corrente líquida, acima dos limite previstos
nos arts. 19 e 20 da LRF;
16.2. falta de adoção de providências quanto à adequação do montante da dívida consolidada ao
limite legal;
16.3. realização de despesas sem a obrigatória antecedência de processo licitatório, no valor de
R$ 283.615,08, equivalente a 2,15% da despesa orçamentária realizada, referentes à
construção do centro de comercialização, locação de veículos, recarga de cartuchos para
impressora, locação de programa, serviços mecânicos e aquisição de medicamento, material
de consumo, peças para veículos, ataúdes, material médico-hospitalar, gêneros alimentícios,
e de material de limpeza;
16.4. adoção indevida da dispensa de licitação, no valor de R$ 110.120,00 (a Auditoria apurou
que foi adotada a dispensa para aquisição de combustível por sessenta dias, enquanto a
Administração concluía a tomada de preços, ressaltando que o valor da dispensa
correspondeu a 44,99% do consumo de todo o exercício);
16.5. excesso de remuneração dos Secretários Municipais, no montante de R$ 7.529,00;
16.6. saldo a descoberto de R$ 6.139,92, na conta corrente do FUNDEF;
16.7. concessão irregular de abono com recursos do FUNDEF, no montante de R$ 287.749,99,
objetivando apenas alcançar o limite mínimo previsto na CF, contrariando o disposto no
Parecer Normativo 47/99;
16.8. concessão irregular de aumento de remuneração, desrespeitando o disposto no art. 22,
parágrafo único, da LRF, vez que o relatório de gestão fiscal do 1° semestre indicava
excesso em relação ao limite legal;
16.9. não retenção das contribuições previdenciárias sobre a remuneração dos Agentes
Comunitários de Saúde e Agentes Epidemiológicos, no montante de R$ 25.398,03;
16.10. não recolhimento de contribuições patronais ao INSS, no valor de R$ 512.754,70 (a
Auditoria somou os valores informados pelo gestor nas folhas de pagamento, fls. 1408/2236, Â
e deduziu as importâncias efetivamente recolhidas, registradas no SAGRES no elemento ~
econômico "Obrigações Patronais");
16.11. concessão abusiva de diárias ao Chefe do Executivo Municipal, no valor de R$ 28.224,00,
equivalente a 84 diárias anuais;
16.12. despesas irregulares, no valor de R$ 3.660,50, referentes à aquisição de refeição para
funcionáríosda empresaDesentupidoraModerna,sem preV;ã~:a~tratu~768'O~i

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PROCESSO TC N° 02088/07 FI. 3/7

para técnicos de urna eleitoral, nas eleições de 2006 (R$ 788,00), bem como relativas a
conserto de avarias em veículo locado, sem, também, previsão no contrato (R$ 2.104,50); e
16.13. não retenção de ISS sobre serviços de construção civil, no montante de R$ 12.026,88.
17. além da indicação dessas irregularidades, a Auditoria procedeu à apuração das denúncias
constantes dos Processos TC 03198/08, 02572108 e 01495/08, anexados aos presentes autos. O
primeiro, fls. 791/857, trata basicamente de fatos relacionados (1) ao não recolhimento de obrigações
patronais, (2) contabilização errônea das despesas de pessoal, objetivando a redução do percentual
dos gastos da espécie, e (3) emissão de diversas Notas de Empenho em nome da credora DILZA
ALVES DE ALMEIDA SENA, sem que esta tenha prestado os serviços ou fornecido o material. A
Auditoria informou que os itens referentes à contribuição previdenciária e inconsistências contábeis
no registro da despesa com pessoal fazem parte das irregularidades arroladas na prestação de
contas, item "16" supra, e, quanto às Notas de Empenho em favor da credora DILZA ALVES DE
ALMEIDA SENA, asseverou que analisou a documentação de despesa e não constatou a
procedência e nem maiores irregularidades, a não ser a informação errônea do empenho no
SAGRES pela Administração Municipal.
A segunda denúncia, Processo TC n° 02572/08, fls. 1091/1198, trata de fracionamento de
licitações e superfaturamento de preços na aquisição de merenda escolar e material hospitalar,
realização de despesas sem licitação e despesas sem comprovação, no valor de R$ 14.575,00. A
Auditoria, ao comentar que a despesa não licitada se encontra destacada na análise da prestação de
contas, item "16" supra, constatou a procedência dos demais itens.
A última denúncia, Processo TC nO01495/08, fls. 119911213, diz respeito à aquisição de
carteiras escolares superfaturadas e sem o recebimento de parte delas. A Auditoria, preliminarmente,
considerou de procedência parcial.

Em virtude das irregularidades anotadas nos itens "16" e "17", o interessado, regularmente notificado,
apresentou as justificativas e documentos de fls. 3997/4021.
A Auditoria, no relatório de análise de defesa às fls. 597715984, entendeu elididas as falhas destacadas
no exame da prestação de contas relacionadas à despesa não licitada, excesso na remuneração dos Secretários
Municipais, saldo a descoberto na clc do FUNDEF, despesas irregularidades, no montante de R$ 3.650,50,
não retenção de ISS. Anotou como improcedentes os fatos denunciados referentes à aquisição de carteira
superfaturadas e sem o recebimento de parte delas, superfaturamento na aquisição de merenda escolar
despesas sem comprovação, no valor de R$ 14.575,00. Quanto aos demais itens relacionados na análise d
prestação de contas e das denúncias, manteve o entendimento inicial, conforme comentários abaixo resumidos:
A) EXCESSO NA DESPESA COM PESSOAL
DEFESA - alegou que a irregularidade é herança da administração anterior e que adotou medidas
saneadoras, reduzindo a despesa de 61,77%, em 2005, para 58,03% da RCL, em 2006. Ressaltou,
ainda, que a exclusão das obrigações patronais - Parecer Normativo PN TC 12/2007 - reduz ainda
mais a aplicação para 51,4% da RCL.
AUDITORIA - rebateu informando que a recomendação de adequação dos gastos em tela se
encontra no Parecer PPL TC 95/2007, lançado quando da análise das contas de 2005. Adiantou que

medida foi adotada para a redução da despesa. /" ? J ''


os números apresentados pelo defendente exibem um acréscimo da RCL, comprovando que nehuma

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B) NÃO ATENDIMENTO ÀS DISPOSiÇÕES DA LRF QUANTO AO MONTANTE DA DíVIDA


CONSOLIDADA
DEFESA - ao mencionar a dificuldade de obter informações acerca do real montante da dívida,
motivo pelo qual o demonstrativo próprio da PCA de 2005 não foi encaminhado, ressaltou que
medidas estão sendo adotadas objetivando o enquadramento aos limites legais.
AUDITORIA - inobstante as alegações do defendente, constitui dever da Administração o devido
acompanhamento visando ao atendimento das determinações contidas na LRF.
C) ADOÇÃO INDEVIDA DE DISPENSA DE LICITAÇÃO
DEFESA - justificou que decorreu de dificuldades operacionias da CPL e, para evitar o caos no
andamento dos trabalhos, foi adotada a dispensa para aquisição de combustível por apenas sessenta
dias, cujos preços foram compatíveis com os de mercado, descaracterizando favorecimento.
AUDITORIA - "apesar do preço apresentar compatibilidade com os de mercado, a falha é relevante"
(prevista no art. 89 da Lei nO8666/93) "e o favorecimento a terceiros em detrimento do interesse
público está intrínseco no cometimento da mesma."
D) CONCESSÃO IRREGULAR DE ABONO COM RECURSOS DO FUNDEF
DEFESA - alegou que o objetivo não foi apenas alcançar o limite de aplicação na despesa, sem
comprometimento com o ensino, e o abono foi concedido de forma provisória em respeito aos limites
de gastos com pessoal previstos na LRF. Por outro lado, admitiu que a Prefeitura não poderia deixar
de cumprir a abrigação de aplicar o percentual mínimo em remuneração dos profissionais do
magistério.
AUDITORIA - o abono representou 15,47% da despesa com remuneração dos profissionais do
magistério e sua exclusão reduziria a aplicação para 57,32%, abaixo do limite determinado. A
alegação de que o caráter provisório do abono decorreu do cumprimento do limite da despesa com
pessoal não pode prosperar porque o gestor, conforme já comentado no item correspondente, não
adotou medidas de adequação da despesa com pessoal. Por fim, frisou que o próprio gestor admitiu
ao final de sua defesa que a Prefeitura não poderia deixar de cumprir a obrigação de aplicação
mínima em remuneração dos profissionais do magistério.
E) AUMENTO DE REMUNERAÇÃO, DESRESPEITANDO O ART. 22, PARÀGRAFO ÚNICO, I, DA LRF
DEFESA - alegou que a concessão do abono aos profissionais do magistério se deu porque a
Administração não poderia deixar de aplicar o mínimo legalmente estabelecido, bem como para
estimular os mencionados servidores na condução de propostas educacionais eficazes.
AUDITORIA - a falta de adoção de medidas objetivando o enquadramento da despesa de pessoal ao
limite legal e a concessão de abono de caráter provisório confirmam a irregularidade.
F) IRREGULARIDADES EM PROCESSOS L1CITATÓRIOS (FRACIONAMENTO DE L1CITACÃO)
DEFESA - argumentou o mau dimensionamento da quantidade necessária de alimentos, ao tempo
em que asseverou que ambas as licitações ocorreram em conformidade com a legislação vigente e
em obediência aos princípios administrativos aplicados ao instituto da licitação.
AUDITORIA - não há justificativa plausível para um mau dimensionamento da quantidade de
merenda escolar, pois não existem grandes variações de um exercício para outro. Ademais, a
realização de vários convites em detrimento da adoção da tomada de preços restringe o caráter

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competitivo, pois quanto maior a quantidade maior a competitividade e, consequentemente, maior a
possibilidade de obtenção da proposta mais vantajosa. .:» ;;
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G) NÃO RETENÇÃO DE CONTRIBUiÇÕES PREVIDENCIÁRIAS SOBRE A REMUNERAÇÃO DOS


AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E AGENTES EPIDEMIOLÓGICOS, NO VALOR DE R$
25.398,03
H) NÃO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUiÇÕES PATRONAIS AO INSS, NO MONTANTE DE R$
512.754.70
DEFESA - mencionou ser temerário o cálculo efetuado pela Auditoria, como manifestado pelo
Tribunal Pleno. Adiantou que, durante 2007, o município celebrou acordo de parcelamento junto ao
INSS incluindo a dívida referente a 2006, cujos pagamentos são descontados diretamente nas cotas
do FPM.
AUDITORIA - além de extemporâneo, o parcelamento em 2007 gerou juros e multas, o que provoca
danos ao erário. Ressaltou, ainda, que não efetuou cálculo algum, apenas somou as parcelas
informadas pelo gestor nas folhas de pagamento. Lembrou, por fim, que a irregularidade constitui
motivo de reprovação das contas, confrome o disposto no Parecer Normativo PN TC 52/2004.
I) CONCESSÃO ABUSIVA DE DIÁRIAS AO PREFEITO, NO VALOR DE R$ 28.224,00
DEFESA - justificou não se tratar de remuneração indireta, pois os deslocamentos tiveram como
objetivo atender às necessidades do município. Quanto ao reajuste em 2005, a finalidade foi adequar
o valor para atendimento das despesas.
AUDITORIA - a majoração não é o fato nuclear da irregularidade, foi apenas citada. O que foi
ressaltado foi a concessão abusiva, caracterizada por representar 29,4% da remuneração do Prefeito
no exercício.

O processo foi encaminhado ao Ministério Público junto ao Tribunal, que, através do Parecer nO
1017/2008, entendeu, em resumo:
1. EXCESSO NOS GASTOS COM PESSOAL
"A despesa com pessoal do Executivo, por se encontrar, ao final do exercicio, acima
dos límites previstos na LC n° 10112000, não constitui máculas às contas, no máximo, enseja
recomendações. Em face da extremada situação e da expiração do prazo para se determinar
qualquer providência - o segundo quadrimestre seguinte a dezembro de 2006 findou em 3110812007-
, resta ao Tribunal de Contas determinar a verificação, através da Auditoria, da efetiva redução d
contingente excessivo dentro do prazo e através das medidas legais cabíveis, devendo a informaçã
colhida subsidiar a prestação de contas de 2007, no qual extingue-se o prazo para a reduçã
necessária."
2. DíVIDA CONSOLIDADA ACIMA DO LIMITE
"A dívida acima do límite ao final do exercício também não representa irregularidade,
mas sim a falta de providências para a sua adequação, nos termos da LC 101/2000 e Resolução do
Senado Federal."
3. DISPENSA INDEVIDA DE PROCESSO L1CITATÓRIO E IRREGULARIDADES EM PROCESSOS
L1CITATÓRIOS (FRACIONAMENTO DE LICITAÇÃO)
Apesar de a Auditoria ter apontado falhas em procedimentos licitatórios, "não acusou
qualquer excesso de preço ou falta de fornecimento de serviços e bens neles noticiados", cabendo,
assim, "recomendações à escorreita aplícação da lei, sem prejuízo da multa legal por infringência a
dispositivos da Lei n° 8. 666193". ~

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PROCESSO TC N° 02088/07 FI. 6/7

4. CONCESSÃO DE ABONO COM RECURSOS DO FUNDEF, CONTRARIANDO O PARECER PN TC


47/99, E CONCESSÃO DE AUMENTO SALARIAL, DESRESPEITANDO O ART. 22, § ÚNICO, I DA
LRF
"Cabem recomendações para um melhor planejamento na aplicação dos recursos do
FUNDEB, evitando, assim, medidas emergenciais para se alcançar o índice constitucional, mas
rompendo com outros requisitos legais de aplicação das receitas públicas. "
5. NÃO RETENÇÃO D~ CONTRIBUiÇÕES PREVIDENCIÁRIAS S9BRE A REMUNERAÇÃO DOS
AGENTES COMUNITARIOS DE SAUDE E AGENTES EPIDEMIOLOGICOS, NO MONTANTE DE R$
25.398,03, E NÃO RECOLHIMENTO DE CONTRIBUiÇÕES PATRONAIS AO INSS, NO MONTANTE
DE R$ 512.754,70
Ao discorrer sobre as diversas formas de cobrança do crédito tributário, como retenções
diretas do FPM, FPE e outras receitas públicas, nas dimensões de parcelamento de dívida, encargos
e obrigações correntes, e evidenciar que a página eletrônica do Ministério da Previdência e
Assistência Social exibe certidão "dando notícia de que o município estava, no final de 2006 e no
início de 2007, em dia com suas obrigações previdenciárias", concluiu que o fato apurado pela d.
Auditoria "não pode repercutir negativamente na apreciação das contas, sem prejuízo de
recomendações à edilidade e comunicações ao órgão federal encarregado da exação previdenciária",
6. CONCESSÃO ABUSIVA DE DIÁRIAS AO PREFEITO, NO MONTANTE DE R$ 28.224,00
Pelos valores informados pela Auditoria, o Prefeito teria recebido 84 diárias no exercício
ou 07 por mês. Quantidade que se mostra razoável diante das atribuições de um Prefeito, "não
sendo, assim, hipótese de glosa da despesa, sem prejuízo das recomendações em busca de um
melhor detalhamento nos respectivos comprovantes",
7. POR FIM, ao mencionar que "à luz da legislação e da jurisprudência assentada nesta Corte de
Contas, notadamente em face do Parecer PN TC 52/2004, os fatos apurados pela sempre diligente d.
Auditoria, apesar de atraírem providências administrativas para o aperfeiçoamento da gestão pública,
não justificam a imoderada reprovação das contas", pugnou pelo(a):
7.1. declaração de atendimento integral aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
7,2. emissão de parecer favorável à aprovação da prestação de contas;
7.3. julgamento regular com ressalvas das despesas à margem da lei de licitações, sem imputação
de débito em razão da falta de indicação de danos materiais ao erário;
7.4. aplicação de multa ao Prefeito por descumprimento da lei de licitações, com fulcro na CF/88,
art. 71, VIII, e LOTCE nO18/93, art. 56, 11;
7.5. emissão de recomendações à Administração Municipal de diligências no sentido de prevenir a
repetição das falhas acusadas no exercício de 2006; e
7.6. comunicação à Receita Federal dos fatos relacionados às contribuições previdenciárias para
as providências a seu cargo.
É o relatório, informando que as notificações de praxe foram efetuadas. ~.
2. VOTO DO RELATOR
Antes de proferir o voto, é de se registrar que a Prefeitura celebrou acordo de parcelamento da dívida
previdenciária junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil, unidade de Campina Grande, em 28/06/2007,

TPOF",fls. 5879:58~
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abrangendo o período de abril/2001 a fevereiro/2007, conforme "Termo de Parcelamento de Dívida Fiscal -
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PROCESSO TC N° 02088/07 FI. 7/7

Ante todo o exposto, o Relator, em concordância com as ponderações apresentadas no Parecer do


Ministério Público Especial, vota no sentido de que os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba
que:
I. emita parecer favorável à aprovação da prestação de contas sob exame;
11. declare atendidos os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
111.recomende ao gestor que observe os comandos legais norteadores da Administração Pública,
notadamente os princípios constitucionais e as Leis nO4320/1964, 10112000 e 8666/93; e
IV. determine o envio de cópia do ato formalizador à Auditoria para conhecimento e verificar na PCA de
2007 se os gastos com pessoal retornaram ao limite legal.
3. DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO
Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO02088/07; e
CONSIDERANDO que a declaração de atendimento aos preceitos da LRF, bem como o envio de cópia do
ato formalizador à Auditoria para conhecimento e verificar na PCA de 2007 se os gastos com pessoal retornaram
ao limite legal, constituem objeto de Acórdão a ser emitido em separado;
CONSIDERANDO o relatório da Auditoria, o voto do Relator e o mais que dos autos consta;
Os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-PB), por unanimidade, na
sessão plenária realizada nesta data, decidem, acatando a proposta de decisão do Relator:
EMITIR PARECER FAVORÁVEL À APROVAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAIS DO
MUNICípIO DE AREIA, relativa ao exercício de 2006, de responsabilidade do Prefeito Élson da Cunha Lima
Filho, com as ressalvas contidas no parágrafo único do art. 124 do Regimento Interno do TCE e as
recomendações de observância dos comandos legais norteadores da Administração Pública, notadamente dos
princípios constitucionais e das Leis n° 4320/1964, 101/2000 e 8666/93.

Pu61i ue-se.
Sala das Sessões do TCE-F?B lenário Ministro João Agripino.
João Pessoa, 115 ou de 2008.

in ando Diniz Filho Conselheiro FáPLq Túlio Filgueiras Nogueira


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-Canselh ro ' bstituto ÚmbMo SilvfJira tdorto

/ André Carlo Torres Pontes


P acurador Geral, em exercício, do
inistério Público junto ao TCElPB

JGC

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