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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Em virtude das irregularidades anotadas no item "17" e sub-itens, o interessado, regularmente notificado,
apresentou as justificativas e documentos de fls. 135711885.
A Auditoria, no relatório de análise de defesa às fls. 1894/1900, entendeu elididas as falhas relacionadas
à despesa a comprovar com combustíveis, não contabilização da dívida fundada do município e aplicação em
remuneração dos profissionais do magistério, que passou de 57,86% para 60,54% dos recursos provenientes do
FUNDEF. Quanto aos demais itens, manteve o entendimento inicial, conforme comentáríos abaixo resumidos,
com redução dos valores da despesa não comprovada com contribuição ao INSS de R$ 633.814,50 para R$
321.678,45 e do saldo a descoberto de R$ 77.534,40 para R$ 20.247,24, pelos quais o gestor deve ser
responsabilizado:
A) ABERTURA E UTILIZACÃO DE CRÉDITOS ADICIONAIS SEM AUTORIZACÃO LEGISLATIVA
DEFESA - apresentou a Lei nO15/2007, de 27/12/2006, que altera o limite para abertura de créditos
suplementares constante da Lei Orçamentária para 2006.
AUDITORIA - a Lei, que recebeu numeração seqüencial de 2007, não está contida na certidão
fornecida pela Câmara Municipal e a alteração no orçamento a apenas quatro dias do final do ano
(sancionada em 27/12/2006) demonstra descontrole na execução orçamentária. Quanto à publicação,
a Lei constante do Diário Oficial encaminhado não contém a assinatura do Prefeito.
B) BALANCO FINANCEIRO INCORRETAMENTE ELABORADO
DEFESA - decorreu do saldo a descoberto de R$ 77.534,40 e da não comprovação de
disponibilidade de R$ 237.715,32, cujas justificativas e comprovações estão anexas, juntamente com
novo balanço devidamente alterado.
AUDITORIA - o novo balanço não reflete a realidade contábil do ente, visto que o valor das
disponibilidades não foi esclarecido.
C) DESPESA NÃO LICITADA
DEFESA - anexou processos de licitação e informou que, no tocante aos combustíveis, apesar de
divulgada a necessidade de aquisição no jornal A UNIÃO, não surgiram interessados (art. 24, inciso
V, da Lei nO8666/93).
AUDITORIA - os processos licitatórios anexados dizem respeito a dispensas de licitação para
aquisição de gêneros alimentícios, fundamentando-se no art. 24, inciso XII1, da Lei nO8666/93, que
admite a adoção da dispensa até a realização da licitação. Quanto aos combustíveis, não foram
anexados documentos que comprovassem a realização de licitação.
D) NÃO PUBLlCACÃO DE L1CITACÃO
DEFESA - a publicação foi efetuada no Diário Oficial do Município para contratação de prestadores
de serviço de transporte escolar no âmbito do município, visto que, em exercício pretérito, apesar da
divulgação em jornal de grande circulação, apenas os proponentes locais se interessaram.
AUDITORIA - a dívulgação em jornal de grande circulação é de essencial importância para
ampliação da concorrência e obtenção da proposta mais vantajosa para o município
E) NÃO RETEN ÃO DE CONTRIBUI ÕES AO INSS INCIDENTES SOBRE OS
PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
xii - nas compras de horfifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos proc4ssos Iicitat6rios
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Instado a se manifestar, o Ministério Público junto ao TCE/PB emitiu o Parecer nO 1008/08, com o
entendimento a seguir resumido:
1. ABERTURA E UTILIZAÇÃO DE CRÉDITOS ADICIONAIS SEM AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA -
"constitui ato ilícito, porque realizado contrariamente ao disposto na lei de normas gerais de finanças
públicas (Lei n° 4320/642), passível de multa e causadora de gravame à aprovação das contas;
2 AIt. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abeltos por decreto executivo.
AIt. 43. A abeltura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de
exposição justificativa. (Veto rejeitado no 0.0.05/05/1964)
§ 1° Consideram-se recursos para o fim deste altigo, desde que não comprometidos: (Veto rejeitado no 0.0. 05/05/1964)
1- o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; (Veto rejeitado no 0.0. 05/05/1964)
1/- os provenientes de excesso de arrecadação; (Veto rejeitado no 0.0. 05/05/1964)
11I- os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei; (Veto rejeitado no O.O.
05/05/1964)
IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-Ias. (Veto rejeitado no O.O..
05/05/1964) ~ ~ ) fI"/ .)
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3 Art. 37. A administraçâo pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uniâo, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios obedecerá aos
principios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redaçâo dada pela Emenda Constitucional nO19,
de 1998)
XXI - ressalvados os casos especificados na legislaçâo, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitaçoo
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificaçâo técnica e econõmica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações.
4 Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
li - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades
da administraçâo federal, bem como da aplicaçâo de recursos públicos por entidades de direito privado;
5 Art. 63. A liquidaçâo da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os titulos e documeucomprObatóriOS do
respectivo crédito.
§ 1o Essa verificaçâo tem por fim apurar: .
I - a origem e o objeto do que se deve pagar; ,
11- a importãncia exata a pagar;
/11-a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigaçâo. /1'
§ 2° A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acõrdo respectivo;
li - a nota de empenho;
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6.3. JULGAMENTO IRREGULAR das despesas não licitadas, sem imputação de débito, em razão
da falta de indicação de danos materiais ao erário, ressalvado o item a seguir;
6.4. JULGAMENTO IRREGULAR da guarda, administração e uso de recursos sem comprovação e
de forma danosa ao erário, com imputação do débito, na importância de R$ 579.641,01,
referente à não comprovação de despesas com contribuições ao INSS (R$ 321.678,45), saldo
financeiro a descoberto (R$ 20.247,24) e não comprovação da disponibilidade ao final do
exercício (R$ 237.715,32);
6.5. REPRESENTAÇÃO ao órgão previdenciário do fato relacionado às contribuições
previdenciárias;
6.6. APLICAÇÃO DE MULTA ao Prefeito, por ilegalidade e danos ao erário, com fulcro na
Constituição Federal, art. 71, VIII, e LCE nO18/93, arts. 55 e 56,11;
6.7. REPRESENTAÇÃO à Procuradoria Geral de Justiça para as providências a seu cargo; e
6.8. RECOMENDAÇÃO de diligências no sentido de prevenir a repetição das falhas acusadas no
exercício de 2006.
Foi protocolizado, às 13:23h, pedido, formulado pelo advogado Thiago Leite Ferreira, de habilitação nos
autos e adiamento da apreciação do processo, no sentido de possibilitar vista aos mesmos e promover
sustentação oral de defesa, fls. 1920/1923.
Diante das circunstâncias em que ocorreu o pedido, ou seja, quando a sessão já havia sido iniciada,
sendo apenas suspensa para o período da tarde, em decorrência do almoço, e tendo, ainda, sido substabelecido
poderes, ao requerente, de advogado não habilitado nos autos, e considerando o que dispõe o art. 210 do
RITCE-PB clc o art. 45 do Código de Processo Civil, o Relator propôs que o requerimento não fosse aceito, o
que foi acolhido pela maioria de votos dos Conselheiros.
1121-5, 1122-3, 1123-1, 1124-X, 1177-0 e 6597-8, fls. 688/691, 693 e 709), e outros apresentam saldo com
datas também anteriores a 2005, porém, com a observação liA CONTA NÃO FOI MOVIMENTADA" (C/C 7577-9,
25108-9 e 25127-5, fls. 711, 717 e 718). Constata-se, dessa forma, que procedem as alegações do gestor de
que não efetuou qualquer movimentação nas contas mencionadas durante os exercícíos de 2005 e 2006, cujos
saldos são os mesmos constantes do SAGRES ao final de 2004, conforme documentos de fls. 1911/1919.
Já no tocante à falta de comprovação de disponibilidades ao final do exercício, no valor de R$
237.715,32, o gestor apresentou as mesmas alegações citadas no parágrafo anterior, entretanto, não anexou
qualquer documento bancário comprovando os termos da defesa, cabendo, nesse caso, a imputação da
importância.
No mais, diante da falta de justificativas convincentes por parte do defendente, o Relator acompanha o
entendimento da Auditoria, ratificado pelo Ministério Público junto ao TCE/PB.
Feitas essas observações, o Relator propõe aos Conselheiros do TCE/PB que:
1. DECLAREM INTEGRALMENTE ATENDIDOS os preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal;
2. EMITAM PARECER CONTRÁRIO À APROVAÇÃO das presentes contas, em virtude da abertura e
utilização de créditos adicionais sem autorização legislativa, despesa não licitada, não retenção de
contribuições ao INSS sobre os subsídios do Prefeito e Vice-prefeito, não comprovação de despesas
com contribuições ao INSS (R$ 321.678,45) e não comprovação da disponibilidade ao final do
exercício (R$ 237.715,32);
3. IMPUTEM DÉBITO ao gestor, na importância de R$ 559.393,77, referente à não comprovação de
despesas com contribuições ao INSS (R$ 321.678,45) e não comprovação da disponibilidade
financeira ao final do exercício (R$ 237.715,32);
4. COMUNIQUEM à Secretaria da Receita Federal do Brasil, em João Pessoa, o não recolhimento das
obrigações previdenciárias incidentes sobre os subsídios pagos ao Prefeito e ao Vice-prefeito;
5. APLIQUEM A MULTA de R$ 2.805,10 ao gestor, com fulcro na Lei Orgânica do TCE/PB, em virtude
das irregularidades anotadas pela Auditoria;
6. REPRESENTEM junto à Procuradoria de Justiça do Estado acerca das irregularidades nestes autos
abordadas, para as providências a seu cargo; e
7. RECOMENDEM ao gestor maior observância dos mandamentos legais norteadores da Administração
Pública, contidos na Constituição Federal e nas Leis nO101/00, 4320/64 e 8666/93, bem como dos
normativos emanados do Conselho Federal de Contabilidade.
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MUNiCípIO DE ARAR UNA, relativa ao exercício de 2006, de responsabilidade do Prefeito Avaíldo Luís de '
Alcântara Azevedo, recomendando-se "ao gestor maior observância dos comandos legais norteadores da'
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PROCESSO TC N° 02525107
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Administração Pública, notadamente dos princípios constitucionais e das Leis n° 4320/1964, 101/2000 e
8666/93, bem como dos normativos emanados do Conselho Federal de Contabilidade.
Publique-se.
Sala das Sessões do TCE-PB - Pie 'io Ministro João Agripino.
João Pessoa, 1° d
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tu o de 2008.
do Diniz Filho
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C<Joselhei!f:'~ Marques Mariz
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Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras~uei;a"---J
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