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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, REMETER
cópias das peças técnicas, fls. 161/166 e 226/228, do parecer do Ministério Público Especial,
fls. 230/232, e desta decisão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba,
para as providências cabíveis.
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Auditor Renato Sérgio Sàí1fiago lYfelo
Relator
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Presente:
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Os peritos da Divisão de Auditoria da Gestão Municipal VI - DIAGM VI, com base nos
documentos insertos nos autos e em inspeção realizada na Comuna, emitiram o relatório
inicial de fls. 161/166, constatando, sumariamente, que: a) as contas foram apresentadas ao
TCE/PB no prazo legal; b) a Lei Orçamentária Anual - Lei Municipal n.? 890/2005 - estimou
as transferências em R$ 360.000,00 e fixou a despesa em igual valor; c) a receita
orçamentária efetivamente transferida, durante o exercício, foi da ordem de R$ 360.500,00,
correspondendo a 100,14% da previsão originária; d) a despesa orçamentária realizada
atingiu o montante de R$ 360.679,18, representando 100,19% dos gastos fixados; e) o total
da despesa do Poder Legislativo alcançou o percentual de 6,81% do somatório da receita
tributária e das transferências efetivamente arrecadadas no exercício anterior pela
Urbe - R$ 5.300.009,91; f) os gastos com folha de pagamento da Câmara Municipal
abrangeram a importância de R$ 197.323,90 ou 54,74% dos recursos transferidos;
g) a receita extra-orçamentária, acumulada no período, compreendeu o montante de
R$ 17.506,74; e h) a despesa extra-orçamentária, executada durante o exercício, atingiu a
soma de R$ 17.327,56.
Devidamente citada, fls. 167/169, a Chefe do Poder Legislativo durante o exercício financeiro
de 2006, Sra. Rosângela Galdino de Araújo Bonfim, apresentou a contestação de
fls. 171/223, na qual juntou documentos e argumentou, em síntese, que: a) o RGF do 20
semestre do exercício foi anexado à defesa, com a comprovação da sua publicação no Jornal
Oficial do Município; b) as despesas tidas como não licitadas foram tratadas dentro das
normas estabelecidas pela Lei Nacional n.O 8.666/93 e suas posteriores alterações, cujos
procedimentos Iicitatórios foram juntados aos autos; e c) foram celebrados contratos de
prestação de serviços com carga horária mensal inferior ao que estabelece a Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT, justificando o pagamento de valor inferior ao salário mínimo
estabelecido pelo governo federal.
Ato contínuo, o álbum processual retornou à unidade técnica, que, examinando a referida
peça processual de defesa, fls. 226/228, acatou inicialmente a comprovação da publicação
do RGF - 2° semestre do período e destacou, como mácula remanescente, o não envio do
referido instrumento a esta Corte de Contas dentro do prazo estabelecido. Em seguida, os
analistas do Tribunal mantiveram in totum o seu posicionamento exordial relativamente às
demais elvas apontadas.
É o relatório.
Da análise efetuada pelos peritos deste Sinédrio de Contas, constata-se que as contas
apresentadas pela ex-Presidenta da Câmara Municipal de Pocinhos/PB, Sra. Rosângela
Galdino de Araújo Bonfim, relativas ao exercício financeiro de 2006, revelam algumas
irregularidades. Com efeito, conforme destacado pelos técnicos da Corte, fI. 226, verifica-se
ab initio o não envio ao Tribunal, no prazo estabelecido, do Relatório de Gestão Fiscal - RGF
relativo ao segundo semestre do exercício em análise, descumprindo o disposto no art. 18,
§1°, da Resolução Normativa RN - TC - 07/04, e implicando em multa automática e pessoal
para o responsável, consoante dispõe o seu art. 32, cabeça, in verbis.
Art. 18 - (omissis)
...
( )
I - (omissis)
percebe-se que estes também não se encaixam em caso de inexigibilidade de licitação, uma
vez que a empresa contratada não desempenhou trabalhos de natureza excepcional, mas
sim serviços administrativos habituais, onde não se vislumbra a necessidade de notória
especialização.
Além do mais, como a propna norma preconiza, deve ficar evidenciada a notória
especialização do prestador dos serviços para se configurar a hipótese de inexigibilidade de
licitação. Nos autos, nada existe que suscite a manifesta especialização da empresa e dos
profissionais contratados pelo Poder Legislativo da Urbe. Nesse sentido, reproduzimos
entendimento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo - TCE/SP, verbis:
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Por sua vez, o colendo Tribunal de Contas da União - TCU estabilizou seu posicionamento
acerca da matéria em análise através da, sempre atual, Súmula n. o 39, de 28 de dezembro
de 1973, vejamos:
No âmbito judicial, verificamos que Superior Tribunal de Justiça - STJ tem se posicionado
pela necessidade da efetiva comprovação da inviabilidade de competição para a
implementação do procedimento de inexigibilidade de licitação, consoante podemos verificar
do extrato de ementa transcrito a seguir, in verbis:
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
I - (omissis)
No que respeita à documentação trazida aos autos pela defesa, fls. 174/196, a fim de
comprovar a realização das licitações reclamadas pelos técnicos do Tribunal, fls. 161,
impende destacar, inicialmente, que nenhum dos procedimentos foi informado no Sistema
de Acompanhamento da Gestão dos Recursos da Sociedade - SAGRES. Ressalte-se, ainda,
que, antes mesmo da elaboração do relatório inicial, os inspetores da unidade de instrução
realizaram diligência na Câmara Municipal de Pocinhos/PB, com o objetivo de verificar a
existência de processos de licitação referentes às despesas realizadas no exercício
sub studio, fls. 160 e 165.
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Além disso, as cópias dos contratos celebrados entre o Poder Legislativo de Pocinhos/PB e o
contador, Djair Jacinto de Morais, bem como entre aquele e a empresa INFO EXPRESS
EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA., inseridas nos processos anexados'
defesa, fls. 188/189 e 195/196, não são compatíveis com as cópias obtidas previamente ela
unidade técnica, fls. 92/95.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
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Quanto ao Convite n. 01/2006, objetivando a locação de um veículo, observa-se que a
documentação apresentada pela postulante, fls. 174/176, está incompleta, pois constam
apenas a ata de abertura e julgamento das propostas, a homologação e o termo de
adjudicação, onde se faz referência ao Município de Serra Redonda e não ao de Pocinhos/PB.
Logo, cabe destacar que a licitação é o meio formalmente vinculado que proporciona à
Administração Pública melhores vantagens nos contratos e oferece aos administrados a
oportunidade de participar dos negócios públicos. Quando não realizada, representa séria
ameaça aos princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência, bem como da própria probidade administrativa.
Com efeito, deve ser enfatizado que a não realização dos mencionados procedimentos
licitatórios exigíveis vai, desde a origem, de encontro ao preconizado na Constituição da
República Federativa do Brasil, especialmente o disciplinado no art. 37, inciso XXI
verbum pro verbo:
I - (...
)
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Ademais, consoante previsto no art. lO, inciso VIII, da lei que dispõe sobre as sanções
aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional - Lei
Nacional n.o 8.429, de 2 de junho de 1992 -, a dispensa indevida do procedimento de
licitação consiste em ato de improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário,
verbatim:
1-( ...)
Igualmente inserida no rol das máculas destacadas pelos especialistas deste Pretória de
Contas está o pagamento de remuneração mensal à Sra. Maria das Dores Jacinto Costa, por
serviços de fornecimento de café e chá prestados diariamente na Casa Legislativa, com
valores abaixo do salário mínimo, fI. 88. Por estar configurada a relação de trabalho de
caráter não eventual sob vínculo de dependência, a referida servente equipara-se ao servidor
público. Logo, importa notar que constitui direito fundamental de qualquer trabalhador,
inclusive do servidor público de todas as esferas governamentais, o recebimento de
estipêndios nunca inferiores ao mínimo nacionalmente unificado, consoante estabelece o
art. 7°, inciso IV, c/c o art. 39, § 3°, ambos da Carta Magna, lpsis littens:
Art. 7° - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
I - (omissis)
Outrossim, cabe destacar que até mesmo para aqueles que possuem remuneração variável,
fixada por comissão, peça, tarefa ou outras modalidades, a obrigatoriedade de se pagar o
mínimo legal vigora, conforme preceitua o art. 1°, da Lei Nacional nO 8.716, de 11 de
outubro de 1993, que dispõe sobre a garantia do salário mínimo e dá outras providências,
senão vejamos:
Feitas essas colocações, merece destaque o fato de que as três elvas encontradas nos
presentes autos são suficientes para o julgamento irregular da prestação de contas
sub iudtce, conforme determinam os itens "2", "2.2", "2.10" e "2.12" c/c o item "6" do
parecer que uniformiza a interpretação e análise, pelo Tribunal, de alguns aspectos inerentes
às Prestações de Contas dos Poderes Municipais (Parecer Normativo PN - TC - 52/2004),
verbum pro verbo:
2.1. (omissis)
...
( )
( ...)
2.12.
Resumidos de Execução Orçamentária (REO)
Fiscal (RGF), nos termos da legislação vigente;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
( ...)
I - (omissis)
1) Com fundamento no art. 71, inciso 11, da Constituição Estadual, e no art. 1°, inciso I, da
Lei Complementar Estadual n.? 18/93, JULGUE IRREGULARES as contas da ordenadora de
despesas da Câmara Municipal de Pocinhos/Pê, durante o exercício financeiro de 2006,
Vereadora Rosângela Galdino de Araújo Bonfim.
1-.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
5) Com fulcro no art. 71, inciso XI, c/c o art. 75, caput, da Constituição Federal, REMETA
cópias das peças técnicas, fls. 161/166 e 226/228, do parecer do Ministério Público Especial,
fls. 230/232, e d a.decísão à augusta Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Paraíba,
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