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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N° 03709/03 (Documento N° 11011/05) FI. 1/3

Administração Direta Municipal. Prefeitura Municipal de Monte


Horebe. Prestação de Contas do Prefeito José Elosman Pedrosa,
relativa ao exercício de 2004. Emissão de parecer contrário à
aprovação das contas e de Acórdão com imputação de débito e
aplicação de multa, dentre outras determinações e recomendações.
Recurso de reconsideração. Conhecimento e provimento parcial,
apenas para reduzir o valor imputado e considerar cumprida a
determinação constitucional de aplicação em ações e serviços
públicos de saúde, mantendo-se os demais termos das decisões
recorridas.

ACÓRDÃO APL TC g g S 12008


1. RELATÓRIO
Examina-se o recurso de reconsideração impetrado pelo Prefeito de Monte Horebe, Sr. José Elosman
Pedrosa, contra as decisões consubstanciadas no Parecer PPL TC 38/2007 e no Acórdão APL TC 157/2007,
emitidos na ocasião do exame da prestação de contas de sua responsabilidade, relativa ao exercício de 2004.
O Tribunal Pleno, na sessão de 21 de fevereiro de 2007, decidiu:
1. através do Parecer PPL TC 38/2007, publicado em 10104/2007, se manifestar contrariamente à
aprovação das contas, em face das despesas insuficientemente comprovadas, no montante de R$
250.971,93, insuficiência financeira para quitação dos compromissos de curto prazo, despesa não
licitada, descaso na administração de bens públicos e aplicação de apenas 14,67% da receita de
impostos em ações e serviços públicos de saúde;
2. através do Acórdão APL TC 157/2007, publicado em 10104/2007:
2.1. imputar débito ao Ex-prefeito, Sr. José Elosman Pedrosa, no valor de R$ 250.971,93 (duzentos
e cinqüenta mil, novecentos e setenta e um reais e noventa e três centavos), em virtude das
despesas insuficientemente comprovadas;
2.2. assinar o prazo de 60 (sessenta) ao mesmo gestor para recolhimento voluntário da imputação
de débito constante do item anterior aos cofres municipais, cabendo ao atual Prefeito, no
interstício máximo de 30 (trinta) dias após o término daquele prazo, velar pelo seu integral
cumprimento, sob pena de responsabilidade e intervenção do Ministério Público, na hipótese
de omissão, conforme dispõe o art. 71, § 4° da Constituição do Estado da Paraíba;
2.3. aplicar multa pessoal ao mesmo gestor, no valor de R$ 2.805,10, com fulcro no art. 56, inciso
11, da Lei Orgânica do TCE/PB, em virtude das irregularidades anotadas, com fundamento no
art. 56, inciso 11, da LOTCE-PB;
2.4. aplicar, também, ao mesmo gestor a multa no valor de R$ 1.600,00, com fundamento na
Resolução RN TC 07/2003, por atraso na entrega da Lei Orçamentária ao Tribunal;
2.5. assinar o prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da publicação deste ato, para recolhiment
voluntário das multas constantes dos itens "2.3" e "2.4" à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, sob pena de cobrança executiva, desde logo
recomendada, conforme o disposto no art. 71, § 4' da Constituição do Estado da parai;;':

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2.6. determinar o encaminhamento de cópias das principais peças do processo à Procuradoria


Geral de Justiça do Estado para que, diante dos indícios de cometimento de atos de
improbidade administrativa, adote as medidas a seu cargo;
2.7. representar junto ao TCU, através da SECEX-PB, acerca das despesas realizadas à conta do
convênio celebrado com o Ministério da Saúde, totalizando R$ 139.971,80, cuja obra não foi
executada; e
2.8. recomendar ao atual Prefeito de Monte Horebe, Sr. Erivan Dias Guarita, a estrita observância
dos princípios e dos normativos reguladores da Administração Pública, sobretudo no tocante à
manutenção dos bens públicos e quitação das folhas de pagamento em atraso, se subsistente.
Irresignado, o Sr. José Elosman Pedrosa, através de Advogados legalmente constituídos, impetrou, em
25/04/2007, o recurso de reconsideração às fls. 696/838, fazendo menção apenas à imputação de R$
250.971,93 (duzentos e cinqüenta mil, novecentos e setenta e um reais e noventa e três centavos). Em suas
alegações, informou que, na qualidade de ex-gestor, teve dificuldade em reunir os documentos necessários à
instrução processual, pela falta de acesso aos arquivos da Prefeitura, mas que, nesta oportunidade, a
documentação colacionada seria suficiente à comprovação das despesas e consequente modificação das peças
combatidas.
A Auditoria, por sua vez, no relatório de fls. 843/844, considerou devidamente comprovadas despesas no
total de R$ 108.220,65 (cento e oito mil, duzentos e vinte reais e sessenta e cinco centavos), subsistindo sem
comprovação o valor de R$ 142.751,28 (cento e quarenta e dois mil, setecentos e cinqüenta e um reais e vinte e
oito centavos).
Instado a se pronunciar, o Ministério Público junto ao TCE/PB emitiu o Parecer nO 1058/08, fls. 845/846,
entendendo tempestivo o recurso, posto que foi respeitado o prazo máximo de quinze dias entre a publicação
das decisões e a interposição da peça recursal. Quanto ao mérito, entendeu que os documentos apresentados
apenas aproveitam ao interessado no concernente à diminuição do valor imputado. Desta forma, cabe
provimento parcial para redução da imputação por despesas desprovidas de documentos comprobatórios de R$
250.971,93 (duzentos e cinqüenta mil, novecentos e setenta e um reais e noventa e três centavos) para R$
142.751,28 (cento e quarenta e dois mil, setecentos e cinqüenta e um reais e vinte e oito centavos), mantendo-
se, quanto ao mais, os termos das decisões vergastadas.
O Relator determinou o retorno dos autos à Auditoria para que se pronunciasse quanto ao impacto das
despesas consideradas como comprovadas sobre a aplicação em ações e serviços públicos de saúde.
A Auditoria, por sua vez, através do complemento de instrução à fl. 852, informou que despesas no valor
de R$ 8.077,55, comprovadas em sede de recurso de reconsideração, compõem o universo da aplicação em
saúde, que passou para R$ 389.178,52, correspondentes a 14,98% da receita de impostos.
É o relatório, informando que os interessados foram devidamente notificados para esta sessão de
julgamento.
2. PROPOSTA DE DECISÃO DO RELATOR
Antes de proferir a proposta, é importante ressaltar que a Auditoria, em complemento de instrução à fl.
852, apontou que os gastos com saúde atingiram 14,98% da receita de impostos. O Relator entende que pod
ser considerada cumprida a determinação constitucional de aplicação em ações e serviços públicos de saúde.
Assim, ante as conclusões da Auditoria e do Ministério Público junto ao TCE/PB, o Relator propõe aos \
Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado da Paraiba que, preliminarmente, tomem conhecimento do \.~
recurso de reconsideração interposto, dado o atendimento aos pressupostos da tempestividade e da legitimidade \
do impetrante, e, no mérito, dêem-lhe provimento parcial, para reduzir o valor imputado de R$ 250.97

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(duzentos e cinqüenta mil, novecentos e setenta e um reais e noventa e três centavos) para R$ 142.751,28
(cento e quarenta e dois mil, setecentos e cinqüenta e um reais e vinte e oito centavos), referentes a despesas
insuficientemente comprovadas, bem como para considerar cumprida a aplicação em ações e serviços públicos
de saúde, mantendo-se os demais termos das decisões proferidas.
É a proposta.
3. DECISÃO DO TRIBUNAL PLENO
Vistos, relatados e discutidos os autos do Processo TC nO03709/03 (Documento TC nO11011/05), no
tocante ao recurso de reconsideração impetrado pelo Ex-prefeito de Monte Horebe, Sr. José Elosman Pedrosa,
contra as decisões consubstanciadas no Parecer PPL TC 38/2007 e no Acórdão APL TC 157/2007, emitidos na
ocasião do exame da prestação de contas referente ao exercício de 2004, ACORDAM os Conselheiros do
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA, por unanimidade, na sessão plenária realizada nesta data,
acatando a proposta de decisão do Relator, em, preliminarmente, tomar conhecimento do recurso de
reconsideração, visto que foram cumpridos os requisitos da legitimidade do impetrante e da tempestividade, e,
no mérito, dar provimento parcial, para reduzir o valor imputado de R$ 250.971,93 (duzentos e cinqüenta mil,
novecentos e setenta e um reais e noventa e três centavos) para R$ 142.751,28 (cento e quarenta e dois mil,
setecentos e cinqüenta e um reais e vinte e oito centavos), referentes a despesas insuficientemente
comporvadas, bem como para considerar cumprida a determinação constitucional de aplicação em ações e
serviços públicos de saúde, mantendo-se os demais termos das decisões recorridas (Parecer PPL TC 38/2007 e
Acórdão APL TC 157/2007).

/~~~ Conselhei" A

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Audji6r A onio Cláudio Silva Santos; \~aTerêsa~
/ Relator \ Procuradora Geral do
Ministério Públicojunto ao TCEIPB

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