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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02556/06

Objeto: Recurso de Reconsideração


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Impetrante: Antônio Marculino da Silva

EMENTA: PODER LEGISLATIVO MUNICIPAL - PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS - PRESIDENTE DE CÂMARA DE VEREADORES -
ORDENADOR DE DESPESAS- IRREGULARIDADE - APLICAÇÃO DE
MULTA - FIXAÇÃO DE PRAZO PARA RECOLHIMENTO -
RECOMENDAÇÕES - REPRESENTAÇÕES - INTERPOSIÇÃO DE
RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO REMÉDIO JURÍDICO
ESTABELECIDO NO ART. 31, INCISO lI, C/C O ART. 33, AMBOS DA
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.o 18/93 - Apresentação de
justificativas incapazes de elidir as máculas constatadas.
Conhecimento do recurso e, no mérito, pelo seu não provimento.
Remessa dos autos à Corregedoria da Corte.

Vistos, relatados e discutidos os autos do RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO interposto pelo


Presidente do Poder Legislativo do Município de Serra da Raiz/PB, Sr. Antônio Marculino da
Silva, em face da decisão desta Corte de Contas, consubstanciada no ACÓRDÃO
APL - TC - 219/08, de 16 de abril de 2008, publicado no Diário Oficial do Estado de 17 de
junho do mesmo ano, acordam os Conselheiros integrantes do TRIBUNAL DE CONTAS DO
ESTADO DA PARAÍBA, por unanimidade, em sessão plenária realizada nesta data, na
conformidade da proposta de decisão do relator a seguir, com a declaração de impedimento
do Conselheiro Antônio Nominando Diniz Filho, em:

1) TOMAR conhecimento do recurso, diante da legitimidade do recorrente e da


tempestividade de sua apresentação, e, no mérito, pelo seu não provimento.

2) REMETER os autos do presente processo à Corregedoria deste Tribunal para as


providências que se fizerem necessárias.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, 22 de outubro de 2008


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 02556/06

presente:A
Represen~~o
- a ~ J~~
Ministério Público Especial ~-
TRIBUNALDECONTASDO ESTADO

PROCESSO TC N.O 02556/06

O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba,ao analisar as contas do Presidente da Câmara


Municipal de Serra da Raiz/PB, Sr. Antônio Marculino da Silva, relativas ao exercício
financeiro de 2005, em sessão plenária realizada em 16 de abril de 2008, mediante o
ACÓRDÃO APL - TC - 219/08, fls. 227/239, publicado no Diário Oficial do Estado de 17 de
junho do mesmo ano, fi. 240, decidiu: a) julgar irregulares as contas do Chefe do Poder
Legislativo; b) aplicar multa à citada autoridade no valor de R$ 1.000,00; c) conceder prazo
para recolhimento da penalidade; d) enviar recomendações; e e) efetivar as devidas
representações.

As supracitadas decisões tiveram como base as seguintes irregularidades remanescentes:


a) gastos do Poder Legislativo em dissonância com o disposto no art. 29-A, inciso I, da
Constituição Federal; b) incompatibilidade de informações entre o Relatório de Gestão Fiscal
do 20 semestre do período e a Prestação de Contas Anuais; c) ausência de equilíbrio entre
as transferências recebidas e as despesas do Poder Legislativo; d) contratações de
profissionais para serviços típicos da administração pública sem a realização do devido
concurso público; e) incorreções em demonstrativos contábeis; e f) carência de
empenhamento, pagamento e contabilizaçãode contribuições previdenciárias.

Não resignado, o Sr. Antônio Marculino da Silva interpôs, em 02 de julho de 2008, recurso
de reconsideração. A referida peça processual está encartada às fls. 241/242, onde o
interessado alega, sumariamente, que; a) as despesas apontadas como não contabilizadas,
na quantia de R$ 18.300,67, referem-se à parte patronal dos servidores da Câmara
Municipal devida ao INSS e ao IPSER(Instituto Próprio de Previdênciada Comuna), mas são
da competência do Poder Executivo, pois ao Legislativo cabe apenas o repasse dos valores
efetivamente retidos dos seus servidores; e b) uma vez aceita essa justificativa, deixa de
existir a irregularidade concernente às incorreções nos demonstrativos contábeis.

Em seguida, o álbum processual foi encaminhado aos peritos da Divisão de Auditoria da


Gestão Municipal II - DIAGM II, que, ao esquadrinharem o recurso apresentado, emitiram o
relatório de fi. 245, onde mantiveram todas as máculas que ensejaram a decisão ora
recorrida. Os técnicos consideraram que o recurso não trouxe nenhum argumento ou
documento novo capaz de alterar o entendimento exarado no Acórdão APL - TC - 219/08,
limitando-se a repetir as alegaçõesda defesa anterior, já devidamente analisada nos autos.

Instado a se pronunciar, o Ministério Públicojunto ao Tribunal de Contas, através do parecer


de fls. 247/248, opinou, preliminarmente, pelo conhecimento do recurso, posto que
atendidos os pressupostos de tempestividade e legitimidade, e, no mérito, pelo seu não
provimento, mantendo-se, na íntegra, os termos da decisão atacada.

uta, conforme fls. 249/250 dos autos.

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PROCESSO TC N.O 02556/06

Recurso de reconsideração contra decisão do Tribunal de Contas é remédio


jurídico - remedium juris - que tem sua aplicação própria, indicada no art. 31, inciso 11,
ele o art. 33, ambos da Lei Complementar Estadual n.O 18/93 - Lei Orgânica do TCE/PB-,
sendo o meio pelo qual o responsável ou interessado, ou o Ministério Público Especial,
dentro do prazo de 15 (quinze) dias, interpõe pedido, a fim de obter a reforma ou a
anulação da decisão que refuta ofensiva a seus direitos, e será apreciado por quem houver
proferido o aresto vergastado.

In limine, evidencia-se que o recurso interposto pelo Presidente do Poder Legislativo do


Município de Serra da Raiz/PB, Sr. Antônio Marculino da Silva, atende aos pressupostos
processuaisde legitimidade e tempestividade, sendo, portanto, passível de conhecimento por
este egoTribunal.

Entretanto, quanto ao aspecto material, constata-se que os argumentos apresentados pelo


recorrente são incapazes de eliminar as irregularidades remanescentes, apuradas na
instrução processual. Com efeito, consoante destacado pelos analistas deste Sinédrio de
Contas, as razões do recurso evidenciam o emprego de frágeis alegações, servindo apenas
para sedimentar ainda mais a configuração das máculas constatadas, pois o arrazoado
limitou-se a ressuscitar justificativas já utilizadas na peça inicial de defesa, que foram
devidamente rechaçadas por este ego Tribunal Pleno quando da emissão da decisão
guerreada.

Ante o exposto, comungando com a intervenção do Parquet Especializado,proponho que o


Tribunal de Contas do Estado da Paraíba:

1) TOME CONHECIMENTO do recurso, diante da legitimidade do recorrente e da


tempestividade de sua apresentação, e, no mérito, pelo seu não provimento.

à Corregedoria deste Tribunal para as

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