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LCFG 2008/09-AOMS-03-1
O ENFOQUE SISTÊMICO
Abordagem Sistêmica das Organizações
Na abordagem sistêmica as organizações de uma forma geral e as empresariais, em
particular, são consideradas como organismos vivos que estão presentes, “vivem”, interagem no
ECOSSISTEMA. Uma EMPRESA, qualquer que seja sua natureza, dimensão, ramo de atividade
etc., pode ser entendida como um SISTEMA, inserida num sistema maior, chamado
ECOSSISTEMA.
Sua existência e sobrevivência, estão na razão direta de sua adequabilidade, capacidade
de adaptação, eficácia e eficiência no atendimento às necessidades do ECOSSISTEMA. Nesse
universo maior além dela, empresa, pertencem todas as entidades que com a mesma interagem
(proprietários, funcionários, clientes, fornecedores, financiadores e etc.) os “stakeholders” 1 .
Uma infinidade de fatores determinam seu sucesso e sobrevivência, como:
• produzir e fornecer os produtos/serviços que o meio necessita;
• oferecer produtos e/ou serviços a preços e qualidade que o mercado admita;
• operar com custos e na escala, no mínimo, suficiente para que tenha lucros, não só
como fator de sua saúde econômico/financeira, mas também como, se essa for a
doutrina, alavanca de sua expansão para acompanhar ou ampliar sua participação no
mercado;
• satisfazer as expectativas de retorno de seus sócios; e entre muitas outras mais;
• satisfazer seus fornecedores, funcionários, financiados, colaboradores e etc.
Na visão orgânica, adicionalmente, os fatores contingenciais são de extrema importância,
uma vez que, a todo o momento, por motivos das mais diversas naturezas – inclusive por ações
da própria organização, o ambiente sofre modificações e as organizações, para garantir sua
sobrevivência, necessitam desenvolver os ajustamentos necessários, seja adequando-se ao
ambiente ou tentando interferir e desenvolver modificações no ECOSSISTEMA que façam com
que este se torne mais favorável para a organização.
RETROAÇÃO
1
STAKEHOLDERS – São os agentes que tem interesse de forma direta ou indireta na sobrevivência de uma
empresa, como os acionistas, os bancos, os fornecedores, os clientes, a mão-de-obra, o governo etc.
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ECOSSISTEMA
EMPRESA
interações
do meio
(Ecossistema)
com a Empresa
e vice-versa
Por exemplo:
Graficamente:
Conhecimento/Tecnologia
EMPRESA Pagam. a Fornecedores
Impostos e Taxas
Dividendos
2
Todo sistema é composto por subsistemas e todo sistema é subsistema de um sistema maior.
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O SISTEMA SUPRIMENTOS
O fluxo de materiais e o fluxo de informações
Na abordagem sistêmica, o “organismo” empresa desenvolve trocas com o ecossistema e,
também, entre os seus diversos subsistemas. Essas trocas são de naturezas diversas, como de
recursos financeiros, conhecimento, informações, materiais etc. Em se tratando de Suprimentos,
a nossa preocupação central estará mais voltada, neste momento, ao fluxo de materiais e ao seu
correspondente fluxo de informações.
Para entender melhor esses fluxos, fazemos uso da figura 5, abaixo, que, entre outras
coisas, nos sugere a existência de subsistemas de Suprimentos, com importantes funções na
organização.
MANUSEIO E
CLASSIFICAÇÃO CONTROLE MOVIMENTAÇÃO ARMAZENAMENTO
DE DE DE
MATERIAL QUALIDADE MATERIAL
Legenda:
Fluxo de Materiais:
Fluxo de informações:
Figura 5 – Fluxo de materiais e de informações Direção do fluxo dada pela ponta das “setas”
Classificação de Material
De um modo geral, nas entidades - públicas ou privadas - o controle sobre a existência e
movimentação dos materiais exige a adoção de critérios racionais, que tomem o seu exercício
eficaz e economicamente satisfatório.
Os métodos para o controle físico e contábil dos materiais são apoiados em
processamento de dados, de naturezas manual, mecânica ou, principalmente nos dias de hoje,
eletrônica (computador).
A principal exigência para a execução dos controles, qualquer que seja a natureza do
processamento adotado, é a disponibilidade de uma linguagem simbólica que permita
representar de forma simples, lógica e econômica cada item de material existente e/ou passível
de movimentação (compra, recebimento, fornecimento, venda, transferência etc.).
Se considerarmos o caso particular do processamento eletrônico de dados, cujo emprego
é dominante nas empresas, a linguagem simbólica a que nos referimos é condição indispensável
e fundamental para a utilização ótima de sistemas computadorizados, dos mais simples aos
complexos e sofisticados.
A função responsável pela criação, implantação e desenvolvimento de tal linguagem é a
Classificação de Material, denominada erroneamente por muitos de Codificação de Material.
Ela compreende a identificação, codificação e catalogação de todos os itens necessários à
produção, venda, consumo ou movimentação de bens e serviços de uma empresa.
Os objetivos da Classificação de Material são alcançados através do estabelecimento de
normas, procedimentos e parâmetros que, reunidos, constituem a base do que geralmente é
denominado Subsistema ou Sistema de Classificação de Material (SCM), integrante do
Sistema de Administração de Suprimentos.
O produto básico da Classificação de Material, que serve de ponto de partida para o
processamento das informações, é o chamado código de estoque ou de material, conhecido
também como número de estoque, número de peça ou número de parte (tradução do inglês part-
number). Os termos mais conhecidos são: código de material e código de estoque. Este código
poderá ter uma composição alfabética, numérica ou alfanumérica. Atualmente, são empregados,
3
HOPERMAN, Richard J. Análise de Sistemas e Gerência de Operações. Petrópolis: Editora Vozes, 1974.
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na maior parte dos casos, códigos numéricos, em virtude de proporcionarem maior facilidade de
processamento por meio de computadores.
A configuração do código numérico nos modernos SCM obedece aos princípios da
Classificação Decimal de Dewey, universalmente conhecida pela sua utilização nas bibliotecas.
A Classificação Decimal é aplicada à codificação dos materiais, a partir da estratificação
do universo de material em grandes grupos ou famílias, respeitadas as afinidades que são
avaliadas sob os mais diversos aspectos. A seguir, cada grupo é dividido em diversos subgrupos,
onde cada um abrange materiais de características ainda mais específicas.
Alguns SCM, por conveniências diversas, chegam ao terceiro nível de classificação,
estratificando subgrupos.
Para maior entendimento, mostramos, a seguir, um exemplo de aplicação do princípio de
Classificação Decimal até 3° nível.
l - Grupo Matéria-Prima (l ° nível)
10 - Subgrupo Matéria-Prima Primária (2 ° nível)
22 - Família Produtos Químicos (3° nível)
001 - Identificação Individual do Item
0 - Dígito Verificador (Dígito de Controle)
Interpretação:
• Estearato de Sódio da Família de Produtos Químicos e do Subgrupo Matéria-Prima
Primária do Grupo Matéria-Prima
Gerência de Estoques
Esta é a função responsável pela previsão, registro, controle e análise da movimentação
dos materiais de uma empresa.
Apesar de não contribuírem em grande escala para o custo de produção, os estoques das
empresas de serviços devem sofrer uma gestão criteriosa, pois a segurança e qualidade das
operações dependem diretamente dos materiais, que devem estar permanentemente à disposição
dos utilizadores.
• Quais os itens que devem ser mantidos em estoque e quais os que devem ser
adquiridos quando solicitados?
• Quanto deve ser adquirido?
• Quando deve ser feita a aquisição?
• Quais os itens de maior e de menor rentabilidade?
• Qual o Coeficiente de Rotação ideal para os principais itens do estoque (em valor)?
• Quais os critérios para a determinação dos estoques de segurança para os itens
principais e secundários (em valor)?
• Até que quantidade se pode adquirir a mais para se obter benefícios de frete e
descontos?
• Quanto se deve adquirir de um determinado item, diante de um previsível aumento
de preço?
• Quais os itens excedentes e passíveis de alienação?
• Qual o preço mínimo para venda dos excedentes?
Aquisição de Material
A função Aquisição de Material ou simplesmente Aquisição abrange um conjunto de
atividades relacionadas à procura e obtenção dos materiais (e serviços, em algumas
organizações) necessários às operações de uma empresa, nas melhores condições de
qualidade, preço e nível de serviço. Estes três parâmetros são indissociáveis no julgamento de
um processo de licitação, ou seja, um é função do outro. Assim sendo, cabe ao comprador
estabelecer a ponderação que cada um vai ter no julgamento das propostas de fornecimento.
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Por sua vez, os níveis de estoques dependem, em grande parte, do tempo de demora das
aquisições. Desta forma, os esforços para a redução dos prazos de entrega são uma substancial
contribuição da Aquisição para a eficiência e eficácia da gestão dos estoques.
A aquisição para revenda é o tipo mais antigo, visto que a atividade comercial precedeu,
em muito, a atividade industrial. O principal objetivo deste tipo de aquisição é o de adquirir
materiais na qualidade e serviços exigidos pêlos clientes, a custos que permitam a adição de um
certo lucro sem que o preço final de venda deixe de ser competitivo.
Por seu lado, a aquisição para consumo ou transformação possui outros parâmetros, a
nosso ver bem mais complexos, e que exigem da função Aquisição todo o desenvolvimento
técnico que atualmente possui.
Por ocasião da emissão da Ordem de Compra e, quando for o caso, é indicado o tipo de
Inspeção a que está sujeito o material. Esta inspeção poderá ser efetuada durante a fase de
fabricação, por ocasião da entrega (na fábrica) ou no Recebimento do Material, quando é
emitido um documento formal de recebimento que promoverá o Encerramento do Processo de
Compra junto ao órgão de Compras e proporcionará, juntamente com uma cópia da Nota Fiscal,
o Processamento da Fatura, o Pagamento e a Contabilização da Compra.
Armazenamento
Em qualquer tipo de empresa, a função Armazenamento se apresenta como um
componente crítico e influente para a obtenção dos benefícios desejados na implantação de um
Sistema de Suprimentos.
O sistema aberto é aquele que não utiliza instalações específicas para estocar materiais.
Seu maior emprego é em manufaturas altamente repetitivas, onde haja um fluxo contínuo e
previsível de materiais.
Nas empresas onde é empregado o sistema aberto, os materiais são estocados o mais
próximo possível dos pontos de consumo, com o emprego de caixas, estantes, estrados (pallets),
armações etc. Desta forma, o armazenamento é pulverizado ao longo do centro de produção e o
acesso aos materiais estocados é livre a qualquer usuário.
Este tipo de armazenamento é aplicável às áreas de produção, onde haja alta rotatividade
e baixa deterioração ou obsolescência. Ao mesmo tempo, pode-se concluir que há pouca
consideração com os aspectos de segurança dos materiais.
No sistema aberto, o controle contábil dos estoques também é minimizado, visto que os
materiais são aplicados na produção, sem necessidade de se emitir requisição ou qualquer outro
documento de controle. Não são mantidos registros permanentes dos estoques. Para se calcular o
consumo durante um certo período é necessário realizar Inventário Físico no início e no fim do
mesmo, aplicando a seguinte fórmula:
MC=EI+MA-EF
onde:
MC = Material consumido;
EI = Estoque Inicial;
MA = Material adquirido durante o período e
EF = Estoque Final
No entanto, convém observar que os materiais estocados neste sistema não devem ser
passíveis de desvio nem facilmente danificáveis, o que implicaria no emprego do sistema
fechado.
• pronto acesso aos principais itens, permitindo serviço eficiente aos usuários,
• alto grau de flexibilidade do arranjo físico,
• eficiente utilização de espaço,
• reduzida necessidade de equipamentos de manuseio de material,
• minimização da deterioração do material,
• eliminação ou redução do desvio de material e
• facilidade para a realização de inventários físicos.
Uma das principais questões a ser resolvida refere-se à definição, para cada item de
material, das instalações de armazenamento adequadas técnica e economicamente.
Em face disto, deverá ser feito o planejamento das instalações a serem empregadas para o
armazenamento dos materiais, com base nas respostas obtidas às questões que acabamos de
formular.
• Armazém
Edificação dotada de piso, cobertura e paredes de fechamento frontal e lateral, com seu
espaço útil dividido em áreas de administração, de serviço e de estocagem. A principal área, a de
estocagem, destina-se ao armazenamento de materiais em estantes, engradados, estrados, caixas,
armações etc., podendo também ser ocupada por unidades de estocagem situadas em zonas
fechadas, com refrigeração, aquecimento, controle de umidade etc.
• Galpão
Edificação dotada de piso, cobertura e, em alguns casos, cercas de fechamento frontal e
lateral, com seu espaço útil dividido em áreas de serviço e de estocagem.
• Área de Administração
Parte de um Armazém destinada à execução de serviços administrativos (escritório) e às
facilidades para o pessoal (instalações sanitárias, vestiário e copa).
• Área de Serviço
Parte de um Armazém ou Galpão compreendendo plataformas, rampas, escadas e locais
de recebimento, conferência e despacho.
• Área de Estocagem
Parte de uma instalação de armazenamento destinada à guarda, localização e manuseio de
materiais estocados, compreendendo: Circulação Principal, Circulações Secundárias, Corredores
de Acesso, Corredores de Segurança e Zonas de Estoque.
• Definição das dimensões de portas frontais e laterais (de preferência, com largura
equivalente às das circulações principal e secundária, respectivamente).
Exemplo:
Esta função Suprimentos compreende o deslocamento físico interno dos itens de material
recebidos, estocados, fornecidos, transferidos ou sujeitos a qualquer outro tipo de
movimentação. O Manuseio de Material poderá ser realizado de forma manual ou mecânica.
• Avaliação do Material
o quanto à forma de apresentação (unitária, granel, líquida, gasosa etc).
o quanto às características de forma, dimensões, perecibilidade, peso etc.
4
SILVA, Renaud B. da. Administração de Material. Rio de Janeiro : ABAM, 1981, p. 35.
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• Análise da Movimentação
o quanto à origem e destino do material a ser manuseado
o quanto aos meios de transporte externos e internos
• Princípio da Simplificação
Reduza ou elimine movimentos e/ou equipamentos desnecessários.
• Princípio da Flexibilidade
Os equipamentos devem ter multiaplicação, a fim de serem mais bem aproveitados.
A carga unitária pode ser classificada, segundo sua forma de apresentação, nas seguintes
variações:
• Embalagens e recipientes
• Pallets (estrados), caixas e engradados
• Containers (cofres de carga) rígidos e flexíveis
O equipamento que sofreu maior expansão neste setor foi a empilhadeira motorizada, nas
suas diversas versões aplicadas às diferentes necessidades e características de manuseio de
material.
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• Excedentes
o de estoques
o de equipamentos
• Obsoletos
o de estoques
o de equipamentos
• Avariados
o de estoques
o de equipamentos
• Sucata
Por isto mesmo, um alto e constante faturamento gerado por alienações, em vez de
significar bons negócios para a empresa, representa, na maior parte dos casos, o resultado de má
administração dos materiais, em diferentes níveis de responsabilidade. A manutenção de um
faturamento crescente ao longo de exercícios sucessivos é um claro sintoma do agravamento da
situação, que só se resolverá com a erradicação ou minimização das causas.
Devemos considerar que os equipamentos têm sua vida útil classificada sob as seguintes
formas:
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• Vida de Serviço
• Vida Tecnológica
• Vida Econômica
1. Novo equipamento é desenvolvido tornando o existente obsoleto por ser mais rápido,
mais barato, mais eficiente ou mais fácil de operar.
A Vida Econômica pode ser definida como o período de vida útil de um equipamento,
após o qual se toma mais oneroso continuar a possuí-lo e operá-lo, do que trocá-lo por novo.
• Divulgar em toda a empresa uma listagem dos materiais disponíveis, com vistas ao
seu reaproveitamento.
Realizada quando houver interesse particular da empresa ou quando não for possível
a alienação por venda ou permuta. A doação deve ser feita, sempre que possível, a
entidades de caráter educacional, assistencial ou religioso.
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Controle de Qualidade
Nos dias atuais, no entanto, o Controle de Qualidade age não apenas como inspetor, mas,
principalmente, como agente explorador das causas que provocam resultados não-desejados nos
processos de fabricação e, também, procurando fazer com que os agentes envolvidos na
produção incorporem em seus procedimentos posturas ativas pró-qualidade.
Esta afirmativa, feita há mais de 50 anos, foi uma espécie de previsão do que iria
acontecer nos dias atuais, quando a Administração de Material, sendo parte do sistema complexo
referido no artigo de Famsworth, participa ativamente do programa de qualidade assegurada na
empresa.
De um modo geral, podemos dizer que Qualidade significa adequação ao uso. Assim
sendo, uma empresa está interessada em produzir e vender, lucrativamente, um produto que
desempenhe uma determinada função com boa margem de confiança. Deste modo, há uma
preocupação quanto ao custo total da qualidade do produto, que é influenciado pelo projeto de
engenharia, pêlos métodos de produção e pelo suprimento de material.
Lamar Lee Jr. e Dobler 6 recomendam quatro fatores determinantes para a obtenção de
um nível de qualidade sistemático para os materiais adquiridos. Estes fatores são:
5
FARNSWORTH, W.P. "Tendências no Controle da Qualidade" in: ASQC Proceedings. Associação
Americana de Controle de Qualidade, 1955
6
LEE, Lamar Jr. & DQBLER, Donald W. Purchasing and Materiais Management. New York: McGraw-Hill
Book Company, 1971.
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A especificação da qualidade poderá ser feita através de vários métodos, dos quais
destacamos:
• Por desenhos
• Por marca
Esta forma de especificar qualidade é aplicável a materiais que possam ser descritos
integralmente por meio de parâmetros físicos ou químicos, como por exemplo,
materiais elétricos comuns ou produtos químicos em geral.
• Por amostra
Aplicável quando alguns detalhes (cor, por exemplo) não podem ser perfeitamente
determinados por descrição ou desenho.
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• Inspeção no Recebimento
• Inspeção na Fabricação
Para a execução de inspeções, o órgão competente baseia-se, dentre outros, nos seguintes
documentos:
• Especificações do material
• Normas Técnicas
Tem como característica o custo elevado e, apesar do título, não fornece 100 por
cento de garantia (o índice médio é 85 por cento), devido, principalmente, à fadiga do
inspetor.
É aplicável a materiais de natureza vital (equipamentos para controle de vôo, por
exemplo) e também quando não são empregados testes destrutivos.
O plano de amostragem com base nas tabelas da NBR prevê a definição do tamanho da
amostra e dos números de aceitação correspondentes, em função do lote recebido e do NQA -
Nível de Qualidade Aceitável.
Na NBR 5426 o Nível de Qualidade Aceitável varia de 0,01 por cento até 10 por cento.
Na definição do tamanho da amostra são considerados os níveis de inspeção, que podem ser:
De maneira apenas geral, procuramos dar uma noção sobre Inspeção de Material - parte
do Controle de Qualidade que representa uma boa parcela dos custos de aquisição de material e,
por isso mesmo, fator de alta consideração no Sistema de Administração de Material de qualquer
empresa.
ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL-FUNCIONAL DE
SUPRIMENTOS
Fundamentos
Peter Drucker afirma que uma boa organização, por si mesma, não é geradora de uma
boa performance, assim como uma boa Constituição não proporciona, por si só, grandes
presidentes, leis ou uma sociedade perfeita. No entanto, uma estrutura organizacional deficiente
torna impossível uma boa performance da empresa, independente da qualidade individual de
seus administradores.
DIREÇÃO
SUPERIOR
Fig. 7
Em outra situação, é possível que se obtenha uma organização eficiente sem a integração
total das diversas funções de AM, separando-se a gerência dos materiais adquiridos da gerência
dos materiais vendidos.
DIREÇÃO
SUPERIOR
Fig. 8
Convém lembrar, porém, que a integração das funções de AM é fator relevante para a
obtenção de melhores resultados financeiros pata as empresas industriais ou comerciais, e de
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melhor serviço para aquelas onde o custo do material não é altamente significativo para as
operações sociais.
SUPRIMENTOS
INVENTÁRIO CONTROLE
FÍSICO DE QUALIDADE
CONTROLE DE
DISPONIBILIDADES
Fig. 9
• De assessoramento
• De Linha
o Compras
o Gerência de Estoques
o Transporte de Material
o Almoxarifados
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• Do Controle de Qualidade
• Do Inventário Físico
o Programar a realização de inventários físicos legais (obrigatórios) em conjunto
com o órgão de controle contábil;
o Programar a realização de inventários para controle interno, usando, sempre que
possível, parte da programação do inventário obrigatório;
o Proceder à realização dos inventários físicos, através de equipes especialmente
recrutadas em diferentes órgãos da AM e da Contabilidade;
o Proceder, quando necessário, à realização de reinventários;
o Preparar relatórios de diferenças de inventário;
o Promover a conciliação dos saldos físicos existentes com os saldos do controle de
estoques e do controle contábil, através da emissão dos documentos de ajuste;
o Levantar e avaliar fisicamente os materiais inativos, com vistas ao seu
aproveitamento em outros locais (remanejamento) ou à sua alienação.
• Do Controle de Disponibilidades
o Estabelecer as regras para o tratamento dos materiais colocados em
disponibilidade;
o Promover estudos para a determinação da vida útil dos equipamentos;
o Avaliar a conveniência de recuperar ou alienar equipamentos colocados em
disponibilidade;
o Promover a realização de alienação de materiais colocados em disponibilidade.
• Compras
Apresentamos na figura 10 uma estrutura básica para Compras, na qual consideramos o
princípio de especialização para a execução de compras. Assim sendo, o órgão de execução é
dividido em tantos grupos quantas forem as especialidades de significação para a empresa. As
atividades de apoio técnico, administrativo e sobre importações são desempenhadas por um
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COMPRAS
Fig. 10
• Gerência de Estoques
De qualquer modo, a estrutura apresentada é apenas um modelo geral, que poderá ser
modificado no atendimento das conveniências e características de cada empresa.
GERÊNCIA
DE
ESTOQUES
Fig. 11
• Almoxarifados
ALMOXARIFADOS
PLANEJAMENTO DO
MANUSEIO E DA
ARMAZENAGEM DE
MATERIAL
Fig. 12
TRANSPORTE
DE
MATERIAL
Fig. 13
Diante disso, cabe levantar um aspecto da Administração de Material até então mantido
fora de nossas considerações. Trata-se do problema centralização-descentralização dos
componentes de atribuições, competência e responsabilidade.
Quando uma empresa ainda é pequena e atua dentro de limites geográficos, relativamente
modestos, não há qualquer problema, pois a organização centralizada satisfaz plenamente, e
todas as atividades podem ser perfeitamente integradas. Admitindo-se que a empresa cresça e se
expanda, ainda é possível manter uma estrutura centralizada, bastando para isso executar uma
política de delegação vertical. No entanto, essa delegação tem seus limites estabelecidos, à
medida que a organização se toma burocrática pela lentidão do processo decisório e pelo
acúmulo crescente da pressão dos usuários, mesmo para as transações mais simples.
A descentralização traz muitas vantagens: ela mantém os gerentes perto dos objetivos de
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suas áreas, permite um estrito controle de custos e propicia ambiente para treinamento de futuros
executivos. Além disso, ela estimula o melhoramento de produtos e métodos de trabalho. Porém,
a descentralização completa é um dos grandes problemas da Administração de Material, pois
reduz o poder de compra.
Uma das vantagens da grande sobre a pequena empresa é justamente seu poder de
negociação ao adquirir elevadas quantidades de material. Em alguns casos, grandes compradores
adquirem a maior parte, ou mesmo, a totalidade da produção de alguns fabricantes. Com este
poder de compra, eles podem obter grandes concessões no preço e, ao mesmo tempo, os
fornecedores poderão proporcionar melhor-qualidade, serviço e prazo de entrega menor.
Se optar pela primeira alternativa, o poder de compra ficará preservado. Caso a segunda
alternativa seja aplicada, os gerentes dos órgãos descentralizados possuirão autoridade para
conduzir integralmente os negócios sob sua responsabilidade, inclusive sobre Administração de
Material. Esta segunda hipótese vem de encontro ao princípio usualmente aceito em
Administração, de que um gerente não pode ser responsável pêlos resultados obtidos, sem que
possua autoridade sobre todas as fases de sua operação.
Com a organização linha - estafe, muitas das vantagens das compras centralizadas são
mantidas e até ampliadas. O órgão de compras do estafe poderá consolidar as aquisições comuns
aos diversos órgãos locais, a fim de obter melhor preço e qualidade.
Quanto as demais funções, o papel das mesmas é normativo e de controle, havendo sobre
os órgãos locais apenas a autoridade funcional.
As atribuições dos órgãos centrais e locais podem ser extraídas daquelas já descritas para
a empresa de um só estabelecimento, desde que feitas as necessárias adaptações.
BIBLIOGRAFIA:
MAXIMINIANO, Antônio C.A. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 5 ed, 2000.
SILVA, Renaud Barbosa da. Administração de material: teoria e prática. Rio de Janeiro:
Associação Brasileira de Administração de Material, 1981.