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Curso Preparatório para Auditores Fiscais, Técnicos, Analistas e Carreiras Afins. www.cursoparaconcursos.com.br
PESSOA FÍSICA OU NATURAL
1. Personalidade Jurídica
A Personalidade Jurídica é a aptidão genérica para titularizar direitos e contrair deveres na ordem jurídica. É o
atributo necessário para ser sujeito de direito.
2. Pessoa Natural
Ente dotado de estrutura, complexidade biopsicológica. É a pessoa física, que pode ser capaz e praticar atos da vida
civil.
2.2 Nascituro
LIMONGI FRANÇA, citado por FRANCISCO AMARAL, define o nascituro como sendo “o que está por nascer, mas já
concebido no ventre materno”. (AMARAL, Francisco, Introdução ao Direito Civil, Renovar, pág. 217).
a) TEORIA NATALISTA (ou negativista) – Defensores: Vicente Ráo, Silvio Rodrigues, Eduardo Espínola, Silvio Venosa,
Arnold Wald.
b) TEORIA CONCEPCIONISTA – Defensores: Texeira de Freitas, Clóvis Bevilaqua, Francisco Amaral, Monica Aguiar,
Silmara Chinelato
c) TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONAL (ou condicionalista). Defensores: Serps Lopes, Washington de Barros
Monteiro...)
b) pode receber doação aceita pelo seu representante (curador) (Art 542 do CC);
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
d) pode ser-lhe nomeado curador para a defesa dos seus interesses (arts. 877 e 878 CPC);
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Art. 877 - A mulher que, para garantia dos direitos do filho nascituro, quiser provar seu
estado de gravidez, requererá ao juiz que, ouvido o órgão do Ministério Público, mande
examiná-la por um médico de sua nomeação.
Art. 878 - Apresentado o laudo que reconheça a gravidez, o juiz, por sentença,
declarará a requerente investida na posse dos direitos que assistam ao nascituro.
Parágrafo único Se à requerente não couber o exercício do pátrio poder, o juiz nomeará
curador ao nascituro.
e) Tem direito à realização do exame de DNA, para efeito de aferição de paternidade (STF, Reclamação
Constitucional 2040 - Caso Gloria Treves / Relator: Min. Neri da Silveira/ Julgamento do Pleno/ Data: 21/02/02)
Confira-se, neste ponto, o julgado do Supremo Tribunal Federal no caso “Glória Trevis”
(Rcl 2040 QUESTÃO DE ORDEM NA RECLAMAÇÃO, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA,
Julgamento: 21/02/2002 , Órgão Julgador: Tribunal Pleno, Publicação: DJ DATA-27-06-
2003 PP-00031 EMENT VOL-02116-01 PP-00129), em que podemos observar a
aplicação da teoria da “ponderação de interesses”, visando a dirimir eventuais
conflitos entre direitos constitucionais. Embora se buscasse, em verdade, a apuração
de um crime, o fato é que o nascituro mereceria, em nosso sentir, no caso em tela, o
beneficio da produção da prova pericial, para que, após seu nascimento, não
houvesse que carregar o peso das circunstâncias duvidosas da sua concepção:
“EMENTA: - Reclamação. Reclamante submetida ao processo de Extradição n.º 783, à
disposição do STF. 2. Coleta de material biológico da placenta, com propósito de se
fazer exame de DNA, para averiguação de paternidade do nascituro, embora a
oposição da extraditanda. 3. Invocação dos incisos X e XLIX do art. 5º, da CF/88. 4.
Ofício do Secretário de Saúde do DF sobre comunicação do Juiz Federal da 10ª Vara da
Seção Judiciária do DF ao Diretor do Hospital Regional da Asa Norte - HRAN,
autorizando a coleta e entrega de placenta para fins de exame de DNA e fornecimento
de cópia do prontuário médico da parturiente. 5. Extraditanda à disposição desta Corte,
nos termos da Lei n.º 6.815/80. Competência do STF para processar e julgar eventual
pedido de autorização de coleta e exame de material genético, para os fins pretendidos
pela Polícia Federal. 6. Decisão do Juiz Federal da 10ª Vara do Distrito Federal, no ponto
em que autoriza a entrega da placenta, para fins de realização de exame de DNA,
suspensa, em parte, na liminar concedida na Reclamação. Mantida a determinação ao
Diretor do Hospital Regional da Asa Norte, quanto à realização da coleta da placenta do
filho da extraditanda. Suspenso também o despacho do Juiz Federal da 10ª Vara, na
parte relativa ao fornecimento de cópia integral do prontuário médico da parturiente.
7. Bens jurídicos constitucionais como "moralidade administrativa", "persecução
penal pública" e "segurança pública" que se acrescem, - como bens da comunidade,
na expressão de Canotilho, - ao direito fundamental à honra (CF, art. 5°, X), bem
assim direito à honra e à imagem de policiais federais acusados de estupro da
extraditanda, nas dependências da Polícia Federal, e direito à imagem da própria
instituição, em confronto com o alegado direito da reclamante à intimidade e a
preservar a identidade do pai de seu filho. 8. Pedido conhecido como reclamação e
julgado procedente para avocar o julgamento do pleito do Ministério Público Federal,
feito perante o Juízo Federal da 10ª Vara do Distrito Federal. 9. Mérito do pedido do
Ministério Público Federal julgado, desde logo, e deferido, em parte, para autorizar a
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realização do exame de DNA do filho da reclamante, com a utilização da placenta
recolhida, sendo, entretanto, indeferida a súplica de entrega à Polícia Federal do
"prontuário médico" da reclamante”.
2.2.3 E o Natimorto?
Enunciado 01 (Jornadas de Direito Civil – CJF): “Art. 2º. A proteção que o Código defere ao nascituro alcança o
natimorto no que concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”.
2.2.4 E o embrião?
Enunciado 2 do CJF: “Art. 2º: sem prejuízo dos direitos da personalidade, nele assegurados, o art. 2º do Código Civil
não é sede adequada para questões emergentes da reprogenética humana, que deve ser objeto de um estatuto
próprio”
3. Capacidade Civil
É a “aptidão que o ordenamento jurídico atribui às pessoas, em geral, e a certos entes, em particular, estes
formados por grupos de pessoas ou universalidades patrimoniais, para serem titulares de uma situação jurídica”
(Marcos Bernardes de Mello, Revista de Direito Privado, jul./set. 2000, p. 17).
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# Capacidade Plena ou Capacidade Jurídica Geral
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem
autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta (neste a total
liberdade):
II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos (tem que formar
o litisconsórcio);
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando
casarem ou estabelecerem economia separada.
# Questões de Concursos:
Não!
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O maior de 60 anos, caso venha a se casar, haverá de respeitar o regime da separação obrigatória de bens (art. 1641
do CC):
# Questões de concursos:
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir,
dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os
atos que não sejam de mera administração.
# E o índio?
O art. 4 do CC falaa em legislação especial: Estatuto do Índio (Lei 5371/67 e Lei 6001/73) – Silvícolas são
absolutamente incapazes.
4.3 Observações Finais Sobre a Teoria das Incapacidades – Mais Questões de Concursos:
Em regra seus pais, tutor ou curador, sendo uma das hipóteses de responsabilidade civil por ato de terceiro (art 932
do CC):
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IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não
haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Excepcionalmente, de forma subsidiaria e condicional, o incapaz pode responder pelos seus atos, como posto no art.
928 do CC:
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não
terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem
a) Nota SAJ n° 42. 2003 que entende que o limite que deve ser adotado é o da Lei Previdenciária (21 anos) tendo por
base que o NCC não alterou a lei previdenciária.
b) Enc. 3, CJF: Enunciado 3 do CJF – Art. 5º: a redução do limite etário para definição da capacidade civil aos 18 anos
não altera o disposto no art. 16, inc. I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica
para fins previdenciários e outras situações similares de proteção, previstas em legislação especial.
Não! Tema resta sumulado (Sumula 358 do STJ datada de agosto de 2008).
5. Fim da Incapacidade
6. Emancipação
É a antecipação da cessação da incapacidade. Ato irrevogável e irretratável. Pode ser (art 5, Parágrafo Único do CC):
a) Voluntária
b) Judicial
c) Legal
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Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de
emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos
tenha economia própria.
Questões de Concursos:
a) Se a mãe for separada do pai, e detém a guarda, ela poderá sozinha conceder a emancipação (ou vice-versa)?
Hipóteses:
a) PELO CASAMENTO (art. 5º, parágrafo único, II, NCC e art. 9º, § 1º, II, CC- 16):
# Questão de concurso:
b) EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO (art. 5º, parágrafo único, III, NCC e art. 9º, § 1º, III, CC-16):
# Questão de concurso:
c) COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR (art. 5º, parágrafo único, IV, NCC e art. 9º, § 1º, IV, CC-16)
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d) O ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE QUE, EM
FUNÇÃO DELES, O MENOR COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA (art. 5º, parágrafo único,
V, NCC e art. 9º, § 1º, V, CC-16)
Termina a existência da pessoa natural com a morte, a qual, para o direito, pode ser:
a) Real
b) Presumida
→ Com procedimento de ausência
→ Sem procedimento de ausência
7.2 Morte presumida (Morte presumida = morte civil (para alguns) = ficta mortis)
São hipóteses em que há impossibilidade de localização do cadáver. O direito Brasileiro admite duas situações
básicas:
> Requerimento para abertura do procedimento por qualquer interessando, inclusive o MP (art 22 do CC).
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não
houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o
juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a
ausência, e nomear-lhe-á curador.
> Também será nomeado curador na hipótese do ausente ter deixado procurador que tenha poderes insuficientes
ou não mais queira, ou possa, exercer o mister (art 23 do CC):
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de
fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo
curador.
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o
cargo.
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
> Pode ser requerida 1 ano contado da data da decisão que mandou arrecadar os bens, ou três anos após caso o
ausente tenha deixado procurador (art. 26 do CC).
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Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou
representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
> A decisão que converte a curadoria de bens em sucessão provisória apenas tem efeitos 180 dias após de publicada
(art 28 do CC):
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I - o cônjuge não separado judicialmente;
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas.
> Em regra haverá caução, salvo para herdeiros necessários (art 30, p. 2 C/C art. 1845).
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias
da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões
respectivos.
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia
exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a
administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa
garantia.
> Nesta fase não se admitirá prática de ato de disposição do direito (ex. alienação, venda, doação), salvo com
autorização do juiz (art. 31 do CC):
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou
hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
> Inicia-se 10 anos após o trânsito em julgado da sentença que declarou aberta a sucessão provisória; ou 5 anos
depois das últimas notícias do ausente, se maior de 80 anos, como pontuam os artigos 37 e 38 do CC:
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da
sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o
levantamento das cauções prestadas.
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Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente
conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
# Questões de concurso:
E se o ausente retornar?
Parágrafo único – A declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a
data provável do falecimento.
7.3 Comoriência
Vem prevista no art. 8º do NCC (art. 11, CC-16), nos seguintes termos:
Discute-se acerca da possiblidade de mortes em locais diferentes. Há casuística, como infere-se da noticia abaixo
publicado pelo site Terra em referencia ao Jornal La Republica, na Itália:
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Frente ao caso inusitado, a magistratura local ordenou a realização de autópsias nos
dois corpos.
EFE
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