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Amaral
SORIANO, Marc. O livro infantil na era audiovisual. O Correio da Unesco. Rio de Janeiro, n.5, p.20-22, mai. 1979. AMARAL, Ligia Assumpo. Pensar a diferena/deficincia. Braslia: CORDE, 1994. 3 SORIANO, op. cit. 4 O CORREIO DA UNESCO, Rio de Janeiro: FGV, n. 1, p. 13, jan. 1984. 5 AMARAL, op. cit.
HISTRIAS (3)
O GRILO PERNETA (Roque Jacinto)
Tinhoso era um grilo sapeca. Desgarrava-se dos irmos e l ia o arteiro a fazer das suas. S muito tarde voltava para casa. A me adverte, encina, mas Tinhoso resmunga: - Essa gente s aborrece! enquanto se afasta de beicinho cado. Mais um dia de estrepolia de Tinhoso, at que ... chu ... caiu numa lagoa e se afogou sem apelao. Tempos depois, Tinhoso renasceu na mesma famlia. Mas Tinhoso, pobrezinho, nasceu perneta. Fazem-lhe uma muleta e l ia ele aborrecido, no seu toc-toc (...) . Suspira e nada pode fazer. E pensa: - Que fiz de mal para nascer assim? E a me explica: - tive um outro filho. Ele era muito traquina e andava sempre desgarrado de todos (...) Ele era um garoto terrvel em suas artes e indisciplina (...) Talvez tenha sido voc mesmo, na outra encarnao (...) Quem usa mal as pernas um dia nasce sem elas. Tinhoso volta ento a conviver com os outros e por eles aceito. Sempre que ia reclamar, de ser perneta, lembrava-se da lagoa e sabia que ele prprio era o culpado de seu defeito.