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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA PARA A

FORMAÇÃO DO CIDADÃO

Kleyrrerison Leal MADEIRA (1); Leanne Silva de SOUSA (2); Thiciane Maria N. FREITAS
(3) Simone Cunha BARBOSA (4) Mariane Cruz C. AYRES(5)

(1) Aluno do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, Praça da Liberdade, 1597 Centro
Norte, CEP 64000-040, Teresina-PI, e-mail: kleyleal@gmail.com
(2) Aluna do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, e-mail: leannesilva19@hotmail.com
(3) Aluna do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí – IFPI, e-mail: thicy.freitas@gmail.com
(4) Aluna do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, e-mail:
simonequimica22@hotmail.com
(5) Profª MSc. do Curso Licenciatura em Química do Instituto Federal do Piauí - IFPI, e-mail: marianecca@gmail.com

RESUMO
É evidente a importância de sensibilizar os humanos para que ajam de modo responsável e com consciência,
conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro. Entende-se por educação ambiental os
processos por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente e à sadia qualidade de
vida e sua sustentabilidade. Promove-se a articulação das ações educativas voltadas às atividades de
proteção, recuperação e melhoria ambiental, e de potencializar a função da educação para as mudanças
culturais e sociais, que se insere a Educação Ambiental no planejamento estratégico para o desenvolvimento
sustentável. A escola dentro da Educação Ambiental deve sensibilizar o aluno a buscar valores que
conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta. O
objetivo geral deste artigo é envolver a comunidade escolar com a problemática dos resíduos sólidos,
implantando a coleta diferenciada: lixo, como um instrumento de formação de novos valores e atitudes,
frente à problemática ambiental. A fim de se concretizar tal objetivo, utilizou-se um levantamento
bibliográfico a respeito da necessidade da Educação Ambiental na escola bem como a tomada de consciência
em relação à questão do lixo como problema ambiental e também a formação cidadã e participativa dos
alunos. Constatou-se, na escola, que a quantidade de lixo e moscas era grande e que havia pouca
sensibilização por parte dos alunos em relação a isto. Então, desenvolveu-se a prática da Educação
Ambiental, através de atividades pedagógicas, para mitigar ou mesmo solucionar o problema, trazendo mais
qualidade de vida aos elementos da escola, como também possibilitou o exercício da cidadania através da
preservação e conservação do meio ambiente local promovida via ação humana.
Palavras-chave: Educação Ambiental; lixo; formação do cidadão.
1. INTRODUÇÃO
A Educação Ambiental é uma das ferramentas de orientação para a tomada de consciência dos indivíduos
frente aos problemas ambientais, por isto sua prática faz-se importante para solucionar ou mitigar o problema
do acúmulo de resíduos sólidos. Discutir problemas ligados ao meio ambiente é estar de frente a inúmeros
questionamentos tais como:
- O que é considerado lixo?
- É possível reaproveitá-lo?
- O que é coleta seletiva e qual a sua importância para a preservação ambiental?
- Quem ou o que é o culpado por tantos problemas ambientais?
Estes questionamentos, independentemente da sua complexidade colaboram para a busca de soluções
concretas, uma vez que instigam a ampliação dos debates sobre a questão ambiental e a educação pertinente
ao assunto. É notório que, em relação aos questionamentos ora mencionados, se poderia discorrer por
diversas laudas, no entanto a proposta não é simplesmente respondê-los e sim apontar a importância da
Educação Ambiental para a escola e executar práticas pedagógicas suficientes para que agentes sociais
transformem o ambiente na direção do equilíbrio na relação homem e ambiente, trazendo melhoria da
qualidade de vida.
O conhecimento sistemático relacionado ao Meio Ambiente e ao movimento ambiental é bastante recente, a
própria base conceitual de definições como a de Meio Ambiente e de desenvolvimento sustentável, por
exemplo, está em plena construção. De fato, não existe consenso sobre esses termos nem mesmo na
comunidade científica. Com mais razão, pode-se admitir que o mesmo ocorra fora dela, por outro lado,
muitos estudiosos da área ambiental consideram que a idéia para a qual se vem dando o nome de “Meio
Ambiente” não configura um conceito que possa ou que interesse ser estabelecido de modo rígido e
definitivo. “É mais relevante estabelecê-lo, segundo Cavalcante (1995, p. 56), como uma representação
social, isto é, uma visão que evolui no tempo e depende do grupo social em que é utilizada”. São estas
representações, bem como suas modificações ao longo do tempo, que importam: e que se busca intervir
quando se trabalha com o tema Meio Ambiente.
De fato, quando se trata de decidir e agir com relação à qualidade de vida das pessoas, é fundamental
trabalhar a partir da visão que cada grupo social tem do significado Meio Ambiente e, principalmente, de
como cada grupo percebe sua economia, o seu ambiente e os ambientes mais abrangentes em que está
inserido. São fundamentais, na formação de opiniões e no estabelecimento de atitudes individuais, as
representações coletivas dos grupos sociais aos quais os indivíduos pertencem. Estas representações sociais
são dinâmicas e evoluem rapidamente, daí a importância de se identificar qual representação social cada
parcela da sociedade tem sobre o Meio Ambiente, para se trabalhar tanto com alunos como nas relações
escola-comunidade.
A Educação Ambiental tenta resgatar a necessidade de participação dos educandos na solução dos problemas
ambientais, harmonizando as ações humanas em relação à sua própria espécie e aos demais seres vivos do
planeta, bem como ao conjunto de fatores que compõem o ambiente. A Educação Ambiental é um processo
participativo, onde as pessoas podem assumir o papel de elemento central do processo, participando
ativamente no diagnóstico dos problemas e busca de soluções, sendo preparadas como agentes
transformadores, por meio de desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes, através de uma
conduta ética e condizente ao exercício da cidadania. Em síntese, esse artigo pretende contribuir para o
entendimento da importância do problema do lixo nas escolas, pois a questão ambiental vem sendo
considerada como cada vez mais urgente para a sociedade, pois o futuro da humanidade depende da relação
estabelecida entre a natureza e o uso, pelo homem, dos recursos naturais disponíveis.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA OU FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Historicamente a humanidade, como um todo, não tem cuidado bem do planeta, nem dos seres que nele
vivem. De acordo com Dias (1993), há uns cinco milhões de anos os primeiros seres humanos que habitaram
o planeta enfrentaram inúmeras dificuldades e desafios, pois "a natureza era mais poderosa que os homens",
e os afetava mais do que era afetada por eles. Todos precisavam saber quais frutos serviam para comer, onde
encontrar água durante a seca, como evitar animais selvagens, que plantas serviam para fazer um bom
remédio, ou se poderiam ser utilizadas como materiais de construção. Esse conhecimento foi sendo
repassado de geração em geração, muitas vezes acrescido de novas descobertas, e a interação entre os
homens e o ambiente ultrapassou a questão da simples sobrevivência.
Com a urbanização e evolução da civilização, a percepção do ambiente mudou drasticamente e a natureza
passou a ser entendida como "algo separado e inferior à sociedade humana", ocupando uma posição de
subserviência. No decorrer do século passado, para se atender as necessidades humanas foi-se desenhando
uma equação desbalanceada: retirar, consumir e descartar. Chega-se aos dias de hoje com a maioria da
população vivendo em centros urbanos, a água limpa sai da torneira e a suja vai embora pelo ralo, o lixo
produzido diariamente é levado da frente das casas sem as pessoas terem a mínima preocupação de saber
qual o seu destino, ou seja, a grande maioria da população não consegue perceber a estreita correlação do
meio ambiente, com o seu cotidiano (DONELA, 1997). Assim, fica evidente a importância de sensibilizar os
humanos para que ajam de modo responsável e com consciência, conservando o ambiente saudável no
presente e para o futuro; para que saibam exigir e respeitar os direitos próprios e os de toda a comunidade
tanto local como internacional; e se modifiquem tanto interiormente, como pessoas, quanto nas suas relações
com o ambiente. A educação transformadora envolve não só uma visão ampla de mundo, como também a
clareza da finalidade do ato educativo, além de uma posição política e competência técnica para programar
projetos a partir do aporte teórico e formador de profissional competente. (JR PHILIPPI; PELICIONI, 2005)
As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental, para surtirem o efeito desejável envolvem uma
articulação coordenada entre todos os tipos de intervenção ambiental, incluindo as ações em educação
ambiental. Desta forma, assim como as medidas políticas, jurídica, institucional e econômica voltadas à
proteção, recuperação e melhoria sócio ambiental, despontam também as atividades no âmbito educativo.
(PRONEA 2003). Para Mellows (1992), deveria ocorrer um desenvolvimento progressivo de um senso de
preocupação com o meio ambiente, além de um completo e sensível entendimento das relações do homem
com o meio-ambiente. Para Minini (1992), a Educação Ambiental deve propiciar às pessoas uma
compreensão crítica e global do ambiente, esclarecendo valores e desenvolvendo atitudes que lhes permitam
adotar uma posição consciente e participativa dos recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida e a
eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado. Dias (2001), acredita que Educação
Ambiental seja um processo onde as pessoas apreendam como funciona o ambiente, como dependemos dele,
como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade. Para Vasconcellos (1997), a presença, em
todas as práticas educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano com ele mesmo e
do ser humano com seus semelhantes é condição imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra.
Portanto, é no sentido de promover a articulação das ações educativas voltadas às atividades de proteção,
recuperação e melhoria sócia ambiental, e de potencializar a função da educação para as mudanças culturais
e sociais, que se insere a Educação Ambiental no planejamento estratégico para o desenvolvimento
sustentável.
2.1 Educação ambiental
A Educação Ambiental é um processo permanente e inesgotável, onde o homem interfere na natureza com
sua consciência, conhecimentos, atitudes, habilidades e formas de participar na sociedade. Para melhor
conhecer o ambiente em que vive, ele precisa ser ecologicamente alfabetizado. Quanto à alfabetização
ecológica, Capra (1996, p.231) afirma que “ser ecologicamente alfabetizado, significa entender os princípios
de organização das comunidades ecológicas (ecossistemas) e usar esses princípios para criar comunidades
humanas sustentáveis.” O autor ressalta que é necessário revitalizar as comunidades, inclusive as
comunidades educativas, comerciais e políticas, de modo que os princípios da Ecologia se manifestem nelas
como princípios de educação, de administração e de política.
Não é possível tratar de um dado problema ambiental sem considerar todas as dimensões. A Educação
Ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e
éticas.” (DIAS 1994, p. 8). A inter-relação da ética, da política, da economia, da ciência, da tecnologia, da
cultura, da sociedade, da ecologia, pode sugerir um ponto de partida no momento de refletir quais seriam os
grandes problemas que tocam as populações, tanto no âmbito macro, quanto no micro revelando, portanto,
uma permanente complexidade do pensar e do agir ambiental.
Educação Ambiental é um processo que parte de informações ao desenvolvimento do senso crítico e
raciocínio lógico, inserindo o homem no seu real papel de integrante e dependente do meio ambiente,
visando a uma modificação de valores tanto no que se refere às questões ambientais como sociais, culturais,
econômicas, políticas e éticas, o que levaria à melhoria da qualidade de vida que está diretamente ligada ao
tipo de convivência que mantemos com a natureza e que implica atitudes, valores e ações. De acordo com
Gadotti (2000), trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada com o contexto. A
Educação Ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, valendo-
se de estratégias democráticas e interação entre as culturas.
Atualmente, o tema Educação Ambiental vem adquirindo força como questão de cidadania local e planetária
fazendo parte das preocupações cotidianas de cidadãos comuns, e cada vez mais a questão ambiental tem
sido pauta de governos, empresas, movimentos sociais, ONGs, enfim, de uma infinidade de atores sociais
que interferem no ambiente. Para Herman (1992, pág. 14), quando se fala em Meio Ambiente, a tendência é
“pensar nos inúmeros problemas que o mundo enfrenta com relação à questão ambiental: lixo, poluição,
desmatamento, espécies em extinção e testes nucleares são, dentre outros, exemplos de situações lembradas”.
Isso se deve principalmente ao fato de a mídia veicular uma grande quantidade de informações sobre os
problemas ambientais, no entanto para que se possa compreender a gravidade desses problemas e vir a
desenvolver valores e atitudes de respeito ao Meio Ambiente é necessário que antes de tudo se saiba quais as
qualidades do ambiente, dessa natureza que se quer defender e porque as pessoas protegem aquilo que amam
e valorizam.
Em linhas gerais, pode-se dizer que a Educação Ambiental, conforme Branco (1998), é todo processo
cultural que objetive a formação de indivíduos capacitados a coexistir em equilíbrio com o meio. Processos
não formais, informais e formais já estão conscientizando muitas pessoas e intervindo positivamente, se não
solucionando e despertando para o problema da degradação crescente do meio ambiente, buscando novos
elementos para uma alfabetização.
No entanto, mudanças numa perspectiva global só serão possíveis se os profissionais envolvidos no processo
educacional e que constroem o fazer pedagógico, juntamente com representantes de todos os segmentos da
sociedade envolverem-se nas questões sociais e ambientais. Para isso, estes profissionais precisam de uma
formação completa que envolva valores, ética, cidadania, amor à vida e ao próximo, pluralidade cultural,
racionalização do consumo, higiene e saúde e outros, que infelizmente ainda não foram contemplados nos
currículos de licenciatura. O trabalho pedagógico com questão ambiental para o Ensino Fundamental centra-
se no desenvolvimento de atitudes e posturas éticas e no domínio de procedimentos, mais do que na
aprendizagem escrita de conceitos. A seleção dos conteúdos pode ajudar o educador a trabalhar de maneira a
contribuir para a atuação mais conseqüente diante da problemática ambiental, por meio da compreensão e
indicação de formas de proceder, assim, tornar-se diferente encarar os problemas ambientais, como o do
agrotóxico, apenas como objeto do estudo da ciência ou como uma questão social cuja solução exige
compromisso real.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A pesquisa foi desenvolvida mediante a realização de levantamento bibliográfico e elaboração de resumos e
comentários. O local escolhido para desenvolver a prática pedagógica foi a Escola Municipal Arthur
Medeiros Carneiro, situada na zona sudeste da cidade de Teresina – Piauí, este local abrange uma
comunidade formada quase que na sua totalidade de classe social baixa renda.
A prática envolve o estabelecimento de ações que devem ser planejadas e executadas pelos participantes e
devem ser sistematicamente submetidas à observação, reflexão e mudança. A proposta interdisciplinar
envolveu a problemática do lixo na escola e foi desenvolvida com a participação direta dos alunos das turmas
do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, além de funcionários e pais de alunos. A prática foi realizada na
semana de meio ambiente, com a realização de palestras, apresentação de vídeos, cartazes, grupos de
discussões, questionários, entrevistas e práticas interdisciplinares por parte dos alunos.
Os alunos com o auxílio do professor, construíram e instalaram na escola lixeiras feitas de materiais
alternativos os próprios, as quais foram devidamente monitoradas no decorrer de sua implantação e também
durante todo o período de execução da prática. Ainda foi possível, discriminar as lixeiras usando, desta
forma, rótulos que separassem os resíduos secos, dos molhados e dos orgânicos.
Foram elaborados e aplicados questionários e redações aos alunos, visando levantar sua percepção ambiental
sobre sua escola e sua comunidade.
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
As análises foram feitas a partir de observações das atividades realizadas e dos materiais produzidos:
redações, desenhos, cartazes, lixeiras e questionários. Estas análises evidenciaram alguns elementos
vivenciados no cotidiano dos alunos, bem como a sua interpretação sobre o ambiente vivido, e a sua carência
financeira.
Em relação às condições de moradia, identificou-se que muitas casas são distantes da escola, são rodeadas de
matagais, não possuem fossas, os esgotos são a céu aberto onde há um grande acúmulo de lixo e em épocas
de chuvas ocorrem alagamentos. Estes fatos, aliados ao baixo nível de escolaridade ocasionam a falta de
leitura, de contato com jornais, revistas, livros, materiais impressos, dificulta o acesso a informações,
tornando-se um problema para a escola, que fica inteiramente responsável pela alfabetização dos alunos em
situações adversas.
Após realizar alguns trabalhos teóricos e práticos, com foco no ambiente local, os alunos verificaram que o
lixo era tratado de forma insustentável, pois o que ocorria antes, no horário do intervalo e, portanto, hora da
merenda escolar, observava-se o acúmulo de restos de comida, papel e outros materiais inutilizados
espalhados pelo chão das salas de aulas, inclusive o acúmulo de moscas no ambiente escolar. A partir da
construção e discriminação de lixeiras, o lixo foi separado devidamente em secos, molhados e orgânicos e
com o desenvolver da prática, a separação propiciou a sustentabilidade agradavelmente satisfatória do
ambiente escolar, por parte dos próprios alunos.
A participação dos alunos era realizada de forma voluntária e em horário extra-aula, sendo de importância
fundamental para o real envolvimento dos mesmos, visto que projetos de educação ambiental devem ser
permanentes e, portanto dependem do engajamento de todos para ser mantido.
De acordo com o questionário respondido pelos os alunos, as lixeiras em si contribuem, mas não são
suficientes para resolver o dilema, é preciso ter sensibilidade em relação aos problemas e em relação à
manutenção do equilíbrio e conservação ambiental. Os alunos ainda notaram que, alguns alunos pertencentes
ao grupo escolar, continuavam ignorando as lixeiras, mas que apesar disso a maioria aderiu à proposta e
houve uma tomada de consciência e um maior engajamento na prática educativa e em suas propostas. Assim,
a equipe discente está muito disposta a continuar com o trabalho, uma vez que isso permitiu que
compartilhassem um ambiente escolar mais limpo e agradável. Além disto, foi possível concluir que cabe aos
alunos serem de fato os donos da prática ambiental educativa, pois os mesmos cobram e denunciam os outros
que não respeitam a nova forma de cuidar do lixo escolar.
Logo abaixo, explanam-se os resultados obtidos de entrevistas informais, porém estruturadas, aplicadas aos
professores, funcionários, pais de alunos, turmas que participaram e não participaram da prática.

100
90
80
70
60
50
Sim
40
Não
30
20
10
0
Prof. e Pais de Alunos Turmas Turmas não
funcionários Participantes Participantes

Gráfico 1:. Reconhecimento da importância da educação ambiental na escola


90
80
70
60
50
40 Percebem
30 Não Percebem

20
10
0
Prof. e Pais de Alunos Turmas Turmas não
funcionários Participantes Participantes

Gráfico 2.: Percepção e consciência do mau uso do lixo na escola

90
80
70
60
50
Sim
40
Não
30
20
10
0
Turmas Participantes Turmas não Participantes

Gráfico 3.: Respeito e sensibilidade em relação aos problemas do lixo e à manutenção e conservação do
equilíbrio, através da prática.
5. CONCLUSÃO
Foi possível verificar que a prática representou uma alternativa aos métodos educativos tradicionais,
trazendo para a sala de aula a discussão da realidade dos alunos, o seu meio ambiente e seu papel neste
processo. Por mais simples que aparentassem, estas atividades motivaram e deram um novo sentido ao
processo educativo e à escola. Houve uma participação significativa dos alunos na atividade, pois se
dispuseram muitas vezes, em horários de extra-aula, a preparar e organizar as atividades previstas. Aqueles
considerados indisciplinados foram denunciados e surpreendidos pelos próprios companheiros de atividade
com seu nível de interesse no projeto. A contribuição era livre e a auto-estima destes alunos era alta, pois se
sentiam os donos do projeto e cobravam sua manutenção.
Diante disso, percebe-se que a Educação Ambiental é um instrumento importante para se alcançar uma
sustentabilidade de fato e para tanto se faz necessário um processo de aprendizagem contínua, baseado na
melhoria da qualidade de vida e promoção da consciência individual gradativa. Além disto, é necessário e
fundamental, que seja feita uma reflexão sobre as nossas escolhas pessoais e coletivas e nossas
responsabilidades perante as atuais e futuras gerações. Assim, estas discussões em torno da implementação
da Educação Ambiental nas escolas, tem de ultrapassar as paredes burocráticas e chegar rapidamente, às
salas de aula, e isto não pode acontecer apenas por obra de um professor ou de um grupo, ou escola ou rede,
estas discussões têm de ganhar status de política de Estado e permear toda sociedade.
6. REFERÊNCIAS
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meio ambiente em sala de aula. In: REIGOTA, Marcos (org.). Verde Cotidiano: O meio ambiente em
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VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação Ambiental. In: PEDRINI, A. G.


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