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Movimento

Introdução

O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento. As crianças se


movimentam desde que nascem, possibilitando assim a interação com o
mundo. Ao movimentarem-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e
pensamentos. O movimento constitui-se em uma linguagem, permitindo que
interajam com o meio físico. Andar, correr saltar, é resultados das interações
sociais e da relação do homem com o meio. Dessa forma, diferentes
manifestações dessa linguagem surgiram danças, jogos, esportes, etc.

As instituições de educação infantil deve favorecer as crianças em um


ambiente onde tenha segurança acima de tudo, seja desafiador, pra
possibilitar e ampliar os conhecimentos.

O trabalho com o movimento contempla a multiplicidade de funções e


manifestações do alto motor.

Presença do movimento na educação infantil: idéias e praticas


corrente.

É muito comum praticas educativas com rígidas restrições posturais, em filas


ou sentadas. Até em bebês essa pratica pode ser fazer presente, quando são
mantidos no berço, impedindo de explorar seus recursos motores, isso baseado
na idéia de que o movimento impede a concentração e a atenção. As
conseqüências dessa rigide3z podem desenvolver uma atitude de passividade
nas crianças ou enfrentam situações em que elas percam completamente o
controle sobre o corpo .

As formas mecânicas pela qual são feitas as manipulações, alem de


desperdiçarem o rico potencial de troca afetiva, deixa as crianças numa atitude
de passividade.

O movimento significa muito mais que mexer partes do corpo ou deslocar-se


no espaço. A criança se expressa e se comunica por meio de gestos e mímicas
faciais.

Quanto menor a criança, precisa mais do adulto para auxiliar na satisfação de


sua necessidade. A medida que a criança cresce, com o desenvolvimento de
novas capacidades, vão adquirindo maior autonomia em relação aos adultos.

Pode-se dizer que no inicio do desenvolvimento predomina a dimensão


subjetiva da motricidade. E somente aos poucos que se desenvolvem a
dimensão objetivas do movimento, que corresponde ás competências
instrumentais para agir sobre o espaço e o meio físico.

Mas é importante lembrar que a função expressiva não é exclusiva do bebê.


Também acontece em brincadeiras de luta entre crianças, onde se constata o
papel expressivo de sentimento, emoções e estado intimo poderão encontra-se
na expressividade do corpo. Entre adultos isso acontece em conversas, quando
por meio de expressão facial deixam transparecer desconfiança, medo, etc.
Outro exemplo é usar gestos para pontuar a fala, por meio de movimentos com
as mãos.
Cada cultura possui seu jeito próprio de preservar seus recursos expressivos do
movimento. É muito grande a influencia que a cultura tem sobre o
desenvolvimento da motricidade infantil, tanto pelos diferentes significados
que atribui a gestos e expressões, quanto por diferentes movimentos
aprendidos no dia a dia.

É importante que a instituição reflita sobre o espaço dado ao movimento em


todos os momentos da rotina diária, nesse sentido, o trabalho deve incorporar
à expressividade e a mobilidade propria as crianças. Os deslocamentos, as
conversas e as brincadeiras resultantes desse envolvimento não podem ser
entendidos como dispersão ou desordem, e sim como uma manifestação
natural das crianças.

A criança e o movimento

O primeiro ano de vida

Nessa fase predominam a dimensão subjetiva do movimento. A criança imita o


parceiro e cria suas próprias reações: balança o corpo, bate palma, vira,
levanta.

Ao lado dessas capacidades expressivas, o bebê realiza conquistas, como virar-


se, rolar, sentar.

Ao observar um bebê, pode-se constatar que é grande o tempo que ele dedica
á exploração do próprio corpo. Pode-se também notar o interesse ao investigar
os efeitos dos próprios gestos, sobre os objetos do mundo exterior, por
exemplo, puxar várias vezes a corda de um brinquedo que emite som. Essas
ações exploratórias permitem que o bebê descubra os limites e a unidade do
próprio corpo, propiciando a coordenação sensório-motora.

Aquisições como a preensão ( o por o polegar a outro dedo ) e a locomoção


representam importantes conquistas no plano de motricidade objetiva,
oferecem a criança, a explorar o espaço, manipular objetos, realizar atividades
diversas e desafiadoras.

Crianças de 1 a 3 anos

Logo que aprende a andar, a criança parece tão encantada que se diverte em
locomover-se de um lado para o outro, sem uma finalidade e especifica. O
exercício dessa capacidade, somando ao progressivo amadurecimento do
sistema nervoso, propicia o aperfeiçoamento do andar, desdobrando-se nos
atos de correr, saltar, etc.

A independência de andar, vem acompanhada por uma maior disponibilidade


das mãos: a criança mexe em tudo, explora, pesquisa.

Gestos como o de segurar colher parar comer ou de pegar o lápis para marcar
um papel, embora não muito seguro, são exemplos de progresso no plano da
gestualidade.

Outro aspecto da dimensão expressiva do automotor é o desenvolvimento dos


gestos simbólicos, como: apontar, dar tchau. Situações em que a criança
revive uma cena recorrente, por exemplo, quando colocando os braços na
posição de ninar, pendam e embalam uma boneca.
Nessa idade a criança começa a reconhecer a imagem de seu corpo, ela
aprende a reconhecer as características físicas que integram a sua pessoa, o
que é fundamental para a construção de sua identidade.

Crianças de 4 a 6 anos

Nessa faixa etária, atos de coordenação de vários segmentos motores e o


ajuste a objetos específicos, como recortar, colar, encaixar, sofisticam-se.
Existe atividades que desviem a direção de seus gestos, é o caso, por exemplo,
da criança que está recortando e que de repente põem-se a brincar com a
tesoura, transformando-a num avião, numa espada, etc.

Gradativamente, o movimento começa submeter-se ao controle voluntario, ou


seja, pensar antes de agir. A possibilidade de planejar seu próprio movimento
mostra-se presente, por exemplo, nas conversas entre crianças em que uma
narra para a outra, o que iria fazer.

Os recursos de contenção motora traduzem no aumento do tempo em que a


criança consegue manter-se numa mesma posição. Vale destacar o enorme
esforço que tal aprendizado exige da criança já que quando o corpo está pardo,
ocorre intensa atividade muscular.

É grande o volume de jogos e brincadeiras encontradas em diversas culturas,


envolvendo complexas seqüências motoras parar serem reproduzidas,
propiciando conquistas no plano de coordenação.

As praticas culturais predominantes e as possibilidades de exploração


oferecidas pelo meio no qual a criança vive permitem que ela desenvolva
capacidades e construa repertórios próprios.

Habilidades de subir em árvores, escalar alturas, pular distancias, certamente


serão mais fáceis para criança criada em locais próximos á natureza.

As brincadeiras que compõe o repertorio infantil e que variam conforme a


cultura regional, apresentam-se como oportunidade privilegiadas para
desenvolver habilidades no plano motor, como empinar pipas, jogar bolinha de
gude, etc.

Objetivo

Criança de 0 a 3 anos

A prática educativa visa que a criança desenvolva capacidades como:

• Explorar as possibilidades de gestos para expressar-se nas brincadeiras.

• Desenvolver atividades de atitude de confiança nas próprias


capacidades motoras;

• Explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe e lançamentos,


etc.

Crianças de 4 a 6 anos
Para esta fase, os objetos da fase anterior deverão se aprofundar, para serem
capazes de :

• Ampliar as possibilidades expressivas do próprio movimento, nas suas


brincadeiras, danças, jogos, etc.

• Explorar diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como força,


velocidade, resistência, etc.

• Controlar gradualmente o próprio movimento.

• Utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamentos,


possibilidades de manuseio dos diferentes materiais.

• Apropriar-se progressivamente da imagem global de seu corpo,


desenvolver cada vez mais uma atividade de interesse e cuidado com o
próprio corpo

Conteúdos

A organização dos conteúdos devera respeitar as diferentes capacidades das


crianças em cada faixa etária, as diversidades culturais e corporais.

Os conteúdos deverão priorizar os desenvolvimentos das capacidades


expressivas e instrumentais do movimento, possibilitando a apropriação
corporal. Devem-se organizados num processo continuo e integrado que
envolve múltiplas experiências corporais, realizadas sozinhos ou em grupos.

Diversos repertórios de cultura corporal são expressos em brincadeiras, jogos,


danças, esportes e outras praticas sociais para que o desenvolvimento ocorra.

Os conteúdos estão organizados em dois blocos: um refere-se ás possibilidades


expressivas e outra ao caráter instrumental.

Expressividade

A dimensão subjetiva do movimento deve ser contemplada, possibilitando que


as crianças utilizem gestos, postura e ritmos para se expressar e se comunicar.

A dimensão expressiva do movimento engloba tanto as expressões e


comunicação, como as manifestações corporais. A dança é uma das
manifestações da cultura corporal que está intimamente associada ao
desenvolvimento das capacidades expressivas das crianças.

Crianças de 0 a 3 anos

Brincadeiras que envolvam o canto e o movimento. Simultaneamente,


possibilitam a percepção rítmica. A cultura popular infantil é uma riquíssima
fonte na qual se pode buscar cantigas e brincadeiras de cunho afetivo nas
quais o contato corporal é o seu principal conteúdo.
Brincadeiras ritmadas que combinam gestos e musicas, podem fazer parte de
seqüências de atividades. Essas brincadeiras, ao propiciar o contato corporal
da a criança co o adulto, auxiliam o desenvolvimento de suas capacidades
expressivas.

É aconselhável que em cada sala haja um espelho grande o suficiente para


permitir que varias crianças possam se ver refletido ao mesmo tempo,
possibilitando vivenciar e compartilhar descobertas fundamentais .

As mímicas faciais e gestos possuem um papel importante na expressão de


sentimentos e em sua comunicação, fazendo com que aprenda
progressivamente a identificar as expressões dos outros, ampliando sua
comunicação.

Brincadeiras como “ a linda rosa juvenil “, proporciona a oportunidade de


descobrir e explorar movimentos ajustados a um ritmo, conservando
fortemente a possibilidade de expressar emoções.

O professor precisa cuidar de suas expressões e posturas corporais ao se


relacionar com as crianças. Não deve se esquecer que seu corpo é um veículo
expressivo. O professor também é modelo para as crianças, fornecendo-lhes
repertórios de gestos e posturas, quando por exemplo, conta historias
pontuando idéias com gestos expressivos ou usa recurso vocais para enfatizar
sua dramaticidade.

Crianças de 4 a 6 anos

• Utilização expressiva intencional, nas situações cotidianas.

• Percepção de estruturas rítmicas, por meio da dança, brincadeiras e


outros.

• Valorização e ampliação e utilização de diferentes modalidades da


dança.

• Percepção das sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e


integridade do próprio corpo.

Orientações didáticas

O espelho continua a se fazer necessário para a construção e afirmação da


imagem corporal.

Fantasias , roupas de adultos, sapatos são ótimos materiais para o faz-de-conta


nessa faixa etária. Com eles, e diante do espelho, a criança consegue perceber
que sua imagem muda, sem que modifique sua pessoa.

Podem-se propor jogos e brincadeiras envolvendo a interação , a imitação.


Como em “siga o mestre” .

O professor pode propor atividades em que as crianças observem partes do


próprio corpo ou de seus amigos, pode desenhar, pintar ou modelar.
É importante lembrar que não há necessidade de se estabelecer hierarquia,
com partes do corpo que serão trabalhadas. Nesse sentido , o professor precisa
estar bastante atento aos conhecimentos prévios das crianças, assim adequar
seus projetos e melhorar a maneira de trabalhar.

O reconhecimento dos sinais vitais e de suas alterações, como a respiração, os


batimentos cardíacos, podem ser trabalhados com as crianças. Refletir e
conversar sobre o que acontece quando as crianças correm, rolam ou são
massageadas, garante a ampliação do conhecimento sobre seu corpo.

Representar experiências observadas, como derreter como um sorvete, flutuar


como um floco de algodão, são exercícios de imaginação e criatividade,
importante no movimento para expressar e comunicar idéias e emoções.

No Brasil existem inúmeras danças, brincadeiras de roda e ciranda com caráter


de socialização, que trazem para a criança a possibilidade de realização de
movimentos de diferentes qualidades expressivas e rítmicas.

Equilíbrio e coordenação

As ações que compõem as brincadeiras envolvem aspectos ligados á


coordenação do movimento e ao equilíbrio. Para empinar uma pipa, precisam
coordenar a força e a flexibilidade do movimento do braço com a percepção
espacial.

As instituições devem valorizar os jogos motores e brincadeiras de


coordenação dos movimentos e o equilíbrio. Os jogos motores de regras,
trazem aprendizagem social, as crianças aprendem a competir, a colaborar e
respeitar as regras.

Crianças de 0 a 3 anos

• Exploração de diferentes posturas corporais, como sentar-se, ficar ereto


apoiando a planta dos pés com ou sem ajuda.

• Deslocar-se no espaço de diversas maneiras, arrastando-se,


engatinhando-se, correr, saltar, etc.

• Aperfeiçoamento dos gestos relacionados com a preensão, encaixe, o


traçado no desenho, em diversas situações.

Orientação didática

Quanto menor a criança, maior a responsabilidade do adulto de lhe


proporcionar experiências posturais e motoras variadas, descobrir em que
posição fica mais ou menos confortável tocar, acalentar, massagear, são
fundamentais.
Matérias que rolem pelo chão, como cilindros e bolas de diversos tamanhos ,
sugerem ás crianças que se abaixem e utilizem de força dos músculos dos
braços e das pernas para percorrer seu interior. Almofadas convidam as
crianças sentarem ou deitar.

O professor pode organizar atividades que exijam o aperfeiçoamento das


capacidades motoras. Podem-se cria, com pneus, bancos, tabuas, etc. Alguns
túneis, pontes, caminhos nos quais as crianças podem saltar para dentro
equilibrar-se, andar, escorregar, etc.

Brincadeiras tradicionais, como a brincadeira da estatua, promovem a


manutenção do tônus muscular durante algum tempo.

Crianças de 4 a 6 anos

• Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir, descer,


escorregar, etc.

• Utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de força,


velocidade, resistência,...

• Valorização de suas conquistas corporais.

• Manipulação de matérias, objetos e brinquedos diversos, aperfeiçoando


as habilidades manuais.

Orientações didáticas

É importante possibilitar diferentes movimentos, jogar bola, rolar bambolê, etc.


deve-se evitar os comportamentos estereopados, por exemplo, não deixar que
as meninas joguem futebol ou meninos rode bambolê.

A brincadeira de pular corda é uma intensa atividade corporal (rápidos ou


lentos, pesados ou leves), também tem ralação com três anos: uso de gestos e
ritmos corporais para expressar-se; deslocamento no espaço sem ajuda.

A partir dos quatro e até os seis anos, pode-se esperar que as crianças utilizem
como linguagem expressiva e participem de jogos e brincadeiras envolvendo
habilidades motoras diversas.

A valorização de seus esforço e comentários a respeito de como estão


construindo e se apropriando desse conhecimento são atitudes quês as
encorajam e situa com relação á própria aprendizagem. Devem ser valorizados
em função de seus progressos e do próprio esforço, evitando colocar-las em
situações de comparação.

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