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Ficha técnica
Conselho de Orientação:
Carlos Afonso Nobre (ABC/INPE),
Carlos Henrique de Brito Cruz (FAPESP),
Carlos Roberto Azzoni (FEA/USP),
Fábio Feldmann (FPMC),
Francisco de Assis Leme Franco (MF),
Israel Klabin (FBDS),
Jacques Marcovitch (USP),
José Domingos Gonzalez Miguez (MCT),
José Goldemberg (IEE/USP),
Luciano Coutinho (BNDES),
Luiz Gylvan Meira Filho (IEA/USP),
Luís Manuel Rebelo Fernandes (FINEP),
Luiz Pinguelli Rosa (COPPE/UFRJ – FBMC),
Marcio Pochmann (IPEA),
Marco Antonio Zago (CNPq),
Marcos Sawaya Jank (UNICA),
Pedro Leite da Silva Dias (LNCC/CNPq/MCT),
Sérgio Barbosa Serra (MRE),
Suzanna Kahn Ribeiro (MMA/SMCQ),
Temistocles Marcelos (FBOMS) e
Thelma Krug (IAI).
Coordenadores técnicos:
Sergio Margulis (Banco Mundial) e
Carolina Burle Schmidt Dubeux (COPPE/UFRJ).
[1] A distinção entre cenários climáticos e cenários socioeconômicos é importante. Apesar de a maioria dos estudos referir-se aos comportamentos da economia nacional como cenários A2
e B2, não existe um comportamento único para a economia nacional sob cada um dos cenários globais da economia. A economia global pode seguir uma trajetória A2 e o Brasil eventualmente
seguir uma trajetória mais parecida com B2. Ainda que este estudo tenha tentado fazer a trajetória nacional consistente com a global, parece correto manter os nomes A2 e B2 para referir-se
estritamente aos cenários climáticos globais A2 e B2; e chamar de cenários A2-BR e B2-BR para se referir aos cenários econômicos e climáticos quando aplicados ao caso brasileiro.
uma teia de relações: como se articulam os módulos deste estudo
Aquecimento Global
Mitigação Mitigação
Setorial Setorial
Aquecimento Global
Mitigação Mudança do clima Mitigação
Setorial Setorial
Mudança do clima
Recursos hídricos
Recursos hídricos
Competição
Agricultura & Florestas “alimentos-biocombustíveis-florestas” Energia Saúde
(inclui Amazônia)
Competição
Agricultura & Florestas “alimentos-biocombustíveis-florestas” Energia Saúde
(inclui Amazônia)
Modelo macroeconômico
Biodiversidade População & Migração Elevação do nível do mar
de Equilibrio Geral - CGE
Modelo macroeconômico
Biodiversidade
Adaptação População & Migração Elevação do nível do mar
Adaptação
de Equilibrio Geral - CGE
Natural DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Adaptação Impactos Ambientais Impactos Econômicos Impactos Sociais Adaptação
Natural DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O custo da inação: perdas acarretadas pelos impactos das mudanças climáticas no Brasil, em reais de 2008.
PIB em 2050 -R$ 719 bilhões (A2-BR) e -R$ 3.655 bilhões (B2-BR) 0,5 % e 2,3% dos PIBs de 2050, em cada cenário
PIB per capita em 2050 -R$ 534 (A2-BR) e -R$ 1.603 (B2-BR)
Excedente hídrico bacias Nordeste -60% (de 7.075 para 2.833 m3/s, A2-BR) e -56% (B2-BR) Bacias Atlântico NE Oriental e Ocidental, Parnaíba e São
(período 2041-2070) Francisco
Agricultura Variação % da área de baixo risco (2050) Perda produtivide média Perda anual, Cenário A2-BR
Arroz -12% nos 2 cenários -12% (CO) e +44% (S) R$ 530 milhões/ano
Algodão -14% nos 2 cenários ---- R$ 408 milhões/ano
Café -17% ou -18% (A2-BR ou B2-BR) ---- R$ 1.597 milhões/ano
Feijão -10% nos 2 cenários -8% (CO) e +37% (S) R$ 363 milhões/ano
Soja -34% ou -30% (A2-BR ou B2-BR) -0,7 (CO) e +21% (S) R$ 6.308 milhões/ano
Milho -15% nos 2 cenários -27% (NE) e -10% (S) R$ 1.511 milhões/ano
Cana 139% ou 147% (A2-BR ou B2-BR) +66% (S) e +34% (SE) ----
Energia elétrica firme -31,5% ou -29,3% (A2-BR ou B2-BR)
Energia média + 2,7% ou 1,1% (A2-BR ou B2-BR)
Demanda de etanol (doméstica + 169,7 bilhões (A2-BR) e 118,2 bilhões de litros (B2) = 16,4 ou 13,5 milhões ha (A2-BR ou B2-BR) ≈ 16% área
export.) em 2050 adequada para cana
Aumento demanda energia elétrica 1.333 ktEp (A2-BR) e 1.092 ktEp (B2-BR)
Perda de cobertura florestal (Amazônia) De 354 milhões para 199 milhões ha (A2-BR) = - 44%. Projeção para 2100
40% e 85% (sem e com desmatamento)
Perda dos serviços ambientais -12,4% em 2100 (A2-BR) = US$ 26 bilhões/ano Sujeito a sérias limitações metodológicas/dados
Perda de espécies na Amazônia 12% ou 30-38% (sem/com desmatamento, 2100) Sujeito a limitações metodológicas/dados
Zona costeira, patrimônio em risco De R$136 bilhões a R$ 207,5 bilhões Sujeito a limitações metodológicas/dados
custos e oportunidades da ação: investimentos para preparar a economia brasileira e seus benefícios
oportunidades de mitigação
Desmatamento da Amazônia Redução 70-95% do desmatamento Conforme taxa de US$3 ou 50/ton de carbono
Produção de etanol De 187 milhões a 362 milhões de toneladas de CO2 eq Em 2035, conforme destino do alcool exportado
Taxação de carbono Emissões -1,16% e -1,87%; PIB -0,13% e -0,08% Conforme taxa de US$ 30 ou 50/ton de carbono
Eficiência energética Potencial de 1,8 bilhões t de CO2 entre 2010-30 Custo médio equivalente de US$ -13/t de CO2
trabalho para o futuro imediato que se incorpore esta modelagem ou diminuição), o que limita projeções sobre o clima futuro e seus
às recém criadas redes de pesquisa, como a Rede CLIMA e o INCT potenciais impactos econômicos.
para Mudanças Climáticas, as quais incorporam a maioria dos A incompletude da base de dados e de informações técnicas
grupos de pesquisa do EMCB. disponíveis, desde modelos climáticos e projeções sobre o
clima futuro até dados ecológicos e socioeconômicos, incluindo
Limitações do estudo a valoração econômica. Nos setores mais complexos ou com
conhecimento técnico restrito (como biodiversidade e zona
O caráter pioneiro deste estudo implica uma série de limitações, costeira), as análises e a valoração econômica são preliminares.
que não se pode deixar de levar em conta na ponderação de seus A não incorporação de mudanças tecnológicas de longo
resultados. São cinco as principais limitações: prazo, pela falta de cenários e análises sobre as quais basear
O uso de apenas um modelo climático global, no qual as projeções, uma decisão decorrente da incipiência dos
se basearam as análises setoriais e econômicas, decisão modelos e das restrições técnicas de ligar todos os modelos,
fundamentada no grau de conhecimento disponível no início do desde as projeções de variações climáticas até seus impactos
estudo com simulações de funções de distribuição de probabilidade socioeconômicos.
para diversos parâmetros e na experiência do INPE com o O presente estudo focalizou a perspectiva nacional, deixando
downscaling (redução de escala) dos modelos globais. para estudos futuros as análises locais e dos impactos das
A abordagem determinística do estudo, isto é, a não dimensões institucionais, legais e culturais. As análises sociais
consideração explícita do risco e da incerteza e a ênfase em valores se limitaram ao que surgiu da análise macroeconômica e apenas
médios esperados, com foco restrito sobre custos imediatos de parcialmente dos diversos capítulos setoriais. Além disso, não
pequenas mudanças de temperatura sobre um conjunto limitado de se estimaram os impactos das mudanças climáticas sobre a
impactos mensuráveis. infraestrutura, e menos ainda sobre alternativas de adaptação,
O fato de os valores estimados de precipitações futuras pelos aspectos que aguardam pesquisas futuras e que representam
vários modelos climáticos não concordarem em sinal (aumento custos significativos.