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Sessão 6 - Parte 2
Pretende-se com este trabalho fazer uma análise e comentário crítico à presença de referências a respeito das
BE tomando por base de amostra os Relatórios de avaliação externa de três escolas, uma por cada analo
lectivo dos últimos três anos lectivos. Foi tido em consideração o documento da IGE: “Quadro de
Referência para a avaliação de escolas e agrupamentos” (em função do qual, a IGE elabora os seus
Relatórios de Avaliação externa).
Para a realização deste trabalho acabei por escolher três escolas/agrupamentos que são o Agrupamento de
Escolas de Monte da Ola em Vila Nova de Anha - Viana do Castelo (2006/2007), o Agrupamento de
Escolas de Real em Braga (2007/2008) e a escola a que pertenço Agrupamento de Escolas da Nascente do
Este em Gualtar – Braga (2008/2009).
Da análise realizada verifica-se que a Biblioteca Escolar não é propriamente uma das preocupações da
Avaliação Externa. Quer na preparação quer na execução do acto inspectivo não há uma preocupação directa
com o valor da BE. A informação que pode ser recolhida através do MABE não é aproveitada pela
avaliação.
Os três relatórios são sintéticos pelo que pode ficar a dúvida se eventualmente não haveria mais referências à
BE mas que directamente não foram referenciadas. Há várias situações descritas no relatório de forma
genérica que possivelmente englobam o trabalho da BE.
Nesta análise apenas foram contempladas as referências directas à BE.
Em termos futuros seria interessante que a IGE, a partir do MABE, integrasse na avaliação externa as
evidências e o contributo que a BE dá ao sucesso dos alunos
Apesar de tudo, regista-se em todas as escolas analisadas referências ao trabalho desenvolvido pela BE.
Quer seja a inclusão na Rede de Bibliotecas Escolares quer seja pelo Plano Nacional de Leitura. Notório é
que a BE aparece sempre como factor para a inovação. Este facto mostra que a BE está a construir um
caminho de inovação na escola e que dentro em breve será um motivo de valor no sucesso dos alunos.
Quadro comparativo:
Apenas no relatório do A. E. do Monte da Olá se faz referência ao valor da BE, como fonte de conhecimento
e de promoção do sucesso educativo. Contudo evidencia-se a necessidade de uma maior dinamização para
potenciar a sua utilização.
“Destaca-se, ainda, o
trabalho desenvolvido pela
Biblioteca na dinamização
de actividades (encontros
de escritores, organização
de dossiês temáticos para
os alunos, duas feiras do
livro anuais), assim como
a utilização das TIC, em
contexto educativo”
O serviço prestado pela BE aparece aqui valorizado seja pelas actividades, dossiers temáticos, oficinas de
leitura e escrita, feira do livro, vinda de escritores, Plano Nacional de Leitura, utilização das TIC. Considero
que está aqui uma pequena amostra de tudo aquilo que a BE desenvolve e que lhe confere um estatuto
privilegiado na construção de saberes de uma forma articulada.
Nos três agrupamentos o Plano Nacional de Leitura é um factor de sucesso contemplado na organização e
gestão da escola. Curioso de forma positiva é o facto da Associação de Pais de Monte da Ola oferecer livros
no âmbito do PNL, o que evidencia a participação e interesse dos pais pelo estímulo à leitura. Esta medida
também pode mostrar a difícil situação que as BE têm no que concerne os recursos financeiros próprios. Na
sua ausência a solução passa, muitas vezes, por este tipo de compromisso.
A nível dos recursos materiais tem vindo a acontecer um renovar dos equipamentos para solução
normalizadas e específicas das Bibliotecas.
É neste domínio do relatório da IGE que aparece de uma forma mais evidente o contributo da BE. Quer no
aspecto da abertura à inovação quer na questão das parcerias (RBE e PNL). Parece-me muito interessante
que a IGE dê este enfoque à BE neste domínio da liderança.
Talvez na realidade deva ser esse o papel da biblioteca: o da liderança na construção de um modelo inovador
na educação. Promoção de parcerias, de literacias. Construção de saberes baseados em programas de leitura
articulados com os departamentos indo ao encontro de metas educativas definidas pela escola.
Não há qualquer referência ao processo de auto-avaliação. O MABE ainda não estava implementado nem
uniformizado pelo que é normal não haver referência à auto-avaliação da BE. Não era uma prática corrente e
a avaliação que se realizava era sobretudo de resultados concretos e não de sucesso ou de valor.