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Organização

do workshop formativo:
Objectivo Geral:
-Sensibilizar a escola para a importância do MABE.
Objectivos Específicos:
- Avaliar a pertinência da existência do MABE.
- Demonstrar o MABE como instrumento pedagógico e de melhoria.
- Conhecer a estrutura e funcionamento do Mabe.
- Como integrar o MABE na realidade escolar /BE.
- Salientar oportunidades e constrangimentos.
I PARTE:
-Disponibilizar a todos os docentes da escola, na plataforma moodle da escola,
disciplina Biblioteca / Recursos Digitais, a seguinte etiqueta:
• O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BEs. RBE,
Com os seguintes conteúdos:
A – Vídeo da Drª Teresa Calçada (enviado aos Directores das escolas)
B- Referenciais da missão das BEs (IFLA/UNESCO e IASL)

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C – O MABE
D – O MABE – Instrumentos de Recolha de Dados
E – O MABE – Modelo de Relatório de Auto-avaliação.

Estratégia / I Parte:
Esta primeira parte é disponibilizada com antecedência, em relação à segunda, de um mês.
Através da plataforma, disciplina de Biblioteca / Recursos Digitais, é enviado um e-mail para
todos os docentes noticiando a abertura do novo tópico e a importância de que é revestido.

Estratégia / II Parte:
Acção formativa (informal) com todos os elementos do Conselho Pedagógico.
Apresentação / discussão do PPT explicativo do MABE, que segue a seguir.

Resultado esperado:
O MABE é um instrumento pedagógico de melhoria da BE / Escola.

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AVALIAR
A BIBLIOTECA ESCOLAR

CONCEITOS E PROBLEMÁTICAS

O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO RBE. PROBLEMÁTICAS E CONCEITOS IMPLICADOS


2009

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A BIBLIOTECA E A ESCOLA

• Alguns descritores dos perfis de desempenho da BE de uma Escola (fictícia) de Nível 1* - A precisar de
desenvolvimento urgente:
 A BE só coopera pontualmente com alguns órgãos pedagógicos de gestão intermédia
da escola;
 Os recursos da BE são pouco rentabilizados pelos docentes no âmbito da actividade
lectiva;
 A BE não promove suficientemente as TIC e a Internet como ferramentas de acesso,
produção e comunicação de informação e como recurso de aprendizagem. Os
computadores da BE são sobretudo utilizados para jogos ou outras actividades
recreativas dos alunos;
 A BE desenvolve estratégias e actividades em articulação com menos de 45% dos
docentes;
 A BE raramente dinamiza actividades livres, de carácter lúdico e cultural;
 A BE não está aberta à comunidade;
 A BE não dispõe de orçamento anual;
 A equipa é limitada no que respeita ao número dos seus elementos e às suas
qualificações.

• * Nível 1: Fraco; Nível 2: Satisfatório; Nível 3: Bom; Nível 4: Excelente

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AGIR E QUESTIONAR

• Que impacto deve ter a BE nas aprendizagens e sucesso


escolar / formação global dos alunos?
• O que espera a escola da sua BE?
• Será a BE apenas um recurso da escola?
• O que é um Biblioteca Escolar de qualidade?
• Qual a envolvência do corpo docente na articulação do
trabalho pedagógico com a BE?
• Responsabilidades colectivas?

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A BE NO CONTEXTO DA MUDANÇA

• Paradigma passado:
o Concepção centrada no espaço e nos recursos: o impacto da BE era
aferido na relação directa entre os inputs (colecção existente, verba gasta)
e os outputs (número de empréstimos, de visitas, etc.). Era uma relação
custo/eficiência.
• Paradigma actual:
o Associa de forma clara o papel formativo da BE: É um espaço de
intervenção, associado à aprendizagem com base nos recursos, em
complementaridade com os professores das diferentes áreas curriculares
e não curriculares. Deve evidenciar o impacto, os benefícios que os
utilizadores retiram do seu contacto e uso dos serviços da BE.

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ENTENDER A MUDANÇA

• Todd Ross* enfatiza as mudanças que se vão


operando na BE:

 Knowledge space, not information place.


 Connections, not collections.
 Actions, not positions.
 Evidence, not advocacy.

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PORQUÊ AVALIAR?
 Noção de valor: não é intrínseco às coisas, tem a ver com a
experiência que se retira delas.
 Medir o impacto, os benefícios que os utilizadores retiram do
seu contacto e uso dos serviços da BE.
 Aferir não a eficiência, mas a eficácia da BE.
 Centrar o sucesso do serviço, nos resultados.
 Aliar a prática à análise reflexiva: identificar debilidades e
sucessos/reorientar = melhoria.
 Existe uma quase ausência de práticas de avaliação e de
recolhas de evidências.

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AVALIAÇÃO E MUDANÇA

 A Avaliação não é uma ameaça mas sim uma oportunidade;


 Mudança: não é um acontecimento mas um processo;
 A avaliação é uma reflexão orientada para a mudança – implica um
envolvimento colectivo: órgãos de gestão e de decisão pedagógica.
 Instrumento pedagógico de regulação e melhoria contínua.
 Busca de evidências (impacto que a BE tem na escola) para gerir a
mudança. Detectar os factores que se assumem como críticos ao seu
desenvolvimento. Estabelecer metas.

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O Modelo de Auto-Avaliação RBE

 Instrumento pedagógico , permitindo dotar as Escolas / BEs de um


quadro de referência, que permite a melhoria contínua da qualidade e a
busca de uma perspectiva de inovação, através da recolha sistemática de
evidências e auto-avaliação sistemática.
 Na sua construção foram integrados os princípios definidos nos
documentos fundadores (IFLA/ UNESCO e IASL) que orientam o trabalho das
BEs.
 É um instrumento que conta com as teses de vários especialistas em BEs,
no qual Ross Todd é um expoente.
 Possibilita a identificação mais clara dos pontos fracos e fortes,
orientando no estabelecimento de objectivos e prioridades.

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ESTRUTURA DO MODELO:
Domínios / Subdomínios

• A . Apoio ao desenvolvimento curricular


• A1 Articulação curricular da BE com as estruturas pedagógicas e os docentes
• A2 Desenvolvimento da Literacia da Informação
• B. Leitura e literacias
• C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de
Abertura à Comunidade
• C1 Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular
• C2 Projectos e parcerias
• D. Gestão da Biblioteca Escolar
• D1 Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços prestados
pela BE
• D2 Condições humanas e materiais

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ESTRUTURA DO MODELO
Subdomínios / Indicadores

• A1. Articulação curricular da BE com as Estruturas


Pedagógicas e os Docentes
• A.1.1. Cooperação da BE com os órgãos pedagógicos de gestão intermédia
da escola/agrupamento.
• A.1.2. Parceria da BE com os docentes responsáveis pelas novas áreas
curriculares não disciplinares (NAC).
• A.1.3. Articulação da BE com os docentes responsáveis pelos Apoios
Educativos.
• A.1.4. Integração da BE no Plano de Ocupação Plena dos Tempos
Escolares (OPTE).
• A.1.5. Colaboração da BE com os docentes na concretização das
actividades curriculares desenvolvidas no seu espaço ou tendo por base os
seus recursos.

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ESTRUTURA DO MODELO
SUBDOMÍNIOS / INDICADORES

• A2. Desenvolvimento da Literacia da Informação


• A.2.1. Organização de actividades de formação de utilizadores.
• A.2.2. Promoção do ensino em contexto de competências de informação.
• A.2.3. Promoção das TIC e da Internet como ferramentas de acesso,
produção e comunicação de informação e como recurso de
aprendizagem.
• A.2.4. Impacto da BE nas competências tecnológicas e de informação dos
alunos.
• A.2.5. Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes
indispensáveis à formação da cidadania e à aprendizagem ao longo
da vida.

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ESTRUTURA DO MODELO
Subdomínios / Indicadores

• B1. Leitura e Literacia

• B.1 Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura

• B.2 Trabalho articulado da BE com departamentos e docentes


e com o exterior, no âmbito da leitura

• B.3 Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências


dos alunos, no âmbito da leitura e das literacias.

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ESTRUTURA DO MODELO
Subdomínios / Indicadores

• C.1 Apoio a Actividades Livres, Extra-Curriculares e


de Enriquecimento Curricular
• C.1.1. Apoio à aquisição e desenvolvimento de métodos de trabalho e de
estudo autónomos.
• C.1.2. Dinamização de actividades livres, de carácter lúdico e cultural.
• C.1.3. Apoio à utilização autónoma e voluntária da BE como espaço de
lazer e livre fruição dos recursos.
• C.1.4. Disponibilização de espaços, tempos e recursos para a iniciativa e
intervenção livre dos alunos.
• C.1.5. Apoio às Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC),
conciliando-as com a utilização livre da BE.

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ESTRUTURA DO MODELO
Subdomínios / Indicadores

• C.2. Projectos e Parcerias


• C.2.1. Envolvimento da BE em projectos da respectiva
Escola/Agrupamento ou desenvolvidos em parceria, a nível local ou mais
amplo.
• C.2.2. Desenvolvimento de trabalho e serviços colaborativos com outras
escolas, agrupamentos e BEs.
• C.2.3. Participação com outras Escolas /Agrupamentos e com outras
entidades (por ex. DRE, RBE, CFAE), em reuniões da BM/SABE ou outro
• Grupo de Trabalho a nível concelhio ou inter-concelhio.
• C.2.4. Estímulo à participação e mobilização dos Pais/EE’s em torno da
promoção da leitura e do desenvolvimento de competências das crianças
e jovens que frequentam a escola.
• C.2.5. Abertura da Biblioteca à Comunidade.
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ESTRUTURA DO MODELO
Subdomínios / Indicadores

• D.1. Articulação da BE com a Escola/Agrupamento.


Acesso e serviços prestados pela BE
• D1.1. Integração da BE na Escola/ Agrupamento
• D.1.2. Valorização da BE pelos órgãos de gestão e de decisão
pedagógica
• D.1.3. Resposta da BE às necessidades da escola e dos
utilizadores.
• D.1.4 Avaliação da BE.

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Estrutura do Modelo
Subdomínios / Indicadores

• D.2 Condições humanas e materiais para prestação


dos serviços
• D.2.1 Liderança do/a professor/a coordenador/a.
• D.2.2 Adequação da equipa em número e qualificações às necessidades
de funcionamento da BE e às solicitações da comunidade educativa.
• D.2.3 Adequação da BE em termos de espaço e de equipamento às
necessidades da escola/ agrupamento.
D.2.4 Resposta dos computadores e equipamentos tecnológicos ao
trabalho e aos novos desafios da BE.

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ESTRUTURA DO MODELO
Subdomínios / Indicadores
• D.3. Gestão da Colecção
• D3.1 – Planeamento da colecção de acordo com a inventariação das
necessidades curriculares e dos utilizadores.
• D3.2 - Adequação dos livros e de outros recursos de informação (no local e
online) às necessidades curriculares e de informação dos utilizadores.
• D3.3 - Alargamento da colecção aos recursos digitais online.
• D3.4 – Uso da colecção pelos utilizadores.
• D3.5 – Organização da informação. Informatização da colecção.
• D3.6 - Gestão Cooperativa da Colecção.
• D3.7 – Difusão da informação.

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ESTRUTURA DO MODELO:
INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE EVIDÊNCIAS:

- Registos de Observação.
- Questionários aos professores, alunos, pais/EEs.
- Checklists.
- Registos estatísticos.
- Informação contida em documentação que rege e estrutura a
vida da escola e da BE.
- Planificações.
- Análise de trabalhos dos alunos.
- Registos de reuniões/ contactos.
- Materiais de apoio produzidos e editados.

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EVIDÊNCIAS APONTADAS PARA O SUCESSO DA BE

- Os níveis de colaboração entre o professor - bibliotecário e os restantes


professores na identificação de recursos e no desenvolvimento de
actividades conjuntas orientadas para o sucesso do aluno: literacia da
informação, promoção da leitura – Domínios A e B.
- O programa formativo desenvolvido pela BE – Domínios A, B e C.
- A acessibilidade dos serviços prestados pela BE (horário, flexibilidade no
acesso; bases de dados e catálogos online, etc.) e a adequação da colecção
e dos recursos tecnológicos – Domínio D.
- A formação dos recursos humanos que suportam o funcionamento da BE –
Domínio D.

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4 Perfis de desempenho:
• 4(Excelente) A BE é bastante forte neste domínio. O trabalho desenvolvido é de
grande qualidade e com um impacto bastante positivo.

• 3 (Bom) A BE desenvolve um trabalho de qualidade neste domínio mas ainda é


possível melhorar alguns aspectos.

• 2 (Satisfatório) A BE começou a desenvolver trabalho neste domínio, sendo


necessário melhorar o desempenho para que o seu impacto seja mais efectivo.

• 1 (Fraco) A BE desenvolve pouco ou nenhum trabalho neste domínio, o seu


impacto é bastante reduzido, sendo necessário intervir com urgência.

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APLICAÇÃO DO MABE
À REALIDADE DA ESCOLA
Metodologia:
- Motivação e compromisso institucional dos órgãos de gestão
pedagógica e executiva;
- Mobilização e co-responsabilização de todos os intervenientes
(reuniões, jornadas formativas, documentação, recolha de
evidências aos alunos, envolvimento no reconhecimento dos
resultados e na promoção de um plano de melhoria).
- Estabelecer prioridades - não se pode “medir” tudo: um
Domínio por ano. O ciclo completa-se ao fim de quatro anos.
- Identificar o Domínio a avaliar.

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GRELHA MABE DE RECOLHA DE EVIDÊNCIAS.
UM EXEMPLO NA BE - ESTP

Indicadores Factores Críticos de Sucesso Recolha de evidências Acções para melhoria/


Exemplos
A.1.1. Cooperação da •A BE colabora com os •Planificações dos •Promover a participação
Departamentos periódica da BE nas reuniões
BE com os órgãos Departamentos de planificação dos diferentes
Curriculares/Grupos Disciplinares
pedagógicos de Curriculares/Grupos órgãos pedagógicos da
no sentido de conhecer os
diferentes currículos e programas Disciplinares Escola/Agrupamento.
gestão intermédia da •Planificações dos •Organizar acções informais
de estudo e de se integrar nas
escola/agrupamento. suas planificações. Conselhos de
de formação sobre a BE junto
dos docentes.
•A BE colabora com os Conselhos Docentes/Ano/Núcleo •Melhorar a comunicação
de Docentes/Ano/Núcleo e/ou •Projectos Curriculares entre a BE e os órgãos
Turma com o objectivo de pedagógicos da
das Turmas
conhecer os diferentes projectos Escola/Agrupamento no
curriculares das turmas e de se •Registos de sentido de facilitar a
envolver no planeamento das reuniões/contactos actualização e adequação dos
respectivas actividades, recursos às necessidades.
estratégias e recursos. •Apresentar aos docentes
sugestões de trabalho
•A utilização da BE é rentabilizada
conjunto em torno do
pelos docentes no âmbito da
tratamento de diferentes
actividade lectiva unidades de ensino ou temas.
•Promover a integração de
novos docentes no trabalho
da BE.

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GRELHA MABE DO RELATÓRIO DE AUTO-AVALIAÇÃO.
UM EXEMPLO NA BE - ESTP

Indicadores Evidências Recolhidas Pontos Fortes Pontos Fracos


- Horários da BE :8,30– 22,30 O horário da BE é A BE é procurada nos
- As actividades lectivas contínuo e coincide com intervalos por um número
decorrem das 8,30 às 22, 45, elevado de alunos, devido à
a permanência dos
C.1.1. Apoio à aquisição com três turnos horários escola estar em obras e não
(manhã, tarde e noite) alunos na escola. dispor de outros espaços.
e desenvolvimento de
métodos de trabalho e
de estudo autónomos.
- A BE tem produzido em
colaboração com os - O número de computadores
professores, uma série de não respondem à procura e
materiais, no domínio da - Os alunos praticam estão desactualizados
literacia de informação: técnicas de estudo
dossier “como estudar”; variadas: exploram
“como utilizar e pesquisar na informação de diferentes
Internet”. tipos de documentos,
- ……..
produzem e editam
-………
-……… trabalhos escritos
-……… recorrendo ao uso do
computador.

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RESULTADOS - MABE

 As decisões a tomar devem basear-se nas evidências e


informações recolhidas, tendo em conta oportunidades e
ameaças, prioridades da escola, adequação aos objectivos e
estratégias de ensino/aprendizagem.

 Permite à BE de “prestar contas” do impacto dos seus


serviços.

 Liga-se à avaliação interna e externa da escola: parte


integrante do processo de gestão e de desenvolvimento,
para perspectivar a mudança e melhorar o seu desempenho.

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BIBLIOGRAFIA:

- Texto da sessão, disponibilizado na plataforma.

- Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”,
School Library Journal. 9/1/2002
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [13/10/2009].

- Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-
based practice”. 68th IFLA Council and General Conference August.
<http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf> [13/10/2009].

- Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School
Library Journal. 4/1/2008. <
http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html> [13/10/2009].

- Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação

- Newsletter n.º5 RBE. Conde,Elsa ; Martins, Rosa Canhoto

Formando: Daciano Sousa / 2009

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