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Comentário Crítico
A metodologia que adoptei para a elaboração desta tarefa baseou-se num método, assente este, por sua vez, em alguns
critérios. Em primeiro lugar, e atendendo ao universo tão alargado com que me deparei de relatórios de avaliação externa, optei por
escolher Agrupamentos com 2º e 3º CEB pois apresentam uma realidade mais próxima da minha. Em segundo lugar seleccionei
escolas/agrupamentos que tivessem sido objecto de avaliação externa no decurso do ano lectivo transacto, por serem mais recentes, e,
por último, o critério de pertencerem a várias DREs.
Assim, seleccionei as seguintes Escolas/Agrupamentos:
Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais -Lisboa; Agrupamento de Escolas de Vila Flor-Bragança; Agrupamento de
Escolas Dr. Correia Mateus -Leiria; Agrupamento de Escolas D. Manuel I – Pernes; e Agrupamento de Escolas de Tramagal - Abrantes
(de referir que, após análise deste documento, verifiquei que não havia nenhuma alusão à BE). Analisei ainda o relatório do
Agrupamento da Benedita e constatei, com grande desagrado, que só havia uma única referência à BE e que dizia o seguinte que passo
a transcrever: ”A Biblioteca escolar/Centro de Recursos Educativos dinamiza actividades que abrangem todos os jardins de infância e
escolas do 1º ciclo do Agrupamento, possibilitando aos alunos e às famílias actividades diversificadas no âmbito do Plano Nacional de
Leitura.”
A redacção deste comentário crítico acerca da presença de referências às BEs nos Relatórios de Avaliação Externa, foi precedida
de um levantamento e análise que apresento numa tabela, na qual se podem visualizar essas mesmas referências.
Concluo que quase sempre as BEs são unicamente referenciadas quanto ao espaço que ocupam, conseguido pela integração na
Rede de Bibliotecas Escolares. Verifica-se que aquelas surgem muito pouco referenciadas nos relatórios de avaliação externa e, quando
existem referências, estas raramente estão relacionadas com o objectivo e missão da BE: promover o sucesso educativo dos alunos.
Quanto a esta observação, exceptua-se o exemplo do Agrupamento de Escolas de Vila Flor, que conta com uma referência no que
respeita aos resultados dos alunos (desenvolvimento cívico) e a escola de Pernes, que aponta a BE em vários aspectos no Domínio
“Liderança.”
Infere-se, deste modo, que a IGE tem dado muito pouca importância às BEs, nunca apontando pontos fracos ou fortes,
oportunidades ou constrangimentos, pelo que se deve sensibilizar o ME para a contemplação desta estrutura. Realço igualmente a
Margarida Costa Rodrigues 1
pouca importância atribuída pelo Projecto Educativo (que não contempla a BE como núcleo importante de aprendizagem, onde existem
recursos e possibilidade de desenvolver a autonomia dos alunos e o sentido de responsabilidade) e restantes órgãos de gestão no que
às BEs diz respeito.
Em nenhum dos relatórios da IGE é mencionada a BE/MAABE (ponto cinco), o que é estranho, visto que a testagem do MAABE
constitui uma iniciativa organizada e sistemática que ausculta a comunidade escolar, com o objectivo de melhorar a actuação e a
prestação dos serviços da BE à escola. A explicação só poderá estar na eventualidade de nenhuma destas escolas ainda ter estado
envolvida neste processo.
Sinto-me desperta e sensibilizada pela pouca importância, que constatei ao elaborar este trabalho e deixo aqui a minha
veemente opinião sobre a necessidade premente da implementação do modelo de auto avaliação, para que esta situação possa vir a
ser alterada, tão breve quanto possível. A BE deve ser referida enquanto projecto verdadeiramente influenciador dos resultados
escolares e da aquisição de competências leitoras muito diversificadas. Todos os relatórios devem frisar, entre outros, aspectos como
os que passo a referir:
“contributo para as aprendizagens, para o sucesso educativo e para a promoção da aprendizagem ao longo da vida.”;
“impacto que as actividades realizadas pela e com a BE vão tendo no processo de ensino e na aprendizagem, bem como o grau
de eficiência e de eficácia dos serviços prestados e de satisfação dos utilizadores da BE.” (in Modelo de auto-avaliação da biblioteca
escolar – Rede Bibliotecas Escolares).