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GLÉCIA CARNEIRO
OSMÉRIA ALMEIDA
Artigo
A imagem do negro na rede globo: uma das emissoras mais populares do
Brasil
Conceição do Coité,
2009
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GLÉCIA CARNEIRO
OSMÉRIA ALMEIDA
Artigo
A imagem do negro na rede globo: uma das emissoras mais populares do
Brasil
Conceição do Coité,
2009
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A imagem do negro na rede globo: uma das emissoras mais
populares do Brasil
Glécia Carneiro
Osméria Almeida1
Abstract: the present work intends to present in an objective way, the power of
the Net television Globe during the last 47 years in the history of Brazil, to
analyze the form like her used and it uses the black's image in their soap
operas and in the television news and to what extent, along his/her history, it
disfigured that portion of the Brazilian society.
Introdução
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Alunas do 3º semestre do Curso de Comunicação Social – Rádio e TV da Universidade do Estado da
Bahia – Departamento de Educação do Campus XIV.
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parcelada da mesma, é facilmente controlada e conduzida pelos valores e
comportamentos que as elites, que dominam os meios de comunicação de
massa, determinam.
Quando falamos dos “media”, englobamos todos os meios de
comunicação desde o rádio, televisão, jornais, dentre outros. De todos os
enumerados, e o qual vamos trabalhar nesse artigo tem aumentado sua
importância e, consequentemente seu impacto na sociedade, é a televisão, que
para Arbex:
A televisão não permite a leitura, a releitura e reflexão
que os suportes textuais (jornais, revistas, etc.) permitem
sobre o lido. Sua dinâmica exige que as imagens sejam
absorvidas e respondidas simultaneamente, numa reação
reflexa e rápida. “(...) absorvemos realidades do mesmo
modo como esponjas secas sugam qualquer líquido ao seu
alcance.” (ARBEX, 1995 p.13).
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atividades comuns, e assim tornaram-se uma classe desfavorecida. Só há
pouco tempo, uma minoria de negros conseguiu vencer, em parte, essa
barreira do preconceito e da exclusão social, entretanto, existe ainda uma
maioria vista como despreparada. Não porque tenham menos capacidade, mas
porque nunca lhes foi possível expor ou desenvolver todas as suas
potencialidades. A Rede Globo nos últimos anos vem tentando praticar uma
política de inserção dos negros na sua grade de profissionais. Temos com
exemplo em sua programação dos telejornais negros como: Heraldo Pereira no
telejornal de maior audiência da televisão brasileira, o Jornal Nacional. Zileide
Silva, no time de grandes repórteres da emissora e Glória Maria no Fantástico.
Na teledramaturgia verifica-se a inserção de diversos atores que hoje tem seus
nomes reconhecidos como: Taís Araújo, Lázaro Ramos, Milton Gonçalves,
entre outros atores renomados.
TIME LIFE, o que na época era proibido pela constituição. Após ser
formada uma CPI para apurar os fatos, foi aprovado um projeto de lei,
e foram feitas uma série de falcatruas, para que o contrato ilegal
entre GLOBO e TIME LIFE fosse considerado legal. O problema é que
nenhum outro canal recebeu tanta infra-estrutura e investimentos, o
que tornou fácil a dominação do mercado de comunicação pela GLOBO.
Estes fatos, ao contrário do que se imaginaria, estão citados no
diário oficial da época, e podem ser encontrados em livros e em
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documentários como: o livro do jornalista Daniel Heiz, apresentado como tese
de mestrado da Universidade de Brasília em 1983, ”A História Secreta da Rede
Globo” aborda o problema da introdução de tecnologias de comunicação no
Brasil e explica como a Globo, que foi construída com capital estrangeiro,
chegou ao que é. Com um poder tal, que é capaz de fazer presidentes - desde
que eles façam acordos que lhe convém. A Globo , se quiser, pode ainda
manipular a Bolsa de Valores, interferir nas ações policiais e em CPIs e ainda
fazer bandidos e mocinhos. E é óbvio que suas novelas e certos programas de
auditório têm sempre o mesmo objetivo: alienar os jovens e destruir a estrutura
familiar; e o documentário de Simon Hartog, produzido em 1993 pelo canal 4
da BBC que discute o poder da rede Globo e teve sua exibição proibida no
Brasil.
Esses fatos são de domínio público e qualquer outra emissora
poderia ter citado tais fatos. Mais quem se atreveria a comprar uma briga com
a maior emissora de televisão brasileira e com seus
padrinhos políticos?
Desde o início o Plin-plin maquiavélico está comprometido com
os interesses dos coronéis que dominam nosso Brasil. Na Bahia a
amizade entre Antônio Carlos Magalhães e o falecido Roberto
Marinho é de longa data. O ACM era ministro das comunicações durante o
surgimento da GLOBO, e ele próprio teve uma das retransmissoras globais, a
TV Bahia.
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conservadora gerada pelo desenvolvimento capitalista associado e dependente
no Brasil.
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Nesse período, e nas décadas seguintes, o negro está presente na mídia com
sua imagem comumente ligada à força muscular (esportes, principalmente o
futebol), à música (samba) e a crimes (na seção policial).
Antes disso, a presença dos negros nos jornais era um modo de
legitimar a escravidão. Falava-se apenas dos negros que estavam sendo
procurados por terem fugido, daqueles que eram vendidos ou mesmo daqueles
que, eventualmente, tinham cometido algum tipo de crime. Com a ditadura
militar e a repressão à imprensa e aos movimentos sociais, nas décadas de 60
e 70, a cobertura das questões raciais pela imprensa se tornou ainda mais
deficitária. Mostrar questões raciais na grande mídia significava assumir que
esses problemas existiam. Foi somente nos anos de redemocratização, vividos
na década de 80, que a imprensa passou a mudar sua postura. Libertada da
ditadura, assumiu um caráter denunciativo e o negro ganhou novos espaços na
mídia. Tornaram-se comuns matérias que mostravam casos isolados de
preconceito por racismo no mercado de trabalho, em lugares públicos, em
condomínios fechados, em escolas, além dos casos de denúncia de violência
contra negros.
O Brasil é um país plural, com uma população formada por várias raças
e etnias, no qual negros e brancos quase que empatam em número
populacional e pesar disso, os abismos sociais entre negros e brancos
continuam a ser uma grande ferida na integridade racial do Brasil. É nesse
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contexto que as telenovelas surgem como um forte instrumento de poder, mais
consumido pela população. Tornou-se tão poderosa, que dita a moda e os
modismos, os conceitos sociais e políticos e a forma linear de difusão de
pensamentos de uma nação.
Uma das primeiras telenovelas a ter muitos negros em seu elenco foi “A
Gata”, novela de Ivani Ribeiro que estreou em 1964, na extinta TV Tupi. O
tema da telenovela não era dos problemas do negro brasileiro, mas os dos
escravos das Antilhas do início do século XIX. Apesar de um grande número de
atores negros, nenhum deles teve o nome creditado junto ao restante do
elenco branco da telenovela. Ainda em 1964, estreou na TV Tupi, “O Direito
de Nascer”, primeira telenovela de grande sucesso no Brasil. A história da
negra Dolores (Isaura Bruno) comoveu o Brasil. Empregada de uma abastarda
e poderosa família, que ao ver Maria Helena (Nathália Timberg), a filha do
patrão, engravidar e ter que, por imposição do preconceito por ser mãe solteira,
abandonar o filho, tomou para os seus cuidados esta criança, criando-a como
filho. Isaura Bruno tornou-se a primeira atriz negra a fazer grande sucesso
diante do público. Com ela inicia-se a imagem benevolente da mãe preta
gorda, de colo amplo para acolher os filhos, que se encaixaria em outras
atrizes negras, a eterna Tia Anastácia do seriado “Sítio do Picapau Amarelo”.
Um momento raro da história do negro na televisão brasileira nos incipientes
anos sessenta aconteceu na telenovela “A Cor da Pele”, de Walter George
Durst, que estreou na TV Tupi em 1965 e foi a primeira novela a propor falar
sobre o preconceito racial. A história de amor entre a mulata de olhos verdes
Clotilde (Yolanda Braga), e o português Dudu (Leonardo Villar), trouxe para a
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pequena tela o primeiro beijo inter-racial da sua história. Yolanda Braga foi a
primeira protagonista negra de uma telenovela brasileira.
“A Cabana do Pai Tomás”, escrita por Hedy Maia, Péricles Leal e
Walter Negrão, é o caso mais bizarro e vergonhoso de racismo registrado em
uma telenovela. é a história do escravo Tomás, homem de bom coração, que
passa por vários e cruéis senhores de engenhos durante a Guerra da
Secessão nos Estados Unidos. A empresa norte-americana que patrocinava as
telenovelas da época, Colgate-Palmolive no Brasil, exigiu que o papel do
protagonista negro Pai Tomás, fosse vivido pelo ator branco, Sérgio Cardoso.
Esse absurdo o obrigou a pintar o corpo com uma tinta negra, usar peruca e
rolhas no nariz. A novela foi um fiasco e mesmo sendo de cunho racista, “A
Cabana do Pai Tomás” teve o maior elenco negro até então.
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da realidade e é nesse contexto que surge “A Próxima Vítima” (1995), de
Silvio de Abreu, soprou os ventos da mudança na participação dos negros, que
aqui teve um núcleo sólido, retratando uma família de classe média
encabeçada por Fátima (Zezé Motta), o marido Cleber (Antonio Pitanga) e os
filhos Sidney (Norton Nascimento), Jefferson (Lui Mendes) e Patrícia (Camila
Pitanga). Desde então, os eternos papéis de subalternos destinados aos
negros não foram extintos, mas deixaram de ser o único retrato apresentado de
uma raça.
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O negro nos telejornais da rede globo
Considerações finais
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da figura negra na mídia, especificamente na Rede Globo, que é consagrada
como umas das emissoras mais populares do país. É lamentável e
preocupante como a questão do preconceito racial se estendeu e até hoje
interfere na conquista de espaços igualitários almejados pela raça negra.
Também é questionável o porquê desse tratamento diferencial a atores,
jornalistas, e aos profissionais negros em geral na mídia brasileira.
Já é visível que a mídia está mudando e não é mais formada apenas por
brancos. Acontece que a inserção do negro na mídia se faz na quase
totalidade, de forma dependente. Dificilmente se vê um comunicador negro de
prestígio, conhecido na sociedade. A maioria, principalmente entre os
apresentadores de programas de TV, são homens brancos. Não adianta
apenas permitir que o negro tenha acesso aos meios de comunicação, para
que eles contribuam tão somente para repassar a mensagem dominante. É
necessário abrir espaço para que ele chegue também a contribuir com a
opinião pública, chegue à mídia para ocupar o posto de formador de opinião, e
não apenas como reprodutores do pensamento hegemônico.
É preciso que os veículos de comunicação repensem seus atos e suas
trajetórias para que de agora por diante negros e brancos sejam vistos
igualmente, e que a televisão em especial, mude seu posicionamento, pois ela
que poderia estar contribuindo para a superação dos preconceitos e facilitando,
pela crítica dos estereótipos, a integração dos afro-brasileiros, só tem
contribuído para reforçar sua exclusão.
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Esperamos que este estudo possa contribuir para a reflexão sobre a
participação do negro nas telenovelas, nos telejornais e na mídia em geral, e
especialmente da emissora aqui trabalhada, Rede Globo, e que possa dar
origem a novos trabalhos, que ampliem e aprofundem questões sobre o tema
que foi aqui discutido.
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Referências bibliográficas:
_________www.jusbrasil.com.br/politica/26994/rede-globo-40-anos-de-
ilusoes-estereotipos-e-ideologia-dominante - 61k -
________http://jeocaz.multiply.com/journal/item/112
________www.centrodametropole.org.br/divercidade/numero7,
________http://blogirmaos.blogspot.com/2008/02/os-poder-dos-meios-de-
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_______http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/midia/vint8/midia2.htm
________www.comciencia.com.br/reportagens /negros/08.
________www.mundonegro.com.br/noticias/index.php?noticiaID=350 - 39k –
______http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2007/resumos/R0132-
1.pdf
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