Síntese de Triglicéridos e de Fosfolípidos PDF

Joo Rodrigues
Bioqumica II Ano letivo 2013 / 2014

Joo Rodrigues
Sntese de triglicridos e
de fosfolpidos
Joo Rodrigues
Joo Rodrigues
A maioria dos cidos gordos
sintetizados por um organismo tem
como principal destino
Incorporao em
triglicridos
(armazenamento de energia)
Incorporao em fosfolpidos
(componentes das
membranas)
Joo Rodrigues
A partio entre estas 2 vias depende das necessidades do organismo:
durante o crescimento rpido a sntese de novas membranas requer a
sntese de fosfolpidos
organismos com as necessidades energticas supridas e sem estar em
crescimento armazenam a maioria dos seus cidos gordos em triacilgliceris
Ambas as vias comeam no mesmo ponto: a esterificao de
cidos gordos com glicerol.
Joo Rodrigues
Os acilgliceris constituem a maioria dos lpidos dos
organismos:
os triglicridos so o principal componente lipdico nos depsitos
de gordura e na comida
os fosfolpidos so os principais componentes das membranas
celulares
Joo Rodrigues
Alguns lpidos de membrana possuem funes especializadas:
a palmitoil lecitina o componente principal do surfactante pulmonar
o fosfatidilinositol da membrana celular actua como precursor dos
mensageiros secundrios das hormonas
o factor de activao das plaquetas um alquilfosfolpido
os glicolpidos presentes na face externa das membranas plasmticas
so importantes na adeso celular, reconhecimento celular, receptores de
toxinas bacterianas
os glicolpidos presentes na face externa das membranas plasmticas
so responsveis pela caracterizao ABO do sangue
Joo Rodrigues
Os animais podem sintetizar e armazenar grandes quantidades de
triglicridos para usar depois como combustvel.
Sntese de triglicridos
Os humanos so capazes de armazenar apenas algumas centenas de
gramas de glicognio no fgado e msculos.
Em contraste, a quantidade de triglicridos armazenadas num homem de
estatura mdia e com 70kg de cerca de 15kg, o suficiente para suportar
a necessidade energtica basal durante cerca de 12 semanas!!!
Joo Rodrigues
Quando se ingere carbohidratos que ultrapassam a capacidade de
armazenamento do glicognio
Converso em cidos gordos, que depois so utilizados na sntese de
triglicridos e armazenados no tecido adiposo.
No citoplasma dos adipcitos pequenas gotculas de gordura
coalescem, formando um grande glbulo, que pode ocupar a maior
parte do volume da clula.
Joo Rodrigues
Os triglicridos e os glicerofosfolpidos partilham 2 precursores (L-glicerol-3-fosfato
e cidos gordos-CoA) e vrios passos biossintticos nos tecidos animais.
O glicerol-3-fosfato pode ser formado de duas formas:
(1) a partir da dihidroxiacetona fosfato originada durante a gliclise, e de NADH,
atravs da aco da glicerol-3-fosfato desidrogenase
(2) pode ser originado a partir do glicerol, atravs da glicerol cinase (fgado e rins)
Os cidos gordos-CoA so originados a partir de cidos gordos pela aco de
acil-CoA sintetases, as mesmas enzimas responsveis pela activao dos
cidos gordos para a -oxidao.
Joo Rodrigues
Joo Rodrigues
O primeiro passo na sntese de
triglicridos a acilao dos 2 grupos
hidroxilo livres do glicerol-3-fosfato por 2
molculas de cidos gordos-CoA,
originando diacilglicerol-3-fosfato
(cido fosfatdico).
Joo Rodrigues
Na via de sntese dos triglicridos o cido fosfatdico hidrolisado pela
aco da fosfatidato fosfatase, para formar o 1,2-diacilglicerol.
Os diacilgliceris so depois convertidos em triglicridos por
transesterificao com um terceiro cido gordo-CoA, numa reaco
catalisada pela diacilglicerol aciltransferase.
As enzimas envolvidas na sntese de triglicridos encontram-se
agrupadas no complexo triacilglicerol sintase, que est ligado
membrana do retculo endoplasmtico.
Joo Rodrigues
Joo Rodrigues
A biossntese e degradao dos triglicridos so
reguladas reciprocamente
depende das necessidades energticas do momento
A taxa de biossntese dos triglicridos profundamente alterada pela
aco de vrias hormonas.
Joo Rodrigues
A insulina promove a converso de carbohidratos e aminocidos em
triglicridos.
Indivduos com diabetes mellitus severos so incapazes de utilizar a
glucose apropriadamente e tm falhas na sntese de triglicridos a partir
de hidratos de carbono e aminocidos.
Apresentam taxas elevadas de oxidao lipdica e de cetognese e,
portanto, perdem peso.
O metabolismo dos triglicridos tambm influenciado pelo glucagon,
pela hormona do crescimento e pelas hormonas do crtex das adrenais.
Joo Rodrigues
Joo Rodrigues
Sntese de fosfolpidos
Duas grandes classes de fosfolpidos
glicerofosfolpidos
esfingolpidos (esfingomielinas)
Vrios fosfolpidos diferentes podem ser originados combinando vrios
cidos gordos e cabeas polares com o glicerol ou a esfingosina.
Joo Rodrigues
Em geral, a sntese de fosfolpidos a partir dos seus precursores simples
consiste em:
(1) sntese do glicerol ou da esfinganina
(2) ligao de cido(s) gordo(s) ao glicerol/esfinganina atravs de ligaes
ster ou amida
(3) adio de um grupo polar hidroflico ao glicerol/esfinganina, atravs de
uma ligao fosfodister
(4) em alguns casos, alterao ou troca do grupo polar para originar o produto
final
Joo Rodrigues
Esterificao de 2 cidos gordos no C-1 e C-2 do glicerol.
Normalmente o cido gordo no C-1 saturado e o do C-2 insaturado.
O glicerol pode apresentar previamente o grupo fosfato ou adquiri-lo aps
esterificao com os cidos gordos.
O primeiro passo na sntese de glicerofosfolpidos comum sntese
de triglicridos:
Joo Rodrigues
O grupo polar dos glicerofosfolpidos adicionado atravs de uma
ligao fosfodister
os grupos hidoxilo do grupo polar e do C-3 do glicerol formam um
ster com um grupo fosfato
Joo Rodrigues
O grupo fosfato proveniente de um nucletido, citidina difosfato (CDP).
Aps ataque nucleoflico dos grupos hidroxilo uma molcula de CMP
libertada.
A CDP tanto pode estar ligada
ao diacilglicerol, formando
CDP-diacilglicerol, ou ao grupo
polar. As clulas eucariticas
utilizam ambas as estratgias.
Joo Rodrigues
A biossntese de esfingolpidos ocorre em 4 passos:
(1) sntese da amina de 18 carbonos, esfinganina, a partir de palmitoil-CoA
e serina, numa reaco que consome NADPH
(2) ligao de um cido gordo atravs de uma ligao amida, originando
N-acilesfinganina
(3) dessaturao da enfinganina, originando N-acilesfingosina (ceramida)
(4) ligao de um grupo polar para originar um esfingolpido, tal como
cerebrsido ou esfingomielina
Joo Rodrigues
Joo Rodrigues
A adio do grupo polar para originar esfingomielina
efectuada utilizando no a CDP-colina como dador, mas sim
a fosfatidilcolina.
Joo Rodrigues
O grupo polar dos cerebrsidos um acar ligado por uma
ligao glicosdica ao C-1 da esfingosina. O acar dador
previamente activado com UDP.
Joo Rodrigues
Joo Rodrigues
Os ganglisidos so os esfingolpidos mais complexos, e contm
pelo menos uma cadeia oligosdica ligada ceramida. Actualmente
mais do que 15 ganglisidos diferentes esto caracterizados.
so sintetizados pela adio ordenada, etapa por etapa, de oses
ceramida. UDP-glicose, UDP-galactose e UDP-N-acetilgalactosamina
so os dadores activados destas oses
Joo Rodrigues
Aps serem sintetizados no retculo endoplasmtico, os lpidos polares
so inseridos em diferentes membranas celulares em diferentes
propores, por mecanismos ainda pouco esclarecidos.
So entregues em vesculas que saem do
complexo de Golgi e se fundem com a
membrana alvo.
Existem tambm protenas
celulares que ligam fosfolpidos e
esterides e os transportam entre
membranas celulares.
Estes mecanismos contribuem para as composies lipdicas
caractersticas dos vrios sistemas membranares diferentes dentro
da mesma clula.
Joo Rodrigues
O surfactante pulmonar composto principalmente por lpidos, com
algumas protenas e hidratos de carbono mistura, e previne o
colapso dos alvolos.
A actividade do surfactante atribuda amplamente
dipalmitoilfosfatidilcolina, que sintetizada imediatamente antes do
nascimento dos bebs que nascem com o tempo de gravidez
completo.
Joo Rodrigues
A superfcie interna dos alvolos hmida.
Na interface ar-gua, a tenso superficial da gua faz com que a gua que
forra os alvolos se comporte como um balo esticado que tenta
constantemente encolher e resiste a esticamentos adicionais.
A expanso dos pulmes requer energia no apenas para esticar o
tecido conectivo mas tambm para superar a tenso superficial da
camada de gua que forra os alvolos.
Joo Rodrigues
A tenso superficial da gua pura to elevada que se os alvolos
estivessem forrados por gua pura, a expanso pulmonar requereria
um esforo muscular exaustivo, e os pulmes tenderiam a colapsar.
As clulas alveolares tipo II secretam surfactante pulmonar que reduz
marcadamente a tenso superficial da gua na superfcie alveolar.
O surfactante diminui a tenso superficial, o que facilita a expanso
pulmonar.
Joo Rodrigues
Sndrome respiratrio do recm-nascido
quantidade de surfactante deficiente
segunda maior causa de morte em bebs prematuros
as clulas produtoras de surfactante podem ainda ser demasiado imaturas
para funcionar adequadamente
Os bebs apenas so capazes de inspirar atravs de esforos muito intensos, o
que pode causar, em ltima instncia, exausto, incapacidade de respirar,
colapso pulmonar e morte.
A terapia nestes casos a respirao assistida por um ventilador mecnico e a
admnistrao de surfactante natural ou sinttico atravs da traqueia do beb.
Joo Rodrigues
Algumas doenas so caracterizadas por quantidades
anormais de fosfolpidos e esfingolpidos nos tecidos,
normalmente no sistema nervoso.
Doenas de desmielinizao
verdadeira
Esfingolipidoses
Joo Rodrigues
Esclerose mltipla
doena de desmielinizao verdadeira
fluido cerebroespinal apresenta nveis aumentados de fosfolpidos
perda de fosfolpidos (particularmente o plasmalognio-etanolamina) da
matria branca
perda de esfingolpidos da matria branca
A composio lipdica da matria branca torna-se
semelhante da matria cinzenta.

Síntese de Triglicéridos e de Fosfolípidos PDF

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Síntese de Triglicéridos e de Fosfolípidos PDF

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Joo Rodrigues

Bioqumica II Ano letivo 2013 / 2014

Você também pode gostar