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Biblioteca
Ano 1
Edição 1
2008/2009
EDITORIAL
o
funcionários, caros alunos e demais comu-
educativos e escolares.
Se a ano novo corresponde vida nova, es-
nidade escolar e educativa, estamos ao
vosso dispor.
n o M u n d
ja
clarecemos que a coordenação da equipa
e Via
da biblioteca está a cargo do professor João
Rui Sampaio, a quem se devem dirigir caso
desejem algo. Nesta missão conta com uma
equipa constituída pelos professores Luísa
Dias, Jorge Figueiredo, Olga Carvalho, Irene
Santos, Paula Rebelo e Lurdes Figueiredo,
que estarão igualmente disponíveis para co-
s
laborar convosco na prossecução dos vossos
objectivos.
P a l a v r a
2 da s
Maria João Lopo
de Carvalho
Maria João Lopo de Carvalho nasceu em
1962 e licenciou-se em Línguas e Liter-
aturas Modernas pela Universidade Nova
Adopta-me de Lisboa. Professora de Português e de
Inglês no ensino público e privado, repre-
sentante em Portugal dos colégios ingleses
Maria João Lopo de Carvalho Pilgrims, fundou e dirigiu a Know How,
Sociedade de Ensino de Línguas. Publi-
cou o primeiro romance, o best-seller Vi-
Adopta-me fala da vida verdadeira, dos meninos sem rada do Avesso, em 2000 e Acidentes de
amor e dos amantes sem dinheiro, de pessoas embru- Percurso, em 2001.
tecidas pela miséria e de pessoas que não desistem de Divorciada, mãe de dois filhos, fala e es-
lutar pelos seus sonhos. É um livro militante e desas- creve pelos cotovelos e tem sempre tempo
sombrado, generoso e terno, cândido e cáustico. para tudo, sobretudo para os amigos
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Paralelo 75
Jorge Araújo
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Nem tudo começa Cinco Balas Contra
com um beijo América
Pedro Sousa Pereira, Jorge Araújo Pedro Sousa Pereira, Jorge Araújo
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Vida no Campo
«Quando o presente é feio e o fu- vam pouco dinheiro com a agricultura, descoberto os jogos. Rapidamente
turo incerto, o passado vem-nos sempre mas acharam-me tão entusiasmado fiquei viciado. As minhas notas, nos
à ideia como o tempo em que fomos fe- com os estudos que, para meu bem, anos seguintes, foram baixando,
lizes.» gastaram as suas poupanças mas eu fui até que acabei por reprovar. Cansei-
Lembro-me muito bem de quando era estudar para a cidade. Uns conhecidos me dos estudos. Já só queria jogar!
jovem. Morava numa terriola no meio deles, que viviam na cidade, oferece- Quando os meus pais souberam,
da serra. Os meus pais eram ambos agri- ram-se para que eu ficasse a dormir fizeram-me regressar a casa, para tra-
cultores. Naquele sítio não havia muito em sua casa. Quando cheguei à cidade, balhar com eles. Tiraram-me o com-
para fazer. Tratava-se dos animais e da fiquei admiradíssimo! Ruas cheias de putador, “prenderam-me” no meio
horta. Havia muito pouca informação carros, prédios enormes, muitas lojas da serra, obrigaram-me a ficar lá e a
sobre grandes cidades próximas, e as com montras cheias de objectos que ajudá-los nos trabalhos.
que tínhamos chegavam através de um nunca tinha visto na vida! Agora não sei o que fazer. Não
pequeno rádio. No primeiro dia de aulas, conheci tenho estudos suficientes para ir tra-
A escola da aldeia, onde eu estudava, novos amigos. Eles não brincavam na balhar para a cidade! Estou con-
tinha poucos alunos que, como eu, não rua, como eu fazia no campo, ficavam denado a esta vida sem sentido na
tinham dinheiro para irem à cidade. Era em casa a jogar uns jogos esquisitos companhia dos meus pais que já não
um sossego. Não havia alunos destabili- dentro de uma caixa com teclas a que conseguem realizar a maior parte
zadores que não me deixassem concen- chamavam computador. das tarefas. Agora, estou obrigado
trar. Éramos todos amigos! Tudo o que Passaram meses. Consegui adaptar- a ficar no campo para os ajudar.
fazíamos era ao ar livre, no meio dos me aos meus novos camaradas. Nos
Daniel Neves, Nº9, 9ºA
montes. primeiros anos tive boas notas. Como
Cresci. Com pouco mais de 12 anos, recompensa, recebi um computador.
decidi que queria ir estudar para a ci- Eu sabia fazer trabalhos nele, apren-
dade. Falei com os meus pais. Ganha- di na escola, mas ainda não tinha
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