Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 3

Diário da República, 1.a série — N.

o 1 — 2 de Janeiro de 2007 5

ANEXO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,


Definições DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS
«Recipientes para a comercialização de bebi-
das» — recipiente (tal como um copo, uma caneca ou Decreto-Lei n.o 1/2007
um cálice) concebido para determinar um volume espe-
cificado de líquido (que não seja um produto farma- de 2 de Janeiro
cêutico) vendido para consumo imediato. Os Regulamentos (CE) n.os 852/2004 e 853/2004,
«Recipiente com referência linear» — recipiente para ambos do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29
a comercialização de bebidas com uma referência que de Abril, determinam que os estabelecimentos que pro-
indica a capacidade nominal. cedem à transformação de produtos de origem animal
«Recipiente raso» — recipiente para a comercializa-
ção de bebidas em que o volume interior é igual à capa- devem ser sujeitos a aprovação, estabelecendo ainda
cidade nominal. algumas condições que devem ser observadas para o
«Recipiente de transferência» — recipiente para a efeito.
comercialização de bebidas do qual o líquido deve ser Os locais de extracção e processamento de mel e pro-
decantado antes de consumido. dutos apícolas estão incluídos naqueles estabelecimen-
«Capacidade» — volume interno (no caso dos reci- tos, pelo que há que estabelecer no ordenamento jurí-
pientes rasos) ou volume interno até à referência de dico nacional as normas de execução que permitem dar
enchimento (no caso dos recipientes com referência cumprimento a tais normativos.
linear). Para tanto, considerou-se que aquele sector comporta
Requisitos específicos realidades díspares na dimensão, que importa regula-
1 — Condições de referência: mentar na devida proporção, não esquecendo que é
1.1 — Temperatura — a temperatura de referência necessário assegurar a higiene dos produtos da apicul-
para a medição do valor da capacidade é igual a 20oC. tura e, por esta via, a saúde pública.
1.2 — Posição para indicação correcta — colocado Assim, este decreto-lei prevê dois tipos de processos,
livremente numa superfície nivelada plana. de registo ou de aprovação, consoante a classificação
2 — Valores dos erros máximos admissíveis: do estabelecimento, que é determinada pela origem e
destino do produto.
Recipientes Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das
Valor da capacidade com referência
linear
Recipientes rasos Regiões Autónomas e o Instituto do Consumidor.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da
Recipientes de transferência:
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
‹ 100 ml . . . . . . . . . . . . . ± 2 ml –0
+ 4 ml
» 100 ml . . . . . . . . . . . . . ±3% –0
+6% Artigo 1.o
Medidas para servir: Âmbito
‹ 200 ml . . . . . . . . . . . . . ±5% –0 O presente decreto-lei estabelece as condições de fun-
+ 10 %
» 200 ml . . . . . . . . . . . . . ± 5ml + 2,5 % –0 cionamento dos locais de extracção e processamento
+ 10 ml + 5 % de mel e outros produtos da apicultura destinados ao
consumo humano, complementares aos Regulamentos
(CE) n.os 852/2004 e 853/2004, ambos do Parlamento
3 — Materiais. — Os recipientes para a comerciali- Europeu e do Conselho, de 29 de Abril, instituindo o
zação de bebidas devem ser fabricados com materiais respectivo regime e condições de registo e aprovação.
suficientemente rígidos e dimensionalmente estáveis
para que não seja ultrapassado o valor do erro máximo
admissível da capacidade. Artigo 2.o
4 — Forma:
4.1 — Os recipientes de transferência devem ser con- Classificação dos locais de extracção e processamento
cebidos de modo que uma alteração do conteúdo igual de produtos apícolas
ao valor do erro máximo admissível provoque uma varia- Para efeitos de aprovação, os locais de extracção e
ção de pelo menos 2 mm em relação ao bordo (no caso processamento de produtos apícolas são classificados
dos recipientes rasos) ou em relação ao nível da refe- em:
rência de enchimento (no caso dos recipientes com refe-
rência linear). a) «Unidades de produção primária» os que proce-
4.2 — Os recipientes de transferência devem ser con- dem às operações conexas constantes do anexo I do
cebidos de modo a evitar qualquer obstáculo ao trans- Regulamento (CE) n.o 852/2004, em mel ou outros pro-
vasamento completo do líquido a medir. dutos apícolas provenientes da sua própria exploração,
5 — Marcação: com destino a:
5.1 — O valor da capacidade nominal deve ser clara
e indelevelmente marcado no recipiente. i) Estabelecimento, nos termos definidos na alínea b);
5.2 — Os recipientes podem ser marcados com um ou
máximo de três capacidades claramente distinguíveis, ii) Venda ou cedência, a qualquer título, ao consu-
sem possibilidade de confusão de umas com as outras. midor final ou ao comércio a retalho local, nos limites
5.3 — As referências de capacidade devem ser sufi- do distrito de implantação da unidade, ou em repre-
cientemente claras e duradouras para garantir que o sentações temporárias de produtos regionais, até uma
valor dos erros máximos admissíveis não seja excedido quantidade máxima a definir por portaria do Ministro
durante a utilização. da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas;
6 Diário da República, 1.a série — N.o 1 — 2 de Janeiro de 2007

b) «Estabelecimentos» os que procedem à extracção provenientes de unidades de produção primária ou esta-


ou processamento de mel ou outros produtos apícolas, belecimentos aprovados nos termos do presente decre-
com destino à introdução no mercado. to-lei e nas condições no mesmo estabelecidas.

Artigo 3.o Artigo 8.o


Registo das unidades de produção primária
Rotulagem
1 — As unidades de produção primária carecem de 1 — Sem prejuízo do cumprimento da legislação rela-
registo na Direcção-Geral de Veterinária (DGV). tiva à rotulagem, os produtos finais devem ostentar:
2 — Às unidades de produção primária é atribuído
um número de registo que é coincidente com o número a) O número de registo, quando sejam provenientes
de apicultor atribuído nos termos do Decreto-Lei de unidades de produção primária; ou
n.o 203/2005, de 25 de Novembro. b) A marca de identificação prevista no artigo 5.o
do Regulamento (CE) n.o 853/2004, quando sejam pro-
Artigo 4.o venientes de estabelecimentos.
Requerimento 2 — O país de origem dos lotes que compõem o pro-
1 — O processo de registo de unidade de produção duto deve ser descrito no rótulo.
primária inicia-se com a apresentação de um requeri-
mento nos serviços da DGV, dirigido ao director-geral Artigo 9.o
de Veterinária, do qual conste:
Fiscalização
a) O nome ou a denominação social e demais ele-
mentos identificativos do requerente; A fiscalização do cumprimento das normas do pre-
b) A indicação da residência ou sede social; sente decreto-lei compete à Autoridade de Segurança
c) O número de identificação fiscal ou de pessoa Alimentar e Económica (ASAE).
colectiva;
d) A localização da unidade.
Artigo 10.o
2 — O requerimento é acompanhado dos seguintes Contra-ordenações
documentos:
1 — Constitui contra-ordenação punível com coima
a) Cópia do bilhete de identidade e do cartão de no montante mínimo de E 250 e máximo de E 3740
identificação fiscal, no caso de o requerente ser pessoa ou E 44 890, consoante o agente seja pessoa singular
singular; ou colectiva:
b) No caso de pessoa colectiva, certidão actualizada
do registo comercial e cópia do cartão de identificação a) A comercialização de mel ou outros produtos apí-
de pessoa colectiva, no caso em que não seja possível colas destinados ao consumo humano provenientes de
a consulta por meios electrónicos. estabelecimentos não aprovados;
b) O funcionamento de unidades de produção pri-
mária não registados ou de estabelecimentos de extrac-
Artigo 5.o ção ou processamento de mel ou produtos apícolas não
Condições de funcionamento aprovados;
c) A extracção e processamento de mel ou produtos
As unidades de produção primária devem cumprir apícolas em unidades de produção quando este não seja
os requisitos de instalação e funcionamento previstos proveniente da sua exploração ou em operações não
no anexo I do Regulamento (CE) n.o 852/2004. previstas na alínea a) do artigo 2.o;
d) A colocação de mel ou produtos apícolas extraídos
Artigo 6.o ou processados em unidade de produção primária nou-
Licenciamento dos estabelecimentos
tro destino que não o previsto na alínea a) do artigo 2.o;
e) A comercialização de produtos finais que não
1 — O licenciamento dos estabelecimentos de extrac- ostentem na rotulagem as menções estabelecidas no
ção e processamento de produtos apícolas deve respeitar artigo 8.o
os requisitos estabelecidos no anexo I do Regulamento
(CE) n.o 852/2004 e segue, com as devidas adaptações, 2 — A tentativa e a negligência são puníveis, sendo
a tramitação processual prevista no Decreto-Lei os limites referidos no número anterior reduzidos para
n.o 69/2003, de 10 de Abril. metade.
2 — A aprovação é concedida no âmbito dos respec-
tivos processos de licenciamento. Artigo 11.o
3 — Para efeitos de licenciamento, a entidade coor- Sanções acessórias
denadora é a direcção regional de agricultura da área
da localização do estabelecimento. 1 — Consoante a gravidade da contra-ordenação e
a culpa do agente, podem ser aplicadas, simultanea-
mente com a coima, as seguintes sanções acessórias:
Artigo 7.o
Comercialização
a) Perda de objectos pertencentes ao agente;
b) Interdição do exercício de profissões ou actividades
O mel ou outros produtos apícolas destinados ao con- cujo exercício dependa de título público ou de auto-
sumo humano só podem ser comercializados se forem rização ou homologação de autoridade pública;
Diário da República, 1.a série — N.o 1 — 2 de Janeiro de 2007 7

c) Privação do direito a subsídio ou benefício outor- Artigo 14.o


gado por entidades ou serviços públicos;
Regiões Autónomas
d) Privação do direito de participar em feiras ou
mercados; 1 — O presente decreto-lei aplica-se às Regiões Autó-
e) Privação do direito de participar em arrematações nomas dos Açores e da Madeira, sem prejuízo das adap-
ou concursos públicos que tenham por objecto o for- tações que sejam introduzidas através de diploma regio-
necimento de bens e serviços, a concessão de serviços nal adequado.
públicos e a atribuição de licenças ou alvarás; 2 — A execução administrativa do presente decreto-
f) Encerramento de estabelecimento cujo funciona- -lei nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira
mento esteja sujeito a autorização ou licença de auto- cabe aos serviços competentes das respectivas adminis-
ridade administrativa; trações regionais, sem prejuízo das competências atri-
g) Suspensão de autorizações licenças e alvarás. buídas à DGV, na qualidade de autoridade sanitária
veterinária nacional.
2 — As sanções acessórias previstas nas alíneas b) a 3 — O produto das coimas cobradas nas Regiões
g) do número anterior têm a duração máxima de dois Autónomas dos Açores e da Madeira constitui receita
anos, contados a partir da decisão condenatória defi- própria destas.
nitiva.
Artigo 12.o Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 2
de Novembro de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto
Tramitação
de Sousa — Fernando Teixeira dos Santos — Alberto Ber-
A instrução dos processos de contra-ordenação com- nardes Costa — Manuel António Gomes de Almeida de
pete à ASAE, sendo a aplicação das coimas e sanções Pinho — Jaime de Jesus Lopes Silva.
acessórias da competência da Comissão de Aplicação
de Coimas em Matéria Económica e de Publicidade Promulgado em 7 de Dezembro de 2006.
(CACMEP).
Publique-se.
Artigo 13.o
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Afectação do produto das coimas

O produto das coimas é distribuído da seguinte forma: Referendado em 13 de Dezembro de 2006.


a) 40 % para a ASAE; O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de
b) 60 % para o Estado. Sousa.

Você também pode gostar