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Câmara não respeita a lei e contraria a vontade expressa pelo povo

Pelo que já se conhecia, reforçado nas últimas eleições e sem a regulação democrática
que deveria ser exercida pela Assembleia Municipal, Celso Ferreira tem todas as
condições para dirigir a Câmara Municipal de Paredes de forma autoritária. Ainda a
procissão vai no adro e já deu sinais, nas primeiras reuniões da Câmara e da
Assembleia Municipal, que pretende absorver os mais fracos e tentar esmagar os que
possam ousar fazer-lhe frente. Desde a primeira reunião deste ciclo que os três
vereadores socialistas de Paredes, únicos opositores com assento na mesa do
executivo, questionam o presidente da Câmara acerca da disponibilização de
condições mínimas para exercerem os seus mandatos, nomeadamente no que respeita
a meios físicos (gabinete com secretárias/mesas, telefones e computadores), a um
funcionário (a) que lhes assegure a recolha, consulta e preparação dos assuntos a
discutir nas reuniões do Executivo e, ainda, ao acesso à garagem do município (como
acontece com os vereadores eleitos pelo PSD), para poderem estacionar as suas
viaturas, enquanto decorrem as reuniões do órgão a que pertencem. No entanto, num
exercício de verdadeira e efectiva asfixia democrática, os eleitos do PSD recusam-se a
aplicar a Lei, argumentando que não há espaço na Câmara (e na garagem) para mais
vereadores. Com esta atitude se desrespeita a legislação que determina que o
presidente de Câmara deve disponibilizar a todos os vereadores - não apenas aos do
seu partido - espaço físico, meios e apoio pessoal, para que possam, com um mínimo
de condições, desempenhar as suas funções. Os vereadores do PS quiseram resolver a
questão de forma pacífica e tranquila. O vereador Artur Penedos terá afirmado nas
primeiras reuniões de Câmara, que estas questões devem ser resolvidas com espírito
de solução e não de oposição e sempre no escrupuloso respeito pela legalidade
democrática. Aliás, como é apanágio das Câmaras Municipais dos concelhos vizinhos,
sejam do PS ou do PSD. Em Paredes, a maioria PSD, enveredou por uma atitude de
afrontamento à legislação e aos valores democráticos, recusando-se a aplicar a Lei
169/99, alterada pela Lei 5-A/2002. Esta atitude de “asfixia democrática” levou o
vereador socialista Alexandre Almeida a lamentar e a condenar a atitude da Câmara,
defendendo que os socialistas também foram eleitos pelo povo e têm os seus direitos.
A afronta não é apenas à Lei e aos vereadores socialistas, mas também àqueles que os
elegeram e que também são “bom povo de Paredes”.

Câmara de Paredes “esconde” informação relativa às obras públicas


Além da recusa na atribuição de condições para exercerem os cargos para que foram
eleitos, os vereadores do PS na Câmara de Paredes divulgaram outras situações em
que na ultima reunião discordaram da votação da maioria. Alexandre Almeida, em
nome dos vereadores socialistas, lembrou que continua por satisfazer o seu
requerimento da primeira reunião do ciclo, em que solicitava uma relação completa
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das obras públicas da responsabilidade da Câmara Municipal. Defendeu que não é do
conhecimento público quais são as obras públicas realizadas e a realizar em cada
freguesia. Da mesma forma questionaram criticamente a proposta de sinalética a
aplicar na freguesia de Rebordosa e a revisão do Orçamento para o corrente ano de
2009. Nesta última revisão se procurou justificar os desvios de verbas efectuados da
rubrica de equipamentos sociais (160 mil euros), sempre poucos, para outras rubricas
generalistas.

Baptista Pereira
Deputado na AM de Paredes
15-12-09

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