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A PROPÓSITO DAS NOTÍCIAS SOBRE O REORDENAMENTO HOSPITALAR

De Maio a Julho de 2009 foram divulgados e disponibilizados na net, alguns


documentos que efectuavam um levantamento e reflexão sobre vários aspectos da
distribuição, capacidade e adequação dos serviços hospitalares no Norte do País. A 7
de Maio de 2009 foram apresentados os documentos “Necessidades actuais e futuras
de Cuidados Hospitalares” e “Análise da acessibilidade em transporte colectivo e em
transporte individual”. Estes estudos reflectiam sobre as necessidades hospitalares
tendo em conta a distribuição da população, a frequência das diversas patologias e os
tipos de cuidados hospitalares que modernamente devem ser oferecidos à população.
A 17 de Junho foram apresentados os documentos “Análise actual e prospectiva dos
Recursos Humanos Médicos Hospitalares” e “Oferta hospitalar actual e futura”. Em
Julho foi apresentado o último estudo “Desajustamentos entre as necessidades e a
oferta”. Desta forma se reflectiu sobre a verdade nua e crua quanto à rede hospitalar
pública actual. Apesar de praticamente todas as Unidades Hospitalares do Norte do
País terem sofrido obras de beneficiação nos últimos 20 anos, a sua distribuição e a
distribuição dos serviços que prestam, nem sempre foram submetidos a uma lógica de
gestão racional. Neste jogo de forças o Grande Porto foi o grande beneficiado tendo 5
grandes unidades hospitalares que contêm praticamente tudo que é necessário à
população. Apesar do grande esforço que tem sido efectuado, de que a concretização
destes estudos é um testemunho indubitável, mantém-se a distribuição assimétrica
dos cuidados hospitalares prestados à população.
Estes documentos de trabalho estiveram expostos nos sites da ARS Norte e do Portal
da Saúde. Foram divulgados pelas diversas entidades da Saúde ou ligadas à Saúde,
públicas e privadas. Suponho que também tenham sido divulgados pelas Câmaras
Municipais. Foram publicitados pelo menos através de duas grandes notícias nos
jornais “Público” e “JN” no dia 25-7-2009. A ARS Norte pretendeu com esta divulgação
receber contributos, fosse de cidadãos individuais fosse das diversas instituições
públicas ou privadas, a fim de poder realizar uma reforma ou redistribuição dos
cuidados hospitalar disponíveis de forma mais ajustada ás necessidades. A consulta
pública terminou em Setembro de 2009. A 12 de Outubro de 2009 foi publicado o
primeiro Relatório. Estes são apenas documentos de estudo e reflexão. Contêm
propostas arrojadas mas nem todas serão exequíveis.
Dos 51 contributos recebidos nos 5 meses em que estes documentos estiveram
expostos para discussão, apenas dois eram de autarquias da zona da NUTIII – Tâmega
respectivamente das Câmaras Municipais de Cinfães e de Felgueiras. Este desinteresse
demonstrado pelas Câmaras Municipais é em parte responsável por um certo
abandono a que toda esta região do Vale do Sousa tem sido votada quanto a
equipamentos e recursos humanos e técnicos para os seus Cuidados de Saúde.
É necessário exigir ser ouvido e participar activamente na discussão. O Vale do Sousa
tem uma Comunidade Urbana que deveria ter participado nesta discussão em que está
necessariamente envolvido o seu Centro Hospitalar de Tâmega e Sousa, o hospital com
maior abrangência populacional do norte (530 mil habitantes), mas talvez um dos mais
desajustados a essa mesma população.

Baptista Pereira
Deputado na AM de Paredes
29-12-09

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