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RELATÓRIO TÉCNICO

PROJETO “ARAÇUAÍ: DE UTI EDUCACIONAL À CIDADE EDUCATIVA”


ABRIL / MAIO / JUNHO
2006

INTRODUÇÃO

No seu segundo trimestre, o projeto “Araçuaí: de UTI Educacional a Cidade Educativa” conta com a
participação de 62 mães cuidadoras e 60 agentes comunitários de educação, para atender 890
crianças e adolescentes, em seis comunidades. As atividades do projeto são desenvolvidas em parceria
com as comunidades, com o apoio da Petrobrás S/A, no seu terceiro ano de parceria.

A continuidade das ações propostas no projeto visa recuperar todas as crianças e adolescentes em
defasagem escolar, cuja série não corresponde à faixa etária. Para atingir esse objetivo, as ações são
extensivas às comunidades, bem como às famílias das crianças e adolescentes diretamente envolvidos
na perspectiva de contribuir com a transformação social e, conseqüentemente, com a Cidade
Educativa.

DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO, DE ACORDO COM O PLANO


DE TRABALHO E AVALIAÇÃO (PTA), SEUS OBJETIVOS, METODOLOGIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO PÚBLICO-ALVO.

• Formação de Mães Cuidadoras e Agentes Comunitários de Educação

Atualizar os educadores é uma exigência paro o início do trabalho. Cada coordenador de núcleo
realizou uma capacitação nas comunidades com essa finalidade. Durante uma semana, mães

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 1


cuidadoras e agentes comunitários de educação se reuniram para elaborar o Plano de Trabalho e
Avaliação (PTA) e planejar as atividades de acordo com as necessidades. As atividades foram
desenvolvidas para reforçar a metodologia e a relação da equipe com as crianças, adolescentes e
comunidade.

O grupo que atua na zona urbana é numeroso, formado atualmente por 32 pessoas. Estamos nos
reunindo a cada semana para planejar e avaliar o trabalho e o grupo tem mostrado melhor
entendimento da nossa metodologia, buscando sempre aprimorar aquilo que tem aprendido,
colocando na roda suas dificuldades e discutindo sobre elas.

O Clube do Vídeo e os encontros para discutir sobre os livros são atividades que contribuem para o
amadurecimento do grupo. A proposta é que aqueles que eram pouco participativos se envolvam
mais, dêem opinião, exercitem a criatividade. A cada encontro, os grupos têm uma surpresa para
apresentar.

Outro impacto é o surgimento de lideranças com maior iniciativa no trabalho, como a coordenação de
oficinas de música que aconteceu no Córrego da Velha, atividade planejada por mães cuidadoras e
agentes comunitários de educação. Usamos a música como pretexto para conseguir participação,
criatividade e entrosamento do grupo. A partir da oficina, trouxemos para a roda brincadeiras,
cantigas e danças da comunidade, além de teatro, poesias, histórias e jogos.

• Pedagogia das Placas

Uma das formas usadas para trabalhar a aprendizagem é a Pedagogia das Placas. A atividade
desperta interesse nas crianças, pois elas têm a oportunidade de escrever os nomes dos objetos e colar
em forma de placas, numa relação simultânea entre a palavra e o objeto.

As crianças alfabetizadas, mesmo com certa dificuldade, conseguem escrever a palavra, o que as faz
valorizar a importância de trabalhar com material concreto. Para dar mais ênfase à atividade, é
costume fazer um passeio pelo terreiro.

Na casa de Dona Alcina, a atividade foi proveitosa tanto para ela como para sua neta. Ela freqüenta
escola de jovens e adultos e participou da atividade junto com o grupo. A partir da palavra escrita, foi
criando novas palavras, contando letras, sílabas, reconhecendo vogais e consoantes.

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Na comunidade Olinto Ramalho, as crianças colaram uma placa na mula e decidiram emplacar tudo
que foram encontrando pela frente. Dessa forma, a equipe constrói e aprimora a tecnologia de
ensinar e as crianças comemoram o jeito lúdico e diferente de aprender. São essas reações e atitudes
que motivam e impulsionam a apropriação da metodologia.

Esse jeito diferente de construir junto e de visitar a casa das crianças, andando às vezes até dois
quilômetros para atendê-las, é uma conquista. A equipe que desenvolve o trabalho nas comunidades
fala com carinho dessa experiência e afirma que vale a pena, pois as crianças se mostram interessadas
em aproveitar a oportunidade. Diante de suas dificuldades, elas aguçam a criatividade da equipe,
desafiando-a a alcançar o sucesso da aprendizagem. O desafio é respondido a cada encontro: as
peculiaridades de cada criança são analisadas, estudando-se formas de atendê-las com inovação.

• Bornal de Livros e Algibeira de Leitura

Os bornais e algibeiras são sempre as atividades preferidas pelas crianças e têm dado aos encontros
um toque de beleza e colorido, pois crianças e adultos vão se encantando com eles. As atividades
levam para as crianças aprendizagem e conhecimento: além dos livros de histórias, os bornais e
algibeiras têm folder de informações e conhecimentos sobre meio ambiente, saúde e cuidados. O
grupo tem se reunido debaixo das árvores para os momentos de contação de histórias, teatro, poesia,
aproximando outras pessoas da comunidade.

Nas comunidades da Gema, Malhada Preta e Bois, as crianças criaram livros de histórias baseados em
suas vidas. Elas recorreram à tinta de terra para complementar os livros com ilustrações.

O objetivo proposto – incentivar a escrita e a criatividade – teve o impacto esperado. As crianças


conseguem repetir o exercício em suas brincadeiras de ‘aulinha’ e se revezam no papel de
‘educadoras’, para que todas possam sê-lo em momentos distintos. A socialização e a apropriação
são indicadores dos bons resultados do trabalho.

A leitura individual e coletiva possibilita o diagnóstico das dificuldades das crianças, como pontuação e
interpretação. De acordo com essa observação, a equipe discute como enfrentá-las e as atividades são
adaptadas para solucionar o problema, seguindo o PTA e redirecionando-o.

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• Bornal de Jogos

O jogo faz com que as crianças melhorem a escrita e a leitura, estimulando a imaginação. Os grupos
utilizam o dicionário para discutir com as crianças o significado e a escrita correta das palavras. A
confecção dos jogos juntamente com as crianças possibilita o melhor conhecimento de suas regras e
interação entre as crianças, estimulando-as à aprendizagem.

Os jogos são diversificados e as educadoras mostram-se empenhadas em criar situações dos mais
variados estilos, remetendo a discussões muitas vezes imprevistas. Exemplo disso foi o jogo “Boca do
Alfabeto”, com a seguinte dinâmica: ao retirar letras do alfabeto de um saco enfeitado, cada equipe
deveria trazer um objeto iniciado com a letra tirada e colocá-lo dentro do saco. Uma equipe trouxe um
gato e a discussão tomou outro rumo: como cumprir as regras estabelecidas no caso de um animal?
Fatos como esse levam as equipes a desafios instantâneos: aprender escrita, leitura e matemática,
conjugando esse aprendizado com cidadania, respeito, solidariedade e felicidade.

• Caixa de Histórias

Esta é uma tecnologia de aprendizagem adaptada a partir da oficina “Mala de Histórias”, ministrada
pela educadora Batatinha, de Santo André (SP). O grupo de mães cuidadoras e agentes comunitários
de educação que participou da oficina descobriu que era possível fazer dessa mala uma “Caixa de
Histórias”, possibilitando a aprendizagem das crianças em relação à escrita, leitura, interpretação e
criação de novas histórias.

Uma caixa é ornamentada e dentro dela são colocados vários objetos. Os objetos sinalizam a história
que será contada, criando-se uma seqüência a partir deles e da lógica dos participantes. No final, o
grupo tem uma história criada, que é escrita, corrigida coletivamente e apresentada em forma de
teatro. O grupo utiliza nomes dos objetos para trabalhar sílabas e classificação e formar novas
palavras.

Essa tecnologia foi utilizada por outros grupos de trabalho, por sua eficiência em aguçar a imaginação
das crianças, envolvendo-as no processo de aprendizagem de forma lúdica.

• Oficinas de Tinta de Terra

As oficinas de tinta de terra contagiam as pessoas, deixam as praças e casas mais bonitas,
proporcionando momentos de aprendizagem e de troca de experiências. Várias comunidades se

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apropriaram dessa tecnologia, dando nova estética aos pontos de encontro do trabalho e às casas,
além de uma concepção diferente de beleza, mais associada à utilização dos recursos disponíveis
existentes na comunidade.

Nessas oficinas, as crianças e adolescentes escrevem letras e palavras, para deixar suas marcas nas
paredes e muros pintados.

• Recortes e Revistas

Trabalhar com jornais e revistas tem proporcionado alguns benefícios às crianças. Para algumas
crianças com problemas de coordenação, as atividades com os jornais têm ajudado bastante em seu
desenvolvimento: amassar jornais, fazer bolinhas para usá-las como material concreto, recortar letras
e notícias interessantes para a montagem do mural e fazer porta-retrato.

Os jornais e as revistas também são utilizados para a confecção de flores e ornamentação das folias,
tomando o lugar dos papéis de seda e de crepom. Isso tem permitido ao grupo resultados bastante
positivos, pois uma das dificuldades era fazer essa troca de material. Hoje podemos ver que o
resultado também é colorido e bonito. Aos poucos, o grupo vem encontrando novas formas de
trabalhar com esse material, aprendendo, inovando e apresentando resultados.

• Grupos de Produção

Seguindo o objetivo de promover a transformação social, os grupos de produção articulam estratégias


de envolvimento comunitário. Discutem sobre as ações possíveis de se realizar, como forma de
contribuir com a aprendizagem coletiva, numa perspectiva de desenvolvimento a partir dos saberes e
fazeres do povo.

Em cada comunidade, os grupos se reúnem quinzenalmente para discutir sobre essas ações e trazem
para a roda conhecimentos, troca, participação e interesse em poder realizar algo que seja bom para
o bem-estar das pessoas. O local para os encontros é decidido pelos participantes, conforme a
disponibilidade de espaços existente nas comunidades. Isso varia: as pessoas se encontram nas igrejas,
associações, quintais, creches ou casas.

Cada comunidade prioriza o seu produto em conformidade com o saber, o fazer e o querer local:
produtos fitoterápicos, cozinha experimental, padaria, produtos de limpeza e higiene, brinquedos e
ornamentação. A oportunidade de aprender não se resume ao simples fazer. Todos os detalhes são

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planejados com antecedência: o material ou ingredientes, vasilhames, cuidados de higiene,
orientações das receitas e escolha do local. O fazer é o instrumento que leva à participação, ao
respeito mútuo e à integração.

• Cozinha Experimental

Os grupos de mães e agentes comunitários trabalham com as crianças ensinando sobre alimentação e
reaproveitamento dos alimentos. As crianças pesquisam sobre as propriedades dos alimentos,
perguntam em casa para as mães e trazem o resultado para o projeto. Essa pesquisa é discutida e
utilizada para ensinar a ler e escrever. Além disso, a partir das receitas produzidas, aprende-se
matemática. Os alimentos que as crianças se recusavam a comer e que em casa ‘não comiam de jeito
nenhum’ agora são aceitos com as receitas que elas ajudam a preparar, criando outros hábitos
alimentares necessários.

Uma experiência adotada na comunidade Córrego da Velha foi a “Pedagogia do Guisado”. As


crianças levam os ingredientes e realizam experimentações nas atividades do projeto. Em seguida,
exercitam matemática, escrita e leitura.

• Cinema Itinerante

Como os filmes assistidos retratam momentos vividos pelas pessoas das comunidades, elas comentam,
discutem, falam dos tempos passados e das realidades semelhantes contidas neles. O espaço e a
energia elétrica são cedidos pelos moradores, que se preocupam em deixar bem acomodadas as
pessoas que chegam. É o momento de aconchego, calor humano e cuidado com o bem-estar das
pessoas na época de frio. Os moradores providenciam cafezinho ou chá para oferecer às pessoas.

Essa atividade mudou a rotina dos bairros e das comunidades. As pessoas sentem prazer nas boas
conversas, falam da educação dos filhos e das mudanças em seus hábitos, agora mais vantajosos,
como deixar as novelas de lado, por exemplo, além do jeito diferente de participar do trabalho.

• Roda de Viola

A música é uma forma de estimular as pessoas a participarem do projeto. Na comunidade da Gema,


a Roda de Viola aconteceu em Cruzinha, uma comunidade que é central e acessível a todas as outras.

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Na cidade, a roda acontece na praça; no Córrego da Velha, no campo de futebol; na Malhada Preta,
debaixo de um pé de pequi; na comunidade dos Bois, no terreiro da igreja católica. Cada comunidade
tem seus critérios para a escolha do lugar. Vence o que for mais acessível à maioria.

A Roda de Viola é um momento de descontração, com cantoria, violeiro, sanfoneiro e tamborzeiro,


criando um ambiente agradável e prazeroso para adultos e crianças caírem na cantoria. O ‘fogo’
ajuda a aquecer o ambiente, porque ‘fogueira’ é só no dia do santo, explicam os mais velhos,
entendidos nas terminologias, símbolos e significados.

As rodas de viola resgatam os momentos vividos pelas pessoas quando eram jovens ou quando
sentavam para conversar, bater um papo gostoso e mesmo cantar cantigas de roda.

• Banco do Livro

O Banco do Livro funciona na cidade com uma equipe de três agentes, que são responsáveis pelas
trocas de livro e pelo bom funcionamento da atividade. Hoje, o Banco disponibiliza para a
comunidade um acervo de quase 12.000 livros didáticos e literários, apostilhas e revistas.

A freqüência de pessoas ao Banco do Livro tem crescido a partir das atividades realizadas. As pessoas
estão fazendo mais trocas e outras vêm para conhecer e acham a proposta bastante interessante.

No mês de junho, recebemos a visita da pedagoga Miriam, de Belo Horizonte, que achou interessante
o trabalho desenvolvido no Banco. Ela fez a troca de um livro, que disse ter sido difícil de encontrar.
Algumas escolas trazem os alunos para conhecer e fazer trocas. Todos os dias, na parte da manhã,
são desenvolvidas atividades de jogos, teatro e contação de histórias com os meninos do projeto Ser
Criança e da APAE.

• Folia do Livro

As folias trazem mais pessoas para as rodas. O projeto Cidade Criança também participa dos
encontros, desde o planejamento da folia. Na comunidade Olinto Ramalho, a bandeira deu lugar a
uma faixa, que é levada à frente por dois cavaleiros. Essa mudança foi fruto de uma discussão do
grupo, pois as pessoas confundiam essa bandeira com as tradicionais bandeiras de santos e
acabavam beijando-a, enganadas.

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O entusiasmo com a folia é grande: os grupos se organizaram e fizeram camisetas para o evento ficar
bonito e organizado. No meio do trajeto, poeira e caminhos estreitos, que às vezes dificultam a
passagem dos cavalos, rios a serem atravessados e jumentos que empacam são situações que animam
e rendem assunto.

Assim chegam os cavaleiros com as algibeiras e as motos para acompanhar a folia. Eles são recebidos
pela comunidade com foguetes e cantoria, que dura muito, relembrando os batuques, as cirandas e
versos que antigamente se cantavam. A casa onde a folia permanecerá durante o mês é enfeitada com
bandeirolas, balões, jogos expostos e murais das cavalgadas e atividades do ano anterior.

Os participantes do Grupo de Batuque da Ponte do Gravatá apresentaram uma peça de teatro


descrevendo as dificuldades das pessoas para conseguir alimento na época da seca, período em que
não se colhe o que se planta. Com dinamismo, eles integraram o teatro com o “Batuque do Pilão”,
fazendo com que os participantes batucassem ao som da sanfona, do pandeiro e dos tambores
presentes. No final, foram servidos chá de erva cidreira e biscoitos produzidos nas atividades com as
crianças.

A Folia do Livro é um momento de informação. As pessoas dão recados, falam dos livros que leram,
incentivam outros a lerem e falam da satisfação de realizar essa festa na comunidade, que agora
acontece todo mês.

DESEMPENHO DOS EDUCADORES

A equipe do projeto tem se reunido com alguma freqüência para conversar, avaliar o trabalho e
procurar formas de contribuir uns com os outros. Essas reuniões têm deixado um pouco a desejar, pois
muitas vezes não estão todos presentes. Mas, na medida do possível, temos traçado estratégias para
desenvolver melhor o nosso trabalho.

ENVOLVIMENTO DAS FAMÍLIAS E COMUNIDADES

A relação projeto e comunidade tem sido de entrosamento e participação. O grau de participação


varia de localidade para localidade, mas todas têm se reunido, ora para discutir as atividades, ora
para desenvolvê-las e ora para o lazer. O esforço é no sentido de buscar formas de convencer as
pessoas a se envolverem para garantir a eficácia nas atividades, permitindo sua apropriação.

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ENVOLVIMENTO COM A ESCOLA ESTADUAL ISALTINA CAJUBI FULGÊNCIO

O trabalho na escola acontece uma vez na semana e tem sido bastante proveitoso, tanto para as
crianças quanto para os professores. Todas as atividades desenvolvidas com as crianças também têm
o acompanhamento e a participação do professor. Existem aqueles que interagem com uma
participação mais ativa, mas alguns ainda ficam mais no acompanhamento.

São realizadas contações de história e novas produções feitas pelas crianças, mostrando que dessa
forma é possível ensinar as crianças a ler e escrever, e alguns estão melhorando a sua interpretação. A
partir dos livros, as crianças também fazem teatro, dramatização, poesias, versos e tudo isso é exposto
em murais.

O trabalho com os jogos estimula as crianças e possibilita um aprendizado mais eficaz, ajudando
bastante, principalmente no estudo da matemática. Além de ser um atrativo para as crianças, os jogos
também despertam nos professores o interesse em procurar, cada vez mais, novas formas de fazer
com que as crianças se interessem em aprender.

Na escola, trabalhamos com crianças desde a fase introdutória até a quarta série. Estamos fazendo
um planejamento de acordo com os temas trabalhados em sala de aula, e isso faz com que haja um
entrosamento melhor com os professores, pois assim eles podem dar continuidade às atividades,
conduzindo-as para o conteúdo trabalhado. Tem-se trabalhado muito sobre alimentação, meio
ambiente e lixo e os alunos estão cuidando mais da escola, a partir desse trabalho.

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AVANÇOS OBTIDOS NO DESENVOLVIMENTO DOS OBJETIVOS DO PROJETO - INDICADORES DE
ÊXITO

• Índices Quantitativos

Córrego José Malhada Olinto


Itens/comunidade Araçuaí Bois Gema Total
da Velha Gonçalves Preta Ramalho
Adultos
0 0 0 9 19 0 0 28
alfabetizados
Agentes
comunitários de
21 4 6 5 7 4 6 53
educação (ACE)
atuantes
Agentes
comunitários de
23 4 7 6 10 4 6 60
educação (ACE)
capacitados
Algibeira de Leitura
20 5 7 7 9 5 7 0
–atendimento
Alunos beneficiados 270 30 96 105 158 73 158 890
Bolsistas 36 9 14 17 14 9 18 890
Bornal de Jogos –
1 1 1 1 1 1 1 7
atendimento
Bornal de Livros -
18 13 4 6 5 8 5 59
atendimento
Casas pintadas 6 1 0 0 0 0 0 7
Cinema itinerante -
95 0 84 100 76 0 74 429
público/seção
Cinema itinerante -
2 0 3 2 2 0 3 12
seções realizadas
Comunidades
7 8 7 10 12 7 10 61
atendidas
Dança criada 2 0 0 0 3 0 0 5

Escolas beneficiadas 1 0 0 0 0 0 0 1

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Famílias
224 45 189 119 125 77 119 898
beneficiadas
Folias do Livro
3 1 2 2 1 1 3 13
realizadas
Grupo de produção 5 5 10 10 10 5 5 50
Jogos criados 10 2 5 0 3 2 2 24
Jogos reproduzidos 47 20 7 9 24 20 34 161
Jogos utilizados 20 30 10 10 15 10 15 1010
Livros usados/lidos 102 25 45 47 46 30 30 325
Mães cuidadoras
13 5 8 12 7 5 12 62
atuantes
Mães cuidadoras
0 0 12 15 0 0 2 29
capacitadas
Música criada para
3 0 0 0 3 0 0 6
a Folia
Número de
participantes das 143 100 92 140 80 90 65 710
folias
Oficinas
comunitárias 4 6 2 11 5 14 42
realizadas
Passeios 2 2 - - 1 1 1 6
Professores
11 0 0 0 0 0 0 11
envolvidos
Roda de Viola 2 1 1 2 1 0 1 8
Seleta coletiva 2 0 0 0 0 0 0 1
Teatro criado 2 0 0 2 0 0 0 04
Tecnologias
comunitárias de 6 8 7 6 9 5 10 51
aprendizagem

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• Índices Qualitativos

- Atividades freqüentes no Banco do Livro.


- Participação e integração dos projetos Cidade Criança, Ser Criança e Cidade Educativa.
- Contribuição dos comerciantes e moradores da Praça Valdomiro Silva e Beco da Sola fornecendo o
material para as oficinas de tinta de terra.
- Oficinas realizadas pelas mães e agentes comunitários em outros grupos da zona rural.
- Criações das crianças a partir das atividades.
- Crianças melhorando a escrita.
- Crianças lendo mais.
- Melhora no aprendizado de matemática.
- Pais receptivos e apoiando o projeto.
- Boa aceitação do grupo de produção pela comunidade.
- Alfabetização com adultos.
- Freqüência satisfatória das crianças.
- Envolvimento da comunidade na Folia do Livro e na Roda de Viola.
- Mães e agentes envolvidos na preparação da Folia do Livro e da Roda de Viola.
- Produção da Padaria na comunidade Maria Gema.
- Motivação das crianças em participar do projeto.

DIFICULDADES ENCONTRADAS NO DESENVOLVIMENTO DOS OBJETIVOS DO PROJETO

- Saída de algumas crianças por mudança de lugar.


- Falta de iniciativa de alguns integrantes do grupo.
- Desentendimento entre os participantes do grupo.
- Distância dificulta a participação das pessoas nas reuniões.
- Rotatividade de pessoas da equipe.
- Número insatisfatório de pessoas na folia.
- Número desproporcional entre educadores e crianças para atender.
- Pouca criatividade para inovar as atividades.
- Mães cuidadoras que não sabem como lidar com a agitação e agressividade das crianças da
comunidade José Gonçalves.

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BREVE SÍNTESE DAS REFLEXÕES SISTEMATIZADAS A PARTIR DOS RESULTADOS

O trabalho tem momentos de muito aprendizado para os envolvidos. As equipes se diferem em seus
papéis: as mães cuidadoras e os agentes comunitários de educação estão no dia-a-dia com crianças,
adolescentes e comunidade, enquanto a equipe de coordenação acompanha, discute e redireciona,
quando necessário, o trabalho. Aglutinam-se quando discutem o Plano de Trabalho e Avaliação (PTA),
ou seja, o compromisso como objetivo do projeto é de uma equipe, independentemente do espaço e
tempo que ocupam. A artéria que os une está no objetivo proposto.

É uma equipe que quer buscar formas de fazer a transformação social em uma cidade. De quantas
maneiras diferentes e inovadoras podemos educar uma criança/adolescente? É o desafio que mantém
a direção do trabalho, constantemente.

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ANEXOS

• Atividades com bornais e algibeiras - depoimentos sobre os livros lidos durante as atividades

Livro: “O sono faz”

“Entendi que, quando temos um amigo de verdade, nunca queremos nos separar dele. Quando nos
separamos e ficamos sozinhos, bate saudade, tristeza e infelicidade. Na esperança de um dia
podermos nos encontrar com essa pessoa de novo, vêm os sonhos e as imaginações. Sonhos com
coisas ruins e imaginamos coisas piores que a realidade. Um dia alcançamos os nossos sonhos bons,
deixando a saudade daqueles que nos esperam.”
Markele Pereira Santana - 10 anos
Bairro do Arraial

Livro: “Menino de nariz esperto”

“Essa história fala sobre o nariz, que nos ajuda a respirar e enfeita nosso rosto. Se não tivéssemos
nariz, o nosso rosto seria feio. Mas que coisa feia seria o nosso rosto! Tem nariz de bolinha, narigão
vermelho, nariz segurando bigode, nariz fininho, comprido, feio e bico de passarinho. Muita gente
pensa que nariz só serve para carregar óculos ou para carregar verruga, mas não é verdade. Agora
eu sei escrever um poema sobre o nariz.”

Poesia do nariz

Eu sou a palavra nariz


Quando o dicionário está fechado,
Eu fico sem respirar e quase morro sufocado.
Mas se abrem o dicionário
pego uma friagem
e fico logo resfriado.
A minha vida é mesmo assim
Entre o sufoco e o atchim.

Luiz Gomes da Silva - 11 anos

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“O papagaio, a gata e o cão”

Era uma vez um papagaio que repetia tudo o que as pessoas falavam.
Por isso, deram a ele o nome de Rodrigo. O dono era o seu Tião, que tinha uma filha chamada Vivi,
que tinha uma gata chamada Lulu. Seu Tião tinha um filho chamado Lucas, que tinha um cão
chamado Foco, que era um cão muito bravo. E eles eram inimigos e brigavam muito. Um dia,
resolveram não brigar mais e os donos ficaram aliviados. E eles viveram felizes para sempre.

Luiz Gomes da Silva - 11 anos

“Quem faz o buraco”

Na noite passada, muito rápido e no meio da noite, um bicho cavava sem parar. Quem dormia
naquela mesma hora acordava. No outro dia, os bichos acordaram e foram ver o era. Então um
homem falou para o galo:
- Galo, você que tem a voz forte vai lá até o buraco e grite.
Ele foi lá e deu um grito alto e nada respondeu.
O coelho também foi e falou:
- Eu não vou lá dentro do buraco, pois pode ser que tenha um bicho lá e me come.
Nessa mesma hora, um tatu saiu do buraco e ficou amigo dos bichos.
Luiz Gustavo - 10 anos

A Natureza

A natureza é bela,
Como uma festa.
Não devemos poluir.
Devemos preservar.
Não devemos fazer queimadas
Para a vida continuar.
Para a natureza ser linda,
Precisamos dela cuidar.

Natália Sousa - 11 anos

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A gota d’água

A gota é pequena, mas tão pequenina...


Ela cai na planta,
Para ficar verdinha.

Joga água para todo lugar.


As lindas gotinhas,
Que não param de pingar

Pinga de cá e pinga dali


Pinga gotinha para seu
Barulho eu ouvir.
Juliamara Santos - 10 anos

A energia elétrica

Para economizar energia elétrica,


É preciso desligar pela manhã
ou na hora de dormir.

A luz elétrica é muito importante para cada um de nós.

Também a água é importante


Porque serve para tomar banho e fazer comida.

Para economizar,
Temos que tomar banho com pouca água.

Não desperdiçar a água!


Não deixar torneira ligada!
Não deixe a mangueira ligada.
Fabrine Soares - 11 anos

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História criada a partir do passeio ao rio Calhauzinho

O Calhauzinho

Era uma vez um rio chamado Calhauzinho. Ele era muito sujo e poluído, porque a vizinhança jogava
lixo nele. Os peixes morriam e ninguém podia tomar banho nem beber de sua água, porque ela
estava contaminada. O Calhauzinho já foi muito bonito, mas agora não é mais. Um dia, um morador
resolveu mudar a opinião das outras pessoas. Ele se propôs a mobilizar a vizinhança para recuperar o
rio e chamou seus amigos para fazer uma limpeza nele.

Eles retiram lixos, pedaços de pau e latinhas, que atrapalhavam a passagem da água. A partir de
então, a água do rio voltou a clarear e as pessoas não acreditaram no que viram. Resolveram não
poluir mais o rio. Como o rio ficou limpo, as pessoas voltaram a tomar banho nele, lavar roupas e
vasilhas e foram mais felizes.
Marilene Santos, Rosana de Oliveira e Graziela Souza
Agentes Comunitárias de Educação

Produções a partir do texto “O lixo”

O tema é o lixo (canto)

Tema, tema, tema no vizinho.


Lixo, lixo, lixo no saquinho.
Para deixar bem limpinho.
E manter bem conservadinho.

Eu coloquei o lixo
Na minha lixeira
Na minha lixeira, eu coloquei o lixo.
Cuidar do lixo é muito bom, é bom demais
Cuidar do lixo é bom, é bom demais.
É bom reciclar, é bom reciclar, é bom reciclar.
É bom demais!
Amanda - 12 anos
Isleide - 12 Anos

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O lixo

O lixo no seu quintal você pode recolher


Isso fará bem pra mim e pra você.
Nossa cidade mais limpa ficará
Se o lixo orgânico, plástico e metal
Você reaproveitar.

Com a limpeza de nossa cidade,


Insetos não vão ter,
Com saúde e segurança,
As pessoas e as crianças poderão viver.

Com a coleta seletiva,


O lixo vamos remover,
Ensinando para as pessoas,
O que acabamos de aprender.
Késsia Gonçalves - 11 anos
Afrânio Soares - 11 anos

Criação a partir da oficina realizada na comunidade Córrego da Velha

Poesia

Hoje a noite está fria,


Está para ler e ver TV
Mas eu vou dormir
Pois não quero sono perder.

Olá, meus filhos!


É hora de acordar
Vocês têm que ir para a escola
E antes vamos conversar.

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Eu estou com vontade de passear
Vou a uma festa para dançar
Como não gosto de ficar só
O melhor é namorar.

Quando estou aborrecida


Ouço uma música para relaxar
Mas tenho roupa para passar
E um peixe para limpar.

Dançar e namorar me levam a passear


Gritaria e falsidade me fazem esperar.

Não corro muito para encontrar


roupas para passar, peixe para limpar
e os filhos esperando a hora de conversar.

Joaquina - Mãe Cuidadora / Janete Santana - Mãe Cuidadora


Rosemary - ACE / Mirlane Coelho - ACE

Produção a partir da atividade receita de torta de talos na escola

Poesia

A beterraba serve para ficar forte


A cenoura pra crescer
A mamãe vai preparar um cardápio para comer.

Hoje na escola aprendemos


Uma receita bem legal
A torta de verduras
Vai ficar sensacional.

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 19


As verduras são importantes
Isso precisa saber
Se não comemos separadas
Na torta vamos comer.
Igor Ferreira - 8 anos / João Pereira - 9 anos
Wesley Fernandes - 8 anos / Claudiley Soares - 9 anos
Flávia Souza - 9 anos

Poesia criada para o Dia das Mães

Mãe

Você partilhou com Deus a


criação da minha vida.
Depois me ensinou a viver, respeitar,
dar amor aos semelhantes.

Quando todos me abandonaram,


você estava comigo.

Você me ensinou a ter paciência e a perdoar,


sentir confiança e a segurança de um amor
constante, incondicional, que
me faz sentir um pouco o
quanto Deus me ama.

Aprendi a sorrir com


seu sorriso.
Tudo que sou e espero ser
devo a você, minha mãe.

Ramila Araújo - 10 anos - 4ª série

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 20


Poesias a partir da atividade das placas

Para começar o dia

Animação devemos ter


Mas nunca podemos esquecer
O que viemos aprender.

Para diferenciar o dia e a


Aprendizagem não deve faltar.
Saímos pela rua
Para a atividade das placas ensinar

Nesta atividade ninguém fica parado


Qualquer objeto visualizado
Em seguida é emplacado,

Quando alguma dificuldade surgia


A solução logo aparecia
Nessa atividade tão divertida
Nem vimos passar o dia.

Grupo de Mães Cuidadoras e Agentes Comunitários de Educação

Teatro: Uma criança que está para nascer


(Apresentado no Dia das Mães, na Escola Isaltina)

Criança – Senhor, dizem que amanhã serei enviado à Terra. Como viverei lá, sendo assim tão
pequeno?
Deus – Eu escolhi um anjo para cuidar de você na Terra. Ele está te esperando.
Criança – Mas aqui onde estou é tão bom! Lá na Terra serei feliz?
Deus - Seu anjo irá cantar e sorrir para você. A cada dia, seu anjo estará cuidando de você e você será
feliz.
Criança – Mas como viverei lá, se eu ainda não sei falar?
Deus – Com paciência e carinho, seu anjo te ensinará a falar.

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 21


Criança – E o que eu farei quando eu quiser te falar?
Deus – Seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar.
Criança – Senhor, dizem que na Terra tem pessoas tão ruins. Quem me protegerá?
Deus – Seu anjo lhe protegerá, nem que seja arriscando a própria vida.
Criança – Senhor, como irei te ver?
Deus – Seu anjo lhe falará de mim e te ensinará como chegar até a mim, e eu estarei sempre dentro
de você.

(Pausa para música)

Criança – Oh, Senhor! Eu estou saindo agora, por favor, diga quem é meu anjo.
Deus – Seu anjo é a ternura de Deus, que refaz as coisas e recria o homem. É uma estrela brilhante
que guiará os seus passos. Ela será sua conselheira, seu guia e boa companheira e a amiga mais
sincera na alegria e na dor. Seu anjo você chamará de Mãe!

Música

Hoje viemos agradecer...


A uma pessoa que nos concebeu
Sempre de nós cuidou
Com muito amor, ô...õ...

(Refrão)
Mãezinha é sempre nosso conforto.
A qualquer hora da vida ao nosso lado está

Canções criados para a Folia do Livro

ü Ritmo (São Benedito)

A Folia do Livro chegou animada (bis)


Vamos cantar e dançar com a meninada (bis)

Refrão: A leitura é o que a criançada quer (bis)

O projeto aqui chegou pra ficar (bis)

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 22


Unir comunidade pro bairro melhorar (bis)

É o grupo de produção que vai acontecer (bis)


Juntando comunidade pro xarope fazer (bis)

Se você quiser ler e um livro conhecer (bis)


Venha aqui na algibeira, que você pode escolher (bis)

ü Ritmo (Abóbora faz melão)

Do livro faz teatro.


Do teatro a poesia

Venha ver, venha ver


A nossa harmonia

E quem quiser cantar


Venha pra nossa folia

Aqui tem, vamos ver


Atração e alegria

ü Ritmo (Diolinda)
(Coral Trovadores)

Venha ver, venha ver a Folia do Livro.


Ela vem com algibeira, trazendo alegria.
E com eles você pode crescer e aprender
A ler e a escrever com mais sabedoria.

A Folia do Livro é muito boa


Vem trazer aprendizagem para pessoas.
A Folia do Livro é boa demais
Cada um mostrando o que é capaz.
Leia, leia, menino.
Leia sempre um livro, menino. (bis)

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 23


Você não sabe o que eu vi na folia
Eu vi teatro e muita alegria
Eu vi a bandeira levantada
Eu batuquei com a garotada.

Vem ler um livro, (bis)


Vem ler um livro, menino.
Vem ler um livro.

ü Ritmo (Lava, lava, lavadeira)

A Folia do Livro está chegando


Venha cá venha ver ela passando
A Algibeira é muito interessante
Cada livro com uma história emocionante

(Refrão)
Leia, leia, meninada
Leia histórias engraçadas
Leia, leia, meninada, e ficará mais informada.

ü Ritmo (Escravos de Jó)

A Folia do Livro chegou pra mostrar.


O poder que o livro tem de ensinar
Pegue, leia, não deixe estragar.
Porque outras pessoas também podem precisar.

ü Ritmo (Samba Lelê)

Pegue um livro pra ler


Venha conosco aprender.
O livro é muito importante
E muito interessante.

(Refrão)

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 24


Vamos, vamos o livro ler
Vamos, vamos, vamos aprender.
Vamos, vamos, vamos cantar.
Para nossa folia animar.

ü Ritmo (Lava, lava ladeira)

A folia começou assim


Com um tantinho de gente assim.
Agora ela tá desse tamanho
Com um tantão de gente assim.
O apoio da comunidade
Fez nosso grupo crescer.
Com os livros da algibeira
O povo pode aprender.

(Refrão)
Leia, leia, comunidade!
Porque o livro é uma viagem
Onde todos os nossos sonhos
Se tornam realidade.

ü Ritmo (Diolinda)

Olé lê a folia já começou. Oi, meninos!


Foi com livros que aprendi esse hino. Oi, menino! (bis)

Eu vou contar a pedagogia como foi


Foi com ela que aprendi o 1 e o 2.

Eu vou contar a folia como é...


É prestigiada por homem e mulher.

Vem, vem, vem, pra folia.


Vai ter muita alegria (bis)
Oh lá vai uma, lá vai duas, lá vai três...

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 25


É a folia que chegou mais uma vez.
Vem, vem, vem pra folia!
Vai ter muita alegria! (bis)
Eu fui na folia, ocê não foi
Teve batuque e também o boi.
Batuca mais eu, batuca mais eu
Batuca mais eu, tamborzeiro
Batuca mais eu.
Mães Cuidadoras e Agentes Comunitários de Educação
Projeto Cidade Educativa e Cidade Criança

• Depoimentos

“Eu estou feliz aprendendo a escrever. É um pouco difícil, pois a gente é ‘véio’ de idade e a cabeça já
não é mais boa como quando a gente era moço. Quero aprender a ler e escrever para poder votar.
Quando chama a gente para ir na urna, a gente fica perdido, além de nem saber ler o nome do
candidato que vai votar. Quero não mais passar vergonha, quero saber assinar meu nome no papel.”
Odilon Alves dos Santos - 72 anos
Comunidade Mucambo

“Dá próxima vez que você vier aqui, var ver minha letra firminha, bonitinha. Vocês vão gostar.”
Ana Ferreira Alves - 70 anos
Comunidade Mucambo

“Eu nunca fui numa escola e nem sabia o que era professora. No meu tempo, só tinha trabalho. Meu
pai falava: ‘Pra quê estudar? Pra escrever carta pra namorado?’ Nós ficávamos calados e com raiva.
Se falasse alguma coisa, caía no chicote. Quem tem leitura tem tudo. Agora eu estou tendo
oportunidade e, se Deus quiser, vou aprender a escrever meu nome.”
Maria Terezinha Soares Ferreira - 58 anos
Comunidade Mucambo

“Eu gosto de ficar quietinha fazendo as letras. Se ficar perto de mim, eu fico afobada.”
Virlene Lemes
Comunidade Mucambo

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 26


“Minha vontade é saber ler e escrever para poder escrever uma cartinha para minhas filhas. Eu quero
juntar as letras e o dia que eu fizer isso ficarei feliz.”
Ana Ferreira Alves - 70 anos
Comunidade Mucambo

“Estou aprendendo e as mães ensinam tudo bem explicado. Só está faltando um quadro.”
Ana Adélia Ferreira de Souza - 45 anos
Comunidade Mucambo

“É muito bom! As pessoas estão empenhadas em ensinar e nós em aprender. Foi uma iniciativa muito
boa essa de ter aulas para nós, que queremos aprender.”
Maria Aparecida de Oliveira - 33 anos
Comunidade Mucambo

“Gostei muito do dia, porque a brincadeira e o jogo foram muito divertidos. Através deles, eu aprendi
mais e como economizar água.”
Iolane F. dos Santos - 9 anos
Comunidade Mucambo

“Gostei porque foi tudo muito interessante e a história do príncipe parece bastante com a Bela
Adormecida.”
Jonattha Gonçalves Santana
Comunidade Mucambo

“Eu gostei da aula em minha casa. Isso para nós mães é uma grande alegria. Antes, nós não tínhamos
oportunidade de ver o trabalho de perto; agora acontece dentro da casa da gente.”
Rossânia Lopes Ramos (mãe de Francismeia, Frank e Marly)
Comunidade Mucambo

“O projeto está muito melhor agora. Até os meninos novos pegam papel, lápis e ficam até o final. É
muito bom ver nossos filhos aprendendo e no terreiro de nossas casas, porque assim podemos
acompanhar o trabalho com as crianças por perto.”
Laura Lopes (mãe de Eldes, José Mauro, Arteniza)
Comunidade Mucambo

“Achei muito legal a caixa de história, porque a gente participa da história.”


Marcone Oliveira - 13 anos
Comunidade Palmital

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 27


“O Banco do Livro é mais parceiro nas nossas atividades do projeto. Vamos para a praça Duque de
Caxias, onde são realizadas as atividades que envolvem aprendizagem, jogos, contações de histórias e
brincadeiras.”
Afrânio Soares - 11 anos
Projeto Ser Criança

“Achei muito interessante a forma como o Zilmar contou a história e dela fizemos um livro. É bonito!”
Marilia Roque da Silva - 8 anos
Comunidade Palmital

“Eu gostei muito de participar e de ajudar a fazer o livro. O livro é bom para despertar a nossa mente.
Eu não sabia que podíamos fazer tinta com a terra da formiga e de carvão. Ficou muito bonito!”
Lidiane Nunes de Oliveira - 13 anos
Comunidade Palmital

“Eu não sabia que fazia tinta de buxeiro. Achei interessante, porque a gente fez o livro com a própria
tinta da casa.”
Lira Lopes da Silva - 62 anos
Comunidade Palmital

“Eu sou uma pessoa que acredita na mudança da comunidade, porque as pessoas participam com
gosto. Elas sabem que o projeto é cheio de oportunidades e queremos o desenvolvimento para todos
os moradores, nossos vizinhos.”
Otelina - Mãe Cuidadora
Comunidade Santa Rita de Cássia

“As crianças e os adolescentes aprendem com mais facilidade. O que faltava era entender por que
elas demoravam a aprender a conhecer as letras. Quando percebemos que, se juntássemos os objetos
com as palavras escritas era mais fácil, elas aprenderam.”
Cássia - Mãe Cuidadora
Comunidade Laginha

“A melhor escola é o projeto. Eu gosto de vir aqui: tem brincadeira para aprender e livros bonitos para
ler. A escola virou nossa casa.”
Mariana da Conceição Dias - 10 anos
Comunidade Malhada Preta

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 28


“Depois da Folia do Livro, minha mãe levou dois. Eu li para ela e ela gostou. Viu que eu sei ler direito.”
Jurandir de Macedo Filho - 12 anos
Comunidade Água Branca

“Os filhos precisam ter orientação dos pais, mas nós somos fracos, sozinhos. Com o projeto, tem
muitas mães e jovens interessadas em melhorar a comunidade, começando pelos mais novos.”
Catarina de Jesus - Mãe
Comunidade dos Bois

“A escola não tem interesse em melhorar os filhos da gente. Ela deixou de ser da comunidade e o
projeto tem espaço no terreiro de todos da comunidade. Nós gostamos de ver o nosso saber
beneficiando os filhos, para eles se desenvolverem.”
José Maria Gonçalves - Pai
Comunidade dos Bois

“O saber é coisa engraçada: se a gente não prestar atenção, ele acaba e não sabemos o valor dele.
Na verdade, o que aprendemos dos mais antigos é tão bom e valioso como o que está escrito nos
livros.”
João Vaqueiro - Pai Cuidador
Comunidade dos Bois

“Quando me escolheram para ensinar para as crianças, fiquei alegre por ser professora. Dois anos
depois, descobri que ser educador é aprender com o barro, as flores, o vento, junto com os livros e as
pessoas. É diferente.”
Nelma dos Santos - Mãe Cuidadora
Comunidade dos Bois

“O projeto está sendo muito bom. Meus meninos estão aprendendo a conviver com outras crianças e
estão mais calmos em casa.”
Maria Lourdes Silva - Mãe de Milene
Comunidade José Gonçalves

“Estou gostando do projeto porque ele vem ajudando as crianças a se desenvolverem na escola.
Nunca tivemos isso na nossa comunidade.”
Gilda Ribeiro - Mãe de Fernanda
Comunidade São Marcos

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 29


“Agora, com esse projeto, eu acredito que haverá melhoria na educação deste país.”
Rosângela Luiz - Mãe de Leonice
Comunidade Salina

“Esses encontros são muito bons. Nós aprendemos muitas coisas boas e de serventia. Espero que eles
não acabem, para aprendermos mais.”
Mariaildes Jardim
Comunidade Barreiro

“Nossa roda de viola foi tão legal, que até os jovens que acham que viola e batuque são coisas de
gente velha entraram na nossa roda e soltaram as vozes.”
Maria Íris Campos - Mãe Cuidadora
Núcleo José Gonçalves

“É a primeira vez que joguei sem errar. Agora já sei os números todos. Esses jogos ajudam quem não
sabe aprender.”
Gisley da Silva Teixeira - 8 anos
Núcleo José Gonçalves

“Hoje, olhando as revistas e fazendo a colagem, aprendi a fazer as letras A, E e O sozinho.”


Daniel Luiz Ramalho - 6 anos
Núcleo José Gonçalves

“Eu gosto do jogo ‘Corrida Numérica’, porque faço as continhas mais rápido do que no caderno. Mas
também é porque eu quero marcar ponto, né!”
Leonice Luiz - 8 anos
Núcleo José Gonçalves

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 30


• Diagnóstico Araçuaí - Córrego da Velha

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

30 30
21 20
20 20 15
12
10 2 10
0
0 0
1ª Diagnóstico (35 alunos) 1ª Diagnóstico (35 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

30 26 40 33
20 30
10 20
7 5 5
10 10
0 0
1ª Diagnóstico (43 alunos) 1ª Diagnóstico (43 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 31


• Bois

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

9 7
10 8
6
5 3 4 3
2
0 2
0 0
1ª Diagnóstico (12 alunos) 1ª Diagnóstico (12 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

15 11 15
10
10 10
5 2 5 3
1 1
0 0
1ª Diagnóstico (14 alunos) 1ª Diagnóstico (14 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

5ª e 6ª Série
Leitura Matematização

6 3
4 2 2
4 2

2 1
0 0 0
0 0
1ª Diagnóstico (4 alunos) 1ª Diagnóstico (4 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 32


• Malhada Preta

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

36 38
40 40
30 30
20 20
10 2 0 10 0 0
0 0
1ª Diagnóstico (38 alunos) 1ª Diagnóstico (38 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

18
30 20
21
20 15
10
10 5 3 1
0 1
0 0
1ª Diagnóstico (22 alunos) 1ª Diagnóstico (22 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

5ª e 6ª Série
Leitura Matematização

4 8 7
3
3 6
2 2
2 4
1 2 0 0
0 0
1ª Diagnóstico (7 alunos) 1ª Diagnóstico (7 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 33


• José Gonçalves

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

93
150 100
98
100
50
50 12
2 5 0
0 0
1ª Diagnóstico (105 alunos) 1ª Diagnóstico (105 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

20 19 40 30
18
18 30 18
16 20
16 10 5
14 0
1ª Diagnóstico (53 alunos) 1ª Diagnóstico (53 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 34


• Araçuaí

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

30 22 30
20
20 20
10 7 10 6 6
4
0 0
1ª Diagnóstico (33 alunos) 1ª Diagnóstico (32 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

15 12 20 15
10
10 7 15 9
10 6
5 5
0 0
1ª Diagnóstico (30 alunos) 1ª Diagnóstico (30 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

5ª e 6ª Série
Leitura Matematização

14 14
15 12 13 15

10 10
4 5
5 1
0 0
1ª Diagnóstico (29 alunos) 1ª Diagnóstico (29 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 35


• Gema

1ª e 2ª Série

Leitura Matematização

28
40 31 30
30 20
20 7
10 3 3 10 2
0 0
1ª Diagnóstico (37 alunos) 1ª Diagnóstico (37 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ª Série

Leitura Matematização

20 15 12 13
16
15 10 10
10 3
2 5
5
0 0
1ª Diagnóstico (28 alunos) 1ª Diagnóstico (28 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 36


5ª e 6ª Série

Leitura Matematização

15 12 20 17
9 15
10 9
5 10
5 5 0
0 0
1ª Diagnóstico (26 alunos) 1ª Diagnóstico (26 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

7ª e 8ª Série

Leitura Matematização

8 6 15
5 10
6 10
4 3 4
5
2 0
0 0
1ª Diagnóstico (14 alunos) 1ª Diagnóstico (14 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 37


• Olinto Ramalho

1ª e 2ªSérie

Leitura Matematização

60 52 60 45
40 40
20 5 20 5 9
2
0 0
1ª Diagnóstico (59 alunos) 1ª Diagnóstico (59 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3


Nível 1 Nível 2 Nível 3

3ª e 4ªSérie

Leitura Matematização

28
30 30 24
18
20 15 20
11 12
10 10
0 0
1ª Diagnóstico (54 alunos) 1ª Diagnóstico (54 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 38


5ª e 6ªSérie

Leitura Matematização

20 16 15 12
15 9
10
10 7 4
5
5 2
0 0
1ª Diagnóstico (25 alunos) 1ª Diagnóstico (25 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

7ª e 8ªSérie

Leitura Matematização

8 6 8 6
6 6
4 2 4 2
2 0 2 0
0 0
1ª Diagnóstico (8 alunos) 1ª Diagnóstico (8 alunos)

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 1 Nível 2 Nível 3

Projeto “Araçuaí: De UTI Educacional à Cidade Educativa” 39

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