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http://dn.sapo.pt/revistas/nm/interior.aspx?content_id=1471664
É poupado?
Muito poupado.
É vaidoso?
Não, nada.
Que relação é que tem com as suas fãs? Há fãs que lhe dedicam sites.
Olhe, não sabia. Há muito pouco tempo, aderi ao Twitter. É engraçado porque no
Twitter é que começo a aperceber-me de que há coisas na net sobre mim, e isso
é giro.
É uma pergunta que devem estar sempre a fazer-lhe, mas como é que
surgiu a oportunidade de trabalhar com Al Pacino, numa produção
americana?
Sim, é por isso que me estou a rir, é a pergunta que mais me fazem, na rua ou
em qualquer lado onde vou: «Como é que foi isso do filme americano?»
Sim, é verdade.
Tem o Joaquim de Almeida, o último filme que fez foi com a Kim Bassinger e com
a Charlize Theron. Eu trocava os «al pacinos» e ficava com elas, são muito mais
giras do que o Al Pacino [risos]. Gosto muito de realização, e acho que no dia em
que arrumar os meus botins gostava de contar histórias de outra maneira, por
detrás das câmaras, não necessariamente cinema, mas tenho um fascínio
especial por isso. Gosto dos bastidores. E então fui até Los Angeles fazer um
curso de realização. Nesse curso estavam screen writers, actores, produtores, eu
estava na turma de realização. Temos de trabalhar um bocado em conjunto, com
os sectores todos…
Mas já sabia na altura que era para contracenar com estes actores.
Só soube quando fui falar com o realizador.
Que expectativas é que tem? Não deixa de ser um marco na sua carreira.
Sem dúvida, mesmo que não se traduza em nada.
Mas é diferente.
Em quê?
É outra dimensão.
Qual é a dimensão?
Isso é verdade.
Basta que eu faça muito pouco para agradar. Ele vai ter de dar «o litro». Eu não
tenho nada para provar, ele tem de provar tudo. Ele, seja quem for, se for
conhecido. Se calhar no meio disto tudo se há alguém que tem de estar nervoso
é ele [risos], mas vou ter muito mais cenas com o Peter O’Toole. Tenho duas
cenas com o Al Pacino.
É ambicioso?
Sou ambicioso, mas dentro daquilo de que gosto e que acho que é possível. Não
vou ambicionar o que não posso ter, não. Se me dessem um iate eu dizia «não,
muito obrigado», porque aquilo não me satisfaz – e é um grande iate.
Há pouco estava a dizer que é ambicioso mas tenta não pensar muito
alto, e que já se dá ao luxo de não aceitar tudo, mas já pensou no maior
objectivo da sua carreira?
Acho que o dia em que, daqui a vinte anos, conseguir realizar um filme, é o topo.
Apostei na formação como actor, em workshops, cursos. Não fui para o
Conservatório mas hoje em dia já há locais a formar actores, tão bem ou melhor
do que o Conservatório.
Tem fé?
Fui baptizado pela Igreja Católica, mas não sou praticante. Sou mais ateu do que
outra coisa. Mas tenho muita fé, a minha fé, aquilo que entendo que deve ser a
fé.
Sozinho?
Sim, sozinho.
Este tipo de filme que vai fazer é um filme que naturalmente veria?
Sim.
Há pouco falou que era o outro lado da Bíblia que não foi apresentado
n’A Paixão de Cristo. Que lado é esse?
Eles apoiam-se muito – e é por isso que gosto desta versão – nos escritos
bíblicos e naquilo que a Igreja Católica vê como acontecimentos históricos do que
se passou na vida de Jesus Cristo. É visto como o poder da família para com o
filho.
E estrangeiro?
Tom Hanks.