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DIREITO PENAL
AULA 2
PARTE GERAL
(continuação)
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo Único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda decididos por sentença condenatória transitado em
julgado.
Tal artigo serve para convalidar a tese relativa as leis ultrativas, ou seja, as
leis excepcionais ou temporárias, como já explicado anteriormente, leis excepcionais
são aquelas que surgem durante situações de emergência como calamidades
públicas, enchentes, furacões, comoção intestina etc, cessando sua vigência
juntamente com as causas que a determinaram. Nestes casos ocorre a sua auto-
revogação independente de lei posterior, portanto, são aquelas leis cuja duração e
vigência é determinada de acordo com a duração das situaqções acima
mencionadas, por serem necessárias naqueles períodos. As leis temporárias são
aquelas que possuem vigência previamente fixada pelo legislador, ou seja, têm
vigência delimitada quando da sua promulgação, por períodos passageiros, ao seu
término, ocorre a sua auto-revogação independente de lei posterior.
O presente artigo ainda serve para estabelecer um parâmetro sobre as
normas penais em branco. Existe uma norma penal em branco, quando
determinada lei precisa de um complemento , não possuindo uma definição integral,
a exemplo a lei de entorpecentes, que necessita de uma Portaria do Ministério da
Saúde, identificando o que são substâncias entorpecentes que causam dependência
física e psíquica.
As normas penais em branco, dividem-se em homogêneas ( quando a norma
complementar vem do mesmo órgão legislador da lei principal) e heterogêneas (
quando a norma complementar, advém de uma órgão legislador alienígena).
O princípio da retroatividade atinge também as normas penais em branco,
sendo que se do complemento da lei principal for retirado a elemento incriminador,
eventualmente não existirá mais crime, Exemplo: Se por ventura é liberada uma
portaria do Ministério da Saúde, estabelecendo que a maconha não é substância
entorpecente que cause dependência física ou psíquica, todos que foram presos com
este tipo de material serão beneficiados pela lei.
Tal artigo trata do tempo do crime. Para determinação do tempo do crime existem
três teorias, sendo que o nosso Código Penal, adota somente uma, tais teorias são:
• Atividade: (pelo momento da conduta, isto é da ação ou da omissão ainda que
outro seja o momento do resultado);
• Resultado: ( considera-se tempo do crime o de seu resultado);
• Mista: ( atende-se tanto a data da conduta como do resultado).
O nosso Código Penal, adota somente uma das teorias acima elencadas, a teoria da
Atividade, assim considera-se o crime praticado no momento da ação ou da
omissão, pouco importando o seu resultado.
Cabe salientar que a idade da responsabilidade penal é 18 anos, desta forma se um
indivíduo com 17 anos, 11 meses e 23 horas de vida comete um crime,
eventualmente este será inimputável, haja vista sua menoridade.
Mais uma vez existe exceção a tal princípio no que tange aos crimes permanentes,
cuja ação se prolonga no tempo (Ex.: seqüestrador a data do crime, possuía 17
anos, 11 meses de vida, demora dois meses para devolver a vítima, será
imputável), da mesma forma nos crimes habituais (Ex.: furta residências quando
menor, vai furtando até adquirir a maioridade penal, será punido por todos os
crimes como se fosse imputável a data destes) e crimes continuados ( aqueles que
representam como atos continuados do outro, exemplo, roubo um carro quando
menor para assaltar um banco, no dia seguinte adquiri a maioridade, e assalto um
banco sendo preso, sou acusado pelo roubo do carro como se fosse maior a data do
fato.).
TERRITORIALIDADE
Art. 5º- Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
Território Nacional
Para efeito da aplicação da lei penal, o Código trata como território nacional o
entendimento da palavra território em sentido jurídico, compreendendo com todo o
espaço alcançado – terrestre, fluvial, marítimo e aéreo – onde o Brasil é soberano.
Assim é território brasileiro, todo solo delimitado por suas fronteiras externas, as
porções de terras separadas da parte principal, bem como os rios e lagos interiores.
Tratando-se de lagos e rios fronteiriços, conhecidos também como exteriores a
soberania é definida por tratados e convenções.
No que diz respeito ao mar territorial, este voltou a ser fixados em doze milhas
marítimas, contadas a partir da baixa-mar, como espaço aéreo entende-se todo
aquele sobrejacente ao nosso território, incluindo o mar territorial.
Embarcações e aeronaves
LUGAR DO CRIME
EXTRATERRITORIALIDADE
I – os crimes:
a) contra a vida ou liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal,
de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil;
II – os crimes:
a) que por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e ai não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 3º- A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro, fora do Brasil, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
Tal artigo é contrário ao Art. 5º, quando trata dos crimes cometidos em nosso
território ou dentro de sua extensão. Tal artigo 7º, trata da aplicação da lei penal,
fora do território nacional ou seja a Extraterritorialidade entretanto tais crimes
envolvem o interesse brasileiro, motivo pelo qual devem ter a aplicação de nossa
lei.
A Extraterritorialidade é subdivida em condicionada e incondicionada, sendo regida
por 4 princípios, sendo estes: o da defesa, da nacionalidade, da justiça universal e
da representação.
CONTAGEM DO PRAZO
LEGISLAÇÃO ESPECIAL
Art. 12 – As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei, se
esta não dispuser de modo diverso.
Embora os principais ilícitos estejam descritos no Código Penal, existem alguns que
estão elencados em leis especiais, denominadas legislação penal especial. Exemplo:
Lei 6.368/76, Lei 9.437/97 etc.
Neste caso aplica-se o princípio da especialidade, ou seja sempre que existir uma
norma especial esta derrogará a norma comum, prevalecendo ao estabelecido na lei
especial.
TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade
mera sistuação de reisco a que fica exposto o objeto material do crime, estes crimes
subsivide-se em
-crimes de perigo abstrato a lei descreve uma conduta e presume que o
agene ao realizá-la expões o bem jurídico a risco. É uma presunção absoluta
Ex crime de rixa.
- Crime de perigo concreto, nestes crimes a acusação tem que provar
que a pessoa foi exposta a uma situação de risco em face da conduta do
sujeito Ex art 132 CP periclitação da vida e da saúde
e) Quanto ao sujeito ativo da infração penal Crime comum podem
ser praticados por qualquer pessoa. Crimes próprios: só podem ser praticadas por
uma certa categoria de pessoas, Ex infanticídio, só pode ser praticado pela mãe;
corrupção passiva (art 317) só pode ser praticado pelo funcionário público. Crime
de mão própria. Só pode ser praticado por uma única pessoa não admitindo co-
autoria, Ex falso testemunho, só pode ser praticado pela pessoa que está prestando
depoimento naquele momento
f) Quanto ao bem jurídico tutelado. Crime simples protegem um
único bem jurídico Ex homicídio Crimes complexos. Há fusão de sois ou mais tipos
penais, e.neeses casos tutela-se dois ou mais bens jurídicos. Ex extorsão mediante
seqüestro (Art 159) há fusão dos crimes de sequestro (art 148) e extorsão (158) os
bens jurídicos tutelados são o patrimônio e a liberdade
g) Crime continuado:;são vários crimes praticados indicando a
continuidade delitiva em relação ao primeiro crime. Exemplo: roubo em interior de
ônibus;
h) Crime monossubjetivo: aquele que somente pode ser praticado
por uma só pessoa;
i) Crime Plurissubjetivo: aquele que somente pode ser praticado
por um grupo de pessoas.
Equivalência dos antecedentes causais: é a teoria chamada conditio sin qua non
(condição sem a qual não), acolhida pelo CP. Por ela tudo que contribui para o
resultado é causa, não se distinguindo entre causa e condição ou concausa. Para
saber-se se um antecedente foi causa do resultado, deve-se procurar eliminá-lo,
mentalmente e verificar se o resultado sem ele teria ocorrido.
De acordo com o que já foi estudado o agente somente pode responder por aquilo a
que ele deu causa, excluindo desta forma a concausa.
Assim as causa pode ser classificada como preexistente, concomitante ou
superveniente, relativa ou absolutamente independente do comportamento do
agente.
Para melhor entendimento basta visualizar o quadro do anexo I.
Exemplos:
Relevância da omissão
Não se pode dizer que a omissão produza um resultado, pela razão lógica de que “o
nada nada causa”. O que se pune no presente parágrafo não é o resultado do
comportamento do agente, mas sim o que ele estava obrigado a fazer e se omitiu.
É necessário então a conjugação de dois comportamentos, que aquele que se omitiu
tivesse o dever de agir e pudesse de fato agir (dever legal + possibilidade de agir).
O mesmo parágrafo estabelece em suas alíneas, quais circunstâncias fazem com
que o indivíduo tenha o dever de agir:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Tentativa
TENTATIVA
A tentativa ainda se divide em perfeita e imperfeita, diz-se perfeita, ou acabada ou
crime falho quando o agente realiza todos os atos de execução, mas não consuma o
crime Ex o agente descarea a sua arma mas a vítima não é atingida em nenhum
ponta fatal. Tentativa imperfeita, é aquela em que o agente não pratica todos os
atos de execução, há uma interrupção do processo executório por circunstâncias
alheias a sua vontade. Ex “A” querendo matar “B” atira contra este mas é impedido
por “C” de efetuar novos disparos. após haver a inicialiazação dos atos executórios
ocorre a interrupção por circunstâncias alheais a sua vontade.
Quanto ao resultado, ainda diz-se que a tentativa pode ser: Tentativa branca,
quando o golpe desferido pr “A” não atinge “B”, não sofrendo este qualquer dano na
sua integridade física. Tentativa cruentra, quando a vítima é atingida. Tentativa
idônea é a tentativa propriamente dita descrita no artigo 14, II do CP. Tentativa
inidônea, assemelha-se ao crime impossível, o agente inicia a execução , mas
devida a absoluta ineficácia do meio empregado ou a impropriedade do objeto este
jamais e consumará. Neste caso o fato é atípico. Ex “A” pretende matar “B” com
uma arma de brinquedo ou descarregada
Pena de tentativa
Crime doloso
Espécies de dolo
dolo natural é representado pela vontade de realizar o comportamento típico que a
lei prevê e provocar o resultado, e consciência da conduta, do resultado e do nexo
causal entre ambos, para esta teoria, o dolo passa a constituir parte integrante da
conduta (ação ou omissão) deixando de lado a consciência da ilicitude (ou
antijuridicidade).
Crime culposo
Culpa – A teoria adotada pelo Código Penal em relação a culpa, gira em torno da
não observância do dever de cuidado ao sujeito, causando o resultado e tornando
punível o seu comportamento.
Modalidades de Culpa
Espécies de Culpa
Culpa consciente: o sujeito prevê o resultado, mas espera que ele não aconteça,
difere-se dolo eventual, porque neste o agente prevê o resultado mas não se
importa se ele ocorrer ou não. consciente – No dolo eventual não basta tão
somente o agente ter admitido o riso de produzir o resultado, exige-se que ele haja
consentido o resultado. Na culpa consciente
Na culpa consciente ele prevê o resultado, mas acredita que tal fato não ocorrerá.
•
• Culpa inconsciente: o sujeito não prevê o resultado, embora ele seja previsível ao
homus medius.
• Culpa própria: o sujeito não quer e nem assume o risco de produzir o resultado,
nem assume o riso de produzi-lo;
• Culpa imprópria ou culpa por extensão: É aquela em que o agente supõe estar
agindo acobertado por uma excludente de ilicitude (discrminante putativa) em razão
disso e de forma intencional provoca um resultado ilícito. Apesar de a ação ser
dolosa, o agente responde por crime culposo na medida em sua avaliação acerca da
situação fática foi realizada de maneira equivocada. Falaremos mais adiante ao
estudarmos os, Arts. 20 § 1º, 2ª parte e 23, parágrafo único fim). o sujeito prevê e
quer o resultado, mas sua vontade baseia-se em erro de tipo inescusável ou
vencível
Graus de Culpa
A culpa se divide em grave, leve e levíssima, a Lei não faz nenhuma distinção entre
ambas que só têm relevância na aplicação da pena.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.
Art.20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Portanto, o erro de tipo é aquele que faz com que o agente, no caso concreto,
imagine não estar presente uma elementar ou circunstância da figura típica. Neste
ínterim vamos esclarecer o que são elementares e circunstâncias. Elementares, em
poucas palavras, são os componentes fundamentais da figura típica sem os quais
não existe crime, geralmente estão no caput do tipo incriminador, por iss,o são
chamados de tipo fundamental. Ex Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel (Art 155 do CP), matar (Art 121), conjunção carnal “Art 213).
Circunstâncias são dados acessórios à figura típica que servem para influir no
montante da pena. Ex o crime de furto é aumentado de 1/3 se a subtração é
praticada durante o repouso noturno (Art 155, § 1°), a circunstância do repouso
noturno é uma elementar.
No erro de tipo, o agente não quer praticar o crime, mas por erro acaba praticando.
Não confundir com Delito putativo por erro de tipo. Nesta situação o agente quer
praticar o crime, mas por errada percepção da realidade, acaba cometendo um fato
atípico. Ex “A” furta uma mala e depois descobre que a mala é sua.
Descriminantes putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.
Conforme já estudado, mesmo que um fato seja típico, não haverá crime se
estiver presente alguma das excludentes de antijuricidade previstas em Lei:
legítima defesa, Estado de necessidade, Estrito cumprimento do dever legal e
Exercício regular do direito e outras previstas na Parte Especial do CP.
O erro pode ser praticado por um indivíduo, entretanto causado por outra pessoa,
sendo que neste caso a terceira pessoa que causou a tal erro se agiu dolosamente
com a intenção de criar o crime respondera a título de dolo, se praticou por erro
responderá a título de culpa. O provocado, o indivíduo que foi induzido ao erro será
isento de pena.
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
Para se pode aplicara pena faz-se necessário que exista a culpabilidade, que o
agente tenha agido ao menos a título de dolo ou culpa, tendo a capacidade de
entender a ilicitude do fato.
Assim tal artigo trata do erro sobre a ilicitude do fato, ou seja, o agente agindo de
forma consciente comete o delito, entretanto desconhecendo que o ato praticado
trata-se de um delito.
Ninguém pode usar em sua defesa o elemento do desconhecimento da lei,
entretanto o agente pode incompreender a ilicitude do fato.
O erro sobre a ilicitude do fato pode escusável, podendo o indivíduo ser isento de
pena, ou inescusável, respondendo o indivíduo a pena entretanto com uma causa
atenuante da pena.
O erro sobre a ilicitude do fato também é chamado de erro de proibição, podendo
ser conceituado da seguinte forma: o agente embora agindo com vontade, portanto
dolosamente, atua por erro quanto a ilicitude de sua conduta.