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DIREITO PENAL

AULA 2

PARTE GERAL
(continuação)

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.

Parágrafo Único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se
aos fatos anteriores, ainda decididos por sentença condenatória transitado em
julgado.

O Artigo 2ª trata da retroatividade da lei mais benéfica, e


irretroatividade da lei menos favorável. Em regra a lei mais benéfica é sempre
retroativa, ou seja, volta no tempo para beneficiar o autor do crime.
Em sentido contrário a lei menos favorável, não volta no tempo, exceto em duas
exceções, nos crimes permanentes e no caso de lei ultratitiva.
Entende-se como crime permanente aquele em que a ação do
criminoso se prolonga no tempo, exemplo, um caso de seqüestro, sendo que
quando a vítima em cativeiro surge uma lei que aumenta a pena do seqüestrador,
em face de tal tipo de delito o seqüestrador será punido com a lei mais severa.
O segundo caso diz respeito a uma lei temporária ou ultrativa. Leis ultrativas
são aquelas em que a sua vigência é vinculada a determinado período de tempo,
exemplo, uma lei que utilizada quando da ocorrência de um estado de sítio, neste
caso quando cessados os efeitos do estado de sítio, os transgressores de
determinada norma presos na sua vigência, continuarão cumprido a pena que lhes
foi imposta lei penal benéfica, obrigatoriamente tem de

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de

sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se

ao fato praticado durante sua vigência.

Tal artigo serve para convalidar a tese relativa as leis ultrativas, ou seja, as
leis excepcionais ou temporárias, como já explicado anteriormente, leis excepcionais
são aquelas que surgem durante situações de emergência como calamidades
públicas, enchentes, furacões, comoção intestina etc, cessando sua vigência
juntamente com as causas que a determinaram. Nestes casos ocorre a sua auto-

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revogação independente de lei posterior, portanto, são aquelas leis cuja duração e
vigência é determinada de acordo com a duração das situaqções acima
mencionadas, por serem necessárias naqueles períodos. As leis temporárias são
aquelas que possuem vigência previamente fixada pelo legislador, ou seja, têm
vigência delimitada quando da sua promulgação, por períodos passageiros, ao seu
término, ocorre a sua auto-revogação independente de lei posterior.
O presente artigo ainda serve para estabelecer um parâmetro sobre as
normas penais em branco. Existe uma norma penal em branco, quando
determinada lei precisa de um complemento , não possuindo uma definição integral,
a exemplo a lei de entorpecentes, que necessita de uma Portaria do Ministério da
Saúde, identificando o que são substâncias entorpecentes que causam dependência
física e psíquica.
As normas penais em branco, dividem-se em homogêneas ( quando a norma
complementar vem do mesmo órgão legislador da lei principal) e heterogêneas (
quando a norma complementar, advém de uma órgão legislador alienígena).
O princípio da retroatividade atinge também as normas penais em branco,
sendo que se do complemento da lei principal for retirado a elemento incriminador,
eventualmente não existirá mais crime, Exemplo: Se por ventura é liberada uma
portaria do Ministério da Saúde, estabelecendo que a maconha não é substância
entorpecente que cause dependência física ou psíquica, todos que foram presos com
este tipo de material serão beneficiados pela lei.

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda


que outro seja o momento do resultado.

Tal artigo trata do tempo do crime. Para determinação do tempo do crime existem
três teorias, sendo que o nosso Código Penal, adota somente uma, tais teorias são:
• Atividade: (pelo momento da conduta, isto é da ação ou da omissão ainda que
outro seja o momento do resultado);
• Resultado: ( considera-se tempo do crime o de seu resultado);
• Mista: ( atende-se tanto a data da conduta como do resultado).
O nosso Código Penal, adota somente uma das teorias acima elencadas, a teoria da
Atividade, assim considera-se o crime praticado no momento da ação ou da
omissão, pouco importando o seu resultado.
Cabe salientar que a idade da responsabilidade penal é 18 anos, desta forma se um
indivíduo com 17 anos, 11 meses e 23 horas de vida comete um crime,
eventualmente este será inimputável, haja vista sua menoridade.
Mais uma vez existe exceção a tal princípio no que tange aos crimes permanentes,
cuja ação se prolonga no tempo (Ex.: seqüestrador a data do crime, possuía 17
anos, 11 meses de vida, demora dois meses para devolver a vítima, será
imputável), da mesma forma nos crimes habituais (Ex.: furta residências quando
menor, vai furtando até adquirir a maioridade penal, será punido por todos os
crimes como se fosse imputável a data destes) e crimes continuados ( aqueles que
representam como atos continuados do outro, exemplo, roubo um carro quando
menor para assaltar um banco, no dia seguinte adquiri a maioridade, e assalto um

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banco sendo preso, sou acusado pelo roubo do carro como se fosse maior a data do
fato.).

TERRITORIALIDADE

Art. 5º- Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as


embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente,
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de


aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se
aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente,
e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

O presente artigo trata da aplicação da lei no espaço, território. A aplicação da lei


dentro de seu território, é um dos pressupostos de soberania, sendo a própria
soberania que impede que outro Estado aplique a sua lei dentro do território
brasileiro.
O nosso Código Penal acolhe como princípio básico para a solução do conflito de lei
no espaço, o Princípio da Territorialidade, aplicando-se a lei brasileira a todos os
crimes cometidos dentro do território brasileiro, independendo da nacionalidade do
autor ou da vítima.
Para aplicação, entretanto da lei brasileira dentro do nosso território contra o
cidadão estrangeiro, deve-se, porém observar uma ressalva as regras e tratados de
direito internacional.

Território Nacional

Para efeito da aplicação da lei penal, o Código trata como território nacional o
entendimento da palavra território em sentido jurídico, compreendendo com todo o
espaço alcançado – terrestre, fluvial, marítimo e aéreo – onde o Brasil é soberano.
Assim é território brasileiro, todo solo delimitado por suas fronteiras externas, as
porções de terras separadas da parte principal, bem como os rios e lagos interiores.
Tratando-se de lagos e rios fronteiriços, conhecidos também como exteriores a
soberania é definida por tratados e convenções.
No que diz respeito ao mar territorial, este voltou a ser fixados em doze milhas
marítimas, contadas a partir da baixa-mar, como espaço aéreo entende-se todo
aquele sobrejacente ao nosso território, incluindo o mar territorial.

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O Código faz entender como continuidade do território brasileiro, as aeronaves e


embarcações de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro, onde quer que
se encontrem.

Embarcações e aeronaves

Dividem-se em públicas e privadas. São considerados navios ou aviões públicos


aqueles de guerra ou em serviço militar, bem como os que estão a serviço oficial.
Por seu turno considera embarcações ou aeronaves privadas, aquelas particulares
ou mercantes.
Assim aos crimes cometidos dentro de embarcações públicas em território
estrangeiro ou em alto-mar, é aplicada a lei penal brasileira.
Em contraposição é aplicada a lei penal brasileira, aos crimes ocorridos dentro de
nosso espaço aéreo ou mar territorial, independentemente se a embarcação seja
pública ou privada.

LUGAR DO CRIME

Art. 6º Considera-se o praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou


omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o
resultado.

Existem três teorias para se determinar o lugar do crime, sendo estas:

a) Teoria da atividade: onde ocorreu a ação ou omissão;


b) Teoria do resultado: onde ocorreu o resultado;
c) Teoria da ubiqüidade: considera-se o lugar do crime tanto o local
em que ocorreu a ação, bem como onde ocorreu o resultado.

O nosso Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade, considerando colo local do


crime, o lugar onde ocorreu a ação ou omissão, bem como onde ocorreu o seu
resultado.
Tal teoria é muito aplicada aos crimes a distância, como são denominadas as
infrações em que a ação ou omissão se dá em um país e o resultado ocorre em
outro. Exemplo: um estelionato ocorrido no Brasil porém consumado na Argentina.
Nos termos deste Art. 6º incide a lei brasileira, desde que: 1) aqui tenham sido
praticados todos ou alguns dos atos executórios, 2) aqui tenha se produzido o
resultado do comportamento criminoso,
No caso de tentativa também incide a lei penal brasileira na hipótese de tentativa ou
seja, quando a conduta embora pratica em outro país, deveria Ter aqui se
consumado. Ex.: Carta Infernal.

EXTRATERRITORIALIDADE

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

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I – os crimes:
a) contra a vida ou liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal,
de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia
mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no
Brasil;

II – os crimes:
a) que por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou
de propriedade privada, quando em território estrangeiro e ai não sejam julgados.

§ 1º - Nos casos do inciso I o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.

§ 2º - Nos casos do inciso II a aplicação da lei brasileira depende do concurso das


seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais alei brasileira
autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter ai
cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro
motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável;

§ 3º- A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro, fora do Brasil, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Tal artigo é contrário ao Art. 5º, quando trata dos crimes cometidos em nosso
território ou dentro de sua extensão. Tal artigo 7º, trata da aplicação da lei penal,
fora do território nacional ou seja a Extraterritorialidade entretanto tais crimes
envolvem o interesse brasileiro, motivo pelo qual devem ter a aplicação de nossa
lei.
A Extraterritorialidade é subdivida em condicionada e incondicionada, sendo regida
por 4 princípios, sendo estes: o da defesa, da nacionalidade, da justiça universal e
da representação.

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Extraterritorialidade incondicionada: esta elencada nas hipóteses do Inciso I


aplicando-se o princípio da proteção ou defesa (a, b e c) e justiça universal (letra d).
Nos casos das letra a, b e c, pouco importa a nacionalidade do autor do crime,
interessa sim a nacionalidade do bem jurídico protegido pela lei, e no item “d”, tal
crime é punido por todos os países que participam da ONU, face a sua gravidade,
não podendo o Brasil deixar de punir quem o pratica, utilizando para talo princípio
da Justiça Universal.
Desta forma aplicação da lei penal pátria extraterritorial é incondicionada, não
necessitando de nenhuma condicionante para seu pronto uso.

Extraterritorialidade condicionada: nas hipóteses do inciso II, letras a, b e c e


do §3º deste artigo 7º, a extraterritorialidade fica na dependência de certos
requisitos ou condições, indicados nas alíneas do §§ 2º e 3º. Os casos de
extraterritorialidade condicionada fundam-se nos princípios da justiça universal (II,
a), da nacionalidade ou personalidade (II, b) da representação (II, c) e da proteção
ou defesa (§ 3º), sendo estas as quatro hipóteses de extraterritorialidade
condicionada.
Ainda existem dentro da territorialidade condicionada a dependência dos seguintes
pressupostos ou requisitos: 1. Nos casos previsto no Art. 7º, II, a, b e c, as
condições indicadas pelo § 2º letras a e e.
No caso previsto pelo Art. 7º, § 3º, há duas condições extras, além daquelas
mencionadas no § 2º, letras a e e, sendo elas apontadas pelas alíneas do § 3º.

PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo


mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na


espécie as mesmas conseqüências , pode ser homologada no Brasil para:

I – obrigar o condenado à reparação do danos, a restituição e a outros efeitos civis;


II – sujeitá-lo a medida de segurança.
Parágrafo Único. a homologação depende:
a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte
interessada;
b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com
o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou na falta de tratado, de
requisição do Ministro da Justiça.

Como já dito anteriormente a aplicação de pena é ato de soberania, não podendo a


pena estrangeira ser aplicada no Brasil, a não ser em duas situações condicionadas
e restritas.

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A sentença estrangeira pode ser homologada no Brasil, quando produza na espécie


as mesmas conseqüências civis (reparação de dano) e no caso de aplicação de
medida de segurança(aplicada aos inimputáveis e semi-responsáveis).
Entretanto para que aplicada a reparação de dano, para que esta seja homologada
dependerá de pedido da parte interessada. No caso da medida de segurança, esta
dependerá de tratado de extradição e requisição do Ministro da Justiça.
A competência para homologação da sentença nos dois casos é do STF.

CONTAGEM DO PRAZO

Art.10 – O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os


meses e os anos pelo calendário comum.

A contrário do que ocorre com os prazos processuais, na contagem daqueles


previstos pelo Código Penal, o próprio dia do começo inclui-se no cômputo do
cálculo. Ex.: preso por prisão de alimentos pelo prazo de 30 dias, data da prisão da
18 de janeiro, será solto em 17 de fevereiro. (Prazo penal)

FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA

Art. 11 – Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de


direitos, as frações de dia, e na, pena de multa, as frações de cruzeiro.

LEGISLAÇÃO ESPECIAL

Art. 12 – As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei, se
esta não dispuser de modo diverso.

Embora os principais ilícitos estejam descritos no Código Penal, existem alguns que
estão elencados em leis especiais, denominadas legislação penal especial. Exemplo:
Lei 6.368/76, Lei 9.437/97 etc.
Neste caso aplica-se o princípio da especialidade, ou seja sempre que existir uma
norma especial esta derrogará a norma comum, prevalecendo ao estabelecido na lei
especial.

TÍTULO II
DO CRIME

Relação de causalidade

Art.13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a


quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido.

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Como dito anteriormente, o crime é conceituado como sendo um fato típico e


antijurídico, diz-se típico, porque a conduta é definida na lei como crime, em
observância ao princípio da reserva legal, e antijurídico, pois o comportamento é
contrário à ordem jurídica como um todo. Assim para termos um crime é necessário
a presença de um fato típico + fato antijurídico.
No que concerne a culpabilidade, condicionante da aplicação de pena, esta não
precisa integrar a conceituação de crime, pois as vezes pode não existir a
culpabilidade e existir um crime. Exemplo: um adolescente que pratica um delito,
praticou um fato típico, antijurídico entretanto não será culpável, o mesmo ocorreu
com os doentes-mentais.
Assim mais uma vez definido o que vem a ser crime, para melhor entendimento do
Art. 13, veremos a classificação doutrinária dos tipos de crimes, que podem ser:

CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DOS CRIMES


a) quanto ao resultado os crimes se classificam em: Crimes
materiais: são aqueles em que a lei descreve a conduta do agente e um resultado
e exige a ocorrência deste para que o crime seja consumado Ex.: Homicídio, ação é
matar, o resultado é a morte, não se consumando o crime sem que esse resultado
ocorra. Crimes formais: são aqueles que a Lei descreve uma ação e um resultado
mas a sua consumação dá-se antecipadamente, sem dependência de ocorrer o
resultado desejado pelo agente. Exemplo: calúnia. Crimes de mera conduta: são
aqueles que a lei descreve a conduta do agente, não aludindo qualquer resultado,
de modo que se consumam com o mero comportamento. Exemplo: violação de
domicílio.
b) Quanto ao meio de execução Crimes comissivos: são os que
requerem comportamento positivo (ação), o “fazer” o agente alguma coisa.
Exemplo: homicídio.Crimes omissivos próprios: são os praticados mediante o
“não fazer” o que a lei manda (comportamento negativo), sem dependência de
qualquer resultado. Exemplo: omissâo de socorro. Crimes omissivos impróprios:
são aqueles em que o agente, por deixar de fazer o que estava obrigado produz o
resultado. Exemplo: mãe que deixa de dar alimento a recém-nascido, causando-lhe
a morte, enfermeiro que não ministra medicamento a paciente, causando sua
morte.
c) Quanto á duração do momento cosumativo Crimes
instantâneos: é aquele que a consumação ocorre tão somente em um único ato
criminoso, não há continuidade temporal. Exemplo: Homicídio. Crimes
permanentes: são aqueles em que seus momentos consumativo se protraem no
tempo por vontade do agente. Exemplo: seqüestro.. Crime instantâneo de efeitos
permanentes É aquele que sua consumação se dá num determinado instante, mas
seus efeitos são irreversíveis. Ex Homicídio
d) Crime de dano são aqueles que pressupõem uma efetiva lesão ao
bem jurídico tutelado Ex Homicídio, furto etc. Crime de perigo se cosnumam com a

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mera sistuação de reisco a que fica exposto o objeto material do crime, estes crimes
subsivide-se em
-crimes de perigo abstrato a lei descreve uma conduta e presume que o
agene ao realizá-la expões o bem jurídico a risco. É uma presunção absoluta
Ex crime de rixa.
- Crime de perigo concreto, nestes crimes a acusação tem que provar
que a pessoa foi exposta a uma situação de risco em face da conduta do
sujeito Ex art 132 CP periclitação da vida e da saúde
e) Quanto ao sujeito ativo da infração penal Crime comum podem
ser praticados por qualquer pessoa. Crimes próprios: só podem ser praticadas por
uma certa categoria de pessoas, Ex infanticídio, só pode ser praticado pela mãe;
corrupção passiva (art 317) só pode ser praticado pelo funcionário público. Crime
de mão própria. Só pode ser praticado por uma única pessoa não admitindo co-
autoria, Ex falso testemunho, só pode ser praticado pela pessoa que está prestando
depoimento naquele momento
f) Quanto ao bem jurídico tutelado. Crime simples protegem um
único bem jurídico Ex homicídio Crimes complexos. Há fusão de sois ou mais tipos
penais, e.neeses casos tutela-se dois ou mais bens jurídicos. Ex extorsão mediante
seqüestro (Art 159) há fusão dos crimes de sequestro (art 148) e extorsão (158) os
bens jurídicos tutelados são o patrimônio e a liberdade
g) Crime continuado:;são vários crimes praticados indicando a
continuidade delitiva em relação ao primeiro crime. Exemplo: roubo em interior de
ônibus;
h) Crime monossubjetivo: aquele que somente pode ser praticado
por uma só pessoa;
i) Crime Plurissubjetivo: aquele que somente pode ser praticado
por um grupo de pessoas.

O Artigo 13 em tela, trata do resultado (efeito natural da conduta humana) de modo


que é inaplicável aos crimes formais (que consumam antecipadamente), aos de
mera conduta (sem resultado) e os omissivos próprios.

Nexo de causalidade: tal artigo estabelece o nexo de causalidade ou relação de


causa, pelo qual o resultado só pode ser atribuído a quem lhe deu causa, A palavra
causa significa aquilo que faz com que algo exista, as palavras ação e omissão
correspondem, respectivamente, aos comportamentos humanos positivos e
negativos.

Equivalência dos antecedentes causais: é a teoria chamada conditio sin qua non
(condição sem a qual não), acolhida pelo CP. Por ela tudo que contribui para o
resultado é causa, não se distinguindo entre causa e condição ou concausa. Para
saber-se se um antecedente foi causa do resultado, deve-se procurar eliminá-lo,
mentalmente e verificar se o resultado sem ele teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

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§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação


quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se
a quem os praticou.

De acordo com o que já foi estudado o agente somente pode responder por aquilo a
que ele deu causa, excluindo desta forma a concausa.
Assim as causa pode ser classificada como preexistente, concomitante ou
superveniente, relativa ou absolutamente independente do comportamento do
agente.
Para melhor entendimento basta visualizar o quadro do anexo I.

Exemplos:

a) Causa preexistente absolutamente independente da conduta


do sujeito: “A” atira em “B”, que vem a falecer pouco depois, não em conseqüência
dos ferimentos recebidos, mas porque antes havia ingerido veneno.
b) Causa concomitante absolutamente independente: “A” fere
“B” no momento em que este vem a falecer exclusivamente por força de um colapso
cardíaco.
c) Causa superveniente absolutamente independente: “A”
ministra veneno na alimentação de “B” que, quando está tomando a refeição, vem a
falecer em conseqüência de um desabamento.
d) Causa preexistente relativamente independente em relação
a conduta do agente: “A” golpeia “B” hemofílico, que vem a falece em
conseqüência dos ferimentos, a par da contribuição de sua particular condição
fisiológica.
e) Causa concomitante relativamente independente: “A”
desfecha um tiro em “B”, no exato instante em que está sofrendo um colapso
cardíaco, provando-se que a lesão contribuiu para a eclosão do êxito letal.
f) Causa superveniente relativamente independente: num
trecho de rua, um ônibus, que o sujeito dirige, colide com um poste que sustenta
fios elétricos, um dos quais, caindo ao chão, atinge passageiro ileso e já fora do
veículo, provocando a sua morte em conseqüência de descarga elétrica.

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para


evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

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Não se pode dizer que a omissão produza um resultado, pela razão lógica de que “o
nada nada causa”. O que se pune no presente parágrafo não é o resultado do
comportamento do agente, mas sim o que ele estava obrigado a fazer e se omitiu.
É necessário então a conjugação de dois comportamentos, que aquele que se omitiu
tivesse o dever de agir e pudesse de fato agir (dever legal + possibilidade de agir).
O mesmo parágrafo estabelece em suas alíneas, quais circunstâncias fazem com
que o indivíduo tenha o dever de agir:

a) Dever legal: as pessoas que tem por lei obrigação de cuidado,


proteção ou vigilância. Ex.: A mãe em relação aos filhos, o médico em relação ao
doente, o policial etc.;
b) Situação de garantidor: ficam obrigados a agir, aqueles que em
razão de contrato por situação de fato, se colocaram efetivamente, na situação de
“garantidores” da não ocorrência do resultado. Ex.: a enfermeira paga para cuidar
de doente, a pessoa que espontaneamente oferece-se para atravessar a rua com o
cego etc.;
c) O criador do risco: cria – dever de agir e evitar o resultado
aquele de quem foi criado o risco da ocorrência do fato. Ex.: nadador profissional
que convida banhista para uma travessia e não o socorre quando está afogando.

Art.14 - Diz-se o crime:

Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

O crime é consumado quando o agente realizou todos os elementos que compõem a


descrição do tipo penal. Ex.: Homicídio, elemento compra a arma e mata seu
desafeto.

Tentativa

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias


alheias à vontade do agente.

O próprio artigo é esclarecedor, porém podemos conceituar tentativa como a


execução começada de um crime, que não chega a sua consumação por
circunstâncias e motivos alheios a vontade do agente.
Para falar-se em tentativa devemos traçar os parâmetros do iter criminis. O termo
iter criminis, significa fases do ato criminoso, que são:

ƒ 1ª fase Cogitação: penso que vou praticar um crime, estando somente


cogitando o ato, (irrelevante penalmente);
ƒ 2ª fase Atos preparatórios: começo a colocar em prática o plano traçado,
compro um arma, escolho o local do roubo, Ex alugar uma casa onde será posta a
pessoa seqüestrada (estes atos também não são puníveis, contudo,

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excepcionalmente os atos preparatórios por si só já constituem crime, como no caso


do crime de quadrilha ou bando – art 288 do CP – em que a simples associação dos
agentes, ainda que não tenham dado início à execução do crime, é punível) passa a
ser punido penalmente);
ƒ 3ª fase Execução: começa aqui a agressão ao bem jurídico, ou seja, inicia-se a
efetiva lesão ao bem tutelado pela lei. É muito importante saber o momento em que
se inicia a execução, pois é a partir desta que o fato passa a ser punível, ou seja, a
partir da prática do ato idôneo, apto a produzir o resultado almejado pelo agente.
Assim, quando se inicia a execução pode ocorrer três hipótes:
1) o agente não consegue realizá-la por circunstâncias alheias a sua vontade,
quando o crime será tentado.
2) o agente pode desistir voluntariamente de prosseguir no ato de execução,
respondendo m tão-somente, pelos atos já praticados, quando ocorrerá a
desistência voluntária
3) o agene consuma o crime. consumo a prática criminosa traçada em todo o iter,
(relevante penalmente).
ƒ 4ª consumação todos os elementos do tipo são realizados. Não se deve
confundir com exaurimento do crime Ex no crime de corrupção passiva (art 317 CP)
consuma-se com a simples solicitação do funcionário público, caso receba a
vantagem econômica é um exaurimento que será apreciado por ocasião da
aplicação da pena

TENTATIVA
A tentativa ainda se divide em perfeita e imperfeita, diz-se perfeita, ou acabada ou
crime falho quando o agente realiza todos os atos de execução, mas não consuma o
crime Ex o agente descarea a sua arma mas a vítima não é atingida em nenhum
ponta fatal. Tentativa imperfeita, é aquela em que o agente não pratica todos os
atos de execução, há uma interrupção do processo executório por circunstâncias
alheias a sua vontade. Ex “A” querendo matar “B” atira contra este mas é impedido
por “C” de efetuar novos disparos. após haver a inicialiazação dos atos executórios
ocorre a interrupção por circunstâncias alheais a sua vontade.
Quanto ao resultado, ainda diz-se que a tentativa pode ser: Tentativa branca,
quando o golpe desferido pr “A” não atinge “B”, não sofrendo este qualquer dano na
sua integridade física. Tentativa cruentra, quando a vítima é atingida. Tentativa
idônea é a tentativa propriamente dita descrita no artigo 14, II do CP. Tentativa
inidônea, assemelha-se ao crime impossível, o agente inicia a execução , mas
devida a absoluta ineficácia do meio empregado ou a impropriedade do objeto este
jamais e consumará. Neste caso o fato é atípico. Ex “A” pretende matar “B” com
uma arma de brinquedo ou descarregada

Pena de tentativa

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena


correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

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Crime doloso

Primeiramente, é importante entender as teorias em que o legislador fundamentou-


se para instituir o conceito de crime dolos previsto no art. 18, I do CP, abaixo
transcrito
Teoria da vontade. Dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado.
Teoria da representação, Dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo a
possibilidade de produção do resultado
Teoria do assentimento. Dolo é a vontade de realizar a conduta assumindo risco da
produção do resultado.
O nosso código diz que há crime doloso quando o agente quer o resultado (dolo
direto, adotando a teoria da vontade) ou quando assume o risco de produzi-lo (dolo
eventual, adotando a teoria do assentimento)

Art.18 - Diz-se o crime:

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Espécies de dolo
dolo natural é representado pela vontade de realizar o comportamento típico que a
lei prevê e provocar o resultado, e consciência da conduta, do resultado e do nexo
causal entre ambos, para esta teoria, o dolo passa a constituir parte integrante da
conduta (ação ou omissão) deixando de lado a consciência da ilicitude (ou
antijuridicidade).

Crime doloso – O crime doloso é quando o agente quis o resultado, assumindo o


risco de produzi-lo. O dolo se divide em direto e indireto:
Dolo direto quando o agente visa certo e determinado resultado. Ex “A” quer matar
“B” diz respeito a primeira hipótese (o agente quis o resultado), sendo que o dolo
indireto, esta na segunda hipótese ( o agente assume o riso de produzir o
resultado). O dolo indireto por sua vez ainda divide-se outra classe:
Dolo indireto ou indeterminado quando o agente não se dirige a um certo e
determinado resultado, subdividindo-se em:

Dolo eventual – quando o agente aceita e admite o risco de produzir o


resultado;
Dolo Indireto
Dolo alternativo – quando a vontade do agente visa um ou outro
resultado, exemplo matar ou ferir.

Dolo de dano intenção de causar efetiva lesão a um bem jurídico


Dolo de perigo. Intenção de expor a risco o bem jurídico, Ex crime de rixa

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Dolo específico, Vontade de realizar a conduta visando um fim especial. Ex extorsão


mediante seqüestro (art 159) o tipo é seqüestrar com o fim de obter vantagem
como condição ou preço do resgate.
Dolo geral Quando o agente supondo já ter alcançado o resultado por ele fisado,
pratica nova ação que efetivamente prova o resultado. Ex “A” em “B” e supondo que
o tenha matado, atira seu corpo no mar, sendo que “B” vem morrer afogado. “A”
responde por crime doloso consumado e não por tentativa de homicídio em
concurso com homicídio culposo

Crime culposo

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência


ou imperícia.

Culpa – A teoria adotada pelo Código Penal em relação a culpa, gira em torno da
não observância do dever de cuidado ao sujeito, causando o resultado e tornando
punível o seu comportamento.

Modalidades de Culpa

Existem três modalidades de culpa: a imperícia ( falta de aptidão técnica, teórica ou


prática, somente atribuída no exercício da profissão), imprudência (prática de ato
perigoso) e a negligência ( falta de precaução).

Espécies de Culpa

A Culpa se divide em:

Culpa consciente: o sujeito prevê o resultado, mas espera que ele não aconteça,
difere-se dolo eventual, porque neste o agente prevê o resultado mas não se
importa se ele ocorrer ou não. consciente – No dolo eventual não basta tão
somente o agente ter admitido o riso de produzir o resultado, exige-se que ele haja
consentido o resultado. Na culpa consciente
Na culpa consciente ele prevê o resultado, mas acredita que tal fato não ocorrerá.

• Culpa inconsciente: o sujeito não prevê o resultado, embora ele seja previsível ao
homus medius.
• Culpa própria: o sujeito não quer e nem assume o risco de produzir o resultado,
nem assume o riso de produzi-lo;
• Culpa imprópria ou culpa por extensão: É aquela em que o agente supõe estar
agindo acobertado por uma excludente de ilicitude (discrminante putativa) em razão
disso e de forma intencional provoca um resultado ilícito. Apesar de a ação ser
dolosa, o agente responde por crime culposo na medida em sua avaliação acerca da
situação fática foi realizada de maneira equivocada. Falaremos mais adiante ao

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estudarmos os, Arts. 20 § 1º, 2ª parte e 23, parágrafo único fim). o sujeito prevê e
quer o resultado, mas sua vontade baseia-se em erro de tipo inescusável ou
vencível

Graus de Culpa

A culpa se divide em grave, leve e levíssima, a Lei não faz nenhuma distinção entre
ambas que só têm relevância na aplicação da pena.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por
fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Erro sobre elementos do tipo

Art.20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas
permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Inicialmente cabe esclarecer que o tipo, é a descrição legal do comportamento


proibido, exemplo o tipo de homicídio está na descrição do Art. 121 do CP (matar
alguém).
Assim como se viu no dolo, que é a vontade livre e consciente de realizar o tipo
penal. Assim se um sujeito pensa estar matando um animal e mata uma pessoa, ele
pratica fato por erro, não tendo a consciência de realizar o comportamento punível.
Desta forma se o indivíduo praticar uma conduta criminosa por erro, sendo que se
nesta conduta delituosa existir a punição ao menos por culpa, esta será aplicada.

Portanto, o erro de tipo é aquele que faz com que o agente, no caso concreto,
imagine não estar presente uma elementar ou circunstância da figura típica. Neste
ínterim vamos esclarecer o que são elementares e circunstâncias. Elementares, em
poucas palavras, são os componentes fundamentais da figura típica sem os quais
não existe crime, geralmente estão no caput do tipo incriminador, por iss,o são
chamados de tipo fundamental. Ex Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel (Art 155 do CP), matar (Art 121), conjunção carnal “Art 213).
Circunstâncias são dados acessórios à figura típica que servem para influir no
montante da pena. Ex o crime de furto é aumentado de 1/3 se a subtração é
praticada durante o repouso noturno (Art 155, § 1°), a circunstância do repouso
noturno é uma elementar.
No erro de tipo, o agente não quer praticar o crime, mas por erro acaba praticando.
Não confundir com Delito putativo por erro de tipo. Nesta situação o agente quer
praticar o crime, mas por errada percepção da realidade, acaba cometendo um fato
atípico. Ex “A” furta uma mala e depois descobre que a mala é sua.

O erro se divide em:


Formas de erro de tipo

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• Erro Essencial – quando recai sobre os próprios elementos ou circunstâncias do


tipo, o agente não tem consciência que está cometendo um crime. Exemplo: “A”
num estacionamento abre um carro idêntico ao seu e o leva para casa. Repare que
houve a subtração de coisa alheia móvel, no entanto, “A” não agiu com dolo e não
tinha intenção de praticar o crime de furto, apenas por erro o praticou. Exemplo
furta uma mala e depois descobre que a mala é sua. O erro essencial pode ser
vencível ou inescusável quando o agente poderia tê-lo evitado se agisse com mais
cuidado diante do caso concreto. Neste caso exclui o dolo, mas permite a punição
por culpa, se houver previsão para o caso. Invencível ou inescusável quando o
agente, apesar de empregar todo o cuidado necessário, não conseguiu evita-lo.
• Erro acidental – quando o erro diz respeito a acessórios ou elementos
secundários e irrelevantes da figura típica do crime. Exemplo: O indivíduo quer
furtar uma mala cheia de jóias e furta uma mala cheia de roupas. O erro acidental
tem as seguintes espécies. 1) Erro sobre o objeto Ex acima. 2) Erro sobre a pessoa.
Ex “A” quer matar “B”, mas por engano acaba matando “C” que é muito parecido
com “A”. Neste caso a punição dar-se-ia como se realmente tivesse matado “B” (Art
20, § 3°). 3) Erro na execução – ou aberratio ictus “A” quer matar “B” ,mas por má
pontaria atinge “C”. Conforme art 73 do CP, “A” responderá em relação á vitima que
realmente queria atingir, que é “B”. Agora, caso “A” ao efetuar os disparos atingindo
“B” e também “C” responderá por homicídio dolos em relação a “B” e culposo em
relação a “C”. 4) Resultado diverso do pretendido ou aberratio criminis O agente
quer atingir um bem jurídico e por erro acidental atinge outro. Ex “A” quer danificar
o carro de “B” e para isso arremessa uma pedra que vem a atingir “B” que vem a
sofrer lesões corporais. Neste caso “A” responderá pelas lesões de forma culposa
porque há previsão legal (Art 74), se não houver previsão culposa para a conduta
de “A”, este responderá tão-somente por tentativa de dano. 5) Erro sobe o nexo
causal ou aberratio causae. Trata-se do dolo geral acima exposto

As conseqüências do erro são divididas em:

• Erro essencial inevitável – o sujeito errou apesar de tomar todos os cuidados


necessários nas condições em que se encontrava.(Não será punido)
• Erro essencial evitável – quando o agente não agindo por dolo, poderia ter
evitado o resultado, caso agisse tomando os cuidados necessários. (Punido a título
de culpa)

Descriminantes putativas
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Conforme já estudado, mesmo que um fato seja típico, não haverá crime se
estiver presente alguma das excludentes de antijuricidade previstas em Lei:
legítima defesa, Estado de necessidade, Estrito cumprimento do dever legal e
Exercício regular do direito e outras previstas na Parte Especial do CP.

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Os termos Descriminantes, portanto, referem-se a essas causas que excluem


a ilicitude da conduta. Para tanto, há necessidade de todos os seus requisitos
estejam presentes, que serão objeto de outras aulas. Caso todos os requisitos
estejam presentes dizemos que o agente agiu em legitima defesa real, estado de
necessidade real estrito cumprimento do dever real e exercício do direito real.
Acontece que é possível que o sujeito, em face das circunstâncias, suponha
estarem presentes estes requisitos, quando, em verdade, não estão. A esta situação
dá-se o nome de legítima defesa putativa, estado de necessidade putativo etc. A
palavra “putativo” é sinônimo de coisa imaginária, suposta

Então quais as suas conseqüências? Depende da espécie de equívoco do


agente, assim o erro que levou o agente à situação imaginária pode ser referente
aos:
a) pressupostos de fato da causa excludene de ilicitude, o que a
doutrina resolveu denominar de descriminante putativa por erro de tipo
(permissivo) - Não confundir esta nomenclatura com o erro de tipo já estudado,
Como sabemos existem normais penais que são incriminadoras (tipos penais) e
normas penais permissivas (excludentes de ilicitude), todas com seus elementos e
requisitos próprios –. O Art 20, § 1° vem estabelecer que se o erro foi plenamente
justificado pelas circunstâncias , fica o agente isento de pena (excluem o dolo e a
culpa). Entretanto, se o erro era evitável o agente responderá por crime culposo,
caso haja previsão. Ex “A” ouve um barulho á noite na sua cozinha, pensando
tratar-se de um bandido, pega uma arma e efetua um disparo alvejando “B”, que na
verdade era seu filho, que estudava em outra cidade e não o avisou que retornaria
naquela noite. Tudo vai depender se o erro era evitável ou não para a imposição de
pena d “A”
b) limites da excludente de ilicitude neste caso a doutrina diz haver erro
de proibição (Art 21 do CP) o agente tem perfeita noção do que está ocorrendo, ou
seja, não há nenhum erro quanto a situação fática, mas ele supõe a existência de
uma excludente que, na verdade, não existe

Na hipótese do § 1º, encontra-se subsumidas as descriminantes putativas, que


excluem a ilicitude do crime, sendo elas: estrito cumprimento do dever legal,
exercício regular do direito, legítima defesa e exercício regular do direito.
O agente pensando agir em qualquer uma de excludentes de ilicitude pratica um
delito por erro, ele será punido a título de culpa se existir tal previsão no tipo penal.

Erro determinado por terceiro

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

O erro pode ser praticado por um indivíduo, entretanto causado por outra pessoa,
sendo que neste caso a terceira pessoa que causou a tal erro se agiu dolosamente
com a intenção de criar o crime respondera a título de dolo, se praticou por erro

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responderá a título de culpa. O provocado, o indivíduo que foi induzido ao erro será
isento de pena.

Erro sobre a pessoa

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

O erro sobre a pessoa é aquele em que há engano de representação, pois nele o


agente crê tratar-se de outra pessoa. Difere do erro de execução, que é o erro de
alvo, quando o indivíduo por acidente atinge outra pessoa diversa da pretendida.
O erro do agente quanto a pessoa ofendida não o isenta de pena, no entanto as
qualidades ou condições da vítima que contarão para agravara o delito, serão as
mesmas da vítima pretendida (aquela a que se quis ofender).

Erro sobre a ilicitude do fato


Art.21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a
consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou
atingir essa consciência.

Para se pode aplicara pena faz-se necessário que exista a culpabilidade, que o
agente tenha agido ao menos a título de dolo ou culpa, tendo a capacidade de
entender a ilicitude do fato.
Assim tal artigo trata do erro sobre a ilicitude do fato, ou seja, o agente agindo de
forma consciente comete o delito, entretanto desconhecendo que o ato praticado
trata-se de um delito.
Ninguém pode usar em sua defesa o elemento do desconhecimento da lei,
entretanto o agente pode incompreender a ilicitude do fato.
O erro sobre a ilicitude do fato pode escusável, podendo o indivíduo ser isento de
pena, ou inescusável, respondendo o indivíduo a pena entretanto com uma causa
atenuante da pena.
O erro sobre a ilicitude do fato também é chamado de erro de proibição, podendo
ser conceituado da seguinte forma: o agente embora agindo com vontade, portanto
dolosamente, atua por erro quanto a ilicitude de sua conduta.

Diferença em relação ao erro sobre os elementos do tipo: no erro sobre os


elementos do tipo, o erro recai sobre o tipo penal, sendo que no erro sobre a
ilicitude do fato o erro recai sobre a ilicitude do comportamento do sujeito.

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