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III Workshop Desafios e Perspectivas da Inclusão Digital na Sociedade da Informação:

Elementos para uma Estratégia Abrangente


Brasília, 14/15 de dezembro de 2009
Anais do Evento
Geraldo Nunes
Coordenador Geral de Apoio à Pós-Graduação e Diretor Substituto da Diretoria
de Avaliação da Capes
Estímulo à Produção do Conhecimento em Inclusão Digital
Resumo: Apresenta os resultados de ampla pesquisa em documentos oficiais,
como o Plano Nacional de Pós-graduação 2005-2010 e as diretrizes de Governo
Eletrônico, em busca de declarativas governamentais explícitas de estimulo à
produção de conhecimento em inclusão digital. O Sistema de Pós da Capes não
permite encontrar a citada temática, pois ela se estrutura em áreas do
conhecimento. As referências ao tema são encontradas no Diretório de
Pesquisa do CNPq, onde foram localizadas dezenas de grupos de pesquisa em
diversas áreas do conhecimento. As possibilidades concretas para aumento do
conhecimento em inclusão digital são exploradas dentro do sistema de pós da
Capes: proposição de um projeto de pós por uma instituição isolada ou via a
associação ou rede que integre grupos que possam potencializar o
estabelecimento de uma pós na temática, possibilidade que apresenta
limitações decorrentes do formato de pós em rede de instituições, pelas
dificuldades de chegar a um acordo, bem como a complexidade da gestão. Há
uma série de sugestões, mais fáceis de implementar, tais como: considerar a
produção de conhecimento em inclusão digital, a exemplo do que já ocorre
com a inclusão social, no processo de avaliação da pós, abertura de editais
específicos de pesquisa, prêmios, mestrados profissionalizantes e a inserção do
assunto no próximo Plano Nacional de Pós-graduação.

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Pretendo falar rapidamente do Plano Nacional da Pós-Graduação, Governo
Eletrônico, Plano de Ação 2007 do MCT, alguns números sobre a produção do
conhecimento e possibilidades do que a Capes tem a oferecer nesse momento.

O Plano Nacional da Pós-Graduação 2005-2010 não tem absolutamente


nenhuma referência à questão da inclusão digital, embora ele já contemple
uma diversificação muito grande do ponto de vista da instituição de pós-
graduação do país, quer dizer, ele tem muito além daquilo que a academia
demanda, por exemplo, áreas estratégicas do conhecimento para o
desenvolvimento nacional. Tem problemas específicos para uso oficial do PDP -
Plano Desenvolvimento da Produção, mas não tem absolutamente uma linha
que fale sobre inclusão digital. Ele já contempla uma coisa importante que é a
formação docente para todos os níveis de ensino, que levou com que a Capes
hoje se preocupasse em estabelecer uma Diretoria de Educação Básica voltada
para a grande falha do processo educacional. O prof. Sérgio Amadeu citou
sobre o ensino de matemática, que é uma vergonha nacional do ensino básico.
Enquanto a gente tem um nível educacional de pós-graduação que é uma
referência internacional, nós temos o ensino básico que é um dos piores do
mundo. Então a Capes está voltada para esse tipo de ensino e aí começamos a
encontrar as primeiras conexões do que está sendo discutido aqui.

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As diretorias hoje estão, esta diretoria específica da educação básica, voltadas


para formar professores, para qualificar professores, para ter uma melhoria de
ensino. Também o que diz respeito a diminuição das assimetrias das regiões
do país tem a ver com a inclusão digital, propiciar instrumentos, elementos,
metodologias para que a gente possa melhorar essas diferenças regionais.

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Eu estive olhando no Governo Eletrônico, fui ver lá se tinha alguma referência


à questão do estímulo à produção do conhecimento. Identifiquei apenas, quer
dizer posso ter feito uma pesquisa rápida, mas identifiquei apenas o estimulo à
produção e a sistematização de conteúdo e conhecimentos locais, que são
elementos fundamentais para a promoção da efetiva apropriação tecnológica
pelas comunidades envolvidas. Quer dizer, não fala necessariamente sobre a
produção do conhecimento em si para agregar conteúdo à inclusão digital. A
gente sabe o seguinte: todo governo está interessado em números, tudo isso é
bom, mas a gente quer sempre estar preocupado com a fabricação. Por isso
que eu acho que esse seria um dado interessante. A gente quer fazer inclusão
digital, mas que inclusão digital a gente quer fazer? Quão qualificada ela é para
que dê resposta para a sociedade. Não é só ter milhões e milhões de incluídos
digitais, mas que sejam alienados culturalmente, que não contribuam
efetivamente para o crescimento como cidadão e da sociedade. Eu acho que
essa preocupação com o avanço do conhecimento é extremamente
fundamental.

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No Governo Eletrônico eu não [encontrei] nenhuma referência específica com a


produção do conhecimento. Dentro dessas diretrizes fala-se em integração no
âmbito federal, quer dizer, nós temos responsabilidades sim, a Capes tem,
todo órgão do governo tem responsabilidade com a questão da inclusão digital.
Está explicitado que o governo deve materializar ações indutivas, normativas e
financiadoras. Aí eu encontrei no Plano de Ação 2007-2010 do Ministério da
Ciência e Tecnologia, na linha de ação Tecnologias para o Desenvolvimento
Social, uma forte ênfase para a promoção da inclusão digital, e aí fala em PDI
voltado para as tecnologias de inclusão. Do ponto de vista do Governo Federal
eu encontrei essas referências, na Capes não tem absolutamente nada. Isso
não significa dizer que a Capes não tem responsabilidade com essas questões
porque ela tem tido preocupação de ter responsabilidade com outras políticas
governamentais.

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Eu parti do pressuposto para fazer essa rápida apresentação, era muito


burocrática a apresentação, diferente dessas apresentações [anteriores], eu
me ative às questões relacionadas de como você introduzir, quer dizer, ter um
componente da produção do conhecimento, um conteúdo para a inclusão
digital. Eu parti do pressuposto, que pode ser contestado obviamente, que no
Brasil a produção do conhecimento científico e tecnológico ocorre,
principalmente, no Sistema Nacional da Pós-Graduação. Principalmente não
quer dizer exclusivamente. Eu diria que é muito mais fortemente no
conhecimento científico, tecnológico ainda deixa a desejar também.

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Essa aqui é uma prova disso, quer dizer, o crescimento da produção científica
é exatamente igual ao crescimento da produção de doutores no país. Então a
produção do conhecimento está no Sistema Nacional da Pós-Graduação.
Significa dizer o seguinte, se nós queremos produzir conhecimento para
melhorar conteúdos, para discutir, por exemplo, de como essa inclusão digital
está se dando, a gente precisa ter pesquisas nessa área.

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Só para ilustrar, o Brasil hoje está com a produção extremamente boa com
relação à produção científica mundial, está 13º posição no último ranking.

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Rapidamente eu gostaria de falar em como a Capes se organiza, como a


coordenação brasileira se organiza em áreas de conhecimento. A Capes em
toda estrutura de análise, de projetos, de proposta, eu acho arcaica. Ela não
evoluiu para atender, por exemplo, uma questão como de inclusão social, que
não é da área de conhecimento, é temática, você perpassa várias áreas de
conhecimento para dar uma resposta à produção do conhecimento. Ela é
estruturada em cima da área de conhecimento, portanto, você não visualiza
dentro da Capes onde é que está a inclusão digital. Eu pedi para algumas
colegas minhas que fizessem uma pesquisa com relação [a isso], e foi difícil
encontrar, embora a gente encontre alguns resquícios de linha de atuação de
algumas pós-graduações como departamentos de educação, centros de
informação, etc, mas é difícil identificar dentro da Capes onde se encontra essa
temática.

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Eu pedi a uma colega que fizesse também uma pesquisa na Web of Science,
Scopus e Scielo com relação à produção de artigos cuja palavra-chave era
inclusão digital. Pelo que me deram a gente vê que não tem muita coisa. Você
aqui que em 2009 tem apenas 11 artigos na Web of Science, que tem como
palavra-chave nas três línguas (português, espanhol e inglês); na Scielo teve
dois, quer dizer eu fiquei surpreso. Pode ser que tenha havido algum engano,
mas eu fiquei surpreso com essa baixa quantidade de artigos publicados com
inclusão digital.

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Quando eu pedi que se fizesse uma pesquisa do Portal de Periódicos da Capes,


e que relacionasse com a mesma palavra-chave, na área multidisciplinar, que
é uma área de conhecimento da Capes que tem uma convergência de várias
áreas de conhecimento, nós encontramos uma quantidade maior de arquivos
relacionados com essa palavra-chave.

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Também olhei na Revista Inclusão Social, e verifiquei que entre 2005 e 2008
foram detectados 33 artigos falando sobre inclusão digital. Dois deles não
tinham caráter científico ou caráter político, mas de certa forma são artigos
que merecem atenção.

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Eu fiz uma breve pesquisa no Diretório de Grupos de Pesquisas do CNPq,


encontrei 71 grupos de pesquisas trabalhando com inclusão digital em 19
estados e em 17 áreas do conhecimento.

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Veja só, Educação tem 21 grupos de pesquisa trabalhando com inclusão


digital, Ciência da Computação tem 18, Ciência da Informação 8 e todas essas
áreas, Economia, Sociologia, Antropologia, Lingüística, Arquitetura, estão
trabalhando também, só que um grupo de cada área de conhecimento. Eu
achei interessante. É um potencial interessante da produção do conhecimento.
Eu abri pelo menos dois, e são professores qualificados que estão produzindo
pesquisa na área. Agora veja a diversificação na área do conhecimento, quer
dizer, é uma área extremamente interdisciplinar e multidisciplinar. É uma área,
não, é um tema.

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Aqui está a discussão nos estados; o Estado de São Paulo tem uma
predominância sobre esse assunto, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e outros
estados. Fiquei satisfeito de ver que no Amazonas tem gente trabalhando com
isso, no Mato Grosso do Sul, quer dizer, são estados que geralmente não tem
um potencial muito grande de pesquisadores. Isso aqui é uma distribuição
percentual.

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Vamos falar um pouco das possibilidades. Eu parti do pressuposto que a
produção do conhecimento é feita no Sistema Nacional de Pós-Graduação. É
um pressuposto, isso pode ser contestado. O ingresso nesse Sistema pode ser
numa instituição isolada, e essa instituição tem que ter uma competência
muito grande para ter todas as áreas para cobrir aquela temática. Isso não é
muito fácil. E pode ser uma proposição via associação ou rede, pois hoje a
Capes já contempla diversas pós-graduações nesse sistema de associações.
Várias instituições se associam, congregam suas competências. Na Capes para
você passar um programa de pós-graduação é preciso ter pelo menos dois
doutores. Não está escrito em nenhuma norma, absolutamente em nenhuma
norma, mas a história mostra isso. Embora exista um programa em que dois
doutores são reprovados, não necessariamente significa que com mais
doutores não será. Isso é o que qualifica de certa forma o Sistema. Então
como eu estava falando, você ter uma produção de pós-graduação para
produzir conhecimento na área de inclusão digital numa instituição só não é
uma coisa trivial por conta dessa interdisciplinaridade que permeia a temática.

A Capes hoje tem uma tipologia de associações. Eu queria fazer uma


referência: o Sistema Nacional da Pós-Graduação evoluiu para aquele modelo
anterior de que só instituição de ensino superior poderia propor pós-
graduação; hoje qualquer instituição pode propor uma pós-graduação, não
necessariamente de ensino superior. Têm serviços médicos em São Paulo com
pós-graduação altamente qualificada que não são de instituição de ensino
superior. São instituições de pesquisa que passaram a formar também

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recursos humanos, digamos assim. Essas são as tipologias das associações, é
possível. Nós temos dois exemplos, a Associação de Instituições Nordestinas,
que fizeram uma Rede de Biotecnologia e estão produzindo doutores. Paraíba,
Pernambuco e Ceará, eles não tinham uma capacidade de formar um
doutorado de Biotecnologia, ele se juntaram em rede e hoje é um sucesso.
Tem a Reamex [?] da região Amazônica e Centro-Oeste, que está propondo
uma rede social de ciências. Eles estão se propondo a construir uma rede não
só de recursos humanos, mas também de conteúdos que contemplem essa
difícil tarefa de levar o ensino de ciência ao Brasil.
Eu estava lembrando que o ensino matemático começa com o método errado
nas crianças, especialmente as pobres porque você começa ensinando a
multiplicar e a somar e teria que começar ensinando a diminuir e dividir que é
o que elas fazem em casa. Dividem o pão, dividem a comida, se começasse
por aí incentivava as crianças a aprender. Então uma das recomendações é a
seguinte, que se tente fazer um esforço de associação que está integrando
grupos que trabalham com educação, com ciência da educação, ciência da
computação, para tentar formar grupos que possam eventualmente
potencializar uma pós-graduação.

Existem inúmeras limitações, esse tipo de associação é extremamente


limitado, e a Capes ao longo da sua história aprendeu o modelo único de
instituição. Algumas vezes nessas associações são difíceis, os acordos, a
formalização é difícil, mas a gestão atual da Capes está fazendo um esforço
muito grande de favorecer, embora com limitações. Particularmente algumas

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instituições deixam de receber o crédito do trabalho efetivo. Dificuldades
relacionadas com a gestão; é uma gestão complexa. Dificuldades para a
formalização de acordos, também é complexo, porque você reúne quatro,
cinco instituições federais, por exemplo, são terríveis para fazer acordo, não é
uma coisa trivial.

Eu sugeriria o seguinte, discutir ad nauseum os termos do acordo, porque é


necessário discutir. Muitas vezes as associações começam, e em algum
momento, como o casamento, termina. Aí há divisão do espólio, uma coisa
terrível, bolsa para aqui, bolsa pra acolá, essa bolsa é minha, então isso deve
ser discutido e apontado previamente com muito cuidado, mas é uma proposta
muito interessante que eu sugiro enfaticamente. Conversar com a Capes, a
Capes está aberta a discutir. Tem discutido com várias associações.

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O estágio atual das associações, nós só temos aí 16 mestrados, 14 de


doutorado, mas vem crescendo muito na Capes.

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Finalmente, outras possibilidades. A Capes tem recentemente na sua avaliação


incluído o quesito inclusão digital para avaliar os cursos. A questão é a
seguinte: a inclusão digital também seja considerada como um elemento
importante na avaliação. Inclusão social já é como inclusão digital, é um
subitem da inclusão social. Isso pode dar um impulso adicional dentro dos
cursos de pós-graduação para produzir conhecimento. Se eles sabem que
inclusão digital será considerada na avaliação, eles tenderão a produzir mais
em termos de inclusão. Lançar programas via edital; a Capes lançou um
programa para o Ministério da Defesa para produzir os trabalhos na área da
Defesa. Então nada impede que as organizações interessadas possam
conversar com a Capes para lançar editais específicos para formação de
pessoal em inclusão digital e também para outras propostas, projetos, etc.
Estímulo a novas revistas, eu coloquei várias interrogações porque eu não sei
se é o caso. Já tem tantas revistas que eu acho que deveria reforçar aquelas
que já existem; prêmios para publicações nessa área; mestrados profissionais
eu acho que é uma saída interessante porque tem um componente profissional
nessa história de inclusão digital. Eu costumo dizer que o mestrado profissional
se diferencia do mestrado acadêmico porque é feito pra fora, para a sociedade
e o mestrado acadêmico geralmente, e o professor Emir sabe disso, que
quando está formando um mestre ele já está de olho no doutorado. A gente
sempre quer ver o nosso orientando voltando para a academia. A gente quer
que ele vá para o doutorado e pós-doutorado. O mestrado profissional a gente
tem que ter esse desprendimento de formar mestres profissionais para exercer
fora da academia. O mestrado profissional é interessante para temas.

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MINTER e DINTER também são duas possibilidades, eu acho que o IBICT tem
condições de promover um doutorado institucional com a UNB, com UFRJ, e
começar a formar grupos de pessoas especializadas na questão da inclusão
digital dentro do próprio IBICT. Isso é uma possibilidade grandíssima. A Capes
tem fomentado muito a questão do mestrado tanto temático quanto regional.
A última observação, nós vamos iniciar agora a futura comissão que vai tratar
do Plano Nacional de Pós-Graduação que vai vigorar de 2011 e 2020, que está
dentro do plano decenal. Então é muito importante que a comunidade se
mobilize para que esse tema seja tratado dentro desse plano. Isso dá ao Brasil
uma vantagem comparativa muito grande em relação ao que está fora. Eu digo
isso porque conheço muito bem um outro plano, participei de algumas
discussões, então é importante que nós nos mobilizemos para que esse tema
seja considerado no próximo PNPG. Obrigado!

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