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Em Atenas o homem não depende já dos poderes misteriosos que o ultrapassam. Vive
por ele e para ele! Sente-se responsável tanto pela sua pessoa, como da cidade. O fim
essencial da sua vida já não é o serviço e a glorificação de um poder soberano. Numa
sociedade civilizada e livre, onde a religião propõe a um tratamento familiar com os deuses
parecidos consigo, o cidadão encontra uma razão de ser no prazer, portanto, no
aperfeiçoamento da existência. Esta margem de tempo, de actividade e de capital disponíveis
que a arte real tinha criado vai possibilitar a arte civil e uma arte quase totalmente esquecida
da sua função religiosa, essencialmente destinada a colaborar no desafogo e embelezamento
dos dias.
Pela primeira vez, com a idade clássica despertará a noção de beleza, de que antes
não se tinha tido. Os filósofos, alguns artistas na sua juventude, frequentam artistas. A arte
deixa de ser exclusivamente funcional; ultrapassa até a etapa da arte ao serviço de Deus;
torna-se um prazer estético. A Grécia abriria uma nova era.
As maquetas eram produzidas em terra cota ou madeira, sendo posteriormente
submetidas a aprovação final.
A concretização da obra envolvia diversos profissionais: arquitectos, projectistas,
escultores, pintores e outros artesãos.
Objectivo final: procura pela unidade; beleza e harmonia universais; tendo como
base a relação de homem/divino, com o mundo e a sua origem, com a vida e morte…. Estes
valores hoje classificam-se por classicismo.
Arquitectura
A arte grega clássica foi uma arte racional, expressão da comunidade e do
homem/cidadão.
Dualidades e oposições:
Os edifícios gregos, pela sua perfeição, estabeleceram uma ligação harmoniosa entre o
Homem e os deuses, o mundo concreto e o mundo espiritual e estão, pelas suas volumetrias,
perfeitamente enquadrados na natureza.
Período arcaico, entre o séc. VIII e o séc. V a.C., que foi um longo espaço de tempo
caracterizado pela procura do inteligível, da ordem, do monumental, da sobriedade e
da maturidade;
Período clássico, desenvolveu-se entre a segunda metade do séc. V e o séc. IV a.C.
e foi um tempo em que a arte atingiu a plenitude, o equilíbrio, o realismo e o
idealismo;
Período helenístico, marcado pela miscigenação de culturas (mistura de raças e
povos de diferentes etnias / relações inter-raciais), pelo gosto do particular, do concreto e
individual e, simultaneamente, tempo de declínio da cultura grega.
Secção de ouro
Em base de estudos matemáticos sobre a proporção divina, Endoxe( matemático grego que ensaiou
a primeira tentativa explicativa pela qual se considera a secção de ouro tão agradável ao olhar)
descobriu que ela se poderia exprimir por uma fórmula que se chama PHI, por causa do artista
Phidias que a utilizava correntemente nas suas esculturas. (hoje chamado o número de ouro)
Consistia em figuras muito belas e harmoniosas, como o pentagrama, entre outros. Fizeram estudos
para demonstrar que esta famosa proporção era igualmente base da maior parte das formas da
natureza, como as conchas, flocos de neve, plantas, etc.
Todos os artistas gregos – pintores, escultores, ceramistas – estabeleceram as suas obras segundo o
princípio do Número de Ouro; mas é na arquitectura onde ele encontrava o seu total
desenvolvimento. Exemplo: O PÁRTENON de Atenas.
Cidade grega
(aberta à vida e ao ar livre e aberta à natureza)
Área sagrada – área sagrada, localizada na acrópole (zona alta da cidade) e na qual eram
construídos templos, santuários, oráculos e tesouros.
Área pública + porto – na zona baixa da cidade, onde se instalava a ágora, que era o centro da
vida da polis, com espaços para reuniões políticas, manifestações desportistas e artísticas, em
particular o Teatro, e para o comércio; ai se ergueram construções como assembleias, teatros,
estádios, mercados, stoas…
Templo
A forma e estruturas básicas evoluíram (origem) a partir do mégaron micénico (sala de
trono, no palácio), que era formado por uma sala quadrangular, com um vestíbulo suportado
por duas colunas e com telhado de duas águas. Tornou-se com o tempo mais complexa e com
maiores dimensões e rodeada por colunas.
No entanto o templo foi e continua a ser o exemplo máximo da arquitectura grega e tem, no
séc. V, no Pártenon e em Atena Niké, o encontro exemplar entre o racionalismo, o
antropocentrismo e o idealismo do pensamento grego.
Sistema de construção: trilítico – definido por pilares verticais unidos por lintéis
horizontais. (não utilizaram curvas porque não as souberam construir).
Em ALÇADO - o templo era construído por uma base de envasamento, era uma
plataforma elevada e tinha como função nivelar o terreno;
A coluna é robusta e possui fuste com caneluras em aresta viva e capitel formado por ábaco e
equino, ou coxim, muito simples e geométrico.
ORDEM JÓNICA – esta ordem difere da ordem dórica nas proporções de todos os
elementos e na decoração mais abundante na coluna e entablamento. Está associada
às suas dimensões mais esbeltas, confere-lhe um carácter feminino.
Entablamento
Principais diferenças - A coluna possui uma base mais trabalhada, um fuste mais
delgado e um capitel em forma de sino invertido, repleto de decoração esculpida, formada
por duas filas de folhas de acanto, coroadas por volutas jónicas.
O templo grego, qualquer que fosse a ordem utilizada, possuía na sua estrutura
espaços destinados à escultura que valorizavam o edifício e aumentavam o seu valor icónico. O
templo foi por excelência, dedicado a glorificar um deus.
Friso exterior – dórico, estão representadas quatro lendas bélicas: as lutas dos deuses
contra os gigantes, na fachada oriental; as lutas dos centauros contra os Lápitas na fachada
meridional; a dos gregos contra as amazonas, na fachada ocidental; e a tomada de Troía, na
sententrional. Estes quatro temas representam a vitória da ordem e da civilização.
RELEVO
Relevo – tem como função contar uma história mágica ou vitória de um deus. (narra
e comemora uma narração que justifica a edificação de um templo; outra função é a de
preencher e decorar o espaço arquitectónico. Estes relevos inicialmente eram feitos em terra
cota e pintados com cores vibrantes, mais tarde, executados em mármore.
(relevo magistral desta época é a famosa representação da Atena Niké que desaperta a
sandália, do friso do templo de Atena Niké)
Nas métopas – Cenas míticas com duas ou três personagens, que no seu conjunto,
contavam histórias de heróis, de gigantes…
Friso Jónico – O artista teve maior liberdade criativa. Desenvolveu uma acção
sequenciada, numa sucessão de ritmos narrativos, sem interrupção e sem monotomia.
Temas mais utilizados – procissões, os desfiles, as corridas de carros, etc.
Korai – plural de koré, são jovens virgens, graciosas e encantadoras, que se apresentam
vestidas com longas túnicas pregueadas que eram pintadas com cores luminosas, vivas e
cintilantes. Rostos simétricos e meios sorrisos, cabelos longos, ondulados e por vezes
entrançados, são de uma mobilidade serena.
Características:
Período arcaico: Inicialmente eram mais Rígidas, corpos hirtos, ombros largos e anca
estreita, braços esticados ao longo do corpo, a barba e o cabelo simplificados e
convencionais (caracóis, tranças ou ondas), rosto esquemático, sorriso enigmático. Com o
tempo estas estátuas - heróis adquiriram alguma flexibilidade e movimento, desprendendo os
braços do corpo e ganhando também expressão facial. Mais tarde Fidias rompeu com a lei da
frontalidade.
Fídias, o artista mais genial de todo o séc. V a.C. e influência a outros artistas. Foi com
ele que a escultura grega atingiu a perfeição è de salientar a perfeição anatómica, a robustez e
a serenidade, a força e a majestade, deram à escultura clássica grega o carácter idealista que
lhe conhecemos. As suas obras de grande mestria não chegaram até nós. Podemos ver a sua
escultura nos frisos por exemplo, e a réplica da Atena Parteno feita em marfim e outras pedras
preciosas.
A cerâmica toma um lugar de destaque na arte deixada pelos gregos. Era uma
mercadoria de primeira necessidade, pois servia para múltiplos usos, a cerâmica teve uma
grande produção, vindo de várias oficinas. A cerâmica espalhou-se pelo mundo devido a ter
sido levada pelos seus mercadores. È possível encontrar vestígios na Gália, Itália etc.
A perfeição mede-se pela qualidade técnica evidenciada, como das pastas (matérias
primas minerais, utilizadas para a moldagem na cerâmica), quer pela simplicidade, elegância e
funcionalidade das formas produzidas. A cerâmica sujeita a rigorosas pesquisas formais,
aliaram a forma e função, procurando satisfazer as necessidades práticas para que as peças
eram criadas: Serviço doméstico, usos artesanais e comerciais, apoio às cerimónias religiosas
e aos rituais fúnebres.
O estilo geométrico – Situado entre os séc. IX e VIII a.C., filia-se ainda na grande
tradição aos vasos creto-micénicos. Distinguem-se artisticamente pelos motivos geométricos
como base ornamental. Os motivos eram dispostos à roda do corpo dos vasos, em bandas ou
frisos paralelos e sobrepostos, cobrindo-os quase até à abertura. Cada banda era
ornamentada com motivos geométricos simples – o ponto, a linha, o círculo-, e organizados
em várias combinações. Triângulos, losangos… Estes motivos eram realçados a preto (ou com
um verniz castanho ocre, muito brilhante) sobre fundo cor natural dos vasos.
Estilo classico
…Com a evolução da cerâmica implantou-se a técnica das figuras vermelhas – Toda a
superfície do vaso é coberta a verniz negro com excepção das figuras, cujas silhuetas se
mantinham na cor avermelhada, natural da argila.
Enquanto nas anteriores o desenho era bidimensional, nesta fase foi tridimensional
assim como outras evoluções se sucederam como o volume, movimento, naturalidade,
realismo…
(na àtica) Mais tarde desenvolveu-se uma arte funerária com fundo branco, onde as
formas definiam-se pela linha de contorno, traçada com precisão.
Teatro – fazia culto ao deus Dionísio. Fazia parte do culto a declamação de ditriambos.
A tragédia – Género mais antigo e teve o seu apogeu no tempo de Péricles, para este o
teatro era uma verdadeira instituição pública com fins cívicos e religiosos. Escrita em verso, o
seu conteúdo está ligado às antigas histórias religiosas, representando a vida dos deuses e o
desvario dos homens, numa luta constante entre as forças humanas e as forças do destino
que, prende o espectador que vai pressentindo a iminência da catástrofe.