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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENERGIA
Juiz de Fora
2009
FELIPE BARBOSA MARINHO
“Se seus projetos não saturarem suas emoções, você não terá perseverança
para executá-los.”
Augusto Cury
ii
Resumo
A constante evolução da tecnologia e a busca por sustentabilidade
justificam e estimulam o estudo de formas mais práticas e eficientes de
consumo de energia elétrica.
Sob esse aspecto, utilizando LEDs e fontes chaveadas, podem-se obter
resultados interessantes. Baseado nesse tema, o presente trabalho descreve
um método de controle da intensidade e da cor de LEDs RGB de alto brilho e
de potência, utilizando microcontroladores e fontes chaveadas.
Um programa de computador oferece ao usuário um painel onde ele
pode escolher a cor e a intensidade do LED. O mesmo princípio pode ser
ampliado e utilizado para iluminar residências, lojas e escritórios.
iii
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................................ 2
2. Conceitos básicos .......................................................................................................................... 7
2.1. A luz .................................................................................................................................................. 7
2.2. Colorimetria ..................................................................................................................................... 8
2.3. Fotometria...................................................................................................................................... 13
2.3.1. Fluxo luminoso .............................................................................................................................. 14
2.3.2. Iluminância .................................................................................................................................... 14
2.3.3. Luminância .................................................................................................................................... 14
2.4. Psicologia das cores .................................................................................................................... 15
2.5. Campo visual ................................................................................................................................ 16
2.6. Acuidade visual ............................................................................................................................. 18
2.7. Persistência visual ........................................................................................................................ 18
2.8. Contraste ....................................................................................................................................... 19
2.9. Ofuscamento ................................................................................................................................. 20
2.10. Sombra........................................................................................................................................... 21
2.11. Subjetividade da visão ................................................................................................................. 23
3. Diodos Emissores de Luz (LEDs) .............................................................................................. 24
4. O sistema de cores à base de LEDs ......................................................................................... 29
4.1. Análise de Alternativas ................................................................................................................ 29
4.2. Acionamento do sistema de cores ............................................................................................. 31
4.2.1. Dispositivos usados como chave ............................................................................................... 32
4.2.2. MLP (Modulação por Largura de pulso) ................................................................................... 33
4.2.3. Tipos de conversores ................................................................................................................... 34
4.2.4. Modo de condução contínua e descontínua ............................................................................ 35
4.3. Projeto do conversor Flyback ..................................................................................................... 37
4.3.1. Simulação ...................................................................................................................................... 44
5. Resultados experimentais ........................................................................................................... 47
5.1. Alternativa de acionamento ........................................................................................................ 47
5.2. Arquitetura do sistema ................................................................................................................. 48
5.2.1. Comunicação serial ...................................................................................................................... 50
5.3. Aplicativo computacional ............................................................................................................. 51
5.3.1. Algoritmo gerador de PWM......................................................................................................... 52
5.4. Ensaios .......................................................................................................................................... 54
5.4.1. Módulo RGB de baixa potência.................................................................................................. 54
5.4.2. Módulo RGB de alta potência ..................................................................................................... 56
6. Conclusões .................................................................................................................................... 62
7. Bibliografia ..................................................................................................................................... 63
1. Introdução
Este trabalho mostra uma forma prática e eficiente de acionamento de
diodos emissores de luz, descrevendo o projeto da fonte chaveada utilizada, e
também a integração do dispositivo com o usuário através do computador.
Atualmente muito se fala em desenvolvimento sustentável.
Sustentabilidade é utilizar os recursos naturais em prol do desenvolvimento
econômico e social, de forma planejada, sem degradar a natureza, pois é
necessário garantir que as gerações futuras possam utilizar esses mesmos
recursos.
Utilizar fontes renováveis de energia é uma forma de se fazer isto.
Segundo dados preliminares descritos em (ZIMMERMANN, WOJCICKI, et al.,
2007), hoje, quase metade da energia útil (elétrica, transporte e outros)
consumida no Brasil provém de fontes renováveis, o restante ainda é
proveniente de fontes que utilizam carvão mineral, petróleo ou energia nuclear
como combustível. Isto prova que ainda há muito a se fazer pelo planeta.
Outra forma de contribuir para a sustentabilidade é combater o
desperdício, reduzindo o consumo de energia elétrica sem afetar a qualidade
de vida que ela nos proporciona. Neste caso, para atuar de forma eficaz, é
preciso atacar exatamente onde o consumo é mais expressivo, ou seja, é
necessário entender como a energia está sendo utilizada.
Na Figura 1 é mostrado um gráfico que facilita a visualização da
quantidade de energia utilizada em diversos setores da sociedade.
4% 4%
8%
Energético
Agropecuária
Público
48% 14%
Comercial
Residencial
Industrial
22%
2
Nota-se que 48% de toda energia consumida é destinada ao setor
industrial, utilizada em motores, aquecimento ou resfriamento. O setor
residencial representa 22% deste consumo, dividido entre refrigeração,
aquecimento de água, iluminação entre outros. Os 30% restantes são gastos
no setor público, agropecuária e no setor energético.
Nas figuras 2 e 3 são mostrados mais detalhes dos setores onde o
consumo é mais elevado.
De acordo com (ZIMMERMANN, WOJCICKI, et al., 2007), no setor
industrial, o cenário evidencia que o consumo exercido pela força motriz
(motores) é muito mais significativo. Isto totaliza 68% da energia consumida
nas indústrias, restando 32% para gerar vapor (calor de processo), aquecer ou
resfriar processos diretamente, iluminar e realizar processos químicos que
utilizam energia elétrica.
80%
68%
70%
60%
50%
40%
30%
20% 16%
10%
10%
3% 3%
0%
Força Motriz Calor de Aquecimento Iluminação Eletroquimica
Processo Direto
3
Deste modo, estudos voltados à eficiência em outros setores como
iluminação, aquecimento direto e a eletroquímica devem obter resultados mais
atrativos à pesquisa.
40%
34%
35%
30%
25%
25%
21%
20% 17%
15%
10%
5% 3%
0%
Aquecimento de Condicionameno Refrigeração Iluminação Outros Usos
Água Ambiental
4
50,0%
44,8%
45,0%
40,0%
35,0%
30,0% 27,6%
25,0%
19,6%
20,0%
15,0%
10,0%
5,7%
5,0% 1,9%
0,4%
0,0%
Força Motriz Calor de Aquecimento Iluminação Refrigeração Outras
Processo Direto
5
O objetivo deste trabalho é mostrar que a utilização de novos recursos
deve contribuir consideravelmente no combate ao desperdício de energia. Além
de economizar, o usuário poderia também ter maior conforto e controle sobre a
iluminação. A utilização de novos recursos para decoração ou iluminação de
fachadas também aumentaria a atratividade e visibilidade das edificações.
Os parágrafos a seguir deverão descrever mais detalhadamente alguns
dos conceitos utilizados em iluminação e mostrar a sua utilização no
desenvolvimento de uma técnica para o controle de intensidade luminosa e cor
da luz ambiente. Será mostrada com uma interface para o usuário a integração
do controle proposto com o usuário.
Utilizar métodos e dispositivos mais eficientes é a forma que esse
projeto, juntamente com o advento das novas tecnologias, poderá contribuir
com a economia de energia elétrica e proporcionar maior conforto visual aos
usuários.
6
2. Conceitos básicos
2.1. A luz
7
Tabela 1: Nomes das cores e comprimentos de onda
2.2. Colorimetria
8
espectro de luz visível (Figura 6 e Figura 7). O estudo também mostrou que,
para altos níveis de luminância (acima de 10cd/m2), a luz é captada pelos
cones retinianos, processo esse conhecido como visão fotópica.
Para valores abaixo deste nível, os olhos se adaptam à visão noturna
também chamada de visão escotópica. Vale lembrar que a absorção da luz
pelos cones ocorre de maneira diferente em cada indivíduo. Logo, a percepção
também será subjetiva. É importante salientar que uma fonte luminosa produz
mais energia do que é percebida por nós.
9
Segundo (FITT e THORNLEY, 1997), em 1931 a CIE propôs um sistema
numérico mais preciso para definição das cores.
Para realização do experimento, um indivíduo é colocado à frente de
uma tela branca, metade dela iluminada por uma fonte de luz branca arbitrária,
a outra metade é iluminada pela mistura das três cores primárias.
O observador deve ajustar a intensidade das três cores de forma que as
duas partes da tela tenham a mesma cor e intensidade. Apesar das duas
partes parecerem iguais, elas possuem espectros bem diferentes.
A intensidade de Vermelho, Verde e Azul somadas representa a cor que
o indivíduo observou. Sendo assim, os três números são únicos para cada cor
observada.
A partir daí a CIE propõe uma tabela de cores equivalentes, que seriam
usadas para comparar, com boa precisão, a cor obtida pelo seu método de
medição. Para gerar a tabela, a CIE criou um sistema tridimensional chamado
de CIE XYZ (Figura 8).
Onde:
∞
X = ∫ I (λ ) x(λ )∂λ
0
∞
Y = ∫ I (λ ) y (λ )∂λ
0
∞
Z = ∫ I (λ ) z (λ )∂λ
0
10
Onde )ߣ(ܫé o espectro da cor a ser observada (Figura 9), e x (λ ) , y (λ )
Figura 9: Distribuição espectral de uma luz Figura 10: Curvas de resposta tri-stimulus
branca
11
Figura 11:: Representação do CIE XYZ Figura 12:: Diagrama de cromaticidade
12
substituída para que houvesse diferenciação do sistema RGB, em que B é
“blue”).
O presente trabalho apresenta uma forma de controlar a intensidade
luminosa de três LEDs (Light Emitting Diodes), onde cada um representa uma
cor primária. A mistura dinâmica destes três espectros produzirá uma luz de cor
específica. As características dos LEDs utilizados assim como a forma utilizada
para controle dos mesmos serão descritas mais adiante.
A produção das cores se dá a partir da adição de uma cor à outra
(Figura 14). Uma mistura com mais variações de intensidade teria um resultado
semelhante à mistura mostrada na Figura 15 onde aparecem milhões de cores
diferentes.
Figura 14: Mistura RGB simples Figura 15: Mistura RGB mais completa
2.3. Fotometria
13
serão definidos os termos mais importantes que serão usados ao longo do
texto.
O fluxo luminoso, medido em lumens (lm), pode ser definido como sendo
a medida da energia luminosa percebida. É diferente do fluxo radiante que é a
energia total emitida pela fonte. Entretanto, é comumente usado como sendo a
soma da intensidade luminosa radiada em todas as direções (FITT e
THORNLEY, 1997).
2.3.2. Iluminância
2.3.3. Luminância
14
Tabela 2: Resumo das unidades usadas em fotometria
15
Tabela 3: Resumo de sensações causadas pelas cores(FARINA, PEREZ e BASTOS, 2006)
16
Na Figura 16 a) é mostrado que verticalmente o campo de visão é
limitado em 60º para cima e 70º para baixo a partir da linha reta que indica a
direção da visão. Na visão superior da Figura 16 b) é mostrado que o campo
visual horizontal é limitado entre 0 e 150º. Pode-se observar que o nariz limita
parte do campo de visão em ambos os lados. Na Figura 16 c) é mostrado a
junção das vistas lateral e superior, fazendo a composição das duas em
perspectiva (COSTA, 2006).
17
Figura 17: Visão binocular Figura 18: Gráfico do campo visual (COSTA, 2006)
18
Pode-se notar o efeito da persistência facilmente quando olhamos
fixamente para uma luz forte durante alguns segundos. Ao desligar a luz,
mesmo com os olhos fechados, podem-se ver pontos mais claros com o
mesmo formato da luz.
O tempo para este processo está relacionado à intensidade da luz
emitida; esse efeito é utilizado no cinema, onde a exibição de imagens em
sequência cria a ilusão de que a imagem está em movimento.
Em televisores, cada ponto da tela acende e apaga repetidamente e em
sequência. Devido ao efeito da persistência visual, enxerga-se uma imagem,
ou a “lembrança” de todos os pontos da tela formados na retina.
Este mesmo efeito será observado neste projeto, onde se utilizou uma
fonte de luz que acende e apaga em uma frequência tal que, para o observador
a luz parece estar mais fraca ou forte.
2.8. Contraste
19
A mesma situação pode ocorrer em um local iluminado. Comparando as
Figura 20 e 21, observa-se que a intensidade e localização adequada dos
pontos de luz podem modificar o contraste e alterar a percepção dos objetos na
cena.
Figura 20: Sala com contraste Figura 21: Sala sem contraste
2.9. Ofuscamento
20
Figura 22: Menor conforto visual Figura 23: Melhor conforto visual
2.10. Sombra
21
Figura 26: Sombra ressaltando detalhes (WIKIPEDIA)
Figura 27: Sombra simples Figura 28: Sombra múltipla Figura 29: Sombra suave
22
2.11. Subjetividade da visão
23
3. Diodos Emissores de Luz (LEDs)
24
Nitreto de Índio e Gálio (InGaN) / Nitreto de Gálio(III) (GaN)
Fosfeto de Gálio(III) (GaP)
Verde 500 < λ < 570 1.9 < ∆V < 4.0
Fosfeto de Alumínio Gálio e Índio (AlGaInP)
Fosfeto de Alumínio e Gálio (AlGaP)
Seleneto de Zinco (ZnSe)
Nitreto de Índio Gálio (InGaN)
Azul 450 < λ < 500 2.48 < ∆V < 3.7
Carbeto de Silício (SiC) como substrato
Silício (Si) como substrato — (em desenvolvimento)
Violeta 400 < λ < 450 2.76 < ∆V < 4.0 Nitreto de Índio e Gálio (InGaN)
25
Figura 32: Modelo elétrico do LED
26
Atualmente é comum encontrar LEDs nos mais variados tamanhos e
formas, entretanto a estrutura básica é bem parecida. Na Figura 34 é
apresentada a estrutura física do LED mais conhecido comercialmente.
27
Como o propósito do trabalho é ter um maior controle sobre a
intensidade e também da cor ambiente, foi necessária a utilização de LEDs de
cores diferentes.
A mistura de cores resulta em outra cor (ver capítulo 2). Para a obtenção
de um número de cores, são necessárias pelo menos três outras, nas
tonalidades vermelho, verde e azul.
28
4. O sistema de cores à base de LEDs
29
Figura 36: Led RGB
30
De acordo com descrito anteriormente, conclui-se que a melhor
alternativa é utilizar LEDs RGB sem ligação comum. Entretanto, não foi
possível a obtenção desse modelo em tempo hábil para a realização dos
testes.
Para os testes foram utilizados dois tipos de LEDs RGB, o WCN-
501GRB-25N-A, de 10mm, conhecido com LED de alto brilho. Esses LEDs não
possuem boa mistura de cor mas tem custo bastante acessível. O outro modelo
foi o WCN-03L2RGB-110 de 3W de potência. Os datasheets referentes aos
modelos utilizados estão nos Anexos I e II.
Os únicos critérios para escolha dos modelos foram potência e
compactação. Uma vez que o trabalho propõe-se a descrever um método para
controlar a intensidade e cor, a escolha mais criteriosa de LEDs não faz parte
do escopo.
31
corrente contínua para transformar um nível de tensão CC em outro de forma
eficiente.
Um método bastante difundido atualmente é o método do chaveamento,
que consiste em abrir e fechar uma chave de forma a transportar a energia
entre a fonte e a carga, podendo-se elevar ou abaixar a tensão. Na Tabela 6 é
feita uma comparação entre os métodos linear e o chaveado, mostrando alguns
de seus prós e contras (RASHID, 2007).
Este trabalho propõe empregar um conversosr chaveado para o
acionamento do LED multicor.
Linear Chaveada
Abaixador; tensão na entrada
Função Elevador, Abaixador ou inversor
deve ser maior que na saída.
Média a baixa, depende da
Alta, exceto para correntes muito baixas
Eficiência carga e da tensão de entrada;
(µA).
Alta se VIN-VOUT é pequeno.
Alto, para uma carga
Baixo, praticamente há aquecimento para
Aquecimento considerável e/ou a diferença
níveis de potência abaixo de 10W.
VIN-VOUT grande.
32
Atualmente encontram-se vários dispositivos que podem ser usados
como chave, são eles: Transistor Bipolar de junção, Transistor de efeito de
campo, IGBT (Insulated gate bipolar transistor), SCR (Silicon controlled
rectifier), GTO (Gate turn-off thyristor), TRIAC, MCT (Mosfet controlled
thyristor)(RASHID, 2007).
O ciclo ativo então pode ser obtido pelo tempo, em relação ao período,
que a onda permanece ativa (alta). Por exemplo, se em um sinal a onda
permanece alta 30% do período, dizemos que o ciclo ativo, D, é de 0,3 ou 30%.
O tempo em que a onda fica alta pode ser calculado pela relação ݐ = ܶܦ.
33
4.2.3. Tipos de conversores
Tabela 7: Algumas topologias de conversores CC-CC no modo contínuo (ver seção 4.2)
Função de
Transferência
Nome Topologia estática Aplicações
34
Flyback ܸ௨௧ ܦ
(Abaixador- = Acionamento de LEDs
ܸ ݊(1 − )ܦ
Elevador)
35
Tabela 8: Lista de indutâncias limites
Buck (1 − ܴ)ܦ
ܮ =
(Abaixador) 2݂
Buck-Boost (1 − )ܦଶ ܴ
ܮ =
(Abaixador-Elevador) 2݂
Flyback ݊ଶ (1 − )ܦଶ ܴ
ܮ =
(Abaixador-Elevador) 2݂
36
4.3. Projeto do conversor Flyback
37
Figura 41: Comparação entre corrente e densidade de fluxo
38
Figura 43: Representação da descarga do indutor
39
Na Figura 44 é mostrado o esboço do conversor proposto para o
acionamento do LED RGB (ânodo comum). Observe que é diferente de ter um
conversor único com várias saídas. Neste caso cada saída independe da outra.
Nesta figura, os diodos vermelho, verde e azul representam o LED RGB.
݊ଶ (1 − )ܦଶ ܴ
ܮ =
2݂
40
O valor de R é linear e pode ser determinado de acordo com as curvas
de V/I fornecidas pelo fabricante do LED (Figura 45). O valor da resistência
série equivalente é dado pelo inverso da inclinação da reta entre dois pontos,
neste caso considerou-se a curva como sendo bem próxima de uma reta
(WINDER, 2008).
41
deve-se rever o projeto alterando-se o valor da relação de espiras, freqüência
ou ciclo ativo.
As correntes no primário podem ser calculadas dividindo-se a corrente
no secundário pela relação de espiras, assim:
ܫଶ ௗ 0,7
ܫଵ ௗ = = = 0,0134 ܣ
݊ 52,35
ܸ 180
ܮ௨ = ݐ = 10ߤ = ݏ102,87݉ܪ
ܫଵ ௨ 0,0173
42
Figura 46: Representação do Ripple de tensão na saída
ܸܦ௨௧
ܥ =
ܸோ ܴ݂
43
componentes utilizados se encontram no ANEXO III e IV. O Cálculo mais
detalhado do indutor e do núcleo utilizado pode ser encontrado no ANEXO V.
4.3.1. Simulação
45
Pode-se estimar a eficiência deste conversor simulado, estimando a
potência de entrada e compará-la com a soma da potência dos LEDs. Na
Figura 50 é mostrado a forma de onda da corrente média total na entrada dos
conversores.
46
5. Resultados experimentais
47
Neste circuito a corrente média nos LEDs é proporcional à razão cíclica
do sinal de tensão aplicada na base de cada transistor. A topologia utilizada é
funcional. Entretanto polarização do transistor só estaria correta para uma
tensão fixa. Neste experimento utilizou-se uma bateria de chumbo-ácido de 6V.
Para uma melhor eficiência uma fonte de tensão com tensões mais
próximas das tensões diretas dos LEDs seria mais adequada. Entretanto esse
nível de tensão não é encontrado em baterias comerciais. Deste modo, utilizou-
se a bateria disponível em laboratório que apresentava tensão mais próxima da
desejada.
Este sistema simplificado de acionamento possibilitou o desenvolvimento
dos algoritmos que seriam utilizados para controlar os três pulsos PWM
aplicados às chaves. Pois estes poderiam ser utilizados em qualquer sistema
de acionamento.
48
Entretanto possui apenas uma saída PWM. No entanto, é necessário três
saídas PWM para o controle individual das cores.
Foi desenvolvido um algoritmo que gera os pulsos PWM em saídas
comuns do microcontrolador. Na Figura 52 é mostrado um diagrama do
primeiro protótipo montado.
49
Figura 53: Diagrama do sistema com três sub controladores
50
Na Figura 55 é mostrado o diagrama de como é feita a ligação entre a
porta serial e o microcontrolador proposta pelo fabricante e implementada.
51
Na tela principal existem três controles onde o usuário pode mudar o
valor de cada cor independentemente. Ainda há uma paleta para mudança
rápida das cores.
Também foi adicionado ao programa um botão que cria misturas
aleatórias de cor e outro botão que faz uma animação nas cores. No software,
à medida que se altera o valor dos “sliders” um pequeno quadrado simula cada
cor e um quadrado maior simula a mistura das três. A cor mostrada neste
quadrado deve ser a cor que teoricamente deveria ser obtida no LED.
Para controlar a porta serial do computador no Delphi é possível utilizar
componentes gratuitos encontrados na internet. O mais indicado é o
componente TComPORT criado por Dejan Crnila. O algoritmo foi desenvolvido
em C no compilador MikroC® da Mikroeletronica®. O algoritmo completo pode
ser visto no ANEXO VI.
O software envia as informações para o microcontrolador através de
uma palavra de comando (string). Esta palavra possui alguns caracteres que
identificam cada parte do comando. A Tabela 9 mostra como é formada esta
string.
Tabela 9: String de comando
52
pulsos independentes via software, utilizando temporizadores nativos do
microcontrolador.
Um temporizador ou timer pode ser configurado para gerar uma
interrupção em um período definido. A cada interrupção é feita a atualização
dos tempos ݐ e ݐ de cada saída. Paralelamente ao timer, o processamento
principal recebe e trata a string coletando os valores correspondentes a cada
cor, fazendo a conversão paro o ciclo ativo desejado. Na figura 57 é mostrado
um fluxograma de como funciona o algoritmo.
53
Ao gerar a interrupção, são executadas algumas instruções de controle
(if, else) que atrasam ainda mais o processamento. Vários parâmetros foram
testados, chegou-se a uma freqüência de aproximadamente 80Hz para cada
saída gerada sem que houvesse falha no processamento.
Esta freqüência está bem abaixo do que se pode gerar utilizando as
saídas PWM embutidas dos microcontroladores, porém ainda está acima da
freqüência necessária para atender à persistência visual. Em outras palavras,
não é possível perceber que o LED pisca. O sistema de mistura de cor funciona
perfeitamente para a topologia descrita na Figura 51. Entretanto para a fonte
chaveada (flyback) a freqüência dos pulsos gerados pelo software não será
suficiente, o que torna evidente a necessidade da utilização de saídas PWM.
5.4. Ensaios
54
Para fazer o teste de mistura das cores com este módulo foram
utilizados de LEDs RGB alto brilho, eles possuem menor custo e tem grande
variedade de formatos. Na Figura 59 é mostrado o formato do modelo utilizado.
O referido modelo, por ter seu cátodo comum entre as três cores,
impossibilita que eles possam ser ligados em série. Ligar alguns LEDs em série
é uma prática mais adequada. Somando as tensões diretas de vários LEDs
precisaríamos de um nível de tensão mais alto para acioná-los economizando
na transformação entre níveis CC.
O módulo RGB com leds de alto brilho é composto de uma seqüência de
dez LEDs em paralelo conforme Figura 60. A mistura de cores é prejudicada
pela forma construtiva do led, pois os feixes de luz possuem baixo ângulo de
abertura e não são alinhados. Neste caso a mistura só ocorre em um ponto
onde as cores se interceptam. Este efeito é demonstrado na Figura 61.
55
No entanto, este procedimento afetará diretamente o fluxo luminoso
emitido. Na Figura 63 é mostrado o efeito desejado ao utilizar uma capa de
acrílico leitoso como acabamento para o conjunto.
Figura 63: Acabamento mostrando o azul Figura 64: Acabamento mostrando o verde
56
Figura 65: Segundo protótipo
57
O modelo utilizado nos testes possui potência mais alta. Cada cor possui
3W de potência e um excelente fluxo luminoso. Estes LEDs ainda possuem
custo elevado, mas oferecem grandes vantagens em relação ao anterior.
Devido à sua forma construtiva a mistura das cores é bem mais
homogênea, o que torna desnecessário outros meios de melhorar a mistura.
Os modelos de potência maior (acima de 1W) necessitam de dissipar o
calor interno para que a temperatura influencie menos na cromaticidade,
eficiência e na vida útil do LED (SÁ JR., ANTUNES e PERIN, 2007).
Alguns fabricantes já fornecem o dissipador. Entretanto, para o LED
utilizado, foi confeccionado um dissipador no próprio cobre da placa de circuito
impresso. Não foram realizados estudos sobre a influência desse dissipador
sobre a as características do LED. Na Figura 67 é apresentado o desenho
esquemático do modelo em questão. Na Figura 68 é mostrado uma foto do
LED montado sobre o dissipador confeccionado na placa de circuito impresso.
58
Figura 68: LED com Dissipador
59
Na Figura 70 são mostradas as três cores básicas, confirmando a
capacidade do LED de reproduzir as cores básicas e também a mistura entre
elas.
60
combinações de cores apenas para efeito de comparação conforme mostrado
nas figuras 72, 73, 74 e 75.
61
6. Conclusões
O presente trabalho contribuiu com os estudos sobre a utilização de
fontes chaveadas no acionamento de LEDs e aproveitar conceitos de
colorimetria para demonstrar um sistema prático e economicamente viável para
controlar a intensidade e a cor de um ambiente.
Acredita-se que este sistema é mais eficiente que sistemas similares
baseados em lâmpadas incandescentes.
Foram constatadas algumas dificuldades com utilização de LEDs com
catodo comum, assim como os de anodo comum. Isto impossibilita que se
possa ligá-los em série melhorando a eficiência do sistema. Além disto, a
configuração em paralelo exige cuidado pois a queima de um dos LEDs poderá
danificar todo o conjunto.
Para uma melhor proximidade com a realidade um projeto de fonte
chaveada mais criterioso deve considerar parâmetros como resistência do
enrolamento, queda de tensão nas chaves e perdas no núcleo.
Não foi possível fazer a análise econômica para a estrutura do sistema.
Entretanto, um dispositivo mais moderno estaria mais apto a receber
atualizações e melhorias, e possivelmente estarão em linha de produção do
fabricante por mais tempo.
Os resultados obtidos, principalmente, na obtenção de diferentes cores
foram muito satisfatórios. Sendo que utilizar um número maior de LEDs em
série aumenta a eficiência do sistema, pois a potência dissipada no resistor que
limita a corrente será insignificante se comparada a potência total dos LEDs.
62
7. Bibliografia
AMBER, R. Cromoterapia. 16ª Edição. ed. São Paulo: Cultrix, 1983.
63
WIKIPEDIA. Escultura. Wikipedia. Disponivel em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Escultura>. Acesso em: 21 dez. 2009.
64