Você está na página 1de 313

Encontrando o Mestre Ideal

Sparrow Beckett

Livros InterMix, New York


ENCONTRANDO O MESTRE IDEAL

Um livro InterMix / publicado por acordo com o autor

Copyright © 2015 por Sparrow Beckett. Trecho de Jogando duro para dominar
copyright © 2015 por Sparrow Beckett.

O Penguin suporta direitos autorais. Os direitos autorais estimulam a criatividade,


incentivam diversas vozes, promovem a liberdade de expressão e criam uma cultura
vibrante. Obrigado por comprar uma edição autorizada deste livro e por cumprir as leis
de direitos autorais por não reproduzir, digitalizar ou distribuir qualquer parte dele de
qualquer forma sem permissão. Você apoia escritores e permite que o Penguin continue
a publicar livros para todos os leitores.

INTERMIX e o design “IM” são marcas comerciais da Penguin Random House


LLC.

Para mais informações sobre o Grupo Penguin, visite penguin.com.

ISBN do e-livro: 978-0-698-19852-4 HISTÓRICO DE PUBLICAÇÃO InterMix


edição e-book / julho de 2015

Esta é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produto
da imaginação do autor ou são usados de maneira fictícia, e qualquer semelhança com
pessoas reais, vivas ou mortas, estabelecimentos comerciais, eventos ou localidades é
inteiramente coincidência.

A Penguin Random House está comprometida em publicar trabalhos de qualidade


e integridade. Nesse espírito, temos orgulho de oferecer este livro aos nossos leitores;
no entanto, a história, as experiências e as palavras são apenas do autor.

Para as sobrancelhas de Jason Momoa.


Capítulo 1
_ Ei, aquele cara é fofo, me pergunto se ele me deixaria pagar um boquete a ele.

Kate arqueia uma sobrancelha para sua amiga

_ Eu acho que sua coleira está muito apertada, aquele é seu marido

_ Eu sei- Janine suspira sonhadoramente. Te contei o que ele fez comigo ontem à noite?

As bochechas de Kate se aquecem.Eles não davam muita informação sobre os


momentos que passavam juntos, mas ultimamente Janine tem ficado mais detalhista.
Ela supôs que eles fizeram um show de exibicionismo que o marido de Janine nunca a
deixou explorar.

_ Arg - Janine gunhe, levantando-se do sofá no qual estava preguiçosamente.

_ Alguém derramou vinho tinto no tapete, volto logo. - Caminhando para o fundo da sala
ela diz :

_ Pareça feliz e acessível!

Kate rola os olhos, foi exatamente isso que ela fez nas últimas horas. Mas ela
teme que sua cara “feliz e acessível” pareça muito mais com “solteira e desesperada”.
Com um suspiro desencorajado, ela escaneia a sala atentando-se nas fantasias
de Halloween. Heavy metal tocando ao fundo, aumentando a aparência realista da
decoração.Sua melhor amiga, Janine, se dedicou bastante tentando imitar o mistério
sombrio do clube de BDSM do qual ela fazia parte. Kate havia estado lá uma vez, só por
curiosidade, para uma demonstração de bondage, mas agora isso é uma das suas
maiores fantasias sexuais
No canto da sala, um loiro musculoso chama a atenção de Kate. Ele usava uma
capa vermelha e carregava um enorme martelo. Seu cabelo comprido balançava em
reflexo aos movimentos de sua cabeça conforme a batida da música. Em pé próximo a
mesa de aperitivos se empanturrando de petiscos, um homem sem camisa, vestindo
calça camuflada e um colar de identificação militar. Apesar da sua voracidade com a
comida, sua pele negra, sua mandíbula forte dão a ele um sexy appeal. Outro homem
passa por ele se equilibrando em saltos altos, fantasiado de Dr. Frank-n-Furter de The
Rocky Horror Picture Show. Cross-dressing não é o tipo de coisa de Kate, mas ela admite
que ele estava bem fantasiado. O olhar dela varre o homem da cabeça aos pés, e ela
sente uma pontada de inveja ao notar que as pernas dele são mais definidas e parecem
melhores do que as dela. Depois uma observação mais a fundo, ela percebe uma
corrente em volta do pescoço dele. Um sutil sinal de um Master ou uma Mistress?
Quantos dos frequentadores eram Domes? E quais eram? Desde sua primeira
vez explorando o mundo do BDSM, aprendeu que a não julgar alguém baseado nas
aparências. Thor parecia do tipo que toma o controle na cama - Forte, confiante, cem por
cento macho. Ou talvez fosse a líbido dela falando. Ela viu alguns belos valentões ficando
de joelhos aos pés das pessoas certas.
Esse seria o caso dela também. Por outro lado, ela não era uma sem noção, ou
do tipo não-dou-a-mínima-para-ninguém. Mas de certo modo ela sabia que a pessoa
certa poderia fazê-la derreter. Ela só tinha que achar essa pessoa.
Janine supostamente deveria ser quem sinalizaria a ela, aqueles que poderiam
ser potenciais pretendentes, mas sendo a host da festa, ficava difícil bancar o cupido.
Entretanto alguns caras a sondaram, recebeu alguns flertes alcoolizados, e ela se livrou
de todos eles.
Resmungando de frustração, ela senta no sofá e volta seus olhos para a comida
na mesa. Seus estômago anuncia que é hora de alimentá-lo, ela não comeu o dia inteiro
para parecer melhor no corset que tinha pego emprestado.
Pessimismo não faria ela conseguir seu Dom, e ela odiava ter pena de si mesma,
então se entupir de comida e ficar emburrada não era uma opção. Ela só tinha que confiar
em Janine bancando cupido.
Finalmente, ela vê sua amiga do outro lado da sala, falando algo no ouvido de um
Jack Sparrow e gesticulou na direção de Kate. “Merda” pensou Kate sentindo a pressão
e o nervosismo chegarem. Janine em meio a toda a atribulação de host ainda teve o
trabalho de arrumar alguém para ela, então pra Kate o mínimo que ela deveria fazer é
pegar o número de telefone dele, para fazer valer o esforço de Janine por ela.
Kate sem muita vergonha analisa o possível pretendente, seu cavanhaque escuro
concede a ele um ar maliciosamente sexy, mesmo que seja um cavanhaque falso, seus
olhos escuros e perversos encontram os dela e então se estreitam. Sim, por favor, estou
dentro, pensou Kate.
Após um aceno e um sorriso para Janine, ele caminhou em direção a Kate. Droga!
Ela agarrou o assento do sofá com medo. Um pirata sexy vem em sua direção e até o
andar dele é sensual. Ajeitando sua postura, ela dá a si mesma um incentivo. Acalme-
se, seja legal e confiante, assim como é com seus clientes. Ele para em frente a ela.
Engolindo seco, ela olha para cima,

_ Hi.

_ Kate?
Até o jeito que ele fala o nome dela, a deixa trêmula.

_ Sim.
Ele abre um enorme sorriso revelando dentes tortos. De perto ele não parece tão
bonito quanto Kate achava que fosse, -foi a fantasia que deu a ele todo o sexy appeal-
Mas ela não era exatamente uma super modelo, então não esperava isso em um cara.

_ Janine me disse para me apresentar para a linda gatinha no sofá. Esta deve ser você.
_ Eu me chamo…

_Jack? - Ele dá uma risada.

_ Não, Vince.

Apelido para Vincent? Até o nome dele era sexy.

_ Prazer em conhecê-lo- Ela disse apressando em ceder um espaço no sofá para que
ele pudesse se sentar, assim que ele agradece se sentando, um sopro do cheiro de sua
colônia atinge em cheio o olfato de Kate, ela quase engasga com o excesso do odor.
Alguém tem que dizer para ele não tomar banho de perfume.

_ Você quer beber algo? - Ele pergunta

_ O Rum acabou?

Ele se inclina para trás deixando escapar uma risada alta.

_ Você é engraçada, gosto disso, Janine disse que você está procurando por um Dom.

As bochechas dela coraram. Quando ele fala desse jeito parece que ela é uma
pobre perdedora. Precisar de alguém para bancar o cupido e arranjar pretendentes,
certamente faz com que ela não se sinta bonita. Mas é culpa dela ser exigente? Ou ter
fantasias incomuns que deixam os caras baunilhas fora da competição?
Sem saber o que dizer, ela dá de ombros e olha em outra direção. Isso é mais
embaraçoso do que ela pensou que fosse. Eles não poderiam apenas fazer uma lista e
checar as informações? A moda antiga, estilo casamento arranjado?
Inabalado ele continua.
_ Que tipo de coisas você curte?
Tirando o fato de que atualmente achar um parceiro era o maior problema, ela
não fazia ideia do que gostava. Dominação parecia bom mas era aterrorizante.
Procurando em redes sociais por parceiros praticantes de BSDM deixou ela ainda mais
confusa e um pouco assustada também. Ela nem conseguia contar o número de pênis
de seus admiradores que apareceram em suas caixas de mensagens sem ela pedir
desde que entrou nesses sites. Talvez ela devesse considerá-los elogios.
Mas ali era um Dom real sentado perto dela. Aquela era sua chance de conseguir
o que queria. Quer dizer, quando ela souber o que realmente quer.

_Eu não tenho certeza. - Ela respondeu

_Tenho zero experiência. - completa

Exceto por uma noite em fora em uma boate sendo um pouco voyeur com Chris
e Janine, ela não tinha tido nenhuma experiência até então. O casal de amigos foram
seu principal contato com o universo BDSM.
No entanto, ela não os viu em ação de fato. As dinâmicas não tinham que ser
óbvias para serem efetivas. Chris tem um excelente olhar de Dom. Uma arqueada de
sobrancelha faz Janine calar sua boca atrevida. Quando ele movimenta um dedo, ela
anda, como um imã na sua direção, Ele dá tapas na bunda dela quando ela o provoca,
e cada tapa fazer ela o provocar ainda mais.
Embora todo feminismo que corre nas suas veias diz a ela que é traição querer
ser submissa de um homem, Kate quer experimentar isso. Experimentar é a palavra-
chave. Além disso Kate e Janine já haviam conversado sobre isso detalhadamente - Não
é parte do feminismo estar em contato com sua própria sexualidade e ser incontrita sobre
o que se deseja? Ela tem grandes dúvidas se seria capaz de se submeter a alguém, mas
ao mesmo tempo, isso frequentemente povoa suas fantasias, que não experimentar seria
estúpido, mesmo quando fantasia e realidade raramente se encontram. Ela fez perfil em
dois sites mas não tinha muita informação, além de abrir os olhos dela para alguns
fetiches que a chocaram. Tanto que ela fez disso uma piada entre ela e Janine. Sempre
há algo mais estranho no mundo do BDSM. Elas costumam dizer isso quando se
deparam com qualquer coisa fora do normal.
Vincent - ela optou pela versão mais sexy do nome dele - inclinou-se no sofá
atraindo novamente a atenção dela para si.
_ Todo mundo tem que começar por algum lugar. Talvez possamos descobrir juntos.
Que tipos de coisas você tem interesse? Dor? Ser mandada? Ser compartilhada?

Compartilhada? Ela faz uma careta. Ele espera que ela responda isso?
Geralmente ela não é do tipo que fica vermelha, mas agora seu rosto está vermelho igual
a um tomate maduro. Falar sobre interesses foi tão pessoal e tão rápido. Ela ri
nervosamente.
_ Eu não acho que este seja um bom ponto de partida.

_ Bem, algumas coisas eu posso adivinhar, se isso for mais fácil para você. Você está
procurando um Dom, então você deve ser submissa.

Ela o encara. Esse tipo de presunção é típica dos Domes? Aparentemente bate-
papo não é o forte dele. Mas como responder a pergunta dele? A ideia de alguém lhe
infligindo dor - pequenas quantidades - era uma das suas maiores fantasias. E
reconhecidamente, algumas das fotos que ela pesquisou sobre - mulheres em coleiras,
ajoelhadas aos pés de um homem, mãos amarradas - são extremamente excitantes. Ela
gostaria de experimentar receber palmadas ao menos uma vez. Talvez bondage
(servidão), mas ela precisaria de controle total, sem palavra de segurança, ela queria a
direção todo o momento. Isso não fica bem para uma submissa, ela sabia disso.
Janine às vezes provoca ela chamando-a de submissa farsante, uma malcriada
que ninguém vai controlar. Ela ridiculariza e finge estar ofendida com a ideia. Na verdade
era fascinante. Ela já havia visto Janine desafiar Chris, viu que era um pouco parecida
com sua amiga. O que alguém como Chris faria com alguèm como Kate?
Poderia alguém fazê-la ansiar pos submissão? Ela tinha visto a expressão feliz de
Janine quando ela estava ajoelhada aos pés de Chris. Ela sonhava que alguém pudesse
fazer ela se sentir do mesmo jeito. Ter essa profunda conexão e sincronismo parecia ser
impossível, mas em algum lugar dentro de si, ela pensa que seria capaz disso. Ao admitir
para si mesma, fez ela se sentir como se tivesse mandado um recado para o universo.
Infelizmente o universo espera que ela faça alguma coisa por conta própria.

_ Eu não acho que eu seja submissa. - Ela responde após uma longa e embaraçosa
pausa. Por que ela disse isso? Talvez porque parecer muito ansiosa não seja muito
atraente? Então novamente, a resposta dela, revelaria um pouco mais sobre ele.

_ Não? - A linguagem corporal de Vincent muda. Ao invés de jogado, relaxado, ele


arqueia a postura, endireita os ombros e ele vira na direção dela como se ele apenas
tivesse encarado isso como um delicioso desafio.
_Eu sou muito bom em domar garotas malcriadas.

Ai cara.
Alguns dos Domes que ela encontrou online tinham problemas com o ego grande.
Ela não queria um egocêntrico lhe dando açoitadas com ou sem palavra de segurança.
Algo sobre esse cara faz ela querer pisar no freio. Era pedir muito um cara legal, humilde
que goste de dar palmadas em garotas desobedientes de vez em quando? Ao menos
para começar. Talvez as expectativas dela fossem altas demais. Ler romances eróticos
causavam isso a uma pessoa.

_ Eu não sou uma malcriada e eu não sou uma coisa dócil e inocente. - Ela o adverte.

_ Ainda melhor - diz ele com um sorriso pecaminoso.

_ Vamos para minha casa. Eu tenho algumas coisas que podemos experimentar.

Para a casa dele? Eles tinham acabado de se conhecer.

_Eu acho que não.

_ Por que não? Eu sou amigo do Chris, você pode confiar em mim.

Em regra ela nunca confia em alguém que diz “pode confiar em mim”. Não importa
se ele tem referência ou não.

_ É muito cedo. Não me sinto confortável com isso.

_ Eu pensei que você quisesse um Dom.Tem um sentado bem aqui. - Ele gesticula
apontando para si mesmo. Quem faria isso como se fosse o cara mais gostoso do
mundo? Ela dá o seu melhor para não olhar em volta procurando o programa de
pegadinha que estaria pregando essa peça nela.

_Essa pode ser sua única chance. Você não quer saber quais são os seus mais
profundos desejos? Você não esteve fansatiando sobre isso há bastante tempo?

Bem, sim, mas com ele? Suas falas fedem tanto quanto sua colônia. Ela estava
louca em achar que estava indo rápido demais? Talvez essa velocidade fosse normal
nesse mundo. Chris e Janine não a levariam a mal, certo?
Ele levanta, sua fantasia chacoalhando, então ele estendeu a mão.
_ Venha, eu moro na esquina. Vamos ver se conseguimos fazer algumas das suas
fantasias realidade.

Sério? Ele apenas disse isso? Fazer minhas fantasias virarem realidades? Parece
uma fala brega de um pornô ruim.
Ele suspira em frustração, e então fala:
_ Minha paciência está acabando, garota.
Um alarme de alerta toca na cabeça dela. Domes são autoritários, mas esse cara
não a conhecia o bastante para ter esse direito. Então foda-se esse homem, mesmo se
ele fosse o pirata mais gostoso que ela já viu.

_ Não, não estou interessada.

Ele rosnou, mas ela já lidou com caras piores em seu trabalho. Precisaria de muito
para intimidá-la

_Eu pensei que era isso que você queria. Qual é o seu problema?

_ Obviamente é você. - Alguém disse atrás dela.

Ela vira a cabeça na direção da voz. Uma torre de homem de músculos esculpidos
apareceu. Com cabelos escuros e braços tatuados, ele tem a impressão de uma ameaça
silenciosa. Ele olhou na direção do pirata
Kate ficou sentada atordoada. De onde ele tinha saído? Não há a menor chance
dela não ter o notado mais cedo, então ele deve ter acabado de chegar. Ele não havia
olhado na direção dela, talvez isso fosse algo que ela pudesse consertar. Mesmo se ele
não estivesse envolvido no mundo BDSM, ela estava disposta a se jogar debaixo
daquele homem.

_Por que você não cuida da sua vida? - Se Vince achava que poderia dar ordens a esse
homem, ele estava terrivelmente enganado.

O homem misterioso deu um passo em direção a Vince, seu corpo relaxado, mas
pronto para problemas.
Oh-oh. Isso se tornou uma disputa de Domes? Ela estava começando a sentir
como se ela foi transportada para uma filme medieval, e ela era a donzela pela qual os
dois cavaleiros estavam duelando. Talvez ela pudesse fugir quando nenhum dos dois
estivesse olhando.
Finalmente, Vince deu de ombros
_ Fique com ela então, de qualquer jeito ela não é pra mim mesmo.

Quando ele se foi ela soltou um suspiro de alívio. Seu campeão bufou, então virou-
se para olhá-la. Seus olhos castanhos travaram nos dela. Parecia que alguém tinha a
amarrado no lugar. Esse homem faria ela querer implorar para que ele a comesse viva
Então, o intenso ar de comando parecia ter ido embora, e com ele foi desejo dela
de querer se esfregar contra ele como uma gata no cio. Como qualquer outro cara
normal, ele apontou para o assento ao lado dela.
_ Posso?

Ela deslizou para o outro lado do sofá, assentindo.

_ Espero que esteja tudo bem

Ele deu um pequeno sorriso de desculpas.

_ Tenho certeza de que você poderia ter lidado com isso sozinha, mas Vince me irrita.
Pressionar as pessoas não é certo. Ele dá má fama à minha espécie.

O tipo dele? Homens? Ou ele também era um Dom?

_ Ninguém deve esperar que você aceite na primeira vez que os conhecerem. - Ele sorriu
sobriamente.

_ Ou até mesmo na segunda ou terceira vez. É sua decisão quando for a hora certa ou
se você está interessada

Ela assentiu.

_ Essa coisa toda está começando a parecer um sonho impossível. Entre os


egomaníacos online e o pirata insistente, estou começando a me arrepender disso.

Ele franze a testa.

_ Arrepender do que?

_ Tudo isso, entrar nesse mundo, essa festa.

_ Por que a festa?

Ele não sabia? Ela estudou o rosto dele. Parecia confuso, mas honesto. Talvez
ele não fosse um Dom. Ou talvez Janine não gostasse dele. Ela olhou ao redor da sala,
depois encontrou o olhar de sua amiga. Os olhos de Janine arregalaram quando ela ficou
congelada, observando-os. O que diabos isso significa?
Kate levantou as sobrancelhas em questão. A amiga encolheu os ombros e depois
acenou com a cabeça em aprovação, os cabelos castanhos encaracolados balançando
com o gesto. Bem, não era exatamente uma recomendação brilhante, mas serviria. Ela
teria que falar sobre isso mais tarde, depois de a estrangular por enviar Vince, o pirata,
para saquear seu espólio.
O cavaleiro educado e lindo, de armadura brilhante, esperava por uma resposta.
Ao contrário de Vince, ele não tinha cheiro insuportavelmente forte de perfume. Ele
cheirava limpo, natural, como se tivesse acabado de sair do chuveiro, não se banhou de
perfume para esconder alguma coisa. O único problema era que sua vibração de Dom
havia evaporado.
Ela deveria contar a verdade sobre a festa? Era quase embaraçoso agora.

_ Hum. Janine e Chris deram essa festa para me ajudar a encontrar um Dom. - Ela
pensou que Janine havia convidado apenas outros praticantes de BDSM, mas talvez ela
estivesse errada. Havia muita gente lá. Certamente eles não eram todos do clube que
costumavam frequentar.
Ele não disse nada por um minuto, e ela entrou em pânico. Merda, talvez ele fosse
baunilha.

_ Você sabe o que é um Dom?

Rindo, ele assentiu.

_Sim, eu sei o que é um Dom. Só não sabia que era uma espécie de evento
casamenteiro.

_ Bem, também é uma festa de Halloween. - Ela abaixou a cabeça, sentindo-se boba.

_ Não é tudo sobre mim - Um jeito de causar uma primeira impressão.

Um silêncio constrangedor encheu o espaço entre eles. E agora? Ela não estava
com vontade de passar por isso novamente. Talvez toda essa ideia fosse estúpida.
Quem já ouviu falar de uma festa para combinação amorosa BDSM, afinal? Janine
insistiu nisso depois que Kate foi proposta por rastejadores muitas vezes, e aqui isso
aconteceu novamente.Mas encontrar um parceiro não era como jogar um jogo de
namoro na TV. Era mais complicado que isso, e foi por isso que ela ficou desesperada o
suficiente para concordar com isso em primeiro lugar.
Ela suspirou e pensou em maneiras de sair dali e ir para casa. Enrolada no sofá
com seu cachorra e um bom livro estava começando a parecer bem-vindo. E ela mal
podia esperar para tirar o espartilho. Ela provavelmente tinha o entalhe dele nas costelas.

Ele finalmente quebrou a tensão.


_ Posso te pegar uma bebida?

Ela encolheu os ombros.

_ Por favor? Você parece um pouco pálido.

Um pouco de espaço poderia ajudar a clarear a cabeça e ela estava com sede.

_ Claro.

_ Água? Refrigerante? Suco?

Ela notou que ele não perguntou se ela queria álcool.

_ Refrigerante está ótimo, obrigada.

_ Ok.

Ele se levantou, fazendo-a esticar o pescoço para ver seu rosto. Deus, ele era
alto. Era difícil encontrar homens decentes mais altos que ela. No colegial, a treinadora
de vôlei vira seu corpo de um metro e oitenta e cinco andando pelos corredores e
implorara para que ela tentasse o time. Acabou que ela era muito boa. A única razão
pela qual ela estudou em uma universidade decente foi por causa de uma bolsa de vôlei.
Ser alta era bom para o esporte, mas ela havia superado os meninos de sua classe no
ensino médio. Ela nunca perdeu o impulso de perseguir qualquer cara que fosse mais
alto que ela. Agora não era diferente. Este possível Dom estava começando a atraí-la.
Era possível que ela pudesse treiná-lo para lhe dar o que queria. Ela ouviu falar de outras
pessoas fazendo isso com seus parceiros baunilha. Por alguém tão quente quanto ele,
valia a pena tentar.

_ Volto logo.

Ela o viu se afastar, seu olhar deslizando para a bunda dele. Porra, ele tinha uma
bela bunda. Nos seus vinte e poucos anos, um cara que fosse gostoso e verbal seria
incentivo suficiente para se interessar.
Agora, aos 27 anos, seus padrões eram mais altos. Ainda assim, educado e
possivelmente excêntrico poderia ganhar um encontro para ele. Ela estava se
adiantando? Ele ainda não tinha pedido a ela.
Para onde esse lado dominador dele foi? O Dr. Jekyll era bom, mas o Sr. Hyde
era muito mais interessante.
Janine apareceu ao seu lado.

_ Fuja!

Ela fez um gesto para Kate descer do sofá e apertou entre Kate e o braço.

_ O que você está fazendo conversando com ele?

O aborrecimento aumentou.

_ Por que você me enviou esse pirata? Ele era um idiota!

Ela se encolheu.

_ Desculpe. Acho que não o conhecia tão bem quanto pensava. Vou ter que dizer que
ele é um pouco agressivo. Eu estava prestes a aparecer, mas seu novo herói me venceu.

Kate fez uma careta para ela.

_ Eu não deixaria você sair com ele. - Ela disse, rolando os olhos

_ De qualquer forma, o outro cara que está pegando uma bebida para você? Fique longe
dele também.

_ Que?

Mas ele era alto! E gostoso! E ele se apressou em defesa dela. Seu coração
afundou.

_ Não, não. - Ela balançou a mão.

Irritada, ela retrucou

_ Então, qual é o meu tipo?

_ Não ele, confie em mim.

O que isso significava? Janine deveria ter saber que não se diz nada assim para
ela. Isso só a deixou mais curiosa. Ela adora um desafio.
_ Por que não?

Ela hesitando responde.

_ Eu apenas acho que ele é. . . demais para você.

Quando ela estava prestes a protestar, Chris apareceu atrás de Janine. Com uma
mão proprietária na parte de trás do pescoço dela, ele se inclinou e disse:

_ Você está causando problemas por aqui, minha garota?

Os cílios de sua amiga tremeram.

_ Claro que não, senhor.

Ele riu sombriamente.

_ Eu conheço esse olhar. O que você está dizendo à pobre Kate?

Ela assistiu, paralisada, enquanto ele passava o dedo na coleira de Janine, como
se a lembrasse de seu lugar com ele, de sua propriedade. Janine estremeceu.
Kate ficou quieta, esperando que não os assustasse. Observá-los quando
estavam assim parecia pervertido, mas a dinâmica deles era tão sexy e romântica que
ela nunca conseguia desviar o olhar.
Depois de uma respiração audível, Janine olhou para seu Dom.

_ Estou dizendo a ela para ficar longe dele. - Ela balançou a cabeça em direção ao
homem pegando uma bebida para ela.
Chris olhou de soslaio para a luz fraca e depois o reconhecimento bateu. Ele sorriu
e depois apertou Janine.

_ Vamos, amor. Kate é uma menina crescida. Ela descobrirá as coisas.

A boca de Janine se abriu.

_ Mas…

_ Agora. - Ele estalou os dedos e a boca dela se fechou. Cabeça baixa, ela se levantou
e deixou Chris puxá-la para longe.
Kate sabia que não devia interromper a dinâmica de Janine com Chris, mesmo
que ela quisesse grelhar sua amiga. A alguns metros de distância, Janine parou e se
virou para olhá-la. Boa sorte, ela murmurou.
Boa sorte? Ela desejou ser mais autoritária para poder exigir respostas de Chris,
mas o homem poderia superar Dom James Bond.
Seus pensamentos foram interrompidos por uma sombra pairando sobre ela,
segurando um copo vermelho

_ Espero que goste de Pepsi. Foi tudo o que restou.


Ela pegou a bebida, sorrindo levemente.

_ Está bem. Obrigada. - Chris e Janine não pareciam preocupados que ele drogasse a
bebida dela pelo menos.

Ele se recostou em seu lugar no sofá, mas Janine a afastou da borda, e agora
suas coxas se tocavam. Ela tentou se afastar educadamente.

_ Então você está aqui para conhecer um Dom? - ele perguntou, ignorando sua tentativa
de fuga.

_ Sim. Pelo menos, acho que sim. - Ela olhou para as bolhas em seu copo.

_ Eu realmente não sei mais o que quero.

Silêncio novamente. Ela olhou para ele. Ele usava uma camiseta branca que se
encaixava confortavelmente em seu peito largo e jeans escuros. Bela tatuagem braços.
Deus, ele era enorme. Era uma coisa boa que ele não tivesse a vibe Dom ou ela teria
pavor dele. Com os cabelos lisos e as sobrancelhas grossas, ele quase parecia um galã
dos anos cinquenta. Tudo o que ele precisava era de uma corrente grossa em volta do
pescoço. E talvez uma jaqueta de couro.

Mmm. Couro.

Balançando a cabeça, ela perguntou:

_ O que você deveria ser, afinal?

Ele olhou para suas roupas e depois para ela. Um sorriso surgiria em seus lábios.

_ Esta é a minha fantasia de baunilha.


Ela riu.

_ Jeans e uma camiseta? Qual é o seu traje não baunilha? Couro? Malha? Fita adesiva?

Uma sobrancelha arqueada.

_ E eu que pensei que você não estava pronta para jogar ainda.

O sangue correu para suas bochechas.

_ E a sua fantasia?

Um pouco envergonhada, ela endireitou as orelhas de gato que jogara no último


minuto.

_ O espartilho não é meu.

Era muito apertado e rosa demais. Janine insistiu no entanto. Uma casamenteiro
e uma fada madrinha. Ela não teve sorte?
O olhar dele percorreu seus ombros nus, depois desceu até a cintura e voltou a
subir. Seu sorriso era pecaminoso, mas autêntico. Ela quase podia sentir os dedos dele
correndo sobre a pele exposta. Mas não era assustador, como outros homens, era
sensual e elogioso. E isso a fez se sentir tremendo por dentro.

_ Eu gosto. - ele murmurou.

Ela puxou o top, sentindo-se constrangida.

_ Na verdade, eu não sou do tipo que se veste assim.

_ Não? Bem, risque isso da sua lista de fetiche. - Seus olhos enrugaram nos cantos
enquanto ele sorria.

Ela quase revirou os olhos. Não outro insistente. Ela ainda não estava pronta para
conversar sobre esse assunto.

_ Relaxa - ele disse, rindo.


_ Estou te provocando. Não estou interessado em levá-la para casa para satisfazer seus
desejos mais profundos ou qualquer outra besteira que Vince tenha dito a você

Por um momento louco, ela ficou ofendida. Por que não ele quer levá-la para casa
e passe algumas cantadas bregas para levar ela para a cama? Ela não era bonita o
bastante?
.
_ Você é uma mulher linda, obviamente - ele disse

_ Mas duvido que você queira o que eu quero.

Isso atingiu em um nervo. Era o mesmo sentimento que Janine havia expressado.
Orgulhosamente, ela endireitou os ombros e olhou nos olhos dele. Como ele sabia o que
ela queria, afinal? Ele não a conhecia; ela mal se conhecia. Ela odiava quando as
pessoas faziam suposições - um resultado de trabalhar com as pessoas que ela tinha
como clientes.

_ E o que seria? - ela perguntou.

_ Uma escrava.
Ela sentiu o sangue escorrer de seu rosto. Janine tinha uma amiga que era
escrava. Ela não podia conversar, sentar ou olhar para as pessoas sem pedir permissão.
De jeito nenhum. Isso não era para ela.

Ele riu.

_ Foi o que eu pensei.

_ É meio difícil para mim. Quero dizer, nem sei se sou submissa ou o quê. - Ela deu de
ombros, um pouco decepcionada com a mudança dos acontecimentos.

_ Eu poderia até ser uma Dominatrix. Ainda não experimentei nada.

Saber o que ele estava fazendo o mudou de inofensivo para um pouco perigoso
em sua mente. Seu ar educado provavelmente era uma cortina de fumaça para como
ele realmente era. Visões dele se elevando sobre uma garota indefesa, chicote na mão,
surgiram em sua mente. Ela não queria ser a garota, mas compraria ingressos para
assistir.

_ Uma virgem nesse mundo. - Um sorriso malicioso apareceu.


_ Bem, se você falou sério sobre encontrar um parceiro de jogo, tome algumas
precauções.

_ Não se preocupe. Eu não pretendo me encontrar com nenhum cara de pau.

Ele sorriu.

_ Achei que fosse mais esperta do que isso. Mas o que eu quero dizer é que você
provavelmente poderia ter alguém para cuidar de você. Alguém que conhece pessoas
nesse estilo de vida e pode lhe dar recomendações pessoais. ”

_ Bem, era isso que Janine estava fazendo. Ou tentando de qualquer maneira. Não sei
como esse cara, Vince passou.

_ Você decide. Eu tenho mais contatos do que ela. Ela e Chris estão fora de cena desde
que se casaram, há dois anos.

Ela bufou.

_ Então você está oferecendo o quê? Dom-shop comigo? - Ela estava brincando e
esperava que ele risse e a afastasse.

Em vez disso, ele olhou nos olhos dela e disse:

_ Sim, estou.

Ele estava falando sério? Ela olhou para ele novamente. Ai sim. Ele era o tipo de
pessoa que nunca disse nada que não quis dizer. Definitivamente o tipo de estrela em
suas fantasias. Mas Vince a colocou na defesa.

_ Por quê? O que você ganha com isso?

Ele encolheu os ombros.

_ Pontos com Chris? O reconhecimento de que estou fazendo algo de bom no mundo?
Tédio? - Com uma risada sombria, ele acrescentou:

_ Eu sou sádico, então talvez protegê-la equilibre meu carma.


Tinha que haver um ponto lá em algum lugar. Ela continuou olhando, tentando ler
a resposta em seu rosto. O modo como a luz atingiu suas maçãs do rosto, mas
sombreava seus olhos, fazendo-os parecerem sinistros, era bastante perturbador. Ela
suspirou, perdida em sua aura perigosa.

_ Você não precisa responder agora. - ele assegurou.

_ Vou lhe dar meu número e você pode me informar depois de pensar sobre isso.
Pergunte ao Chris sobre mim também. Você sempre deve conferir as pessoas antes de
concordar com qualquer coisa. - Ele sorriu.

_ Como comprar de carros em segunda mão.

Rindo, ela tirou o telefone da bolsa.

_ Você está dizendo que é um vendedor de carros desprezível?

_ Apenas desprezível o suficiente para me tornar interessante. - O sorriso dele era


enigmático.

Por alguma razão insana, sementes de confiança começaram a enraizar-se. Um


homem que zombava de si mesmo tinha pelo menos alguma humildade. Ela começou a
digitar em seu telefone como um contato, depois parou e riu.

_ Acabei de perceber que nem sei o seu nome. - Estendendo a mão, ela disse:

_ Eu sou Kate

Sorrindo, ele a sacudiu, sua mão grande engolindo a dela, fazendo-a sentir-se
pequena e delicada. Ele se importaria se ela se arrastasse em seu colo e desfrutasse da
sensação por um tempo?

_ Prazer em conhecê-la, Kate. Eu sou banner.

As sobrancelhas dela se ergueram.

_ Banner? Esse é o seu primeiro nome?

_ Sim.
_ Qual é o seu sobrenome?

_ Jennings.

Banner Jennings. Por que isso tocou uma campainha? Ela deu a ele um olhar
interrogativo.

_ O você trabalha com o quê?

Um sorriso sardônico apareceu em seu rosto quando ele hesitou. Depois de um


momento, ele respondeu:

_ Eu administro um negócio de família. Você?

Trabalhos. Agora, havia um tópico seguro. Ela sentou-se à frente em seu assento.
Antes de responder, ela olhou em volta deles à procura de bisbilhoteiros. Falar de
trabalho na comunidade BDSM parecia estranho. Mas parecia que a maioria dos
participantes havia saído e os poucos retardatários estavam ocupados com outras
coisas.

_ Trabalho no centro de reabilitação do centro da cidade. Sou conselheira de abuso em


drogas. "

_ Sério? - o olhar dele cintilou sobre o rosto dela.

_ Você parece jovem para isso.

_ Eu me formei cedo. - ela levantou o queixo.

_ Você parece jovem para administrar um negócio.

_ Eu cresci cedo.

Eles fizeram um breve concurso de encarar, e então ela desviou o olhar, lutando
contra um sorriso. Gostoso. Pena que ele queria uma escrava. Que desperdício. Ainda
assim, ele poderia figurar em suas fantasias, em vez dos homens sem rosto que
geralmente estavam lá, então esta noite não foi um abate total. Os caras em suas
fantasias quase sempre usavam ternos. Talvez houvesse um fetiche por isso. Doms de
terno.
Ela riu de si mesma.
_ O que? - ele perguntou, estreitando os olhos para ela.

Deus, ele não perde nada.

_ Nada. Eu só estava pensando em algo engraçado.

_ Você vai compartilhar com o resto da turma? É justo.

Ela encolheu os ombros.

_ Doms de terno. Soa como um título de filme engraçado. Como Doms no Espaço

Ele riu por um momento e então seu olhar se aqueceu.

_ Doms de terno, hein? Isso te excita?


.
_ Não. - ela disse rápido demais.

_ Quero dizer . . . Isso não foi o que eu quis dizer.

Suas sobrancelhas se ergueram e seus lábios se apertaram com o que parecia


uma diversão reprimida. Então ele se inclinou.

_ Eu posso ajudá-la a descobrir qual é o seu estilo, se você for honesta comigo. Faço
isso há muito tempo. Eu sou muito bom em ler pessoas. E você não precisa se preocupar
que eu seja assustador. Você não faz meu tipo.

_ Caramba, valeu.

_ Mas eu posso ajudá-la a encontrar seu tipo. Podemos descobrir o que você quer, sem
ter que beijar alguns sapos primeiro ou entrar em uma situação perigosa.

Ela olhou para ele, lendo o olhar sério em seus olhos. Se Chris disse que Banner
tinha uma boa reputação, talvez não fosse uma má idéia. Não era difícil olhar ou sair com
ele. E se isso a impedisse de experimentar caras como Vince, e caras de pau, valeria a
pena. Pode até ser uma aventura. Uma aventura sombria e emocionante. Sua vida
sexual tinha ficado obsoleta anos atrás, e suas fantasias apenas a levaram tão longe. Já
era hora de algo novo.
_ Vou pensar sobre isso. - ela finalmente disse. E ela provavelmente pensaria nele
também, mais tarde naquela noite, enquanto usava as baterias de seu vibrador.

***

_ Você está empolgado com a sua alta? - Kate fechou a porta do escritório atrás dela
enquanto seguia Sean para o quarto. Como sempre, ele pegou o sofá e ela se sentou na
cadeira em frente a ele. Embora sua grande mesa dominasse a sala, ela se sentia menos
acessível, atrás dela, então ela a usava principalmente para a papelada. A última coisa
que ela queria era se sentir afastada de seus clientes.

_ Não. - ele admitiu com um suspiro.

_ Não? Geralmente, os pacientes em sua posição estariam praticamente escalando as


paredes agora.

A testa de Sean enrugou, envelhecendo-o. Ele não devia ter mais de trinta anos,
mas as drogas haviam afetado seu corpo. Dentes amarelos, cabelos finos, olhos
assombrados - ele parecia um viciado estereotipado.

A descarga foi agridoce. A esperança estava lá, ao longe, tentando brilhar. Mas a
realidade era uma filha da puta malvada. Apenas uma pequena fração de seus clientes
chegou ao mundo real. A maioria deles passou por aquelas portas uma, duas, três,
quatro vezes, tendo acabado de desintoxicar - embora repetir clientes fosse melhor que
funerais. Kate se importava com todos os clientes, os guiava, e a única coisa que
desejava a cada descarga era nunca mais vê-los. Isso, para ela, equivalia ao sucesso.

_ Eu estou assustado. - a voz de Sean tremeu.

Ela olhou para ele e sentiu apenas compaixão. Ele teria sido fácil desistir. No
primeiro mês de tratamento, foi um inferno. Volátil, não cooperativo, verbalmente
abusivo. O processo de recuperação de todos era diferente, mas ela reconheceria os
sinais de sua abstinência, mesmo que ele os exibisse de uma maneira muito. . maneira
agressiva. Ela esperou para ver quem ele era, sob o vício.
Kate Lambert não desistiu. Nunca. Claro, outra equipe sussurrou sobre casos sem
esperança, mas ela não acreditava nisso. Tornar-se cansada pelo trabalho era muito
comum, mas ela recusou-se a seguir esse caminho. Lentamente, ela ganhou a confiança
de Sean. Ela mostrou a ele que não estava desistindo dele e, por sua vez, ele não
desistiu de si mesmo.
_ Todo mundo tem algo pelo qual vale a pena lutar. - ela disse durante as sessões
anteriores juntos.

_ Um motivo para lutar por sua vida. Você só precisa encontrar o seu motivo

Nos meses seguintes, eles conversaram várias vezes por semana sobre o que
isso poderia ser. Muitas vezes eram filhos de um cliente. Ou um cônjuge. Às vezes, um
irmão ou até um animal de estimação. Mas Sean não tinha nada. Ele queimou todas as
pontes com a família há muito tempo.
Juntos, eles trabalharam para encontrar seu lugar no mundo, o que ele tinha de
valor. Ajudar Sean a resolver seus problemas foi o maior desafio de sua carreira até
agora, mas no final ela esperava que ele fosse bem-sucedido.
Ela observou o olhar dele derrapar no chão. Suas mãos tremiam em seu colo.

Depois de uma respiração profunda, ela disse:

_ A mudança pode ser assustadora. Mas você conseguiu isso. Elaboramos um


plano para obter ajuda quando você achar necessário. Você tem seu amigo Jim na
discagem rápida. Você tem meu número. Você está pronto. Você consegue fazer isso."

Ele sorriu levemente.

_ Você gosta de John Wayne?

_ Hum. Eu realmente nunca pensei muito nele.

_ Eu cresci assistindo seus filmes. - Sean ergueu o olhar e olhou para ela.

_ Ele disse uma vez: ‘Coragem está morrendo de medo. . . e seguindo de qualquer
maneira’.

Ela assentiu.

_ Isso é bom. Eu gosto disso.

_ O que você acha que isso significa? - ele inclinou a cabeça para o lado.

_ John Wayne era conhecido por ser destemido. Por que ele estava falando sobre estar
morrendo de medo?
_ Bem - ela se mexeu no sofá enquanto reunia seus pensamentos -

_ Acho que ele está dizendo que todo mundo sente medo de uma vez ou de outra. Mas
é o que você faz com isso que importa. Ele estrelou Westerns, certo?

Sean assentiu.

_ Então, mesmo que você esteja com medo, fique na cela de qualquer maneira e faça o
que for necessário. - Ela parecia muito boa para seus ouvidos; espero que Sean esteja
conseguindo algo disso.
Lentamente, sua cabeça se moveu para cima e para baixo, mas ele mordeu a
unha, parecendo perdido em pensamentos. Um momento depois, ele olhou para ela.

_ Você tem medo de alguma coisa?

_ Claro.

_ Como o quê?

Ela sentiu seus olhos se arregalarem. Deixe que ele a desafie até seu último dia.

_ Você não está se atrasando hoje, está? - ela riu. Como ela deveria responder isso
enquanto se mantinha profissional e evitava algo muito pessoal?

_ Parece que você está bem. Também não consigo imaginar você com medo de nada.
- Ele riu.

Por que isso não pareceu um elogio? Os ex-namorados a chamavam de viciada


em trabalho cínica e durona. Sendo levada a ir longe na vida e a não parecer que seus
pais a levaram a se afastar as pessoas. Ou talvez o que ela realmente temesse fosse
íntimo.

Banner veio à mente. Os antebraços grossos e tatuados, a testa pesada, a linha


do contorno da boca. Agora, havia algo a temer. A festa havia sido há três dias e ela
ainda não havia mandado uma mensagem para ele. Ela não entendeu o porquê - ele
apenas se ofereceu para ajudar. Mas enviar mensagens de texto para ele parecia
mergulhar na coisa real. As fantasias eram seguras, removidas. Como Sean, ela
entendeu que a realidade traz riscos.
Passando as mãos sobre a saia lápis, ela se recompôs.
_ Tenho os mesmos medos que a maioria das pessoas. Medo de falhar. Medo de ficar
sozinha.

_ Aposto que você nunca falhou em nada na sua vida.

Era uma aposta justa para quem a conhecia agora. Mas ela nem sempre foi assim.
Se Sean a conhecesse quando criança, ele teria coisas diferentes a dizer. No mínimo,
ele não a compararia a John Wayne.

_ Nunca falhar apenas aumenta as apostas, - disse ela, alisando uma ruga na blusa
amarela.

_ Enfim, o medo é normal. Você atingiu o fundo do poço e não quer voltar. Você tem todo
o direito de ter medo. Apenas reconheça e, como John Wayne diz, prepare-se.

Seu sorriso falso não foi encorajador. Essa descarga realmente o deixou abalado.

_ O mais importante para você é não desistir de si mesmo. Lembra que conversamos
sobre as razões para lutar? Continue repetindo isso na sua cabeça.

Ele ficou em silêncio, olhando pela janela. O jardim de rochas sob o salgueiro
deveria ser um local terapêutico de refúgio. Ela sempre pensou que parecia mais um
cemitério.
Normalmente, Sean era bastante falador. Eles conversaram sobre o significado
da vida, religião, livros, tudo. Ele era um pensador profundo e, por isso, ela gostava dele
como cliente. Portanto, este olhar silenciosamente pela janela era um pouco
preocupante.

_ Você tem todos os seus contatos, certo?

Ele assentiu.

_ E seu telefone está de volta?

_ Sim.

Ela tentou pegar o olhar dele.

_ Você ainda tem uma semana. Que tal você voltar para me ver mais duas vezes? - ela
sorriu calorosamente.
_ Talvez eu assista a um filme de John Wayne e possamos discuti-lo.

Ele riu, fazendo-a sentir-se um pouco melhor sobre seu estado mental.

_O que? Não consigo imaginar você assistindo John Wayne.

Carrancuda, ela se mexeu e cruzou as pernas.

_ Por que não?

_ Você parece. . . certinha

Desta vez, ela riu. Se ele soubesse.

_ Talvez sim, mas temos vidas fora daqui. Eu não sou o meu trabalho, assim como você
não é seu vício.

Ele sorriu maliciosamente.

_ Não há anel no seu dedo. Não há fotos de crianças em sua mesa. Que tipo de vida
você tem fora daqui?

Desviando o olhar dele, ela engoliu em seco. Isso a atingiu em cheio. Desgraçado.
Ela quase riu. Havia verdade lá. Ler livros eróticos todas as noites com o vibrador, pois
sua única companhia não tinha uma vida. Ela falou muito sobre coragem e enfrentar seus
medos, mas ela estava vivendo isso?
Normalmente, ela não deixava nada impedi-la de conseguir o que queria, muito
menos medo. E até esse momento, ela estava bastante adiantada em descobrir as
coisas do BDSM. Mas algo sobre Banner, a convicção de suas intenções, a deixou
nervosa. Em um nível intrínseco, ela sabia que, se desse o próximo passo, não haveria
volta.

_ Desculpe. - disse Sean.

_ Isso foi desnecessário. Tenho certeza que você pelo menos tem um namorado ou algo
assim.

Ignorando a isca, ela sorriu levemente, depois pegou o livro de agenda da mesa.
_ Terça às onze, ok?

Ele assentiu, depois se levantou e olhou para ela.

_ Eu acho que você está certa, Kate. Ter medo vai me levar de volta ao fundo do poço.
E não quero mais estar lá. Eu vou ficar positivo.

_ Boa. - Ela o viu sair da sala, satisfeita com a mudança de atitude e esperando que
durasse.

Quanto a ela, era hora de praticar o que ela pregava. Ela pegou o telefone da
gaveta da mesa, mandou uma mensagem para Banner e apertou ENVIAR antes que ela
pudesse amarelar.
Capítulo 2
Responder a emails de trabalho foi a parte mais chata do dia de Banner. Ele
passou a manhã toda tentando evitar, mas eventualmente não havia mais nada para ler,
assinar ou afiar. As primeiras linhas de várias mensagens deveriam ter despertado sua
curiosidade, mas apenas o fizeram querer bater com a cabeça em alguma coisa. Ele não
estava com vontade de ser um adulto responsável hoje, mas o chefe não tinha permissão
para fazer birras. Embora sua protegida, Belle, tenha apresentado muitas mensagens
incômodas para ele, havia algumas que ele precisava responder.
Irritado com o atrito dos punhos da camisa contra a mesa, ele desabotoou as
mangas e as enrolou nos cotovelos, revelando os corvos tatuados em um antebraço e a
árvore do mundo no outro. Embora ele nunca deixasse conhecidos de negócios verem
suas tatuagens, saber que elas estavam lá sob seu traje de negócios dava-lhe algum
conforto. Ele nem sempre foi o Sr. Terno e Gravata, muito menos o Sr. Negócio Saudável
da Família, e mesmo agora as armadilhas do mundo respeitável se irritavam. Não era
isso que ele queria da vida. Não por um bom tempo.
A mensagem mais urgente era de Arthur Blackwell, que queria saber se Banner
estava interessado em fazer um acordo para uma compra maior de cana de açúcar.
Agora que encontraram um nicho de mercado com lojas de presentes, de museus e
bares modernos, a Cobalt Harbour Soda tinha novos distribuidores aparecendo
diariamente. Era difícil acreditar que seu pai havia perdido quase tudo antes que os
sabores à moda antiga de refrigerante tivessem percebido. Ele viveu apenas o tempo
suficiente para ver o começo dos bons tempos.
Seu pai dinâmico e trabalhador, deitado imóvel e ceroso na maca do hospital,
entrou em sua mente. Ele simplesmente sentiu falta de se despedir dele, apesar de ter
corrido pela cidade quando recebeu a ligação frenética de sua mãe. Acender as luzes
vermelhas naquela noite não fez diferença. Não havia negócios trágicos e inacabados
entre eles, mas a perda de Hans Jennings havia deixado um buraco em sua vida. Ele
ensinou a Banner como ser um homem de negócios e o toda a responsabilidade. Havia
tantas vezes em um dia que ele desejava poder ligar para o pai e pedir conselhos. Agora
ele tinha que descobrir as coisas por conta própria - sua mãe, irmã e irmão muito mais
novo contavam com ele para mantê-los. Havia uma pressão constante nele para não
estragar tudo. Sua vida não era mais sobre si mesmo ou sobre suas próprias
necessidades.
A porta do escritório se abriu e fechou novamente. Ele continuou trabalhando,
sabendo que Belle lhe diria se havia algo que precisava de sua atenção. Provavelmente,
ela só precisava de um arquivo.
_ Senhor. Jennings, posso pegar seu autógrafo? - Aquele falsete falso não era Belle.

Ele olhou para cima, sabendo quem era antes mesmo de pôr os olhos no idiota
musculoso que estava do lado de fora da porta.

_ Ambrose, seu filho da puta sem pau, quando você chegou em casa?

Seu melhor amigo sorriu.

_ Agora mesmo. E sem pau? Verdade? Não foi isso que Anna disse.

_ Pare de foder minhas ex.

_ Se você terminou com elas, elas são solteiras. Além disso, existem tantas submissas
em Felix, Nova Jersey. Não consigo entender tudo sobre namorar seus rejeitos. Elas
sempre querem falar sobre você de qualquer maneira. Você deveria me colocar na folha
de pagamento como terapeuta para aquelas que você joga fora.

As entranhas de Banner torceram. Houve uma série de relacionamentos


fracassados para ele nos últimos dois anos, mas Ambrose esperava que ele ficasse com
garotas que não eram boas?

_ Eu não jogo as pessoas fora. Preciso apenas de coisas específicas e, se isso não é
compatível com o que uma mulher deseja, por que eu mentiria para ela e nos deixaria
ficar apegados sabendo que as coisas no final das contas não funcionariam? - Ele fechou
o laptop e suspirou.

Ambrose riu.

_ Você está ficando cínico na velhice. Se você não fosse um bastardo tão excêntrico, já
teria encontrado alguém. Encontrar uma mulher que queira rastejar aos seus pés pelo
resto da vida pode ser uma tarefa difícil. Você pode ter que se satisfazer com uma
submissa e ver se consegue empurrar lentamente os limites dela. - Ele se sentou na
cadeira em frente a Banner e passou a mão na cabeça careca. Entre sua constituição e
a cabeça raspada, Ambrose parecia um bandido - mesmo de terno.
Um resmungo escapou dele.

_ Ultimamente, há muitas mulheres por aí dizendo que são submissas, quando na


verdade tudo o que elas querem é sexo selvagem. Quero dizer, sou a favor do sexo
selvagem, mas a submissão falsa me tira do sério.
_ Sim, Sim. Elas não são todas submissas falsas. Eventualmente, você simplesmente
tropeçará na garota certa e tudo dará certo. Por que você não tenta treinar alguém para
agradá-lo, em vez de confiar na chance de colocar a garota perfeita no seu caminho?
Você acha que ela vai aparecer aqui usando uma coleira e implorando para você ser o
Mestre dela?

_ Não. - A palavra parecia sombria, mesmo para Banner.

_ Vamos. Você parece um homem que quer me levar para almoçar. - Ambrose se
levantou e se espreguiçou.

_ Os pretzels que eles me deram no avião de volta de Nova Orleans desapareceram, e


eu preciso de comida antes de começar a morder as pessoas.

Banner bufou.

_ Belle pode gostar disso, mas sua submissa pode arrancar seus olhos.

_ Ohhh yeahhh. . . se a sub de Belle quisesse ficar irritada comigo, não reclamaria.

_ Ela não gosta de homens.

_ Nem eu. Isso nos dá algo em comum.

Banner fez uma careta quando ele se levantou. Ele pegou seu celular e ele
prontamente foi tomado de sua mão.

_ Onde eu vou levá-lo para o almoço? - ele destrancou o telefone e olhou para ele. O
número não parecia familiar.

_ Hmm. Você volta ao trabalho depois ou o almoço é apenas um prelúdio para o happy
hour?

Ele abriu a mensagem em seu telefone, surpreso ao ver quem era.

_ É a Kate. Eu te conheci na festa de Janine na outra noite. Desculpe ser um pé no saco,


mas preciso da sua ajuda.

Imediatamente, ele respondeu.


_ Sim eu lembro. O que há de errado?

_ Um cara acabou de me enviar uma mensagem no KinkWorld e me perguntou se eu


curtia figging. Curto figging?

_ Oh, oh. Eu conheço essa expressão. Garota nova?

Banner balançou a cabeça, mas não conseguiu esconder o sorriso.

_ Só uma amiga. Ela é nova no estilo e só me perguntou se gosta de figging. Um cara


está sabatinando ela online.

_ A linha de abertura dele é figging? Para onde este mundo está indo? - Ambrose
balançou a cabeça e riu em desaprovação.

_ O que há de errado em convidar alguém para tomar um café ou uma simples tortura
com um gengibre no seu cu? - Ele fez uma pausa.

_ Então ela gosta de figging?

_ Duvido que ela saiba se gosta de figging. Ela é nova nisso.

_ Uau. Você poderia treiná-la desde o início. Sem maus hábitos. Não há noções
preconcebidas sobre o que é uma dinâmica Dom/sub.

_ Cale-se. Ela precisa de um protetor, não de um predador.

Predador. Com ela, ele se sentia exatamente assim. Ele pensou nos longos
cabelos castanhos e nos expressivos olhos verdes e sentiu o mesmo conflito que teve
na festa. Embora ele dissesse o contrário, a garota era exatamente do seu tipo - estrutura
óssea bonita, lábios carnudos, fortes, mas arredondados nos melhores lugares, pernas
que faziam uma modelo chorar de inveja. Ela inspirou nele um forte desejo de protegê-
la e chocá-la. Ele se chocou quando se ofereceu para ser seu guia turístico de BDSM,
mas sair da festa sem tentar vê-la novamente era impossível.
Ele já pensou em treiná-la, mas não seria justo com ela. Ela não queria ser
escrava. Tentar moldá-la em uma seria um desastre para os dois. Os olhos de seu amigo
se estreitaram como se ele pudesse ler seus pensamentos.
_ Que dentes grandes e afiados você tem, Sr. Lobo. - Ambrose riu e levantou, depois
saiu.

Banner seguiu atrás, enviando mensagens de texto enquanto passava.

_ O cara parece um idiota. Apenas ignore-o. Não estou explicando o que é figging. Se
você realmente quer saber, Google.

Ele apertou ENVIAR, depois bateu com a canela no plantador pela mesa de sua
assistente e xingou baixinho.

Belle riu.

_ Não ande e envie mensagens. Você vai voltar mais tarde ou acabou o dia?

Outro alerta de texto chamou a atenção de Banner de volta para o telefone.

_ Eu não sei. Você precisa de mim?

_ Não, tire o resto do dia de folga. Você chegou cedo. - A nova assistente, Tanja,
engasgou e começou a tossir. Belle estava com ele há tanto tempo que podia se safar
de quase tudo.

_ Você é a melhor funcionária de todos os tempos.

_ Eu sei.

Os dois homens caminharam até o elevador e Ambrose fez uma careta.

_ A nova pintura daqui me faz sentir claustrofóbico.

Banner olhou para as paredes recém-pintadas e a nova mesa cheia de bolinhas


de madeira que ficavam do lado de fora do elevador.

_ Belle disse que era aconchegante e reconfortante.

_ É sujo.

_ É cappuccino com uma risca de giz bege. Tem classe.


_ Cocô de bebê manchado na parede é elegante? Quem disse? - Ambrose pegou
três bolas e começou a fazer malabarismos. Enquanto ele estava ocupado, Banner
arriscou um olhar para o telefone.

_ Oh caramba. Eu apenas procurei. Não tenho certeza se tenho mais vergonha de ter
perguntado ou visto. Nota mental: nunca olhar imagens do Google, se você não sabe o
que esperar.

Ele não pôde deixar de tirar sarro.

_ Então acho que você não gosta de figging?

A porta do elevador se abriu e ele entrou, tropeçando na fresta entre o piso e o


elevador.

_ Você não está coordenado o suficiente para enviar mensagens de texto e caminhar. E
sua língua se destaca quando você envia uma mensagem, idiota.

O telefone dele emite um sinal.

_ Eu não sei. Para o cara certo, eu poderia tentar qualquer coisa.

Oh, foda-se, foda-se, foda-se. Ela não sabia que estava brincando com fogo? Sua
mente pegou a insinuação e seguiu em frente, imaginando-a colada, amarrada e
rastejando até ele. Chorando com as chicotadas. Implorando para gozar.
Se Ambrose não tivesse pressionado o botão, ele poderia ter ficado no elevador
imóvel o dia inteiro. Ele pensou em sua resposta antes de responder.

_ Você deve ter cuidado com quem diz isso. Existem muitos homens maus por aí.

Houve uma pausa.

_ Você é um deles?

Ambrose agarrou seu cotovelo e o guiou para fora do elevador e pelo saguão.

_ Eu não confiaria em mim, se eu fosse uma garotinha bonita como você. Lembre-se de
que você não gosta do que eu gosto.

Como uma conversa de texto o estava excitando?


_ Rsrsrsrs. Acho que você é o primeiro cara que já disse: "Não confie em mim".

Embora quase o matasse se controlar, ele teve que pensar no que era melhor
para ela. Ele digitou de volta:

_ Vou encontrar alguém para brincar bem com você, antes que você e eu nos metamos
em problemas.

Houve uma longa pausa quando o telefone dele o informou que ela estava
escrevendo. Ela estava escrevendo para ele um textão malcriado?

_ Sim senhor.

Quantas respostas ela deletou antes de decidir isso? E Senhor? Ela nem o
conhecia.

Eles andaram pelo pequeno caminho até o restaurante na esquina, com Banner
encarando as duas últimas palavras de Kate. Ele ouviu vagamente o toque da campainha
sobre a porta quando eles entraram, mas ele estava tentando pensar em algo inteligente
para responder.
Ambrose o empurrou para um assento.

_ Você a quer.

_ Ela ficaria melhor com você. Ela não quer um cara como eu.

_ Vou esperar até que você termine com ela.

_ Não me tente. Não deveria ser assim.

Banner olhou para o telefone novamente, se perguntando se ela estava


parecendo maliciosa ou com olhos arregalados ou o quê. Os textos deveriam vir com
expressões faciais.
Ambrose jogou um sachê de açúcar nele, atingindo-o no peito.

_ Você precisa fazer algo por si mesmo de vez em quando. Você está ficando um velho
chato bem à frente do seu tempo. Só porque você está tendo problemas para encontrar
a garota certa, não significa que você deve desistir.
_ Tudo bem, Dr. Phil. - Ele se voltou para Ambrose com bom humor.

_ Vou providenciar para que você conheça alguns Doms que conheço bem, que podem
ser mais seu estilo. Você está livre no sábado à tarde?

Ela era corajosa o suficiente para entrar assim? Ela já confiava tanto nele?

_ Certo. Você não vai trazer todos eles e alinhar em fila, não é?

_ Não vou atrair essa coisa doce para o lado sombrio. Você quer conhecê-la? - ele
perguntou a Ambrose.

_ Ainda não. Quebre seu coração primeiro.

_ Foda-se.

_ Como desejar.

Ele pensou em quem seria sua próxima escolha depois de Ambrose.

_ Não, apenas apresentarei um desta vez. Meu amigo Trev, eu acho. Encontre-nos no
café da Marcus Street às 13h?

Banner prendeu a respiração, esperando pela confirmação.

_ OK. Mas como você sabe que ele quer me conhecer?

_ Ainda não perguntei a ele, mas duvido que ele diga não. Ele é um cara legal. Se ele
não estiver disponível, há outros. Se for só eu, vou aparecer com uma lista de verificação
BDSM para que você possa pensar sobre as coisas.
_ Existe realmente uma lista de verificação?

Ele imaginou os olhos dela arregalados.

_ Sim vários.

_ Então deixarei a raiz de gengibre fora da minha lista de compras. Obrigado senhor.
Ele estremeceu e esfregou a testa em frustração. Em algum momento, ele deveria
dizer a ela que não era necessário chamá-lo de senhor. Pior, porém, ele queria ouvir
aquela voz sexy dela dizer a palavra, Mestre.
Só uma vez.

***

Trev entrou no café moderno e sofisticado, parecendo um saco de lixo. Entre a


camiseta velha e o boné de beisebol, ele parecia ter trinta e quinze anos. Idiota. Ele
estava passando por uma crise de meia idade ou algo assim desde que ele e sua esposa
se separaram, mas Banner continuou esperando a tempestade passar. Ele era um cara
decente.
Quando ele se sentou em frente a Banner, sua expressão não estava
entusiasmada.

_ Eu mencionei que ela é gostosa?

Trevor riu.

_ Se ela fosse gostosa, não teria problemas para ter um encontro. Você estaria transando
com ela.

Sério?

_ Trev, você me conhece há anos. Eu escolheria uma garota baseada apenas na


aparência? Foder uma garota gostosa não é nada para mim se nossos gostos não
combinam. - Ele empurrou um cardápio para Trev.

_ Quanto a Kate, se ela gostasse do que eu gosto, nunca deixaria você conhecê-la. Ela
é gostosa, engraçada e procura alguém para apresentá-la à esse mundo sem ser um
idiota sobre isso.
A garçonete veio e tomou o pedido de café de Trev. Seu amigo observou a bunda
da garota enquanto ela se afastava e Banner sentiu vontade de revirar os olhos. Talvez
Trev tenha sido um erro. Ele gostava de sair com o cara, e sua última submissa o adorava
até que ela se mudou para Praga para trabalhar, mas talvez ele não fosse o cara certo
para Kate.

_ Então, se ela é tão incrível, por que você não a está treinando? Você ainda não está
livre de responsabilidades?
Uma pontada de aborrecimento colocou seus dentes no limite.

_ Eu sou, mas ela é nova e não tem certeza do que quer. Tentar convencê-la de que ela
quer ser escrava desde o início não parece justo com ela. Também não tenho paciência
para treinar uma nova garota por muito tempo, apenas para descobrir que ela acha meus
gostos perturbadores.

_ Que tal trabalhar com ela lentamente? - Ele também não. Ele estava conversando com
Ambrose?

_ Treinamento furtivo?

Banner sorriu arrependido.

_ Isso não é exatamente consensual. Eu não vou fazer uma sutil lavagem cerebral nela.
Ela parece ter um forte lado submisso, mas tenho a sensação de que será um dia frio no
inferno antes que ela permita que alguém a domine.

O café de Trev veio junto com um refil para Banner. Ele não tinha certeza se
deveria ficar ou deixá-los conversar sozinhos, mas estava preocupado que Kate não
fosse aberta sobre o que ela queria sem apoio moral. Mas o que ela queria? Talvez ele
devesse ter insistido em encontrá-la sozinha a princípio, até que eles resolvessem seus
interesses, mas os desejos que ele sentia quando estava perto dela, ou mesmo apenas
enviando uma mensagem para ela, eram tudo menos cavalheiros.
Ser o guarda do lobo Chapeuzinho Vermelho não era apenas uma má idéia, mas
era especialmente difícil quando se era o pobre lobo faminto.
Pela grande janela da loja, ele observou Red quando ela saiu de uma Kia quatro
portas e caminhou em direção à entrada do café. Ela usava um vestido floral que revelava
muita pele e sandálias nuas que cruzavam o joelho, mostrando as pernas longas da
melhor forma possível. Sem tatuagens ou marcas de propriedade em sua carne intocada.
Sem coleira no pescoço.
E essa deusa queria que alguém a ensinasse sobre BDSM
Trev não era bom o suficiente. Quando seu olhar encontrou o dele, ela sorriu
timidamente e olhou para o chão à sua frente - provavelmente procurando a calçada,
mas por hoje ele se deixou fingir que era uma reação a ele.

_ Ela está aqui. Seja legal.

_ Sim, Sim. - Trev esticou o pescoço para ver quem Banner estava olhando e depois
assobiou baixo.
_ Porra! Tem certeza de que não a quer para si? Só esse cabelo me conquistaria, mas
com o corpo e o rosto bonito. Porra, é melhor ela ter personalidade para fazer disso um
pacote.

Bonita? Ele pensou que ela era bonita? Bonita era como um sete. Em uma escala
de um a dez, Kate tinha vinte e três anos. Talvez Trev precisasse de óculos.

Naquela manhã, Banner finalmente admitiu para si mesmo que a queria. Ele se
pegou checando seu telefone com mais frequência do que o habitual, meio que
esperando outra mensagem dela, mas ela não enviou nada. Ele leu a conversa sobre o
assunto algumas vezes e, embora fosse engraçado, algo sobre isso o excitou. Se ela foi
imediatamente até ele com sua pergunta, ou se ele pensou em contaminá-la de várias
maneiras desde então, ela estava escondida nos recônditos de sua mente e dificultando
o foco no trabalho. . Ou talvez Ambrose não parasse de provocá-lo por ela.
Não para mim.
Ele se levantou quando ela se aproximou e estendeu a cadeira ao lado dele, de
modo que ela e Trev estavam se encarando, mas não diretamente. Espero que isso
facilite a conversa, mas com menos pressão do que sentar diretamente um em frente ao
outro.
Quando ela se sentou, as pontas dos dedos dele acidentalmente roçaram a pele
sedosa de suas costas nuas. O zumbido enviado por seus dedos o fez estremecer como
se tivesse sido queimado. Um pequeno calafrio a percorreu e, por um momento, seu
olhar encontrou o dele antes de se afastar timidamente. Sem artifício, ela inclinou a
cabeça levemente e expôs a lateral do pescoço.
Merda, merda, merda
Seria tão errado arrastá-la de volta para a casa dele e descobrir o que mais a fazia
tremer?
Quando eles se sentaram em suas cadeiras, Trev virou-se para ela e sorriu
amplamente.

- Prazer em conhecê-la, Kate. Banner me falou muito sobre você.


Ela sorriu de volta para Trev, e uma centelha de ciúme passou por Banner.
Silenciosamente, ele disse a seus desejos possessivos para calar a boca. Era sobre ela
e seu futuro, não sobre seus caprichos.

_ Ele te disse como eu sou ignorante? - Ela torceu o nariz e riu.

_ Você é nova. Não há nada errado em não ter noção sobre esse universo. - Trevor
tomou um gole de seu café.
_ Tenho certeza de que muitas pessoas ficariam felizes em lhe mostrar as cordas, por
assim dizer.

Banner gemeu interiormente.


A garçonete veio e anotou o pedido de Kate. Chá. Ele observou como ela
movimentava, os movimentos suaves de suas mãos falando com a frequência que ela
bebia.
Kate e Trev conversaram por alguns minutos. Embora eles se dessem bem a
princípio, Banner pôde ver que, enquanto Trev continuava falando sobre si mesmo e o
que ele queria, Kate começou a perder o interesse. Algumas submissas gostavam de
caras que eram um pouco egocêntricos, mas aparentemente essa não era uma das
motivações de Kate.

_. . . é por isso que prefiro uma sub que é boa em me ler. Você é boa em ler pessoas?

_ Quando eu escolho ser. - ela levantou o queixo e o desafio sutil fez Banner se mexer
em sua cadeira. Como Trev reagiria ao seu lado teimoso?

_ Bem, geralmente os submissos escolhem ser bons em ler seus Doms. Isso cria um
relacionamento mais feliz. - ele sorriu para ela e recostou-se na cadeira, cruzando os
braços.

- E os Doms fazem o possível para ler seus submissos também, é claro? - ela virou a
cabeça para olhar para Banner. Ele viu a brincadeira em seus olhos e o sorriso para ele
sozinho e se perguntou se ela estava flertando deliberadamente com ele, ou se ela
apenas achava engraçado provocar Trev.
_ Geralmente sei o que minhas submissas precisam.

_ Como resultado de conhecê-las ou de presumir que você sabe o que elas querem
melhor do que elas?

A garota tinha razão.

_ Não é difícil descobrir o que uma mulher quer na maioria dos dias, desde que você não
as deixe afetadas. Se a sub é uma diva, significa que o Dom não está fazendo seu
trabalho.

Se Trev não conseguisse descobrir como lidar com o senso de humor de Kate e
deixar de ser um idiota, isso nunca iria funcionar.
_ Desejar que suas necessidades sejam atendidas é diferente de ser uma diva. - ela
balançou a cabeça com nojo.

_ Pensar que você sabe o que uma mulher quer sem falar com ela nem sempre vai
funcionar. Não vejo como isso resultaria em um bom relacionamento.

_ As mulheres são criaturas simples. Não tive queixas - disse Trev, presunçoso.

As sobrancelhas dela se ergueram em descrença.

_ Você levou a bola para fora por tempo suficiente para checar?

A boca de Trev se apertou.

Ótimo.

_ Ei, vocês dois. Eu acho que vocês estão saindo um pouco da pista. - Banner riu,
esperando diminuir a tensão crescente.

_ Não, ela não é pra mim. - Trev acenou com a mão.

_ Não há motivo para medir palavras aqui. É melhor saber que não somos compatíveis
agora, em vez de descobrir mais tarde.

_ Sim, duvido que isso funcione. Foi um prazer conhecê-lo, Trev.


Foi isso? Que perda de tempo.

Trev bufou e se levantou quando o fez.

_ Você é meio insolente, Kate. insolentes não são a minha praia, mas você parece ser
uma garota legal. Boa sorte em encontrar alguém corajoso o suficiente para aceitar você.

Kate sorriu e apertou a mão dele com a calma garantia de uma empresária.

_ Valerá a pena para este homem. Foi um prazer.

Depois de uma saudação falsa, Trev saiu pela porta.

Kate recostou-se na cadeira, ainda eriçada.


_ Bem, isso foi . . .

_ Terrível? Desculpe, mas esse cara é um idiota total.

Banner fez uma careta e virou-se para ela.

_ Parte disso foi você, Kate. Você mal trocou duas palavras e já o estava desafiando.
Não estou dizendo que Trev tenha lidado muito bem com isso. Ele foi um idiota, mas
você precisa assumir sua parcela de culpa. - ele estreitou os olhos para ela
especulativamente.

A boca de Kate se abriu e fechou algumas vezes, seu olhar comunicando as


palavras que pareciam relutantes em vir. Finalmente, ela fechou a boca e afastou o olhar
dele. Ela passou da defensiva para a vergonha no espaço de um minuto.

_ Eu sinto muito. Não sei o que há de errado comigo. Eu sei o que quero - pelo menos
parcialmente. Mas quando um cara diz que quer me controlar, isso me faz querer lutar.
Hoje em dia, as meninas dizem que se submeter a um homem é errado e ruim e que
elas devem ser fortes e independentes. Ninguém respeita uma mulher que cede seu
poder a um homem, pelo menos não no mundo baunilha.

Banner suspirou e sorriu sombriamente quando ela olhou para ele novamente.

_ Entendo o que você está dizendo, mas isso é algo que você terá que resolver se quiser
ser submissa. Não é um caminho fácil para alguém que é ferozmente independente, mas
você precisa controlar seus impulsos de luta ou fuga em torno de Doms ou vai assustá-
los. A troca de energia BDSM é consensual. Essa é a questão. A maioria dos Doms não
tenta lutar com você por isso.

Seus lindos olhos verdes estavam preocupados, e isso o incomodava que isso
não fosse algo que ele pudesse consertar para ela. Enquanto ele observava sua luta
silenciosa, ela lentamente pareceu perceber seu foco.

_ O que?

_ Shh. Eu estou lendo sua mente.

Kate riu e bateu de brincadeira no braço dele. No fundo, um rosnado em resposta,


mas ele o escondeu.
_ Não preciso ler sua mente para descobrir o que você está pensando. Você
normalmente não deixaria uma garota se safar em bater em você, estou certa?

_ Não se ela fosse minha garota. - seus olhos ficaram redondos e brilharam.

_ O que você faria?

Banner se inclinou para mais perto e sussurrou.

_ Puniria para lembrá-la de seu lugar.

Com interesse, ele observou como a respiração dela se tornou profunda,


hipnótica. Imaginando algo interessante apenas a partir de uma pequena sugestão? A
submissão dela estava lá, correndo logo abaixo da superfície, tão perto que ele tinha
certeza de que poderia desenhá-la sem muito esforço. Ele teve a forte tentação de testar
sua teoria.
Kate piscou várias vezes, voltou a si mesma e tomou um gole de chá.

_ Acho que preciso decidir o que quero antes de falar com outro de seus amigos Doms.

Ela voltou ao modo comercial tão rápido que, se ele não o tivesse visto, poderia
ter duvidado de que ela responderia ao domínio.
_ Deveríamos fazer uma lista de verificação de BDSM para descobrir isso, então. Você
quer minha ajuda com isso ou quer que eu lhe envie um e-mail?

Ocupada com seu lábio inferior, ela parecia perdida novamente. Todos os seus
instintos de proteção e sua necessidade de controle guerreavam com o conhecimento
de que ela não era dele.

_ Por que não levo uma esta semana para que você possa fazer perguntas se estiver
confusa? Ou seja, se você estiver confortável comigo.

Ela assentiu devagar.

_ Isso seria bom. E se você pudesse me dar algumas dicas sobre como não espantar os
Doms, isso também seria bom.

_ Verei o que posso fazer - ele começou, depois deu a ela um olhar zombeteiro.
_ mas você tem que cooperar ou não vai funcionar.

Os olhos dela se estreitaram com malícia.

_ Sim, Senhor.

Era difícil não rir, mesmo que ela estivesse sendo atrevida.

_ Estou começando a pensar que você vai ter dificuldade em ser uma boa garota para
alguém.

Ela se inclinou para mais perto, e seu cheiro o deixou louco.

_ Quem vai me fazer ser boa?

Você não tem ideia do que eu gostaria de fazer com você, garota má.

Ele deu o seu melhor para parecer indiferente.

_ Isso depende de quem você escolher. Se você estiver preocupada com a possibilidade
de não se importar com suas maneiras por tempo suficiente, eu poderia ajudá-la a se
lembrar.
_ Você acha que poderia me ensinar a me comportar? Eu não sei. - ela arqueou as
costas, o que fez o olhar dele ir diretamente para o decote dela.

_ Você parece muito legal. Eu provavelmente andaria por cima de você e, na próxima
vez, estaria implorando para ser minha escrava.

Garota atrevida. Ela precisava de algumas das marcas de mãos dele na bunda
dela.

_ Eu poderia ensinar você a se comportar, Problema - ele rosnou.

Desafio aparentemente esquecido, Kate abaixou a cabeça, mas não antes que
ele visse o rosa em suas bochechas. E não antes que ele precisasse lutar contra o desejo
de beijar sua linda boca.
Capítulo 3

_ Você foi uma garota má - disse o homem com a voz de barítono.

Seus joelhos tremiam quando ela deu um passo para trás.

_ Onde você pensa que está indo?

Ela olhou para a esquerda e depois para a direita. Como eles acabaram em uma
sala de concreto, sem janelas, sem porta? Uma cama apareceu atrás dela. As costas de
suas pernas esfregaram contra ele.

Ela engoliu em seco. Presa.

_ Incline-se sobre a cama, pequena escrava.


O comando em sua voz dificultou o cumprimento. Tremendo, ela se virou e olhou
para a colcha branca intocada. Ela podia senti-lo se mover atrás dela. Seu corpo roçou
em suas costas, incendiando todos os nervos. Calafrios percorreram sua espinha. Seus
joelhos pareciam dobrar, mas ela ficou em pé, hesitante em se tornar mais vulnerável a
esse estranho.
Ele a empurrou, e ela caiu para frente, aterrissando de bruços sobre a cama.
Então ela estava nua. Havia algo errado aqui.
Ela olhou por cima do ombro. Ele levantou a mão, mostrando-lhe uma grande raiz
de gengibre descascada. Seu sorriso era irritante.
Então ela estava na cabeça dele, observando-a do ponto de vista dele. Os olhos
dela se arregalaram de medo. Um gemido escapou dela. Ela sentiu a adrenalina disparar
em suas veias.
Ele soltou uma risada profunda e sinistra, e ela escondeu o rosto nas cobertas. O
medo guerreava com emoção. Por mais assustador que parecesse, ela queria isso.
Segurando-a com a palma gigante nas costas, ele colocou a raiz de gengibre na
entrada dos fundos. Um grito saiu de seus lábios.
Kate acordou assustada. Ofegando, ela se sentou e examinou a sala em pânico.
Que porra é essa? Paredes azuis claras, uma cômoda familiar em frente à cama e uma
colcha florida cobrindo as pernas acalmavam seu coração palpitante. Ela estava em
casa. Nenhuma masmorra, nenhuma risada maligna e nenhum figging.
_ Porra - ela murmurou. A respiração dela diminuiu. Ela verificou o relógio ao lado de sua
cama. Cinco horas. Apenas uma hora atrás, ela havia dormido, tentando se livrar de uma
enxaqueca. Ela deve realmente precisar disso.

Ela pegou outros detalhes agora que se acalmou. A luz do dia estava
desaparecendo. Seu estômago estava vazio e começando a rosnar. Mas o mais
perturbador foi a agitação que o sonho havia deixado entre suas pernas. Faz muito tempo
desde que ela usou sua vibração. Sua calcinha estava molhada e seu clitóris latejava.
Do sonho ardente?
Ugh. Havia algo de errado com ela. Ela gemeu. Banner estaria lá em meia hora,
e ela ainda precisava se vestir e provavelmente deveria mandar esse pensamento sujo
para longe. Ela apertou as coxas, tentando se acalmar. Isso só piorou.
Com um suspiro, ela checou o relógio novamente. Se ela usasse os dedos, em
vez de procurar o vibrador, provavelmente poderia ir muito mais rápido.
Ela passou a mão pela barriga e por baixo da calcinha de algodão. Para ela,
orgasmos eram mais sobre a mente do que qualquer coisa física, e Banner havia dado
à sua imaginação muito combustível
Ela fechou os olhos quando separou os lábios inferiores e encontrou o clitóris. Um
homem sem rosto de terno chamou-a de uma cadeira. Ela deslizou para ele, vestindo
um uniforme de colegial, depois parou entre as pernas abertas.
_ Ajoelhe-se. - ele ordenou.

Ela caiu de joelhos. O homem sem rosto foi substituído por Banner. Os olhos
severos dele a encararam até que ela se sentiu uma garotinha, desamparada, disposta
a fazer qualquer coisa para agradar seu mestre.
Um gemido escapou de seus lábios quando ela girou o dedo em sua umidade e
depois circulou seu clitóris.
O homem - não, Banner - pegou um punhado de seus cabelos e inclinou a cabeça
para trás.

_ O que você tem a dizer, escrava?

Não demorou muito para murmurar as palavras, não quando ele era assim. Ela já
estava sofrendo uma punição pesada.

_ Me desculpe, senhor.

Seus lábios sensuais se curvaram de um lado


_ Você será.

O calor correu para sua buceta, tornando a pulsação insuportável.

_ Vamos. - ela murmurou, passando os dedos sobre o clitóris cada vez mais rápido. A
demora só a fez querer mais.

Seus dedos estavam encharcados, fazendo-a deslizar facilmente em direção a


sua entrada. Ela fechou os olhos com força e depois avançou sua fantasia para o que
normalmente acordava. Banner a puxou para o colo dele. No chão, bem na sua linha de
visão, havia um plug anal de aço.
O prazer surgiu de sua vagina quando ela deslizou dois dedos para dentro. Ela
estava tão perto. Só um pouco mais. Ela deixou o polegar estimular o clitóris novamente.
Em sua mente, Banner pegou o plug anal enquanto ele a ensinava sobre seu mau
comportamento.
_ Porra. - ela murmurou. Ela estava à beira de um intenso orgasmo, prestes a cair.
Seus dedos se contorceram em direção ao ponto g e -

Uma batida alta soou na porta.

Ela congelou.
_ Kate? - A voz do banner veio do lado de fora.

Ugh! Ela olhou para o relógio. Claro que ele chegaria cedo!
Em pânico, ela saiu da cama, molhada e suada.

_ Hum. Já vou!

No banheiro, ela esfregou as mãos e depois correu de volta para o quarto para
vestir o primeiro par de calças que viu. Ela puxou o cabelo para trás em um coque
bagunçado antes de voar para a porta.
Depois de respirar fundo, ela abriu e estampou um sorriso falso.

_ Oi!

Oh droga. Ele estava vestindo roupas de trabalho. Uma camisa branca de botão com as
mangas arregaçadas exibia seus braços tatuados. Deus! Ele estava tentando fazê-la
gozar vestida?
Os olhos dele se estreitaram quando ele a olhou. Seu rosto estava vermelho, mas
isso não deveria ter revelado nada. Ela poderia estar malhando, pelo que ele sabia. Ela
olhou para suas roupas pela primeira vez desde que dormia uma hora atrás. Jeans e
uma blusa preta. Seus mamilos saltaram como faróis de sua culpa.
Merda! Ela esqueceu do sutiã.

_ Hum. - Ela cobriu os seios com os braços, corando ainda mais.

_ Entre. Só vou pegar um moletom.

- OK. - ele disse desconfiado, depois entrou na sala de estar do apartamento alugado.

Ela girou e fez uma retirada apressada em seu quarto anexo.

- Apenas fique à vontade. - ela gritou por cima do ombro.

No quarto, ela pegou o sutiã da cômoda e o vestiu, e depois vestiu uma blusa
preta do armário enquanto voltava para a sala de estar. Ela se viu no espelho enquanto
passava. Rosto vermelho brilhante, um brilho de suor e roupas amarrotadas. Ela parecia
ter acabado de fazer exatamente o que estava fazendo - se masturbando enquanto
fantasiava sobre ele.
- Tudo certo? - ele perguntou do sofá.

_ Você parece um pouco. . . esgotada.

_ Está bem. - Merda. Ela nem conseguia olhar para ele sem se imaginar sobre o colo
dele. Isso nunca funcionaria. Ele deveria estar ajudando-a a descobrir o que ela queria,
sem colocar um plug anal nela enquanto ela tem um orgasmo.

_ Foi um dia longo. - ela disse com uma risada nervosa.

Ele assentiu devagar, a testa franzida.

_ Eu sinto Muito. - Batendo no sofá, ele a chamou.

_ Disseram-me que faço uma massagem decente no pescoço.

Nããão. Tocar era ruim. Muito mal. Como ela poderia dizer a ele que havia se
deixado carente logo antes de ele entrar, e que agora ela estava a um pequeno impulso
do orgasmo?

_ Eu vou ficar bem. Bebida?

_ Água, por favor.

Assentindo, ela correu para a cozinha. Duas águas frias. Ele acharia estranho se
ela jogasse a dela na cabeça? Ela engoliu meio copo sobre a pia e respirou fundo
algumas vezes antes de voltar com a dele.
Ele pegou o copo com um sorriso.

_ Sente-se. Você parece exausta.

_ Estou bem. - Mesmo assim, ela se sentou na poltrona em frente a ele

Com um rolar de olhos, ele se inclinou para trás.

_ Como você vai revisar uma lista de verificação daí? Vamos. Eu não mordo. - Com um
sorriso, ele acrescentou:

_ Sem consentimento.
Relutantemente, ela concordou. Ele seria capaz de cheirar como ela estava com
tesão? Parecendo satisfeito, ele brandiu um pedaço de papel.

_ Vou pular os extremos para não chocar muito.

Ela fez uma careta. Ele não precisava proteger a virtude dela.

_ Você não precisa me tratar como um bebê. Eu não sou completamente ignorante, você
sabe.

Ele arqueou uma sobrancelha.

_ Então, seu texto sobre a figging era uma piada?

_ Cale-se.
Ele tomou um gole de água, sua expressão ilegível.

_ Fique feliz que você não é minha.

_ Por quê? - ela desafiou.

_ Escravas não falam assim?

_ Depende do mestre. Mas a minha não.

Por alguma razão, sua curiosidade despertou.

_ Você é um mestre rigoroso? - Merda - isso soou muito interessado?

Cale-se. Apenas pare de falar agora. Ela não precisava de mais lenha na fogueira.
De qualquer forma, ela sabia que a maioria dos Dominantes não tolerava a tagarelice,
ela já tinha visto o suficiente em Chris.

Ele encolheu os ombros.

_ Algumas coisas são negociáveis, mas eu duvido que eu esteja bem com minha escrava
me dizendo para calar a boca.

_ Mesmo que fosse apenas provocação?


_ É sobre respeito. Acho que não há como fazer com que mandar calar a boca seja
respeitoso,

Ela deu a ele um olhar de soslaio.

_ Claro que existe.

Ele se inclinou para ela, parecendo intrigado com o desafio dela.

_ Sério?

_ Cale a boca, senhor. - Ela levantou o queixo, mais da metade desejando que ele
batesse na bunda dela.

_ Vê?

_ Malcriada. - ele murmurou, mas havia risos em seus olhos.

_ Se alguém precisou de uma surra, seria você.

Instintivamente, ela se afastou alguns centímetros. Seus lábios se curvaram em


diversão.

_ Assustada?

_ Não. - Mentirosa.

_ Você não faria isso sem permissão. - Foi quase uma pergunta. Ela queria que ele?
Porra. Sim. Não, claro que não!

_ Não. Sorte sua, eu não faria.

Isso estava chegando muito perto de sua fantasia. Uma imagem surgiu em sua
mente - Banner arregaçando as mangas enquanto ela se inclinava sobre o joelho,
sabendo o que estava por vir, mas desejando assim mesmo.

Ela sacudiu a cabeça e limpou a garganta.

_ Hum. A lista?
Ele a encarou por mais um momento, parecendo tão sensual quanto ela. Ele
sentiu uma conexão também? Ou talvez estivesse tudo em sua mente. Resultado do
sonho, da falta de ação, da vibe ou da enxaqueca anterior. Qualquer uma dessas
desculpas serviria.

_ Certo. - Ele segurou o papel na direção dela para que ambos pudessem lê-lo.

_ Este é um bom começo de qualquer maneira.

Ela examinou a lista. Palavras que ela conhecia surgiram imediatamente. Anal,
palmada, guia. Aqueles, ela entendeu, haviam pensado nisso. Outros, como enemas,
humilhação e fantasias de estupro, ela não tinha. Encolhendo-se, ela se virou.

_ Algum desses? - ele perguntou.

_ Alguns deles são. . .- Ela fez uma pausa. Ela não queria ofendê-lo - a coisa toda "sua
gosto não é o meu, mas sua é seu gosto e está bem" sobre o que Janine falou.

_ Não são para mim.

_ Todos nós temos isso. Quais fazem você sentir alguma coisa? Algo agradável.

Algo agradável? Agora, ela apenas estava com tesão. Classificar a causa e o
efeito dominou seu cérebro cheio de luxúria. Ela pensou que uma lista de verificação
tornaria as coisas mais fáceis, mas, nessa condição, ela poderia marcar uma série de
coisas e, em seguida, se chutar por ela amanhã.

_ Ugh. Eu não sei.

_ Sim você sabe. - Ele pegou o jornal e virou-se para ela.

_ Feche seus olhos.

_ O que? Por quê?

_ Você não está ouvindo seu corpo. Você está pensando demais.

Não, esse era exatamente o oposto do problema.

_ Feche-os - ele ordenou.


Ela fez.

_ Respire fundo. - ela inspirou e expirou lentamente, sentindo alguma tensão sumir.

_ Não pense. - ele disse.

_ Sinta.

_ OK. - Pareceu fácil o suficiente.

Ele se mexeu no sofá e pressionou a perna contra a dela. Seu cheiro se


intensificou, fazendo-a querer respirar e segurá-lo lá dentro dela, acalmando-a,
seduzindo-a. O calor de seu corpo rastejou através de suas roupas, dando-lhe aquela
sensação de derreter por dentro.
O hálito quente em seu ouvido puxou seu foco para ele, apenas para ele.

_ Você quer ser espancada, Kate? - a voz dele sussurrou perto do pescoço dela.

Ela lutou para ficar parada quando seu instinto era fugir. Ele estava muito perto
também. . . Mas ela se recusou a fugir de seus desejos. Ela enfrentaria essa cabeça
erguida. Ela ficaria na sela.

_ Eu . . . Acho que sim.

_ Boa.

O pequeno elogio a fez sorrir, mas ela o enxugou, sentindo-se boba. Por que ela
deveria se importar se ele pensava que ela era boa? Ela não era sua boa garota. Ele não
a queria. Os dedos tocaram a parte de trás do pescoço dela, agarrando sua atenção
novamente. Eles se arrastaram levemente pela pele dela, fazendo arrepios por todo o
corpo. Jesus. Talvez ele a quisesse.

_ Você quer alguém para puxar seu cabelo? Para controlá-lo com a mão envolvida em
seu lindo rabo de cavalo?

_ Sim. - ela disse expirando.

_ Muito bom.
Deus, era parte do estilo ter um cara gostoso sussurrando coisas sujas em seu
ouvido? Porque ele poderia colocar seriamente essa na lista.
O coração dela acelerou. Os dedos dele subiram pelas costas de seu couro
cabeludo, puxando gentilmente seus cabelos. As pequenas dores enviaram calor
pulsando por seu corpo, acumulando-se em sua vagina, onde ela ainda estava se
sentindo pesada e ansiosa por alívio. Ela respirou fundo entre os dentes. Seu estômago
parecia ter caído de seu corpo.

_ Você gostaria que alguém se encarregasse do seu prazer? Te dizer quando gozar e
quando não?
Ela tentou pensar, mas sua cabeça estava confusa, a voz dele muito perturbadora.
Seu corpo disse que sim, seu clitóris palpitava, apoiando isso. Sua voz trêmula, ela
murmurou.

_ Sim.

_ Você quer que alguém te domine? Para possuir você?

Seu corpo estremeceu incontrolavelmente.

Ele apertou mais o pescoço dela, quase como se estivesse esperando que ela se
afastasse. Ela não fez.

_ Você quer que alguém coloque a coleira no pescoço para que o mundo saiba que você
pertence a ele?

Seu corpo estava pronto para concordar com qualquer coisa, mas seu cérebro fez
seus olhos se abrirem.

_ Não.

Banner timidamente pressionou seus lábios nos dela. Surpresa, ela gritou contra
a boca dele. Ele rapidamente se transformou em um gemido, e seus olhos se fecharam.
Ele tinha um gosto tão limpo quanto cheirava. A boca dele era macia no começo,
guiando-a, provocando-a. Então ele assumiu, dominando-a, forçando-a a abrir para ele.
Tão arrogante quanto o resto dele, sua língua empurrou em sua boca, fazendo-a
aguentar, desafiando-a a reagir. Ela fez. Ele a empurrou, e ela respondeu beliscando
seus lábios e chupando sua língua.
Desta vez, ele gemeu, e ela sentiu alguma satisfação nisso. Os lábios dela se
curvaram em um sorriso orgulhoso.
Espere. O que diabos ela estava fazendo? Ele queria uma escrava. Ela não o era.
Ele nunca a quis.
Ela se afastou, relutante porque era tão bom, mas sabia que terminaria em
desgosto se não o fizesse. Ela aliviou o pequeno dano da rejeição ao lembrar que
também não o queria. Lentamente, ela abriu os olhos.
Os lábios dele, avermelhados da boca dela, estavam ali, ainda perto o suficiente
para tocar. Ela olhou nos olhos dele, e ele olhou de volta com um olhar de caçador.

_ Porque você fez isso? - ela sussurrou.


_ Porque eu queria. Eu provavelmente deveria ter perguntado primeiro.

Eles ficaram olhando por mais um momento, sem querer dar o primeiro passo
para o outro. O olhar dele caiu no peito dela. Ela sabia que seus mamilos estavam duros.
Ela podia senti-los cutucando sua blusa, sensível e dolorida. A testa dele arqueou.

_ Você ainda está acesa.

_ Você também. - ela atirou de volta. Ele exalou um som dolorido.

_ Porra, você me deixa louco.

_ O que eu fiz?

_ Você sempre está me desafiando. - ele quase rosnou.

O lado de Dom dele era muito quente. Parte dela queria provocá-lo e depois
correr, apenas para ver se ele a perseguia. Ela queria testar o predador que via
escondido abaixo. A outra parte dela - a não controlada por seus instintos femininos -
lembrava uma coisa importante.

_ Eu não sou sua. - ela apontou. E por um momento, ela quase desejou ser.

Só assim, a mágica se foi. Ele piscou, depois recostou-se, com o rosto cheio de
arrependimento.

_ Eu sei. Deveríamos encontrar alguém para você.

_ Sim. - ela limpou a garganta antes de pegar o pedaço de papel esquecido no chão.
Dedos tremendo, ela ignorou seu olhar de desculpas e se concentrou na lista de
verificação. Uma coisa estava clara: ela não podia se deixar levar novamente. Caras
como ele não se machucavam por encontros. Havia submissas em todo o mundo prontas
para se jogar aos pés de um Dom, especialmente alguém que se parecia com ele.

Em situações como essa, a confusão teimosa e grande demais seria a que


restaria. Ela tinha que se lembrar disso.

_ E agora?

Com as costas retas, o rosto severo, Banner mudou para o modo comercial em
questão de segundos.

_ Acho que você tem potencial para ser submissa e acho que deseja, mas você é o sua
pior inimiga quando se trata de fazê-lo. - ele jogou o braço na parte de trás do sofá.

_ Aqui está a questão de obter um Dom: se você parecer desafiadora demais, a maioria
pensará que está apenas brincando. Há muitas mulheres que se autodenominam
submissas que querem apenas alguém que as ame. Ou elas querem ficar presos de vez
em quando. E tudo bem, se você só quer um pouco de BDSM no quarto, mas para
conquistar um Dom sério, alguém que irá empurrá-la e explorar suas fantasias, você
precisa mostrar um pouco de sua submissão.

Ela desprezava a idéia de dar a alguém esse direito sem que eles tivessem ganho.
Antes que ela pudesse protestar, ele levantou a mão para detê-la.

_ Agora, não quero dizer que você precise cair aos pés dele e beijar as botas dele. Mas
se gabar e ser rebelde não dará às pessoas a ideia de que você está falando sério.

_ Eu não sou malcriada! - ela quase fez beicinho.

Ele riu.

_ Não. Para a pessoa certa, você seria uma garota muito boa.

Isso foi melhor ou pior? Ela torceu o nariz, tentando ignorar o modo como a boa
moça dele foi diretamente para dentro dela.

_ Com Trev, você lançou fortes vibrações de foda-se. - Mais uma vez, ele a deteve
quando ela foi protestar.
_ Reconhecido, ele não era o cara certo para você, mas você empurrará quase todo
mundo para fazer isso. Por que você está se protegendo? Do que você tem medo?

_ Nada. - ela deu de ombros, olhando para os dedos.

_ Eu simplesmente não sei como ser diferente.

_ Você faz por mim. - Ela podia ouvir satisfação em sua voz.

Embora seu primeiro instinto fosse negar, não havia sentido. A questão era: como
ele conseguiu? O desejo de se submeter a ele continuava pegando-a desprevenida.
Ela revirou os olhos.

_ Sim, parece que você liga o interruptor de alguma forma. Tem certeza de que quer uma
escrava? - Assim que as palavras saíram de sua boca, ela quis levá-las de volta. Uma
maneira de parecer desesperada. Ela nem sabia se ele sentia algo mais por ela do que
uma obrigação de salvá-la de sua estupidez.

_ Eu tive submissas de todos os tipos ao longo dos anos. Infelizmente, minhas


necessidades são bem específicas. É apenas quem eu sou. - Ele quase parecia triste
com isso. Banner - um deus entre os homens - triste com a maneira como ele nasceu?
Foi risível. Por outro lado, as pessoas naturalmente bonitas geralmente não sabiam a
sorte que tinham.

_ Mas, por que uma escrava? Você só quer alguém atendendo você o tempo todo? Como
uma empregada grátis que você fode todas as noites?

Os olhos dele se estreitaram e ela queria se chutar. Ela foi longe demais.
Instintivamente, seu olhar caiu.

_ Eu sinto Muito. - ela disse.

_ Eu não quis dizer isso.

_ Sim, você quis. - Ele não parecia zangado, mas ela não o conhecia o suficiente
para ter certeza.

Hesitante, ela levantou os olhos. Seu silêncio a desafiou a dizer mais.

_ Estou apenas confusa. - ela tentou explicar.


_ Escravidão é uma palavra tão nojenta. Eu não entendo a dinâmica. Por que alguém
relativamente sadio iria querer isso?

Sua risada não tinha humor.

_ Obrigado.

_ Você sabe o que eu quero dizer.

Com um suspiro, ele inclinou a cabeça para trás por um momento antes de
responder. Ela conhecia aquele olhar. Ela já havia recebido isso antes. Por que, oh por
que, Kate, você deve fazer tantas perguntas? Sua tia costumava lhe dar o mesmo olhar.

_ Como Dom, não há nada mais gratificante do que ter a confiança e a adoração
absolutas de uma mulher. Há um ponto alto que é receber esse poder. Como mestre, é
diferente. Um Dom é dono de uma submissa pelo tempo em que estiverem juntos, ou
durante uma cena ou no quarto. Para um mestre. - ele fez uma pausa, como se
considerasse cuidadosamente suas palavras.

_ A garota é minha sem limite de tempo, sem interruptor. E quando uma mulher concorda
em ser minha, ela está colocando seu coração em minhas mãos e confiando que eu vou
mantê-lo seguro. Em troca, eu a forneço, a protejo, controlo o prazer, mas também lhe
dou dor e exijo que ela a leve para mim. - Os olhos dele escureceram, ela quase podia
ver o sadismo subindo neles.

_ Exijo muito, mas dou mais. Não há vínculo mais forte. Nem casamento, nem palavras
ou votos extravagantes, nem anéis nem tatuagens iguais. . . Nada.

Palavras rodaram em sua mente, causando uma torrente de emoções. Ser


controlada e forçada a sentir dor formigou sua feminista interior. Proteção, confiança e
admiração pareciam perfeitas, mas possuir e dominar não eram para ela. Não apenas
porque confiar em alguém que implicitamente parecia perigoso e prejudicial à saúde,
mas também que ela simplesmente não era servil. Pegando chinelos, comendo no chão,
seguindo as ordens vinte e quatro horas, sete dias por semana. . . Ela prefere morrer
uma solteirona velha com uma coleção enorme de figuras de gatos do que viver à
vontade de alguém.
Ela suspirou.

_ Isso é frustrante. Talvez eu esteja louca.


_ Não. Acho que você só precisa de alguém para treiná-la.

Ela fez uma careta.

Rindo, ele acrescentou,

_ Alguém muito paciente.

_ E se você? - As sobrancelhas dele se ergueram.

_ Eu? Eu te disse, estou procurando uma escrava.

_ Mas ontem você disse que me daria dicas. Talvez a gente dê um passo adiante e você
- a palavra foi difícil de entender.

_ Me treine. Ensine-me o que os Doms querem, para não estragar minhas chances.-
Porém, sugar o conhecimento dele não era justo sem oferecer algo em troca.

_ Eu poderia pagar você. - ela acrescentou, dando de ombros.

_ Ou alguma coisa. - ele fez uma careta para ela.

_ Não sou algo que possa ser comprado.

_ Oh. - Certo. Idiota. Ela odiava quando os homens a tratavam como um objeto barato,
e acabara de fazer isso com ele.

_ Não. Quero dizer, não aceitaria seu dinheiro. A ideia não é ruim. Eu posso ensiná-la,
apresentando-a a alguns de meus amigos e garantir que você não tenha problemas.

O olhar dela disparou para ele.

_ Sério? Você faria isso?

_ Sim, mas você tem que me ouvir. Quando estivermos juntos, você é minha. Você tenta
o seu melhor e aprende. Tem certeza de que deseja fazer isso?

Ela tinha certeza? Ele levaria isso a sério, ela já sabia disso. Treinamento. Como
um cachorro. Isso deixou um gosto desagradável em sua boca. Como um cara tão legal
como Banner poderia querer isso em uma mulher? Mas se ela tivesse que aguentar um
pouco, a fim de experimentar um Dom qualificado, ela o faria.

_ Sim, mas tenho limites.

_ Claro. Eu também. É para isso que serve a lista.

_ Você tem limites?

_ O que? Por ser um Dom, não tenho permissão de ter coisas que não quero fazer? - ele
inclinou a cabeça.

_ Sou uma pessoa em primeiro lugar, Kate.

Ela deu a ele um olhar malicioso.

_ Você também tem uma palavra de segurança?

_ Absolutamente não. Minha palavra de segurança é não. Não existe dominação por
consentimento duvidoso. Isso está levando a cobertura de baixo para o extremo.

Ele sentou-se e suspirou.

_ Cobrir de baixo 'é quando o sub tenta manipular a cena ou o relacionamento e assume
o controle. - Divertimento enrugou os cantos dos olhos.

_ Aposto que você seria muito boa nisso.

Ela fez uma careta.

_ Eu vou avisar você agora. Eu não vou tolerar isso. Você tenta essa merda comigo e
acaba sendo punida. Se você não quiser ir tão longe, teremos que terminar o acordo.

Ainda carrancuda, ela perguntou.

_ Então é o seu caminho ou a estrada?

Ele riu.

_ É assim que funciona, animal de estimação.


Mmmm. A maneira como ele disse "animal de estimação" evocou tantas idéias. .
. Ela empurrou esses pensamentos sujos de lado. O que ela era - uma
adolescente? Foco.
Valeria a pena? Submeter-se a treinamento, submetendo-se a punição se ela não
estivesse se comportando de acordo com os padrões dele? Ela estremeceu, depois se
odiou por isso. Isso não deveria estar excitando-a. Ela se opunha filosoficamente a isso.
Uma lição de comportamento mais submisso, ela poderia tolerar. Punição e treinamento
sério eram exagerados.
Mas ele era gostoso, e isso lhe daria experiência para trabalhar. Talvez, no final
disso, ela tenha pegado um cara legal. Ela não queria morrer sozinha. Seu relógio
biológico estava correndo. Não se tratava apenas de sexo. . . Ok, era muito sobre sexo,
mas, eventualmente, ela queria um homem que fosse tão bom no quarto quanto na
cozinha e no local de trabalho também. Doms são bons pais?
Um passo de cada vez. Ela sacudiu a cabeça.

_ OK. Vamos tentar. Então, o que você está recebendo com este acordo?

Ele encolheu os ombros.

_ Estou entediado e você é interessante.

Ela esperou por mais, mas ele apenas a encarou. Foi isso? Bem, pelo menos ele
não disse que estava fazendo isso, para ter algo para ir para casa e se masturbar. Ela
fez uma careta. Mesmo que fosse verdade, ela estava feliz por ele ter sido muito elegante
para dizer isso.
Um momento depois, seus olhos ficaram aquecidos, como se houvesse algo mais
que ele não estava dizendo a ela. Ela estava começando a ser capaz de ler a linguagem
corporal dele. Quando ele relaxou, ele a provocou com os olhos enrugados nos cantos.
Quando ele entrou no modo predador, seu corpo ficou tenso, seu olhar ficou afiado. Ele
não a olhou como um pervertido na rua. Em vez disso, ele manteve o contato visual de
uma maneira tão imponente que a congelou no lugar sem que ele precisasse pronunciar
uma palavra. Ela poderia dizer que ele era muito, muito bom no que faz. Um dia, ele faria
uma escrava muito feliz.
Nas próximas horas, eles conversaram sobre tudo - seus empregos, a lista de
verificação, histórias de parceiros anteriores. Ela ficou surpresa com a frequência com
que ele a fazia rir, apesar do olhar severo que costumava usar. Ele tinha um humor calmo
que apareceu em momentos inesperados
Quando ficou tarde e ela começou a bocejar, eles planejaram se encontrar no final
da semana para começar o treinamento.
Depois que ele saiu, ela se arrastou para a cama, seu corpo ainda zumbindo de
tensão sexual. Sua fantasia de antes voltou com força total, agora incluindo mais
detalhes sobre Banner: seu cheiro, a maneira como seus braços se flexionavam
enquanto se movia, a sensação de sua boca na dela. Ela chegou à visão de si mesma
na coleira, Banner segurando a ponta firmemente em seu punho.

Capítulo 4
Rook encheu sua boca com algodão doce, seus cabelos pretos bagunçados
pela brisa vindo da montanha-russa. Ele parecia mais relaxado do que Banner o via há
séculos. A feira tinha sido um bom plano. Talvez misturar doces com brinquedos não
fosse a melhor idéia, mas era um estado triste quando o irmão mais velho de uma
criança não podia ter uma má influência.
E sobre o assunto de más influências. . . A mente de Banner voltou-se para Kate
e o acordo, e ele verificou o telefone.
Nada. Ele estava começando a se perguntar se ela realmente iria aparecer
amanhã. Ele enviou uma lista de suas expectativas no início da semana e ela não
respondeu. Ambrose insistiu para que ele enviasse apenas uma mensagem, mas o
silêncio dela o atrapalhava. Ele deveria fazer planos de backup para não ficar sentado
sozinho, como um idiota, quando ela não aparecesse?

_ Você precisa encontrar uma garota legal, criar um casal de filhos. - disse Rook.

_ Isso faria mamãe feliz.

O silêncio caiu entre eles por um momento. Fazer a mãe feliz era um assunto que
Rook abordara bastante. Definitivamente, não é algo com que um adolescente deva se
preocupar tanto. Ele não deveria estar trabalhando duro para irritá-la?

_ Rook, não é nosso trabalho fazer outras pessoas felizes. Mamãe ainda não esqueceu
a saudade do pai e, até que isso aconteça, nada vai animá-la. Sem aconselhamento e
sem pílulas, embora ajudem. Ela precisa decidir que quer viver novamente, e não
podemos forçá-la a se sentir assim. Nem mesmo com um neto.

Ainda havia dias em que ela foi dormir com enxaquecas e não se levantou
novamente até a manhã seguinte. Foi difícil para todos eles, mas para Rook acima de
tudo. Ele tinha Banner e Meadow, mas mesmo irmãos com idade suficiente para serem
pais não substituíam a coisa real. Pelo menos, Meadow morava com eles e dirigia a
equipe da casa quando necessário, mas ela não entendia o irmão caçula. Ele pensou
em mudar o garoto para morar com ele, mas um adolescente morando com um solteiro
seria uma vida solitária.

_ Além disso, não sou responsável o suficiente para ser pai. As garotas geralmente
correm gritando comigo. Não vou me casar tão cedo.

_ Nem eu.

_ Você pode se casar mais cedo do que eu.


_ A menos que eles mudem a lei.

Banner beliscou sua bochecha e Rook deu um tapa nele.

_ Em alguns anos, tenho certeza de que a lei terá mudado. Se não tiver, vamos todos
para outro estado para o casamento.

Seu irmão estava assentindo, parecendo perdido em pensamentos sérios demais


para os quatorze anos.

_ Você já contou à mamãe? - Rook pressionou a ponta do tênis Converse na terra.

_ Ela tem o suficiente para derrubá-la. Ela não precisa lidar comigo saindo.

Ele colocou o braço em volta do ombro de Rook e apertou. Seu irmão se inclinou
para ele.

_ A saúde mental da mãe não é sua batalha. Ficar no armário para protegê-la é doce,
mas você merece ser feliz e sair, se quiser sair.

_ Você desistiu do emprego dos seus sonhos para seguir os passos de papai e apodrecer
os dentes das crianças. - Ele encolheu os ombros.

_ Tive um modelo altruísta.

Sonhos. O pensamento trouxe Banner de volta a quando ele tentava ganhar a


vida pintando e vendendo sua arte. A coisa do artista faminto tinha sido ótima quando
ele viajou pela Europa, ficando em albergues, mas ele não era mais jovem. Claro, ele se
apaixonou pela Suécia quando estava lá, e odiava deixá-la e voltar para casa quando a
saúde de seu pai começou a diminuir, mas ele sabia que não poderia fazer isso para
sempre.

_ Às vezes acho que você está tão triste quanto mamãe. - o garoto olhou para ele, depois
olhou para longe.

_ Você apenas esconde isso melhor.

Banner pegou o saco de algodão doce da mão de Rook e o desamarrou. Ele


engoliu as duas últimas mordidas e enfiou uma na boca de Rook e depois comeu a outra.
_ Shh. Você tem suas próprias coisas para se preocupar. Pare de se preocupar com todo
mundo.

Rook riu com a boca cheia de doces. Ele mastigou, observando uma montanha-
russa passar, depois voltou-se para Banner.

_ Meadow diz que sou sensível demais e que, se não me endurecer, nunca vou conseguir
um encontro.

Banner piscou para ele.

_ Bem, acho bom que Dylan não goste muito de sair.

***

Ela estava atrasada ou não viria. A hora em que eles concordaram chegou e se
foi, e ele ainda estava completamente sozinho - além do tesão que o incomodava o dia
inteiro.
Havia uma chance de ela estar presa no trânsito. Ele checou o telefone, mas havia
tanto dela agora quanto nos últimos dias. Nada. Talvez Janine tivesse encontrado
alguém para ela, ou talvez ela tivesse recuperado a razão e percebido que mexer com
Banner não fosse uma boa ideia.
Por que ele se deixou tão animado com uma garota que não seria permanente?
Claro, ele queria brincar com ela, mas havia muitas outras mulheres que estavam
dispostas a fazer isso. Aquelas que eram definitivamente submissas. Submissa estava
mais perto de escrava do que uma garota baunilha, certo? Então, qual era o grande
problema em treinar Kate?
Em seu estúdio, ele tentou pintar, mas estava tenso demais para trabalhar. Em
vez disso, ele foi ao home theater. Ele se forçou a sentar no sofá e ligar a TV. Ele odiava
televisão.
Fora de sua visão periférica, ele viu a camiseta que estava vestindo. De repente,
isso o irritou. Ele caminhou para o quarto, abriu as portas do closet e vasculhou as
camisas dobradas em seus cubículos. Quando ele encontrou o que queria, puxou a outra
por cima da cabeça.
Acalme-se, porra.
A campainha tocou. Ele congelou. Se Ambrose estivesse bisbilhotando, ele teria
entrado. A empregada também não teria se incomodado com campainhas.
Com movimentos sem pressa, ele se dirigiu para a porta, vestindo a camisa
enquanto passava. Irritação e incerteza o aglomeravam, mas ele diminuiu a respiração
e tentou fingir que nada disso importava para ele.
Ele abriu a porta e lá estava ela, em toda a sua inocente glória baunilha. Kate
olhou para ele, com os olhos arregalados e cheios de ansiedade.

_ Entre, Kate. Eu estava esperando você vinte minutos atrás.

Ela atravessou cautelosamente o limiar, esticando a cabeça.

_ Esta é a sua casa?

_ Sim.

_ Parece um museu.

_ É velha. - Esqueça essa merda educada.

_ Porque voce esta atrasada?

O sorriso de Kate tremeu e desapareceu.

_ Me desculpe. Eu ia dizer que me perdi, ou algo assim, mas não quero começar hoje
com uma mentira.

Ela mordeu o lábio e olhou para os sapatos.

_ Eu estava assustada. Não dormi a noite toda e não tinha roupas como as que você
queria que eu usasse, então tive que ir às compras, mas demorou uma eternidade para
encontrar o que queria. - a voz dela tremeu durante a última frase.
_ Shh. Entre. - Ele se sentiu um idiota. Por que ele assumiu que ela estava brincando
com ele? Ele namorou algumas submissas que tentaram jogos mentais com ele, mas ela
não parecia do tipo. Ele estava ansioso demais por isso, e toda a espera e admiração o
deixavam irritado. Aparecer era muito corajoso da parte dela.
Ela entrou, e ele fechou e trancou a porta atrás dela, mesmo que ele não se
incomodasse. Isso diria a Ambrose que ele não queria ser perturbado, pelo menos.

_ Tire os sapatos e coloque-os na porta.

_ Meus sapatos?
_ E meias.

Embora ela tenha arqueado uma sobrancelha para ele, ela ainda obedeceu.
Alguns Doms insistiram que suas mulheres usassem saltos para eles, mas ele sentia
que os pés descalços davam um tom melhor. As submissas descalças tendiam a se
lembrar de seu lugar, mesmo que o resto de suas roupas permanecesse.

_ Você gostaria de um refrigerante? Água?

_ Nada por enquanto, obrigado.

De volta para conversa fiada. Ele odiava conversa fiada. Conversa fiada fez com
que ele se sentisse como se estivesse no trabalho.

_ A casa foi construída nos anos 1880. Estou restaurando lentamente. A empresa que
faz isso é especializada nesse tipo de coisa.

Kate atravessou o saguão e virou-se para olhar o vitral bem acima da porta, depois
seguiu a luz que o filtrava até o padrão que fazia no piso de mármore claro.

_ Original? - ela apontou para a janela.

_ Sim. O artista sabia o que estava fazendo, felizmente. Fico feliz, porque duvido que
possa encomendar algo tão bonito agora.

_ É São Jorge?

_ Suponho que sim, por causa do dragão.

Ela ficou de pé e olhou para ele, e enquanto seus olhos estavam ocupados,
Banner a olhou. Calças de ioga, camiseta. Linhas sob suas roupas traíam o sutiã e a
calcinha que ela usava, apesar das instruções dele, além de seu cabelo estar em um
rabo de cavalo quando ele disse a ela para soltá-lo. Ele foi puxado com tanta força do
rosto que deve ter feito seu couro cabeludo doer. Ela parecia uma professora sádica da
escola primária a caminho da aula de Pilates no sábado.
No entanto, a maneira como as calças de ioga se agarravam à sua bunda perfeita
era pecaminosa. Quem fez as calças de ioga deve ter usado a bunda de Kate como
inspiração. Então, como alguém disciplinou uma garota baunilha que disse que queria
ser submissa, mas que se re recusa obedecer?
_ Você precisa de alguns minutos para terminar de se arrumar? - Banner deixou seu
olhar encontrar o dela e estreitou os olhos levemente.

Um tom rosado se espalhou por suas bochechas, e ela desviou o olhar.

_ Eu tenho que? Quero dizer, eu quase não vim por causa disso. Dizer a uma pessoa
como se vestir é meio assustador. Sou uma mulher adulta. Eu deveria ser capaz de me
vestir da maneira que eu quiser.

_ Arrepiante? É melhor você se acostumar com isso, se você realmente quer um Dom.
Eles esperam que você siga as ordens deles.

Ela assentiu com cuidado, mas seu rosto traiu sua ansiedade.

_ Estou tentando entender tudo, mas algumas partes parecem muito estranhas.

Rindo, ela acrescentou:

_ Outras são totalmente excitantes.

Ele entendeu de onde ela vinha, mas ela teria que aprender a ceder um pouco.
Às vezes, ser submissa era sair da sua zona de conforto. Isso era algo que ele teria que
explicar enquanto avançavam. Por enquanto, pequenos passos.
Ele a conduziu pela casa. Ocasionalmente, seus passos sussurrantes pararam
em seu rastro, e ele esperou enquanto ela olhava atentamente para os quadros ou a arte
que a interessava antes que ele continuasse. Uma vez ela parou para admirar uma
paisagem que ele pintou anos atrás, mas ele não disse a ela que era o trabalho dele.

_ Você não mencionou que era rico.

_ Isso faz diferença?

_ Não.

As mulheres sempre diziam isso, mas, por algum motivo, com Kate parecia
verdade.
Eles chegaram à sala de home theater, que era aconchegante e à prova de som,
embora o ruído provavelmente não fosse um problema hoje. Ele se virou para encarar
Kate, mas como ela andava de um lado para o outro na sala, ela não notou que ele havia
parado. Ela parou muito perto. Apenas a alguns centímetros de distância, ela inclinou a
cabeça para trás e olhou para o rosto dele. Lábios entreabertos, olhos arregalados, ela
pareceu surpresa por quase colidirem.

_ Me da sua lista de verificação de BDSM e a lista de limites que você tem em relação
ao seu acordo comigo e depois termine de me arrumar no banheiro do outro lado do
corredor. - Ele se perguntou se ela obedeceria, considerando o quão relutante ela era
quando se tratava de outras coisas.

Ela tirou uma pilha de papéis da bolsa e os entregou, mas ficou enraizada no
lugar, em vez de atravessar o corredor.

_ Você precisa que eu te acompanhe até lá, Kate?

Ela ficou inquieta.

_ Mas eu não quero. É humilhante e perturbador.

_ Provavelmente, o seu Dominador lhe dirá como se vestir, pelo menos algumas vezes.
Isso começará a se acostumar com essa ideia. Existe uma razão séria para você não
cumprir? É um gatilho para você?

Ela mudou seu peso de uma perna para a outra.

_ Não, é apenas que tenho problemas para seguir as instruções, se não tiver um motivo.
Se você é um pervertido, prefiro saber isso agora.

_ Não é meu pagamento por lhe ensinar, não, se é isso que você está perguntando. Foi
minha experiência que, quando as submissas não podem usar roupas íntimas, eles se
sentem mais sensuais e as ajudam a entrar em um estado de espírito submisso. Quanto
ao seu cabelo estar solto, é porque sou um pervertido.

Uma risadinha escapou dela antes que ela suspirasse profundamente e


desenhasse um padrão no chão com o dedo nu. O esmalte azul nas unhas dos pés era
inesperado e adorável.
A paciência não seria tão eficaz com Kate quanto o raciocínio com ela. Ela era
nova e ele teria que dar uma folga a ela - muito mais do que ele daria a uma garota com
quem ele estava realmente envolvido.
_ Deixe-me colocar desta maneira para você, Kate. . . Se dar esse pequeno controle ao
seu Dom é demais para você, é melhor encerrarmos esse arranjo agora. Não posso
ensinar nada se você está se recusando a algo tão pequeno. - Ele encolheu os ombros.

_ Talvez você não seja submissa ou talvez não seja forte o suficiente para entregar o
controle a outra pessoa. Não é algo que todos sejam capazes de fazer.

Banner virou-se e caminhou até uma das poltronas de couro da sala, sentou-se e
começou a examinar os papéis que havia preenchido. Se ela se recusasse a fazer isso,
ele a levaria até a porta. Era verdade que ele a queria mais do que alguém em muito
tempo, mas isso seria temporário na melhor das hipóteses. Não havia como ele se
aprofundar nisso se ela não estivesse devolvendo nada. É certo que, se ele a estivesse
treinando nos fundamentos do BDSM, seria mais fácil com ela. No entanto, se ela estava
procurando por um Dom, eles precisavam descobrir se havia uma sugestão de
submissão nela primeiro. Se Kate só queria brincar disso, ela havia escolhido o homem
errado para entregá-la.
Ele fingiu não vê-la enquanto ela estava ali, olhando para ele. Eventualmente, ela
saiu da sala e ele ouviu a porta do banheiro se fechar.
Professor: um; aluna difícil: zero. Embora se gabar não fosse o estilo dele, Banner
se permitiu um pequeno sorriso enquanto examinava o papel na mão.
Quando ele chegou ao final da página, ele assobiou baixo. Além dos limites rígidos
em sua lista de verificação, ela estava disposta a considerar qualquer quantidade de
contato entre eles, incluindo sexo. Bem, isso tornaria o treinamento muito mais
interessante.
Esfregando a mão no rosto, ele tentou pensar em manter um nível de distância e
se concentrar no que ela precisava aprender.
Foco, cara. Ignore seu pau.
Com ferro, ele desviou o olhar das palavras “até e inclusive sexo” e passou para
a próxima página. No topo da lista de verificação estava o anal, ao lado do qual ela
desenhou um círculo instável em torno da palavra "curioso", em vez de circular um
número de escala. Porra, uma virgem anal? Ele gemeu alto, seu pau agora
completamente duro e dobrado em um ângulo estranho em seu jeans.
Ele deixaria isso para o verdadeiro Dom dela, certo? Ele era um homem decente.
Ele poderia resistir à tentação. Em sua mente, ele fingiu que ela havia circulado um "limite
rígido", mas seu pênis permaneceu não convencido. Quem ensinou a maldita coisa a
ler?
Ah, inferno. Suas dobras alinhadas. Ela circulou números de escala ou a palavra
"curioso" ao lado de todos os seus favoritos e marcou "limite rígido" ao lado de todas as
coisas que ele não gostava. Vários itens que ela deixou em branco.
_ Eu precisava de esclarecimentos sobre alguns deles e, depois de pesquisar na Internet,
fiquei com muito medo de procurar outra coisa. - ela ficou parada na porta, olhando para
o chão. Seus cabelos soltos caíam para a frente para obscurecer suas feições da vista
dele, mas os pedaços de seu rosto que ele podia ver estavam vermelhos.

_ E havia outras coisas em que eu não sabia como me sentia sobre elas.

_ Isso é bom. Você sabia mais do que eu pensava.

_ Liguei para Janine algumas vezes.

Ele riu.

_ O que você deixou em branco provavelmente não é o que vamos explorar juntos de
qualquer maneira. Venha sentar na cadeira ao meu lado para que possamos conversar.

Ela arrastou-se depois de abaixar a bolsa pela porta, e ele conseguiu não ser um
pervertido completo e comer com os olhos os seios dela enquanto se balançavam livres
sob a camiseta apertada.

_ Temos que conversar sobre isso? Você não pode me dar uma palavra de segurança e
levá-la de lá?

_ A comunicação é importante no BDSM. Se não sei o que você gosta, o que você não
gosta e quais são os seus gatilhos, é difícil para mim tornar nosso tempo juntos educativo
e prazeroso para você. - Ele sentiu como se estivesse dando uma palestra em uma
faculdade. Ele não achava que tinha um fetiche por ensinar, mas isso era interessante.

_ Bem, por que você não precisa me dar sua lista de verificação? Saber que você sabe
tudo sobre mim agora é embaraçoso.

_ Não tenha vergonha, Problema. Nossas dobras se alinham um pouco demais, então
não se preocupe comigo, julgando você. Na comunidade Kink, as pessoas aceitam
muito, mesmo que você goste de coisas que elas não gostem.

_ Seu fetiche não é o meu, mas seu fetiche está bem?

_ Exatamente. Vê, você sabe das coisas.


_ Bem, Janine me conta as coisas e costumo me lembrar das partes que parecem
importantes. - Ela sentou na cadeira ao lado dele, olhando para a tela da televisão em
branco.

_ Ainda não acredito que realmente aparecei hoje. Eu tenho tentado me psicologar a
semana toda, mas no fundo da minha mente eu pensei que iria ficar louca.

Medo que ele entendeu. Parte de sua tensão subjacente derreteu. Seus olhos
ainda estavam escondidos principalmente pelos cabelos, então ele colocou uma mecha
atrás da orelha.

_ Então, o que fez você entrar no seu carro e aparecer?

_ Eu disse a mim mesma que estava indo para a academia até estar sentada na sua
garagem. Tocar a campainha foi uma das coisas mais difíceis que fiz na minha vida.

_ Respeito que isso seja uma luta para você. É impressionante que você veio mesmo
assim. Espero que ajude você a responder a algumas perguntas sobre você, se nada
mais. - Ele folheou o questionário dela novamente brevemente e depois deixou os papéis
de lado.

_ Isso me dá informações suficientes para trabalhar por enquanto. Você tem uma palavra
de segurança em mente?

_ Eu pensei que o Mestre não fazia palavras de segurança.

_ Eu faço. Eu assisto com cuidado também. Com a maioria das pessoas, você pode dizer
quando elas estão chegando ao limite. Nunca é minha intenção machucar alguém além
do que ele pode suportar. Deixar cicatrizes emocionais não é um dos meus fetiches. -
Ele era um cara seguro, são e consensual quando se tratava de BDSM, mas ele conhecia
algumas pessoas que não eram. Eles eram geralmente os idiotas que deram um mau
nome ao BDSM. Banner tamborilou com os dedos no braço da cadeira antes de se
segurar. Um forte desejo de levar as coisas adiante o deixava impaciente, mas não seria
justo apressá-la.

_ Além disso, você não concordou em ser minha escrava. Mas mesmo se você tivesse,
você tem uma palavra de segurança.

Merda. Ele realmente tinha apenas sugerido que ela poderia concordar em ser
sua escrava em algum momento? Era como se ele tivesse deixado um enorme ainda
pairando sobre eles. Nada como deixar a garota desconfortável colocando suas cartas
na mesa.

_ Se eu estivesse ansiosa para tentar ser escrava, o que você faria?

Ele sorriu, imaginando se suas presas metafóricas eram evidentes.

_ Precisaríamos ter uma longa discussão sobre o que isso significaria para nós dois e
teríamos que ver se seríamos adequados um para o outro.

_ Então o BDSM é todo consensual? - as sobrancelhas dela se ergueram, como se ela


não acreditasse.

_ Na comunidade principal de BDSM, sim. Pode nem sempre parecer assim para o
escravo, mas, na realidade, a opção de ir embora está sempre lá. - Ele deixou um pouco
da escuridão dentro dele mostrar em sua expressão.

_ É claro que existem pessoas que vivem à margem do BDSM que confundem as linhas.

_ Você confunde as linhas?

Deliberadamente ele fez uma pausa, apreciando a sugestão de apreensão que


viu em seu rosto. Ser um bastardo era divertido, mas como ela não o conhecia bem, ele
não tinha certeza do quanto ela levaria isso a sério.

_ Não. Minhas escravas estão livres para me deixar, se é isso que elas querem. - Os
últimos poucos realmente não eram escravas, o que havia sido frustrante para ambas as
partes.

_ Muitas escravas escolheram deixar você?

_ Nos últimos anos, terminei o relacionamento com algumas mulheres que me disseram
que eram escravas, mas na verdade eram submissas que pensavam que a escravidão
parecia perigosa e emocionante. A realidade não era algo a que se ajustassem muito
bem. - Ser solicitado a sair do quarto não foi muito bem. Suas velhas frustrações
surgiram, mas insistir em como era difícil encontrar alguém para se adequar a ele,
alguém que queria o que ele queria, não resolveu o problema.

Ela se virou para olhá-lo, os olhos arregalados.


_ Então você é rigoroso?

_ Muito.

_ Você vai me punir muito? - ela umedeceu os lábios.

Ele quase podia sentir o cabo de madeira liso do tawse em sua mão. Porra.
Quando ele estava perto dessa garota, sua imaginação era como pornografia ao vivo.

_ Isso depende se você é uma boa menina ou uma menina má.

Um pequeno gemido escapou dela, e o som foi direto para sua virilha.

_ Você gosta de dor, Kate, ou é da idéia de ser punido?

Ela se refugiou em silêncio. Justo. Ela pode não saber ainda.

_ Minha palavra de segurança deve ser longa, para não haver confusão? - Kate
finalmente perguntou.

_ Deve ser curto e fácil de lembrar. Algo que a maioria das pessoas não diria no contexto.

_ Vombate?

Banner riu.

_ Vombate? Você vai se lembrar disso?

_ Sim você vai?

_ Se você disser alguma palavra estranha enquanto estiver comigo, garantiremos que
você esteja bem. Já tive parceiros que esqueciam suas palavras de segurança antes e
gritavam coisas como 'atum', 'cardigã', 'caixa de fósforos' ou ‘ukulele'. Isso mostra o ponto
de vista, mesmo se você não acertar a palavra certa.

Ela riu, um som verdadeiro e bonito que emocionou seus ouvidos.

_ Você está pronta para começar?

_ Sim senhor.
Ele reprimiu um calafrio.

_ Me chame de Banner por enquanto, ok? Você não é minha, e toda vez que você me
chama assim, isso me deixa um pouco louco.

_ Louco como? - Os lábios dela se separaram, e ele desejou poder mostrar a ela o quão
louco.

_ Por um momento, esqueço que você não é minha e acho que você não quer isso.

Kate lambeu nervosamente os lábios secos.

_ OK . . . Banner. - Da boca dela, o nome dele soou estranhamente como um senhor não
tão sutil.

Ele jogou um cobertor no chão na frente dele.

_ Ajoelhe-se lá. Veremos no que você precisa trabalhar em termos de postura.

Sem hesitar, ela se dobrou em um atraente ajoelhamento no pequeno cobertor.


Seu afeto foi uma mistura de orgulho e autoconsciência. A linha graciosa de seu pescoço
implorou por uma coleira.

_ Bom. A maioria dos dominadores prefere que você se ajoelhe com os joelhos abertos
e as mãos viradas para cima nas coxas.

_ O que você prefere?

_ Joelhos abertos, a menos que haja companhia. Mãos palmas para baixo nas coxas da
submissa. Acho isso esteticamente mais agradável.

Kate ajeitou o cabelo e colocou-o atrás do ombro, depois abriu os joelhos e


colocou as mãos nas pernas. A inclinação da cabeça dela era desafiadora, então ele
segurou gentilmente sua mandíbula e esperou até que ela fosse dócil. Incapaz de resistir,
ele deixou as pontas dos dedos roçarem sua bochecha antes de retirar a mão.
Ela piscou rapidamente por um momento, depois ficou muito quieta. Seus olhos
verdes ficaram macios e sem fundo por um momento antes de recuperar o estado de
alerta habitual.
_ Por que você segurou meu rosto assim?

_ Você parecia estar me desafiando. Alguns Doms adoram isso, mas muitos não. Você
precisa aprender o que seu Dom tolerará e trabalhar dentro desses limites. - Ele
ritmicamente esfregou um polegar sobre o queixo dela, só para ver se funcionaria
novamente. Os olhos de Kate ficaram sonhadores e ela relaxou na pose. Era como um
botão mágico. Ele sorriu.

_ Da mesma forma, se um Dominador se importa profundamente com você, ele pode


ajustar o que espera de você de pequenas maneiras.

Ele deslizou a mão para acariciar a lateral do pescoço dela. O decote redondo de
sua camiseta o tentou a traçar um dedo sobre a clavícula. Seus olhos se fecharam e sua
respiração diminuiu. Um pequeno arrepio a tomou, e a paz em sua expressão chamou
sua atenção.

_ Você parece muito calma, Kate. - ele sussurrou, arrastando a ponta do dedo sobre a
suavidade da carne exposta dela.

_ Você gosta dessa sensação?

_ Sim, Banner. - ela respirou.

_ Quando você fala com Doms, precisa tentar se lembrar desse sentimento. É isso que
você quer deles. Se você permanecer concentrada nesse espaço, poderá se sentir
menos tentada a assustá-los.

O feitiço quebrou e suas pálpebras se abriram. Seu olhar era eloquente.

_ Então eu sempre preciso andar por aí me sentindo drogada e estupida? Se um Dom


quer isso de mim, ele precisa trabalhar para isso. Eu não vou me tornar automaticamente
uma boneca sexual irracional toda vez que um Dom aparecer, com a chance de ele me
colocar nesse estado mental.

Antes que ele percebesse o que estava fazendo, ele enterrou o punho nos cabelos
dela. Ela ofegou, mas não tentou fugir.

_ Eu disse que você tinha que ser uma boneca sexual irracional? - ele rosnou.

_ Eu disse que você precisa se lembrar do que gosta, para não perder o que procura.
Os olhos de Kate perderam o foco novamente e ela inclinou o rosto na direção
dele, como se quisesse que ele a beijasse. Como ele deveria lhe ensinar algo do ponto
de vista objetivo, se ela estava acidentalmente apertando todos os botões dele? Ele
apertou o punho em seus cabelos, e ela gemeu.
Foda-se o objetivo.
Ele pressionou a testa na dela e sussurrou.

_ Se você continuar desafiando um Dom, poderá obter mais do que espera. Eu


deveria estar lhe ensinando coisas, não tocando em você. Como você vai aprender se o
seu desejo sexual continua assumindo?

Incapaz de se conter, ele roçou os lábios nos de Kate. Macio, sensual. . . não que
ele tenha esquecido a última vez. Ela choramingou e tentou aprofundar o beijo, mas ele
a segurou pelos cabelos e traçou levemente os lábios com a língua. Quando ele estava
pronto, ele a beijou, ainda a segurando pelos cabelos. Os lábios dela cederam sob os
dele. A maneira nervosa em que ela o beijou de volta, sua língua timidamente
encontrando a dele, empurrou-o ainda mais para o espaço Dom. Ele ajustou o aperto em
seus cabelos, e ela choramingou em sua boca. Seria tão errado jogá-la de costas e ver
como ela estava disposta?
Ele interrompeu o beijo, sentou-se um pouco na cadeira e permitiu que ela se
aproximasse até ficar entre os joelhos dele, olhando-o através dos olhos semicerrados.

_ Por favor. - A palavra era tão quieta que ele pensou por um momento que a imaginou.

_ Por favor o que, Kate?

_ Por favor, mostre-me como é com você. Só uma vez. - Ela estava em um sub-espaço
na cabeça, talvez pela primeira vez em sua vida, e embora ele desejasse tê-la, ele se
perguntou se era a coisa certa a fazer.

_ Não acho que você esteja pronta para isso. - ele riu arrependido.

Ela apertou a bochecha no joelho dele, mas não desviou o olhar.

_ Por favor senhor. Eu farei o que você quiser. Serei boa.

Senhor? Foda-se, essa palavra de seus lábios, e seu significado, disparou direto
para seu pênis. Ele desviou o olhar do dela e a mão do longo cabelo sedoso dela. Seu
som de decepção foi adorável.
_ Bem. Você quer brincar comigo, garotinha?

Ela parecia consciente então, mas mais divertida do que preocupada. A


submissão tinha sido real ou um ardil? Isso era apenas para colocá-lo na cama? Deus,
essa garota estava mexendo com seus instintos.

_ Tenho uma palavra de segurança, se não conseguir lidar com isso.

Ele precisaria prestar muita atenção para garantir que não a levasse muito longe
- as palavras de segurança só funcionavam se você lembrasse de usá-las.

_ Tire a roupa.

A mandíbula de Kate caiu por um momento, mas ela se recuperou rapidamente.

_ Simples assim?

_ O que você espera, jantar e um filme? Você veio aqui para ver como era a submissão
e ter sua pequena aventura com Dominância/submissão. Não vou jogar algum tipo de
jogo em que fingimos que não sabemos o que você quer.

Seu tom pareceu surpreendê-la, mas ele não era capaz de medir as palavras. Se
ela estivesse lá apenas para transar, ele não perderia tempo.

_ Eu não vim aqui apenas para transar com um dominador. - o rosto dela estava
escarlate.

_ Eu apenas - sou uma pessoa curiosa. Janine me contou como Chris é com ela a portas
fechadas, e eu estava imaginando como a dinâmica Mestre/Escrava era diferente. - Ela
mudou para onde estava ajoelhada, e ele se perguntou se seus joelhos estavam doendo.

_ Etiquetas são etiquetas. Eles significam coisas diferentes para pessoas diferentes. -
Ele esfregou a mão sobre o couro do braço da cadeira, desejando que ele ousasse tocá-
la novamente. Eles tinham que resolver isso primeiro.

_ Geralmente, a dinâmica mestre/escrava é profunda - comprometida - e há um forte


vínculo emocional. Muitas vezes, são vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana.
Na maioria das vezes, os escravos se submetem mais plenamente aos seus mestres,
mas eu conheci casais que se identificam como Dom/sub que se encaixam nessa
descrição e mestres com escravos onde eles não planejam ficar juntos após o
treinamento.

_ Então as diferenças entre Dom/sub e Mestre/escravo não são nada ou tudo,


dependendo do relacionamento?

Ele sorriu sombriamente.

_ Exatamente.

_ Mas, claramente, para você, há uma grande diferença na intensidade do vínculo e no


nível de obediência. . . e no grau em que você espera ser adorada? - O leve sarcasmo
implicava que ela estava provocando ao invés de julgar.

A pele lisa de sua garganta vulnerável era perturbadora.

_ Sim. Bem como no grau em que aprecio a mulher que usa minha coleira.

Kate apertou os lábios e os mordeu. Ela iria rir da ordem ou convenientemente


esquecer que ele a havia emitido?

_ Há algo incomodando você?

_ Bem, não sei o que devo fazer. Você ordenou que eu tirasse a roupa, mas eu não sei
se você realmente quer que eu faça isso ou se você estava apenas me mostrando que
não estou tão pronta para experimentar as coisas quanto penso que estou. - Ela estava
olhando para ele, tentando ler sua expressão, que ele estava mantendo propositalmente
impassível.

- E mais, se eu tirar minha roupa, isso me faz uma vagabunda? Acabamos de nos
conhecer há alguns dias.

Quando os escravos recebem um comando, eles obedecem. Não cabe à escrava


adivinhar seu Mestre; é apenas responsabilidade dela cumprir.

_ Então isso me faz uma boa garota, não uma vagabunda?

_ Minha boa garota faz coisas ruins quando eu digo. Em troca, a responsabilidade por
essa decisão é minha.
Ela se endireitou e olhou para ele.

_ Devo fazer isso enquanto estou ajoelhada aqui ou em pé, Banner?

Seu coração bateu enfaticamente. Ele esperava que ela não pudesse ouvir.

_ Provavelmente seria mais fácil se você se levantasse. - Ele se recostou na cadeira,


parecendo um bastardo arrogante, em vez de deixá-la ver que o pegara desprevenido.

Kate colocou uma mão gentil no joelho dele para se firmar enquanto se levantava,
e a intimidade do gesto o moveu da incerteza para uma autoconfiança mais familiar.
Ela estava hesitando tanto que parecia dolorosa. Quando ela brincou com a borda
inferior da camiseta, prendendo, ele a corrigiu.

_ Olhe para mim enquanto faz isso. Não lhe dei permissão para desviar o olhar.

_ Sim senhor. - Quando ela se moveu para obedecer, sua relutância em se despir tornou
seus movimentos lentos, despertando seu interesse mais do que ela provavelmente
pretendia.

_ Não acredito que estou fazendo isso. Normalmente não sou assim tão a frente.

_ Alguém já fez você fazer isso antes?

_ Despir-se enquanto eles me observavam? Assim não. Talvez eles assistiram quando
eu me despi, mas não é assim. . . intencionalmente. - A camisa tinha acabado de chegar
à curva inferior de seus seios empinados, depois deslizou para cima, revelando mamilos
endurecidos.

Banner respirou fundo. Não importava que isso fosse quase baunilha, seu pau
doía por ela. Claro, a camiseta dela tinha sido bem justa, mas nua era muito mais
interessante. Ela puxou a camisa por cima da cabeça, jogou-a ao lado da cadeira e
deslizou os polegares no cós da calça de ioga. Ele pretendia mantê-la vestida por hoje,
pelo menos. Ele realmente tinha. Mas ele não resistiu à tentação de ver o corpo adorável
que suas roupas sempre sugeriam.

_ Eu não sou perfeita. - ela avisou timidamente.

_ Perfeição me aborrece. Mostre-me o que não é perfeito e eu darei a minha opinião.


_ Eu tenho uma bunda grande. Não importa o que eu faça.

_ Mostre-me.

Ela engoliu em seco.

_ Sim senhor.

Ele não conseguiu corrigi-la por chamá-lo de "senhor" novamente. Parecia


adorável vindo de sua boca.

_ Vire de costas para mim e empurre as calças até os tornozelos.

Ela choramingou, mas virou de costas, depois começou a deslizar as calças


lentamente para baixo, mostrando-se para ele centímetro por centímetro. Para ele, sua
bunda era redonda e perfeita - o tipo que implorava pela mão de um Mestre, ou talvez
por seus dentes. Ele ajeitou o pau duro através da calça jeans enquanto a observava
dobrar-se o tempo todo, depois recuou como se ela fosse feita de elástico impaciente.
Ela chutou as calças na direção da blusa e depois se virou para encará-lo, cobrindo a
boceta com a mão.

_ Eu disse que você tinha permissão para se esconder de mim?

_ Não senhor.

Ele a ignorou quando ela deixou cair a mão de proteção. Em vez disso, ele abriu
a pequena gaveta da mesa lateral para recuperar a coleira de couro que ele havia
comprado para ela, caso eles chegassem a esse ponto. Era só para acostumar-se a isso,
por enquanto. Esta não significava nada, exceto que ele tinha um fetiche com coleira.

_ Ajoelhe-se na otomana. - Ele apontou para a plataforma redonda de couro, que poderia
ser usada para sustentar os pés ou colocar bebidas. Serviria a um propósito muito mais
nefasto hoje.

Ela se afastou dele em direção à plataforma, usando as pernas para encontrá-la,


pois aparentemente se lembrava de que não devia desviar o olhar. Banner teve alguma
satisfação com isso, pelo menos. Demorou um momento para se arrumar, joelhos
pressionados firmemente juntos e cabelos caindo para a frente para cobrir os seios. Ele
se levantou da cadeira e se aproximou dela lentamente.
_ Sua bunda é tão charmosa quanto o resto de você. Se você insultar seu corpo
novamente na minha presença, você será punida.

_ Mas é meu! Por que não posso dizer o que quero sobre isso?

Ele agarrou o queixo de Kate e olhou em seus olhos.

_ Porque quando você se insulta, você insulta meu gosto por mulheres. Eu não vou
tolerar isso. - Ele afastou os cabelos dela para que parassem de obscurecer sua visão,
depois bateu na parte interna do joelho para afastar as pernas. Sua boceta estava
completamente desprovida de cabelos. Garota safada. Por um momento, ele deslizou os
dedos pela parte interna da coxa dela para testar sua reação. Não havia resposta,
apenas um silêncio nervoso. Ele parou no meio da coxa e retirou a mão, depois escondeu
a diversão quando ela exalou pesadamente.

_ Você sabe o que é isso? - ele perguntou, segurando a coleira.

_ Uma coleira, senhor?

_ Sim. Esta é apenas para lembrar quem está no comando hoje. Quando está no seu
pescoço, você é minha. Entendido?

_ Sim senhor.

Banner prendeu o acessório no pescoço dela. A quantidade de satisfação que ele


sentiu ao vê-la era ridícula. Os olhos de Kate brilharam e, quando ele passou o polegar
sobre os lábios dela, ela abriu a boca tão obedientemente que ele quase gemeu alto.
Como ela poderia ser tão submissa e não saber? Ele deslizou a ponta do polegar na
boca dela, e ela chupou e beliscou. Seu pau latejava de inveja.
Quando Banner não aguentou mais, ele afastou a mão. Como ela fez isso tão
frustrante foi um mistério. Era apenas o polegar dele!
Ele pegou a cadeira e a arrastou para mais perto da otomana.

_ Tenho a impressão de que você está acostumada a conseguir o que deseja


imediatamente. Quando você tem um Dom, ele a usa quando lhe apetecer, ou faz você
esperar. Você não pode escolher. Alguns deixam seus submissos pedirem o que
querem, mas outros esperam que suas mulheres esperem pacientemente para serem
notadas.

_ Então você iria embora? - ela sussurrou.


_ Talvez, para lembrá-la de seu lugar. Seria difícil para mim fazer hoje.

_ E por que isto?

Nua, encoleirada, ajoelhada onde ele a colocou, e ela de repente pareceu


presunçosa? Oh, as coisas que ele queria fazer com ela.
Em vez de responder, ele pegou o controle remoto e começou o filme que ira
assistir se ela não tivesse aparecido.

Ela suspirou ruidosamente e se mexeu.

_ Você realmente vai assistir TV agora?

_ Se você se mexer, será punida. Você precisa aprender a fazer o que foi solicitado.

_ Ah sério? - ela riu.

_ Este é o seu último aviso, Kate. - ele arqueou uma sobrancelha, esperando para ver
até onde ela o provocaria.

_ Você precisa ver seu tom com um Dom, e especialmente comigo. - Travessura e
apreensão brigaram em seus olhos e ele esperou, não disposto a apostar em qual deles
venceria.

Ela se acomodou, então ele voltou o olhar para os créditos de abertura, mesmo
que sua atenção estivesse na garota. Cerca de cinco minutos depois do filme, ela
começou a se mexer. A princípio, eram pequenas coisas - um ligeiro deslocamento da
perna, um reposicionamento da mão. Pareceu uma reação inocente manter sua posição
por tanto tempo. Mais alguns minutos e ela esticou as costas, empurrando os seios para
ele, depois inclinou a cabeça para trás e olhou para o teto.

_ Há algum problema, Problema?

_ Estou entediada.

_ Isso não é problema meu. Isso é algo que você precisa se acostumar. No momento,
estou ocupado, então não vou tocar em você. Tenha paciência e aguarde.
Ela franziu o cenho para ele.
_ Eu não sou uma pessoa paciente. E se eu não quiser ser tocada por você? - Sua voz
tropeçou na palavra "tocada".

_ Talvez tenha sido um erro.

A reação dela foi interessante. A palavra havia desencadeado algo. E por que sua
impaciência e beicinho o estavam excitando? Normalmente, ele não tinha tolerância para
isso de uma submissa. Ela realmente entendeu o que significava domínio? Ele tinha que
tomar uma posição forte com ela agora, antes que ela pensasse que a submissão era
uma caminhada.

_ Eu não ligo para o que você quer. Eu posso te tocar mais tarde, se eu quiser. - Oh, ele
sentiu isso, tudo bem.

_ Você tem uma palavra de segurança para usar se eu fizer algo que você não quer, mas
fora isso, você fará o que eu digo. Se você não quer estar aqui, sabe onde está a porta.

Kate rosnou em frustração.

_ O mínimo que você poderia fazer é me deixar virar para que eu possa assistir ao filme.

_ Oh, você quer assistir o filme? Eu sinto Muito. Que rude da minha parte. - Banner
suprimiu seu aborrecimento e se levantou. Ele a agarrou pela cintura, ignorando seu grito
de surpresa e a virou na direção da tela plana.

_ Ajoelhe-se.

Ela obedeceu, e ele empurrou os ombros dela para baixo até que o peito e a lateral
do rosto estivessem contra a otomana, com o traseiro no ar. Como artista, o arco das
costas e a curva da bunda lhe davam muito o que admirar. Como homem, isso o fez
gemer.

_ Fique.

_ O que? Não! - ela se ajoelhou novamente.


Ela queria saber como eram as coisas com ele? Bem.

Em um movimento fluido, ele estava sentado na cadeira, com a garota safada


balançando o rosto sobre o colo. Ele deu um tapa na bunda dela quatro vezes, achando
o chacoalhar e seus gritinhos sexy e perturbador, mas não era hora de brincar com ela.
Grosseiramente, ele a colocou de volta na posição e a segurou pelos cabelos, mesmo
que ela não estivesse lutando com ele. Seu corpo estava começando a responder
submissamente, o que lhe dava uma visão mais otimista ao tentar treiná-la. Ele traçou
as marcas de mãos bem definidas que havia deixado com a ponta do dedo.

_ Eu disse para ficar, Kate. Você entende o que isso significa?

_ Sim senhor. - a voz dela tremia.

_ Estarei vendo cada centímetro de qualquer maneira, então não há necessidade de ser
tímido. A modéstia nunca vale a pena. Lembre-se disso. - Ele recostou-se na cadeira e
fingiu estar envolvido no filme, mas na verdade ele apenas a observou e tentou não
pensar no fato de que ele queria estar bem no fundo de sua linda boceta em vez de tentar
ensinar sua obediência. Ela estava ali - sua carne delicada exposta a ele, seu corpo à
mercê dele.

Capítulo 5

O que eu estou fazendo?


Ela se concentrou no vago desconforto nas costas, tentando ignorar o fato de que
ela mal conhecia esse homem e tinha sua bunda grande, boceta e costas. . . uh . . cu,
basicamente no rosto dele. Ele estava sentado tão perto que às vezes ela imaginava que
podia sentir a respiração dele atravessar a pele sensível de seu traseiro. Ou talvez não
fosse a imaginação dela.
Por favor, deixe-o estar assistindo TV. Por favor, deixe que ele tenha visto tantas
garotas nuas que isso é chato e ele mal está prestando atenção.

_ Você tem alguma ideia de como seu corpo é bonito, Kate? - O estrondo baixo de sua
voz foi inesperado contra o baixo volume do filme.

Me mate agora.

_ Você tem, possivelmente, as pernas mais bonitas que eu já vi. - A ponta do dedo roçou
a parte de trás da coxa e ela estremeceu.

_ Kate? Elogiei um dos seus muitos atrativos. O que você diz?

Ugh. Ninguém disse que este seria um teste da Miss Manners. Ela provavelmente
deveria apenas dizer obrigado, mas parecia tão vaidoso.

_ Minhas pernas são um pouco compridas, eu acho. Minha treinadora de vôlei dizia que
não, mas acho que o ensino médio a pagou para ser legal com os alunos.

Banner suspirou.

_ Resposta errada. - Ele deu um tapa na bunda dela.

Ela ofegou.

_ Oh!

A queimadura se espalhou por sua pele quando ela ficou tensa contra um segundo
golpe que não veio. Não havia algum tipo de regra dizendo que ele tinha que espalhar
esses beijos por aí? Era como se ele a tivesse golpeado no mesmo local da última vez.
Ela realmente não gostou da dor, mas a picada era um lembrete de que alguém havia
se encarregado dela e ele não estava brincando.
Ela abriu a boca para reclamar, mas quando virou a cabeça, viu a censura nos
olhos dele e deixou a boca fechar novamente. Ela guardava os palavrões coloridos para
quando estivesse vestida e de costas contra a parede. Em um continente diferente.
_ Boa menina. Lembre-se da conversa lá trás e as punições. Toda vez. OK? - A
expressão severa que ele usava enviou uma dor mais forte ao seu clitóris. Onde estava
o incentivo para ser boa se ser má o fez olhar para ela assim?

_ Sim senhor. - O desejo de ser travessa, só para ver o que aconteceria, era forte. Suas
partes femininas estavam quentes e escorregadias quando ela se mexeu.

_ Agora, o que você deveria ter dito quando elogiei suas pernas foi: "Obrigada, senhor".
Isso é tudo.

_ Obrigada por dizer que tenho belas pernas, senhor.

_ Melhor. - As pontas dos dedos dele roçaram lentamente a coxa dela.

O corpo dela ficou tenso. Parte dela queria fugir, ou usar sua palavra de
segurança, mas uma parte maior queria provar a Banner que ele estava errado e que ela
poderia fazer isso.
Ele ficou quieto. O filme balbuciava no fundo, e ela sentiu as pontas dos dedos
dele despertarem cada centímetro de carne que deslizavam. Ele a estava testando para
ver se ela entraria em pânico? Ela tentou ignorá-lo, mas ignorar algo que parecia tão
bom era impossível. Suavidade seguiu seus dedos, hálito quente. Lábios onde os dedos
estiveram. Ela queria insistir com ele, mas não era assim que isso funcionava. As coisas
aconteceriam quando ele escolhesse que elas acontecessem. Ela deixou pra lá. Aceitou.
Ou tentou. Quando ele alcançou sua vagina, seus músculos travaram. Ela engoliu
em seco. Ao fazê-lo, a coleira se moveu, lembrando-a de que esse era o jogo dele, e ela
era apenas um brinquedo. O gemido que gaguejou em sua garganta o fez rir baixinho.

_ Você pode ser uma garota muito boa quando quer algo, não é? - Era uma afirmação,
não uma pergunta.
_ Sim senhor.

_ No seu questionário, você disse que sexo era algo que consideraria. É isso que você
quer de mim agora?

Essa coisa de consentimento foi malditamente embaraçosa.

_ Sim senhor.

_ Porra. - ele se mexeu na cadeira.


_ De quem você é, boa garota?

Seu coração batia tão alto que quase abafou suas palavras. De quem? Mas isso
deveria ser temporário. Ela deixou sua mente seguir a voz dele naquele caminho
sombrio. Para um lugar onde ela ofereceu tudo dentro dela, e ele a levou sem hesitar,
como seu direito. Uma pequena voz feminista em sua cabeça disse que ela estava fraca
e doente. Ela disse para aquela voz ir se foder. Por enquanto ela faria isso.

_ Sua. - ela respirou.

Um golpe atingiu a parte de trás de sua coxa, logo abaixo de sua bunda, e ela
gemeu, mais de prazer do que de dor.

_ Você pode não ter que me chamar de 'Mestre', garota, mas vai ter que usar, 'Senhor'.

Senhor. Eles concordaram em apenas usar o nome dele, mas agora ela tinha que
concordar que Senhor era mais adequado.
Os dedos dele deslizaram através de sua umidade reveladora, e ele suspirou
apreciativamente.

_ Tão pronta. - Os dedos dele deslizaram, provocando, fazendo-a queimar mais. Ele
torturou seu clitóris, batendo, esfregando, beliscando.

Kate empurrou o rosto contra a plataforma e tentou não se mexer, mas seu corpo
começou a seguir os dedos dele sempre que ele se afastava por um momento.
Banner pegou seu clitóris entre dois dedos e ela choramingou no couro.

_ Fiz uma pergunta, Problema. Eu exijo uma resposta adequada.


_ Si- sinto muito, senhor. Não lembro o que você perguntou.

Ele apertou com mais força e ela gritou.

_ Eu perguntei uma vez, Kate, você vai se arrepender se eu tiver que perguntar
novamente. De quem você é, boa garota? - A sedução sombria de sua voz e a ameaça
entre as pernas dela, suas provocações e todo o acúmulo até hoje. . .

Um alto som de lamento escapou dela enquanto ela lutava para formar palavras.
Ela tentou lutar de volta, mas podia sentir seu corpo oscilando, pronto para gozar,
impaciente e esperançoso.
_ Eu sou sua, mestre!

Banner gemeu, depois esfregou o polegar sobre o ponto sensibilizado. Ela uivou,
incapaz de parar o orgasmo enquanto o prazer a dominava. Todos os músculos de seu
corpo se contraíram e protestaram, querendo mais.

_ Má! - ele rosnou em seu ouvido e deu um tapa em sua vagina, provocando-a pela
segunda vez. Ela se enrolou em uma bola, seu corpo agarrando-se a nada, frustrada por
ter sido negada o pau duro que ela sabia que estava a poucos centímetros de distância.

Houve um clique metálico e algo puxou sua gola. Ela olhou para cima e lá estava
Banner, a testa baixa e os lábios curvados. Colérico e segurando o cabo de uma corrente.
Ele puxou, e ela se levantou.

_ Venha comigo.

Ela seguiu atrás dele, tropeçando para acompanhar, o atrito de suas pernas contra
seu sexo nu fazendo-a gozar novamente enquanto caminhavam. Se ele notou, ele não
se importou, e ela lutou para manter o equilíbrio enquanto seu corpo se deleitava com o
que ele havia feito.
Mas por que ele estava tão bravo?
Ah Merda. Ela leu algo sobre isso.

_ Por favor, senhor, eu não quis gozar. - Lágrimas brotaram em seus olhos e uma caiu.
As coisas estavam indo tão bem, mas ela arruinou. Como ela deveria parar de vir? Às
vezes era fácil, mas ele não sabia como tinha sido para ela. Ela não fazia sexo há quase
um ano, e se masturbar não conseguia segurar uma vela.

Os tremores secundários do orgasmo pulsaram através dela enquanto a arrastava


pelo corredor. Uma mão grande passou o pulso e não soltou depois que ela tropeçou e
quase caiu.
Por que isso era tão excitante? Até a dura marcha pelo corredor a estava
excitando. Seu aperto proprietário no pulso dela, seu olhar irritado, sabendo que ele
provavelmente a puniria por ter gozado. Especialmente sabendo que ele a puniria por ter
gozado. Ela não deveria gostar disso, certo? Os livros diziam que algumas mulheres
estavam envolvidas, mas ela nunca imaginou que seria uma delas. E, no entanto, quanto
mais mau ele ficava, mais quente a tornava.
Banner saiu do corredor para um quarto tão antiquado quanto o resto da casa que
ela tinha visto. Uma grande cama de dossel com grossas vigas de metal dominava o
espaço, mas o cômodo era grande o suficiente para não parecer cheio.
O apreensor parou e soltou o pulso, mas ele ainda segurava a ponta da trela em
uma das mãos do tamanho de um monstro. A raiva não deixou seu rosto, e ele tremeu
um pouco.Kate se encolheu, parando quando chegou ao fim da corrente.

_ Eu sinto muito. Eu não sabia que isso iria acontecer até que fosse tarde demais para
parar, Senhor.

Por um momento, ele apenas a encarou, depois apertou a ponta do nariz e inclinou
a cabeça para trás.

_ Você me chamou de mestre. - sua voz estava rouca, tensa.

_ Eu sinto Muito. Você me surpreendeu.

Kate procurou em sua mente, lembrando-se dele insistindo com ela por algo.
Então ela lembrou o que havia escapado acidentalmente.

_ É por isso que você está com raiva? Isso foi um erro. Eu confundi minhas palavras,
mas em minha defesa eu estava prestes a fazer. . . - Ela fez um gesto com a mão que
esperava que fosse suficiente.

_ Eu pensei que você estava bravo por eu. . . terminar sem permissão.

_ Eu não estou bravo com você. Percebi que você gozou, mas não posso fazer nada a
respeito. Esqueci de pedir para você perguntar primeiro, para não te punir.

Aliviada por não tê-lo perturbado, passou um dedo por alguns elos frios da
corrente que os conectava e observou o rosto dele. O olhar dele estava nos dedos dela.

_ O que você faria comigo se eu fosse sua escrava e gozasse sem permissão?

_ Não acho que você queira saber isso, Kate. - seus olhos ficaram encobertos.

_ Eu sou sádico.

Curiosa, ela se aproximou.


_ Você faria algo realmente ruim?

_ Eu colocaria um cano sua boceta.

Ela ofegou, e ele enrolou a corrente em volta da mão e a puxou para mais perto.

_ Eu simplesmente não posso acreditar como você está fora de controle. Eu deveria ser
um adulto responsável aqui.

Medo misturado com emoção, fazendo sua barriga vibrar.

_ O que eu faço você querer fazer?

Os olhos de Banner se estreitaram, escuros e ameaçadores.

_ Machucá-la, controlá-la. Fazer você gozar.

Ela passou a língua por trás dos dentes. Sua garganta estava seca. Um retorno
sarcástico a escapou. Finalmente, ela decidiu seguir em frente, sentindo-se como Oliver
Twist.

_ Por favor senhor.

Mais uma vez ele puxou a corrente, puxando-a para dentro e, em seguida,
prendendo um dedo embaixo da gola, tornando-a um pouco apertada.

_ Por favor?

_ Sim.

Ele roçou os lábios nos dela.

_ Use suas palavras, garota. Diga-me o que você quer, e eu direi se você pode obtê-lo.
O que você quer? Você quer que eu a deixe ir? Ir para casa?

Kate tentou beijá-lo, mas ele a segurou no lugar pelo colarinho, seus lábios mal
se tocando.

_ Me responda agora.
Envergonhada, ela deixou o olhar vagar.

_ Quero todas as coisas que você disse. Eu quero que você me controle. . . - Ela não
sabia dizer o resto. A dor normalmente não a atraía, mas agora, talvez ela quisesse isso
também.

_ Você não quer gozar?

Ela não queria apenas gozar. Eita. Como uma garota legal aparece e diz a um
cara que ela queria sexo quente e sórdido?

_ Eu sim, mas não como antes. Uh . . Senhor. - Ugh. Muito bom, Kate. Após essa
proposta sexy, como ele poderia resistir?

Sua risada baixa soou mal no âmago.

_ Então você não quer vir por esse caminho? Você prefere que eu a leve até a minha
masmorra e a pendure pelos tornozelos?

Ela franziu o cenho para ele e fez um som de aborrecimento.

_ Banner, você entende o que quero dizer. Você não me trouxe aqui sem ter certeza do
que eu queria. Pare de ser difícil.

_ Cuidado com a sua boca, ou eu a colocarei no meu colo novamente.

Ela podia senti-lo observando com interesse enquanto desviava o olhar. Ela queria
outra surra? Droga. Ela não sabia mais o que queria.
O movimento chamou sua atenção. Com uma mão, ele arrancou a camiseta.
Por um momento, a largura de seu peito e a ondulação de seus músculos a
confundiram. Não é à toa que ele poderia lidar com ela como se ela fosse uma boneca
de pano. Ela não era exatamente pequena.

_ Você está bem? - ele riu e, com dificuldade, ela voltou a olhar para o rosto dele.

_ Desculpe senhor. Eu fiquei surpresa.


_ Você não considerou que eu poderia ter um peito embaixo da camisa? - ele sorriu,
obviamente ciente de que ela estava admirando a construção dele. Pelo menos ele não
estava flexionando ou se exibindo.

_ Eu considerei, senhor. Eu simplesmente não sabia que minha imaginação era tão
conservadora.

_ Venha aqui. - ele a levou para a cama, onde estava sentado na beira.

Para seu desgosto, ele a guiou a deitar de bruços, sobre seu colo. A última vez
foi uma surpresa. Desta vez, ela se sentiu uma idiota - ela era grande demais para estar
no colo de alguém. Então, por que isso era tão excitante? Talvez por causa do domínio?
Porque ele estava assumindo o controle e fazendo o que queria, mesmo sabendo que a
envergonhava?
Ugh. Estúpido, irritante desejo sexual.

_ Eu não sou criança e nem fiz nada!

A mão dele serpenteou em seus cabelos, segurando-a no lugar antes que ela
fizesse algo louco para se meter em problemas. Como tentar se levantar.

_ Não, você é definitivamente uma mulher adulta. - Sua mão livre deslizou por sua
espinha, depois acariciou a curva de sua bunda.

_ Eu não estou fazendo isso porque você é tagarela, embora eu devesse. Estou fazendo
isso porque quando mencionei colocar você por cima do meu joelho, isso a empolgou.
Você tem sido uma garota relativamente boa hoje e merece uma recompensa.

_ Minha recompensa é uma surra? Como isso faz sentido? - Ele deu um tapa em uma
das bochechas dela e ela ofegou.

_ Porque você gosta disso. - Seus primeiros golpes foram leves, mas gradualmente
ficaram mais difíceis.

Seu constrangimento doeu mais do que o brilho quente que começou em sua
bunda. Estar sobre seu colo era de alguma forma pior do que ajoelhar-se em posições
vulneráveis na otomana. Mesmo que ele pudesse ver menos, era mais pessoal. Um
golpe acertou logo abaixo de sua bunda e ela gritou de surpresa.

_ Dói aqui, não é?


Mais dois e estava começando a parecer como se sua bunda estivesse
terrivelmente queimada pelo sol. Ela tentou se afastar.

_ Onde você pensa que está indo? - ele agarrou a parte de trás do pescoço dela, e ela
parou, derretendo contra ele.

_ Isso dói! Não gosto disso. - As palavras saíram como um gemido, mas a dignidade
desapareceu quando ela caiu sobre o joelho dele.

A mão dele procurou entre as pernas dela, encontrando-a molhada, provando que
ela era uma mentirosa. Incapaz de evitar, ela abriu as coxas para facilitar para ele, e ele
mergulhou um dedo dentro dela. Suas pernas ficaram quentes, frias, pareciam vazias,
enquanto ele a fodia com os dedos.

_ Por favor, me foda, senhor. Por favor! - ela balbuciou.

_ Ah, mas acho que você ainda não está pronta para mim, menina. - sua voz era baixa
e zombeteira.
Deus, como as palavras poderiam tornar isso mais quente?

_ Eu estou. Eu prometo. - sua boceta apertou em torno de seu dedo.

_ Farei o que você quiser.

_ É algo perigoso oferecer a um homem como eu. - Algo roçou seu ânus, suave e fazendo
cócegas.

Ela congelou, tentando processar a sensação estranha.

_ Qual é o problema, Kate? - Ele fez isso de novo.

Ela estremeceu e tentou, em vão, se afastar. Não não. Não! Todo o seu corpo
tremia, à beira do orgasmo.

_ Você já foi tocada lá antes?

_ Não senhor. - Ela estava ofegante, o peso quente da mão dele parecendo pesado e
controlando seu pescoço.
_ Seu corpo gosta.

Kate estava tão enrolada que sentiu como se estivesse vibrando.

_ Hoje não. Hoje não, por favor, senhor. Isso me deixa muito confuso. Eu preciso gozar.

_ Hmm. Você quer, não precisa. - Banner se moveu sob ela e ela sentiu o pênis duro
pressionado contra seu lado.

_ Por favor, você não entende. Ela soluçou.

_ Por favor, mestre, eu imploro.

Banner xingou e a levantou, depois a jogou de bruços na cama. Ela se contorceu


por um momento, seus gemidos abafando o que ele estava fazendo. Ele a deixaria lá,
intocada? Kate apertou a mão entre as pernas e ele beliscou sua bunda com força. Ela
gritou e ele agarrou seus tornozelos, cruzando-os e virando-a.

_ Você não se toca sem minha permissão. - ele colocou a mão entre as pernas dela, e
ela tentou esfregar contra ele.

_ Isso é meu. Não é para você brincar, a menos que eu diga.

_ Sim senhor.

Ele a puxou para a beira da cama.

_ Eu vou te foder agora.

Surpresa, ela olhou para baixo e descobriu que as calças dele haviam sumido e
seu enorme pau estava coberto de camisinha. Porra, ele era grande. Talvez o tamanho
de suas mãos devesse tê-la informado.
Ele envolveu as pernas dela ao redor dele e correu a ponta de seu pênis para
cima e para baixo no escorregadio de sua fenda. Ele se alinhou com a entrada dela e
começou a empurrar. Ela choramingou e lutou, mas não queria fugir. Lentamente, seu
corpo o aceitou, estendendo-se para acomodar sua cintura.
Banner murmurou para ela, acariciando sua pele, acariciando seus seios,
provocando seus mamilos em pontos.
_ Porra, você é apertada. - ele sussurrou quando chegou ao fundo, assim como havia
entrado.

_ Me desculpe senhor. - ela choramingou, tão cheia que tinha medo de se mexer.

Banner gemeu, movendo-se lentamente até que ela se soltou.

_ Não se desculpe. - ele revirou os quadris e empurrou com mais força, o ângulo fazendo-
o atingir seu ponto G.

Ela gemia, alto e sensual, e não conseguia se importar. Mais uma vez ele fez isso
e novamente.
Com a visão embaçada, ela tentou manter o controle, mas o pênis dele roubou
sua inteligência. Sua boca ficou frouxa e seu corpo obedeceu ao dele. As mãos
agarraram suas coxas, inclinando-a em sua direção para que ele pudesse pegar o que
queria. A pressão construída dentro, impossível de escapar. Ela ofegou, tentando
esperar, tentando se conter.

Banner enterrou o rosto nos cabelos dela.

_ Você vai gozar por mim, não é? - ele gemeu em seu ouvido, enviando arrepios através
dela.

_ Sinto cada ondulação. Você está tentando tanto ser uma boa garota.

_ Por favor, senhor, estou tentando ser boa. Mas eu preciso gozar agora. Eu tenho que
gozar. - ela implorou, se contorcendo embaixo dele.

_ Esperar. Shhh. Você pode esperar, não é? - Sua voz rouca era quase sua ruína.

_ Esperar faz ser melhor.

Kate ofegou, tentando se acalmar, mas até o som de sua respiração dura a estava
excitando. Tudo dentro dela apertou. Ele se apoiou nos braços e olhou para ela, a
expressão que ela viu ali selvagem e possessiva. A pélvis dele esfregou sua carne
sensível, e ele passou a mão suavemente ao redor de sua garganta.

Aquela mão, apenas descansando ali, quase a derrubou.

_ Por favor, Banner, não consigo parar. - O lamento agudo nem parecia com ela.
Acima dela, ele congelou, rangendo os dentes.

_ Está bem, está bem. Você pode gozar.

O corpo de Kate arqueou para cima, os olhos revirados e a mandíbula travada.


Banner empurrou com força, seu pau inchando dentro dela, exigindo uma resposta. Ela
gritou. Sua boceta apertou seu pênis brutalmente duro quando ele bateu nela.

_ Está certo. Grite para mim, Kate. - ele soltou a garganta dela e depois beliscou
cruelmente um dos mamilos.

A dor disparou direto para seu núcleo, forçando seu orgasmo a perseverar. Ela se
contorcia embaixo dele, impotente.

_ Por favor, desculpe. - ela balbuciou.

_ Eu não consigo parar!

_ Está tudo bem, querida. Você gozou no meu pau, e eu vou te perdoar por qualquer
coisa. - ele a puxou inesperadamente.

_ Não não. Por favor.

_ Por favor, o que?

_ Por favor, eu preciso de você!

Ele riu e a agarrou, lançando-a de bruços antes de bater seu pênis profundamente
dentro dela novamente.
Quando ela tentou se afastar, Banner agarrou suas coxas e a fodeu com mais
força, atingindo seu ponto G e fazendo-a chorar. Fraca, ela parou, aceitando que agora
era uma coisa feita por prazer. Ela soluçou no colchão, amassando os lençóis nos
punhos, cansada dos orgasmos forçados, mas incapaz de parar de gozar. O impulso de
seus quadris vacilou, ele xingou, seu pau pulsando dentro dela, vindo, provocando outro
orgasmo para ela. Ele caiu em cima dela e mordeu o ombro dela. A dor derreteu em
prazer e uma forte sensação de ser usada.
Possuída.
Banner puxou-a e a juntou a ele, levando-a para um local mais confortável na
cama. Ele a abraçou e a abraçou com força. Os lábios dele roçaram a testa e as
pálpebras dela.

_ Você está bem?

Ela piscou para ele, incapaz de processar mais do que as profundezas escuras
de seus olhos. Marrom escuro, agora gentil, mas geralmente tão imponente. Ele beijou
seus lábios, e ela pressionou contra ele, oprimida e sem ter certeza de que se lembrava
de como falar. Eles ficaram enrolados juntos por um longo tempo, seus olhares presos,
os dedos dele desenhando desenhos tristes nas costas dela. Ela se contorcia contra ele
de vez em quando, e sua expressão mudava de satisfeita para divertida, e voltava.
Apesar de sentir-se dolorida e saciada da maneira certa, uma onda de emoção a
emboscou. Assim que Banner relutantemente saiu para se limpar, ela escondeu o rosto
em um dos travesseiros. Ela se recusou a chorar, embora as lágrimas picassem seus
olhos. Esse tinha sido o melhor sexo de sua vida. Por que diabos ela estava com vontade
de chorar?

_ Você tem certeza que está bem? - ele parecia estar do outro lado da sala.

Ela assentiu, mas manteve o rosto escondido. Se ele pensasse que ela estava
surtando, ele nunca concordaria em treiná-la. E essa era a última coisa que ela queria.

_ Você está tremendo.

Ela estava? Respirando fundo, ela tentou acalmar seus nervos. A coisa toda foi
esmagadora. Ela não tinha idéia do sexo poderia ser assim.
Banner não era dela - ela sabia disso, mas o vínculo, a conexão que eles
acabaram de compartilhar era tão intensa. Embora temporário, parecia real.
Mas não era real. E isso doeu.
E agora, depois de ter sido submetida a um orgasmo quase até a morte, ela estava
deitada nua na cama de um homem - não era um namorado ou mesmo um caralho.
Apenas um cara aleatório que ela mal conhecia.
As coisas não deveriam ter ido tão longe. Deus, ela era realmente uma
vagabunda?
Não. Ela não podia se deixar envolver por esses pensamentos. As mulheres
faziam sexo casual o tempo todo, certo? E a sexualidade dela era dela - a piranhagem
era uma construção patriarcal. Não havia vergonha de ser um ser sexual.
Ela se mexeu um pouco no estômago para ficar mais confortável e percebeu que
até seus membros doíam. Não havia nada casual nesse sexo casual.
Banner se moveu ao lado dela. A cama mergulhou, depois um cobertor caiu ao
redor da metade inferior do corpo.
Gentilmente, ele acariciou suas costas expostas.

- Eu sinto Muito. Talvez eu tenha ido longe demais.

Apenas a mão dele, deslizando levemente pela pele dela, a aterrou. Ela exalou
um suspiro trêmulo e a tensão drenou de seu corpo. Uma névoa entorpecida tomou
conta, e ela deixou. Processar tudo agora estava fazendo seu cérebro doer. A mão dele
subiu e ele acariciou seus cabelos. Cada vez que os dedos dele corriam pelo couro
cabeludo, ela se derreteu ainda mais no colchão.

_ Posso ver aquele rosto bonito agora? - ele perguntou.

Sua voz interrompeu o silêncio, fazendo-a pular. Ela quase estava dormindo?
Merda. Ela deveria ir para casa. Essa experiência foi estranha e ela precisava de algum
espaço.
Com um gemido, ela se virou.
Banner estava lá, debruçado sobre ela, com um pequeno sorriso.

_ Aí está você.

_ Eu devo ir. - Essa era a voz rouca dela? Quão alto ele a fez gritar?

A testa dele franziu.

_ Absolutamente não.

Seus olhos finalmente se concentraram. Por que ela se sentiu suada, corada e
como se tivesse acabado de correr uma maratona, mas ele parecia ter acabado de sair
de um anúncio de creme de barbear? E ele estava vestindo uma camisa e calça jeans.
Ele não sabia que era crime esconder aquele tórax?

_ Aposto que você não conseguia se levantar agora. - ele desafiou.

_ Estou bem.

_ Não. - Ele franziu a testa.


Ignorando-o, ela foi se sentar. Um gemido escapou dela quando sua bunda
esfregou contra o lençol.

_ Deixe-me pegar uma bebida. - ele disse, ajudando-a a se apoiar na cabeceira da cama.

_ Então fique e assista o resto do filme comigo. Depois disso, se você ainda quiser sair,
pelo menos não vou me preocupar.

_ O resto do filme? - ela disse com um bufo.

_ Como se eu tivesse visto alguma coisa!

Ele riu.

_ Vamos começar de novo.

_ Não preciso que você cuide de mim. - Parecia um aviso, até para ela. Talvez fosse. Ela
se cuida há anos.

Precisando de um homem, cheirando a desespero, chorando em um travesseiro


depois do sexo. . . Não era ela. Embora estivesse toda dolorida, exausta e se sentindo
um pouco suja, ainda era uma mulher independente.

Suspirando, ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.

_ Sei que não, Problema. Mas você vai me deixar assim mesmo.

E por alguma razão, ela fez.


Depois que ele a alimentou, a fez beber o ideal para seu peso em água e
aconchegou-a até ele pela duração de um filme, ele relutantemente a deixou ir. O
caminho para casa passou em um borrão. Ela precisava desesperadamente falar com
Janine, mas era tarde demais para ligar.
Amanhã, Kate contaria a ela tudo sobre Banner, o que eles haviam feito e
perguntaria como ela iria superar isso, mantendo o coração intacto. Ser dominada era a
última coisa que ela pensava que queria, mas seria condenada se não tivesse chamado
um homem de Mestre esta noite. Um erro que ela nunca poderia repetir.

***

O telefone tocou quatro vezes antes de Janine atender, parecendo perturbada.


_ O que há de errado, Kate?

Ela mordeu o lábio.

_ Desculpe. Não é uma emergência ou qualquer coisa assim.

Embora, é verdade, ela ligou cinco vezes nas últimas duas horas sem deixar
mensagem. Deve ter sido algum tipo de registro para eles. Ela podia ver porque Janine
poderia estar preocupada.

O suspiro de sua amiga ecoou no telefone.

_ É meu dia de folga. Eu estava tentando dormir.

_ Desculpe!

_ Está bem. Estou de pé agora. - ela riu.

_ Eu posso dizer que é importante. Você geralmente não é tão desagradável. O que
aconteceu?

Provavelmente isso deve ser tratado com delicadeza. Banner era um bom amigo
de Chris, então ela deve ter cuidado com o que falar sobre ele com sua melhor amiga,
especialmente depois de xingar a si mesma que não iria longe demais na primeira vez.

_ Eu dormi com Banner. - ela deixou escapar.

Porcaria. Não é tão suave. Janine ofegou.

_ Meu Deus! - um grito seguido.

_ Fantástico!

_ Nããão. Não, não, não. - Ela não precisava de um pelotão de torcida. O que ela
precisava era de uma lama no rosto e um alerta.

_ Não é demais. Ele é um mestre. Eu não quero um mestre. Você esqueceu disso?

Janine fez um som desdenhoso.


_ Nada disso importa. Há outras coisas que são mais importantes.

_ Nada disso importa? - Ela andou de um lado para o outro da cozinha.

_ Claro que importa! Ele quer uma escrava. Eu não sou escrava. Você sabe disso.

Silêncio.

_ Certo?

_ Bem. - a amiga dela disse.

_ Não no sentido tradicional, mas você deve manter a mente aberta. Você não tentou
muito. Quem sabe o que você vai gostar?

_ Eu sei. E não é ser escrava. - Segurando o telefone com o ombro, ela começou a fazer
uma xícara de café. Ela precisaria de cerca de uma dúzia deles para passar o dia.

Janine riu.

_ Ele deve querer espancá-la tanto.

_ O que?

_ Você é tão teimosa! O que importa como você se chama? Você gosta dele? Gostou de
fazer sexo com ele?

_ Hum. - Porra, sim, parecia uma resposta muito ansiosa.

_ Eu acho.

_ Você acha?

_ Foi intenso. - Ela pegou o creme da geladeira e derramou na caneca, tomando cuidado
para não deixar o telefone cair.

_ Apenas não pense demais. Deixe o que for acontecer, aconteça.


_ Normalmente, eu aprecio o seu conselho hippie de ir com o fluxo, mas agora eu preciso
de uma verificação da realidade. Não deveríamos ir tão longe. Eu acho que cometi um
erro.

_ É apenas um erro se você o tratar dessa maneira. Limpe-o e volte para onde você se
sentir confortável.

Ela considerou isso por um momento. Isso fazia sentido. Se Banner não soubesse
que era um erro para ela, eles poderiam começar de novo, tendo mais cuidado agora.
Deveria dizer a Janine que o chamara de mestre?
Não. Ela se sentiu estúpida o suficiente.
Então, onde ela estava confortável? Ela deixou sua mente voltar à noite passada.
Em seus braços, depois de fazer sexo, sentindo-se satisfeita, quente e confusa, tomando
sorvete e rindo do filme. Isso foi o mais confortável e satisfeita que ela se sentiu em muito
tempo.
Ele quer uma escrava.
Quantas vezes ela teria que se lembrar disso nas próximas semanas de
treinamento? Talvez ela devesse mandar uma mensagem para ele para descobrir se ele
está bem. Ele não parecia arrependido ontem à noite, e foi ele quem a bateu até ela
ajeitar os lençóis nos punhos e gritar, mas os caras também tinham sentimentos.
Depois de respirar fundo, ela se sentiu um pouco melhor.

_ OK. Acho que não é grande coisa.

_ Não é. Banner é um cara legal. Ele cuidará de você.

Sim. Ela acreditava nisso. Por todos os seus olhares severos e sua palma grande
batendo na bunda dela, ele era um cavalheiro. E quando ele usava um terno. . . Garota
instantânea com tesão.

_ Além disso, ele não é difícil de ver. - Janine acrescentou em um sussurro.

_ Não conte ao Chris que eu disse isso.

Kate riu.

_ Garota má. Eu deveria segurar isso sobre sua cabeça.

_ Vadia. Agora que você tem um Dom, também posso chantagear você.
Tristeza afundou, limpando seu sorriso. Ter um Dom parecia muito bom depois da
noite passada. Mas não poderia ser Banner. O que eles tinham juntos, apesar de quente,
divertido e incrível, ainda era apenas temporário.

_ Eu tenho que trabalhar. - ela murmurou, depois tomou um gole de café.

_ Em um sábado?

_ Horas extras obrigatórias.

Felizmente, a cafeína a animaria. Ela ainda estava dolorida e exausta da noite


anterior, mas teve que se forçar durante o dia.

_ Falo com você mais tarde.

Elas terminaram a ligação e Kate tomou seu café enquanto fazia o cabelo e a
maquiagem. Por mais que ela adorasse seu trabalho, trabalhar hoje era a última coisa
que queria fazer. O que ela realmente queria era um longo banho e alguma terapia de
compras. Talvez Janine estivesse pronta para uma viagem de compras mais tarde.

_ Pixie! - Ela chamou a cachorra e prendeu a trela na coleira. O clique a fez estremecer
e a lembrou da noite passada. Ela estava na coleira, conduzida como um cachorro.

Ugh. Ela sacudiu a cabeça. Como ela deixou isso acontecer? Era tão indigno, mas
ela não podia negar a vibração que começou em sua barriga só de pensar nisso.
No caminho para a porta, Pixie atrás dela, ela pegou sua jaqueta e a vestiu.
Nomear a buldogue Pixie era uma piada. A cachorra era qualquer coisa, menos pequena.
Curta, e como um bulldog típico, atarracada e com aparência mesquinha. Ela escolheu
a raça por causa de suas baixas necessidades de exercício. Trabalhar o dia todo
significava que ela não podia cuidar dela, e ter um cachorro com excesso de energia
rasgando a casa seria um saco. Além disso, ela esperava que o latido baixo desse aos
criminosos uma pausa se eles tentassem invadir.
Eles fizeram uma curta caminhada pelo estacionamento do condomínio, e então
ela viu a cachorra preguiçoso desabar em sua cama como se tivesse acabado de
caminhar no Monte Everest. Minutos depois, depois que Kate preparou o almoço, Pixie
soltou um longo e satisfeito ronco. Ela sempre podia contar com aquela cachorra para
fazê-la sorrir.
Ela olhou para o telefone, sentada inocentemente no balcão. Sentindo-se mais
confiante agora, ela foi até a conversa com Banner. Seus dedos pairavam sobre as teclas
enquanto ela pensava no que escrever.
Provavelmente, era melhor manter as coisas leves.

_ Você já está acordado? Me sinto meio morta e agora tenho que arrastar minha bunda
cansada para o trabalho. kkkkkkk. Como você está?

Em vez de esperar por uma resposta, ela se forçou a tirar isso da cabeça e foi
trabalhar. Pouco antes de ligar o carro, seu alerta de texto tocou.
Ela olhou para o contato. Porra, ele foi rápido.

_ Eu estou bem. Sinto muito por ter te mantido acordado até tarde. Você não disse que
tinha que trabalhar hoje. Dê-me o endereço e trarei café e lanche.

Ela sorriu e seu estômago palpitou. fofo. Mas aparecer na clínica era uma má
ideia. Seus colegas de trabalho não apenas ficavam intrometidos, mas ela era muito
cuidadosa com a confidencialidade e mantinha sua vida pessoal separada de seus
clientes.
Mas, oh, as coisas que ele poderia fazer com ela com a porta do escritório
fechada.

_ Obrigada, mas esse tipo de coisa não é permitido lá. Que bom que você está se
sentindo bem. Tenha um ótimo dia!

Parecia um fim de papo, mas ela já estava atrasada. No almoço, ela abriria a
janela de comunicação novamente. Talvez ela o convide para fazer compras. O
pensamento a fez rir. Ela o imaginou segurando sua bolsa enquanto experimentava
roupas. Ele estaria de mau humor como a maioria dos homens? Algo lhe disse que ele
estava seguro o suficiente em sua masculinidade para segurar uma bolsa. E ele tinha
todos os motivos para estar.
Rindo, ela ligou o carro. Felizmente, o dia passaria rápido e com interrupções
mínimas de sua libido hiperativa, apesar dos lembretes da noite passada rastejando em
sua cabeça. Ela já se sentia como se tivesse sido marcada , como se tivesse estampado
letras grandes na testa BRINQUEDO SEXUAL DO BANNER. Se eles quisessem as
mesmas coisas de um relacionamento. . . mas não queriam, e nenhuma quantidade de
sexo quente ou ilusões iria consertar isso.
Capítulo 6
_ O sexo foi realmente tão bom? - Ambrose sorriu e Banner jogou água da piscina em
seu rosto. Seu amigo nadou fora de alcance e flutuou de costas. Os shorts de banho com
o logotipo da cerveja que Ambrose usava pareciam lixo na área da piscina coberta,
decorada com bom gosto. Como o cara era como magnata da navegação ainda era um
mistério. Ele limpou tudo bem, mas Banner ainda podia ver a aspereza em suas
maneiras, mesmo quando ele estava de terno e gravata disfarçado.
Com a mão seca, Banner apertou o botão de bloqueio do telefone e jogou-o na
toalha antes de Ambrose destruir outro de seus telefones com suas travessuras.

_ Eu estava conversando com Rook.

_ Claro que você estava. Eu reconheço essa expressão.

_ O que isso deveria significar?

Ambrose sorriu.

_ Você entendeu mal.

_ Foda-se. - Não havia por que negar. Ele mal conhecia a garota e estava angustiado
com ela mais do que tinha direito. Entrando no acordo, ele sabia que não iria se
transformar em nada a longo prazo, mas depois de apenas um dia juntos, ele tinha a
queda mais idiota por ela.

Ambrose passou os braços pela água, as pesadas tatuagens negras numéricas


romanas ainda parecendo tão novas e nítidas quanto as tatuagens nórdicas nos
antebraços de Banner. O estúdio que Konstantin havia escolhido para todos irem anos
atrás tinha sido uma boa escolha.
Dar algumas voltas ajudou Banner a queimar alguma energia inquieta. Quando
ele terminou, ele pisou na água no fundo do poço.

_ Agora, se você me disser o que fez com ela, eu poderia lhe dar uma idéia mais
informada sobre por que ela não está retornando suas mensagens. - Seu amigo fez uma
pausa e seu olhar se afiou.

_ Você não enviou mais textos, certo?


_ Não estou lhe dizendo nada, pervertido. E não, não enviei.

_ Bom homem. Você tem que deixar a bola na quadra dela agora, caso contrário, parece
desesperado e assustador. - Deixe que Ambrose seja um bastardo convencido sobre as
mulheres, como se sua própria vida amorosa fosse saudável e próspera.

_ Eu sei disso, idiota.

_ Não acho que você realmente saiba como isso funciona, Banner. Quando foi a última
vez que você quis uma garota e ela não pulou para cima e para baixo e bateu palmas?
Você precisa de conselhos do seu guru para passar por isso.

Banner suspirou.

_ Konstantin saberia o que fazer.

_ Bem, ele está visitando sua babushka, então sua bunda arrependida está comigo.

_ Eu sei que ele não voltará da Rússia por um tempo, mas da próxima vez que formos,
temos que garantir que ele obtenha uma porra de uma conta no Facebook primeiro. Ele
não verifica seu e-mail.

Banner nadou até a beira da piscina e se levantou.

_ Porém, como exatamente vocês me dariam conselhos sobre isso, afinal? Não é como
você já teve. . . - ele pegou uma toalha e limpou a água do cabelo. Não havia como
terminar essa frase que não parecia estranha e patética.

_ Não é como eu tive, o que? Uma garota me dispensou? Tentando ser sua submissa
depois de seis anos.
_ Eita. Você precisa de um lenço de papel, Ambrose? Shae deixou você quase dois anos
atrás. Você não pode jogar essa carta toda vez que tenho problemas de relacionamento.

Às vezes parecia que Ambrose estava usando Shae como uma desculpa para
não se envolver em nada sério novamente. Dormir com as exs de Banner o divertia, mas
ele não parecia estar pronto para mais.

_ Eu estava lá para você por isso, mas você precisa de aconselhamento ou algo do tipo,
se ainda estiver confuso. Eu tenho mais a reclamar neste momento. Meus últimos
relacionamentos nunca chegaram ao ponto da coleira.

Ambrose bufou.

_ Talvez seu pau esteja com defeito.

_ Vai se foder.

_ Acho melhor se continuarmos amigos. Seu pau defeituoso pode estragar as coisas
entre nós.

Banner chicoteou um macarrão na direção dele e Ambrose se abaixou, rindo. Que


tipo de milionário destruiu seu oásis interno com macarrão na piscina? Ambrose, é esse
tipo.
Quando Ambrose saiu da piscina, Banner sentou-se em uma das cadeiras de vime
e abriu um refrigerante.

_ Kate me chamou de mestre. Duas vezes.

A leviandade sumiu da sala. Ambrose fez uma pausa na toalha e suas


sobrancelhas se ergueram.

_ Sério? Essa é uma mudança interessante de eventos.

_ Sim. - Banner se mexeu em seu assento, repetindo as duas vezes em sua mente. Se
tivesse sido uma situação regular, as reações de Kate a ele teriam sido muito
promissoras. Em vez disso, ela não o queria, e a oportunidade perdida o deixava irritado
por dias. Ele tentou buscar informações do amigo Chris, já que a esposa era a melhor
amiga de Kate, mas ele não sabia de nada.
_ Não foi algo que eu pedi para ela fazer. Foi apenas uma coisa idiota para ela, eu acho,
mas está fodendo com a minha cabeça.

_ Você se conectou, obviamente. A centelha e a dinâmica estavam lá?

_ Foi selvagem. Se ela não fosse nova e só estivesse interessada em experimentar, eu


estaria à sua porta, tentando convencê-la a me dar uma chance real. Mas não foi com
isso que concordamos. - Ele se recostou na cadeira, o rangido familiar do vime o irritando
hoje.

_ Não tive a intenção de dormir com ela, mas lamento que ela tenha pensado que foi um
erro.

_ Ou você a assustou ou ela se assustou mais tarde.

_ Quem sabe? Ela não está falando comigo.

Ambrose estremeceu.

_ Essa cara. As pessoas de vários países escrevem álbuns inteiros sobre a aparência
que você tem no seu rosto agora. Ela roubou seu cachorro, seu cavalo e sua picape?

_ Se ela tivesse, eu teria uma razão legítima para ficar longe dela. - Banner tomou um
gole de seu refrigerante, desejando que fosse cerveja.

O que seria pior - se ela aparecesse no próximo sábado, como eles concordaram,
ou se ela não? Talvez a química fosse uma coisa única. Talvez o sentimento tonto que
ele teve quando ela se sentou no colo dele para assistir ao filme, e a inteligência e o
humor que ele viu nela enquanto conversavam fossem apenas sobre ele estar sozinho
e se iludir. Ele mal a conhecia, realmente. Ficar apaixonado por ela agora não era muito
inteligente.

_ Vamos me embebedar.

_ Não bêbado discando para ela. Combinado?

Ele caminhou até a beira da piscina e pegou o telefone. Instintivamente, ele


verificou e depois estendeu para Ambrose.

_ É melhor você ficar com isso.


O amigo balançou a cabeça.
_ Sem esperança.

***

Banner tocou a campainha da ampla casa moderna de sua mãe, mesmo sabendo
que a formalidade a incomodava. Nunca tinha sido sua casa. Quando ele era criança,
eles moravam em um lugar comum no meio da cidade.
Seu pai era um viciado em trabalho, tentando dar-lhes uma vida boa. Ele não
estava em casa o tempo suficiente para consertar nada ou cortar a grama, por isso
parecia deslocado no bairro arrumado. Ele aprendera a fazer isso com Victor, o velho
que morava ao lado. Ele tentou se destacar como o homem da casa desde que chegou
ao ensino médio. Não foi até ele ter idade suficiente para aprender os negócios da família
que Banner havia desenvolvido um relacionamento com seu pai, e isso terminou quase
assim que começou.
Pouco depois da morte do pai, Banner ganhou seus primeiros milhões e comprou
esta casa para a família. Ele achava que sua mãe merecia ter coisas boas depois de
tantos anos, mas o mais importante era tirá-la da casa que pertencia ao homem que ela
adorava, que gostava dela, mas nunca teve tempo para isso. devolver sua devoção. A
maneira indiferente de seu pai tratar sua mãe foi a parte mais difícil de perdoá-lo.
A porta foi atendida prontamente por Shannon, a cuidadora de sua mãe. A garota
bonita mal teve a chance de sorrir em saudação antes que Rook passasse por ela,
correndo no peito de Banner. Banner agarrou seu irmãozinho em um mata-leão e deu a
ele um cascudo obrigatório.

_ Pare!

Banner parou, mas depois o jogou por cima do ombro e seguiu para a grande
sala.

_ Estou velho demais para isso, Banner. Coloque-me no chão.

_ De repente, isso é indigno demais para alguém da sua idade?

_ Tenho quatorze, não seis.

Era difícil não dizer que Rook tinha mais ou menos o tamanho de Banner que
tinha aos oito ou nove anos. Rook foi construído mais como seu pai, pequeno e magro,
enquanto Banner havia puxado os irmãos de sua mãe.
A grande sala estava vazia e imaculada, exceto uma coleção de materiais de arte
de Rook e seu cavalete junto à janela da sacada. Ele colocou o garoto perto de sua
estação de trabalho e estudou os cinzas e pretos da floresta sombria do inverno que o
papel continha. Bonito, de uma maneira tranquila e triste. Seu uso da luz e da sombra foi
excepcional.

_ Você disse carvão, certo? - Banner pegou sua mochila e entregou a caixa.

_ Obrigado! Eu estava prestes a mudar para pastéis.

Banner pensou em como enquadrar melhor o trabalho quando terminado, para


que pudessem pendurá-lo em casa ou no escritório dele. Felizmente, Rook estava
interessado em vendê-lo. Ele era mais do que bom o suficiente para vender suas coisas,
mas nunca quis mostrar para ninguém.

_ Isso poderia ter arruinado seu tema deprimente.

_ Eu sei, mas Meadow se recusou a me deixar usar o delineador, então a única outra
coisa que eu conseguia pensar era em sujeira.

_ Você teria que sair para isso.

_ Sim. Eu te disse que estava desesperado.

Banner riu e bateu no ombro dele.

_ Bem, estou feliz por poder ajudar, então. Mamãe esteve acordada hoje?

O rosto de Rook caiu.

_ Não. Shannon e eu conseguimos que ela acordasse, mas ela ainda está na cama e
olhando para o espaço, principalmente.

_ Não é para você consertar. - Ele abraçou Rook e não o deixou ir até que ele se afastou.

_ Não se esqueça de que vou levá-lo ao centro de artes na quinta-feira. Cadê a Meadow?

_ Sim, não esquecerei. Eu já escolhi minhas roupas. - Rook deu uma risada tímida,
depois começou a abrir a caixa de carvão.
_ Meadow está dirigindo os caras que estão trabalhando no inverno.

_ Como está Dylan?

A expressão de Rook se iluminou.

_ Ele está bem. Eu mandei uma mensagem para ele mais cedo. Ele está jogando
Minecraft no momento, mas vem mais tarde.

_ Se você tiver alguma dúvida. . . - Banner lançou-lhe um olhar aguçado. Por um


momento, Rook olhou para ele sem entender. Então ele percebeu o que queria dizer.

_ Oh caramba. Cale-se! - Rook o empurrou.

_ O que você sabe sobre sexo gay? A menos que haja algo que você não está me
dizendo?

_ Você pode continuar perguntando, mas a resposta ainda é não. Infelizmente, sou
hetero.

_ Então você pode me dizer o que? O que fazer com uma mulher? Como eu me importo.
Além disso, eu já sei de tudo. Eu não sou criança, e nós temos a porra da internet.

_ A língua, senhor. Não há motivo para xingar. - A Internet? Não era bom o suficiente.
Ele teria que falar com ele sobre isso em breve.

Rook revirou os olhos e acenou para ele. Banner caminhou pelo corredor,
observando as superfícies brilhantes e a arrumação geral. Meadow era muito rigorosa
quanto à casa parecer perfeita, e Banner suspeitava que estivesse preocupada com o
fato de a mãe voltar a se tornar velha um dia e criticar como sua filha estava guardando
as coisas.
Por hábito, ele checou o telefone. A única mensagem era de Ambrose, pedindo-
lhe que aparecesse mais tarde. Nenhum deles estava acostumado com Konstanin, que
era o conversador crônico, estando ausente por tanto tempo. Ele quase desistiu de ouvir
Kate. Ou ela apareceria neste fim de semana ou não - verificar o telefone dele não faria
diferença.
Shannon o encontrou no meio do caminho, carregando uma bandeja de comida
que parecia ter sido embaralhada, mas não realmente comida.
_ Ela está acordada?
_ Sim. Ela está acordada há algum tempo, mas não está com disposição para
companhia. Você sabe como é.

_ E não comendo?

Shannon deu de ombros.

_ Eu faço o que eu posso.

Banner sorriu para ela.

_ Eu sei que você faz. Você a trata da maneira que eu faria se eu pudesse estar aqui o
tempo todo. Na verdade, você provavelmente é mais paciente.

A cuidadora riu e mostrou uma covinha. Menina encantadora, mas seguramente


casada.

_ Comparado com meus filhos, isso é uma caminhada. - ela acenou um adeus e foi em
direção à cozinha.

A porta de Desiree Jennings estava aberta, embora ela provavelmente não o


convidasse, se ele desse a ela a escolha.

_ Mãe, você está acordada?

Ela estava deitada na cama, parecendo fraca e frágil.

_ Não estou me sentindo bem hoje, Banner. Podemos visitar amanhã em vez disso?

Ele olhou através do cômodo e não ficou surpreso ao encontrar o santuário para
o marido ainda intacto. Uma vela queimou diante dela como se a luz pudesse evocá-lo
de volta. Nenhum conselheiro conseguiu convencê-la a seguir em frente com sua vida,
e mesmo o amor e o cuidado de Banner e seus irmãos não a atraíram de volta ao mundo
dos vivos.
Sem se deixar abater, Banner puxou as cortinas e a luz inundou o quarto, apesar
do dia nublado.

_ Você precisa sair da cama por um tempo ou voltará a ter escaras, lembra-se? E o
fisioterapeuta disse que você precisa fazer mais exercícios ou suas pernas não ficam
mais fortes.
_ Eu posso andar muito bem pelo que faço. Eu nunca fui uma pessoa para esportes. O
que ela espera que eu faça? Jogue tênis?

_ Você é rica agora. Não é isso que as mulheres ricas fazem?

_ Eu não sou rica. Você é. - Ela deu um tapinha no braço dele quando ele se sentou na
beira da cama.

_ Você é gentil o suficiente para cuidar de nós.

_ Levanta, levanta, levanta! - Gentilmente, ele a ajudou a balançar as pernas para o lado
da cama, agradecido por ela ainda ter dormido perto da beirada para deixar espaço para
o pai dele, mesmo que isso fosse mais fácil para ajudá-la a se levantar.

_ Se você não se mexer, precisará de um andador em breve.

_ Não tenho onde ir, então que diferença faz se eu precisar de um andador? - Ela permitiu
que ele a levasse, o agasalho perpétuo que usava, principalmente para disfarçar o quão
dolorosamente magra estava. Círculos escuros rodeavam seus olhos, e ela piscou
rapidamente quando um raio de luz de uma janela a alcançou.
A frustração usual incomodava ele. Se alguém queria morrer, como você os fez
viver?

_ Você foi à reunião de pais e professores de Rook ontem?

_ Não. Eu não estava bem. - Ela se agarrou ao braço dele até se firmar, depois soltou-
se e se virou.

_ Mãe, você sabe que eu tive que trabalhar até tarde. Essa é a única razão pela qual
pedi para você ir.

_ Ele tira notas excelentes. Porque ir? Eu teria que tomar banho e me vestir. - ela
suspirou como se a perspectiva de cuidar de sua higiene pessoal fosse exaustiva.

_ Se não formos, parece que ninguém se importa com ele. Você foi a todos os meus e
os de Meadow. Por que não de Rook?

Ela se arrastou em direção ao banheiro principal.


_ Eu sou velha agora. Existem eventos na vida de uma pessoa que os fazem questionar
convenções sociais sem sentido. Também não organizo jantares ou envio cartões de
aniversário para as pessoas. Isso não me torna uma pessoa ruim.

Quando ela chegou ao banheiro, Desiree fechou a porta entre eles e ligou o
ventilador, provavelmente para mostrar que ela não estava interessada na palestra dele.
Ele suspirou. Tanta paciência. Ele não deveria ter grunhado com ela - apenas a
fez desligar. Às vezes, era difícil dar um passo atrás e ser maduro, principalmente quando
se tratava de cuidar dos pais.
Banner pegou a foto que ele lhe dera no Natal da penteadeira. Na foto, ele,
Meadow e Rook sorriram para a câmera como se fossem uma família feliz e normal. Ele
passou o polegar sobre o rosto sorridente de Rook e colocou a foto no meio do santuário
de Desiree para o pai morto.
Talvez na próxima vez em que rezasse para ficar com ele, lembrasse que tinha
três filhos que não estavam prontos para serem órfãos.

Capítulo 7
Ela olhou para a porta monstruosa, reunindo coragem para bater. Por que isso foi
tão difícil? Por alguma razão, isso foi mais difícil do que a primeira vez. Pelo menos então
ele não a viu nua, viu todas as partes vulneráveis dela. Ele não a ouvira implorar, gritar
e chamá-lo de mestre.
Ugh. Ela ainda estava envergonhada com isso. Até ontem, ela não tinha sido
capaz de enviar uma mensagem para ele.
Durante toda a semana ela conversou sobre como seria essa sessão. Ela
permaneceria no controle, certificando-se de não ir tão longe. Ela provavelmente deveria
mesmo manter suas roupas.
Respirando fundo, ela acalmou os nervos e foi bater na porta. O rosto da gárgula
com a aldrava entre os dentes a fez sorrir. Apenas Banner teria algo tão ostensivo na
porta da frente.
A porta se abriu antes que ela a tocasse. Banner estava do outro lado, vestindo
um terno cinza e gravata combinando, parecendo todo profissional e fodidamente
gostoso como o inferno.
Foi preciso um esforço para impedir que seu queixo caísse. Ela tinha certeza de
que olhou muito mais tempo do que era socialmente aceitável.

Os olhos dele brilhavam.

_ Desculpe. Acabei de chegar em casa do trabalho. A reunião terminou tarde. - A porta


se abriu mais quando ele ficou ao lado.

_ Entre.

Ela se debateu por palavras por um momento, depois conseguiu um rouco,

_ OK. - Ela forçou os pés a se mover e entrar. Tanta coisa para manter o controle. Mas
não era culpa dela estar praticamente babando no homem. Ele acabou de encontrar a
maior fantasia dela.

Merda. O calor já havia começado entre as pernas dela. Ela nunca seria capaz de
manter distância assim. Depois que ela o deixou levar o casaco, ela
aske.

_ Hum. Você vai se trocar?


Por favor, diga sim e volte vestindo uma camisa havaiana e jeans com lavagem
ácida.

Ele provavelmente faria com que parecesse bom também.

_ Você quer que eu troque?

Ela engoliu em seco.


_ Depende de você, é claro. Parece apenas. . .

Sexy, incrível, fodível. . .

_ Confinador.

_ Não se preocupe comigo, Problema. - seu olhar deslizou pelo corpo dela. Ele pareceu
satisfeito.

_ Não dei orientações sobre o que vestir hoje.

Seus mamilos esfregaram contra sua camiseta, já sensíveis. Querendo provar que
ela pode ser uma boa submissa, ela seguiu as instruções da última vez - sem calcinha
ou sutiã e cabelo solto.
Ele fez um movimento circular com o dedo, sinalizando para ela se virar.
Ela fez, sentindo suas bochechas esquentarem. Ele estava procurando por
calcinha? Ele não os encontraria.

_ Muito agradável.

Havia uma estranha satisfação em fazê-lo feliz. Aconteceu da última vez que eles
estavam juntos também. Ela normalmente não colocava o que as outras pessoas
pensavam dela no topo de sua lista de prioridades. A tia e o tio a haviam construído o
suficiente para não precisar da aprovação de outras pessoas. Mas agradar Banner
estava começando a parecer perturbadoramente bom.

_ Sim, bem, achei que era uma aposta justa que você gostaria.

Ele assentiu.

_ Eu gosto. Mas eu não tinha certeza se você viria hoje. Você parecia bastante
descomprometida em seu texto.

Sentindo-se um pouco culpada, ela baixou o olhar para o chão.

_ Desculpe. Foi uma semana movimentada no trabalho, então fiquei distraída.

_ Vamos. Vou pegar uma bebida e você pode me contar sobre isso.
Ela o seguiu até a cozinha, agradecida por não estarem treinando. Talvez algum
tempo para nos conhecermos melhor tornasse isso menos complicado.
Na cozinha enorme, ela foi se sentar em um banquinho no bar do café da manhã.

_ han-han. - ele disse, balançando o dedo para ela.

_ Uma boa submissa aguarda seu Dom dizer onde ela pode sentar.

A preocupação flutuou em seu peito. Ela olhou para o chão frio de ladrilhos.

_ Você não vai me fazer ajoelhar, vai? - Seus joelhos eram desarrumados com o voleibol
e ficariam desconfortáveis rapidamente no chão duro.

_ Não. - Casualmente, ele foi até a geladeira e pegou duas garrafas de água. Ele
entregou uma para ela e sentou-se à pequena mesa do outro lado da sala. Com um meio
sorriso, ele apontou para o colo.

Ele queria que ela sentasse lá? Ah não. Não não não. Ela balançou a cabeça,
mas ele deu a ela um olhar Dom bastante assustador que a transformou por dentro. Seus
pés se moveram sem a permissão dela até que ela estava em pé na frente dele.

Ela suspirou.

_ Nós já temos que começar isso?

_ Não tenho um botão liga/desliga. Se você quer ser treinada por mim, está à minha
disposição. - Ele apontou novamente.

_Sente.
O corpo dela afundou no colo dele enquanto ela revirava os olhos. Um segundo
depois, ele agarrou o queixo dela e a fez olhar para ele.

_ Da próxima vez, faça isso sem revirar os olhos, garotinha. Esse tipo de coisa vai te
trazer problemas.

Ela se afastou, sentindo que isso já estava fora de controle. Mas ela não estava
lá para dar o controle? Ela empurrou esse desafio traquina da cabeça. Ela podia praticar
e aprender sem entregar as rédeas completamente. Banner não era seu Dom, ou nunca
seria, então não havia motivo para dar tudo a ele.
_ Eu vou deixar isso passar desta vez. - ele resmungou

Seu estômago caiu com a pequena ameaça implícita. O que ele faria se ela fizesse
isso de novo? Espancá-la? Fazê-la ficar no canto? Mesmo que isso fizesse sua boceta
apertar de excitação, era muito embaraçoso para considerar de verdade. Além disso, ela
disse a si mesma que não iria pressioná-lo desta vez.

_ Então, me fale sobre o trabalho. O que está acontecendo?

Agora que seus pedaços femininos estavam quentes e doloridos, a última coisa que ela
queria falar era sobre trabalho. Mas talvez isso a acalmasse para que ela pudesse ser
objetiva novamente.

_ Tenho alguns clientes tendo alta. Eu me preocupo com eles quando eles saem.

_ Você se preocupa que eles acabem voltando às drogas?

_ A maioria deles faz. Deus, às vezes o trabalho dela era tão deprimente.

_ Eu tenho esse cliente, vamos chamá-lo de S. Ele me deu um trabalho infernal no


começo, mas ele chegou tão longe. Eu sinto que ele pode realmente fazer isso. De uma
maneira que é diferente dos outros. Ele é inteligente e tem muitos pensamentos
profundos. Ele vai embora na próxima semana e, se ele voltar para a clínica, ficarei
arrasada.

_ Você realmente se importa com seus clientes, não é?

Ela assentiu.
_ Para alguns deles, sou a única que resta.

Ficou em silêncio por um momento, e ela se perguntou se tinha falado demais.


Talvez ela não devesse falar tanto de si mesma.

_ Então, o que fez você escolher isso para uma carreira?

O olhar dela caiu para as mãos, brincando nervosamente no colo. Ela pensou em
sua infância. Mesmo com sete anos de idade, ela sabia que havia algo errado com sua
mãe. Seus braços estavam sempre cobertos de hematomas. Ela parecia doente o tempo
todo - magra demais, constantemente fungando, tremendo e facilmente agitada. Todos
os sinais que ela viu em seus clientes agora.
Sua tia, Grace, havia tomado a custódia de Kate muito antes de ficar tão ruim,
mas sua mãe sempre se ressentia disso. Ela veio pela casa, implorando para ver Kate,
prometendo que estava limpa e querendo trazê-la para casa. Kate olhava pela janela,
com medo de que sua mãe a roubasse quando tia Grace e tio Mark não estivessem
olhando. Naquela época, ela lembrava as bochechas rosadas de sua mãe e um sorriso
ensolarado antes de ficar doente. Cabelo castanho que parecia quase loiro ao sol.
Canções de ninar e caminhada na praia, procurando conchas para levar para casa.
Agora ela se perguntava se tinha inventado isso para ter boas lembranças dela.

_ Você não precisa responder. - Banner disse suavemente.

Sua voz a puxou do lembrete inesperado.

_ Não, está tudo bem. Não sei exatamente por que me senti atraída por trabalhar com
essa população. Minha mãe era viciada. Uma pessoa normal se manteria o mais longe
possível. - ela deu um sorriso trêmulo.

_ Provavelmente há algo errado comigo. Um complexo de super-heroína ou algo assim.

Ele encolheu os ombros.

_ Faz sentido para mim. Você é uma menina doce, e esta é uma profissão de carinho.
Além disso, você tem a conexão com sua mãe e, no fundo, provavelmente deseja poder
ajudá-la. Você viveu com ela toda a sua infância?

_ Não. Minha tia e meu tio me criaram. Eles não podiam ter filhos de qualquer maneira.
Eu tive uma vida feliz.

_ Bom.

_ Eu vi minha mãe de vez em quando. Ainda me incomoda. Eu nem sei o que aconteceu
com ela. Às vezes eu me preocupo que ela possa tropeçar na clínica um dia. Eu acho
que entraria em pânico. Eu provavelmente deveria ter escolhido um emprego fora da
cidade.

Ela deu um meio sorriso.

_ Mas amo demais minha família e amigos.

_ Sim, entendi.
_ E o mercado de trabalho é péssimo. Há um zilhão de assistentes sociais e profissionais
de psicologia por aí lutando pelos mesmos empregos. É um milagre eu
Ter chegado onde eu cheguei. Estou a caminho de um cargo de supervisor.

Ela pode ter se gabado um pouco, trazendo à tona assim. Em vez de chamá-la,
ele sorriu.

_ Não estou surpreso. Você é inteligente, motivada e responsável. Eles têm sorte de ter
você.

_ Obrigada. - ela respondeu sem jeito, agora se chutando por se gabar. A humildade não
era um dos seus pontos fortes.

Ela se ajustou no colo dele. Os músculos das coxas continuavam se movendo, e


era estranho ter essa conversa tão perto do rosto de alguém. Mas o tamanho dele a fez
se sentir pequena. E sentar no colo dele a fez se sentir mais submissa do que quando
entrou pela primeira vez. Esse era provavelmente o ponto. Ele gostava de desequilibrá-
la.

_ Então, você trabalha com o que? - ela perguntou, tentando entender o controle
novamente.

_ Eu assumi os negócios do meu pai.

_ Que é?

Ele hesitou, despertando sua curiosidade.


Ela estreitou os olhos.

_ Hmm. Deixe-me adivinhar. Você é um espião.

_ Não.

_ Um assassino.

Ele riu.

_ Um hacker?
_ Não. Eu faço refrigerante especial.

Refrigerante? Ela não esperava isso.

_ Decepcionada?

_ Porque eu estaria?

Ele sorriu.

_ Sua imaginação era muito mais interessante que a verdade.

Olhando em volta da cozinha opulenta, ela disse:

_ Eu não sabia que havia tanto dinheiro em refrigerante.

_ Você já ouviu falar da Jennings Corporation?

Um estalo de reconhecimento passou por ela.

_ Oh! Foi daí que eu conhecia seu nome!

Ela fez uma pausa e pensou no tamanho da casa dele, no terno que ele estava
usando no momento e no carro que ele dirigia, e tudo fazia sentido. Era um grande
negócio e muito popular na costa leste. Ele deve estar carregado de trabalho.

_ Então, por que todo o segredo?

Ele apertou os lábios e pareceu considerar suas palavras antes de responder.

_ Quando algumas garotas descobrem que eu tenho dinheiro, elas tendem a tentar fazer
as coisas funcionarem por mais tempo, mesmo que seja óbvio que não somos uma boa
combinação. Ou eles podem fingir ter sentimentos por mim que não são reais.

_ Ah. Entendi. - Ela se sentiu um pouco triste por ele. Deve ser horrível não saber em
quem confiar.

_ Bem, eu não sou assim. Um imbecil rico ainda é um imbecil. Você não precisa se
preocupar comigo fingindo gostar de você para chegar à sua carteira.
As sobrancelhas dele se arquearam de uma maneira dominadora, mas havia
diversão em seus olhos.

_ Então, por que outro motivo você finge gostar de mim?

Ela levantou o queixo e reprimiu um sorriso.

_ Porque você é gostoso, é claro.

Ele riu alto, depois se levantou e a jogou por cima do ombro, fazendo-a gritar de
surpresa.

_ Ei! O que você está fazendo?

Ela geralmente era alta demais para os homens lidarem com isso dessa maneira,
mas Banner a levantou com facilidade. Ainda assim, sua bunda estava bem perto de seu
rosto, um ponto que ele acentuou ao beliscá-la. Ela gritou e chutou os pés quando ele
pisou pela casa. Pelo menos, era como pisar no caminho de seu corpo a cada passo.

_ Argh. Você tem sorte de não ter acabado de comer. - ele riu e a colocou de pé na sala
de estar.

_ Conversa fiada acabou. Sem sapatos, Problema, e rápido. Agora eu tenho que treiná-
la e alimentá-la.

_ Você não precisa -

Ele a interrompeu com um olhar de aviso.

_ Eu disse para você falar?

Seu estômago caiu quando seu corpo entrou imediatamente naquele estado
líquido submisso. Ela já estava perdendo o controle, o que foi contra seu plano para a
noite. Respirando fundo, ela encontrou sua determinação e deu a ele sua expressão
mais severa.

_ Ouça. Acho que não devemos ir tão longe hoje. Na verdade, acho que provavelmente
deveria ficar com minhas roupas. Quero dizer, você pode me ensinar submissão com
minhas roupas, certo?
_ Claro. Domínio e submissão nem sempre são sobre sexo. Algumas pessoas em
relacionamentos Dominador/submissa nunca fazem sexo.

_ O que? - Isso pareceu derrotar o objetivo.

_ Encontram satisfação nos papéis sem que seja sexual.

Ela balançou a cabeça, confusa.

_ Tente manter a mente aberta, Kate. Todo mundo tem sua própria maneira de encontrar
conforto na vida.

Isso tocou um sino. Quantas vezes ela ajudou os clientes a descobrir maneiras
não convencionais de viver sem seus vícios?

_ Você tem razão, suponho. Mas ainda assim, podemos desacelerar um pouco? - ela
mordeu o lábio, esperando que ele entendesse. Ela não estava chorando nem nada, mas
o sexo casual só machucaria os dois no final.
Sua expressão permaneceu ilegível, o que a frustrou. Como assistente social,
orgulhava-se de poder ler as pessoas, mas ele muitas vezes era um mistério. Ela não
queria decepcioná-lo. Ela passou a gostar de agradá-lo. Talvez ela não devesse ter dito
nada. Agora ela se sentia estúpida.

_ Você pode manter suas roupas. - ele disse.

_ Eu ainda gostaria que você tirasse os sapatos. Isso é um problema?

_ Oh. - Por que a surpreendeu que ele estivesse sendo razoável?

_ Hum. Não, não é um problema.

Um minuto atrás, ela estava começando a se sentir confortável com ele, mas de
alguma forma isso se tornou estranho novamente.

Ela tirou os tênis e os colocou para o lado. Os nervos começaram em sua barriga.
O que ele faria com ela enquanto mantinha suas roupas? Ela ficou na frente dele,
mexendo nas mãos, olhando para o peito dele, sem saber o que fazer a partir daqui. Ela
deveria se ajoelhar? Ou perguntar a ele onde ele a queria?

_ Muitos Doms gostam de fazer algo chamado inspeção. - ele disse.


Ela não gostou do som disso.

_ Como você está com suas roupas, será mais superficial do que eu costumo. Sem elas,
você se sentiria muito mais vulnerável. Mas vamos fazer de qualquer maneira, para você
se acostumar com a ideia.

Ele ainda não havia lhe dado permissão para falar, e ela prometeu a si mesma
pelo menos tentar seguir as regras, então apenas balançou a cabeça.

_ Pés separados.

Ela ampliou sua postura.

_ Coloque as mãos atrás da cabeça. - ele começou a andar em volta dela, lentamente,
enquanto ela obedecia.

_ Alguns Doms podem fazer com que você os abraçe pelas costas ou por alguma outra
posição, mas eu gosto deste porque mostra seus peitos.

Incapaz de se ajudar, ela disse:

_ Você vai me pesar também? Então me pendurar na sua parede?

Ele deu a volta na frente dela e depois ergueu as sobrancelhas.

_ Você precisa de algo em sua boca para lembrá-la de não me molestar, garota
malcriada?

Embora ela sacudisse a cabeça com firmeza, uma visão se formou em sua mente.
Banner empurrando seu grande pau em sua boca, segurando-a pelos cabelos enquanto
as lágrimas rolavam por suas bochechas.
Porra. Sua vagina vibrou, e ela sentiu-se começar a umedecer. Ela olhou para
Banner, imaginando como ela iria manter o controle ao seu redor. Ele soltou um gemido
alto. "O que?" Ela já o exasperara?

_ Continue me olhando assim, Kate, e não serei capaz de me comportar por muito tempo.
- ela sentiu os olhos se arregalarem.

_ Como o quê? - ela tentou limpar o rosto de emoção.


Sua expressão de dor se transformou em um sorriso predatório.

_ Como você gosta da idéia do meu pau na sua linda boca.

_ O que? Não! EU . . . EU-

Ela protestou quando suas bochechas ficaram quentes. A expressão arrogante


dele irritou seus nervos.

_ Eles traem você também. - ele colocou os polegares sobre os mamilos doloridos e os
esfregou para frente e para trás.

O toque suave sobre seus picos sensíveis fez seu corpo desejar mais. Ela mordeu
o lábio para não gemer.

Ele riu.

_ Vire-se e pegue seus tornozelos.

Ainda envergonhada com a acusação, ela cuspiu.

_ Porra, não. - Imediatamente, ela sabia que tinha sido um erro. Antes que ela pudesse
pegar as palavras de volta, ele tinha o cabelo em seu punho.

Ele a marchou para o sofá e sentou-se, posicionando-a sobre o colo. Oh droga.


Qual era sua palavra de segurança de novo?

_ Acho que não deveria me surpreender ao nos encontrar de volta nessa posição. - Ele
acariciou a mão na bunda. De alguma forma, mesmo com as calças de ioga, ainda
parecia vulnerável.

A cabeça dela balançou sobre o chão enquanto ela tentava se equilibrar no joelho
dele com o máximo de dignidade possível.

_ Banner - ela choramingou.

_ A desobediência foi suficiente para justificar isso. - Ele colocou a mão gigante na bunda
dela e ela assobiou.
Como ele conseguiu machucá-la por cima das calças?

_ Mas então você piorou amaldiçoando. Uma boca bonita como a sua não deveria estar
dizendo palavras tão feias. - Ele a bateu novamente.

E de novo.
Ela se contorceu.

_ Sério, Kate. - tapa.

_ Enquanto eu amo você por cima do meu joelho—

Outro tapa

_ Pensei que você tivesse aprendido a lição da última vez. - ela revirou os olhos, tentando
se convencer de que as palavras dele não a estavam deixando mais quente.

_ Apenas me castigue e pare com as palestras!

O silêncio que se seguiu foi assustador. Porcaria. O que ela fez?


Uma risada sombria fez seu coração pular na garganta. Sem a menor cerimônia,
ele a jogou no chão. Ela voltou, confusa e mais excitada do que deveria. Do chão, ele
parecia enorme. Ele se levantou a toda a altura, depois começou a desafivelar o cinto,
encarando-a o tempo todo.

_ Ajoelhe-se corretamente. - ele ordenou.

Ela engoliu em seco.

_ Agora ouça, Banner. . .

_ Você não tem permissão para falar, a menos que use sua palavra de segurança.

Lentamente, com movimentos deliberados, ele tirou o paletó e o colocou ao lado


do sofá. Então o cinto pousou na almofada ao lado dela, como se ele estivesse enviando
uma mensagem propositalmente.

_ Se eu precisar me repetir, adicionarei cinco à sua contagem.


Ela não sabia o que era sua contagem, mas imaginou que mais cinco seriam ruins,
então ela se ajoelhou às pressas. Foi preciso se lembrar de suas instruções exatas da
última vez, mas quando ele acenou bruscamente para ela, ela achou que tinha feito certo.
Ele demorou a abrir os botões de punho e arregaçar cada manga. Porra, ele
aproveitou todas as fantasias que incluíam um terno.
Sim Sim Sim . . . arregaçar as mangas.
As tatuagens dele apareceram e ela quase gemeu. Havia pornografia de braço?

_ Incline-se sobre o sofá. - ele pediu. Levou alguns segundos para obedecer.

_ Você solicitou que sua roupa ficasse, e eu o permitirei por enquanto. Lembre-se de que
baterei mais forte para compensar isso. E se você for grosseira comigo de novo, as
calças vão cair. Entendido, Kate?
_ Hum. - Sua garganta estava seca. Acho que provavelmente não era o que ele queria
ouvir.

_ Sim senhor.

_ Boa. Eu quero que você conte. ‘Um, senhor, dois, senhor. . . Desse jeito.

_ OK . . . Senhor. - Como um segundo pensamento, ela acrescentou.

_ Quantas vezes?

Ele não respondeu imediatamente, fazendo-a se perguntar se às vezes Doms não


planejava tudo e apenas voava.

_ Dez. - ele finalmente disse

Isso não era tão ruim. Ela poderia levar dez.


O primeiro golpe atingiu um caminho ardente em sua bunda, fazendo-a gritar e
subir na ponta dos pés. Ela ainda não esperava. Ele não estava brincando quando disse
que a bateria mais forte por causa das calças. Pela picada profunda bem no centro das
duas bochechas, ela imaginaria que haveria um grande vergão vermelho. Porra. E ela
teve que fazer dez desses?

_ Kate - ele avisou.

_ Uh. Um, senhor.


O cinto assobiou no ar, então whap! Seu mundo inteiro se estreitou a uma
hiperconsciência de todos os nervos que terminavam em seu traseiro.

Ela choramingou.

_ Dois, senhor.

Whack.

_ Ow! - ela chutou uma perna e mexeu. Isso foi horrível - por que algumas mulheres
gostam disso?

_ Três, senhor.

Outra aterrissou bem em cima da última e ela gritou.

Punição oficialmente experimentada.

_ Banner. - Era um pedido sussurrado, mas ela não tinha certeza do quê.

Ele parou e, por um momento bobo, ela pensou que poderia ter acabado. O cinto
caiu no sofá ao lado de onde ela descansava as mãos. Alívio a varreu, e ela exalou alto.

_ Não pense que terminei, pequena. Você receberá os dez completos.

Dedos afiados sob a cintura, e ela entrou em pânico.

_ Não! - Ela colocou a mão de volta para detê-lo.

Ele congelou.

_ Estou apenas checando sua pele. - Ela pensou que ele poderia derrubar as calças,
mas ele não o fez. Ele apenas esperou. Por sua palavra de segurança?

_ E se eu usasse minha palavra de segurança durante uma punição? Você parava?

_ Claro. Mas se você mereceu uma punição, e a que eu escolhi foi um limite rígido para
você, teria que pensar em outra que correspondesse à infração. Um relacionamento D/s
é baseado no Dominante sendo dominante. O submisso não decide se é punido ou não.
Existem consequências para o mau comportamento.
Isso fazia sentido. Ela o testou e mereceu cada tapa que levou. Deveria tê-la
enchido de pavor, mas por algum motivo não o fez.

_ Você vai me deixar verificar suas marcas para que possamos continuar? - ele fez uma
pausa.

_ Ou terminamos a noite?

Ela não queria terminar, mas também não queria exatamente terminar os seis
golpes seguintes. Ela ficaria decepcionada se o fizesse parar e não era tão ruim assim,
especialmente com o clitóris latejando tanto que ela pensou que poderia morrer se não
atingisse o orgasmo em breve. Sair para ir para casa e usar o vibrador era uma opção.
Deus, ela gozaria no carro ou, talvez, a caminho da porta, estava tão excitada.

Mas não. Ela precisava terminar isso.

_ OK. - Ela colocou a mão de volta no sofá e deixou-o abaixar lentamente a calça.

O ar frio atingiu sua pele, lembrando-a da umidade entre as pernas. Felizmente,


ele não notaria. Ele passou as pontas dos dedos sobre ela, as cócegas e dores
alternadas dizendo a ela onde estavam os maiores vergões. Ela soltou um gemido
quando ele os empurrou, mas não tinha certeza se era porque a machucava ou a
excitava.
Suas bochechas ficaram quentes quando ela percebeu que estava curvada, de
calça para baixo, enquanto ele olhava para sua bunda. Novamente. Eles fizeram pior no
último final de semana, mas isso parecia diferente, mais intrusivo, porque ele estava
estudando as marcas que havia feito nela. Suas marcas. No corpo dela.
Porra. Por que ela gosta tanto disso?
Um momento depois, ele puxou as calças de volta. Ela não deveria estar
decepcionada, mas estava. Ela se recusou a pensar no que ela realmente queria que ele
fizesse. O cinto desapareceu de sua linha de visão. Ela ficou tensa, preparando-se para
o golpe, querendo ao mesmo tempo que temia. Ela estava tão confusa. Todos na torção
se sentiram assim?
Paulada.
Ela gritou e balançou para a frente no sofá. Oh droga. Em que número eles
estavam?

Talvez ele não notasse.


_ São cinco. - ele a lembrou.

_ Oh. Desculpe senhor.

_ Continue.

Enquanto contava os cinco seguintes, sua voz aumentava a cada vez, e ela estava
na ponta dos pés até o final. Sua bunda parecia que estava pegando fogo em grandes
faixas largas. Ela queria se olhar no espelho, ver como as marcas do cinto dele pareciam
em sua pele. Era tão sexy quanto nas fotos que ela viu online?
Sem saber o que fazer a seguir, ela permaneceu curvada, esperando pelas
instruções dele. Atrás dela, ela ouviu sinais de que Banner estava colocando o cinto de
volta.

_ Mmm. - ele ronronou.

_ Boa menina.

_ O que?

_ Você não se mexeu. - Ele pegou o braço dela e a levantou para encará-lo.

_ Estou impressionado.

Envergonhada, mas principalmente excitada, ela manteve o olhar no chão e


murmurou:

_ Eu posso ser boa, senhor.

_ Olhe para mim.

Ela levantou os olhos.

_ Você está bem?

Ela estava? Seus joelhos estavam bambos, e ela podia sentir cada marca do cinto
como se tivesse queimado em sua carne, mas seu clitóris estava latejando com tanta
força que provavelmente desmaiaria se ele não a fodesse logo.
_ Estou incrivelmente excitada, senhor.

Surpreendeu-a admitir. Aparentemente, a dor deixou sua língua solta.


Um sorriso perverso apareceu em seu rosto.

_ Você está?

Ela assentiu, apesar de não gostar de se sentir zombada.

_ Boa. Isso geralmente torna os submissos mais dóceis. Vamos tentar novamente. - Ele
a acompanhou até onde estavam antes de parar para prendê-la.

_ Curve-se e agarre seus tornozelos.

Desta vez, ela não recusou. Com um suspiro, ela se virou lentamente e fez o que
ele disse, apesar do constrangimento. Pelo menos ela estava vestida.
Ele passou a mão pelas costas dela e depois apertou os dois globos da bunda
dela, fazendo-a gemer. Ele já não tinha inspecionado lá o suficiente?
Corajosamente, como se a possuísse, ele passou as mãos pelos lados das coxas
dela. Ela se sentia como um cavalo sendo avaliado quanto à criação ou algo assim. Ela
soltou um suspiro de ar que afastou os cabelos do rosto.

_ Entediada? - ele perguntou, ainda cutucando e tateando-a.

_ Um pouco. Olhar para o chão é tão interessante.

_ Levante-se.

Quando ela o fez, ficou tonta pela pressão na cabeça.


Ele a firmou com uma mão no cotovelo. Depois que ela concordou que estava
bem, ele continuou seu trabalho. Mão sob o queixo, ele levantou a cabeça e estudou o
rosto dela, depois as orelhas e o pescoço. Ela lutou contra o desejo de falar comentários
sarcásticos, mas não tinha vontade de ganhar outra cintada. Pelo menos não enquanto
sua bunda ainda estava latejando.
Seus movimentos eram ásperos às vezes, gentis com os outros. Quando ele
afastou os cabelos do rosto, ficou sensível. Então ele enfiou a mão entre as pernas dela.
Ela sussurrou e tentou não se mexer, mesmo que seu corpo estivesse
desesperado por mais. Em cerca de meio segundo, ele encontrou o clitóris e esfregou-
o. O tecido fino não a protegia da sensação.
_ Você está molhada.

Você não diz, Mestre Investigador. Levou um momento para controlar sua língua.

_ Sim senhor. Eu acho que você sabe o porquê, senhor.


Ele sorriu. Bastardo arrogante.
Justo quando ela estava prestes a moer contra a mão dele, ele a retirou.

Ugh!

_ Já terminamos?

Ela tentou não parecer chorona, mas não aguentou muito mais isso. Não sem
fazer uma tentativa séria de pular os ossos. E isso acabaria com os dois nus e na cama
juntos novamente, o que ela prometeu a si mesma que não faria.

_ Terminamos quando digo que terminamos. - ele respondeu.

_ Como Dom, é meu direito inspecionar minha propriedade a qualquer momento e em


qualquer lugar que eu quiser. Na cozinha no meio do jantar. Num corredor deserto no
casamento do seu melhor amigo. Na masmorra—

_ Calabouço? - Ele não poderia ter uma masmorra real.

_ Sim. Subs são definitivamente inspecionadas em minha masmorra.

_ Como uma masmorra legítima e verdadeira? Aqui em sua casa?

Seu sorriso de resposta era malicioso.

_ Sim, mas não tenho certeza se você está pronta para vê-la.

Ela zombou, depois estreitou os olhos. Quem era ele para dizer a ela o que ela
estava pronta? Isso foi um desafio, se ela já ouviu um.

_ Eu não estou assustada. Eu quero ve-la.

_ Como eu sabia que você diria isso? - ele suspirou, depois girou nos calcanhares.

_ Siga-me, então, menina corajosa.


Quando ela entrou na fila com ele, ele parou.

_ Ah, ah. Uma sub caminha atrás de seu Dom. Olhos baixos, a menos que ele diga a ela
o contrário.

Ela cuspiu por um momento.

_ Mas . . . mas e se eu entrar em alguma coisa?

_ Você precisa ficar de olho no que está acontecendo ao seu redor, mas não precisa
fazer nada. Vou garantir que você não esbarre em nada. É um trabalho de Dom proteger
sua submissa. Ela é o maior tesouro dele, lembre-se.

_ A maior parte do tesouro parece muito boa.

Ele riu.

_ Então você só quer ser mimada sem dar nada ao seu Dom em troca?

Ela encolheu os ombros.

_ Quando você diz assim. . .

Ainda rindo, ele se virou para o corredor e disse:

_ Vamos princesa. Vamos ver como você é realmente corajosa.

Com um suspiro, ela seguiu atrás dele, mantendo o olhar no chão, confiando nele
para guiá-la em torno de obstáculos e escadas. Eles caminharam pelo corredor e ele
parou na frente de uma porta.
Propositadamente, ela esbarrou nas costas dele, apenas para fazer uma
observação.
Ele se virou e ela pôde sentir o calor de seu olhar, enquanto olhava para o chão.

_ Você pode levantar a cabeça, Problema.

Ela fez e sentiu alguma satisfação nisso. Deus, ela realmente era problema.
Talvez a submissão não fosse a coisa dela, afinal.
Quando ela olhou para o rosto dele, sua expressão sinistra a fez murchar. Ao
mesmo tempo, um formigamento correu para sua vagina. Ela apertou as coxas,
esperando um miniorgasmo. Quando ele olhou para ela assim - como se ela fosse todo
o foco de sua atenção, como se ele não apenas a possuísse, mas a desejasse - algo
acendeu dentro dela. E não era apenas a libido dela. Era como se de repente ela se
importasse com tudo e com qualquer coisa que ele pensasse, sentisse, quisesse,
precisasse. Ela não estava apenas em sintonia, mas estava desesperada para agradá-
lo. Havia também uma afeição sem esperança crescendo no fundo, onde ela não
conseguia arrancá-la. Mas por que? Eles nem estavam juntos. Por que essa mudança
estranha em seu cérebro apenas por ele? Mais importante, como ela poderia desligar
isso para manter algum controle? Agora, parecia que estava deslizando lentamente entre
os dedos.
Depois que ele abriu a porta e acendeu uma luz, ele apontou um dedo para ela.
Ela fez uma pausa, incapaz de fazer seu corpo segui-lo.
Ela estava tão confiante há um momento atrás. Agora, sua coragem a
abandonara.
Sua testa franziu.

_ O que está errado?

_ Eu estou assustada. - ela deixou escapar. Ele se virou para encará-la completamente,
seus olhos uma mistura de diversão e preocupação.

_ Agora você está com medo? Do que você tem medo? Eu prometo que não há ratos ou
esqueletos lá.

Ela engoliu em seco.

_ Tenho medo do jeito que você me faz sentir. - Por que ela estava dizendo isso a ele?

Ele deu um passo mais perto, tão perto que ela podia sentir o calor do corpo dele
contra o dela.

_ E como eu faço você se sentir?

_ Como se estivesse perdendo o controle.

Era apenas um sussurro, mas ela sabia que ele tinha ouvido. Ela olhou para o
peito dele, evitando a decepção provavelmente escrita em seu rosto.
_ Essa é a questão.

_ Eu não gosto disso.

_ Não. - Ele colocou o dedo sob o queixo dela para inclinar a cabeça dela, depois olhou
nos olhos dela.

_ Você ama isso.


Capítulo 8
Se o olhar pretendia transformá-lo em pedra, o superpoder dela só funcionava em
seu pau. Nesse ponto, manter seu treinamento impessoal era um ato. Ela o encantou
completamente.
Quantas vezes ele jogou com mulheres em clubes e foi embora sem se tornar
sexual? Ele não sabia. Mas com Kate, ele teve que continuar afastando os pensamentos
sobre o quão boa ela se parecia embaixo dele e como ela era dele, mesmo que tentasse
lutar contra isso. Ou a maneira impotente que ela gemia quando gozava. Como sua pele
era macia. . .

_ Você acha que eu amo perder o controle? - Sua sobrancelha havia abaixado de uma
maneira que faria um homem menor se encolher. Felizmente para ela, ele sabia quem
estava no comando.

_ Sim.

_ Bem, acho que não é preciso ser um gênio para descobrir se estou aqui para me tornar
mais submissa

_ Não, eu quis dizer que você ama perder o controle para mim, especificamente. - ele se
virou e entrou em sua masmorra, contando com ela para seguir com despeito agora. É
improvável que sua coragem a decepcionasse se ela quisesse ter a última palavra.

_ Merda.

Ela o seguiu, mas o que ela ia dizer foi interrompido quando avistou a sala.
.
_ O que?

_ Eu não esperava que fosse isso. . .

_ Isso o quê?

_ Eu não sei. Elegante? Só ouvi falar de masmorras sujas no porão - como o público em
que Janine vai.

Ele sorriu.
_ Bem, geralmente as masmorras particulares das pessoas refletem seus gostos
pessoais. Não tenho fantasias sobre levar minhas submissas para becos ou armazéns
frios. O da cidade é projetado para pessoas que querem seu BDSM cru e nervoso. Tudo
aqui foi projetado para me agradar.

_ Na verdade, parece que você tinha este lugar decorado profissionalmente. - Ela passou
os dedos sobre o tecido que pendia sobre a grande cama de dossel.

_ Obrigado.

_ Você fez tudo sozinho?

_ Sim. Eu era um artista.

A boca dela se curvou.

_ Era? Você não é mais?

Banner tentou pensar na última vez em que pegou um lápis ou pincel, mas nos
últimos seis meses, o mais próximo que chegou chegou de rabiscar os minutos nas
reuniões de negócios. Ele tinha um loft para uma paixão e uma masmorra no porão para
a outra. Enquanto isso, embora a maioria das pessoas os considerasse seus hobbies,
eles eram mais reais e importantes para ele do que o que ele fazia no escritório todos os
dias. Isso era principalmente um salário e uma maneira de impedir que sua família
passasse fome.

_ Então, onde estão todos os chicotes, correntes e outras coisas? Quero dizer, isso se
parece principalmente com um quarto de baunilha, embora com alguns móveis extras.

_ Bem, você sabe para que a mesa de café acolchoada pode ser usada agora.

Suas bochechas ficaram rosadas, e ele pensou em como ela tinha sido obediente
até o final de sua inspeção. Não aproveitar isso hoje era um tipo requintado de tortura.
Todo o potencial desperdiçado frustrou uma parte profunda dele. Essa situação de gato
e rato que eles estavam enfrentando não podia continuar. Ele não podia continuar
treinando uma mulher de quem gostava tanto, sabendo que ela estava indo para outra
pessoa. Se Ambrose ou Konstantin a aceitassem, ele poderia lidar com isso. Mas vê-la
colada a um de seus melhores amigos também seria difícil. Ele ficou esperando a risada
dela ser irritante, ou ela mastigar com a boca aberta, ou qualquer coisa que ele pudesse
se agarrar a tornaria menos desejável. Em vez disso, sua teimosia e constrangimento
vivido eram cativantes. Talvez eles o usassem com o tempo.

_ A mesa também se converte.

Ele deslizou uma gaveta para o lado para mostrar a ela que era um lugar
acolchoado para se ajoelhar, o que funcionava bem como um banco. As alças
decorativas dos dois lados da mesa estavam na altura e posição certas para prender as
algemas, caso o hóspede relutasse em ser punido.
Ela olhou para a coisa de olhos arregalados, como se ela tivesse se transformado
em uma cobra venenosa. Considerando quão recentemente ela foi disciplinada, ele
conseguiu entender a reação dela.

_ O resto da sala possui outros recursos que tornam essa masmorra funcional. E como
refiz a sala inteira, é bastante à prova de som quando a porta está fechada.

_ Você poderia . . . trancar uma garota aqui em baixo, e ninguém saberia. - ela
estremeceu, depois pulou quando ele traçou um caminho na parte de trás do pescoço,
da gola da camiseta ao cabelo. Seus olhos se fecharam e seus lábios se separaram um
pouco.

_ Só deixo boas meninas que querem brincar comigo aqui.

Seus lábios torceram em um sorriso irônico.

_ Ah, e eu faço parte desse clube exclusivo agora?

_ Sim. É um clube muito pequeno. Você precisará preencher todas as posições no


momento.

Havia várias posições em que ele conseguia pensar que gostaria de preenchê-la.
As palavras que ele deixou por dizer pareciam aparentes para ela. Ela estava
olhando para ele, seus olhos dóceis, a suavidade de sua boca fazendo coisas loucas
para sua imaginação.
Ele a beijou, incapaz de resistir à tentação, mas fez com que fosse mais uma
provocação do que um beijo - antes de começar, e leve.
Quando ele recuou, ela o seguiu, procurando por mais. Era ela quem queria
manter as roupas. Ela não queria sexo, ou insistiu. Não havia como ele iniciar alguma
coisa.
Seu pau estava com nojo por ele ser um cavalheiro.
_ Então, o que faz você pensar que eu amo perder o controle, especialmente para você?
- A inclinação da cabeça e o tom o desafiaram pelo domínio. Sempre testando.

_ Tudo está na qualidade dos seus gritos quando você goza para mim e no fato de que
você me chamou de Mestre. Duas vezes.

Com o rosto vermelho, ela cuspiu, procurando palavras. Os corretos vieram até
ela, eventualmente.

_ Admito que você é bom na cama, mas isso não significa que eu amo perder o controle
para você. As palavras são apenas palavras. Eles escapam. Acontece. Você tem sorte
de não chamá-lo acidentalmente de William ou Rob.

_ Então você sempre gozou tanto?

Ela fez uma careta.

_ Não vou dignificar isso com uma resposta.

_ Em outras palavras, não.

_ Você pode acreditar no que quer, mas hoje não estou mais alimentando seu ego. - ela
apertou os lábios. Se alguém pesquisasse a palavra "arrogante" no Google, haveria uma
foto de Kate fazendo essa cara.

Vadia atrevida.
Uma onda de agressão sexual o pegou de surpresa, mas ele pegou antes mesmo
de torcer um dedo. Ele queria fazê-la gritar por misericórdia, implorar por pau. Ele queria
fazer várias coisas para as quais ainda não estava pronta.
Em vez disso, fechou os olhos e pensou em redemoinhos de tinta, azuis
silenciosos em tons que acalmavam sua alma.
Quando ele abriu os olhos novamente, Kate parecia menos segura de si mesma.

_ Eu sinto muito. Eu não sei de onde isso veio. - ela realmente parecia envergonhada.
Ele encolheu os ombros.

_ Não há nada para se envergonhar. Você é competitiva e não quer que eu ganhe. E
ainda assim você deixa.
_ Eu deixo?

_ Você não? - Ele foi até a cômoda e abriu uma, pescando um rolo de corda.

_ Você já brincou com corda antes?

_ Não corda, não, mas meu ex me amarrou na cama uma vez. Apenas minhas mãos.
Ele ficou entediado, porque não queria fazer o trabalho, então me desamarrou depois de
alguns minutos. - A frustração em seu tom o deixou triste. O que houve com homens que
não queriam explodir a mente de uma mulher na cama? Não havia mais orgulho no
acabamento?

_ Peço desculpas em nome do meu sexo. Homens assim deveriam ter etiquetas de aviso.

_ Ele também não acreditava em reciprocidade oral. Adicione isso ao rótulo dele. - Ela
balançou a cabeça como se estivesse incrédula por ter namorado um idiota.

_ E por que diabos estou lhe dizendo isso?

_ Acho que é porque no fundo você sabe que pode confiar em mim.

_ Hmm. - ela balançou a cabeça com ceticismo.

_ Acho que só tenho uma tendência a compartilhar demais.

_ Bem, você respondeu minha pergunta de qualquer maneira. - ele desenrolou a corda.

_ Vou amarrar suas mãos, e vamos ver como você se sente sobre isso, ok?

_ Por quê?

_ Para ver se você gosta de corda, é claro. Eu não estou amarrando você a nada, então
você estará livre para se movimentar.
Quando ela assentiu, ele se moveu atrás dela.

_ Seria mais fácil se minha camisa estivesse fora?

Caramba, ela estava tentando matá-lo?


_ Não. Seria mais bonito se sua camisa estivesse tirada, mas posso amarrar seus braços
muito bem enquanto você estiver vestindo sua camiseta, se é isso que você prefere.

_ Tudo bem para você se eu a tirar? - Ela não estava jogando. Sua sobrancelha franzida
falou de sua incerteza.

Porra. Tire as calças também e sente-se no meu pau dolorido enquanto você está
nisso.

_ O que for mais confortável para você.

Kate olhou para ele um momento antes de arrancar sua camisa como se estivesse
deixando-a louca.

_ Posso apenas. . .

Ela se aproximou e estendeu a mão, desabotoando a camisa do pescoço até o


peito.

_ Assim é melhor.

Ela realmente parecia gostar de ternos. Em vez de recuar, os dedos dela


deslizaram sobre o contorno dos músculos sob a camisa dele. Se ela estava tentando
manter tudo isso nos negócios, estava usando a abordagem errada.

_ Você, jovem, está me deixando louco. - Ele pegou um punhado de cabelos e a


empurrou sobre a mesa de café.

_ Ajoelhe-se aqui. Se você continuar me tocando assim, vou assumir que você está
interessado em mais do que em treinamento.

_ Eu sinto Muito. Eu só - você é bom de se olhar.

_ Você também é. Não transformar isso em sexo já é difícil. Não seja má.

Ela parecia presunçosa, não arrependida.


Provocação para seu pau. Ela tinha uma palavra de segurança, mas ele teve a
sensação de que, se tentasse transformar isso em sexo, ela não se oporia. Mas foi ela
quem disse que não, então ficou sem sorte até implorar por isso.
Ele se moveu atrás dela e amarrou os pulsos juntos, depois trabalhou os braços
até que ela foi imobilizada no cotovelo. Recuando, ele admirou seu trabalho. Tão lindo.
A curva de sua bochecha, a inclinação do pescoço até o ombro, a pele impecável, a
aparência de uma mulher desamparada - tudo isso fez com que ele a desejasse ainda
mais.

_ Ajoelhe-se mais reto.

Enquanto ele caminhava para ficar na frente dela, ela se endireitou, os seios
empurrando-o com desprezo, os mamilos duros e buscando sua atenção.
O que ele não faria por uma câmera. Para ele, isso era muito mais sexy do que
qualquer pornô, e ela ainda estava de calça.

_ Fique.

Ele voltou ao armário e vasculhou o conteúdo, depois voltou com uma braçada de
brinquedos sensuais.

_ O que é tudo isso? Isso é um pincel?

_ É.

_ Parece que preciso de retoque? Minha tinta está descascando?

_ Feche sua boca sexy antes que eu enfie algo nela.

Ela piscou para ele.

_ Desculpe.

O pincel seria o motor de arranque, então, já que chamava a atenção dela. Com
um golpe suave, ele passou a ponta do pincel sobre a pele de Kate, ao longo de sua
clavícula. Sua respiração ficou presa e ela se contorceu no lugar, depois se acomodou.

_ As pessoas pensam na dor como a única sensação possível no BDSM, mas existem
muitas outras. Você gosta de sentir cócegas?

_ Eu não sei, senhor.


Ele usou o pincel novamente, arrastando-o ao longo da curva dos seios, até o
umbigo, depois de volta aos mamilos. Eles enrugaram mais quando ele os traçou com o
pincel, e Kate gemeu, arqueando em direção a ele. Ele passou por ela e pintou ao longo
das costas dela, o pincel desenhando arrepios e arrepios, bem como gritos e suspiros
de apreciação. Quando ele alcançou a cintura dela, traçou-a e depois empurrou-a
algumas polegadas para brincar com a faixa de pele que ele exibia.
Kate afundou ainda mais, ajoelhando-se. Tomando isso como uma sugestão, ele
inverteu o pincel e passou o cabo de madeira sobre o clitóris.

_ O que está funcionando para você, garotinha? Estar amarrado, cócegas ou ambos?

_ Ambos, senhor - disse ela com os dentes cerrados. Ela choramingou.

_ Qual é o problema?

_ Nada. - ela disse, com a voz tensa. Os quadris dela estavam angulados o mais longe
que podiam, e ela até se arrastou alguns centímetros em sua direção.

Ele pressionou seu clitóris com força, depois se afastou, fazendo cócegas
novamente.
Kate murmurou algo profano em voz baixa.

_ Por que é que és tão mau?

_ Mau? Você não gosta disso?

_ Ugh! É. . . frustrante. Minhas calças estão me irritando.

Ele ergueu as sobrancelhas.

_ Você me disse que queria que elas continuassem, lembra?

Eles se encararam. Ela não podia ter as duas coisas.


Ele passou uma de suas unhas curtas sobre o clitóris, e ela gemeu. Ele nunca
afirmou que jogou limpo.

_ Insanidade temporária! - ela deixou escapar.

_ Você poderia tirá-las?


Não se vanglorie. Apenas dê à mulher o que ela quer.

_ Certamente. Levante-se.

Ela se levantou e ele deslizou a calça de yoga por suas pernas longas e perfeitas,
depois a firmou quando ela saiu delas.
Droga. Sua boceta nua estava tão perto de seu rosto que ele podia sentir o cheiro
de sua excitação. Então o ex dela não era grande em dar oral? Pobre garota. Ele se
inclinou e respirou fundo por seu sexo. Automaticamente, seus quadris inclinaram-se
para ele novamente.
Não é tão rápido, ganancioso.

_ Ajoelhe-se na posição que lhe mostrei da última vez. De bruços, bunda para cima.

Ela gemeu, mas obedeceu. Ele segurou o cotovelo para que ela não tombasse.

_ Diga-me se seu pescoço começa a ficar dolorido. - ele verificou as mãos dela, que
estavam quentes e ainda eram de boa cor.

_ Sim senhor.

Ele passou o pincel sobre os braços amarrados, fez cócegas entre os dedos e
desenhou desenhos invisíveis nas costas.

_ Olhe essas lindas marcas. - A bunda dela tinha várias marcas de faixa vermelha ainda
visíveis. Ele passou por cima deles com o pincel e ela choramingou, e então prendeu a
respiração toda vez que ele se aproximava da fenda de sua bunda.

_ Como você ficou virgem aqui com uma bunda assim?

Ele varreu seu pincel pelo vale, fascinado pela maneira como Kate se encolheu e
sua bunda se apertou quando ele se aproximou. Enquanto ele usava o pincel para lamber
uma trilha de cócegas no buraco enrugado, seu gemido agudo o fez rir. Talvez ela tenha
marcado "curioso" no questionário, mas sua resposta agora contou uma história
diferente. Ela estava nervosa, o que significava que ele teria que ir devagar.

_ Eu não sei. - sua voz era alta, queixosa.

_ Nunca ninguém se interessou. . . nessa parte de mim antes, eu acho.


Ele jogou o pincel para o lado e deslizou um dedo entre as pernas dela,
descobrindo que ela estava ainda mais encharcada do que antes. Brincar com seu clitóris
a fez se contorcer, sua respiração ficando difícil.

_ Bem, se você tiver um Dom, é provável que ele o use lá também. Alguns caras não
gostam disso, então você pode estar segura. - Se ela fosse para Konstantin ou Ambrose,
no entanto, não estaria.

_ Você usou essa parte de todas as suas escravas? - ela ofegou, tentando recuar e
capturar a mão dele entre as coxas dela.

_ Sim. Algumas eram virgens anal, mas eu consertei isso. Minhas escravas não
conseguem me dizer não sem uma boa razão.

_ Como?

_ Se foi um gatilho de abuso ou se havia um motivo de saúde para que eles não
pudessem.

Kate não respondeu, mas seus gemidos eram eloquentes. Aparentemente, seu
clitóris gostava muito dele, mesmo que ela não quisesse sexo.
Ela se contorceu e choramingou exatamente do jeito que ele queria, seu corpo
muito mais obediente a ele do que sua mente. Quando ela estava prestes a gozar, ele
parou e desamarrou os braços dela.

_ Acho que é o suficiente por hoje.

_ O que? - ela se levantou e olhou incrédula para ele.

_ Mas . . . você coloca essa grande pilha de coisas lá. Eu pensei que estaríamos
experimentando por um tempo.

_ Na verdade, Kate, estou ficando bastante desconfortável. - Ele teve o cuidado de


manter sua expressão neutra.

_ Sei que você está curiosa sobre as coisas e quer saber se vai gostar delas, mas estou
tendo problemas para me manter científico sobre isso. Você não quer sexo, e eu respeito
isso, mas eu não sou uma máquina. Eu também tenho que lidar com isso.

_ Então você quer que eu vá embora para que você possa. . . ?


_ Exatamente.

_ Mas eu poderia ajudá-lo com isso. - ela agarrou seu pau duro por dentro da calça.

Banner pensou na papelada de contas a receber com a qual tinha que lidar na
manhã seguinte. Ele pensou nisso por muito tempo, até recuperar o controle. Não havia
acordo de D/s entre eles. Havia um contato tão íntimo entre eles, mas ele não tinha
consentimento em jogá-la de costas e transar com ela. Essa merda baunilha era irritante.

_ Você disse que não queria sexo.

_ Eu mudei de ideia.

O controle que ela tinha sobre a situação a estava deixando arrogante. Já bastava.

_ Você mudou de idéia? - ele franziu o cenho para ela, sem se incomodar em esconder
seu aborrecimento, e ela soltou o pau dele e recuou um passo.

_ Sei que você vê tudo isso comigo como um experimento ou jogo, Kate, mas não posso
continuar fazendo isso. Se eu sou apenas um pretendente Dom com você, isso me
mantém completamente desequilibrado, e então o que você está aprendendo? Que os
dominantes são fracos e você pode manipulá-los? Não temos um acordo real entre nós,
por isso estou agüentando coisas que nunca aguentaria de uma garota minha. Não tenho
certeza de como me coloquei na posição em que você está dando as cartas, mas acabou.
Se você ficar, eu vou te tratar como se você fosse minha enquanto estiver aqui. Se você
pôr os pés nesta casa, eu vou te foder, goste ou não.

Uma centelha de apreensão apareceu em seus olhos.

_ Honrarei sua palavra de segurança, é claro, mas o resto dessa besteira provocadora
será tratado como eu achar melhor.

O silêncio se espalhou entre eles e Kate mordeu o polegar, as bordas dos dentes
deixando marcas na almofada. Como ela poderia fazer isso tão sexy?
Então, ela estava saindo ou se submetendo? Ele nunca foi grande em ultimatos,
mas essa coisa entre eles estava seriamente fodida. Havia algo nela que ele achava
completamente irresistível, mas havia certas coisas que não funcionavam para ele -
como entregar seu poder a outra pessoa.
Em vez de lhe dar uma resposta, ela enfiou o dedo na boca sorridente e, em
seguida, passou a mão entre os seios até o monte de vênus. Ela deslizou os dedos entre
as pernas e começou a brincar com o clitóris.
Maldita malcriada.
Ele se lançou para ela, e ela saiu correndo da sala, gritando de tanto rir. Algum
instinto predatório rasgou-o. Obviamente, ela queria que ele a perseguisse. Entre seu
tesão e a adrenalina que o percorre, isso pode não ser bonito. Qualquer Dom que
desconsiderasse teria ignorado esse comportamento e ficado sentado na sala até que
ela se cansasse e voltasse a procurá-lo, mas a ideia de procurar em sua casa uma garota
nua e excitada era interessante demais para ignorar.
Tirou os sapatos e as meias e subiu as escadas, evitando tábuas que rangissem.

_ Suponho que você queira que eu te encontre e te foda, Kate. - sua voz ecoou pela
casa.

_ Se não é isso que você deseja, saia agora e esqueceremos que isso aconteceu.

Uma risada se fez audível pelo corredor, mas ecoou e foi difícil dizer de onde
vinha.

_ Se você me pegar, pode fazer o que quiser.

Porra, vou fazê-la se arrepender de dizer isso.

Essa risada veio do andar de cima? Prioridades primeiro. Ele foi para o quarto,
pegou uma camisinha na gaveta e a meteu no bolso.
O corredor do andar de cima estava silencioso. Ele ficou muito quieto, ouvindo,
imaginando quantos armários ele teria que procurar antes de encontrá-la.
O quarto de hóspedes mais próximo dele parecia vazio, mas ele verificou debaixo
da cama, atrás da porta, no armário. Nada na sala de estar no andar de cima, ou nos
quartos que geralmente eram usados por Rook, Ambrose ou Konstantin quando ficavam.
Ela pegou suas roupas e saiu de casa?
Sua respiração estava alta nos ouvidos e seu coração batia forte. Ele nunca teve
uma garota fugindo dele antes. Em vez de ficar irritado, a caçada o excitou.
Havia algo muito primordial em caçar uma garota para foder.
Um barulho veio do andar de baixo, e ele desceu os degraus três de cada vez,
derrapando na porta da frente.
Garota.
Kate correu para a sala, derrubando um porta-revistas. Ele a seguiu lentamente,
sabendo que não havia outra saída. Ela estava de costas para a parede oposta e seu
olhar voou pela sala, procurando uma rota de fuga. Descontraído, ele caminhou em sua
direção, fingindo uma vez quando ela se esquivou para o lado, como se fosse fazer uma
pausa. O arfar de seu peito chamou sua atenção para seus seios. No último segundo,
ela tentou contorná-lo, e ele a jogou contra a parede com força suficiente para
surpreendê-la.
Ele pressionou contra ela e deslizou a mão da cintura dela até o peito, puxando o
mamilo e rolando-o entre o polegar e o indicador. Kate tremia como se seus instintos a
dissessem para fugir. Ela não fez.

_ Isso não foi justo. Você conhece a casa e eu não.

_ Você disse que se eu te pegasse. Você não disse que tinha que ser justo....

_ O que você vai fazer comigo? - ela perguntou, os olhos brilhando.

_ O que eu quiser, aparentemente. Foi ideia sua.

Ele abaixou a cabeça e roçou os lábios nos dela. Kate fechou os lábios e tentou
desviar o rosto, mas ele agarrou sua mandíbula para segurá-la imóvel. Ela tentou afastá-
lo, mas ele pressionou o joelho entre as pernas dela. Ela gemeu, como ele esperava. A
boca dela se abriu e ele a beijou com toda a excitação reprimida que estava tendo
problemas para conter. Ele pressionou o joelho com mais força, quase a levantando do
chão. Sem muita insistência, ela o beijou de volta, sua boca se movendo avidamente sob
a dele.
Quando ele parou, ela mordeu o lábio.

Banner recuou.

_ Porra!

A garota lançou-lhe um olhar longo e preocupado, depois correu para o corredor.


Ela se surpreendeu tanto quanto o surpreendeu?
Ele foi atrás dela e a encontrou parada do outro lado do corredor, procurando um
lugar para se esconder. A mordida a sacudiu.
Seus olhares travaram. Ela chiou e correu para a cozinha, seus peitos saltando e
suas bochechas coradas. Banner foi para a sala de jantar, assumindo que tentaria usar
a outra porta para sair da cozinha, em vez de voltar para o corredor.
Nada na sala de jantar, e ele empurrou a porta de abrir para a cozinha, mas
parecia vazia também. Ela o enganou e voltou para o corredor? Ele ficou parado, ouvindo
atentamente.
Sobre o som de sua própria respiração e a batida de seu pulso em seus ouvidos,
ele ouviu um arranhar. Fazendo seus passos propositadamente pesados, ele caminhou
ao redor da mesa de café da manhã. Ele a ouviu choramingar antes de vê-la, agachada
embaixo do balcão, entre uma das cadeiras altas e a parede.
Os olhos de Kate estavam arregalados, o cabelo selvagem. Os despojos da
guerra.

_ Venha. - ele estendeu a mão, disposto a deixar o jogo terminar agora antes de assustá-
la.

Ela se dobrou mais no canto e balançou a cabeça, parecendo assustada.

_ Vamos Kate. Você esqueceu sua palavra de segurança?

_ Não. - A sobrancelha dela se curvou.

_ Você é homem o suficiente para me fazer usá-la?

A parte verbal de seu cérebro estava em curto. Ele empurrou a cadeira para fora
do caminho, não se importando quando ela caiu e bateu no chão.
Kate riu e empurrou-o para longe, depois gritou quando ele agarrou seu pulso e a
puxou para fora de debaixo da mesa estreita.

_ Não! - ela lutou, chutando-o na canela e cravando as unhas na mão dele, tentando
abrir seu punho.

Ele a derrubou no meio do chão de azulejos, depois a empurrou de joelhos.


Enquanto agarrava o cabelo dela com uma mão, ele abriu o zíper da calça e pescou seu
pau dolorosamente duro. Ela fechou os lábios e tentou se virar, mas ele pressionou o
queixo e a boca se abriu involuntariamente. Antes que ela pudesse se recuperar, ele
enfiou o pau parcialmente na boca dela.

_ Morda-me e eu vou bater no seu rabo.

Ela choramingou, mas começou a chupar, sua língua girando em torno da cabeça
de seu pênis e fazendo-o desejar ter algo para mantê-lo na posição vertical. Ele manteve
um aperto firme em seus cabelos, dirigindo seus movimentos, usando sua boca.
Kate o observava quando podia, com os olhos vidrados e mansos, olhando-o com
adoração, como se ele fosse seu senhor e mestre. Oh, ter essa mulher como sua
pequena escrava. Ele ofegou, tentando se segurar, e finalmente a fez parar quando ele
estava prestes a gozar.
Ele a empurrou de costas, depois montou em sua cintura. Abaixo dele, ela parecia
acordar novamente. Ela lutou e resistiu.
Banner lutou para pegar seus pulsos, depois os prendeu no chão. Ele deslizou em
cima dela e colocou o joelho entre as pernas dela, mesmo que ela lutasse para mantê-
las fechadas.
Parando, ele olhou para ela, os olhos estreitados.

_ Qual é a sua palavra de segurança?

_ É wombat. - ofegando, ela tentou empurrá-lo.

Havia uma forte tentação de levá-la para lá e depois, mas o azulejo estava
começando a machucar seus joelhos. Ele só podia imaginar como a parte de trás de sua
cabeça estava dolorida.
Banner a puxou para cima e a arrastou para fora da cozinha e pelo corredor,
tentando decidir onde ele a queria, além do segundo naquele chão. Ele não era um
adolescente. Ele poderia esperar mais alguns minutos. Talvez.
O quarto mais próximo era um quarto que ele quase nunca usava, visto que era
central e não dava muita privacidade. Não é um problema em uma casa vazia. Ela estava
lutando, mas não o suficiente para lhe dar a impressão de que queria fugir. Ela
simplesmente não queria perder.
Ele a pegou e a jogou na cama, sem tentar torná-la sexy ou graciosa. Kate caiu
esparramada, e ele a encontrou em um instante. Ela lutou com ele, mas ele conseguiu
prender as pernas dobradas para cima e fora de seu caminho.

_ O que você está fazendo? - ela choramingou.

_ Vendo se você tem um sabor tão sexy quanto parece. - Ele deslizou, seus ombros
segurando as pernas separadas e segurando as mãos dela para que ela não pudesse
lutar contra ele. A respiração suave que ele soprou através de seu sexo a fez gritar.

Seu clitóris cutucou timidamente de seu esconderijo e a costura de seu sexo foi
aberta para ele, molhada e pronta. Ele começou devagar, mal roçando a boca contra ela.

_ Banner, não. Eu não posso Por favor, apenas me foda.

_ Você não pode, o que? - ele rosnou, mas parou para ver se ela usaria sua palavra de
segurança.
_ Por favor, não vou aguentar muito tempo. Me deixe ir. - Ela estava tentando fugir, mas
também olhando para ele com um desejo que o fez querer ver o quanto ele poderia fazê-
la gozar.

_ Fique parada e me deixe. - Ele mordeu a coxa e ela engasgou.

_ Mas eu não gosto disso, senhor.

Um desafio.

_ Não? O que te faz dizer isso?

Ela deu de ombros, desviando o olhar.

_ Quando foi a última vez que alguém te fez um oral?

_ Colegial.

_ Talvez você tenha mudado de idéia desde então.

Felizmente, ela pensou que ele tinha mais habilidade do que um adolescente.

_ Esse é um limite difícil para você?

_ Não senhor. - ela sussurrou depois de uma longa pausa.

Banner se inclinou novamente, beijando a parte interna de sua coxa, subindo,


pulando seu sexo e deixando outro rastro de beijos em sua outra coxa. Ele viajou pela
mesma rota novamente, desta vez beliscando-a suavemente. Quando ele chegou a sua
vagina e pulou sobre ela, seus quadris subiram do colchão, pedindo silenciosamente o
que ela pensava que não queria. Em vez de se apressar, ele lambeu e beliscou um dos
lábios dela, depois o outro. Ela começou a relaxar e ele soltou as mãos dela.
O movimento dos quadris dela o encorajou. Ela gemeu baixinho e ofegou quando
ele mordeu.

_ Qual é o problema, Kate?

Um gemido de frustração escapou dela, e ele sorriu.


_ Mais?

_ Não, está tudo bem. Você pode parar. - O corpo dela contou uma história diferente,
inclinando-se para ele, buscando sua boca. Parecia que ela estava deixando-o fora do
gancho.

_ Eu não acabei.

Embora ela tenha emitido um som silencioso de angústia, ela não disse nada
sobre marsupiais australianos.
Vagamente, ele deslizou a língua sobre a pele sensível ao redor do clitóris,
circulando mais apertado, até que ele passou a língua diretamente sobre ele. Kate
congelou, sem som. Ele passou um dedo pela entrada dela e a encontrou molhada,
quente, pronta. Com pinceladas e pancadinhas suaves, ele atacou seu clitóris enquanto
deslizava o dedo profundamente dentro dela. Ela gritou e seus quadris se contraíram.
Envolvendo o braço que o apoiava em torno de sua coxa, ele a segurou no lugar e
continuou. Entre os dedos transando com ela e seu ataque oral, seus ruídos se tornaram
mais agudos, frenéticos. Seus músculos se contraíram, prontos para gozar, e ele parou.

_ Nããão!

_ O que? - ele sorriu, mas foi despertado por sua expressão atormentada, pele
avermelhada e pelo jeito que ela se contorcia debaixo dele.

_ Por favor senhor. Eu preciso de mais.

_ Você tem certeza?

_ Sim! Por favor!

Ele começou de novo, provocando, trazendo-a à beira do orgasmo, apenas para


parar.

_ Porra, porra, porra! - ela gritou. Ela tentou se afastar e ele riu.

_ Onde você vai? Eu não acabei.

_ Por favor, senhor, deixe-me terminar. Vou fazer isso sozinha. Eu não ligo Você não
tem qu. . .
Ele pegou seu clitóris entre os lábios e o chupou gentilmente enquanto pôs outro
dedo em seu aperto. Kate engoliu algo ininteligível. Esmagado contra a cama, seu pau
latejava. Mesmo que ele aparecesse, ainda valeria a pena perder-lhe tanto controle.
Deus, ele queria estar dentro dela, mas exercer seu domínio sobre ela era muito mais
premente. Sozinho, ele poderia apagar um, se necessário, mas esse sentimento ele só
podia obter de uma submissa. E então ele só queria isso dela.
Banner a torturou, esperando a palavra que ele queria ouvir. Não era a palavra de
segurança dela. Ele era um bastardo do mal.
Quando ele parou de novo, ela perdeu todo o controle - todo último indício. Ela
uivou, com lágrimas escorrendo pelo rosto.

_ Shh. . . pobrezinha. - Ele acariciou sua coxa enquanto ela se contorcia debaixo dele.

_ Por favor. Por favor, mestre. Qualquer coisa. Por favor . . . - Suas palavras eram pouco
coerentes entre seus soluços.

_ Por favor, o que?

_ Por favor, eu preciso gozar. Por favor, me foda, Mestre.

A palavra surgiu em sua mente, atingindo lugares que ele não havia percebido
sofrendo de negligência. Uma possessividade feroz entrou, e ele a consumiu com o
olhar. Pequena, indefesa, querendo. Só ele poderia consertar isso para ela. Só ele
poderia melhorar.

_ Você tem certeza que quer que eu te foda, escrava? Você disse que não me queria.
Agora não sei o que fazer. - Ele se ajoelhou, tirou a camisinha do bolso e a enrolou,
pronta para ir embora, se ela pedisse. Se ela o rejeitasse agora, ele poderia implodir,
mas isso não era problema dela.

Ela estava chorando agora, puxando os pulsos dele e tentando envolver as pernas
em volta dele.

_ Eu estava mentindo. Apenas me foda, e você pode me punir por mentir mais tarde. Por
favor!

_ Abra suas pernas para mim. Mostre-me o que é meu.

Ela abriu mais, tentando tanto ser uma boa garota para ele.
Ele a alcançou e agarrou dois punhados de sua bunda e a arrastou para seu colo
até que ela estivesse quase de cabeça para baixo. No primeiro toque de seu pênis em
sua entrada, ela arqueou em direção a ele, empurrando a cama com as mãos, tentando
se empalar.
Sem querer ir tão rápido, ele afundou seu pênis na umidade dela, os dois mais
desesperados do que a boa técnica permitia. A garota estava apertada, encharcada e
segurando seu pênis, que estava tremendo de acordo com o pulso dele. Ele bateu nela,
controlando seus movimentos para agradar a si mesmo, usando-a da maneira que seu
corpo precisava ser usado. Ela ficou tensa nos braços dele, um gemido trêmulo se
acumulando na garganta. Mesmo se ele fosse o desgraçado mais malvado do mundo,
não poderia tê-lo detido desta vez.
O grito agudo dela partiu seus ouvidos quando a boceta apertou-o. Ao controle . .
. Ele teve que esperar. Por mais alucinante que fosse, ele não queria sair tão cedo. Ele
mordeu o ponto ideal entre o pescoço e o ombro dela.

_ Porra! Porra! - Ela ofegou. O corpo dela ondulou ao redor dele. Mais palavras sem
sentido saíram de sua boca, atadas com cordas de palavrões.

Banner a puxou de seu pênis e a virou.


De barriga, ela se contorceu, implorando, desesperada por mais. Antes que ela
pudesse se ajoelhar, ele estava sobre ela, pressionando-a na cama, empurrando seu
pênis de volta para ela. Pelo tom de seu grito, ele bateu diretamente no ponto G dela.
Ele agarrou os cabelos na base do couro cabeludo como alavanca e usou a outra mão
na cama para suportar parte do seu peso. Sob ele, ela parecia sobrecarregada, mas não
o deteve. Como uma boa garota, ela pegou o que ele lhe deu.
Ela choramingou com pena no colchão, gemendo cada vez que ele chegava ao
fundo dela. O edredom se transformou em nós sob as mãos dela. A pressão aumentou
em suas bolas e ele a cobriu com o corpo, agarrando a parte de trás da cabeça com as
duas mãos enquanto apoiava a parte superior do corpo nos cotovelos.
Se ele pudesse arrancar o maldito preservativo e fodê-la adequadamente, senti-
la por dentro, mais intimamente. Entrar nela. Possuí-la.
Um grito quebrado empurrou o colchão. Completamente à sua mercê. Ela estava
exausta, mas voltando de qualquer maneira.

_ Essa é uma boa menina. - ele cantou no ouvido dela. Sua boceta apertou-o,
ordenhando seu pau até que ele não agüentou mais. Cada músculo se contraiu quando
ele perdeu o controle do corpo dela. Ele gozou, xingou, prazer e euforia varrendo sobre
ele. Uma mistura de satisfação inebriante e frustração se seguiu.
Foda-se essa besteira temporária, ele a estava reivindicando. Desde que ela
esteve por perto, ele se sentiu mais vivo do que em anos, e não estava disposto a
entregá-la a algum idiota do Dom sem fazer o possível para fazer isso funcionar.
Então ela não queria ser escrava. Talvez fosse algo que eles pudessem negociar.
Ele podia suportar que ela fosse teimosa às vezes, se isso significasse que ele ainda
conseguia ver o olhar nos olhos dela quando ela não podia deixar de chamá-lo de mestre.
Ele tinha que convencê-la, e agora ele sabia como fazê-lo.
Ele pressionou os lábios na nuca.
Se seu corpo me conhece como seu mestre, sua mente o seguirá.
Sentindo-se como se estivesse em pé ao sol pela primeira vez em sua vida, ele
rolou para o lado e a empurrou contra o dela para que ele pudesse ver seu rosto. Ele
tirou o cabelo dos olhos dela, observando-a piscar para ele como um bezerro recém-
nascido - confusa, chocada.

_ Você está bem? - Ele passou um dedo pela lateral do rosto dela, seu pescoço, para
esboçar pequenos círculos em sua adorável clavícula.

Ela estremeceu, então seus olhos rolaram, fechados. Estremecendo, ela gemeu,
e seu pênis se contraiu em resposta. Inferno, ela era sexy. Os cabelos despenteados, os
olhos semicerrados novamente, ela parecia uma deusa recentemente fodida. Linda.
Ele tentou memorizar o rosto dela - os olhos vulneráveis, os lábios abertos, a curva
do pescoço - para poder pintá-la assim.
Banner se aproximou, passou o braço em volta dela e a beijou gentilmente. Isso
poderia funcionar, mas ele teve que se controlar. O sexo nublou sua mente. Claro, eles
eram compatíveis, mas seu corpo estava pedindo para ele encoleirar ela, casar com ela.
Ele poderia ter pulado da cama, se ela pedisse, e começar a reformar a casa para se
adequar a ela.
Uau, espere, tigre.

_ Não me olhe assim. - ela disse.

_ Como o quê?

_ Isso ficou fora de controle. - Tremendo, ela se livrou dos braços dele e deslizou para
fora da cama. Quando seus pés bateram no chão, seus joelhos dobraram, mas ele
mergulhou na cama e a pegou antes que seus joelhos encontrassem a madeira.

_ Pare, Kate. Sei que você quer fugir novamente, mas não está em condições de voltar
para casa. Por que você não fica aqui esta noite?
Depois que ele a colocou de costas na cama, ela lançou um olhar cauteloso. Ela
estava em pânico. Ordená-la agora a assustaria ainda mais.

_ Por favor? - Ele não estava acostumado a implorar, mas deixou transparecer alguma
vulnerabilidade. Ela parecia ser especialmente sensível após o sexo, então não havia
necessidade de ser mão-pesada. Além disso, ele sentiu isso no fundo também - ele
estava vulnerável quando se tratava dela.

_ Por favor fique, Kate.

Ela o observou por um momento, estudando seu rosto. Então, com um suspiro,
seu corpo relaxou.

_ OK.

A tensão se afastou e um sentimento quente se instalou. Embora ele desejasse


que fosse apenas o brilho do sexo, quando Kate se aninhou na curva de seu corpo,
mentir para si mesmo se tornou impossível. Não se tratava de sexo, domínio ou
submissão. Era sobre Kate.
Capítulo 9

_ Kate?

Uma mão acenou na frente do rosto dela.

_ Hã?

_ Acorde. - disse Bethany. A garota tirou os cabelos louros dos olhos e fez uma careta.
Kate ficou feliz por ter sido sua melhor amiga de trabalho, em vez de uma das garotas
falsas que esfaqueiam você pelas costas no refeitório. Ela não precisava alimentar as
fofocas.

_ Você viajou novamente. O que há de errado com você hoje? Você tem sido um zumbi.

Ela olhou para a pilha de arquivos sobre a mesa na sala de arquivos tentando se
lembrar do que estava fazendo com eles.

_ Eu tenho?

Sim, ela esteve um pouco fora de si naquele dia. Mas era segunda-feira. Todo
mundo não era um zumbi na segunda-feira?

_ Você dormiu bem?

_ Estou bem. - Até ela podia ouvir a mentira em sua voz. Porcaria. Ela tinha que se
controlar antes que isso afetasse seu trabalho, sua vida. Seu relacionamento com
Banner deveria ser superficial. Um rápido e divertido tutorial sobre submissão, e depois
bam, acabou. Mas não foi assim. Banner estava insinuando seu caminho em seu
coração. E os dois se machucariam.
Ela sabia disso em sua cabeça, mas seu corpo estava tendo problemas para ouvir.
Sua libido gananciosa o queria de uma maneira ruim, como evidenciado por sua
obediência a seus comandos severos. Como ela seria capaz de se controlar quando
apenas o som da voz dele deixava sua calcinha molhada?

_ Você está olhando para o nada, Kate. Pelo menos abra o arquivo se você pretende
fingir. Bethany riu.

Carrancuda, ela olhou para a amiga.

_ Cale-se.

Bethany riu mais.

_ Ei, só estou tentando cuidar de você. Está claro que algo está acontecendo com você.
Eu acho que sei o que. - Um sorriso conhecedor tocou seus lábios, fazendo Kate franzir
a testa.

_ E o que é isso?

Depois de olhar de um lado para o outro, ela se aproximou e disse:

_ Você está apaixonada.

Kate recuou. Apaixonada? Ela e Banner? De jeito nenhum. Ela estava em luxúria,
sem culpa própria. Quem não se apaixonaria por um deus do sexo tatuado de terno? Ele
era como um presente - bonito por fora, mas quando você o desembrulhou, só ficou
melhor.

_ Eu não estou apaixonada. - ela retrucou, fazendo-a parecer culpada. Com um suspiro,
ela pegou os arquivos que estava olhando e virou da mesa.

_ É complicado. Não faça perguntas.

Bethany parecia positivamente travessa.

_ "É complicado" é outra maneira de dizer que você está apaixonada.


Kate balançou a cabeça enfaticamente.

_ Existem tons de relacionamentos. Não é apenas amor ou não amor. Há muito no meio.

_ Uh-huh. - ela olhou para Kate.

_ Então, quem é o cara?

O rosto dela ficou vermelho. Um homem sexy e rico que a estava amarrando em
sua masmorra e transando com ela sem sentido, sem amarras.

_ Você não quer saber. Confie em mim.

Bethany fez beicinho.

_ Bem. Seja todo misteriosa e enigmática, então. Isso só deixa as pessoas curiosas.

Outros colegas haviam notado? Ela olhou ao seu redor, mas nada parecia
diferente. Ela lançou um olhar sujo para Bethany.

_ Pare de mexer comigo.

Ela riu.

_ Eu vou descobrir, eventualmente. - Andando para trás, ela disse com uma voz
assustadora,

_ Estou te observando. - Kate revirou os olhos.

_ Vadia.

Rindo, sua amiga desapareceu na esquina. Kate pegou seus arquivos e foi até o
escritório. Dois dias após o sexo com Banner e ela ainda estava dolorida. Deus, aquele
homem fodeu muito e com força. Ela sentiu um formigamento lá embaixo só de pensar
nisso.
Em sua mesa, ela se sentou na cadeira, feliz por ser confortável. As marcas do
cinto haviam desaparecido no dia seguinte, junto com a dor, mas sua vagina ainda não
havia se recuperado. Talvez isso fosse algo que seu corpo se acostumaria.
Ela sacudiu a cabeça. O que havia de errado com ela? Ela não tinha o direito de
pensar em se acostumar com Banner Jennings. Por que ela não podia simplesmente
recuar e permanecer objetiva? Por que seu corpo parecia se tornar escravo de seus
comandos sempre que ela estava com ele?
Ela congelou. Escravo?
Merda. Ela estava muito profunda. Primeiro, ela o chamou de mestre. Agora ela
quase se chamava escrava. E ela não era a escrava de ninguém.
Esfregou as têmporas, desejando poder fingir uma doença e sair mais cedo. Foi
muito difícil se concentrar hoje. Talvez ela devesse ir ao Banner naquela noite e terminar
as coisas.
Não. Má ideia. Estar no mesmo espaço com ele só terminaria nela nua, amarrada
a algo, orgasmo repetidamente. Além disso, ele disse a ela que, se ela pusesse os pés
na casa dele, ela era dele. E haveria sexo.
Dele.
O pensamento enviou um calafrio através de seu corpo. Ela forçou a distância.
Pertencer a alguém, da maneira que ele queria, era simplesmente. . . errado. Para ela.
Talvez ela devesse terminar as coisas por texto.
Ugh. Não. Isso era errado. E ele merecia mais que isso.
Rosnando, ela agarrou seu cabelo e puxou-o para aliviar sua tensão. Deus, isso
era difícil. E ficar nesse impasse assim não era ela. Ela era uma pessoa decisiva que
sempre sabia o que queria. Mas Banner de alguma forma mudou isso. Ele a virou de
dentro para fora e de cabeça para baixo e de todas as maneiras que a tornaram
praticamente disfuncional. Como evidenciado por mais olhares.
Uma batida soou na porta dela.

_ Entre.

A porta se abriu e Sean entrou.


Ela sorriu.

_ Olá!

Seus ombros caíram quando ele se sentou no sofá. Com um suspiro pesado, ele
olhou para ela.

Ela entrou no modo de trabalho. Angustiante depois, profissional agora.

_ Bem, você não parece feliz por partir amanhã.

Ela abriu a pasta superior e tirou as poucas folhas de papel que ele precisava
assinar.
_ O que está errado? Ainda nervoso?

Ele franziu a testa.

_ Eu só estava pensando. . . Qual é o objetivo?

_ De que?

_ Tudo. Eu não tenho esposa e filhos. Meus pais e irmã não falam comigo. Eu tenho um
irmão que diz que quer ajudar, mas ele está tão ocupado com o trabalho que só tenho
alguns minutos para conversar com ele a cada duas semanas. - Ele encolheu os ombros.

_ Qual o sentido de viver se você não tem nada e ninguém para viver?

Ela considerou a mesma coisa, principalmente porque cada aniversário passava


sem que ninguém fosse significativo para compartilhá-lo. Não era tão ruim quanto Sean
- ela tinha amigos e tia e tio, pelo menos - mas ainda assim, esses sentimentos se
esgueiravam de vez em quando. Qual era o objetivo?

_ Há mais em ser feliz do que ter pessoas,

Ele balançou sua cabeça.

_ Não quero ser desrespeitoso, mas não existe para mim. Eu não sou uma daquelas
pessoas que podem viver por mim. Eu não ficaria feliz em tirar férias sozinho, não importa
quão boas elas sejam. Eu preciso que as pessoas ao meu redor continuem, mas agora
não tenho ninguém.

_ Então use isso. Você não quer morrer sozinho, então viva a próxima parte da sua vida
encontrando pessoas com as quais se conectar. Prove para sua família que você mudou.
Conserte as pontes quebradas.

Ele parecia duvidoso que funcionaria.

_ Pode acontecer. Eu já vi isso acontecer. Lembre-se do que conversamos em grupo.


Defina metas pequenas para si mesmo e apenas se envolva em conversas positivas. É
fácil sair daqui e adotar hábitos antigos, mas se você não deixar a negatividade chegar
até você, ficará bem.

Relutantemente, ele assentiu. Seus olhos brilharam um pouco antes de falar.


_ Eu realmente não quero acabar aqui. Sem ofensa.

_ Não ofende. E se você realmente não quiser voltar aqui, não o fará. Você tem um
espírito determinado. Você não terminou de lutar. Eu posso dizer.

A confiança na voz dela pareceu melhorar o humor dele, e ele sorriu.

_ Fico feliz que pelo menos uma pessoa acredite em mim.

_ Todos nós acreditamos. A outra equipe também.

_ Aqui é um bom lugar. Não quero voltar, mas você faz um bom trabalho.

Ela quase riu. Na primeira semana dele, ele falou a todos os trabalhadores sobre
a merda que era o lugar. E agora ele estava cantando louvores. Que diferença a
sobriedade fez.

_ Aqui. - Ela empurrou alguns papéis sobre a mesa.

_ Agora, a assinatura dos papéis. - ela disse majestosamente.

_ Seu passo final. É um teste de paciência. - com uma piscadela, ela lhe entregou uma
caneta.

Sua fé nele não era falsa. Ela realmente acreditava que ele conseguiria. Era seu
trabalho acreditar em todos os seus clientes, mas alguns estavam mais preparados que
outros para dar o passo final para se manterem limpos. Sean estava mais do que pronto.
Depois que ele assinou os papéis, ela disse que o veria no dia seguinte. O centro
tinha uma tradição quando um cliente era liberado. Todos estavam na porta com balões
e cada um deles apertou a mão do cliente e desejou-lhes felicidades.
Com o último compromisso de Sean fora do caminho, ela ainda tinha um desafio
para o dia. Lidar com Banner não seria tão fácil.
Ela pegou o telefone e mandou uma mensagem para ele.

_ Podemos nos encontrar em algum lugar e conversar em breve?

Ele respondeu imediatamente, surpreendendo-a. Ele não deveria estar em


alguma reunião importante de negócios?
_ Hoje? O café na Main Street?

Tão cedo? Ela estava pronta? Não. Ela precisava de confirmação de que não era
louca. Ela e Janine tinham um encontro para assistir TV na realidade e comer junk food.
Essas festas compulsivas eram seu único prazer culpado. Esta noite, ela conversaria
com ela, apenas para ter certeza de que não estava cometendo um erro.

Respirando fundo, ela respondeu Banner.

_ Que tal amanhã depois do trabalho? Eu saio às 4.

Ela olhou para o telefone, esperando outra resposta rápida.

_ Amanhã, 4:30. Eu estou confirmando.

Depois de confirmar, ela afastou o telefone e se virou para o computador. Talvez


escrever o relatório de dispensa de Sean deixasse Banner longe de sua mente. Ela teve
um dia inteiro até a hora do confronto. Estranho, ela nunca tinha sido tímida em
confrontos antes. Claro, ela nunca teve alguém afetando-a da mesma forma que Banner.
O treinamento submisso não deve distraí-la no trabalho, fazê-la sentir-se excitada
o tempo todo e estragar suas emoções. Isso era prova de que as coisas estavam ficando
fora de controle. Amanhã ela terminaria o acordo e concordaria em permanecer amiga.
De qualquer forma esse era o plano.

***

_ Uma escrava? - Janine fez uma careta, segurando um copo de chá gelado.

_ Isso é duro, até para mim.

_ Eu sei. - Kate pegou a bebida e eles voltaram para a sala. Foi a vez de Janine hospedar
sua noite de encontro.

_ A química está lá, mas não podemos continuar assim se for tudo o que ele aceitará.
Nós dois somos teimosos demais para ceder.

_ Bem, algumas coisas que você simplesmente não pode forçar. - Janine deu um sorriso
arrependido e sentou no sofá estofado.
_ Não é para ser, eu acho.

Kate sentou-se ao lado dela enquanto contemplava as palavras de sua amiga.


Não era para ser. Ela ainda acreditava nisso? Sorte e destino e toda essa merda? Não.
Ela era realista demais. Além disso, outros casais no estilo de vida tinham que ter o
mesmo problema de vez em quando.

_ Como isso funcionou para você e Chris? Você não aceitou imediatamente, certo?

Ela riu.

_ Nããão. Longe disso.

Embora Kate tivesse conhecido Janine apenas dois anos atrás, eles rapidamente
formaram uma profunda amizade. Janine já era casada na época. Ela escondeu seu
estilo de vida sexual por cerca de um ano, mas depois começou a escorregar. Kate era
muito versada em romances eróticos para reconhecer os sinais. Quando ela perguntou
a Janine à queima-roupa, ela soltou um grande suspiro e disse:

_ Graças a Deus não preciso mais fingir baunilha!

Kate esteve no relacionamento desde então, um pouco invejosa, mas


principalmente feliz por Janine. Não era comum alguém encontrar amor verdadeiro e que
os fetiches se alinhavam. A amiga dela ganhou o jackpot. Se ao menos ela tivesse a
mesma sorte.

_ Eu odiava Chris quando nos conhecemos, lembra? Ugh. Ele era um idiota insuportável!

Kate começou a rir. A maioria dos Doms era um pouco arrogante, mas ela não
conseguia imaginar Chris agindo como um idiota. Ele sempre foi gentil com ela.

_ Sim. Você acabou mudando ele.

_ Talvez um pouco. Tivemos um começo difícil, mas vi a doçura sob toda a bravata. Foi
por causa de como ele foi criado. Pai militar estrito. Quero dizer, Chris sempre foi
dominante, mas eu sabia que ele não era naturalmente um idiota. Ele estava tentando
demais impressionar as garotas. - Balançando a cabeça, ela acrescentou:

_ E ele se transformou em um cavalheiro total desde então.


Kate suspirou ansiosamente. Ela queria dizer isso sobre alguém um dia.

_ Bem, não é totalmente suave. Ele pode ser um filho da puta mau.

Janine se contorceu um pouco, dando a impressão de que eles brincaram


recentemente.

Ela riu.

_ Você ama isso.

Janine sorriu e suspirou daquela maneira apaixonada que as meninas fazem. Um


momento depois, ela saiu de lá.

_ Ei, você sabe o que devemos fazer?

_ O que? - O olhar travesso em seus olhos fez Kate se perguntar.

_ Assistir pornô.

_ O que? - ela gritou. Não é exatamente a sua escolha regular de cinema.

_ Para pesquisa. - Ela encolheu os ombros.

_ Você não pode xingar exatamente algo que não entende, certo? Vamos ver se
podemos encontrar alguns vídeos da dinâmica mestre/escravo para que você saiba
como é.

_ Essa é uma ideia terrível. - Assistir pornô com a melhor amiga dela? Suas bochechas
já estavam quentes. Embora fosse mais provável que se tornasse uma festa de riso do
que qualquer coisa quente e pesada, ela ainda torcia o nariz.

_ Chris está bem com você assistindo pornô?

Janine revirou os olhos.

_ Não seja um bebê. E, sim, ele está bem com isso. Ele apóia totalmente qualquer coisa
que tenha a ver comigo e com pornografia.
Kate lançou-lhe um olhar cético.

_ Bem. - ela acrescentou como um segundo pensamento:

_ menos estrelar um, é claro. Vamos. - Ela ficou de pé e praticamente pulou para a mesa
do computador do outro lado da sala.

_ Isso vai ser divertido.

Com um suspiro, Kate cedeu.

_ Pode ser.

Talvez fosse uma experiência educacional. Estranho, mas ela deve ficar aberta
para aprender alguma coisa.
Se essa coisa de escravo não fosse tão ruim, talvez ela e Banner tivessem um
futuro, afinal.
Janine sentou-se na frente do computador e Kate sentou-se ao lado dela. Ela não
tinha muita experiência em encontrar pornografia online - livros eróticos eram mais uma
coisa dela - e esperava que Janine soubesse o que estava fazendo.
Alguns cliques com o mouse e Janine tiveram um site específico do estilo. Os
anúncios eram exibidos na barra lateral, alguns tão extremos que Kate tinha que desviar
o olhar.

_ Ugh. Existe uma maneira de se livrar deles? - Ela apontou para o videoclipe mostrando
o punho anal em um loop sem fim.

_ Quero dizer, entendo que isso é do tipo de pessoa. - Ela tinha seu próprio fetiche anal,
então não jogue pedras e tudo isso.

_ Mas é muito difícil para mim.

Janine riu.

_ Você ainda não viu nada, garota.

Após digitar algumas palavras-chave, uma lista de vídeos apareceu.

_ Hmm. A maior parte da pornografia é um sucesso ou um fracasso, então teremos que


percorrer o caminho para encontrar as coisas boas.
Ela clicou no primeiro vídeo. Uma mulher vestindo espartilho, calcinha fio dental
e botas de couro passeava casualmente ao redor da submissa - uma garota nua de
quatro no chão. Tão estereotipado. Todas as Dommes se vestiam assim? Ela não
conseguia imaginar Banner vestindo calças de couro e uma máscara, mas era assim que
eles eram representadas com mais frequência, homens ou mulheres.

_ Olhe para você. - a Domme cuspiu.

_ Vagabunda patética. Prostituta. - Ela acentuou cada insulto com um tapa na bunda do
submissa.

_ Você nem merece lamber minhas botas.

Kate se encolheu. Muitos submissos gostavam de humilhação, mas ela não era
uma delas. Se Banner alguma vez a chamasse de puta patética, provavelmente ela
choraria.
Janine parou o vídeo e depois olhou para ela.

- Fazendo alguma coisa por você? - ela balançou a cabeça, olhos arregalados.

_ OK. Escrava Pornô, vamos ao vídeo dois. - Ela clicou no próximo vídeo.

Outro sub de quatro, um homem desta vez, vestindo roupas, pelo menos. Uma
mulher esbelta, de saia lápis e blusa, caminhou até ele e parou. Quando Kate pensou
em pegar uma régua para espancá-lo, sentou-se nele. Bem nas costas dele! Então ela
cruzou as pernas primorosamente enquanto acariciava sua bunda.

_ Você foi uma boa escrava? - ela ronronou.

_ Sim senhora.

_ Você retirou o lixo?

_ Sim senhora. - sua voz estava tensa.

_ E você lavou a louça?

Ele hesitou, e ela se abaixou e agarrou suas bolas. Ele uivou.


_ Eu disse, você lavou a louça, escrava?

_ Não, senhora. - ele ofegou.

_ EU . . . Eu fiquei sem tempo.

A mulher soltou o lixo dele e esfregou as mãos nas coxas.

_ Você acha que merece punição por isso, escravo?

_ Sim senhora. - ela se levantou, depois fez um gesto para ele.

_ Levante. Entre na posição de punição enquanto eu pego a cauda do dragão.

Seu rosto se contorceu quando ele se ajoelhou no chão. Ficou claro que ele não
tinha amor pela cauda do dragão. Kate não podia culpá-lo. Parecia perverso.

_ Isso doe como um filho da puta. - Janine sussurrou.

_ Você tem um?

_ Não, mas ouvi dizer que são horríveis. Chris prefere a bengala para punição. Embora
isso possa ser muito ruim também.

_ Ele a castiga por não fazer tarefas?

Janine virou-se para ela.

_ O que? Você está louca? De jeito nenhum! Eu não sou June Cleaver.

Kate soltou um suspiro de alívio.

_ Sou punida por ser malcriada ou desrespeitosa. - ela apontou para a sala bagunçada.

_ Dê uma olhada ao redor. Seria espancada em preto e azul se fosse punido por não
fazer tarefas domésticas. - Ela riu.

_ Mas conheço alguns escravos que têm essa dinâmica. Eles gostam disso. - Depois de
uma pausa, ela olhou para o cesto de roupa suja no chão.
_ Talvez minha casa estivesse mais limpa se tentássemos. Deus sabe que minha mãe
ficaria satisfeita.

Kate a cutucou.

_ Desligue isso. Eu não gosto deste.

_ OK. Este parece melhor. - Ela mudou o vídeo para uma garota, completamente nua,
sendo espancada sobre o joelho de um homem um pouco mais velho.

Ela se debateu e lamentou.

_ Papai, por favor! Pare!

_ Mmm. - Janine murmurou,

_ Adoro quando eles imploram. - Kate soltou uma risada.

_ Sujo.

O Dom no vídeo parou e esfregou a bunda vermelha da garota, acalmando-a. Ela


choramingou, mas parou. Então sua mão desceu, para entre as pernas dela. Ela ofegou,
e Kate quase o fez. A cena foi cativante. A dinâmica Daddy-Dom não fez nada por ela,
mas a maneira como ele falava com a garota e a tratava, era evidente que eram o
negócio real. A conexão entre eles era fascinante. Ele falou sujo, e o modo como ele
alternou entre punir e provocar provocou Kate novamente por Banner.
Uma porta bateu. Kate pulou e girou em direção ao barulho. Janine fez o mesmo,
corando e parecendo culpada como o inferno. Kate tinha certeza de que ela tinha a
mesma expressão.
Chris entrou, coberto por uma camada de sujeira do trabalho em construção. Ele
olhou para elas e arqueou uma sobrancelha.

_ O que vocês duas estão fazendo?

Apesar de toda a sua bravata sobre pornô antes, Janine gaguejou.

_ Uhh. Pesquisa. Para a Kate.


Chris se inclinou para o lado para ver a tela do computador. Então seus olhos se
arregalaram.

_ Pornô? - Ele estremeceu e balançou a cabeça, mas Kate percebeu que ele estava
brincando.

_ Danadinha. Por que a pesquisa pornô é? Kate ainda não sabe sobre os pássaros e as
abelhas?

_ Banner quer uma escrava. - respondeu Kate.

_ Estou apenas tentando descobrir o que exatamente isso significa.

Ele riu, assustando-a. Depois de colocar sua bolsa de trabalho no chão perto da
porta, ele caminhou até onde estavam sentados.

_ E você pensou que o pornô era o melhor lugar para procurar?

Janine deu de ombros.

_ Parecia razoável na época.

Debruçado sobre sua esposa, ele estudou as miniaturas de vídeo.

_ Muita dessa merda é dramatização. É uma má atuação. - Ele clicou no X e a página


desapareceu. Ele se virou para Kate.

_ Se você quiser aprender o que Banner quer, basta perguntar a ele.

Bem, por que ela não pensou nisso? Ela revirou os olhos.

_ Eu tenho, meio que.

_ Você já? - Chris a observou com um olhar firme que a fez murchar um pouco. Todos
os Doms tinham essa superpoder?

_ Ele quer controle absoluto. Eu não posso fazer isso.

Chris apertou os lábios e assentiu lentamente.


_ Os mestres costumam estar acostumados a estar no comando. Mas Banner parece
ser o tipo de cara que força algo que você não quer? A maioria dos mestres se importa
intensamente com as necessidades e desejos de seus escravos. Eles querem fazer seus
escravos felizes, por mais que estejam satisfeitos com sua obediência.

Ela pensou em seus encontros com Banner. Ele parecia mantê-la como sua
primeira prioridade - forçando seus limites sem desrespeitá-los.
"Ela é o maior tesouro dele. . . ” ele disse sobre subs.
Ela sempre associou a dinâmica Mestre/escravo com o Mestre maltratando ou se
aproveitando do escravo, mas Banner fez parecer que era o contrário: que um bom
Mestre colocava seu escravo em um pedestal em sua mente, mesmo quando ela
ajoelhou-se no chão a seus pés. Foi quase um divisor de águas. Quase.
Até agora, ele a aceitou dizendo o quão longe eles foram, mesmo que talvez ela
tenha sido uma provocadora. Ela não queria fazê-lo sofrer; queria manter as coisas
platônicas, mas a dinâmica deles era tão sexualmente carregada que era impossível
negar a si mesma. Por fim, ela ficou feliz que ele a chamou. Não apenas por causa do
sexo, mas porque não parecia certo tirar proveito da situação deles.
E foi por isso que ela teria que terminar as coisas no dia seguinte. Ela não podia
continuar a usá-lo e depois bloqueá-lo com seus problemas, mas eles também não
podiam continuar juntos por esse buraco de devassidão. Por mais que ela gostasse dele,
não valia a pena quebrar o coração ou quebrar o dele também.

Quando ela voltou à conversa, Chris estava olhando para Janine. Ela havia dito a
Kate antes que, depois de um longo dia de trabalho, ele gostava de transar no chuveiro.
E aqui Kate estava sentada entre eles. Sendo uma empata foda.

_ Uhh - ela começou.

_ Eu tenho que ir.

Eles estavam muito perdidos em seu próprio mundo para prestar muita atenção a
ela. Janine deu-lhe um rápido abraço de despedida, enquanto Chris gritou "tchau" por
cima do ombro enquanto caminhava para o banheiro.
Na porta, Kate deu a Janine um olhar travesso.

_ Divirta-se.

***
O cheiro de café fresco moído na hora, perdendo apenas para a vista de Banner
na mesa da esquina à frente. Ele não estava de terno, para sua consternação, mas sua
camisa preta o fez parecer quase tão digno. Ou talvez tenha sido a sombra das cinco
horas nas maçãs do rosto altas. Ela lamentou o que estava prestes a fazer. Ela adoraria
beijar aqueles lábios sensuais mais uma vez.
Ele se levantou quando ela se aproximou da mesa e, como um cavalheiro, puxou
a cadeira para ela do outro lado de onde ele estava sentado. Inesperadamente, ele
também a beijou na bochecha. O carinho já a tirou do jogo, o que não foi um bom
presságio.

_ Aqui. - ele empurrou uma xícara na direção dela.

_ Peguei seu chá.

_ Obrigada. - Prometendo mantê-la fresca, apesar do calor dos lábios dele persistir em
sua bochecha, ela se sentou e olhou para ele.

_ Você está de folga hoje? Eu estava esperando vê-lo de terno.

Ele piscou.

_ Eu aposto que você estava.

Seu rosto ficou quente quando ela olhou para a mesa. Ugh. Como ele conseguiu
mantê-la tão desequilibrada?

_ Cale-se. - ela murmurou.

Quando ela levantou o olhar, ele levantou uma sobrancelha para ela. Era
malcriado, mas o que ele poderia fazer? Eles estavam no meio de um lugar público. Não
era como se ele a espancasse lá. Ela sorriu. Ela poderia jogar também.

Suspirando, ele recostou-se na cadeira.

_ Você veio aqui apenas para me xingar e pensar que você está segura, ou há algo em
sua mente?

Ela voltou ao modo comercial.


_ Só queria agradecer a sua ajuda. Eu sei que foi um inconveniente.

Uma visão de Banner batendo nela, peito suado, sorrindo quando ela gritou,
surgiu em sua mente. Talvez não seja tão inconveniente. Ele parecia gostar das lições
deles.

_ Mas acho que aprendi tudo o que preciso.

_ Espere um minuto. - sua testa franziu.

_ Este é um discurso de término?

Ela encolheu os ombros.

_ Há algo para terminar? Nós nunca estivemos juntos.

_ Verdade. - ele estreitou os olhos e olhou, fazendo-a recuar com a intensidade dele.

_ O que é isso realmente? O que está assustando você?

_ Nada. - ela retrucou rápido demais.

Os lábios dele se curvaram e ela suspirou.

_ Eu só . . .

_ Não consegue resistir a mim quando estamos juntos e isso está assustando seu mundo
cuidadosamente controlado.

Ding, ding, ding. Temos um vencedor.

Ela engoliu em seco e se contorceu em seu assento.

_ Não era para ser assim. Só acho que estou pronta para seguir em frente agora. Eu
aprendi muito.

_ Você já?

_ Sim. - Mais do que ele sabia.


_ O que você aprendeu?

_ Protocolo. Expectativas. . .

_ Não. Quero dizer, o que você aprendeu sobre si mesma?

O olhar dela passou para o dele, avaliando se ele estava falando sério. Seus olhos
se encontraram em um momento de calor abrasador. A química deles ainda estava lá,
tão elétrica quanto nas noites anteriores. E agora ele parecia estar olhando para ela,
procurando por verdades que ela não queria compartilhar. Rapidamente, ela desviou o
olhar. Por alguma razão, o desejo de responder honestamente, mesmo que a deixasse
vulnerável, era demais para resistir.

_ Hum. - ela entrelaçou os dedos e depois olhou para ele.

_ Aprendi o que é submissão.

_ E o que é isso?

_ Eu posso te dizer o que não é. Não é fraqueza de caráter. Não é antifeminista. Não se
trata de ser um capacho.

_ E não se trata de perder o controle.

_ Eu não sei disso.

_ Trata-se de entregá-lo. Para alguém em quem você confia. Para alguém que você pode
vir a amar.

Amar? Ela poderia amar alguém que exigisse controle? Semanas atrás, ela
protestou veementemente contra a ideia, mas agora. . . ela não tinha tanta certeza. Ser
escrava estava fora de questão, mas submissão estava se tornando mais do que apenas
um bom sexo. Admitir isso a Banner tornaria mais difícil terminar as coisas,
especialmente com a conexão deles. Ele não via razão para que eles não pudessem
continuar fazendo sexo e experimentando BDSM, mas o futuro dela não era sua principal
preocupação. Ela tinha que manter seu objetivo em mente. Encontrar um parceiro que
fosse tão bom em amá-la dentro do quarto quanto ele fora dele.
Em seu olhar expectante, ela deu-lhe um encolher de ombros sem compromisso.
Ficou quieto por um momento enquanto ela olhava para a mesa. Então ela olhou
para ele. O que ele estava pensando? Ele estava triste por não terem mais sexo? Ele se
recusaria a permanecer amigo? Ela não teve a impressão de que era tudo sexo para ele,
mas era difícil ter certeza. Afinal, ele era um cara - não era isso supostamente em
primeiro lugar em suas mentes?
Ele a encarou com um olhar sombrio.

_ Tenho mais uma coisa que quero que você faça. Para você. Não para mim.

_ Tudo bem - ela disse cética.

_ Apenas me ouça. Vou dar uma festa e convidar meus amigos do Dom para conhecê-
la. Caras que eu conheço e são respeitáveis.

_ Uhh. - Inferno! Não foi uma resposta muito rude?

Ele se aproximou, inclinando-se sobre a mesa para pegar seu olhar.

_ Eu nunca colocaria você em risco, Kate. Você acredita nisso?


_ Sim, mas você não pode saber tudo.

Até Janine, sua melhor amiga do mundo, não sabia que o pirata acabaria sendo
um idiota.
Ele sorriu.

_ Você confia em mim.

Por que ele parecia tão feliz com isso?

_ Sim. Então?

_ É muito satisfatório.

_ Não se iluda. Confio em você para evitar que eu seja agredida por seus amigos da
mesma maneira que confio no meu carteiro para entregar cartas endereçadas a mim.
Vocês dois estão cumprindo um trabalho. Nada mais.

O sorriso dele desapareceu.

_ Você acha que isso é apenas um trabalho para mim? Não posso ver como,
considerando que você não está me pagando.
_ É um trabalho. A moeda é justa. . . diferente.

_ Eu não estou fazendo isso por sexo. - ele se inclinou para trás, franzindo a testa.

_ Você me faz parecer um idiota.

_ Desculpe. - ela abaixou a cabeça.

_ Acho que não entendo por que você está fazendo isso.

_ Começou porque eu estava entediado e talvez sozinho. Mas agora eu me importo com
você, Kate. - ele a encarou seriamente, como se estivesse esperando uma resposta.

Suas bochechas coraram. Ele se importava com ela? Por que isso fez borboletas
aparecerem em sua barriga?
_ Quero ter certeza de encontrar alguém seguro para assumir daqui. - ele deu de ombros e
abriu um sorriso de dor.

_ É a coisa de proteção do Dom. Mesmo se você não for minha, ainda estará vulnerável.
Muitos submissos se machucam procurando um Dom. Eu não quero que seja você.

Um sorriso tocou seus lábios.

_ Obrigada.

Seu sentimento foi doce. Ela quase não queria continuar com seu plano. Ter
alguém se preocupando tanto com ela que a protegeria mesmo quando não estavam
juntos era novidade. Mas havia mais do que isso para ela. Um verdadeiro
arrependimento estava crescendo, mas fazer esse trabalho foi um sonho. Ele merecia
algo melhor - alguém que pudesse atender às suas necessidades e não ter que fingir.
Alguém que não se ressentiria de seu fetiche, mas iria gostar.

_ Então você vai conhecer alguns dos meus amigos? Você fará o possível para ser uma
boa garota? - ele perguntou.

_ Lembre-se de que você nunca conquistará um Dom com um comportamento como


você fez na minha última introdução.

Ela revirou os olhos.

_ Sim, eu vou ficar bem. Eu te disse que aprendi muito.


_ Excelente. Vou fazer algumas ligações e ver se consigo organizar algo para este fim
de semana.

Ela assentiu e mordeu o lábio. A verdade sobre o que ela acabara de concordar desabou.

_ Faixa. . .

_ Sim?

_ Isto é apenas para. . . conhecê-los, certo? Nada doido?

Ele se inclinou para frente.

_ Isso depende inteiramente de você.

Então foi um grande e gordo não.

_ Mas se colocarmos a. . . exibir, mostrará a eles que tipo de submissa você é e se seus
fetiches estão alinhados.

Ela engoliu em seco.

_ Exibir?

_ Só para te mostrar. Não precisa ser muito. Vou mostrar a eles algumas das coisas que
você aprendeu. Protocolo, como se ajoelhar, esse tipo de coisa.

Ela sentiu os olhos arregalarem-se.

_ Como se eu estivesse em uma exposição de cães?

Seus belos lábios se curvaram.

_ Como se você fosse um prêmio a ser ganho.

Um tesouro . . . um prêmio . . . Sempre com a bajulação. Ok, então talvez eles


fizessem um jogo mais rápido se seus amigos pudessem ver que tipo de coisa ela
gostava. Talvez ela não tivesse que beijar tantos sapos. Ainda assim, a ideia de ser
mostrada como um animal a fazia se sentir meio estranha. Mas ela confiava em Banner.
Ele ainda não a havia objetivado, então talvez ele tivesse uma maneira de superar isso
sem chegar a isso.

_ Pense nisso - ele disse.

_ É sua decisão o que fazemos e até onde vamos. Estou apenas tentando fazer com que
seja o mais valioso para você.

Ela assentiu entorpecida. Ela teve tempo de decidir. Talvez ela conversasse com
Janine. Foi idéia dela para a festa de confraternização de Halloween e foi lá que ela
encontrou Banner. Ela pode ter esse tipo de sorte novamente, apenas com alguém que
não queria um robô para um parceiro.

_ Venha um pouco mais cedo, e discutiremos isso. - ele disse a ela.

_ Assegurarei que você esteja confortável com o que fazemos.

Ela acreditava nisso.

_ OK.

Com um pequeno sorriso, ela se levantou da mesa.

_ Eu tenho que ir deixar Pixie sair. Ela provavelmente está cruzando as pernas agora.

Banner se levantou.

_ Informe as datas possíveis para a festa. Vejo você antes disso?

_ Uhh.

Boa pergunta. Provavelmente, é melhor manter distância antes que seus ternos
molhadores de calcinha a tentem novamente.

_ Tenho uma semana ocupada. Te mando uma mensagem.

Ele revirou os olhos.

_ Claro que você vai.


Franzindo a testa, ela olhou para ele.

_ Eu sinto muito. Sei que não sou o que você quer, mas estou tentando o meu melhor
para nos manter felizes. Eu não quero te machucar.

_ Eu sei. - Ele deu um grande passo para que eles estivessem frente a frente, com ele
olhando para ela. Seus olhos suavizaram quando ele procurou os dela por um momento.
Quando ele se elevou sobre ela assim, ela se sentiu tão pequena e vulnerável.
Mesmo agora, ela desejou que ele a abraçasse. Ela sacudiu a cabeça.
Para, garota.
Banner chamou sua atenção com o dedo debaixo do queixo.

_ Você precisa se preocupar com você agora. Eu vou ficar bem.

Um sorriso brincou em seus lábios.

_ Ei, Doms também tem sentimentos.

Seu sorriso de resposta parecia falso, o que a preocupou. Ele nunca parecia triste
antes, mas agora parecia que ele estava escondendo a dor.

_ Alguns Doms podem desligá-los.

Compartimentalizar. Seus ex foram capazes de fazer isso. Ela costumava dizer:


“Os homens são como waffles; as mulheres são como espaguete. ” Os homens tendiam
a manter cada problema em sua própria praça, enquanto os das mulheres se envolviam.
Banner era rico, bem-sucedido, tinha amigos e familiares - que tipo de problemas
o assombravam? Era exatamente assim que ele estava agora. Assombrada.
Ela abriu a boca para perguntar, mas ele a interrompeu.

_ Vá. - ele disse e a virou com as mãos nos ombros dela.

_ Sua cachorra está esperando.- Ele deu um pequeno empurrão na direção da porta.

Então, ele estava erguendo paredes? Se ela estivesse em uma posição diferente,
iria se aprofundar e tentar descobrir a verdade lá. Mas ele deixou claro que não era
responsabilidade dela. Eles permaneceriam amigos enquanto outra garota o descobria.
Quando ela saiu da cafeteria, ela o imaginou com outra garota. Ela rangeu os
dentes. Então sua imaginação os teve na mesma festa e agindo como Janine e Chris.
Algo torceu em seu estômago.
Muito profundo.
A necessidade de tirá-lo de seu sistema confirmou sua decisão para o Dom Fest.
Ela deixou Banner exibi-la e a passar para um de seus amigos. Então ela realmente
terminaria com ele.

Capítulo 10
_ Sério, Banner. Eu acho que você deveria ir para casa durante o dia. - Belle
estendeu um arquivo para ele, mas ele não conseguia se lembrar de quanto tempo ela
estava lá.

_ Acho que consigo assinar alguns documentos. - ele resmungou. Quando ele abriu a
pasta, ele olhou para os papéis que continham, mas todos pareciam estar escritos em
rabiscos.

_ O que é isso?

Belle puxou a pasta para longe dele.

_ Essa é a proposta de negócio de Arthur Blackwell, lembra? Você provavelmente não


deveria assinar algo assim agora. - ela deixou isso de lado.

_ Pode esperar até segunda-feira.

Banner resmungou e checou suas mensagens telefônicas. Nada. Bem, havia


algumas mensagens de caras interessados em conhecer Kate, mas nada dela. O que
ele esperava?

_ Verificar seu telefone não fará com que ela envie uma mensagem para você. - Belle
sorriu com simpatia.

_ Eu sei.

Ela se sentou na cadeira em frente a ele.

_ Você acha que talvez esteja se sentindo assim, porque ela é a primeira mulher há muito
tempo que não se desespera tentando chamar sua atenção?
Com uma risada, ele se recostou.

_ Você não faz isso.

_ Você não usaria uma coleira para mim, assim como eu não usaria uma para você.
Ficaria feio rapidamente. - Belle riu baixinho.

_ Essa é uma das razões pelas quais você me contratou, lembra? Sem tentações no
trabalho.

_ Contratei você porque você é inteligente e eficiente e é bom com as pessoas.

_ Aham.

_ E porque eu sabia que nosso relacionamento comercial nunca seria complicado por
um relacionamento pessoal.

_ Nossa amizade pode complicar as coisas. Como o fato de eu não ter escrúpulos em
dizer que você está vagando por aqui há semanas agindo como um cachorro faminto
esperando para ser alimentado. - Ela arqueou uma sobrancelha para ele, e não foi difícil
imaginá-la fazendo a mesma cara na dinâmica D/s. Os rostos de Domme não
funcionariam nele, no entanto. Ele estava imune.

_ As coisas estão quase resolvidas com ela, então tudo voltará ao normal. - Ele olhou
para a lista de convidados novamente: seis homens, um dos quais já tinha uma submissa
e estava procurando outra mulher para adicionar ao relacionamento deles.

Inferno, ele nunca perguntou a Kate se isso a atrairia. A linha grossa que ele
desenhou através do nome de Ambrose o incomodou. Era tarde demais para cancelar a
festa agora, mas com Ambrose saindo em negócios urgentes, sua melhor esperança
para Kate se foi.

_ Eu só acredito vendo. Eu vou almoçar, e trarei lanche para você. Vou forçá-lo a
alimentar, se necessário. - Ela balançou a cabeça.

_ E as pessoas dizem que os homens não são emocionais. Você apenas usa de maneira
diferente. - Belle franziu o cenho para ele, depois saiu do escritório.
Emocional? Ele considerou Kate, visualizou-a em sua cabeça e deixou de lado os
negócios, planejando uma festa em sua casa.
OK. Então ele imaginou estar em uma festa e vê-la se submeter a outra pessoa.
Seu estômago azedou. Afastando o pensamento, ele se levantou e começou a arrumar
as pilhas de papel em sua mesa, sem saber se estava estragando a ordem em que
propositalmente as havia deixado. Não se importando. Ele tinha que fazer alguma coisa.
Talvez Belle estivesse certa e ele precisasse ir para casa.
Ao passar pela mesa da administradora, ele pediu a Tanja para segurar as pontas.
Ela já estava com eles há tempo suficiente para administrar quinze minutos sozinha.
Talvez eles realmente a mantenham. No elevador, ele mandou uma mensagem para
Belle.

_ Não se preocupe em almoçar para mim. Eu estou indo para casa.

Sua resposta voltou imediatamente.

_ Coma comida de verdade. Não se transforme em um perseguidor louco.

_ Sim, senhora.

Embora ele pretendesse ir para casa, seu carro acabou na casa de sua mãe. Com
Ambrose e Konstantin fora da cidade, e Kate o evitando, ele sentiu como se estivesse à
deriva sem nada para ancorá-lo à sanidade. Esperando que Rook o entretesse por
algumas horas, ele ficou surpreso quando Meadow lhe disse que tinha saído com Dylan.
A mãe dele estava dormindo e Meadow estava ocupada organizando o depósito e não
queria a ajuda dele.
Ele brincou com a idéia de voltar ao trabalho, mas apenas distraiu as pessoas que
estavam sendo produtivas.
Por um tempo, ele dirigiu e, em seguida, perambulou por um parque nos arredores
da cidade, tentando não pensar em nada além do modo como a linha das árvores
encontrava o céu, a elegância silenciosa das folhas, a cacofonia da cidade aparecendo
ao longe.
Em casa, ele foi ao loft e deixou de lado a tela em que estava trabalhando. Ele
pegou um novo. Muitos sentimentos feios precisavam sair, e ele não sabia o que fazer
com todos eles. Ele pretendia pintar sua solidão e rejeição, a sensação de que ninguém
iria querer conhecê-lo como ele próprio.
Golpe por golpe, ele pintou o rosto dela. Adorável, mesmo que ele soubesse que
ela não o queria. Os olhos dela olhavam, tão profundos e luminosos quanto quando ela
era dele.
***
_ Lembre-se de manter os olhos baixos, a menos que alguém peça para você olhar para
eles.

_ Sim senhor.

Toda de branco. O cordeiro sacrificial. O vestido que ele escolheu para ela era um
pouco mais curto do que ele previra. Definitivamente chamou a atenção para suas pernas
pecaminosas, que o rasgaram por dentro, mas teria que servir. Ele não deveria mantê-
la encoberta. Quantas vezes ele teve que continuar dizendo isso a si mesmo? Sem sutiã,
sem calcinha, maquiagem mínima. Ele queria que eles soubessem o que estavam
recebendo com ela. Suas mãos estavam desajeitadas quando ele deslizou a coleira de
couro branco em volta do pescoço dela, atrapalhando-se enquanto a afivelava.

Minha, pelo menos por esta noite.

_ Gostaria que você me deixasse usar sapatos. Eu me sinto estranha assim quando todo
mundo está completamente vestido.

_ Senhor - ele resmungou. Ela olhou para ele confusa.

_ Você tem que me chamar de senhor enquanto as pessoas estiverem aqui. Isso
aumentará sua apelação se você se lembrar de usar algum protocolo. - Ele mexeu nos
cabelos dela por um minuto, e ela revirou os olhos, impaciente.

_ Bem, ainda não estamos lá. Mesmo sendo mestre, não preciso chamá-lo de mestre
em público, não é?

A palavra. Ela estava decidida a matá-lo com sua boca bonita.

_ Não. - Ficou mais difícil do que ele pretendia, mas ele não podia deixar ela chamá-lo
assim. Chutar todos os outros Doms para fora de casa quase assim que eles se
sentassem seria rude.

Ele desenrolou a corrente na mesa lateral e prendeu a trela na gola dela. Atrás
dela, a cama zombava dele. Trazê-la para a masmorra para se arrumar provavelmente
fora um plano horrível, mas ele pensou que isso a colocaria no espaço certo. Em vez
disso, ele o colocou na posição errada.
Exibindo-a. Dando-a para ir embora. Esse era o objetivo da noite, não usá-la e
lembrá-la a quem ela pertencia, porque isso seria imoral, e ele estava tentando ser um
homem honrado. Mesmo assim, uma vez que a trela estava ligada, ela ficou muito perto,
íntima demais, para alguém que supostamente não tinha atração por ele. Se ela queria
colocar algum espaço entre eles, havia muita folga na trela.
Ela observou o rosto dele, ali atencioso e suave, pronta para Banner levá-la a
qualquer lugar. O cabo da trela estava enrolado em sua mão, mas qual deles era
realmente o cativo?

_ Todo mundo está aqui, exceto Ambrose e Konstantin, mas sabíamos que eles não
poderiam fazer isso. - ele disse, tentando construir um muro com suas palavras.

_ Queria que Ambrose estivesse aqui. Ele foi minha primeira escolha para você. - Se não
pudesse ser eu.

Kate se aproximou, as pontas dos seios roçando suas costelas.

_ Veremos. Talvez você possa me apresentar a ele se nenhum desses caras for o certo.
- ela piscou para ele, confiando.

Por que não poderia ser ele em vez de outra pessoa?


Ela não o queria, por isso. A intensidade que ele precisava em um relacionamento
D/s não a atraía quando ela era calma e racional. Mudar de idéia no subespaço não
contava. Mas se ela não o queria, por que ela estava olhando para ele como se quisesse
que ele a beijasse?
Foi sua reação instintiva a ele. Mesmo que seus hormônios o aprovassem, sua
lógica dizia para ela ficar clara.
Com pesar, ele recuou um passo e se virou.

_ Deveríamos subir lá. Eles estão esperando por você.

_ Espere!

Ele se virou e ela jogou os braços em volta do pescoço dele, depois arrastou a
boca dele para a dela. O beijo dela foi longo e doce, e embora ele quisesse não
responder, ele não pôde deixar de beijá-la de volta. Seu peito doía quando ele a
empurrou gentilmente.
_ Eu-eu só queria dizer adeus e obrigada por tudo.

Não havia mais nada a dizer. Ele se virou e saiu dela, apenas lembrando que
estavam presos quando o cabo da trela puxou sua mão.

Ele a levou pelo corredor até uma sala cheia de homens de terno. Eles estavam
de pé, conversando e bebendo bebidas, mas ficaram em silêncio quando Banner e Kate
entraram na sala. O ar parecia sussurar com seu grande interesse, e por um momento
Banner lutou com o desejo de arrastá-la de volta para a masmorra.
Por que fazer isso consigo mesmo? Por que não deixá-la por conta própria para
procurar um Dom?
Ele se importava muito com quem ela terminava. Se o cara não a merecesse, isso
o deixaria louco. Ele precisava de mais controle sobre ela do que isso, mesmo que fosse
tudo que ele conseguiria.
Banner fez as apresentações. Will, Everard, Josh, Nick e Jakob a olharam com
interesse. Matt e Oksana se curvaram no último minuto, mas Kate não tinha certeza de
explorar relacionamentos com outras mulheres de qualquer maneira. Talvez isso tenha
sido uma curiosidade da parte dele
Ele fez um sinal para Kate ajoelhar-se na mesa de café, que era a irmã gêmea
daquela em sua masmorra. Ela fez, parecendo que preferia fugir novamente. Todos os
homens estavam sentados nos sofás ao seu redor, e ela olhou fixamente para a perna
da calça dele.
Ele poderia ter uma cerveja. E Ambrose por perto para tirar sarro dele.

_ Então, senhores, como eu disse anteriormente, Kate aqui está interessada em


encontrar o Dom certo para ela. Ela teve uma péssima experiência com uma amiga
tentando arranjá-la da última vez, então pensei em apresentá-la a alguns homens que
valessem a pena.

Algo tocou sua perna. Kate deslizou a mão de lado pela mesa de café e os dedos
o procuraram. Para suporte? Ele tocou o topo da cabeça dela, e ela se inclinou para ele.

_ Enviei por e-mail a todos vocês uma lista do que acho que ela precisa e do que gosta.
- Ele acariciou seus cabelos e respirou fundo.

_ Vocês dois parecem bem conectados. - disse Everard.

_ Tem certeza de que está pronto para entregá-la?


Foi como um soco no estômago, mas ele tinha que fazer isso agora antes de
perder a coragem.

_ Nosso relacionamento é apenas um treinamento. Ela queria aprender mais sobre


submissão, então eu ensinei a ela o que pude. Ela não está ligada a mim nem nada. Ela
só está nervosa agora. - Ele deu um tapinha na cabeça dela e deliberadamente afastou
a mão dela.

_ Kate, o que você procura em um Dom? - Will sorriu agradavelmente para ela, mas ela
se lembrou de não olhar para cima.

_ Você pode me olhar. - ele acrescentou quando ela abriu a boca para responder à mesa
do café.

_ Alguém do tipo com quem eu seja compatível. Na minha vida cotidiana, eu não sou
uma mulher submissa, portanto, ter vinte e quatro horas e sete dias por semana não vai
funcionar. - Por que ela de repente parecia tão triste?

_ Gosto no quarto, mas não como um modo de vida constante.

Nick sorriu.

_ Tenho certeza de que se você fosse do tipo vinte e quatro por sete, Banner não nos
convidaria.

_ Como ela responde à dor e à disciplina? - O olhar de Josh era intenso demais para o
conforto de Banner. Ele não era conhecido por ser duro com suas submissas, mas
Banner não gostava dele por ela agora.

_ Kate responde bem a pequenas quantidades. - Ele teria que ter cuidado aqui. Alguns
Doms odiavam lidar com submissas desafiadoras.

_ Ela é uma garota muito boa se receber o incentivo certo, mas pode ficar um pouco
malcriada. É parte da personalidade dela, então, não acho que deva ser esmagada. No
entanto, isso seria entre ela e seu Dom.

Todos estavam assentindo, mas o brilho nos olhos de Josh o preocupou. Kate
não precisava de um sádico Dom dominado. Isso não seria uma boa combinação, a
menos que ela sentisse mais dor do que ele pensava.
Uma discussão sobre disciplina se seguiu, e ele sentiu a tensão gradualmente
diminuir do corpo de Kate.
Mais tarde, o fornecedor sinalizou que o jantar estava pronto e saiu do local.
Quando eles chegaram à sala de jantar, Banner colocou uma almofada ao lado de cada
cadeira.

_ Enquanto comemos, Kate se revezará ajoelhando-se ao lado de cada um de vocês,


para que vocês possam conhecê-la melhor. Você pode optar por tê-la sentada no seu
colo, mas enquanto ela usa minha coleira, sei que respeitará meus desejos de que ela
não seja tocada de maneira sexual.

Eles serviram a si mesmos, e Banner soltou a trela e enviou Kate para visitar Nick,
que estava sentado à sua direita.
Jakob, à esquerda de Banner, passou a ele o bife.

_ Ela é linda. Ela teve alguma experiência antes de você?

_ Não, ela era baunilha antes de mim. Ela não tinha certeza de que estaria interessada
em submissão, mas isso é profundo. Acho que, com o tempo e a confiança, ela será
menos cautelosa ao entregar o controle.

Jakob voltou sua atenção para comer e assistir Kate. No começo, vê-la
conversando com Nick incomodou Banner, até que ele percebeu que, embora eles
estivessem sendo educados, não parecia haver uma faísca para nenhum deles.
Quando ela voltou para Banner, ele a instruiu a se ajoelhar ao lado dele. Ele cortou
um pouco de carne e a alimentou com a mão enquanto ela olhava para ele. Ela deslizou
mais para o subespaço e, com a terceira mordida de comida, em vez de pegar o pedaço
impessoalmente, ela chupou o suco do polegar. Seu pau estremeceu, odiando ser
deixado de fora.
Ele se inclinou e colocou a boca na orelha dela.

_ Garota má. Faça isso de novo e eu vou puni-la quando nossos convidados partirem.

_ Sim senhor. Desculpe.

Como diabos ela era.


Os olhos dela se estreitaram com interesse, e ele se perguntou se espancá-la
agora, na frente de todos eles, a assustaria demais.
_ Vá para Will, depois para Everard, Josh e Jakob, na ordem da mesa. Volte para mim
para comer seu jantar entre as conversas.

Ela assentiu e se levantou. A graça e o balanço dos quadris de Kate enquanto ela
caminhava até Will mantinha o olhar de Banner colado em sua bunda. Ele ficou com
água na boca e não teve nada a ver com o bife. Os dois conversaram por um tempo,
mas também não parecia haver muita conexão lá.
Kate voltou para ele, parecendo um pouco entediada. Ele lhe deu algumas batatas
em cubos e, com a segunda mordida, ela girou a língua ao redor do dedo indicador, sem
nenhuma prudência.
Com um rosnado baixo, ele deu a ela o olhar de Dom. Kate sorriu, mesmo
sabendo que ele a havia ameaçado mais cedo.
Quando Kate chegou a Everard, ele empurrou a cadeira para trás e colocou Kate
de joelhos. Ela observou o homem timidamente através dos cílios abaixados, mas riu de
suas piadas e foi gradualmente atraída para a conversa.
O ciúme comeu em Banner e ele desejou nunca ter pensado em convidar o
homem. Os dois olharam para Banner em um ponto e ele desejou poder ouvir o que eles
estavam cochichando.
Ela voltou, mas recusou comida.

_ Senhor, eu preciso. . . usar . . . ir ao. . .

Banner se levantou e prendeu a trela no colarinho dela. Eles saíram da sala juntos
e subiram as escadas para a seção particular da casa.

_ Não preciso de ajuda no banheiro. - Kate sufocou uma risada, parecendo embriagada,
apesar de não ter bebido.

_ Não? - Ele a puxou para encará-lo.

_ Não senhor. - ela piscou para ele, esperando.

_ Como você está se sentindo? Ela encolheu os ombros e mordeu o lábio.

_ Não tenho certeza. Eu posso ver como alguns deles podem ser interessantes, mas um
me assusta.

_ OK. Discutiremos isso mais tarde. Vá usar o banheiro e vou esperar aqui. - ele soltou
a trela dela, e ela o encarou antes de entrar no banheiro e trancar a porta atrás dela.
Então, ela gostou de alguns deles. Isso deve fazê-lo feliz, certo?
Ela voltou antes que ele tivesse tempo de processar seus sentimentos. Mais uma
vez, ela estava muito perto.

_ Você se tocou enquanto estava lá, garota má? - ele sorriu ao saber que estava
brincando.

_ Não, isso eu poderia ter pedido ajuda. - uma piscadela acompanhou essa declaração,
e ela tentou passar por ele.

Banner agarrou o braço dela e a empurrou contra a parede, prendendo-a com um


antebraço no peito.

_ Você não está esquecendo alguma coisa? - Ele prendeu a trela novamente e as
pálpebras dela caíram.

_ Alguém gosta da corrente.

Ela ficou lá humildemente, sem tentar fugir, sem parecer impaciente para voltar
para a festa, estudando o rosto dele com olhos gentis, respirando pelos lábios abertos.
Deus, ela o deixou muito louco. Um pouco louco não definia o quanto.

_ Eu deveria levantar esse seu lindo vestido e ver como você está molhada. Estar sendo
entregue em uma sala cheia de homens grandes, vestindo terno, excita você, minha
putinha suja?

Os olhos dela se arregalaram.

_ Eu ... eu. . .

_ Talvez eu deva levá-la de volta para lá nua e deixá-los brincar com você.

Ela choramingou e virou a cabeça para o lado, apresentando a garganta.


Pressionando contra ela, ele separou as pernas dela com a coxa e a levantou até
que sua boceta foi esmagada contra ele. O calor dela passou por suas calças.

_ Você gostaria disso?

Ela balançou a cabeça, mas pressionou a coxa dele.

_ Não, por favor, Banner. Não


_ Como você acabou de me chamar?

Kate arqueou até que seus lábios estavam quase se tocando. Seu lamento
silencioso encheu o silêncio.

_ Do que você me chamou? - ele rosnou, e ela estremeceu.

_ Mestre, por favor, não tire a minha roupa e me entregue para …

Ele cortou o pedido dela com a boca, beijando-a do jeito que estava doendo de
vontade a noite toda. Ela o beijou de volta, mexendo nos botões da camisa dele, depois
deslizando as mãos pela nudez do peito dele.
Seria tão errado tê-la ali, quando havia uma sala cheia de homens disputando sua
atenção no andar de baixo? Provavelmente. Ele se importava?
Ele deslizou a mão pela saia dela. Ela estava molhada e tão pronta para ele. Seu
pênis ficou tenso contra o zíper. Não houve objeção quando ele pressionou um dedo
dentro de sua vagina quente e circulou o polegar em torno de seu clitóris. Ela gemeu
desesperadamente em sua boca.
Ele a fodeu algumas vezes e depois se retirou. Quando ela começou a reclamar,
ele empurrou o dedo úmido em sua boca.

_ Chupe.

Ela fez um som de protesto, mas como uma boa garota, ela fez de qualquer
maneira.

_ Esse foi o seu castigo por me distrair enquanto temos convidados.

Kate usou a boca no dedo dele como se estivesse fazendo um boquete, mas
parou quando ele olhou.

_ Cuidado, Kate. Você está sob o meu teto. Você se lembra do que eu te disse?

Ele, com pena, puxou o dedo entre os lábios dela, depois escovou o vestido e
verificou os cabelos.

_ Que se eu puser os pés em sua casa, estou concordando em deixar você fazer o que
quiser comigo? - O sorriso lento dela era um convite flagrante.
_ Você está dificultando que eu pare de tocar em você.

_ Você está tornando muito difícil para mim não querer.

_ Pare de chupar meus dedos quando eu alimentar você, ou eu vou dobrá-la sobre a
mesa da sala de jantar e transar com você na frente de todos.

_ Mmmm. . . Sim senhor.

Sim o que exatamente? ela estava concordando em se comportar ou concordar


em ser fodida na frente de todos?

_ E não me chame de mestre. Você sabe que isso me deixa louco.

_ Me desculpe senhor. Às vezes não consigo evitar.

Eles se estudaram por um momento.

_ Isso não pode funcionar.

_ Não, não pode.

_ Vou te foder assim que eles saírem.

_ Sim, senhor.

Ele a levou escada abaixo, imaginando como se livrar educadamente de seus


convidados.

Capítulo 11
Finalmente, eles se foram. Todos eles a beijaram na bochecha quando saíram,
mas o modo como Banner a queimava do outro lado da sala era muito perturbador para
permitir que ela aproveitasse o interesse dos outros.
Em sua mente, Banner a havia fodido de um milhão de maneiras diferentes desde
que a trouxe de volta para o andar de baixo. Sobremesa, café, descansando na sala do
porão - tudo parecia levar várias vidas, mesmo que o último dos convidados tivesse ido
embora à meia-noite.
Banner fechou a porta atrás de Everard e seu olhar se tornou ameaçador.

_ Você quer que eu pegue seu casaco?

A maneira como ele disse isso, e a maneira como ele olhou para ela, disse que
essa era sua última chance de escapar.
Ela não tinha interesse em sair.

_ Pensei que poderíamos conversar sobre quem você achava que era a escolha mais
apropriada para mim antes de eu sair.

Pedir sexo parecia um pouco adiantado.


Sua expressão endureceu.

_ Tire o vestido e espere por mim na masmorra.

Merda. Ele estava com raiva?


Ele franziu o cenho para ela e ela fugiu para o porão antes que ele decidisse que
precisava ser punida.
Quando chegou à masmorra, ela tirou o vestido e dobrou-o antes de colocá-lo de
lado. Seu coração estava batendo forte. O que ele ia fazer com ela?
Por falar nisso, ele disse esperar, mas isso significava em um local ou posição
específica?
Ajoelhar foi provavelmente a melhor aposta, mas onde? Na cama parecia
presunçoso. Isso deixou a mesa de café ou o chão. Quão ruim ela queria que ele a
usasse? Ajoelhou-se no chão, as mãos atrás da cabeça e os joelhos o mais afastados
possível.
Ela esperou. Na masmorra, não havia como dizer a passagem do tempo, mas
parecia que pelo menos dez minutos, ou talvez dias, se passaram. Seus joelhos estavam
começando a doer no chão duro, e embora ela considerasse se levantar, ela lutou contra
seu desconforto com a chance de sua paciência agradá-lo. Ela estava com frio, mas não
sabia se era a temperatura da sala ou apenas seus nervos.
Ele rondava vestindo jeans e nada mais, e ela não pôde deixar de encarar seu
peito e braços densamente musculosos. Ela teve a sensação de que o veria de verdade
esta noite. Não há mais jogos. Sem mais treinamento.
Nem uma palavra de louvor ou agradecimento passou por seus lábios por sua
obediência. Os escravos deveriam ajoelhar-se, esperar. Isso estava ficando claro. Ele
abriu um armário e a variedade de instrumentos que mantinha a atordoou. Açoitador,
palmatória, bengala, chicote, remo - ela sabia disso. Havia outras coisas de aparência
desagradável que eram um mistério. Agora que ele podia fazer o que queria com ela, o
que faria?
Medo e antecipação a percorreram, e ela se sentiu tonta. Calma, Kate, desmaiar
não é sexy.

_ Meus joelhos estão doendo. Você vai me deixar aqui a noite toda? - As palavras saíram
antes que ela pudesse revisá-las. O sorriso que ele lançou para ela era aterrorizante.

_ Garotas mal educadas não são tratadas educadamente. - Ele agarrou um punhado dos
cabelos dela e a puxou para seus pés, depois a fez se curvar antes de levá-la para a
cama.

_ Você costumava estar no comando, Kate, mas hoje à noite isso não vai acontecer.
Esta noite farei o que quero e você me agradecerá por isso. Entendido? - ela grunhiu de
desconforto, e ele deve ter aceitado isso, porque retomou sua palestra.

_ Enquanto você está comigo, você é meu brinquedo, uma coisa para eu brincar. Se
você quer ser tratado como uma boa garota, precisa agir como uma. Desrespeitar irá
levá-la a um mundo de problemas.

_ Me desculpe senhor.

_ Você será.

As palavras dele eram calmas, mas a disciplina que elas implicavam a deixava
loucamente quente.

_ Ajoelhe-se lá. - ele a soltou e apontou para o meio da cama. Tremendo de antecipação,
ela se arrastou até lá, depois se ajoelhou.

Qual era sua palavra de segurança de novo?


Ela esticou o pescoço, tentando ver o que ele estava fazendo.
_ Deite-se.

Bem desse jeito? Sem beijá-la e seduzi-la para o sexo sexo?

_ De bruços?

Banner apareceu à vista com dois travesseiros, que ele empilhou na frente de
suas coxas antes de colocá-la sobre eles. Exposta.
Ele foi embora e voltou com corda.

_ O que você vai fazer com isso, senhor?

Banner não respondeu. Pergunta idiota. Ponto tomado.


Mais rápido do que ela pensava ser possível, ele a amarrou na cama. A sensação
da corda nos pulsos e tornozelos e a sensação de estar presa estavam trabalhando sobre
ela. Ela lutou, mas nada parecia que daria. Banner pairava sobre ela, e ela respirou
fundo.

_ O que você acha que merece?

_ Por fazer uma provocação hoje à noite? Eu não sei, senhor. Provavelmente a mesma
coisa que você.

As palavras saíram de sua boca antes que ela pudesse se conter. Idiota. Não é
um bom momento para insolência.

_ Eu estava sendo uma provocação?

_ Sim?

Ele pensou seriamente que fazê-la ajoelhar e alimentá-la de sua mão não teria
efeito? E a situação no corredor no andar de cima? Ela não começou isso.
Ele deslizou algo entre a boceta dela e a cama. Ela não conseguia ver ao seu
redor para descobrir o que ele estava fazendo. Houve um clique e um zumbido baixo
começou entre suas pernas. Banner girou a coisa para frente e para trás até que foi
pressionada diretamente contra seu clitóris.

_ Mmm. - Ela se contorceu, mas não foi rápido o suficiente para ser mais do que uma
frustração. Ainda assim, por mais excitada que estivesse, não demoraria muito.
_ Me provocar depois de terminar as coisas não foi muito bom.

Pela visão periférica, ela o viu segurando uma bengala. De onde isso veio? Ela
gemeu.

_ Não, não foi, senhor. Parece que não consigo evitar quando estou perto de você. É por
isso que provavelmente é melhor fazer uma pausa limpa depois disso.

Ele bateu na bunda dela com a bengala e uma rajada de fogo percorreu sua pele.

_ Ow! Idiota!

Outro golpe caiu, e ela gritou e se contorceu, mas as cordas a seguraram no lugar.
Ele acariciou sua bunda e sua vagina com a bengala, a madeira dura, fria e impessoal.
Ela se chocou contra o vibrador, desejando que ele aumentasse.

_ Cuidado com a boca, ou isso ficará mais desagradável do que precisa ser.

O comando rosnado perto de sua orelha a fez choramingar. Ela precisava tanto
gozar.
Mais três ataques com a coisa perversa e sua garganta estava rouca, os olhos
brilhando. Sua bunda estava com bolhas.

_ Pare! Por favor! - ela soluçou.

_ Eu sinto muito. Eu não farei isso de novo. Eu não... foi maldade minha, mas eu gosto
muito de você e isso me faz fazer coisas estúpidas.

_ Você gosta? - ele deu a volta na cama, batendo a bengala distraidamente na mão.

_ Então, se você gosta tanto de mim, por que você terminou o nosso acordo?

Ele pegou um punhado de sua bunda dolorida e apertou, fazendo-a grunhir de


dor.

_ Você me assusta, senhor. Já vi escravas sexuais e não quero ser assim. Não espero
na porta como um brinquedo sexual sem cérebro, apenas esperando a chance de lamber
suas botas. Não quero rastejar aos seus pés pelo resto da minha vida.

Banner mordeu a bunda dela em vários lugares, fazendo-a chiar.


_ Você é boa demais para os orgasmos que eu te dou? - ele passou um dedo pelo buraco
traseiro dela, e ela se apertou com força e tentou se afastar.

Ela ofegou e lutou, depois ficou parada, esperando que ele perdesse o interesse.
Houve mesmo uma boa resposta para essa pergunta?

_ Adoro fazer sexo com você, senhor. Esse não é o problema. Eu...

Suas palavras pararam em sua boca. O dedo que corria sobre seu ânus estava
úmido e escorregadio agora. Como, ela não tinha certeza, mas não era um bom
presságio.

_ Mas?

A ponta do dedo estava tentando entrar, mas ela se apertou com mais força para
mantê-lo fora.

_ Não não. - ela implorou quando o sentiu abordar sua entrada dos fundos. Ele
pressionou a vibe mais forte contra seu clitóris, e isso a distraiu o suficiente para deixá-
lo entrar ainda mais. Ela deveria usar sua palavra de segurança?

Ele se arrastou para a cama e se posicionou entre as coxas dela.

_ Por favor, você não posso! Eu não estou preparada. Você vai me machucar.

_ Shh, é apenas meu dedo. Você pode aguentar.

Ela gemeu com as sensações estranhas que ele estava forçando nela. Queimou
e doeu e a fez se sentir violada, mas também a excitou muito.

_ É grande e eu não gosto.

_ Mmhmm. - Ele não parecia acreditar nela.

_ Só um pouco mais e eu darei o que você precisa. Você pode fazer isso para mim, não
é?
Pooooorra. Se ele continuasse falando com ela assim, ela faria qualquer coisa.
Ela sentiu algo ceder e ele deslizou o dedo mais fundo, mexendo-o de uma maneira que
a fez dobrar os dedos dos pés.
Ele se retirou parcialmente, e seu pau deslizou para frente e para trás através da
aspereza de sua vagina.

_ Oh, querida, você está tão molhada para mim. Você ama quando brinco com sua
bunda, não é?

Era realmente possível morrer de humilhação? Ou luxúria?

_ Por favor senhor. - Kate empurrou de volta para ele, implorando com seu corpo.

_ O que você quer? Este? - Ele empurrou seu pênis nela com movimentos curtos e
selvagens, até que ele chegou ao fundo.

Barulhos escaparam dela - nenhum deles bonito ou elegante quando ele começou
a entrar e sair dela.

_ Não? Você quer que eu pare? - Ele parou.

Ela tentou se contorcer para trás para capturar mais de seu pênis, mas ele só a
deixou levá-lo a uma certa profundidade, não que ela pudesse se mover muito.

_ Ah, aposto que é isso que você quer. - ele bateu nela, depois se afastou enquanto
passava o dedo pela bunda dela novamente.

_ Mestre, não!

Tão fodidamente cheio. Ela nem estava mais envergonhada. Se ele não a
ajudasse a gozar logo, ela iria gritar.
Banner manteve sua posição por um momento, deixando seu corpo se ajustar,
depois começou um ritmo, empurrando seu pênis nela, depois se retirando, apenas para
foder sua bunda com o dedo grosso. Presa, ela não podia fazer nada além de aceitar o
uso dele. Ele parou por um momento, e a velocidade da vibração se intensificou.
Seu orgasmo a agarrou - ela tentou se segurar, ofegando, seu próprio barulho alto
em seus ouvidos.
De repente, a mão dele estava enterrada nos cabelos dela, e ele a esmagou na
cama, transando com ela com força e rapidez. O orgasmo ficou fora de controle. Ele a
levou, fazendo-a gozar tanto que ela não podia ver ou ouvir, apenas sentir o que ele
permitiu que ela sentisse. Ela estava gritando, mas o rosnado vindo dele era quase
ensurdecedor.

_ Minha . . . fodidamente minha! Você me entende? - O corpo dele congelou sobre ela,
e ela o sentiu vazio nela, provocando-a em outro orgasmo.

Ela não conseguiu escapar dele. Ele a fez sentir cada aperto, vibração e tremor
secundário.
Ela choramingou embaixo dele
Usada. Partida.
Dele.

***

A primeira coisa que ela notou antes mesmo de abrir os olhos foi uma sensação
pegajosa entre as pernas. Relutantemente, ela abriu as pálpebras.
Teto do banner.
Grogue e meio adormecida, demorou um momento para lembrar o que ela estava
fazendo na cama dele. Seu corpo estava dolorido e usado
Usada.
Foi exatamente o que aconteceu.
Com um gemido, ela forçou seu corpo dolorido a se mover. Ela rolou o braço
pesado de Banner do quadril, onde parecia que ele a estava segurando em cativeiro. O
relógio ao lado da cama mostrava "cedo para porra ".
O pânico atacou rápido e com força. Ela não tinha que trabalhar hoje? Ele diminuiu
um pouco quando ela percebeu que tinha um turno da tarde. Ela poderia passar a manhã
se recuperando. Mover as pernas a lembrou da bagunça que eles fizeram na noite
anterior.
Ugh. Banho primeiro.
Banner ainda estava dormindo ao lado dela. Seu ronco soou como um terremoto
e sacudiu a cama. Olhar para o corpo dele, o lençol cobrindo apenas os quadris, era
como estudar uma obra de arte. Músculo esculpido, pele lisa, até os pêlos do corpo
pareciam perfeitamente no lugar.
Era uma pena que eles não combinassem melhor. Trazê-lo para uma reunião do
ensino médio seria muito divertido.
Ela sacudiu a cabeça. Acordada e cheirando ao pós-sexo, Kate.
Banner não a queria. Ele tentou penhorá-la ontem à noite e depois a fodeu sem
sentido assim que seus amigos saíram pela porta. Ele queria usá-la, mas não mantê-la.
Ela era material sexual, não material de namorada. Quando iria passar por sua cabeça
finalmente deixá-lo ir? Ela estava machucando apenas a si mesma agora. E aqui ela
pensou que não era masoquista.
Lágrimas picaram seus olhos. Como ela havia entrado nesse ciclo descendente
de auto-abuso? Desgostosa consigo mesma, de repente ela não suportava ficar na cama
com ele. Ela era uma otária. Fraca e desesperada. E deixar todos aqueles caras vê-la
quase nua - sentar no colo e provavelmente adicioná-la ao banco de palmas deles -
Porra! Garota estúpida e sacana.
"Mortificada" era uma palavra muito fraca para descrevê-la. Lágrimas escorrendo
de seus olhos, ela se levantou e procurou suas roupas. Ela as vestiu enquanto as
encontrava espalhadas pelo quarto. Banner dormia. Pelo menos ela não tinha uma
audiência para sua caminhada da vergonha.
Silenciosamente, ela subiu as escadas em busca de sua bolsa. Quando chegou
ao carro, ela estava chorando completamente. Ela bateu nos olhos, limpando o borrão
para poder dirigir. Então ela saiu da garagem. Ela verificou o espelho retrovisor, meio
esperando ver Banner acenando para ela no final do caminho, mas estava vazio. Talvez
ele a tenha ouvido sair e não se importou. Ela não sabia se estava aliviada ou não.
De alguma forma, ela conseguiu parar de chorar, tomar banho e comer algo antes
de trabalhar. Seu corpo estava lento e flácido, cada movimento como se ela estivesse
lutando na areia movediça. Ela só deve estar cansada. Suas emoções durante as últimas
vinte e quatro horas estavam fora de controle. Na noite passada, ela se sentiu chapada,
como se pudesse fazer qualquer coisa, ser qualquer coisa. Ela se sentiu sexy, desejada
e invencível. Agora, seus olhos eram torneiras, vazando lágrimas quando ela menos
esperava. Como ela iria terminar um trabalho como esse?
Isso foi tudo por causa do Banner? Foi o jantar com os amigos? Ela não estava
na TPM, então por que ela se sentiu tão quebrada?
No caminho para o trabalho, ela conseguiu se recompor. Seu trabalho dependia
de ser profissional, não de uma bagunça chorosa. Ela era forte, objetiva, nunca
demonstrando emoções inapropriadas. Esse era o papel dela. Quando outros
conselheiros tinham dias ruins e choravam no banheiro, saíam por motivos pessoais ou
ficavam em casa doentes, Kate estava sempre lá para cobri-los. Ela faltou por estar
doente uma vez no ano passado, e foi porque ela quase foi hospitalizada por intoxicação
alimentar.
Ela pensou que estava sozinha, mas quando uma mensagem apareceu enquanto
ela estava entrando no estacionamento, sua fachada caiu. Era Banner.

_ Por que você saiu sem dizer nada, menina bonita? Você está bem?

A dor a atingiu, mas ela sufocou as lágrimas. Ela não teve tempo de responder ou
teve outro rompante de piedade. Ela já estava atrasada. Quando ela entrou no saguão,
Bethany estava lá, cumprimentando-a com um sorriso. Ele desapareceu quando Kate se
aproximou dela.

_ Algo errado? Alguém morreu? - Bethany perguntou.

_ O que? - Kate tentou sorrir, mas parecia trêmula.

_ Claro que não. Estou bem.

Sua amiga lançou-lhe um olhar cético.

_ O que? - Ela passou as mãos pela saia e ajeitou a blusa.

_ Por que você está olhando assim para mim? - Isso era óbvio? Ela sentiu como se
estivesse quebrando, uma lasca de cada vez.

Bethany estremeceu.

_ Parece que você não dorme há uma semana.

_ Merda. - ela assobiou. Depois de uma rápida olhada ao redor deles, ela apontou para
o banheiro. Bethany a seguiu.

_ O que aconteceu?

Kate olhou no espelho. Ela colocou um pouco de base mais cedo, mas não tinha
coberto o inchaço ao redor dos olhos.

_ Apenas algumas . . . complicações de relacionamento. Eu não sei. Devo estar na TPM


mais cedo.

Bethany a virou pelos ombros e ajeitou alguns fios de cabelo.

_ Bem, recomponha-se. Parece que alguém partiu seu coração ontem à noite.

Alguém realmente tinha feito isso.

_ Ou isso ou tire um dia doente. Você quase nunca tira.

_ Não. - Ela balançou a cabeça.


_ Eu vou ficar bem. Eu só . . . - Ela respirou profundamente pelo nariz, depois soltou o
ar lentamente.

_ Eu só preciso relaxar. Estou bem agora. - O sorriso dela era quase aceitável.

_ Viu? Estou bem.

Por dentro, ela se sentia tão instável quanto a torre de blocos de uma criança.
Uma pequena rajada de vento e ela entraria em colapso. Mas hoje foi um dia de
papelada. Ela poderia lidar com isso. Enquanto não houvesse uma grande crise, ela
ficaria bem.
Elas saíram do banheiro, e ela se sentiu esperançosa pela primeira vez naquele
dia. A comoção à direita chamou sua atenção. Ela olhou para ver o que estava
acontecendo. Lá no saguão havia uma grande e gorda rajada de vento, e a torre
desmoronou.
Sean estava lá, agredindo verbalmente a equipe, parecendo que ele estava
caindo do alto.
Ela congelou. Seus olhos lacrimejaram, mas ela conteve as lágrimas. Ela sabia
que era ilógico, mas parecia uma traição. De todas as coisas que poderiam dar errado
naquele dia, por que isso tinha que ser uma delas?
Bethany deu-lhe um pequeno empurrão.

_ Vamos. Você precisa ir para casa.

Kate deixou sua amiga rebocá-la para o carro.

_ Chore o que está no seu coração. Tome um pouco de sorvete. Tome alguns
antidepressivos. . . Tudo o que você precisa fazer. Volte quando se sentir melhor. - Ela
estendeu a bolsa de Kate e abriu a porta do carro.

Acenando, Kate sentou no banco do motorista e olhou para Bethany.

_ Obrigada - sua voz tremia e ela sentiu vontade de derreter em uma poça de
humilhação.

Bethany deu um sorriso tenso.

_ Eu estive lá. Não se preocupe. Você está bem para dirigir?


_ Sim. Falo com você mais tarde.

O caminho para casa estava cheio de um silêncio entorpecedor. Ela não tinha
certeza para onde ir a partir dali. Ela nunca se sentiu tão vazia e sozinha. Apesar de ter
uma família que a amava e até amigos que entenderiam isso, ela ainda se sentia tão
desesperadamente sozinha.
Talvez fosse porque ela não entendeu o que estava acontecendo. Se uma cliente
estivesse verbalizando as coisas que estava sentindo - sem esperança, confusa,
ilogicamente triste -, teria pensado em depressão imediatamente. Mas ela não estava
deprimida, estava? Seria tão rápido e tão difícil?
De volta ao conforto do seu apartamento, vestiu uma camiseta e escondeu-se
debaixo das cobertas. Talvez ela durma o que quer que seja e volte ao normal mais
tarde.
Pixie pulou na cama e se aconchegou ao lado de Kate. Como os cães sempre
sabem como ajudar? Seus olhos ardiam, mesmo que ela não pensasse que ainda tinha
lágrimas. Ainda assim, seu travesseiro ficou molhado e desconfortável em alguns
minutos.
Ela estava ficando cansada de não conseguir o que queria quando se tratava de
relacionamentos. Era tão difícil encontrar alguém que pudesse amá-la do jeito que ela
era, em vez de querer que ela fosse outra coisa? Um pensamento a atingiu e deslizou
profundamente em seu coração, fazendo as lágrimas virem mais rápidas. Talvez o que
ela temesse no último ano fosse verdade. Talvez ela realmente fosse amável.
Uma batida soou na porta, assustando Pixie acordada. Ela não esperava
ninguém, mas provavelmente era Janine, vigiando-a. Janine sabia um pouco do que
deveria ter acontecido na noite passada e, como Kate não atendia o telefone, ela
provavelmente ficou preocupada.
Kate conseguiu levantar a cabeça do travesseiro o suficiente para gritar:

_ Entra. - Ela trancou? Ela não conseguia se lembrar agora. Janine tinha uma chave de
qualquer maneira, e se não fosse ela, talvez a pessoa fosse embora.

A porta se abriu e depois se fechou. Passos pesados se aproximaram. Não


parecia Janine.
Ela virou-se para o corredor e suspirou. Foi apenas uma sorte que a última pessoa
que ela queria ver aparecesse completamente sem aviso prévio.
Banner estava na entrada do quarto dela, franzindo a testa para ela, segurando
uma xícara de café na mão.
Capítulo 12
_ Saia! - Havia a impressão de maquiagem borrada e cabelo selvagem antes de Kate
puxar um cobertor sobre a cabeça.

Pixie deu a ele um sorriso acolhedor de cachorro e rolou de costas, praticamente


implorando por uma massagem na barriga. Pena que sua dona era menos receptiva.
Ele olhou ao redor do quarto, feito em cores suaves, mas ainda tinha faíscas de
personalidade suficientes para sugerir que ela decorou para si mesma e não para
mostrar. Um quadro enorme de The Knight Errant, de John Everett Millais, dobrou e foi
a única obra de arte na sala. Qual foi a atração de Kate pela peça? Ser resgatada pelo
cavaleiro ou amarrada e à sua mercê? Com o cavaleiro de armadura e a mulher nua,
definitivamente fez Banner pensar em coisas terríveis e deliciosas.
No entanto, não era hora de imaginar Kate amarrada e à sua mercê.
O silêncio ficou estranho quando ele tentou decidir o que fazer.

_ Por que você saiu assim? - Ele arrastou os pés. Ele deveria empurrá-la para obter
respostas ou recuar?
Esperava-se que os dominantes fossem esses seres perfeitos e afinados, mas às
vezes ele era tão confuso, magoado e sem noção quanto qualquer humano comum.

_ Você se foi quando acordei e não respondeu minhas mensagens. Eu até deixei dois
correios de voz.

Desesperado e idiota, é claro. Não são as palavras suaves que ele havia ensaiado
no caminho.

Ele afastou a sensação de vazio que sentia na boca do estômago. Ele estragou
seu tratamento posterior? Ela parecia mais do que feliz quando adormeceu. Por que ele
entendeu tudo errado quando estava com ela?

_ Eu precisava chegar em casa para me arrumar para o trabalho. - Sua voz estava
abafada.

Homens respeitosos não conversavam com cobertores.

_ Então, se você estava com tanta pressa de começar a trabalhar, por que não está lá?
_ Eu não estou me sentindo bem. Você precisa sair, por favor.

Talvez um cara de baunilha respeite o pedido dela, mas ele fez isso com ela e
tinha a obrigação de corrigi-lo. Mais do que isso, ele se sentia desesperado e fora de
controle, e não queria ir embora sem tentar consertar isso.
Honestamente, ele invadiu por si mesmo tanto quanto por Kate.
Ele sempre se considerou um bom homem. Agora ele não tinha tanta certeza.
Mais do que tudo, ele queria treinar o corpo de Kate para reconhecê-lo como seu Mestre
e levar sua mente ao longo do caminho para se submeter profundamente a ele. Forçá-la
a atender suas necessidades emocionais e sexuais era completamente antiético, mas a
idéia de desistir dela o fez querer quebrar as coisas. Como ela poderia deixá-lo tão louco
sem nem tentar?
Ele puxou o cobertor e Kate jogou um braço sobre os olhos. O jeito que seu rosto
estava listrado o atormentava. Isso foi tudo culpa dele. Por que ele não podia
simplesmente deixá-la em paz?
Depois dos cuidados, ele se afastava como um cavalheiro.

Kate tirou o braço dos olhos e piscou para ele.

_ O que você quer de mim?


Uma visão dela ajoelhada aos pés dele, olhando para ele com o olhar suave que
ela tinha quando estava atingindo o subespaço veio à mente. Era isso que ele queria.
Para ela ceder e deixar as coisas entre eles se resolverem. Será que vinte e quatro e
sete com ele seria tão ruim assim? Ele foi exigente em suas escolhas de com quem levar
a sério ao longo dos anos. Parece que ele finalmente encontrou a mulher que ele queria
manter, e ela queria que ele se fodesse.

_ Você tem que me deixar cuidar de você até os sentimentos que você está sentindo
passem. Faz parte do meu trabalho como Dominador ajudá-la nisso. Acho que você está
no meio da sub-gota, e isso significa que não posso sair. Você está se sentindo assim
por causa do que fizemos juntos, e este é o acidente depois. Isso acontece com muitas
pessoas. Os Doms também caem, às vezes.

Ele deu de ombros e sentou na beira da cama dela. Ele mergulhou sob o peso
dele, o que a fez rolar mais perto. Antes que ela pudesse voltar, ele colocou o chocolate
quente em sua mesa de cabeceira e se esticou ao lado dela. Ele a puxou em seus braços
antes que ela pudesse protestar demais.

_ Eu não preciso disso de você. Eu só preciso de um tempo sozinha. - resmungou Kate,


e ele doeu para beijar seu nariz adorável. Estar apaixonado por ela estava fazendo dele
um idiota.

Merda. Isso foi amor, não foi? O sentimento o fez querer vomitar.

_ Eu preciso disso. Não vou embora, a menos que você use sua palavra de segurança.
Se usar sua palavra de segurança durante o meu abraço, eu a julgarei. - ele franziu o
cenho ameaçadoramente, e ela bufou, mas se acomodou nos braços dele.

_ Você tem sorte que o abraço com consentimento duvidoso esteja apenas na minha
lista de limites suaves.

_ Tolere o amor.

Era uma frase que ele e seus amigos usavam o tempo todo quando eram idiotas
um do outro, mas assim que ele disse isso, desejou poder não ter dito. Ela não ouviria a
palavra com A dele novamente. Nem mesmo como uma piada.
Ela não riu ou respondeu. Ela sabia como ele se sentia? Teria sido óbvio para ela
antes mesmo de ele perceber?

_ Então, sentir isso é normal? - Kate fungou e se enterrou em seu peito.


_ Sim, é normal. Vai passar, Problema.

Ele enterrou o rosto nos cabelos dela. O cheiro de seu calor e xampu fez seu peito
doer. Sentimentos que ele não queria deixar continuar se aglomerando. Observar os
outros homens a cobiçarem na noite anterior tinha sido tortura, mesmo que ele tivesse
arranjado.
Se eu fosse seu mestre, eu a adoraria. Como minha escrava, você seria minha
rainha.
O tumulto de sentimentos que o atravessava em cascata era cru, áspero e longe
de são. Pensamentos loucos e assustadores surgiram, pedindo que ele a roubasse em
algum lugar remoto, onde ele a manteria até que ela entendesse.
Entender o que? Que ele era pior do que revelava?
Deus, ele estava perdendo.
Ele acariciou as lágrimas silenciosas do rosto dela e a abraçou até que ele pensou
que iria morrer. Esse era o tipo de obsessão que levou homens à prisão.
Ambrose resolveria isso.
Ambrose teria que afastá-la dele, antes que fosse tarde demais.

***

Banner andava de novo pelo pátio imaculado e extenso. Ambrose deve ter
desistido de tentar detê-lo. Ele estava feliz por eles estarem na sombra da casa,
considerando que sua cabeça era como se ele tivesse tomado cinco cafeteiras. Alguém
estava levando alimentando seus nervos, e sua mandíbula doía de apertá-la.

_ Porra, cara. Você precisa desabafar um pouco antes de encaixar. - Ambrose colocou
uma cerveja sobre uma mesa perto dele e recuou, como se ele fosse uma bomba em
perigo de explodir.

Banner estava esperando Ambrose em sua garagem quando ele voltou para casa,
mas ele não sabia mais o que fazer. Agora ele tinha a sensação de que estava fazendo
Ambrose se preocupar mais quanto mais tempo ele estava lá.

_ Não há outra maneira. Você tem que levá-la, Ambrose. Ninguém mais é bom o
suficiente, exceto Konstantin, e quando ele voltar, será tarde demais. - Ele passou a mão
pelo cabelo, não se importando se estava espetado em ângulos estranhos.
Ele desviou o olhar para a mais nova adição ao terreno, a cachoeira artificial que
despejava uma piscina em forma de lagoa. Era completamente ostensivo e fazia o quintal
de Ambrose parecer que ele esperava que uma escola de sereias aparecesse. Ele foi o
caso em questão de que dinheiro não comprava gosto. A configuração era bastante
bonita, mas se Ambrose algum dia se acalmasse com uma mulher, ela provavelmente
passaria muito tempo tentando fazer o lugar parecer elegante.
Essa mulher pode ser Kate, em breve.

_ Pare de reclamar. Eu disse ok. Vou encontrá-la e tentar sair com ela, então nós dois
podemos fingir que você não quer me matar toda vez que eu seguro a mão dela. Mas
pense. . . E se eu me apaixonar por ela e nos casarmos e tivermos filhos? Você vai ficar
no casamento e sorrir para o batismo e prometer ser o padrinho enquanto não quer
secretamente me matar? Isso vai estragar seriamente a nossa amizade.

As visões de Kate de branco, casando-se com um de seus dois melhores amigos,


tiveram que ser deixadas de lado antes que ele perdesse a cabeça.

_ Se vocês se apaixonarem, talvez essa bagunça na minha cabeça se acalme. Talvez


eu a supere se vir sua coleira no pescoço dela.

_ Mas eu não entendi! Por que minha coleira no pescoço dela está boa e a sua não?
"Escrava" é apenas uma palavra. Por que você não chama isso de outra coisa e a
mantém?

Ele ficou acordado a noite toda tentando se fazer bem com essa mesma ideia.

_ Esgueirar-me pela porta lateral não é como eu sou. Você está disposto a se curvar ao
que deseja de uma submissa, mas eu não. Não posso convencê-la a ser minha escrava
usando palavras bonitas para disfarçar isso, ou todo o nosso relacionamento será
baseado em mentiras. Ela não quer minha jaula. - Ele esfregou a testa.

_ Os sentimentos que tenho por ela não corrigem diferenças tão grandes.
Eventualmente, terminaria nosso relacionamento. Melhor reduzir nossas perdas agora,
antes que o verdadeiro sofrimento comece.

_ Porraaa. - Ambrose recostou-se na cadeira do pátio e tomou um gole de seu chá


gelado.

_ Você realmente a ama, não é?


Ele pensou no rosto dela, na expressividade dos olhos dela e, por um momento,
não conseguiu respirar. As coisas sobre as quais conversavam no escuro, nas primeiras
horas da madrugada, não tinham nada a ver com a maneira como seus corpos se
encaixavam ou com a maneira como ela respondia ao toque ou ao domínio dele.
Kate era uma mulher profunda e complicada, cuja alma estava cheia de reverência
pelas outras almas do mundo. Crueldade e maldade não faziam parte de sua
maquiagem. Seu espírito era animado e gentil, e seu humor e força de caráter brilhavam
nela, mesmo quando ela estava em silêncio. Seu espaço de trabalho no sótão estava
lentamente se enchendo de telas dela - dormindo, acordado, sorrindo, séria, radiante.
Ela se tornou sua musa e sua obsessão, e fez tudo por acidente.
Banner interrompeu seus pensamentos com um gesto impaciente. Ele chamou
sua atenção para o perfume limpo dela, que ainda se agarrava às roupas dele.

_ Vou trazê-la amanhã. Não há como você não a querer. Ela é perfeita pra caralho. Ela
vai se apaixonar por você da maneira certa. - Ele pegou a cerveja e engoliu metade dela.

_ Acabará antes que eu perceba. - Ambrose suspirou.

_ Você precisa descobrir como dobrar, imbecil. Você vai renunciá-la e se arrepender,
mas a essa altura será tarde demais.

_ É o melhor para ela. Ela precisa de alguém que a aprecie do jeito que é, sem querer
mudá-la.

Ele balançou a cabeça e olhou para a extensão verde de seu gramado parecido
com um parque.

_ Farei isso por você por enquanto, para mantê-lo são. Vou me agarrar a ela até você
puxar sua cabeça idiota da sua bunda. - ele apontou um olhar frustrado para Banner.

_ Só não me mate quando ela voltar para você ainda gritando meu nome, Puto.

***
O ar do final da tarde ainda era frio o suficiente para impedir que se sentissem
como se estivessem assando entre as árvores no final da propriedade de sua mãe. Rook
apertou os olhos apesar da sombra.

_ Eu realmente prefiro admirar o ar livre de dentro de casa. É como o meu próprio terrário
privado. - Eles tinham acabado de montar seus cavaletes, mas Rook provavelmente não
gostaria de ficar de fora por muito tempo.

Eles se estabeleceram e Banner tentou decidir qual parte da paisagem pintar. Ele
podia sentir Rook observando-o, mas estava ferido demais para ser uma boa companhia.

_ Qual é o seu problema hoje? Sinto como se estivesse falando comigo mesmo. - O
garoto riu, mas parecia preocupado. Ele era perceptivo demais para seu próprio bem, às
vezes.

_ Coisas de relacionamento. Desculpe, estou distraído. - Ele deu de ombros e


reorganizou seu espaço de trabalho pela segunda vez.

_ Nunca te vi tão bagunçado com uma garota. Provavelmente é bom para o seu enorme
ego. - Rook sorriu e Banner deu-lhe um empurrão amigável.

_ Sim, as coisas com ela estão feitas. Estou passando-a para Ambrose e depois posso
seguir em frente e deixar de ser uma perseguidor assustador. - ele mastigou a ponta de
um pincel e pensou nela tremendo sob as mãos dele, enquanto desenhava um pincel
sobre sua pele macia. Memórias assim desapareceriam ou o atormentariam a cada
segundo de cada dia?

_ Fazer ela namorar Ambrose vai resolver como você se sente sobre ela?

_ Shh. Claro que vai. - Rook balançou a cabeça com simpatia.

_ Se você acredita nisso, talvez seja você quem deva consultar o Dr. Clarke.

Aconselhamento? Não, obrigado. Hora de mudar de assunto.

_ Como está a escola? - A expressão de Rook passou de preocupada para fechada.

_ É a escola. Tenho certeza de que a faculdade será melhor. A que eu espero entrar
parece muito mais mente aberta.
_ As crianças podem ser idiotas. - Banner fez uma careta.

_ Se você precisar conversar, sabe como me achar. Não seja tímido, mesmo que seja
no meio do meu horário comercial ou no meio da noite.

Banner sentiu Rook pesando suas próximas palavras. O que o garoto estava
passando que era um segredo? Normalmente, ele contava tudo para ele.

_ Dr. Clarke quer me colocar em um estabilizador de humor.

Ele suspirou. Por que medicar uma criança porque a sociedade não a aceitava?
Rook não teve um distúrbio de humor, ele apenas teve que parar de lidar com pessoas
desprezíveis.

_ Bem, isso depende de você e da mãe. Você sente necessidade de um?

_ Eu não sei. Isso não me deixa em linha reta, e não faz as outras crianças me deixarem
em paz. - Ele encolheu os ombros.

_ Então eu tenho névoa e efeitos colaterais, e eles continuam sendo idiotas.

_ Exatamente.

_ Não estou mudando de escola novamente. Não funcionou da última vez. Haverá
homofóbicos no meu caminho pelo resto da minha vida. Eu só tenho que aprender a lidar
com eles.

Banner olhou para o garoto, tão pequeno para sua idade e tão sensível às pessoas
ao seu redor. Claro que ele tinha dinheiro agora, mas o dinheiro não consertava as coisas
mais importantes da vida. Havia mais alguma coisa que ele poderia fazer por ele que
não estava fazendo?

_ Pare de me olhar assim. Mudar-me para seu lugar e me educar em casa não vai
consertar nada. Eu não pertenço a uma bolha. Você vai me contratar para trabalhar para
você em casa quando eu crescer, para que nunca precise lidar com as pessoas? - Ele
se virou e desenhou algumas linhas ousadas de carvão em sua tela.

Ele observou o irmão caçula enquanto a paisagem brotava de sua mão na tela.
Apenas pretos e cinzas. Era engraçado como as situações em torno de sua mãe e seu
irmão o faziam se sentir impotente e irritado por razões completamente diferentes.
Rook riu sem humor.

_ Eventualmente, terei que sair de casa para alguma coisa e terei que lidar com a mesma
porcaria. Não há como esconder isso. Se eu fosse mais alto, conseguiria algum respeito,
mas ser pequeno, afeminado e gay? Eu sou um estereótipo ambulante. Embora eu lute
contra o estereótipo de que os gays sempre se vestem bem.

_ Você está me matando. Por que você não faz aulas de autodefesa? Eu poderia
contratar um guarda-costas para certas partes do dia, se você acha que isso ajudaria. -
Ele agarrou Rook em um abraço de um braço quando seu carvão deixou o papel e apoiou
o queixo na cabeça do garoto.

_ São apenas comentários agora, Banner. As pessoas não são atacadas tanto por aqui.
É assim que eles param de falar quando você entra em uma sala e as palavras que você
ouve sussurram nas suas costas. Um guarda-costas não pode parar a fofoca. A
autodefesa não funciona contra as palavras.

_ Mas você tem Dylan. E eu.

_ Sim, e Ambrose e Konstanin. Meadow não está pronta para eu ir com ela, eu não acho,
mas o coração dela está no lugar certo. Eventualmente, eu direi a ela. E mãe, bem, eu
não sei se ela pode lidar com mais agora. Sua vida precisa ser fácil e feliz.

Banner suspirou e o soltou quando começou a se afastar.

_ Só quero que você se lembre de que estou do seu lado, não importa o quê. Se precisar
conversar ou precisar de ajuda, ligue para mim.

Ao redor deles, os pássaros cantaram. Uma máscara estranha e alegre se


encaixou no rosto expressivo de Rook.

_ Eu não posso confiar em você para sempre. Não se preocupe comigo. Eu sou o mestre
do meu próprio destino.

Rook voltou ao seu trabalho. O sol estava quente na clareira, mas algo sobre o
comportamento do garoto esfriou Banner até os ossos.
Capítulo 13

Passado o fosso pós submissão severa. Mesmo após a garantia de Banner de que era
normal e que Kate não estava quebrada, ainda levou alguns dias para a nuvem pesada
levantar.
Hoje, ela estava começando a se sentir mais como ela mesma. Enquanto
procurava algo em seu armário, sentiu uma sensação de otimismo pela primeira vez em
algum tempo.
Banner havia marcado um encontro com seu amigo, Ambrose. Bem, era mais uma
coisa de grupo, porque ela insistiu que Banner viesse. Até encontros regulares às cegas
eram estranhos e ela não queria ir sozinha. Banner teve a gentileza de concordar, mesmo
que ele parecesse hesitante. Deve ser estranho para ele também, mas se eles
continuarem sendo amigos, ele terá que lidar com isso. A idéia de "apenas amigos"
diminuiu um pouco o humor, mas ela vinha dizendo a si mesma várias vezes que era
melhor para os dois.
Todos os anos, a cidade organizava uma feira de colheita pouco antes do Dia de
Ação de Graças. No ano passado, o inverno havia chegado cedo, então todos se
juntaram e beberam cidra quente enquanto passeavam pelas tendas ao ar livre cheias
de produtos caseiros. Felizmente, hoje o sol estava brilhando e estava excepcionalmente
quente.
Enquanto ela empurrava cabides de roupas de lado, ficando frustrada com suas
opções limitadas, ela percebeu o quanto de uma garota ela estava sendo. Parecer
perfeita era tão importante? Quais eram as chances de as coisas funcionarem de
maneira diferente com Ambrose do que os outros caras que Banner a apresentou? Eles
eram legais, mas não havia faísca, nenhum sinal de química. De fato, o tempo todo em
que ela conversou com eles, tudo em que ela conseguia pensar era em Banner.
Ela suspirou em resignação. Talvez fosse bobo e feminino, mas importava para
ela como ela estava. Quente para novembro ainda equivalia a precisar de um suéter. Ela
pegou um verde que combinava com seus olhos, depois vestiu um par de jeans e zíperou
botas marrons altas sobre eles. Depois de um olhar no espelho, ela começou a puxar o
cabelo para trás em um rabo de cavalo e depois parou. Usar os cabelos para trás era
instintivo, mas Banner gostava mais. Mesmo ao encontrar seu amigo, ela ainda sentia
vontade de agradá-lo.

_ Argh. O que há de errado comigo?

O reflexo dela não tinha resposta.


Depois de dizer um adeus rápido a Pixie, ela pegou sua bolsa e saiu pela porta.
Procura por Dom, take quatrocentos e um.
O recinto de feiras na praça central movimentava-se com compradores, famílias
e casais para passear. O cheiro de rosquinha de sidra a atingiu assim que ela saiu do
carro. Seu estômago roncou. Talvez pular o café da manhã tenha sido uma má ideia,
mas sua barriga estava tremendo de nervos a manhã inteira.
Banner foi fácil de encontrar do outro lado da praça. Ela acenou e ele a viu sorrindo
de um jeito que fez seu coração pular.
Não não não. Ela não deveria estar olhando para ele. Ela deveria estar checando
o amigo dele!
Ela desviou o olhar para o homem andando ao lado de Banner. Como ela não o
viu pela primeira vez foi um mistério. Ele era pelo menos duas polegadas mais alto que
Banner e cerca do dobro da espessura. Seu corte curto e braços tatuados o fizeram
parecer militar ou criminoso. Engolindo em seco, ela esperava pelo primeiro.
Quando eles se aproximaram, ela olhou nos olhos do amigo, procurando pistas
sobre que tipo de pessoa ele era. Ele encontrou o olhar dela, firme a princípio, depois
seus olhos se enrugaram um pouco nos cantos. O azul brilhante era um forte contraste
com o olhar endurecido do resto dele.

_ Ei. - disse Banner.

Instintivamente, ela foi abraçá-lo. Quando ele a abraçou e depois beijou sua
bochecha, ela percebeu que poderia ter sido um erro. Deveria estar lhe mostrando
carinho, mesmo como amigo, diante de um possível encontro? Deus, ela chupou com
isso.
Sentindo-se insegura, ela se virou para Ambrose e sorriu timidamente.

_ Oi. Eu sou a Kate

Ele estendeu a mão, que ela apertou.

_ Ambrose. Eu ouvi muito sobre você.


O sorriso sexy que acompanhava sua declaração a fez corar. Quão próximos
eram os dois e quantos detalhes Banner havia dito a ele? Ótimo. Agora ela se sentia
estranha e vulnerável. Isso estava indo bem.

_ Como você está? - perguntou Banner.

_ Com fome.

_ Aha - a expressão de Ambrose se iluminou.

_ Uma garota que gosta de comer? Esse é o meu tipo de mulher.

_ Isso significa que você não gosta de bonequinhas? Porque não pretendo morrer de
fome por um homem.

_ O tamanho do corpo não importa. Eu apenas gosto de mulheres. Mas quando eles
gostam de uma boa refeição comigo, tanto melhor. - Ele se inclinou e sussurrou.

_ Não conte a ninguém, mas sou um pouco esnobe.

Ela sorriu, encantada por ele já.

_ É verdade. - Banner revirou os olhos.

_ Ele é tudo sobre a merda chique. Caracóis e lagosta e tudo.

_ E quanto aos donuts de cidra? - ela perguntou com um olhar de soslaio.

Ele encolheu os ombros.

_ Nunca experimentei. Toda vez que a feira acontece, estou fora a negócios, então essa
é a minha primeira vez.

_ Você nunca comeu um donut de cidra? - ela quase gritou.

_ Bem, o que estamos esperando? Você não pode viver mais um segundo sem um.

Ele riu e disse a Banner:

_ Eu já gosto dela.
Seu nariz a levou ao estande onde a padaria abrira uma loja de donuts
improvisada. Bandejas de rosquinhas açucaradas esperavam para serem devoradas. A
boca dela já estava com água.
Ela foi pedir, mas Ambrose entrou antes que pudesse.

_ Vou levar uma dúzia.

Quando ela abriu a boca para se oferecer para pagar, Ambrose acenou com ela.
Alguns momentos depois, cada um deles tinha um na mão.

_ Coma. - ela disse para Ambrose.

_ Vamos ver se eu te guiei direito.

Ele deu uma mordida, conseguindo encaixar quase tudo em uma bocada. Seus
olhos se estreitaram enquanto ele pensava em uma resposta, como se ele fosse um
crítico de comida em um restaurante chique. Ela teve que rir de sua expressão
exagerada.

_ Hmmm.

_ Vamos. - ela disse.

_ Você não pode odiar. Se você odeia, este encontro acabou. - assentindo, ele engoliu
a mordida.

_ É delicioso.

_ Te disse!

_ Seriamente. - ele disse, enfiando o resto na boca.

_ Provavelmente, o café da manhã com melhor sabor que já tomei. Eu compraria mais
três dúzias, mas depois não me caberia mais nas minhas calças.

_ Vale a pena engordar algumas coisas. - Ela deu uma mordida na dela.

Banner se manifestou.
_ Vou levar um pouco para Rook. O garoto tem um gosto por doces, assim como nosso
pai.

Ela quase esqueceu que ele estava lá. Sentindo-se culpada, ela se virou para dar-
lhe alguma atenção também.

_ Essa é uma boa ideia. Como ele está, afinal?

Ele encolheu os ombros.

_ Parece que algo está acontecendo. Eu tenho visitado mais vezes, apenas para que ele
saiba que estou por perto para conversar. - Ele franziu a testa.

_ Eu me preocupo com ele.

_ Eu sei. Mas você é um ótimo irmão e ele tem sorte de ter você.

Ambrose pegou outro donut da bolsa e estendeu para ela. Ela queria muito, ainda
com fome de ter pulado o café da manhã, mas hesitou.

_ Eu provavelmente não deveria.

_ Vamos. - ele disse, acenando na frente dela.

_ Eu sei que você quer.

Rindo, ela pegou o donut.

_ Você é mal. - os olhos dele escureceram em um instante.

_ Você não faz ideia.

O clima mudou e a sensação engraçada que ela teve quando Banner agiu
dominante rastejou em sua barriga, fazendo-a congelar no lugar. Ela não estava mais
com fome de rosquinhas.

_ Hum. - Ela limpou a garganta.

_ Então você trabalha com o que?


Ambrose sorriu, parecendo gostar de fazê-la se contorcer. Ela não sabia dizer se
aquilo a irritava ou a excitava. A coisa toda da sub-gota ainda a mantinha desequilibrada.

_ Estou no negócio de remessas.

_ Ah. - ele riu de novo.

_ O que?

_ É um encerrador de conversa. Ninguém nunca me pergunta mais nada.

_ Oh. - A culpa tomou conta dela e ela franziu a testa.

_ Desculpe. Eu simplesmente não sei...

_ Não se desculpe. É um trabalho chato, e é ainda mais chato falar sobre isso. - ele olhou
em volta para as tendas.

_ Preciso de uma bebida.

_ Sidra!

_ Agora você está falando. - ele disse com um sorriso.

_ Sidra alcoolica?

Ela olhou ao redor dos estandes. Mesas foram arrumadas com assados e
caseiros, mas ela lembrou que no ano passado havia uma barraca de cerveja.

_ Eles têm isso em algum lugar por aqui. Embora eu goste de cidra quente.

Ele apontou para longe da cabine de donuts.

_ Vamos encontrar algumas, então.

Seu sorriso genuíno, comportamento fácil, mas um toque de domínio fez de


Ambrose a partida mais provável até agora. Banner tinha bom gosto nos melhores
amigos.
O pensamento enviou um lembrete, e ela se virou, sentindo-se mal por Banner.
_ Você vem? - Ela perguntou a ele.

_ Uh. - Ele passou a mão pelos cabelos e depois balançou a cabeça.

_ Nah. Vou procurar os raviolis frescos de Meadow. Eu te encontro mais tarde.

Ele provavelmente estava apenas dando a eles espaço para serem educados, o
que a fez lamentar que ela o pressionou a vir. Ela não queria fazê-lo se sentir como o
step. Honestamente, ela pensou que Ambrose a aborreceria e com isso acabaria saindo
com Banner. Mas Ambrose era divertido, doce e quente. Ela queria conhecê-lo melhor,
se não por outro motivo, isso iria tirar sua mente de Banner. Talvez se jogar nessa
situação com Ambrose fosse uma má idéia, mas ficar sentada em torno de seu
apartamento pensando sobre o Sr. Perfeito, não querendo ela, não iria consertar nada.
Ela estudou o rosto de Banner por um momento. Ela pensou ter visto um olhar
fugaz de mágoa, mas desapareceu em um instante, e ele lhe deu um sorriso
tranquilizador.
Talvez ele não estivesse bem, mas ela também não. Foi idéia dele, então foda-se
se ele estava chateado com isso.
Kate assentiu e saiu com Ambrose, determinada a se divertir e secretamente
esperando que Banner voltasse para recuperá-la.
Ele não fez.
Eles passaram a manhã provando a comida que a feira tinha para oferecer. Ela
ficou surpresa com o quanto estava se divertindo com Ambrose. Ele era fácil de estar,
fácil de gostar. Se não fosse o tamanho dele, ela não sentiria a mesma quantidade de
perigo que havia com Banner, mas havia indícios de domínio - o suficiente para manter
seu interesse.
Talvez fosse isso o que deveria acontecer o tempo todo. Ambrose parecia uma
combinação melhor.
No fundo de sua mente, Banner estava lá com aquele olhar rejeitado no rosto.
Mas isso fora ideia dele. E ela sabia que ele a queria com alguém em quem confiava, em
vez de um Dom falso que ela poderia encontrar em um clube.
Ambrose era seu melhor amigo. Se eles clicassem, ele ficaria feliz por eles.
Certo?

***

Ela foi à feira com fome e saiu tão cheia que tinha certeza de que não iria comer
por uma semana. Torta de maçã, massa frita, cannolis fresco, maçãs carameladas - foi
incrível que o botão não tivesse saído do jeans e se dobrar no carro era desconfortável.
Eles nunca encontraram Banner novamente, mas Ambrose a manteve distraída.
O tráfego para a cidade deu-lhe tempo para avaliar o dia.
O homem poderia comer! O que a fez não ter vergonha de tentar tudo também.
Ele parecia gostar que o apetite dela quase pudesse acompanhar o dele. Ele a chamou
de Amiga de Comilança, e eles tinham planos de comida vietnamita no fim de semana
seguinte. Na casa dele.
E se ele quisesse jogar imediatamente? Ela estava pronta para isso? Ela pensou
em brincar com Ambrose, mas Banner continuou substituindo-o em seus pensamentos.
Era Banner que ela queria, mas ele estava determinado a se livrar dela. A rejeição
ainda doía, mesmo que as razões fizessem sentido. Os sentimentos geralmente não
eram muito sensíveis.
Ela afastou os pensamentos e fingiu que Banner nunca tinha acontecido. Fazendo
de conta que conheceu Ambrose por acaso no mercado, ela pensou no próximo
encontro.
Ela se perguntou em que tipo de coisas ele estava metido. Banner havia dito a ela
que suas dobras estavam alinhadas, mas ele também mencionou que Ambrose não era
tão rigoroso e tinha uma fraqueza por malcriadas.
Ela era uma?
Um arrepio percorreu sua espinha enquanto ela sonhava com o que eles poderiam
fazer na privacidade de sua casa.
Na cabeça dela, eles estavam na masmorra de Banner. Ela nunca esteve em
outras masmorras, então a maioria de suas fantasias aconteceu lá.
Se ele gostava das mesmas coisas que Banner, ele a amarraria? Usaria a boca
dela? Sussurraria ameaças desagradáveis em seu ouvido?
Ela estremeceu.
Uma imagem se formou em sua mente. Ela estava de quatro na cama de Banner
enquanto alguém se arrastava atrás dela. Chorando, ela se perguntou se ele estava
ficando lubrificado.
Ambrose insistiria querer o rabo dela como Banner queria? Um homem apareceu
atrás dela, acariciou suas costas, fazendo-a arquear como um gato e ronronar.

_ Aqui está minha gatinha. - ele disse, a voz rouca e sedutora.

Mas era a voz de Banner.


Porra.
Ela balançou a cabeça e colocou Ambrose lá em seu lugar. Seu clitóris formigava,
e ela desejava ter acesso ao seu vibrador. Em cinco minutos ela estaria em casa e
poderia cuidar dessas coisas. Ela se contorceu em seu assento. Não há mal nenhum em
fantasiar para se preparar.
Ambrose caminhou em torno de seu corpo carente e depois colocou um dedo sob
o queixo para forçá-la a olhar para ele. Apenas o rosto de Banner estava lá quando ela
inclinou a cabeça para cima.
Ugh!

_ Saia da minha cabeça! - Ela forçou Ambrose de volta à cena.

_ Você é uma boa gatinha ou uma gatinha ruim? - ele sussurrou.

_ Hum.

Ele moveu a mão para o cabelo dela e o puxou.

Na vida real, uma onda de calor inundou sua vagina. Sua calcinha provavelmente
estava encharcada. Oh, ela era uma gatinha ruim, tudo bem.
Um carro buzinou e ela olhou para cima, percebendo que estava sentada em um
sinal verde. Mortificada, ela limpou a cabeça e se concentrou em dirigir o resto do
caminho de casa. Seu clitóris ainda doía quando ela chegou ao estacionamento do
condomínio. Vibrador foi uma obrigação. Mas primeiro, ela queria mandar uma
mensagem para Banner. Talvez alguma resolução o tirasse de suas fantasias.
Ela pegou o telefone e escreveu:

_ Ambrose é ótimo. Obrigado pela conexão!

Ela esperou um momento para ver se haveria uma resposta. Quando não chegou,
ela suspirou e caminhou até a porta. Pixie precisaria sair, então seus planos de vibrador
teriam que ser adiados. Na verdade, quando ela se acalmasse em casa, o clima acabaria.
Ela odiava quando isso acontecia.
O alerta de texto dela soou quando ela passou pela porta. Era Banner.

_ Estou feliz que você tenha se dado bem. Ele é um cara legal. Você pode confiar nele.

Mas talvez eu não queira um cara legal, ela quase escreveu. Talvez eu queira
você.

Uau. De onde isso veio?


Sentindo-se confusa e ainda um pouco excitada, ela colocou a bolsa no balcão.
Provavelmente não era sensato enviar uma mensagem de volta para ele agora. Não com
seus sentimentos todos fora de sintonia. Talvez a sub-gota ainda a estivesse afetando.
Ela olhou para Pixie, e Pixie olhou para ela.

_ O que há de errado comigo, Pixie? - ela bufou.

_ Você é tão cheia de sabedoria, sabia disso?

Talvez ela devesse parar de conversar com cães e conversar com Janine. Mas o
que ela poderia dizer?

Não consigo parar de fantasiar com um cara, mas estou saindo com o melhor
amigo dele?
Elegante.
Talvez ir a algum lugar com Ambrose afastasse Banner de sua mente e o
substituísse em suas fantasias. Sim. Isso soou bem.
Ela pegou o telefone e mandou uma mensagem para Ambrose dessa vez.

_ Mal posso esperar pelo próximo fim de semana. O que eu devo vestir?

Isso deve ser um bom começo.

Capítulo 14

_ Você parece uma merda.


De seu poleiro no bar do café da manhã, Rook observou Banner quebrando ovos
na frigideira. O garoto não parecia muito melhor, com os cabelos desgrenhados,
despenteados e olheiras sob os olhos. Ele deveria começar a desligar a internet depois
da meia-noite para dormir mais?

_ Cuidado com a língua.

Banner franziu o cenho para os ovos como se eles o tivessem ofendido


pessoalmente.

_ Você foi quem me ensinou a xingar.

_ Ponto pra você.

Ele estava feliz por ter o irmão como uma distração para o fim de semana, mesmo
que ele fosse muito perspicaz. Ele tentou não olhar para a mesa de café da manhã, mas
era difícil evitar com o garoto sentado lá.
Banner estava evitando essa parte da cozinha porque o fez pensar em Kate. Isso
o lembrou de arrastá-la para fora do balcão e a macular no chão da cozinha. A maneira
como ela olhou para ele, a suavidade de sua pele, seu perfume, as cócegas de seus
cabelos em seu rosto quando ela estava perto. A Kate em sua mente o beijou, e ele
quase podia ouvir a batida desagradável de seu coração patético.
Durante semanas, ele tentava dizer a si mesmo que era o melhor. Que ela merecia
ter seus próprios desejos satisfeitos, em vez de ser forçada a se submeter aos dele, que
ele não a queria de qualquer maneira - mesmo que o desânimo que ele sentia o tornasse
um artista melhor. Era tudo besteira. Ele a queria de volta. Ele queria ser egoísta, dirigir
até a casa de Ambrose e arrastá-la para fora de lá. Para lembrá-la quem a possuía.
Mas ele não fez.
Em vez disso, ele sofreu ligações e visitas de Ambrose e Kate, cantando elogios
um ao outro e agradecendo a ele por apresentá-los. Eles eram perfeitos um para o outro.
Kate era a melhor submissa que Ambrose já havia treinado. Ambrose era exatamente o
tipo de Dom que ela estava procurando. Ele era inteligente, engraçado e charmoso, e se
ela desse ao idiota mais um elogio, Banner teria que odiá-lo por princípio. Seria
terrivelmente inconveniente, já que ele se prometeu que a coisa de Kate não afetaria a
amizade deles.
Um homem não deveria ter medo de ouvir seu melhor amigo, mas toda vez que
seu telefone tocava ultimamente, isso causava estragos em Banner.
Eles provavelmente estavam fodendo como coelhos, e se Ambrose tivesse
descoberto como explorar sua veia submissa, eles deveriam estar delirantemente felizes.
_ Os ovos deveriam estar soltando fumaça assim?

_ Porra. - Banner colocou a comida arruinada na lixeira e recomeçou.

Rook deu a volta no balcão e pegou a espátula da mão.

_ Aqui, deixa eu. - Silenciosamente, Banner entregou a tarefa e sentou-se no balcão.

_ Você precisa falar com alguém. Eu sei que você não quer me dizer o que está
acontecendo, mas está uma bagunça. Ela era gostosa e incrível e você a conectou com
Ambrose. Movimento estúpido, mas seja qual for, a escolha é sua. - Rook virou os ovos,
depois colocou pão na torradeira.

_ O que você fez aqui é terminar as coisas com uma garota de quem você é louco e fez
com que não pudesse chorar no ombro do seu melhor amigo.

_ O que você sugere que eu faça, Dr. Clarke? - Talvez o garoto estivesse passando
muito tempo com o terapeuta.

_ Sério? Você está pedindo a um garoto gay de quatorze anos a opinião dele sobre sua
vida amorosa heterossexual de vinte e poucos anos. Isso é muito triste. Eu estou
apaixonado por um cara. Provavelmente não sou sua melhor aposta em conselhos.

Quando a torradeira estalou, Banner untou a torrada e Rook colocou os ovos nos
pratos. Eles eram uma máquina bem oleada.

_ Posso dizer que você não está dormindo. - Rook deu de ombros e entregou um garfo
a Banner.

_ Acho que você precisa de aconselhamento.

_ Para esquecer uma garota? Isso acontece com as pessoas o tempo todo. Eu só preciso
superar isso. - Ele temperou seus ovos sob o olhar atento de Rook. Muito sal lhe daria
uma palestra.

_ Para não superá-la. Para descobrir por que você acha que não é bom o suficiente para
ela.
A boca de Banner ficou aberta, esperando a próxima mordida de ovo, que havia
parado parcialmente na boca dele.
Ele pensou em seu tempo com Kate. Ele sabotou as coisas de propósito, para ela,
mas havia algo no que Rook estava dizendo? Claro, o pai dele era todo negócio e a mãe
o rejeitou, mas ele estava bem com isso, certo? Ele era um empresário de sucesso, com
amigos leais e um irmão incrível. As pessoas gostavam dele.
Então, por que ele ainda estava solteiro?
Ele tinha necessidades sexuais intensas e específicas, mas outras pessoas
conseguiram encontrar parceiros cujas dobras correspondiam bem o suficiente. Ele
achava que estava em paz consigo mesmo e com as suas tendências, mas talvez
houvesse alguma vergonha por trás disso tudo. Um núcleo duro de dúvida que o fez
pensar se deveria sujeitar alguém a ter que lidar com suas demandas e perversões a
longo prazo.
Talvez houvesse algo seriamente errado com ele.
Banner balançou a cabeça e continuou comendo. Não faz sentido psicanalisar a
si mesmo enquanto seus ovos esfriam.
Ele olhou para Rook, que o observava com uma expressão preocupada.

_ Estou bem. Pare de me olhar assim. - Ele terminou o último pedaço e levou o prato
vazio de Rook para a pia.

_ Agora, tome banho e coloque algo legal. Você é meu encontro na galeria de arte esta
tarde.

Rook se levantou e riu sarcasticamente.

_ Certo. Vá duro com as distrações, Banner. Você pode tentar esconder tudo o que
quiser. Eu ainda te vejo.

***

Um baque em sua mesa alertou Banner sobre o fato de alguém ter entrado
despercebido. Quando ele olhou para cima, Belle estava lá, e uma xícara de café
descartável fumegante estava sentada no meio de sua área de trabalho.

_ O que?
_ Chocolate quente. Você vai beber isso agora. Mais tarde eu vou te trazer o almoço. -
Ela ficou com as mãos nos quadris, a testa franzida. Por que todo mundo estava olhando
para ele assim ultimamente?

_ Você não precisa tomar conta de mim. Eu sou um homem adulto. - ele resmungou.

_ Você é um homem crescido e com o coração partido. Você tem sorte de não lhe trazer
uma banheira de Häagen-Dazs. - ela bateu no pé.

_ Que sorte isso tem? - ele sorriu e ela sorriu de volta, mas a preocupação não deixou
sua expressão.

_ Quando as coisas terminaram entre Gavin e eu, você foi minha babá por meses.
Lembra daquilo?

Ele não percebeu que isso a impressionou, porque ela estava uma bagunça.
Gavin tinha sido abusivo na fronteira, então Banner ficou feliz por ter passado por tudo
bem. Felizmente, as coisas entre Belle e Shannon eram muito mais felizes e mais
amorosas. Belle merecia estar com alguém que a apreciava.
Ela deu a volta na mesa e o abraçou. Ele suspirou e a deixou. Como ela sempre
sabia o que ele precisava? A culpa pelo fato de que ela o carregava no trabalho por
quase um mês tentou se amontoar, mas espero que o aumento que ele deu a ela deixe
que ela saiba o quanto ele a apreciava. Da porta, Tanja pigarreou.

_ Ambrose está aqui, senhor. Ele está se perguntando se você está em uma reunião.

Tanja estava cobrindo para ele também, quanto mais ela trabalhava lá. Ela mentiu
para Ambrose sobre ele estar em reuniões algumas vezes. Não era algo de que ele se
orgulhasse, mas a autopreservação havia surgido. Ambrose falou tão incessantemente
sobre Kate que era óbvio que ele estava apaixonado. Isso fez Banner querer jogar coisas
na cabeça dele.
Ele olhou para Belle, que o soltou e fez uma careta. Ela sabia que algo estava
acontecendo com Ambrose, mas não precisava dos detalhes sangrentos.

_ Diga a ele para entrar, por favor, Tanja.

A garota assentiu e voltou para a área da recepção. Ele se preparou para a


reunião do Kate Fanclub. Belle dirigiu-se para a porta, murmurando algo sobre Häagen-
Dazs com massa de biscoito.
Ambrose entrou na sala sorrindo como um idiota e se esparramou na cadeira em
frente a Banner.

_ Onde você está se escondendo, idiota? Eu tenho enviado mensagens para você a
manhã toda.

_ Reuniões. - Banner resmungou.

_ Você nunca trabalha?

_ Entreguei temporariamente a maior parte do meu trabalho a Augustine. Ele também


precisa saber como administrar a empresa.

O irmão de Ambrose, apenas dois anos mais novo, era como uma versão mais
clássica e reservada de Ambrose. Ele era mais adequado para ser o gerente financeiro,
mas Ambrose estava determinado a dar ao garoto a maior responsabilidade possível.

_ O que, caso você torça o pau e não possa trabalhar? - Maneira de procurar informações
que você não quer ouvir, idiota.

_ Mmmm. Poderia acontecer, eventualmente.

_ Ainda não? - Porra. Era como cutucar um dente dolorido. Doeu como o inferno, mas
ele não conseguiu se conter.

_ Na verdade, foi sobre isso que eu vim falar com você. - Claro. Droga. Ambrose
levantou-se e fechou a porta, depois recuperou a cadeira. Ótimo. Esta visita estava cada
vez melhor.

_ Sei que faz apenas um mês e o treinamento de Kate está indo muito bem, mas acho
que está parado. - ele coçou a cabeça.

_ Ela é uma sub dos sonhos, na verdade. Ela faz qualquer coisa que eu pedir sem
reclamar. Claro, ela moleca às vezes, mas você sabe que eu gosto disso.

Visões de Kate dando a Ambrose um boquete no estacionamento do mercado do


fazendeiro vieram à mente. Ele sabia que os dois tinham um encontro permanente para
ir lá todo fim de semana, sem mencionar o fato de terem ido juntos a quase todos os
restaurantes elegantes da cidade.
Ele deveria tê-la levado para um encontro ou algo assim, quando ele teve uma
chance. Era tarde demais para isso agora. Felizmente, Ambrose era mais cavalheiro com
ela do que ele tinha sido.
Ele segurou portas para ela? Ele trouxe flores para ela? Ou ele a fodeu enquanto
os garçons não estavam prestando atenção?

_ Você está bem?

_ Acho que estou pegando um resfriado ou algo assim. - Talvez essa explicação cubra
o calor ciumento que ele pode sentir subindo pelo pescoço.

_ Isso é péssimo. - Ambrose fez uma careta.

_ Então, ela se ajoelha como profissional, conhece as posições que eu quero que ela
saiba, caminha ao meu lado, faz um bom contato visual, presta atenção nas minhas
sugestões.

Porra, o que Ambrose estava fazendo com ela? Ela queria ser submissa, não
escrava.

_ Eu posso imaginar um pouco disso como um balão de descontentamento. - Banner


tentou não parecer irritado, mas ele realmente deveria estar prestando mais atenção às
necessidades da garota.

_ Submissa, não escrava. Por isso eu a dei a você, lembra?

_ Sim, isso é principalmente o que ela aprendeu com você, idiota. Normalmente, não sou
tão cuidadoso com o protocolo.

Ela ainda estava fazendo as coisas que ele havia lhe ensinado?

_ Guardei um pouco do seu trabalho. Qual é o problema?

Ambrose chupou os dentes brancos e inclinou-se para a frente na cadeira.

_ Ela não está . . . entregando-se completamente. Você sabe o que eu quero dizer? Eu
posso senti-la segurando.

A esperança traidora brotou em seu peito. Talvez ela não gostasse de Ambrose
tanto quanto dizia.
_ Ela estava fazendo isso comigo também. Talvez você também não seja o cara certo
para ela.

Eles se entreolharam em silêncio até que se tornou desconfortável.

_ Então agora você quer que eu a entregue a Konstantin para ver se eles se dão bem?
- A expressão de Ambrose ficou branda. Com ele isso significava raiva. Suas tripas
torceram. A inveja o fazia dizer coisas estúpidas.

_ Bem não. Eu . . .

_ Só porque você é preguiçoso e egocêntrico, não significa que vou desistir dela também.
- Ambrose disse calmamente. Palavras de luta.

_ Chutar uma nova submissa de lado porque ela não aprende rápido o suficiente é cruel.
Não é o comportamento que eu esperava de você, dentre todas as pessoas.

_ Não foi assim! - Era isso que Ambrose estava pensando?

_ Eu te disse, ela precisa de alguém que não seja tão extremo. A ideia de ser escrava a
horroriza. Você forçaria uma garota pela qual você estava apaixonado a experimentar
suas dobras, se ela não gostasse? Kate merece mais consideração do que isso. - Ele
odiava o jeito que sua voz tremia quando ele disse o nome dela, mas talvez Ambrose
não notasse.

_ Ela é uma mulher adulta. Por que você não a deixou decidir por si mesma? - Ambrose
ficou quieto novamente, estudando-o.

_ Você quer saber? Eu realmente gosto de Kate. Eu gosto de dominar ela.

Isso arrancou o vento dos pulmões de Banner.

_ Não consigo ouvir detalhes. Por favor. - Ele levantou as mãos e Ambrose olhou para
ele.

_ Ainda é cedo no meu relacionamento com ela. Eu não estou apaixonado por ela. Ainda.
E duvido que ela esteja apaixonada por mim. Ambrose suspirou e balançou a cabeça.
_ Por que você não conversa com ela e tenta resolver isso? Você está sendo um idiota.
O que aconteceu com suas habilidades interpessoais?

_ Eu não sou bom o suficiente para ela. - Banner deixou escapar. As sobrancelhas de
Ambrose se ergueram.

_ Uau. Porra. De onde diabos você tirou isso?

_ Rook.

Várias emoções registradas no rosto de Ambrose em sucessão. Principalmente


confusão e descrença.

_ Seu irmãozinho, o garoto que te idolatra, disse que você não era bom o suficiente para
Kate?

_ Não. Ele disse que acha que foi por isso que eu a dei a você. Que eu acho que não a
mereço. Talvez ele esteja certo. - Banner envolveu as mãos em torno da xícara de
chocolate quente e percebeu que suas mãos estavam frias.

_ Vê? Agora isso é o amor falando. É um amor louco e assustador. Mas é amor. Você
pode trabalhar na sua merda. Ela é uma garota paciente.

Banner considerou isso, mas a verdade era que a porcaria dele não deveria ser
problema dela. Ela era conselheira, mas não era justo esperar que ela fosse conselheira
dele.
Ele lutou por palavras, mas desenhou um espaço em branco.

_ Se você ama alguma coisa, liberte-a.

Ambrose rosnou exasperado. Ele amassou um pedaço de papel e jogou no rosto


de Banner. Ele ricocheteou e caiu no colo dele.

_ Oh, pelo amor de Deus. Você está certo. Você é um idiota. Você não a merece.

Banner levou a mão ao peito, sentindo como se tivesse sido esfaqueado.


Ambrose empurrou a cadeira para trás, levantou-se e saiu.
Capítulo 15

_ Isso é bom. Agora abra-as mais. - Ambrose se abaixou e bateu na coxa com o dedo
indicador.

Kate revirou os olhos, mas obedeceu. Quanto tempo eles estavam fazendo isso?
Posições, protocolo, forma. Ela sentiu como se estivesse na porra da aula de balé ou
algo assim. Até Banner não era tão exigente. Por que parecia que Ambrose estava
parado? Eles ainda nem haviam tocado. Sem sexo, sem escravidão, nem mesmo com
palmadas. Porra, ela nem tinha tirado a roupa na frente dele ainda! O homem era um
eunuco?
Ambrose assentiu em aprovação, depois recostou-se na poltrona, deixando-a no
chão acarpetado.

_ Você é uma aprendiz rápida.

_ Fazemos apenas um mês. - ela murmurou.

Ele não a ouviu, ou pelo menos fingiu não ouvir. Ela esperou, impaciente, pelo
seu próximo comando, tentando o seu melhor para parecer sexy e desejável. Com
Banner, grandes olhos de corça sempre funcionavam. Ela olhou para ele, arregalando
os olhos e mordeu o lábio. Ele pareceu interessado por um momento. A esperança
floresceu. Mas então sua expressão ficou em branco novamente e ele disse:

_ Você me tira um refrigerante da geladeira, amor?

Os ombros dela caíram e ela reprimiu um suspiro decepcionado. Ela não se


inscreveu para ser uma assistente de serviço, mas pelo menos era algo a fazer.

_ Sim sua Majestade. - ela resmungou quando se levantou do chão.

A observação sarcástica seria punida com Banner. É claro que, com Banner, ele
não estaria perdendo tempo juntos para que ela o trouxesse bebidas. E se ele tivesse
pedido por algum motivo, ela não achou que se importaria.
Ambrose apenas riu com sua malcriação. Ela lançou-lhe um olhar, na esperança
de conseguir uma reação dele, algo, qualquer coisa. As coisas ficaram obsoletas entre
eles rapidamente. Eles tiveram química para começar. Ele era Dommy como Banner
dissera, mas eles nunca fizeram nada. Foi apenas instrução. De novo e de novo. Ele
apontou todas as formas, todas as posições, todas as ações. A frustração estava
aumentando. Se ela não se masturbasse com pensamentos sobre Banner quase todas
as noites, já teria morrido de tédio.
Ela voltou à sala para ver a TV ligada e lutou contra o desejo de jogar a garrafa
de Jennings Cola na cabeça dele. Por que ele não queria fazer sexo? Ela não era
atraente? Ela cheira mal?
Suspirando, ela se ajoelhou no chão. Ambrose estava assistindo o canal da
natureza. Algo sobre comunidades de formigas.
Não acredito que depilei minhas pernas por isso.
Ele bebeu vinho e jantou com ela. Ele era charmoso, engraçado e muito gostoso.
Nas primeiras duas semanas, ele a levou a seguir suas regras e as posições que preferia
para suas submissas. Ela fez exatamente o que Banner havia ensinado a ela, respeitou
a resistência mínima, agiu de forma submissa, perguntou o que deveria vestir. Mas então
as coisas simplesmente pararam. Ambrose não era tão controlador quanto Banner, que
era exatamente o que ela queria. Ou então ela pensou que queria.
Mas agora ela ansiava por domínio. E não na forma de quantos centímetros de
distância seus joelhos deveriam estar quando ajoelhados. Ela queria uma mão áspera
no cabelo. Ela queria se inclinar sobre alguma coisa e ser ameaçada. Ela até queria ouvir
o som de um cinto sendo puxado de suas alças. Ela quase podia cheirar o couro, ouvir
os passos ameaçadores de Banner enquanto ele caminhava em sua direção.
Ambrose se parecia mais como seu professor do que seu Dom. Ele não assumia
o controle como Banner. Ele não exigiu a submissão dela. E ele definitivamente não se
apropriou dela.
Deus, ela estava perdendo a cabeça. Ser dono era exatamente o que ela estava
protestando - toda a razão pela qual ela e Banner nunca poderiam funcionar. Talvez
fosse a frustração sexual que a ansiava por um mestre. Para o domínio de Banner. Pelo
clique da trela no colarinho em volta do pescoço. A coleira dele.
O peito dela se apertou. Ela se sentiu tão perdida. Ela queria fazer as coisas
funcionarem com Ambrose. Ele tinha muito potencial. Por que ele estava evitando brincar
com ela? Ele a achou feia? Lágrimas picaram seus olhos, mas ela piscou de volta.
Em um esforço de última hora para salvar a noite, ela deixou escapar:

_ Você tem uma masmorra?

_ Hã? - Ambrose silenciou o programa de TV.

_ Você tem uma masmorra como a de Banner?


Ele estreitou os olhos.

_ Você acha que está pronto para isso? Faz apenas um mês. - ela resmungou.

_ Estou envelhecendo a cada segundo. Um mês é suficiente. Leve-me para o seu


calabouço. - Com um olhar malicioso, ela acrescentou:

_ A menos que você esteja com medo.

Ele riu.

_ Banner me avisou sobre sua veia malcriada. Sorte a sua, gosto de pirralhos.

Suspirando, ele largou o refrigerante, desligou a TV e se levantou.

_ Vamos então garota. Vamos para a masmorra.


Pela primeira vez, ela desejou que ele a fizesse comer suas palavras. Uma onda
de emoção a atravessou. Agora ela veria como ele realmente era. Eles poderiam testar
sua conexão e talvez, finalmente, ela conseguisse tirar Banner de sua mente.
A casa de Ambrose não era tão artística quanto a de Banner. Ela sabia que ele
vivia confortavelmente com sua TV e sistema de som gigantescos, mas ele não tinha
estilo como Banner. Ele a levou pela sala de jantar e entrou em um quarto na parte de
trás que ela ainda não tinha visto. Estava montado como um escritório, mas havia uma
área ao lado com móveis que ela reconheceu. Uma mesa de café com restrições
penduradas e um O-ring pendurado no teto. Um armário estava encostado a uma parede
e um sofá enorme estava na outra parede.

_ Minha masmorra é mais como uma sala de jogos. - ele disse.

_ E funciona como um escritório. Não tenho um porão grande como o Banner.

Ela olhou ao redor, fazendo um inventário dos itens que ela gostava.

_ Serve.

Ambrose riu.

_ Serve? Você não sabia que falar sobre a masmorra de um homem é como falar sobre
seu pau? Somos orgulhosos, mesmo no mundo do BDSM.

_ Bem, eu ainda tenho que ver seu pau aí talvez eu tenha mais elogios.

Ele deu uma risada.

_ Garota atrevida.

Então faça algo sobre isso, ela queria gritar.

Ela atravessou a sala, esperando seduzi-lo com o que Banner pensara ser seu
melhor patrimônio - sua bunda. Ambrose era um homem afixionado por bunda? Era difícil
dizer, já que ele quase nunca a tocava.

_ Então, eu já fui malcriada o bastante? - ela ronronou.

_ Para quê?
Sério? Bancando o desentendido, ela deu de ombros.

_ Uma punição.

_ Nah. Você teria que ser muito pior para isso.

Argh! O homem era impossível. O que ele faria se ela simplesmente se despisse
ali, naquele momento. Se ela ficar aqui nua, então se inclinar sobre o sofá, mostrando
suas pernas limpas e buceta raspada? Ele seria capaz de resistir?
Ela era quase corajosa o suficiente para fazê-lo. Só que se ele não a tocasse, se
a ignorasse, isso machucaria o ego já frágil. Isso a fez pensar sobre Banner. Ele a rejeitou
também. Ele não queria o que ela tinha a oferecer, que não era a escravidão de vinte e
quatro e sete, mas era submissão e devoção e talvez até amor.
Os olhos dela lacrimejaram. O que ela estava fazendo lá? Por que ela estava
passando por essa mágoa e humilhação apenas por um sexo excêntrico? Ela podia
encontrar um bom cara baunilha que nunca a fazia se sentir assim - indesejada.
Rejeitada. Talvez o mundo da torção não fosse para ela.

Seus olhos ardiam de tentar conter as lágrimas. Sentindo como se pudesse


explodir em soluços profundos que a deixavam ainda mais humilhada, ela procurou uma
fuga rápida.
Ambrose a observava, com as mãos nos bolsos, parecendo não mais interessado
do que quando assistia ao documentário sobre formigas.

_ Eu preciso usar o banheiro. - ela engasgou.

Ele assentiu e ela mal conseguiu sair da sala antes que a primeira lágrima caísse.
No banheiro, ela limpou o rosto e depois mandou uma mensagem para Janine.

_ Preciso de morte por sorvete, urgente.

Ela mandou uma mensagem de volta imediatamente.

_ Encontro você em sua casa em 30 minutos.

_ Obrigada.

Agora ela tinha que encontrar uma maneira de terminar seu encontro com
Ambrose.
***

Fingir cãibras funcionou para acabar com a noite deles. Ele nem parecia ter se
importado, o que só o fez doer mais.
Em seu apartamento, ela esfregou a barriga de Pixie até Janine chegar, armada
com seu sabor favorito de Ben & Jerry's.

_ O que aconteceu? - Janine disse depois que eles distribuíram enormes taças de
sorvete.

_ Por que a crise repentina?

Kate balançou a cabeça.

_ Ninguém gosta de mim e acho que vou morrer sem filhos e solteira com um vibrador
como meu único parceiro sexual.

Janine engasgou com um pedaço de sorvete e meio que tossiu, meio riu por um
minuto.

_ Isso é ridículo. O que faz você pensar isso?

_ Ambrose não vai me foder. Eu dei tantos sinais. O último passo é um sinal piscando
acima da minha vagina que diz 'Por um bom tempo, coloque seu pau aqui'.

Janine engasgou novamente, rindo ao mesmo tempo.

_ Seriamente. Pare com isso. Estou tentando ajudar você a se afogar em sorvete aqui.

Kate suspirou. Mesmo Cherry Garcia não a estava fazendo se sentir melhor.

_ Não fique triste, Kate. - ela disse, sóbria.

_ Há alguém lá fora para você. Se Ambrose não consegue ver o quão quente você é, e
excêntrica, e talvez um pouco desesperada. . .

Kate lançou-lhe um olhar.


_ Então ele é um idiota e não foi feito para você. Pessoalmente, acho que você teve mais
chance com Banner. Pelo menos você não precisava de um sinal de vagina para ele
satisfazer seus desejos de sacanagem. Ela piscou.

_ Você sabe por que isso terminou.

Embora ultimamente, ela estivesse questionando isso. Mas era tarde demais.
Banner provavelmente seguiu em frente. Além disso, mesmo que ela quisesse a coisa
de Mestre/escravo, ele a queria? Pelo jeito que ele insistia em empurrá-la para Ambrose,
parecia improvável. Ele poderia ter alguém. Ele era amoroso, sexy e um Dom muito bom,
e havia tantas garotas submissas por aí que fariam qualquer coisa para ser dele. E o que
ela tinha a oferecer, exceto uma bunda grande e muito trabalho quando se tratava de
submissão? Talvez se ela não o tivesse desafiado tanto, teria uma chance melhor.

_ Sim, aquilo foi um monte de besteira. - Janine disse, chamando sua atenção.

_ Vocês dois estão sendo estúpidos.

_ O que?

Janine era a única pessoa com quem ela podia contar para apoio. Elas se
queixavam de homens, desabafavam sobre o trabalho e assistiam a programas de TV
de realidade ruim para se sentirem melhor em suas vidas. Eles definitivamente não se
chamavam de coisas.

_ Vocês dois são bons juntos. Vocês simplesmente não vêem.

_ Eu não sou o que ele quer.

_ Besteira!

Ela balançou a cabeça.

_ Você não entende.

_ Eu mesma espancaria você se tivesse um pingo de domínio em mim. - ela repreendeu.

Até a ameaça esfarrapada não fez Kate rir.


Janine colocou um pedaço de sorvete na boca. Kate tinha deixado o resto dela
virar sopa, sentindo náuseas de ansiedade.

_ Conseguiria que Chris espancasse você, se não achasse que Banner o explodisse por
isso. - Kate congelou. O que?

_ Seria quente de assistir de qualquer maneira. - Janine disse, mais para si mesma.

_ Por que Banner se importaria com o que alguém faz comigo? Foi ele quem me jogou
em Ambrose.

Janine raspou o fundo da tigela e depois lambeu a colher.

_ Sim, bem, ele está deprimido há semanas. Você deveria vê-lo. É tão óbvio que ele está
com ciúmes.

Kate rejeitou a ideia imediatamente. Ela não significava muito para ele. Se ela
significasse, ele não teria encorajado seu relacionamento com Ambrose toda vez que ela
telefonava ou passava por lá. Ele sempre parecia tão feliz por eles. Talvez ela estivesse
exagerando sobre como as coisas estavam indo bem, porque queria mostrar que seguiu
em frente e que eles ainda podem ser amigos. Mas realmente, ela estava mentindo para
si mesma. De acordo com suas fantasias, ela não seguiu em frente. E ficar amigos estava
matando-a. Com Ambrose não comparecendo, e ela comparando-o constantemente com
Banner, seu desejo sexual era saciado em casa. Era uma coisa boa que eles não se
viam há algum tempo ou ela teria problemas para não pular nele.

_Não. - Ela balançou a cabeça.

_ Deve haver outro motivo.

Janine sorriu.

_ É tudo sobre você, querida.

Se isso fosse verdade - e esse fosse um grande "se" - se ela lhe dissesse que
estava pronta para mais, talvez não vinte e quatro, mas para mais domínio, ele
consideraria levá-la de volta?
Mas eles nunca estavam realmente juntos para começar. Ela deveria estar
aprendendo com ele, não se apaixonando por ele.
Merda. Ela o amava? Suas emoções estavam muito fodidas para ter certeza.
Agora, ela só queria sentir os braços dele ao seu redor, respirar o cheiro de seu sabonete,
saber que havia alguém no mundo que a protegeria a qualquer custo. Ela lutou contra o
desejo de dirigir até a casa dele só para ver seu rosto e ouvir sua voz. Frustração sexual
misturada com insegurança e muito chocolate era uma receita para más decisões.

_ Continue resistindo, se quiser. - disse Janine.

_ Mas só está machucando vocês dois.

Capítulo 16

Ao redor deles, o zumbido da multidão diminuiu, deixando Banner e a obra de arte


na parede em uma faixa de silêncio. Diante de seu ombro, Rook se levantou e Banner
pôde sentir seu irmão igualmente hipnotizado.
O sujeito da peça se ajoelhou, andrógino em seu sofrimento, suplicante a um
poder superior. Atrás da figura havia uma lasca de esperança, um sutil raio de sol
filtrando-se através de nuvens pesadas. Banner queria que o sujeito voltasse e olhasse,
mas estava imerso demais no que estava sendo experimentado para ver algo externo.
Ou o raio de luz era realmente o assunto? Ele quase podia sentir sua frustração por ser
ignorado.
Vida, dor, sofrimento, esperança - os conceitos mudaram e se misturaram. A tela
refletia a condição humana, pegando seus pequenos problemas e mostrando o que eles
significavam em comparação com o que as outras pessoas estavam passando. Era fácil
mergulhar na autopiedade, mas a pintura mostrava o quão superficial e patético ele se
tornara.
Então ela não o amava. E daí?
Seu mundo havia se estreitado a tal ponto que ele estava sentado no escuro de
sua casa, atordoado por uma garota que não gostava dele. Ele tinha doze anos? Inferno,
Rook tinha problemas maiores do que ele e não se queixava deles. Ele não tinha dito
nada sobre os idiotas na escola há algumas semanas. Talvez as coisas estivessem
melhorando.
De repente, constrangido, Banner enxugou os olhos que estavam prestes a
transbordar. Sua garganta estava apertada. Ele olhou para Rook, mas o garoto estava
mantendo isso melhor do que ele.
_ Como não sabíamos do Archange Lapierre até agora? - Sua voz soou rouca até para
seus próprios ouvidos, mas Rook não julgou coisas assim.

_ Ele é novo.

Ambos olharam para a tela novamente, e Banner perdeu a noção do tempo.


A vida era curta demais para amar as pessoas que não amavam você de volta.
Talvez Kate estivesse fora de alcance, mas parte do problema dele ultimamente era que
ele estava evitando Ambrose para evitá-la. Ele tinha que parar de ser estúpido e imaturo
sobre isso. Ambrose e Konstantin eram importantes demais para ele deixar uma garota
ficar entre eles. Eles não prometeram não ser "esses caras" desde o colegial?

Ambrose estava dando uma festa em casa para Konstantin na noite seguinte. Ele
pensou seriamente em inventar uma desculpa de trabalho, mas vinha evitando tanto
Ambrose ultimamente que sabia que a mentira seria óbvia. Hora de morder a bala e
recuperar seus melhores amigos. E se Kate estivesse lá. . . Kate, ele só precisava
aprender a ignorar isso. Talvez a exposição a ela e Ambrose juntos fosse a chave para
dessensibilizar-se aos encantos dela.
Ele estava indo. Ele estava saindo com alguma submissa aleatório. Ele ia se
divertir, mesmo que isso o matasse.

_ Vou olhar para as esculturas dele no andar de cima. Você vai ficar?

A atenção de Banner voltou-se para Rook, que estava olhando para ele. As
pessoas ao seu redor estavam bebendo champanhe e comendo aperitivos, suas vozes
uma cacofonia em comparação com a quietude que a pintura havia se espalhado por
ele. Ele ainda não estava pronto para participar da obra de arte.

_ Talvez por mais alguns minutos. Que horas são?

Rook tirou do bolso o antigo relógio de bolso batido do pai e o entregou.

_ São quase oito horas. Aqui. - Rook pressionou o relógio arcaico na mão de Banner.

_ Você deve ficar com isso.

_ O que? Não. Você ama essa coisa. - Banner franziu o cenho para ele.

Rook riu levemente.


_ Eu não tenho ideia do por que mamãe me deu em primeiro lugar. Você é o empresário.
Os artistas não precisam saber a hora.

_ Não posso ficar com isso, Rook. Papai queria que você tivesse isso.

O irmão dele deu de ombros.

_ Apenas mantenha por enquanto, então. É mais seguro com você de qualquer maneira.

Rook deu-lhe as armas de dedo e saiu andando. O que estava acontecendo com
ele? Talvez as coisas estivessem indo ainda melhor com Dylan? Ele estava quase com
medo de perguntar. Ele observou Rook recuando, imaginando se o garoto havia ficado
mais alto.
O trabalho de Archange Lapierre o chamava, então ele voltou sua atenção para a
série de pinceladas que transmitiam tanto significado. Ele teria que encontrar alguém
mais tarde e perguntar se a peça estava à venda.

***

A mulher da boutique o chamara de "sexo em uma vara" - o que quer que isso
significasse -, mas quando ele entrou na festa de Ambrose, ele se sentiu como uma
aristodouche. Calça de couro? Como ele deixara a vendedora convencê-lo a usar calças
de couro?
Os caras zombariam dele, e ele pegaria uma poser sub e queimaria as calças
quando chegava em casa. Tanto faz.
Ele entrou pela porta sem se preocupar em tocar a campainha. A garagem já
estava cheia de carros, então ele sabia que, se estava interrompendo alguma coisa, era
para ser visto de qualquer maneira.
Konstantin, parecendo o seu eu casual e malvado, estava parado no vestíbulo
conversando com duas mulheres em trajes curtos de látex. Ele avistou Banner quase
imediatamente, interrompeu a conversa e foi até ele. Eles se abraçaram com força e
bateram nas costas um do outro.

_ Banner, seu maldito bastardo! Cheguei à cidade ontem à noite e não havia nem uma
mensagem sua. Por que você me odeia?
Mesmo que ele as estivesse ignorando agora, as mulheres permaneciam por
perto. Sua boa aparência atraiu-as mais do que seu dinheiro. Algo em Konstantin
sussurrava sobre perigo e perversão, e as mulheres sempre seguiam seu rastro. Isso e
seu sotaque, sempre mais pesado quando ele voltava para casa vendo sua babushka.

_ Porque você não me faz sentir bonita mais. - Ele bateu na cabeça dele com força
moderada, e segundos depois eles estavam lutando entre si no chão. As mulheres
ofegaram e saíram do caminho.

_ Crianças, crianças. Esta é uma festa para adultos. Preciso ligar para seus pais? - Eles
fizeram uma pausa, meio embrulhado, e Banner viu Ambrose olhando para ele.

_ Você nunca me retornou. Fiquei imaginando se você iria inventar outra desculpa
esfarrapada para pular as festividades.

_ E sente falta de rolar com um homem suado no seu saguão? Eu não sonharia com
isso.

_ Se ao menos houvesse gelatina.

Kate suspirou melancolicamente quando saiu de trás de Ambrose.


Ambrose e Konstantin riram, mas Banner apenas a encarou.
Kate pegou o jeito que ele estava olhando para ela e ficou vermelha. Ela olhou
para Ambrose, que havia começado a conversar com Konstantin sobre algo e a ignorou.
Ajoelhou-se ao lado dele, fora do caminho.
Ao contrário das duas garotas com quem Konstantin conversava, Kate usava um
vestido preto simples que se agarrava às curvas exuberantes. Ao redor de sua garganta,
havia uma elegante coleira de couro preto. Ele queria arrancá-la do pescoço e enfiá-la
na garganta de Ambrose.
Seus amigos estavam discutindo algo, mas suas palavras não estavam sendo
registradas. Como Ambrose poderia ignorá-la por tanto tempo? Ele não queria tocá-la ou
arrastá-la para algum lugar privado?
Kate evitou o olhar dele, mas suas bochechas estavam rosadas, como se
soubesse que ele estava assistindo. Ela estremeceu, mesmo que não estivesse frio.
Seus lábios se separaram, e a vontade de beijá-la, tomá-la, foder sua boca, fazê-la gozar,
o dominou.
Como se Ambrose não estivesse sobre ela! Idiota. Embora se estivesse, Banner
provavelmente gostaria de bater nele. Era assim que as coisas estavam entre os dois?
A conexão deles parecia inexistente, mesmo que o relacionamento ainda fosse novo.
Ambrose deveria ter sido muito atencioso, mas ele a estava ignorando. Banner
conversou com eles individualmente e os dois disseram que eram loucos um pelo outro,
mas vê-los juntos estava lhe contando uma história diferente.
Onde o mundo estava chegando quando ele não podia confiar em seu melhor
amigo para dominar Kate adequadamente?
Preocupado com o que ele poderia dizer se ficasse, passou por eles na grande
sala. As pessoas se misturavam, conversavam, conferiam o equipamento que Ambrose
mantinha exclusivamente para festas. A música estridente do sistema de som e a pouca
iluminação davam à sala uma sensação de masmorra. Kate gostava de brincar em
público ou pseudo-público? Ambrose ia despi-la e açoitá-la na frente dos convidados?
Às vezes Ambrose gostava de se exibir.

_ Oi, você é Banner? - Um pequeno deslize de uma garota apareceu em seu cotovelo.
Ambrose tinha verificado sua identificação? Ela parecia uma adolescente.

_ Sim. Posso ajudar? - Ficou mais frio do que ele pretendia, mas não havia como
consertar isso.

A garota corou e mordeu o lábio, o que só a fez parecer mais jovem. Arrepiante.
Ele sabia que Ambrose tinha um fetiche de colegial, mas mesmo ele não brincava com
uma garota que parecia tão menor de idade.

_ Eu sou Gwen. Ambrose disse que eu deveria me apresentar.

Ela olhou em volta como se esperasse que alguém a salvasse.

_ Desculpe, isso é muito importante para mim. - O olhar dela caiu e ele se sentiu mal por
ser impassível. Ela foi convidada na festa de Ambrose. Não havia necessidade de ser
rude.

_ Desculpe, Gwen. Eu estava no meu próprio mundinho. Não me lembro de ter visto você
por aqui antes. Você é nova na área? - Mantenha-se profissional e talvez ela se afaste.

_ Eu sou de Washington. Acabei de me mudar para cá para trabalhar há cerca de um


mês. Fiquei surpresa por haver uma comunidade tão grande aqui. - ela sorriu com
cuidado, exalando submissão.

_ Sem ofensa, mas você tem idade suficiente para estar aqui? - A risada dela estava
quieta e inócua.
_ Sim, senhor. Desculpe por rir. Me perguntam muito isso, mas tenho 23 anos. Eu me
formei no estado de Washington e trabalhei em escritórios do governo lá antes de ser
transferida para cá.
Inteligente, fofa, aparentemente interessada - então por que ele não estava nem
um pouco interessado nela? Por causa de quão jovem ela parecia? Se ela estava na
festa, Ambrose havia verificado seu histórico. Se ele sugeriu que ela se apresentasse a
Banner, provavelmente era profundamente submissa e disponível. Não havia mal em
brincar com ela por um tempo, se ela estivesse em jogo público.
Banner abriu a boca para perguntar se ela queria um refrigerante.

_ Eu sinto muito. Você parece muito legal, mas não estou em um bom lugar no momento.
- De onde isso veio?

Ela sorriu com simpatia e colocou a mão no braço dele.

_ Separação recente?

Automaticamente, ele examinou a sala e encontrou Kate ajoelhada ao lado de


Ambrose. Ele estava conversando com mais um convidado e, quando o olhar dela
encontrou Banner, ela rapidamente desviou o olhar, como se ele a tivesse pego. Ela
inclinou a cabeça.

_ Ah, isso é difícil. Ela está aqui com outra pessoa? - Porra, ele esqueceu a garota.

_ Sim. Eu estraguei tudo, e agora ela está colada no meu melhor amigo. Nós nunca
estivemos realmente juntos, exatamente.

Um casal mais aventureiro reivindicou a maior peça de equipamento, e o homem


prendeu os pulsos e tornozelos da mulher no sólido X de madeira. Observar o impediu
de compartilhar demais todas as palavras que lutavam para se libertar de sua boca. Essa
garota não precisava ouvir os problemas dele. Ela estava lá para uma festa. Ele se
recusou a ser o cara que ficou bêbado e falou sobre seu amor não correspondido a noite
toda - não que Ambrose servisse álcool nesse tipo de festa.

_ Bem, talvez eu te veja por aí. Prazer em conhecê-lo. - Gwen assentiu educadamente
e foi em direção à cozinha.

Ele não se incomodou em vê-la recuar ou até mesmo ver sua bunda. Talvez ele
devesse ir para casa.
_ Que porra é essa, cara?

Ambrose estava de repente lá, parecendo irritado.

_ Essa garota está esperando por você há dias. Você a dispensou?

_ Ela. . . não é o meu tipo.

_ Ela é muito gostosa para você? Muito submissa? - Kate estava dois passos atrás de
Ambrose, o que significava que seu amigo não podia ver o constrangimento tenso em
seu rosto.

Ambrose seguiu o olhar de Banner para Kate.

_ Oh, para merda. - Ele pescou no bolso da calça cargo e puxou uma trela, depois
prendeu a ponta da gola de Kate e olhou para Banner.

_ Não olhe para a minha garota, a menos que você queira um olho roxo. Você teve sua
chance.

Ele a levou para longe, e Banner notou o jeito que ela andava. Gracioso,
submisso, orgulhoso de estar na coleira de Ambrose. Porra, ele estava errado sobre ela?
As costas de seu vestidinho preto estavam cortadas, deixando sua pele nua até um
pouco acima da fenda de sua bunda. Ambrose deslizou a mão pelas costas dela. O
pequeno sinal de afeto parecia muito mais íntimo quando era pele sobre pele. Ela se
inclinou para ele e Banner gemeu.

_ Você sabe, só porque você nunca pediu as costas dela não significa que isso não
poderia acontecer.

Konstantin também os observava.

_ Você tem conversado com Ambrose?

_ Ambrose me pegou no aeroporto. Eu sei tudo isso. Talvez mais do que você.

Claro. Eles não mantiveram muitos segredos um do outro.


O barulho estava começando a lhe dar dor de cabeça. Kate estava encostada em
Ambrose como uma mulher apaixonada. Ele a puxou para onde as meninas estavam
dançando e começou a se mover sugestivamente com ela.
_ Olha para ela. Ela realmente gosta dele.

_ Eu não sei disso. Ela realmente gostou mais de você, pelo que ele me disse.

_ E daí? Eu deveria ir lá e pedir que ele a devolva? Como se ela não tivesse uma opinião?

_ Por que você não tenta pedir permissão para brincar com a submissa, para começar?
Ela está usando a coleira dele. Só porque é Ambrose, não significa que as regras
mudem.

_ Eu nunca deveria ter deixado ela ir. Qual é o meu problema, porra?

_ Acho que você passa muito tempo se preocupando com outras pessoas.

Konstantin colocou um braço em volta do ombro e observou as duas garotas com


quem ele estava antes, enquanto dançavam juntas provocativamente e lançavam
olhares de soslaio para ele. Como sempre, Konstantin tinha uma audiência tentando
manter sua atenção.

_ Se você quer algo bom em sua vida além de Rook, não pode esperar que outra pessoa
o entregue. Você desistiu da arte para ser um bom filho. Terminar as coisas com uma
garota porque você acha que não é bom para ela não está dando muito crédito a si
mesmo. Confie em mim - eu a observei olhar para você. Eu acho que você partiu o
coração dela.

Porra. Tentando ser suave, Banner olhou de volta para Kate. Ambrose o viu, então
agarrou Kate pelas costas dos cabelos e a beijou com força.
Desgraçado. Ambrose estava zombando dele.
Quando eles se separaram, Kate deu um passo atrás e cruzou os braços.
As duas garotas que Konstantin provavelmente transaria mais tarde vieram e o
levaram para a pista de dança, onde fizeram um show de beijos e o apalparam ao ritmo
pulsante.
O que seria pior: deixar Ambrose ter Kate ou admitir que ele estava errado? Ela
realmente o queria? As palavras de Ambrose sobre Kate ser uma mulher crescida que
poderia tomar suas próprias decisões repetidas em sua cabeça.
A próxima vez que ele olhou, Ambrose estava levando Kate para o corredor que
levava aos quartos. Banner o reservou do outro lado da sala, depois seguiu o recuo pelo
corredor, determinado a pedir para brincar com ela, mesmo que ele estivesse
bloqueando seu melhor amigo.
_ Você tem uma coisinha adorável na coleira. - ele chamou nas costas de Ambrose.

Ambrose se virou e o mediu com um olhar neutro.

_ Obrigado. Ela foi um presente de um amigo. Um dos meus dois melhores amigos, de
fato.

_ Konstantin sugeriu que eu falasse com você.

Suavidade o abandonara naquela noite. O corredor estava escuro, dificultando a


expressão de Ambrose.
Hora da escolha. Ele o diria que tinha que sair, ou ele teria coragem para fazer o
que queria?

_ Por quê? Kon é o próximo na fila para Kate? Formulários de fila à esquerda. Cuidado
com as cordas de veludo. - O sarcasmo fez a afirmação amarga e feia.

_ Eu estava pensando se você estaria interessado. . .

A pausa pairava desajeitadamente no ar.

_ Em emprestá-la para mim....

O pedido pareceu surpreender Ambrose.

_ Assim que essas pessoas partirem, eu vou transar com ela. Você acha que pode
devolvê-la para mim antes disso?

Ele não precisava desse visual, mas estava lá.

_ Sim.

_ Eu não sei. Você nunca devolveu meu CD do Metallica na décima série.

Ambrose encostou-se na parede, quase esbarrando na gravura emoldurada dos


cachorros que jogavam sinuca. Tudo correu bem com o veludo Elvis no final do corredor.

_ Não a deixarei em um Discman no parque. - Banner manteve as palavras leves,


tentando diminuir a hostilidade que ele sentia de seu amigo.
_ Eu prometo.

_ Nenhum contato sexual.

Banner estremeceu. Ele nunca teria tido essa liberdade com a submissa de coleira
de outra pessoa, e Ambrose sabia disso.
Seu amigo soltou a trela da coleira.

_ Vá com o banner. Mas não dê a ele um dos seus boquetes quentes e indecentes,
mesmo que ele implore.

Ciúme e irritação fluíram através de Banner, e ele estendeu a mão para Kate. Ela
pegou, mesmo que estivesse franzindo a testa em confusão.

_ O que você quer de mim, senhor? - seu olhar se moveu inquieto entre Banner e
Ambrose.

_ Onde estamos indo?

_ Você vai brincar comigo na outra sala. Você está bem com isso?

Ela assentiu, mas sua mão tremia na dele. Ambrose subiu a escada dos fundos,
deixando-os sozinhos.

_ Você e Ambrose já fizeram algum impacto?

Não havia muito que ele pudesse fazer com ela em relação ao BDSM que não
envolvesse contato sexual. A jogada de impacto parecia a mais impessoal. Ele poderia
passar por isso sem perder o controle. Ele não podia?

_ Não senhor. - Os olhos dela eram luminosos mesmo na penumbra do corredor.

_ Tire esses malditos sapatos.

Seu gemido quando ela os chutou deu-lhe um instante de tesão, e ele se deixou
amontoá-la, mas apenas um pouco.
Não é minha. Não é minha.
Kate virou o rosto para o lado, expondo o pescoço. O cheiro de seu xampu,
misturado com seu próprio perfume, tímido e provocador, fez com que ele quisesse pegá-
la e transar com ela contra a parede - que se dane.

_ Qual é o problema, Kate? Eu te deixo nervosa?

Ele rosnou, não muito no ouvido dela, mas aparentemente teve o efeito desejado.
Ela derreteu contra a parede, sua postura abjeta de submissão.

_ Sim senhor. Bem, talvez. Mas não é só isso. - Ela estava tão perto que ele podia sentir
a respiração dela no rosto quando ela falou. Mentolada, quente.

_ O que então? - Ele a enjaulou entre seus braços, seu pau implorando para ser
pressionado contra ela, e nada mais. Mesmo que isso fosse contra as regras. Ele não
trairia Ambrose.

_ Você não tem permissão para me tocar. - sussurrou Kate.

_ Mas eu preciso gozar. - ela implorou com os olhos.

Ele franziu a testa.

_ Ambrose disse que não.

Ela cedeu.

_ Eu sei. Ele não me deixa.

_ Foder-se com outros homens? Claro que não.

_ Não, eu quero dizer que ele não me deixa gozar.

A raiva aumentou, mesmo que não fosse da sua conta.

_ Por quê?

_ Eu não mereço, eu acho. - Ela encolheu os ombros.

Ele não estava acima de usar uma garota por prazer, mas nunca deixá-la gozar?
Isso não parecia a dobra de Ambrose. E isso estava afetando sua auto-estima? Ele
quase podia ouvir na voz dela - dúvida misturada com frustração. Seu coração torceu. O
que Ambrose estava pensando? Talvez ele conversasse com ele mais tarde, se pudesse
descobrir como perguntar sem parecer um ex-namorado que interfere.
Não que ele quisesse que Ambrose tocasse Kate novamente. A declaração sobre
transar com ela depois o incomodou. Fora grosseiro e obviamente projetado para
incomodá-lo, e funcionara.

_ Isso é entre você e o Sr. Fabuloso. - Banner resmungou, depois se afastou. O que ele
queria fazer era abraçá-la, dizer-lhe como ela era perfeita e fazê-la gozar a noite toda
para que ela soubesse disso sem a menor dúvida. Ele afastou esses pensamentos. Isso
ia matá-lo.

Ele podia senti-la andando dois passos atrás, como uma boa garota. Tudo o que
ela fez agora era simplesmente perfeito. Quase como se ela tivesse sido treinada para
atender às preferências dele.
Droga, Ambrose.
A grande sala se transformou em uma festa diferente. As pessoas começaram a
trocar de roupa enquanto ele estava no corredor. Algumas mulheres andavam de topless
agora, vestindo apenas roupas íntimas, e Banner era um dos poucos homens ainda
vestindo uma camisa.
Kate sufocou uma risada.

_ Acho que você está vestido demais.

_ É engraçado você dizer isso. - Ele desabotoou a camisa branca e a removeu,


colocando-a em cima da unidade de entretenimento. Quando ele se virou para Kate, ela
estava olhando para o peito dele como se nunca tivesse visto isso antes.

_ O que?

Ela desviou os olhos e sorriu para si mesma.

_ Uh, nada. Você é apenas . . . bem feito.

_ Bem feito? - ele vociferou uma risada.

_ Obrigado. Vou ter que lembrar de agradecer à minha mãe.

O olhar dela ficou mais baixo.


_ Pensei que você tivesse uma regra de não usar calças de couro.

_ Era mais uma diretriz do que uma regra.

_ Hmm. - Kate havia superado seu momento passageiro de timidez e o encarou. Ela
estendeu a mão e desenhou uma linha de cócegas do lado dele, logo abaixo do umbigo,
seguindo a cintura da calça. Espero que ela não notasse a protuberância que estava
encorajando.

_ Elas parecem estúpidas?

_ Não. Em um homem menor elas pareceriam pretensiosas, mas em você eles são. . .
bastante. . . apropriadas. - Os olhos dela deslizaram para o óbvio dele. Divertida, ela
cobriu o rosto com as mãos, como se não pudesse acreditar no que havia dito.

_ Ha-ha, garota engraçada. Você está usando um sutiã por baixo disso?

Sua diversão desapareceu instantaneamente.

_ Bem não. Eu não poderia com este vestido.

_ Tire seu vestido.

_ O que? - ela chiou.

_ Aqui?

_ Agora.

_ Mas …

_ Você está usando calcinha?


Sua boca se abriu, mas nenhum som saiu.

_ Eu . . . Sim.

_ Tire o vestido.

_ Não, não consigo. - Ela agarrou o corpete do vestido como se pensasse que ele o
arrancaria. O pensamento passou por sua mente.
Ele baixou a voz para um rosnado.

_ Você vai ser uma garota má, Kate?

O olhar dela voou para o dele, e ele se perdeu nas quentes e verdes profundezas. A
rebelião ali enfraqueceu, dissipou-se e desapareceu.

_ Uma menina tão boa. Você vai deixar todo mundo ver seu corpo bonito?

Kate caiu de joelhos, mas não quebrou o contato visual.

_ Nããão.

_ Não o quê?

_ Por favor, não, mestre.

Foi dito tão baixinho que ele quase não ouviu. Mas lá estava. A palavra zumbiu
entre eles como um ninho de vespas.
Sua ereção estava dobrada desconfortavelmente em uma perna da calça. Kate
descansou a mão em sua coxa, bem sob o contorno distinto de seu pênis contra o couro
confortável. Ela olhou para ele, então mordeu o lábio e olhou de volta para ele.
Porra. Ela era mais gostosa na vida real do que nas fantasias dele. Se ela fizesse
um movimento errado, o pau dele dispararia e encheria a bota.
Parecia que ninguém estava prestando atenção neles. Algumas pessoas estavam
dançando, outras estavam assistindo o Dom chicotear a submissa no saltire, outras
estavam assistindo uma garota sendo espancada por um Dom que parecia descontente.
Eles tinham privacidade na pequena multidão, pois não estavam fazendo nada com
interesse visual.
Banner segurou o queixo dela.

_ Eu quero te ver.

_ Mas . . . - Ela procurou por palavras.

_ Não sou muito sexy em comparação com algumas dessas garotas. - Kate olhou para
as garotas dançando com Konstantin.
Antes que ela pudesse dizer outra palavra, Banner a agarrou pelo braço e a
levantou bruscamente.

_ O que eu disse que aconteceria se você se insultasse de novo?

Ele marchou com ela para uma cadeira vazia. Esta lição parecia ser mais difícil
do que qualquer outro ajuste mental para a maioria das submissas do sexo feminino. O
que houve com as mulheres para serem tão duras consigo mesmas? Elas não sabiam
que a maioria dos homens não esperava que fossem perfeitas? Homens não eram.
Ele se sentou e suspirou, depois puxou a mulher hesitante de bruços sobre seu
colo. Embora ela tenha chiado, ela não lutou. Nesta posição, a ponta do vestido mal
cobria sua bunda.
Lentamente, ele ergueu a bainha, revelando calcinha de renda que mostrava
muita pele.

_ Todo mundo está olhando para você, Kate. Você pode não gostar do seu corpo, mas
há vários homens na sala fantasiando sobre gozar nessa bunda. - Ele passou a mão
sobre ela, e ela gemeu em excitação envergonhada.

_ As meninas do látex também estão checando. Eu me pergunto o que eles fariam com
você, se eu deixasse eles tê-la.

_ Não deixe que outras pessoas me toquem. Por favor, mestre.

Ninguém? Nem Ambrose? Ele duvidava que ela quisesse dizer aquilo.

_ Se me permitisse, enfiaria o dedo na sua boceta e faria você gozar na frente de todas
essas pessoas legais. Você gostaria disso?

_ Não ligo para quem está assistindo, mestre. Eu preciso gozar.

Por que ele estava fazendo isso consigo mesmo?


Ele bateu na bunda dela. Ela ofegou e pressionou para trás, procurando o próximo
golpe.

_ Você gosta muito disso. Deveria ser um castigo.

_ Eu sinto muito.

_ Você vai sentir.


Kate gritou mesmo que ele não a tivesse atingido novamente, e ela se contorceu
no colo dele. O cheiro de sua excitação o estava deixando louco, incitando-o a fazer o
que queria. Empurrar seu pênis nela algumas centenas de vezes não quebraria a regra
de não contato sexual, não é?
Ele mal bateu nela nas próximas vezes, e ele riu de seu adorável rosnado de
frustração.

_ Qual é o problema?

_ Eu . . . uh . . lembro-me de você bater mais forte que isso, mestre.

_ E quando você se lembra disso, Problema? Você pensa em mim te punindo quando
você se masturba?

_ Oh, merda. - ela gemeu e escondeu o rosto dos espectadores.

Sério? Ele só queria envergonhá-la. De sua reação, porém, era verdade. Ela
pensava nele quando se masturbava?
Banner olhou ao redor, feliz por Ambrose não estar perto o suficiente para ouvir,
mesmo que ele estivesse de volta à sala e assistindo.
Em vez de forçar uma resposta traidora dela, ele a castigou, espancando-a até
que ela se submetesse.

_ Você deve insultar a sua aparência?

_ Não, mestre. - ela sussurrou, pendurada docilmente no colo dele.

Ele a puxou e sentou sua bunda rosada sobre os joelhos. Embora ela engasgou,
ela não tentou fugir. Quando ele a abraçou, ela deitou a cabeça no ombro dele, e ele
quase derreteu, mesmo que estivesse com tesão.

_ Não insulte seu corpo. Insultar-se implica que seu Dom tem mau gosto.

_ Viu? - disse um homem parado perto deles com uma garota de colarinho na dobra do
braço.

_ Na próxima vez que você fizer isso, é isso que você receberá.

_ Sim senhor.
As pessoas ao seu redor se dispersaram. O show acabou.
Banner apertou-a.

_ Agora, você precisa olhar para mim e dizer 'sou sexy e todo mundo me quer'.

Ela olhou profundamente nos olhos dele, e ele se perguntou se seria capaz de se
afastar se ela tentasse beijá-lo.
Uma centelha de diversão brilhou em seus olhos.

_ Você é sexy e todo mundo quer você.

Malcriada.
Antes que ela pudesse reagir, ele a inclinou para trás, puxou seu vestido e bateu
em sua boceta.
O suspiro que ele ganhou dela foi quase um gemido.

_ Você tem sorte de não ter uma bengala ao meu alcance, Problema. Agora diga o que
você deveria dizer antes que eu faça de você uma garota muito triste.

_ Por favor, mestre? - ela gemeu e bateu o osso pélvico contra a mão dele, querendo
mais.

Banner precisava jogá-la para baixo e transar com ela tanto que ele podia praticamente
prová-la.

_ Diga.

_ Eu sou sexy?

_ Não era para ser uma pergunta. - Ele riu.

_ Mas sim, você é.

Hora de pensar em algo aceitável para fazer antes que ele destruísse sua amizade
com Ambrose. O que mais ele poderia fazer? Todo o equipamento estava em uso. Levá-
la à masmorra do escritório particular de Ambrose era uma má ideia. Se ele não ficasse
com outras pessoas, ele poderia fazer algo louco.

_ Tire a roupa. Ou você precisa de ajuda?


Ela fez beicinho, mas se esquivou do vestido enquanto ainda estava sentada no
colo dele. Ele xingou. Se ele abaixasse a braguilha e deslizasse para o lado da calcinha
dela, isso tornaria a contorção muito mais interessante.
Quando seus peitos saltaram livres, e ele não podia acariciá-los ou beliscar seus
mamilos, seu cérebro percorreu uma série de palavrões. Submeter-se voluntariamente a
esse tipo de tortura deve torná-lo masoquista. Ele se satisfez em descansar a mão na
curva de sua cintura, a sensação de sua pele nua era orgásmica.
Ele pegou o vestido dela.

_ No chão. Mãos e joelhos e rasteje para a cozinha.

A madeira seria desconfortável, mas era justo considerando o quão


desconfortável seu pau estava.
Segui-la foi uma doce tortura. Enquanto atravessava a sala, sua calcinha não
deixava quase nada para a imaginação. Masturbar até ele gozar nas costas dela seria
contra as regras?
A cozinha estava vazia, exceto por um casal conversando baixinho à mesa.
Banner arrancou Kate do chão e colocou o rosto dela na ilha de cozinha com
tampo de granito. Ela chiou quando sua pele nua encontrou a pedra fria.

_ Fique. - Ele procurou nas gavetas da cozinha e encontrou um barbante, depois amarrou
os pulsos de Kate às alças das gavetas dos dois lados da ilha da cozinha.

_ Ai! É difícil!

_ Se você parar de puxar, não será irritante. - ele verificou as mãos dela, e elas ainda
tinham boa cor. Não é muito apertado.

_ Fácil para você dizer, você não tem o tipo de trabalho onde. . . - ela engasgou,
parecendo perder a noção do que queria dizer quando ele colocou os dedos na calcinha
dela e deslizou-os para baixo e para fora.

Banner os fechou em punho, abriu a boca e os empurrou, mesmo que ela lutasse.
Ela não usou sua palavra de segurança.

_ Cale-se. - ele sussurrou rispidamente em seu ouvido.

_ Eu vou bater em você agora. - ele pegou uma colher da gaveta e colocou na mão dela.
_ Se for demais para você, solte a colher e eu paro.

O aperto dela na colher afrouxou e ela olhou para ele.

_ Você vai ser um bebê grande?

Kate fez um som de nojo, mas apertou mais a colher.


Ansioso para começar, ele abriu uma gaveta e puxou a primeira coisa que tocou.
Rolo de massa? Ela não estava pronta para isso. Amaciante de carne. Mesmo ele não
estava pronto para isso. Banner olhou para Kate e seus olhos estavam arregalados e
nervosos, mas ela não tinha deixado cair a colher ainda.
Elásticos, pauzinhos. Ele brincou com eles e rapidamente fez alguns grampos nos
mamilos. Com sua melhor tentativa de ser impessoal, ele puxou seus mamilos e colocou
as braçadeiras de improviso. Ela gritou e se contorceu, e ele tentou não pensar no fato
de que ela estava nua e à sua mercê.
Banner desabotoou o cinto. Seus quadris saíram do granito, implorando pela
atenção de seu mestre. O som de seu cinto deslizando livre a fez ficar muito quieta e
seus adoráveis olhos verdes o seguiram quando ele curvou as pernas e abriu os joelhos.
Ele acariciou o interior de suas coxas, parando antes de alcançar sua boceta. A partir
disso, ele passou a dar pequenos tapa, depois mais fortes. Seu pesado cinto de couro
era gentil o suficiente quando ele a bateu.
Com grunhidos e gemidos, ela implorou por mais, esforçando-se para ele tanto
quanto o fio permitia. Ele a atingiu duas vezes, mais forte na parte interna da coxa.
Através da mordaça, ela gritou, depois começou a tossir. Banner arrancou a calcinha
agora encharcada da boca.

_ Você está bem? - O polegar dele roçou seu lábio inferior enquanto ela ofegava.

Ela pegou o dedo desavisado em sua boca e chupou, a sensualidade disso era
mais íntima do que alguns boquetes que ele havia conseguido no passado. Sua língua
girou e ela beliscou-o. Ele gemeu, apoiando sua virilha dolorida na borda da ilha da
cozinha. Chupar o polegar não era contato sexual, era? Então, ele não tinha certeza de
que se importava com o que Ambrose pensava. Tentando manter o controle, ele sacudiu
os pauzinhos, amando o jeito que ela estremeceu e depois o chupou com mais força.
Quando ele puxou o polegar da boca dela, ela suspirou em decepção. Rastejar
em cima dela e foder sua face provavelmente estava fora de questão.
No balcão, no canto, havia um vaso que continha o que parecia cana de açúcar.
Ele caminhou até ele e olhou para Kate, que estava franzindo a testa e balançando a
cabeça. Ele pegou um dos talos mais finos e o sacudiu.
_ Não, mestre! Serei boa

Um grupo de pessoas entrou na cozinha conversando. As pernas de Kate se


fecharam. Os convidados ficaram quietos quando perceberam o que estava acontecendo
e sentaram-se ou encostaram-se na parede, onde podiam assistir, mas ficar fora do
caminho de Banner.
Duas pessoas sentadas atrás da cabeça eram uma coisa. Aparentemente, ela
podia esquecer que eles estavam lá, mas mais cinco parados assistindo eram diferentes.
Banner acariciou seus joelhos, e ela suspirou, mas os manteve pressionados
juntos.

_ Abra suas pernas para mim, menina bonita.

Por um momento, ele pensou que ela obedeceria, mas então seu olhar disparou
para os estranhos e voltou para ele. Este não era um exibicionista. Ele deu um tapa forte
na parte externa da coxa dela.

_ Abra suas pernas antes que eu as abra. - ele latiu.

Tremendo, seus joelhos se separaram. Ele os empurrou ainda mais, admirando a


maciez de seus montes. A umidade brilhava em seu sexo e ele teve que afastar os
pensamentos de Ambrose em cima dela, prestes a deslizar seu pau em seu aperto. Um
rubor se espalhou por sua pele, abrangendo a maior parte de seu corpo.

_ Fique parada agora. Se você se mover, eu posso bater em você no lugar errado.

_ Sim, mestre. - a voz dela tremia.

Seus olhares se encontraram e a ternura por ela engrossou sua garganta.


Deus. Como ele a entregaria de volta a Ambrose?
Ele levantou a cana na mão e esfregou a aspereza sobre a pele dela, deixando
marcas vermelhas na barriga e nas coxas. A respiração de Kate estava irregular, e ele
tinha certeza de que a sua também. Depois de algumas batidas, ele bateu com força no
interior da coxa dela.

_ Ow! Mmmm. - ela pressionou para cima para mais.

Banner se inclinou e roçou os lábios sobre a mancha vermelha que ele havia
deixado, e seus quadris estremeceram.
Quero minha boca lá tanto quanto você, Problema.
Ele se endireitou e segurou o joelho dela, usando a bengala na parte interna de
suas coxas até que ela estava gritando e implorando para que ele parasse. Quando o
fez, ele removeu os grampos dos mamilos, observando sua expressão enquanto o
sangue corria de volta para seus mamilos abusados. Ele esfregou os dedos gentis sobre
eles, depois beliscou com força e soltou. Kate soluçou, lutando para se aproximar dele.

_ Mestre, por favor! Eu preciso de você.

_ Você precisa de mim para quê? - Ele sussurrou no ouvido dela.

_ Unh. - ela estremeceu violentamente quando a respiração dele encontrou seu ouvido
e tentou se aproximar.

_ Eu preciso gozar, Mestre. Faz tanto tempo. - O pedido dela era estridente e lamentável,
e quando ele encontrou o olhar dela, ele se fixou no dele como se ela morresse se ele
desviasse o olhar.

Ela era dele, fodidamente dele. Esse era o tamanho do buraco que ela deixara na
vida dele quando ele a mandou embora. Um enorme nada pasmado. Essa era a
expressão no rosto dela nos vinte e alguns retratos que ele pintou dela. Kate aprovando
ou não, ela era escrava dele, tanto quanto ele era dela.
Ela era a pessoa que ele procurava o tempo todo, e ele renunciou dela, como se
ela não tivesse se tornado o mesmo ar que ele respirava.

_ Eu não posso. - Ele a beijou, reivindicando as costas dela por um momento, meio que
esperando Ambrose invadir a sala e bater nele. Mas naquele momento não beijá-la o
teria matado.
Kate o beijou de volta com desespero feroz. Ele se afastou, cada parte dele
odiando o que precisava. Desatá-la levou apenas um momento, e ele a sentou e a firmou.
Ela virou o rosto para o peito dele e se escondeu lá. As lágrimas úmidas e quentes
escorriam pela pele dele.

_ Sua garota é linda. - Um dos homens acenou para Kate.

_ Minha? Eu não tenho tanta sorte.

Ele riu, mas o arrependimento caiu no som. O outro homem ouviu e deu-lhe um
olhar compreensivo antes de se afastar. Todos os outros saíram em silêncio, como se
percebessem que estavam se intrometendo em algo que não deveria ser um espetáculo.
_ Você me entregou. - Kate sussurrou contra o peito dele.

_ Por que você fez isso se queria me manter?

_ Acho que estava tentando te salvar. - As palavras eram como areia na boca dele.

_ Você me salvou, mas depois estragou tudo se livrando de mim. - Ela deu um soco no
braço dele, brincando, mas sua expressão ficou feroz, e ela bateu nele de novo e de
novo, como se tivesse perdido o controle. A mão dela estalou no rosto dele uma vez,
picando-o, mas era o mínimo que ele merecia. Ela puxou a mão para trás, curvando-se,
caindo contra ele. Ela estava chorando - tudo parecia um picador de gelo no peito dele.

Ele a deslizou da bancada e deixou-se abraçá-la. Seus dedos minúsculos


deixaram fragmentos dolorosos na carne dele, onde ela se agarrou a ele.
Ele esperava que as marcas nunca desaparecessem.

Capítulo 17

Banner a ajudou a voltar ao vestido, depois a colocou na dobra do braço dele.


Talvez ela devesse ter procurado Ambrose, mas não estava disposta a desistir desse
último tempo com Banner.
Ela deveria pertencer a Ambrose agora. Isto era um desatre. Eles não pareciam
ser o tipo de cara que deixava uma garota entrar entre eles, o que significava que
provavelmente a mandariam embora. Essa merda de rejeição estava ficando velha.
Ela fungou e desejou não voltar a chorar.
Merda. Agora, suas últimas lembranças deles juntas seriam de seu grito e rímel
riscando seu rosto. Era difícil se preocupar com a aparência dela. Ela só queria parar o
tempo para que ele nunca a acompanhasse pelo corredor e a devolvesse.
Depois de estar com Banner novamente, mesmo sem sexo, ela sabia que as
coisas nunca funcionariam com Ambrose. Ele era um cara legal e um bom Dom, mas ele
não era Banner. Ele não era o mestre dela.
Por que ela lutou tanto?
Ela colocou a culpa em Banner mais cedo, mas ela era tão teimosa.
Ambrose passou por eles algumas vezes e ela podia senti-lo observando. Ela não
queria fazer uma cena e terminar as coisas com ele hoje à noite, mas se pudesse
educadamente sair do sexo que ele mencionou na frente de Banner, ela o faria. Durante
anos, ela se perguntava por que Ambrose não estava interessado em fazer sexo com
ela, e agora estava feliz por não terem feito isso. Talvez isso facilitasse a separação,
embora ele não tivesse dado a impressão de que gostava dela além do ponto de um
afeto quase fraterno antes disso. O fato de ele ter feito o relacionamento deles parecer
tão íntimo para Banner era estranho. Talvez fosse uma coisa de homem, mas ele nem a
beijou até hoje à noite, muito menos do jeito possessivo que ele tinha quando Banner
estava assistindo.
Ambrose estava marcando seu território ou era algum tipo de competição estranha
e unilateral? Quase parecia um estratagema deixar Banner com ciúmes, mas por que
ele faria isso?
Logo, todos saíram. Ambrose desligou o aparelho de som e, de repente, pôde
ouvir as duas garotas que Konstantin havia trazido para o andar de cima gritando de
prazer ou agonia, ou ambos. O que diabos ele estava fazendo lá em cima?
Banner a levantou e a levou a Ambrose.

_ Confio que você se divertiu com minha boa submissa? Ela está mais treinada do que
a última vez que você brincou com ela, não é?

_ Ela é perfeita. - Banner a persuadiu e Ambrose pescou no bolso novamente, puxou a


trela e prendeu-a de volta ao colar. Essa coisa toda de colarinho também era estranha.
Ambrose nunca a havia colocado antes.

_ O que você fez com ela? - Ambrose liderou o caminho pelo corredor, depois subiu as
escadas para um quarto.

_ Eu bati nela por insultar seu corpo logo no começo. Mais tarde, amarrei-a na sua ilha
da cozinha e bati em suas coxas com cana-de-açúcar. Ela pode ficar marcada por alguns
dias.

A palavra "marcada" parecia quase significativa. Ele estava tentando dizer alguma
coisa, ou estava tudo na cabeça dela? Deus, isso foi uma bagunça. Ambrose resmungou.

_ Tire o vestido e deite na cama. Presente.

Despir? Ele nunca a fez se despir para ele, muito menos na frente das pessoas.
Ela não queria fazer sexo com Ambrose, mas a curiosidade, como se estivesse aqui, a
fazia ficar quieta e obedecer.
Relutantemente, ela tirou o vestido por cima da cabeça, lutando para não se
enroscar na trela, que Ambrose havia deixado ir. Em seguida, tirou a calcinha, mas ficou
feliz por se livrar deles. Eles ainda estavam molhados e desconfortáveis por estar em
sua boca.
Ela se arrastou para a cama alta e se ajoelhou lá, como havia aprendido, joelhos
separados, mãos cruzadas atrás da cabeça e esperou que os homens terminassem com
o que diabos estavam fazendo. Foi como um impasse policial. Entre os dois eles tiveram
o show de armas.
Ambrose pegou a trela novamente.

_ Foi tudo o que você fez?

Banner franziu o cenho, fazendo uma careta.

_ Não. Eu sei que não deveria, mas eu a beijei. - Ambrose olhou furioso.

_Sim, então eu ouvi. Me fazer corno em minha própria festa fazia parte do seu
entretenimento para a noite?
Banner estremeceu, mas não desviou o olhar.

_ Gostaria de dizer que perdi o controle no momento, mas sabia exatamente o que estava
fazendo.

Ambrose andava de um lado para o outro aos pés da cama.

_ Somos amigos desde a infância. Eu esperava mais de você. Ela é minha agora, e você
precisa respeitar isso.

O silêncio estava espesso sobre o cômodo. Todos os impulsos de


aconselhamento de Kate disseram-lhe para calar a boca e deixá-los resolver isso,
mesmo que sentisse necessidade de falar por si mesma. E o que ela queria? Ela não era
um animal de estimação, ela era uma pessoa.
Banner suspirou.

_ Eu sei que a dei a você, Ambrose. Essa foi a coisa mais estúpida que eu já fiz. Mas
você e eu sabemos que ela não é sua.

Ambrose girou em Banner e deu um soco na mandíbula.


Kate ofegou e se moveu para segurar Ambrose, mas ele ficou calmo novamente
e ordenou que ela voltasse ao seu lugar.

_ Seu idiota maldito. Ambrose rosnou.

Banner observou-o, esfregando um ponto rapidamente machucado na mandíbula.

_ Isso foi por Kate.


Ambrose balançou a cabeça. Ele pegou o final da coleira de Kate e o entregou a
Banner.

_ Se você fizer isso com ela novamente, eu mesmo vou estrangulá-lo.

Que?
Banner olhou para a trela na mão e depois para Ambrose.

_ O que você está fazendo? Eu não entendo.

_ Como sou amigo de um idiota? - Ambrose revirou os olhos, que pareciam engraçados
para um homem tão bruto.

_ Passei as últimas semanas treinando-a para mostrar que você estava errado sobre ela
e o que ela queria. Se você não a quer de volta, diga a palavra. Estou ansioso para
transar com ela desde que você a deu para mim, mas eu sabia que você nunca me
perdoaria se eu o fizesse.

O que?
Ele a salvou para Banner, não a rejeitou? A raiva tentou aflorar, mas ela também
ficou aliviada. Tantos pensamentos e perguntas giravam em sua mente que ela não tinha
ideia de como se sentir sobre isso.
Banner parecia estar tendo problemas para acompanhar a conversa também.

_ Então você está me dizendo que a manteve para mim? Você não a fodeu?

_ Eu nem a beijei até hoje à noite. Você tem alguma idéia de como isso foi um crime
contra a humanidade?

Ambrose virou-se e olhou-a apreciativamente.

_ Um mês de banhos frios foi uma punição cruel e incomum.

Ambrose voltou-se para Banner.

_ Mas se você não a quer, saia da minha casa, porra. Eu tenho uma longa lista de coisas
depravadas que pretendo fazer com ela.
Enquanto Kate observava, Banner parecia crescer um pé mais alto e brotar presas
e chifres.

_ Saia. - Banner rosnou.

_ Você está me expulsando do meu quarto? - Ambrose disse em desaprovação.

_ Esta é a minha casa. Você nem vai me deixar assistir?

_ Fora! - Banner berrou.

Ambrose riu alto.

_ Então isso significa que você a quer de volta, então? Porque eu tenho um pouco de
gengibre na geladeira com o nome dela. . .

Banner deu-lhe um empurrão em direção à porta, depois agarrou o outro homem


em um abraço de urso.

_ Sim, eu também te amo, imbecil. Agora me solte. Seu tesão está me assustando. -
Ambrose empurrou-o para longe e começou a fechar a porta atrás dele.

No final do corredor, Konstantin emitia comandos severos em russo, mas quando


a porta se fechou, Kate só conseguiu ouvir o sangue correndo em seus ouvidos.
Quando Banner voltou-se para ela, ela tinha certeza de que as presas ainda
estavam lá.

_ Você sabia?

_ O que? Que ele não gostava de mim assim? - Kate perguntou, sem ter certeza de que
gostou do olhar dele.

_ Oh, ele gosta de você assim. Se eu ligasse para ele aqui, ele concordaria em dobrar
seu time em um piscar de olhos. - O sorriso de Banner era sombrio.

_ Ofereço a você a chance de experimentar o DP, mas se ele voltar a tocar em você, eu
quebrarei as pernas dele.

_ O que é DP? - Banner piscou para ela e sorriu.


_ Abençoe seu coração inocente. Bem, minha querida, é quando dois homens pegam
seus paus e. . .

Ela colocou as mãos sobre os ouvidos, com medo do que ele diria a seguir. A
boca dele continuou se movendo, mas ela cantarolou para não ouvi-lo.
Quando ele começou a rir, ela se arriscou e soltou os ouvidos.

_ Não? - Ele se sentou na beira da cama e a arrastou para o colo, enterrando o rosto nos
cabelos dela e inalando.

_ Mmm. Você cheira tão sexy. Você tem sorte que ele não o devolveu no início da festa,
ou eu teria te fodido no meio da cozinha.

_ Não acredito que estava te implorando. - ela cobriu o rosto com as mãos.

Devia haver sete ou oito pessoas na sala, olhando para seu corpo nu e ouvindo-
a implorar por Banner para transar com ela. Tão sacana. "Sexualmente empoderada"
era a terminologia apropriada, mas nesse caso ela estava tendo problemas para se sentir
tão esclarecida sobre as coisas. Ela bisbilhotou em sua cabeça, imaginando se a
submissão estava se instalando, mas desta vez parecia menos sério.
Banner a segurou em silêncio por alguns minutos, segurando-a com tanta força
que ela se perguntou se ele iria quebrar uma de suas costelas.

_ Então, depois de tudo isso, você também me quer ou gostaria de ter deixado você com
Ambrose? Ou talvez você não queira nenhum de nós? É a sua escolha.

Ela fingiu choque.

_ O que? Eu tenho uma opinião? E aqui pensei que não tinha uma opinião, apenas uma
palavra de segurança.

Banner a beijou, então, reivindicando possessivamente sua boca. Quando ela


estava sem fôlego, ele se afastou.

_ Claro que você tem uma escolha. Apenas diga a palavra e eu deixarei você ir. Vou ligar
para um táxi ou levá-la para casa. - ele se mexeu embaixo dela, e ela sentiu o pau dele
cutucando sua bunda através das calças de couro.

_ Você me deixaria ir para casa, depois que eu implorei tanto?


_ O que você me pediu? Foi uma noite longa. Você precisa refrescar minha memória.

_ Eita, você deve estar ficando velho. Você pode querer ter sua memória verificada. - ela
brincou, enterrando as mãos nos grossos cabelos escuros e dando-lhe um puxão
brincalhão.
Sua expressão se tornou perigosa.

_ Hmm . . . Lembro-me de algo sobre 'Mestre, tenho sido uma garota má. Você pode,
por favor, foder minha bunda?’ Isso soa certo?

Kate ofegou e lutou para sair do colo dele, mas ele a pegou e a empurrou de
bruços na cama.
Ela tentou se afastar, mas ele a prendeu embaixo dele e apoiou a pélvis contra
sua bunda.
Uma mão a contorceu e encontrou seu clitóris, e logo ela estava gemendo e
pressionando contra suas investidas, o couro acariciando sua bunda. Ele se ajoelhou e
tirou as calças, depois a prendeu novamente, agora com o pau aninhado entre as
nádegas dela. A sensação de seu pau rígido deslizando contra o buraco nas costas
quando ela já estava tão quente para ele a deixou ridiculamente excitada. E assustada.
Banner a segurou com uma mão e abriu a mesa de cabeceira. Ele puxou uma
corda e vários pacotes pequenos.

_ O que é isso? - ela choramingou.

_ Corda.

_ Nããão. . . sem mais corda. Serei boa. - Os pulsos dela ainda estavam crus de antes.

_ E você me deixa fazer o que eu quero sem ter que amarrá-la?

Ela congelou. Quem sabia o que ele tinha em mente? Ele viu a hesitação dela.

_ Você tem uma palavra de segurança, Problema.

Aliviada, ela mordeu o lábio e assentiu. Ela estava tão frustrada que estava pronta
para fazer qualquer coisa que ele pedisse de qualquer maneira.

_ Mostre-me como você se toca quando pensa em mim.

A boca dela se abriu.


_ Você deve esquecer que já me ouviu admitir isso. - Nenhuma parte do cérebro dela
era um mistério para esse homem? Não parecia justo.

Ele permitiu que ela rolasse de costas e cooperou quando ela puxou uma de suas
mãos enormes para envolver sua garganta.

_ Ah, você gosta disso, não é? - ele apertou gentilmente, e seus pedaços femininos já
quentes ficaram pesados e cheios. Seu clitóris torceu, implorando por atenção.

Quando ela lambeu o dedo, os olhos de Banner vidraram. Ela deixou a mão
rastejar entre as pernas e circulou o clitóris. Dessa vez, ela não precisou fechar os olhos
para vê-lo acima dela. Seu dedo deslizou sobre seu clitóris duro, e ela estremeceu. Ela
estava tão frustrada por tanto tempo, e agora aqui estava ele brincando com suas
fantasias. Banner a segurou pelo pescoço e a outra mão deslizava pelo corpo dela,
sensibilizando todas as partes que ele podia alcançar, beliscando cruelmente seus
mamilos quando ela começou a ficar muito perto de gozar.

_ Oh merda. - ela engasgou quando ele afastou a mão da vagina e segurou os pulsos
para que ela não pudesse terminar.

_ Por favor, Banner? Não me deixe assim.

_ Na sua frente. Bunda para cima. - A voz dele estava rouca, e ela não achou que ele
estava se saindo melhor do que ela.

Ela se virou e se apresentou, e como recompensa ele a deixou se tocar


novamente. Quando ela se aproximou do orgasmo novamente, ele passou a mão sobre
o traseiro dela, mergulhando os dedos no vinco de sua bunda. Por que tudo o que ele
fazia parecia bom?
A primeira vez que ele deslizou o dedo pelo buraco traseiro dela, ela pulou e tentou
se afastar, mas ele agarrou seu quadril e a forçou a ficar no lugar, como ele fez de novo.
Ela fechou os olhos e deixou acontecer, e quando os reabriu, percebeu que havia
pequenos pacotes de lubrificante na cama.
Nããão.
Um de seus grandes dedos cutucou suas costas, e ela ouviu o som da embalagem
logo antes de um drible frio e escorregadio deslizar pela fenda de sua bunda. O dedo
dele o pegou e espalhou, e ele não parecia se importar com o quanto ela tentava evitar
a penetração. Ele a segurou no lugar, e lentamente ele enfiou a ponta do dedo no seu
pobre traseiro.
Sua mão parou em seu clitóris e ela prendeu a respiração. outro pacote de
lubrificante e deslizou mais a ponta do dedo antes de persuadi-lo até o fim. Ficando muito
quieta, ela podia sentir cada movimento minúsculo dele. Ela gemeu baixo, parecendo
torturada até para seus próprios ouvidos. Parecia muito estranho, mas o jeito que ele
estava cantarolando de satisfação dizia que esse não era o último. Ele meteu o dedo na
bunda dela até não parecer tão apertado e horrível.

_ É apenas um dedo, pequena escrava. Vou adicionar outro agora.

_ Não, não, Banner. Por favor. Outro dia, ok? Vou deixar você fazer isso outro dia. Hoje
não.

_ 'Não' e 'outro dia' não são suas palavras de segurança. - ele riu e depois parou. Ela
não respondeu.

_ Eu quero essa sua bunda sexy desde que te conheci. Não te fodi aqui porque pensei
em deixar seu futuro Dom ter a honra. Agora que você é minha, não preciso mais me
negar.

Suas palavras e seu significado ficaram embaçados em sua cabeça, pesados


demais para serem processados agora. Outro dedo liso tentou entrar. Desta vez, ela não
tentou convencê-lo disso, porque supôs que seu corpo simplesmente recusaria.
Infelizmente, ele foi muito convincente, e ela assobiou e xingou através da queima do
segundo dedo dele afundando nela.

_ Por favor, mestre. - ela engasgou, ofegou, tentou escapar dele.

Em vez de ceder, ele arrastou os quadris dela para a beira da cama, acrescentou
lubrificante e esticou-a, sofrendo mais o ânus.
Por que ela o queria de volta?

_ Acho que você está pronta agora, mas ainda será desconfortável. Você se lembra da
sua palavra de segurança?

_ Sim, mestre. - ela respondeu miseravelmente.

_ Deseja usar sua palavra de segurança agora? Eu não vou ficar chateado. - ele parecia
sincero, mas a verdade era que ela estava mais do que um pouco curiosa. A primeira
vez que ele a tocou lá, isso a surpreendeu. Ela pode ter desenvolvido uma fixação com
a ideia. Ela apenas odiava ter que admitir isso.
_ Não, você pode . . . tentar se você quiser. - Lá. Isso fez com ele.

_ Mas se doer demais?

_ Você vai me dizer e eu vou parar.

_ Tudo bem.

Banner acariciou sua pele como se ele estivesse confortando um animal nervoso.
A ponta do seu pau bem lubrificado deslizou de um lado para o outro na bunda dela, e
então ele pressionou a ponta para dentro com firmeza, mas gentil na intenção. A área
em chamas parecia impossível, mas ela não podia escapar dele.

_ Não, mestre. Eu não gosto disso - ela choramingou, e ele parou.

_ Wombate?

Ela estava desistindo? Aparentemente, isso pode ser incrível.

_ Não, mestre.

_ Shh. Relaxe seu corpo, doce menina. Vai ser melhor quando eu estiver entrando. Tente
se concentrar em me deixar entrar, ok?

Ela duvidava que isso fosse verdade, mas tinha chegado tão longe, então não iria
desistir agora. Polegada por polegada, ele entrou, adicionando lubrificante e
recomeçando quando necessário. Finalmente, ela sentiu as coxas dele tocarem as
costas dela.
Banner arqueou protetoramente ao redor dela, segurando-a contra ele. Ela
fungou, soluçou, sentiu como se seu corpo estivesse sendo invadido.

_ Eu sei, isso não foi muito divertido, foi? Mas você foi uma garota tão boa para mim. -
ele gemeu no ouvido dela, e isso a fez tremer. Seu pênis se contraiu na bunda dela, e
parecia cem vezes maior do que já era.

_ Não é nada divertido. - Ela estava com muito medo de se mover.

Uma mão deslizou entre sua coxa e a cama, procurando seu clitóris. Ainda
sensível por estar tão perto do orgasmo, ela gemeu e se contorceu apesar de si mesma.
Banner se afastou um pouco e depois pressionou de volta, circulando seu nó endurecido
com dedos cruéis e persistentes. Ele a fez se mover, caramba, e logo a plenitude e a dor
ardente estavam alimentando o fogo depositado em sua barriga.
Parecia impossível, mas lentamente seu enorme pau fodeu sua bunda,
reivindicando o último pedaço dela como seu. Doendo, ela se contorceu e balbuciou
embaixo dele. Ele brincou com seu clitóris, seu toque gentil e provocador, um horrível
contraponto ao pênis insuportavelmente duro dentro dela. A pressão aumentou em sua
vagina e no traseiro até que ela era uma massa latejante de sensação. Dor e êxtase se
distraíam - misturados até o corpo dela apertar seu pênis. O orgasmo a apressou, intenso
e estupefato. Seus próprios gritos roucos a ensurdeciam.

_ Porra! - A voz de Banner era grossa e dolorida. Ele ofegou, soando como se estivesse
tentando se controlar.

Dolorosa como estava, ela apertou seu pênis, tentando desacelerá-lo, mas
acidentalmente provocando seu segundo orgasmo. O movimento de seus quadris
tornou-se descoordenado e com um uivo desesperado, ele gozou, seu pau pulsando
dentro dela e seus dedos cavando dolorosamente seu clitóris.
Seu terceiro orgasmo a pegou de surpresa. Ao contrário dos outros, este era uma
vadia total e fazia tudo palpitar dolorosamente.
Quando ela foi coerente o suficiente para perceber que Banner havia caído em
cima dela, ela também ouviu aplausos vindos do corredor. Ela escondeu o rosto na roupa
de cama agora suada, sentindo um rubor ardente subir pelo peito.

_ Não se preocupe. É tradição, pequena escrava. - ele afastou o cabelo dela onde estava
preso e beijou a nuca dela.

O coração dela acelerou. Como ele podia parecer romântico quando seu pau
ainda estava enterrado na bunda dela?

_ Amanhã, quando os virmos, ninguém mencionará ouvir nada.

Lentamente, gentilmente, ele deslizou para fora dela, dando tempo ao corpo dela
para se ajustar à sua retirada.
Ele gemeu.

_ Obrigado.

_ Pelo quê? - ela olhou para ele e ele estava sorrindo para ela.
_ Aquilo . . . isso explodiu minha mente. Você está bem? - Ele acariciou sua bunda, a
examinou e depois deu um tapinha nela como se ele aprovasse alguma coisa.

_ Eu não sei. - ela fungou.

_ Sinto que meu novo Dom deveria me comprar um pônei ou algo assim, embora eu não
tenha vontade de sentar em nada novamente.

_ Você não está sangrando ou algo assim, então é bom voltar a qualquer momento. -
Banner entrou no banheiro anexo, lavou as mãos e fez o que mais os caras faziam pós-
sexo.

Ela rolou de lado, choramingando quando todos os seus músculos protestaram.


Sua bunda doía, e seu clitóris parecia que ele tinha lixado. É bom ir novamente a
qualquer momento? De jeito nenhum.
Ele voltou antes que ela encontrasse energia para se mover e as colocou sob as
cobertas. Ele a puxou para seus braços e beijou seu rosto, suas pálpebras, seus lábios.

_ Quando eu estava a caminho daqui hoje à noite, nunca pensei. . . - ele olhou para ela,
tão perto que quase parecia ter um olho. Kate moveu a cabeça para trás uma fração até
que ele tivesse dois olhos novamente.

A maravilha em seu rosto a fez se sentir importante e especial - como se ela fosse
a melhor coisa que já tinha acontecido com ele. Talvez não fosse verdade, ou talvez
fosse apenas o zumbido após o orgasmo, mas, por enquanto, ela aceitaria. Tão perto,
ele era quase insuportavelmente bonito. Os cabelos curtos e escuros e os olhos escuros
geralmente o faziam parecer perigoso, mas o único perigo dele agora era a maneira
como seu sorriso preguiçoso fazia seu coração pular.
Mas o que aconteceria no dia seguinte? Eles estavam realmente juntos - um
casal? Ou isso era apenas algo que ele precisava tirar de seu sistema? Pedir respostas
neste minuto parecia rude, mas ela tinha que saber. Parecia que eles estavam na mesma
página, mas e se não estivessem?
Relaxe, Kate. Aproveite o brilho posterior. Haverá tempo para interrogá-lo
amanhã.

_ Parece que temos esse problema em que continuamos na cama juntos. - ela sorriu
timidamente.

As sobrancelhas dele se juntaram.


_ É um problema para você?

_ Desde que nunca tenhamos que hum. . . fazer isso de novo . . . então não. - Ela prendeu
a respiração, imaginando se isso seria um rompimento de acordo para ele.

_ Nunca? - Como um cara conseguiu parecer dominante enquanto estava deitado de


lado e abraçado?

Algo se mexeu dentro dela, respondendo, querendo agradá-lo. Ele cheirava a suor
e sexo e ainda levemente a couro, e mesmo que ela estivesse dolorida, seu corpo estava
tentando convencê-la de que talvez algum sexo tranquilo e baunilha pudesse ser
possível. Ele fazer baunilha?

_ Bem. Se fosse um limite rígido, você desistiria de mim novamente?

_ Não, absolutamente não. - ele a apertou mais.

Eles se encararam. Banner parecia estar prestes a dizer algo, mas ele brincava
apenas com uma mecha do cabelo dela. Eventualmente, ele apenas a beijou -
docemente, como se tivessem dezesseis anos e no primeiro encontro.

_ Temos muito o que conversar, mas talvez devêssemos esperar até não estarmos em
uma casa cheia de pessoas. - Suas palavras retumbaram em seu peito, a vibração se
sentindo sexy sob a mão dela.

"Ter muito o que conversar" era bom ou ruim? Não saber o que ele quis dizer
estava fazendo seu estômago revirar.

_ OK. - Ela deitou a cabeça no ombro dele e se aconchegou. A primeira sugestão de


sonolência tentou roubá-la. Quando ela começou a se afastar, ela teve uma lembrança
vívida de Ambrose e Konstantin aplaudindo.

_ Oh merda. Não acredito que você me fez gritar assim! - Ela enterrou o rosto no pescoço
dele.

_ O que? O que? Eu não consigo te ouvir. - ele disse alto, depois sorriu.

_ Há algum tipo de toque estranho nos meus ouvidos.


Ela riu e bateu nele.
Ele rapidamente lembrou a ela por que bater em um Dominador era uma má idéia.
Capítulo 18
O desagradável toque pré-programado o arrastou para um sono profundo, quase
drogado. Perdido, ele tentou seguir o barulho, depois percebeu que era a única coisa
brilhando no quarto escuro. Ele bateu o dedo em algo, mas conseguiu pegar o telefone
e apertar ATENDER antes de ir para o correio de voz.

_ Alô.

_ Banner? - Meadow? Ele estava atrasado para a escola? Ele piscou, tentando se
orientar. A voz dela era estranha, como se ela estivesse chorando. Meadow não chorou.

Merda. Mãe?

_ Sou eu. Qual é o problema?

O outro extremo ficou em silêncio e o terror passou por ele. Então seu cérebro
deu um passo atrás, vendo as coisas se desenrolarem desapaixonadamente. Lembrou-
se da maca. A pele cerosa do pai. Abruptamente, sentou-se no chão e percebeu que
estava em uma sala com carpete. Não está em casa. Onde diabos ele estava?

_ Meadow?

_ Está . . . Está . . .

Mãe. Inferno, como eles iriam continuar sem ela? Eles eram jovens demais para
serem órfãos. Uma palavra tão estranha, "órfãos". Ele conjurou imagens de medalhões
e cães sarnentos. Ela teve uma overdose. Eles sabiam que estava chegando.
Meadow estava falando agora, as palavras saindo confusas.

_ Você tem que vir agora! Eles fizeram lavagem estomacal. Ele está inconsciente. Foi a
porra da garrafa inteira, eu acho. Eu peguei para mamãe ontem. Se Dylan não tivesse
ligado para o telefone da casa. . . Oh Deus. Mamãe está aqui comigo, mas eles não têm
certeza se ele vai ficar bem. Banner, você tem que vir e consertar isso!

Foi Rook? Rook? Ele estava de pé e procurando por uma porta ou algo assim.
Estava tão escuro. Algo bateu nele na altura da cintura. Uma luz acendeu.
Ele olhou ao redor do quarto e viu Kate sentada na cama, com a mão na lâmpada
de cabeceira.

_ O que está errado?


Talvez tenha sido o que ela disse. As palavras vinham de muito longe. Ela pegou
algo da mão dele. O telefone. Ela estava conversando com Meadow.
Kate desligou e colocou o telefone na cama. Ela se vestiu, jogou as calças para
ele, depois correu pelo corredor e voltou com a camisa dele.
Se ele morresse. . . Se Rook estivesse morto quando chegassem ao hospital. . .
Havia coisas que ele tinha a dizer. O garoto sabia o quanto ele o amava? Pressão
e zumbido começaram em sua cabeça.
Rook sabia quanto de sua vida girava em torno dele e como, se ele morresse, o
mundo de Banner seria insuportavelmente solitário? Havia outras pessoas, mas Rook
era o único que poderia ser sua torre. Não havia outra alma artística e solene que o
pegasse como seu irmão. Ninguém mais que entendesse ele tão bem.
Kate o sacudiu. Ele estava parado no meio do quarto, nu, sem fazer nada. Levou
apenas um segundo para se vestir. Kate guardou o telefone no bolso e o levou pelo
corredor, perguntando onde estavam as chaves do carro. Ela os encontrou na jarra perto
da porta.
Isso foi culpa dele. O que ele tinha perdido? Rook parecia feliz na mostra de arte.
Ele sorriu. Brincou com ele. Emprestei a ele o relógio do pai.
O relógio.
Alarmes atrasados soaram em sua cabeça. Ele ficou feliz que Rook parecesse
feliz, mas estava tudo errado. Não era assim que Rook estava ultimamente. E o relógio
- como ele perdeu isso? Rook se apegou às poucas lembranças que ele tinha do pai. Ele
nunca emprestaria esse relógio tão facilmente. Ele deu a ele já sabendo. Na galeria de
arte, ele já tinha um plano.
Ambrose desceu, pedaços de fiapos e penugens de cama grudaram em seus
cabelos curtos, depois Konstanin logo depois. Kate falou com eles. Urgência atravessou
seu nevoeiro. Ele pegou as chaves da mão de Kate e correu para o carro. Ele se
atrapalhou. A porta do carro não se abriu.
Konstantin o alcançou primeiro. Ele pegou as chaves e abriu as portas do carro,
depois empurrou Banner para o banco de trás com Kate. Todo mundo estava falando,
mas tudo que ele podia ouvir era um zumbido alto em seus ouvidos. Ele tirou o telefone
do bolso e olhou para ele, mas não havia mensagens.

O irmão mais novo dele nem sequer enviou uma mensagem para se despedir.

***

O cheiro do hospital deixou Banner tonto. As paredes amarelas e as cadeiras


laranjas provavelmente deviam ser alegres, mas parecia o sétimo círculo do inferno.
Meadow estava sentada na sala de espera, o rosto pálido e abatido. Ele não
conseguia se lembrar de tê-la visto fora de casa usando uma camiseta e calças de pijama
de flanela. Quando ela viu Banner, ela se levantou, olhando furiosa.

_ Você sabia que ele ia fazer isso? - A acusação em seu tom o pegou desprevenido, e
ele apenas a encarou.

_ Se ele soubesse, ele estaria lá e avisaria o resto de vocês.

Ambrose deu um tapinha nela e ela começou a chorar enormes soluços


ofegantes.

_ Eu sei que você está chateada, mas você não pode culpar ele por isso.

Banner foi até a irmã e a puxou para seus braços. Algumas pessoas ficariam
zangadas com a acusação, mas Meadow era Meadow. Ela era peculiar e não era boa
com as pessoas, mesmo nos melhores dias. Eles não estavam perto há anos, mas o
jeito aterrorizado que ela se apegava a ele lembrava quando eram crianças e se escondia
no sofá de tubarões imaginários no chão.
A sala ficou em silêncio. Ele estava feliz que ninguém os incomodasse com
banalidades. Ninguém sabia se tudo ficaria bem.
Uma mulher persuadiu um adolescente a entrar na sala de espera. Dylan. O
menino chorou inconsolavelmente. Todo o seu corpo tremia e seus dentes batiam. A
mãe dele estava branca de ansiedade.

_ Como ele está? - ela perguntou assim que viu Banner.

Ele desejou saber o que lhe dizer. Eles se viram muito nos últimos anos, quando
deixavam os meninos nas casas um do outro.

_ Não temos certeza. Eles deixaram nossa mãe entrar, mas ela está lá há muito tempo.
- Meadow soluçou e desviou o rosto da camisa de Banner, mas ele não a deixou ir.

_ Dylan, tenho que agradecer por ligar para a casa.

Banner assentiu para o garoto. Ele queria consolá-lo, mas não podia deixar de
consolar a irmã.

_ Meadow disse que se você não tivesse ligado, seria tarde demais. Como você sabia?
Dylan limpou o rosto na manga. Ele quase não se parecia, ele estava tão inchado
e vermelho.

_ Estávamos trocando mensagens. - sua voz falhou e ele respirou trêmulo.

_ Ele não parecia bem e disse algumas coisas estranhas, sabe? Então ele disse boa
noite e eu fui para a cama. Mas então eu fiquei assustado e mandei uma mensagem
para ele para ver se ele estava bem. Ele não respondeu. Ele nunca desliga a porra do
telefone. - Um soluço profundo e desesperado escapou dele.

_ Nunca. Fiquei tentando fazê-lo me responder, e pensei que talvez ele estivesse
realmente dormindo, mas fiquei com medo.

_ Que tipo de coisas ele estava dizendo? - perguntou Meadow. Dylan olhou para sua
mãe.

_ Eu já sei, Dylan. Está bem. - ela tirou os longos cabelos castanhos dos olhos dele.

_ Você não parecia querer falar sobre isso, mas sabemos desde pequeno. Por que você
acha que as festas do pijama eram na sala de estar?

Ele olhou para ela como se ela tivesse crescido uma cabeça extra.

_ Você sabia? Mas sempre fui muito cuidadoso. Oh Deus. Você sabia, e isso foi tudo por
nada!

_ Foram os idiotas da escola? - Tinha que ser. Nada mais na vida de Rook parecia tão
ruim.

Dylan assentiu.

_ Eles estão ameaçando. . .

Ele parou, olhando para Kate, Ambrose, Konstantin, Meadow.

_ Para fazer o que? Machucá-lo? - Meadow pressionou. Ela ficou tensa nos braços de
Banner e parecia estar pronta para marchar até a escola e esperar pelos agressores no
degrau da frente. Com um bastão.

_ Não. - Banner discordou, imaginando o quanto Meadow sabia.


_ Expor ele? - ela revirou os olhos.

_ Oh, pelo amor de Deus! Para quem? Quem não sabe?

_ Mãe? Eu não sei. Outras crianças na escola? - Banner balançou a cabeça em


confusão.

Meadow puxou os cabelos, exasperada.

_ Porra! Mamãe sabe. Foi ela quem me contou, cinco anos atrás. Como se fosse uma
grande surpresa?

_ Não, não. - Dylan balançou a cabeça.

_ Eles estavam ameaçando contar aos meus pais. Um deles tem uma foto nossa. . .

_ Uma foto? - A mãe de Dylan ficou mais pálida.

_ De que exatamente?

_ Nos beijando. - Dylan se afastou da mãe e sentou-se em uma das cadeiras de plástico
laranja.

_ O garoto disse que ia mandar uma mensagem para o papai. Na noite passada, Rook
continuou dizendo que estava arruinando minha vida.

A mãe de Dylan, que estava enxugando os olhos, começou a chorar.

_ Isso é culpa nossa, então. Se não estivéssemos tão preocupados em atropelar a


conversa, não teríamos procrastinado. Isso nunca passou pela nossa cabeça.

Os adultos na sala a tranquilizaram, mas ela não parecia convencida.


Eles esperaram. Kate estava lá para ele, segurando sua mão. Sua força silenciosa
o impediu de desmoronar.
Eventualmente, Konstantin se levantou.

_ Alguém quer alguma coisa? Vou ver se a cafeteria está aberta. Eu preciso de café.
_ Você quer levar Kate para casa? Ela provavelmente está exausta. - Banner olhou para
ela, desculpando-se por ter sido arrastada para algo tão traumático. Seu cabelo estava
despenteado e seu vestido estava amassado, mas ela estava mais bonita do que nunca.

_ Eu não estou indo a lugar nenhum.

Ele pensou em insistir para que ela fosse, apenas para ser educada, mas ele não
queria que ela fosse embora. Eles se estabeleceram. Kate cumpriu sua palavra.

***

A aparência cerosa da pele de Rook fez Banner querer vomitar. O IV em seu braço
e a maneira arrumada em que os lençóis do hospital estavam ao redor dele deram a todo
o quadro uma sensação surreal - como se ele tivesse acabado de entrar no set de um
drama hospitalar ruim de televisão.
Os olhos do garoto abriram. Ele parecia quase morto, pequeno e pálido na cama,
como um maço de gravetos. Parecendo um distúrbio emocional para o irmão mais velho.

_ Ei. - Banner apertou a mão de Rook.

Ou Rook não o ouvira, ou ainda estava tão irritado quanto na última vez em que
Banner chegou. O médico disse que o levaram ao hospital antes que houvesse algum
problema sério. dano, mas a tensão no intestino de Banner não se dissipou.
_ Eu sinto Muito.

_ Shh. Está bem. Não se preocupe em se desculpar.

_ Não, não está bem. - A fraqueza da voz de Rook rasgou a Banner. Lágrimas se
acumularam nos cantos dos olhos do menino e gradualmente transbordaram.

Banner os enxugou com a mão, depois olhou em volta à procura de uma caixa de
lenços de papel. Eles eram os quadrados minúsculos feitos com a pilha de rejeitos de
lixa, então ele usou a borda da folha para secar o rosto de Rook.

_ Tentei me vomitar logo depois, mas não sabia como. A coisa do dedo não funcionou.
Por alguma razão, isso foi um alívio parcial. Talvez ele nunca faça isso de novo.
Eles teriam que ter cuidado e observá-lo.

_ Se você tivesse morrido, eu teria estrangulado você. - Banner limpou o próprio rosto
molhado com a barra da camiseta.

Rook apertou a mão dele.

_ Eu sei. Pensei em como você ficaria bravo, mas apenas quando fosse tarde demais.
Na hora, eu continuava pensando que isso tornaria sua vida mais fácil.

Toda a reserva viril de Banner acabou. Ele cuidadosamente esmagou o garoto,


como se segurá-lo perto apagasse as últimas horas.

_ Se você pensar assim de novo, me ligue em vez de tentar adivinhar. Você é meu melhor
amigo, cara de idiota. Com quem eu falaria sobre o significado do universo, da arte e de
nossa família louca, e dos meus problemas com as mulheres se você me abandonasse?
- Ele bateu na testa de Rook com a sua.

Banner entrou na cama de Rook e deitou ao lado dele. Eles encararam o teto em
silêncio. Ele não sabia o que dizer. Mais do que isso, ele tinha medo de dizer as coisas
erradas.

Rook falou primeiro.

_ Meadow disse que você trouxe uma garota.


_ Eu trouxe. - Banner fez uma careta.

_ Eu provavelmente devo a ela um encontro real depois disso.

_ Não brinca. Me desculpe se estraguei as coisas com ela. - Havia uma ponta de
desânimo em sua voz, mas ele a cobriu com provocações.

_ É ela por quem você tem choramingado há meses?

_ Sim. - ele pensou em Kate sentada na outra sala, e a expectativa se espalhou por ele.
Ela estava realmente interessada no relacionamento deles a longo prazo?

Felizmente, isso não a assustou, mas Rook ficou em primeiro lugar em sua vida,
e ela precisava saber disso.
_ Sinto muito por ter me distraído. Eu deveria ter descoberto o que estava acontecendo
com você sem ter que ser informado.

_ Você é meu irmão, não um leitor de mentes, meu guardião ou meu terapeuta. - Rook
ficou quieto por um tempo, como se tivesse cochilando.

Banner ficou surpreso quando falou novamente.

_ Mamãe parece diferente hoje.

_ Acho que você a acordou.

_ Talvez. Vamos ver se fica. - Rook olhou para as pernas da cama, lado a lado. Banner
sabia que isso costumava incomodar Rook que ele era tão pequeno comparado a si
mesmo. Ele esperava que não estivesse pensando em algo tão bobo agora.
Ele podia sentir-se cochilando, a falta de sono e o fluxo de adrenalina finalmente
o atingindo.

_ Banner?

Ele acordou assustado.

_ O que?

_ Sei que é um momento estranho para mencionar isso, mas não use calça de couro.
Eles fazem você parecer um idiota.
Capítulo 19

Entrar na casa de Banner parecia que ela estava voltando para casa depois de
um longo dia de trabalho. Quando Kate entrou no vestíbulo, ele a inundou de lembranças
e conforto. Cheirava como ele.
A porta se fechou atrás deles e ela se virou para encarar Banner. Seus olhos
estavam vermelhos, e ele não tinha dito muito mais do que algumas palavras a caminho
de casa. Ele parecia exausto.
Os nervos dela também estavam fritos. Tantas emoções rodaram em sua cabeça,
fazendo seu cérebro doer. Nenhuma quantidade de distância profissional poderia mantê-
la a salvo do ataque de emoções que estivera naquela sala de espera. Este não era um
cliente, este era o homem que ela amava. Ele foi sua primeira prioridade.

_ Obrigado. - ele murmurou.


_ Por tudo esta noite. Sei que não foi agradável para você, mas estou feliz por você estar
comigo.

Ela não fez nada, realmente. Todo o calvário tinha sido uma coisa de família, então
ela manteve a cabeça baixa e ficou fora do caminho. Ela trouxe café e comida para
qualquer um que parecesse necessitar e sentou-se ao lado de Banner enquanto ele
esperava sua próxima vez para ver seu irmão. Konstantin e Ambrose pareciam melhor
equipados para ajudá-lo com isso, e eles pelo menos tinham algum relacionamento com
sua família. Mas ele ainda a segurava como se ele estivesse se afogando.

_ Qualquer um faria o mesmo. - ela murmurou.

Ele assentiu tristemente.

_ Você deve ir para casa e dormir um pouco.

_ Não. - No caminho de volta, ela já havia resolvido ficar com ele. Ele precisava de
conforto, não de tempo sozinho. Ela não o pressionaria a falar, mas se ele quisesse, ela
estaria lá para ele.

_ Estou cansada demais para ir para casa. Posso ficar aqui?

Ela esperava que, apelando para o lado protetor dele, ele a deixasse ficar, e então
ela estaria lá quando ele estivesse pronto. A testa dele enrugou como se estivesse
surpreso.

_ Você tem certeza?

_ Sim. Tivemos uma longa noite. - ela foi em direção ao quarto dele.

_ Vamos. Vou te colocar na cama. - Ele riu.

_ Você também vai me ler uma história para dormir?

Então ele não ficou tão perturbado que perdeu o senso de humor. Isso foi bom.
Rook não era o único em risco. Isso abriu uma ferida profunda em toda a família. Todos
eles precisavam cuidar um do outro.
Eles foram para o quarto dele, e ele tirou a roupa uma vez lá dentro. Agora ela
não tinha certeza do que fazer. Ela não queria se intrometer se ele precisasse de espaço
e não havia processado o que havia acontecido pouco antes da chamada do hospital.
Eles tiveram uma noite de sexo incrível e parecia haver alguma compreensão de que
estavam juntos, mas onde eles estavam agora? Ela não queria ser presunçosa indo para
a cama com ele. Eles eram um casal? Foi só sexo?
Ela ficou sem jeito no meio do quarto, enquanto Banner desabava na cama.
Quando ele olhou para ela, ela disse.

_ Você quer que eu fique no quarto de hóspedes?

_ O que? - Ele puxou as cobertas do outro lado da cama.

_ Vem aqui.

Essa ordem, ela obedeceria. Ela tirou o vestido, ciente de sua nudez, exceto por
uma calcinha frágil. Mas não era a hora nem o lugar para um momento sexy. Ela entrou
e deitou lá sem jeito, querendo tanto puxá-lo em seus braços e dizer que tudo ficaria
bem.
Vê-lo tão destruído esta noite por causa da dor de seu irmão havia despertado
algo nela - uma proteção feroz tão forte que ela teve que lutar contra suas próprias
lágrimas no caminho de volta do hospital. O sofrimento dele partiu o coração dela. Agora,
tudo o que ela queria fazer era consertar. Para garantir que Banner soubesse que ele
não estava sozinho, que nunca mais estaria sozinho se ela tivesse alguma opinião sobre
o assunto e, mais do que tudo, que ele era amado.
Amor. Os olhos dela encheram de lágrimas. Ele lutou com Ambrose - por ela. Ele
a queria. Ele disse isso. Ela era dele. Ele disse isso também, pelo que ela conseguia se
lembrar. Ou tinha sido um sonho?
Incapaz de ajudar a si mesma, ela se virou e enrolou seu corpo em volta de
Banner. Ela se imaginou como uma barreira protetora, protegendo-o do mundo, pelo
menos por enquanto. Ele pode ter pensado que ela era dele, mas ele também era muito
dela. E se ele pensava que era o único com um lado protetor, estava completamente
errado.
Ele já estava dormindo profundamente, seus roncos enchendo a quietude do
quarto.
Pobre rapaz.
Ela não sabia muito sobre a família dele antes daquela noite. Agora que ela
experimentara em primeira mão, era óbvio por que ele era tão educado. Pelo que ela
sabia, ele cuidou do irmãozinho nos últimos anos. A mãe dele parecia estar anestesiada,
mas suas lágrimas e preocupação podem ter sido um ponto de virada. A irmã dele era. .
. estranha e não parecia ler bem as pessoas. Rook poderia ter se saído pior se não fosse
por Banner em sua vida.
Ela sabia que Banner tinha um grande coração, mas agora ela entendia o fundo
disso. Ele se dedicou muito por sua família. Como restava algo para ele? Não é à toa
que ele teve problemas para se estabelecer com uma garota. Mesmo sabendo que ele
tinha encargos familiares e outras prioridades, não a assustava.
E se ele quis dizer o que disse anteriormente - que a amava e queria mantê-la
para si mesmo mais do que uma parceira sexual excêntrica - ela poderia aceitar o rótulo
de "escrava" e fazer as coisas funcionarem.
De qualquer forma, o que era um rótulo, mas uma tentativa inútil de classificar
algo para que as pessoas pudessem entender? Algumas coisas não foram feitas para
serem rotuladas e classificadas. Algumas coisas eram tão profundas e pessoais que nem
podiam ser explicadas em palavras, não importando as que outras pessoas fora do
relacionamento pudessem entender. D/s era assim.
Se Banner queria chamar o que eles tinham de Mestre/escrava ou Dom/sub ou
qualquer outra coisa, isso não importava. Era especial e era deles.
Com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela beijou seu ombro, esperando que ele
sentisse o amor em seus sonhos. O dia seguinte seria interessante. Ela tinha que
encontrar uma maneira de expressar tudo isso. Havia palavras suficientes? Talvez o
momento estivesse errado. Depois do que aconteceu com Rook, a última coisa que
Banner precisava era de mais porcaria na qual pensar.

Isso a mataria, mas ela seguraria por enquanto. Ela passou tanto tempo sem
reconhecê-lo. Mais alguns dias não importariam.

***

Acordar era como lutar na areia movediça. Suas pálpebras pareciam estar coladas. Por
que ela estava tão cansada? Os eventos da noite passada passaram por sua mente,
deixando-a acordada.
Porcaria.
A noite passada tinha sido uma tempestade de merda. E agora ela tinha que
ajudá-la. . . Mestre? Finalmente, ela abriu os olhos e fez um balanço de seu entorno.
Teto do banner. Calor cobrindo seu corpo nu. E lá estava ele, olhando para ela.

_Bom dia dorminhoca. - ele disse.

_ Rook está indo muito bem. Meadow assumiu o lugar de minha mãe e eu preciso estar
lá às duas.
_ Obrigada Senhor. - ele parecia tão aliviado que a fez sorrir. Ela torceu o nariz.

_ Há quanto tempo você está acordado. . . e olhando para mim?

Ele riu.

_ Não muito. E você é fofa quando está dormindo. Não é minha culpa.

O coração dela acelerou quando ela olhou para o rosto dele - o rosto bonito, os
olhos brilhantes e os lábios lindos e beijáveis. Como ela não se apaixonou por esse rosto
antes? Talvez ela só estivesse se enganando. Mas agora ela sentia isso tão
profundamente dentro dela, tão profundamente em seus ossos, que ela sentiu vontade
de balançar nas vigas e gritar. Era impossível ignorar.
Em vez disso, ela suspirou.
Não é a hora. Deixe ele curar.

_ Eu estava esperando que você já tivesse ido há muito tempo. - ele disse, descansando
a cabeça no braço.
_ Hmm?

_ Parece ser a sua jogada. Quando as coisas ficam intensas, você corre.

A culpa passou por ela. Quão terrível deve ter sido para ele. Ela teve problemas
para pensar além do próprio pânico antes. Agora ela só queria ficar lá para sempre, na
cama dele, nos braços dele.
O olhar dela caiu do rosto dele. Ela temia ver dor nos olhos dele e deixar escapar
algo estúpido.

_ Me desculpe por isso.

Ficou em silêncio por um momento e ela fingiu que havia algo interessante na
unha.

_ Por que você ficou? - ele sussurrou, como se tivesse medo da resposta.

Movendo-se para se sentar contra a cabeceira da cama, ela andou na ponta dos
pés em torno da verdade.

_ Eu estava preocupada com você.


_ Por que isso?

_ Porque eu me importo com você, obviamente.

_ Se importa?

Ela levantou o olhar para olhar nos olhos dele. Ele a estava empurrando de
propósito? Quando ela pensou que iria encontrar provocações, havia uma preocupação
lá. A mandíbula dele apertou enquanto a estudava. Ansiedade e dor estavam escritas
em seu rosto, bem como talvez um pouco de esperança. Ele queria que ela dissesse
isso?
Engolindo em seco, ela mergulhou.

_ Sim. Eu me importo imensamente com você. - As lágrimas brotaram, mas ela as piscou
de volta, encarando as mãos.

O silêncio se estendeu.
Ela se atreveu a olhar para ele. Ele franziu a testa, depois assentiu devagar.
Parecia que seu coração estava sendo cortado em dois. Ela não suportava vê-lo dessa
maneira. Ele estava esperando que ela dissesse mais e apenas o decepcionasse?
Porra. Por que não havia um livro de instruções sobre isso? Ela suspirou frustrada.

_ Bem.

Ele inclinou a cabeça.

_ Bem o que?

_ O momento está errado, e provavelmente estou fazendo isso errado, mas se você vai
me forçar, então. . . bem! - ela olhou.

_ Eu te amo, Banner. E sinto muito pelo que aconteceu ontem à noite. Eu gostaria de
poder suportar essa dor por você, para que você não tenha que sentir. E sinto muito pelo
último mês com Ambrose. Mas eu não tiraria isso, mesmo que pudesse, porque me fez
perceber o quão perfeito você é para mim. Lamento o tempo ser péssimo para eu dizer
que te amo, mas é verdade. Sinta-se livre para me chutar porta a fora, mas você me
trouxe a isso e. . .

_ Shhh. - ele colocou um dedo nos lábios dela.


Ela congelou, os olhos cheios de lágrimas. Ele estava a postos para rejeitá-la. A
qualquer segundo, ele iria dizer a ela para sair. Sua garganta se fechou e ela lutou para
respirar.

_ O tempo não é ruim. O momento nunca poderia ser ruim para dizer a alguém que você
o ama.

Suas lágrimas transbordaram e Banner as enxugou das bochechas. Seu lábio


tremia, mas ela tentou fazer sua voz firme.

_ Você . . . você também me ama, certo?

Se ele dissesse não, ela simplesmente morreria. Seu coração pareceu parar de
bater enquanto esperava a resposta dele. Talvez ela o tenha interpretado mal ontem.
Talvez ela tenha se enganado completamente. Talvez...

_ Eu te adoro. - Ele sorriu.

_ Me adora? Como. . . como uma irmã ou—

_ Absolutamente não. - ele a apertou mais.

_ Detesto ter que lhe dizer isso, mas tenho um carinho estranho e intenso por você.

Ela riu, depois se sentiu um idiota por rir.

_ Afinal, o que isso quer dizer?

_ Estou apaixonado por você, Kate.

Seu corpo congelou, com muito medo de se mover por medo de que ela acordasse
e descobrisse que tudo isso era um sonho. Quando ele apenas olhou para ela, ela
finalmente resmungou.

_ Por quê?

Ele deu uma risada.

_ Por quê? Que tipo de pergunta é essa? Você não pode simplesmente perguntar às
pessoas por que elas amam você.
_ Claro que eu posso. Eu apenas perguntei.

Seu olhar de adoração quando a rolou de costas a surpreendeu. Sexy, exigente,


dominador, bobo e agora amoroso - esse homem a mantinha aprendendo, mas ela
estava gostando de aprender as diferentes facetas de sua personalidade.
Ele a beijou gentilmente, arrastando os dedos sobre as costelas e a cintura. Kate
estremeceu, sentindo um calor de resposta se acumular entre as pernas.

_ Sr. Jennings, você está tentando me seduzir para não precisar responder minha
pergunta?

Era muito fácil para ele puxar os braços sobre a cabeça e segurar os pulsos em
uma mão. Ele a beijou novamente, e ela pressionou contra ele, tentando não suspirar
como uma colegial apaixonada.

_ Não, eu estava apenas distraído com sua beleza.

Ela sorriu, sentindo-se tonta. Quando ela olhou para Banner, a expressão dele era
a mesma. Ela nunca pensou que um Dom pudesse ser quente e apaixonado ao mesmo
tempo.
Ele fez uma careta e sorriu.

_ Eu sei que você não quer fazer a coisa de 24 horas por dia, mas vamos encontrar uma
maneira de ficarmos juntos. Eu posso me comprometer. Eu não preciso de perfeição. O
importante é que eu tenho você. Podemos trabalhar o resto à medida que avançamos.

_ Eu serei sua escrava. - ela deixou escapar.

Ele recuou.

_ O que?

_ Decidi que realmente não importa como você nos chama. Palavras. . . - Ela balançou
a cabeça.

_ Eles significam apenas o que significam.

_ Não, você não quer isso. Não vou forçar você a algo que você não quer.
_ Eu quero isso. Quero dizer . . . Eu quero o que estamos fazendo. Se é isso que você
chamaria de dinâmica mestre/escrava, acho. . . Eu acho que isso significa que eu já sou
sua escrava. Eu já o sou faz meses. - Como um segundo pensamento, ela encontrou os
olhos dele e acrescentou:

_ Sua escrava. Não é apenas de qualquer pessoa. Apenas sua.

Um sorriso confuso brilhou por um segundo antes de desaparecer.

_ Você tem certeza? Não é algo que você finge gostar de fazer alguém feliz.
Com um suspiro, ela mudou para uma posição ajoelhada.

_ Tenho certeza absoluta. Você não me quer, mestre? Eu senti tanto sua falta este mês
passado. Eu senti falta das nossas conversas, do seu humor. Eu senti falta de você me
chamando de Problema. Eu até senti falta da sua disciplina. - Não. Foi mais do que isso.

_ Eu ansiava por sua disciplina. Acima de tudo, senti falta do seu colarinho. Eu sentia
falta de sentir que pertencia a você.

As malditas lágrimas começaram de novo. Ela não havia percebido o quanto


sentia falta de algo que a princípio parecia tão degradante. Apenas uma tira de couro.
Tão simples e aparentemente insignificante. Mas o último mês parecia vazia sem ele. E
a de Ambrose. . . Simplesmente não era o mesmo.
Não poderia ter sido o mesmo, porque ela sempre esteve com Banner.
Ela observou as emoções passando pelo rosto dele. Os sentimentos que ela tinha
por ele a fizeram querer pular e se atirar em seus braços. Seu corpo e coração o
conheciam como seu mestre há eras, mesmo quando sua mente estava orgulhosa
demais para admitir isso. Tinha sido assustador demais reconhecer que eles queriam as
mesmas coisas. Ela passou tanto tempo convencida de que estavam em páginas
diferentes, que ver onde suas necessidades e desejos se cruzavam era quase
impossível. Mas, por mais que ela esperasse que as coisas funcionassem com Ambrose,
havia provado repetidas vezes que sua submissão já pertencia ao melhor amigo dele.
Banner a encarou por tempo suficiente para lhe dar um mini ataque de pânico. Ela
não tinha provado o suficiente? Ele não acreditou nela?
Finalmente, ele mudou, depois se levantou.

_ Deixe-me consertar isso.


Ele abriu a gaveta da mesa de cabeceira e tirou a gola dela. Ele manteve lá o
tempo todo? Um momento depois, ele estava sobre ela, afivelando o couro preto no lugar
em volta do pescoço. Com isso, veio uma onda avassaladora de amor e devoção.

_ Você é minha, pequena escrava.

Dele.
Ele a beijou com todo o amor e desejo que ela sentiu enquanto estavam
separados. Meses atrás, ele disse a ela que uma submissa era o maior tesouro de um
Dominador.
Ela nunca entendeu completamente o que ele quis dizer até agora. Banner a
comandava, a protegia, a estimava.
Em troca, ser dele encheu um poço de saudade dentro dela. Ela sabia que podia
ser forte e independente, mas essa conexão - esse vínculo profundo e verdadeiro - era
o que ela escolheu. Com o colar em volta da garganta e Banner a beijando ternamente,
ela sabia que não estava se perdendo. Em vez disso, ela estava ganhando ele.
Epílogo

A brisa do Caribe varreu a porta deslizante aberta, causando arrepios na pele


molhada de Kate.

_ Tire isso. - Banner ordenou.

A única vez que ela foi autorizada a usar roupas esta semana foi usar biquíni na
praia. Evitou que a areia chegasse a lugares delicados. Mas eles estavam de volta à
casa de praia agora, e Banner estava olhando para ela como um lobo olha sua presa.
Eles fizeram sexo várias vezes ao dia, durante toda a semana. Como ele estava
mantendo isso?
As férias particulares eram extremamente necessárias após as duas semanas que
eles acabaram de ter. Uma maquinaria explodiu em uma das fábricas da Banner,
causando horas extras obrigatórias para muitos dos trabalhadores, incluindo a Banner.
E se isso não bastasse, o cliente de Kate, Sean, recebeu alta novamente e ela tinha
comichões antes de ir para o trabalho todos os dias, com medo de vê-lo retornar. Até
agora estava bem.

_ Você acha que pode ir de novo, velho? - ela brincou.

Os olhos dele se estreitaram.

_ Velho?

Sedutoramente, ela deslizou a parte de baixo de bolinhas, depois recuou alguns


passos enquanto ele caminhava em sua direção. Antes que ela pudesse ir longe, ele se
lançou e a agarrou pelo braço. Ela gritou e tentou fugir, mas ele deu três beijos mordazes
na sua bunda molhada.

_ Chuveiro. - ele latiu, segurando um sorriso.

Ela estava feliz por ele ter mantido seu senso de humor, mesmo quando o
relacionamento deles se aprofundou. A intensidade da dinâmica mestre/escrava foi
interrompida por um amor pateta e risonho.

_ Sim senhor. - ela disse com uma saudação.


Rosnando, ele a seguiu até o banheiro. Ela podia praticamente sentir o olhar dele
em sua bunda, então é claro que ela a balançou sedutoramente.
Ele gemeu.

_ Você está me matando, Problema.

_ É justo. Você quase me matou com orgasmos antes.

Com uma risada, ele entrou no banheiro.

_ Você está reclamando? Mulheres de todo o mundo adorariam morrer de orgasmos em


uma praia particular em Saint Thomas.

_ Eu não sei! Elas o cobiçam quando vamos à cidade.

_ Os homens também olham para você. Por que você acha que eu mantenho você
trancada aqui o máximo possível?

Ele tirou a roupa de banho e ela lambeu os lábios e deu um sorriso travesso.
Rudemente, ele pegou um punhado de cabelos e puxou a cabeça dela para trás.

_ Não me tente.

_ Nããão. - ela choramingou.

_ Eu estava brincando. Meus lábios ainda estão rachados.

Sua expressão era presunçosa quando ele se inclinou para frente e a beijou
profundamente, mergulhando em sua boca, explorando e brincando enquanto ela
ofegava e tentava acompanhar.

_ Tome banho antes de eu te foder aqui. - ele disse quando se afastou. Ele bateu na
bunda dela novamente. Ela deu a ele um olhar atrevido.

_ Sim, mestre.

No chuveiro, ela esperou que ele a seguisse, mas ele ficou do lado de fora da
porta.

_ Você não está entrando?


Ele balançou sua cabeça.

_ Você primeiro. Eu tenho algo para conversar com você depois.

Sua curiosidade foi despertada, e com isso ela sentiu uma pontada de pavor. A
necessidade de "conversar" geralmente significava más notícias. Ele bebeu e jantou com
ela, a amarrou, a fodeu, a dominou, fez todo tipo de coisas loucas e românticas - sobre
o que eles poderiam precisar falar? As coisas não estavam indo como ele queria?
Ela o viu se afastar e depois entrou na água. Quando atingiu sua pele, ela
percebeu como estava dolorida. Embora eles tenham passado algum tempo relaxando,
lendo enquanto se abraçavam e fazendo planos para o futuro, houve muita ação. E o
bastardo tinha uma torção por mantê-la amarrada em posições desconfortáveis,
empurrando seus limites, testando sua tolerância à dor.
Ela assobiou quando a água atingiu as marcas de cana em suas coxas.

_Idiota. - ela murmurou baixinho, com um sorriso secreto. Ela amava, mas ele já sabia
disso.

Depois de lavar a areia e o sal da praia, ela desligou o chuveiro. Banner estava
esperando lá com uma toalha e, infelizmente, ele estava vestindo um novo par de shorts.
O olhar dele ficou no rosto dela, em vez de olhá-la apreciativamente, como ele
normalmente fazia.
Seus lábios caíram sombriamente. A ansiedade deu um nó na barriga. O que
estava acontecendo? Aconteceu algo com Rook de novo? Ou a mãe dele? As coisas
pareciam muito melhores nos últimos meses.

_ Você está bem? - ela perguntou, envolvendo a toalha em volta do tronco.

Ele assentiu com firmeza e depois apontou para o quarto.

_ Vá se arrumar para mim. Eu estarei lá em um segundo.

A curiosidade a encheu cada vez mais a cada passo no quarto. Eles estavam se
divertindo muito. Ela não conseguia se lembrar de uma época em que se sentira mais
feliz, mais amada, mais querida e mais cheia de esperança e vida. Banner era tudo para
ela. Por que ela sentiu que algo ruim estava prestes a acontecer?
Ela tentou não deixar que sua preocupação aparecesse enquanto subia na cama.
Quando ele disse
_ prepare-se para mim - ele a queria ajoelhada, mãos atrás das costas, cabeça baixa,
joelhos separados.

Apesar de sentir como se ela pudesse vomitar, ela se posicionou, certificando-se


de que era perfeito para ele. Ela tinha sido muito malcriada? Ele parecia gostar dela
brincando às vezes. Ele até disse que isso lhe dava um motivo para puni-la, que seu lado
sádico amava.
Passos pesados soaram no piso de madeira e ela sentiu a presença dele na sala.
Ela lutou contra o desejo de levantar a cabeça e tentar ler a expressão dele. Ela esperaria
como a boa garota que ele a ensinou a ser.
Ele parou na frente dela. O calor do corpo dele tão perto do dela a aqueceu até
os dedos dos pés. Ele passou as pontas dos dedos do ombro dela, desceu pelo braço e
depois pela clavícula. Ela arqueou ao toque dele, amando o que sentia naquela parte
vulnerável dela. A mão dele foi para a garganta dela e a segurou suavemente.
Ela engoliu em seco. Quando ele segurava sua garganta, sempre a fazia se sentir
segura e protegida. Era sexy porque era perigoso, mas algo sobre confiar nele perto de
sua garganta era profundamente gratificante.

_ Muito agradável. - ele murmurou.

_ Mas está faltando alguma coisa. Cadê minha coleira?

Porcaria.

_ Tirei. - Ele lhe deu um colarinho antes da viagem. Um colar simples era bonita, mas
especialmente por causa de seu significado - o compromisso e o amor que ele
simbolizava.

_ Por quê?

Ela estava com problemas? Era disso que se tratava?

_ Eu não gosto de usá-lo no oceano. Eu tenho medo que isso o estrague.

Houve um silêncio por um momento, e ela se preparou para o pior.

_ Por que você não voltou a usá-lo?

Ela olhou para ele, esperando que ele visse a honestidade em seus olhos.
_ Eu estava indo, mas você me disse para entrar na posição.

Seu rosto permaneceu ilegível.

_ Sinto muito, mestre. - ela abaixou a cabeça.

_ Eu não quis te insultar. Não é como se eu tivesse perdido ou algo assim. Está bem
no...

_ Shh. - ele colocou um dedo sobre os lábios dela, e ela lutou contra o desejo de chupá-
lo em sua boca. Não parecia um momento sexy. Algo o estava incomodando.

_ Está bem. - ele disse. Parecia que ele estava brincando com algo em uma bolsa. Então
o barulho parou.

_ Olhe para mim.

Ela olhou. Ele parecia estar segurando algo nas costas. O que ele estava
escondendo?
A testa dele enrugou e ele olhou para o chão.

_ Kate, eu. . . - ele fez uma pausa, parecendo não ter palavras.

_ Porra. Eu tinha tudo planejado e agora estou ficando com a língua presa.

Teve o que planejado? Dando-lhe um presente? Era uma nova coleira? Mas por
que? Com um suspiro, ele levantou o olhar para o rosto dela.

_ Você sabe que te amo. Mas você sabe o quanto?

Ela assentiu.

_ Muito. Assim como eu te amo muito.

_ Mais do que muito. Eu nem consigo explicar. - ele soltou um suspiro e continuou.

_ Percorremos um longo caminho. Eu pensei que sabia que queria em uma escrava.
Você não era o que eu imaginava.

_ Ei. - ela brincou.


_ Pensei que queria perfeição, mas o que eu precisava era você.

_ Mas eu sou perfeita, mestre. - ela deu um sorriso miscelânea, em parte para diminuir
a tensão e fazê-lo relaxar.

_ Você é. - Ele olhou para ela, então, com tanto amor que a fez chorar.

_ Você é perfeita para mim.

Ela limpou as lágrimas que brotaram.

_ Eu já encolerei você. Esse é um grande compromisso, e você sabe que isso significa
para sempre para mim.

Assentindo, ela se perguntou se isso estava levando a algo em que ela vinha
pensando há algum tempo. Mas ela não queria ter esperanças.

_ Kate. - ele suspirou, depois mudou seu peso.

_ Quero estar com você para sempre. Não apenas como seu mestre, mas como seu
marido.

Ele levou as mãos para a frente e na palma da mão havia uma pequena caixa.
Quando ele abriu, um anel antigo de filigrana de diamante brilhava ao sol da clarabóia.
Por um momento, ficou tão deslumbrada que não conseguiu falar.

_ Estou pedindo que se case comigo, Kate. - sua voz falhou.

_ Você pode se casar comigo, por favor?

Ela começou a soluçar. Ele pensou por um minuto que ela recusaria? Ele a
abraçou e a abraçou como se ela fosse a pessoa mais preciosa do mundo. As lágrimas
dela correram pelo peito dele.

_ Seu idiota! - ela finalmente disse, se afastando.

_ Você me preocupou tanto!

_ O que?
_ Eu pensei que algo estava errado! Com sua família . . . Ou que eu estava com
problemas ou algo assim.

Os olhos dele se arregalaram.

_ Não. Não, nada disso. Eu estava apenas nervoso. - Ele passou a mão no rosto.

_ Eu sinto muito. Eu não quis te preocupar. Mas . . .

Ela tentou controlar suas emoções, mas apenas conseguiu um tipo ridículo de
risada chorosa.

_ Você não respondeu.

Responder?

_ Oh! - ela olhou para o anel.

_ Sim! Claro que a resposta é sim.

Mãos trêmulas, ele tirou o anel da caixa.

_ Era da minha avó.

Ela estendeu a mão e ele a colocou no dedo, sentindo como se ela estivesse
assistindo uma cena de um filme. Ela nunca foi do tipo que imaginava ficar noiva - como
um homem iria propor - como suas amigas costumavam fazer. Mas agora que estava
acontecendo, ela não podia imaginar que fosse melhor, mesmo nua, úmida e chorosa.
Os olhos dele ficaram preocupados.

_ Você gosta disso? Caso contrário, podemos escolher outra coisa. Eu não vou levar
para o lado pessoal.

_ Eu amei.

_ Espere aí. - ele sorriu e foi até a cômoda.

No espelho em frente à cama, ela teve um vislumbre de como o anel parecia.


Mesmo à distância, brilhava e de alguma forma a fazia se sentir mais bonita do que antes.
Ela não conseguia parar de sorrir. A tia e o tio ficariam muito felizes por ela. Eles amavam
Banner como se ele estivesse na família para sempre, e seu tio ficaria tão orgulhoso de
acompanhá-la até o altar.
Ele voltou segurando a coleira dela e amarrou-a no pescoço, parecendo
presunçosa.

_ Mal posso esperar para contar a todos. - Ela olhou para o rosto bonito dele e se
perguntou como teria tido tanta sorte. Se ele não tivesse recebido um convite para a
festa a fantasia, havia uma chance de que eles nunca tivessem se conhecido.

_ Janine tem me pressionado a propor a você.

_ Isso explica por que Chris o trouxe algumas semanas atrás. - Ele riu.

_ Eu já tinha o tamanho do anel, mas queria perguntar enquanto estávamos aqui.

_ Tenho certeza de que Janine o fez. - ela olhou para o laptop em cima da mesa na
mesma sala.

_ Gostaria de saber se poderia chamá-la online para mostrar a ela.

Banner franziu o cenho, enviando uma vibração nervosa e excitada por ela.

_ Quando você acabou de aceitar se casar comigo? Enquanto você está nua na minha
cama? De jeito nenhum.

Ela piscou para ele inocentemente.

_ Bem, eu poderia vestir um robe.

Com um grunhido, ele a derrubou.


Ela cedeu, rindo quando ele mordeu o pescoço possessivamente. Por mais
dolorida que estivesse, ela não podia recusar um homem com um grunhido tão sexy,
especialmente aquele que acabou de colocar um anel no dedo e uma coleira no pescoço.
Dele. Agora de todas as maneiras possíveis.
AGRADECIMENTOS

Antes de mais, temos de agradecer à nossa agente, Nicole Resciniti, da Agência


Seymour. Se ela não nos tirou do grupo de autopublicação e nos convence a correr o
risco de uma editora tradicional, talvez nem tenhamos escrito este livro. Banner e Kate
agradecem, e todos os leitores que se identificam com eles ou obtêm algo deste livro
também agradecem.
Graças à nossa editora da Penguin, Kristine, e ao trabalho duro que ela fez para
nos guiar, respondendo a todas as nossas perguntas tolas e demonstrando interesse em
escrever, em primeiro lugar. Esperamos continuar trabalhando com você no futuro. Não
consigo pensar em um editor mais gentil e paciente.
É claro que nosso livro não seria o que é sem nossos leitores beta. Lina Sacher,
que se tornou um dos nossos olhos mais confiáveis quando terminamos um livro - ou
acha que o concluímos, apenas para descobrir que precisa de mais trabalho! Janine,
nossa boa amiga, fã e amante de livros obscenos de longa data, que toma banho nos
elogia para que nossas cabeças fiquem tão grandes que mal podemos passar pelas
portas. Ainda bem que temos Cari Silverwood, amiga íntima e colega autora, que não
tem medo de colocar um alfinete nos nossos egos em nome da melhoria. Graças a vocês,
revisamos e revisamos até nossos olhos sangrarem para tornar este livro o mais perfeito
possível.
Gostaríamos de agradecer às nossas famílias, que aguentaram a nossa fantasia,
correram para o computador no meio do jantar para anotar uma ideia,
e todas as noites para terminar as edições no prazo. Seu apoio incondicional nos ajuda
a superar os momentos difíceis. Além disso, é divertido ter pessoas para celebrar os
bons momentos.
E acima de tudo, nossos leitores. Fazemos isso por você.

Continue lendo para dar uma espiada no próximo livro da série Mestres Libertos
de Sparrow Beckett

JOGANDO DURO COM MESTRE

disponível a partir de
InterMix outubro de 2015
O turno da manhã era péssimo, e não da maneira certa. Cobrir a licença de
maternidade de Morgan no salão estava se mostrando mais difícil do que Everly havia
previsto. Não foram apenas os turnos duplos que fizeram seus pés doerem e odiarem os
saltos por toda a vida. A pior parte foi ter que arrastar sua bunda triste da cama cedo
para abrir o salão de cabeleireiro.
Como cabeleireira, esperava-se que ela aparecesse da melhor maneira possível:
maquiagem completa, penteado, sapatos fofos, etc. Ser arrumada às oito da manhã era
um saco. Talvez oito da manhã não fosse cedo para a maioria das pessoas no mundo
do trabalho, mas ela realmente não era uma pessoa da manhã. Os sinos acima da porta
tocaram às dez horas em ponto, sinalizando que seu primeiro cliente estava aqui.
Quem marcava um horário com o cabeleireiro às dez da manhã, além dos idosos?
Do fundo do salão, ela viu o cara. Ele não era idoso.
Seu corpo encheu a porta, fazendo-o parecer que estava ali para conquistar o
salão e escravizar suas mulheres. Sob a camisa justa, os músculos inchados. A essa
distância, ela não conseguia entender suas características faciais, mas seu corpo era
suficiente para assustá-la ou enviá-la à libido. Às vezes a linha entre os dois ficava
borrada.
A agenda mostrava seu nome e número de telefone. Ambrose Langly. Nome
interessante. Não é comum por aqui. Parecia estranho e exótico. Quase digno demais
para o sujeito bandido que se dirige para a mesa.
Argh. Se ele fosse outro esnobe da universidade, ela o passaria para Willow após
esta consulta. Mas, mesmo à distância, ele não parecia pertencer a uma universidade.
Talvez um ringue de luta livre da WWF. Ou prisão.
Sacudindo um arrepio de medo, ela colocou sua melhor expressão alegre,
lembrando-se de que compromissos significavam dinheiro. Então ela saiu para encontrá-
lo. Mamãe precisa de um novo par de botas sensuais.

_ Ambrose?

A testa dele enrugou quando a viu.

_ Sim.

_ Oi! Eu sou Everly. - ela estendeu a mão, notando que o esmalte roxo estava lascando.
Combinava com as mechas em seus cabelos. Ela fez uma anotação mental para retocar
mais tarde.

Ambrose pegou a mão dela e apertou-a educadamente, mas franziu a testa.

_ Prazer em conhecê-lo.
Ele olhou brevemente pelo salão e suspirou.

_ Vamos acabar logo com isso.

Está bem então. Talvez ele também não fosse uma pessoa da manhã.

_ Certo. Venha.

Ela acenou para ele e ela o seguiu.

_ O que posso fazer para você?

_ Sou padrinho de um casamento. - ele murmurou atrás dela.

_ A noiva vai me matar se eu não parecer apresentável. - Ele quase parecia aborrecido.

Ela riu e depois apontou para a cadeira. Ele afundou nela, diminuindo a cadeira
de cabeleireiro padrão.
De pé atrás dele, ela apertou o pedal e abaixou a cadeira para poder alcançar a
cabeça dele.

_ O que há nos casamentos que deixam as pessoas tão loucas?

_ Eu não faço ideia. O noivo, que é meu melhor amigo, chegou a criar sua própria conta
no Pinterest. É como se eu nem o conhecesse mais.

Ela colocou a capa em volta do pescoço dele.

_ Suponho que você não queira que o escudo do seu time favorito seja raspado na parte
de trás?

Ele riu.

_ Não. Não é o meu estilo de qualquer maneira. Apenas apare. Bom e arrumado.

O homem tinha uma cabeça bonita. Como seria se ele deixasse o cabelo crescer
por muito tempo? Mesmo no comprimento curto, ela podia dizer que era um tom claro de
loiro, que combinava com sua pele clara. Combinada com o tamanho dele, ela se
perguntou se ele tinha herança viking. Ela riu interiormente, imaginando-o suado,
segurando uma espada, um exército atrás dele pronto para obedecer seus comandos.
Os vikings seriam bons doms. E esse cara parecia que ele poderia dar uma olhada má
de Dom.
Bom Deus. Desde quando os clientes fazem sua imaginação correr tão selvagem?
A combinação de não transar por um tempo, ovulação e o relógio biológico correndo
disparou seu desejo sexual. Talvez ela vá na masmorra hoje à noite e veja se poderia
encontrar um parceiro de brincadeira. Já faz um tempo - pode haver carne fresca que
ela ainda não tinha assustado.
Depois de ligar as máquinas de cortar cabelo, ela voltou atrás dele.

_ Então você tem que usar smoking e tudo mais? - Pela aparência casual de seus jeans
e camiseta, e os algarismos romanos tatuados em seus antebraços grossos e
musculosos, ele não parecia o tipo que gostava de se vestir assim.

_ Sim.

_ Aposto que você fica bem assim.

Seu sorriso de resposta era pecaminoso.


Suas bochechas esquentaram. Por que ela disse isso? Flertar com certos clientes
era normal e trouxe dicas melhores, mas flertar com esse cara parecia. . . perigoso.

_ Quero dizer, você não parece do tipo terno e gravata. - ela fez uma pausa para reajustar
as tesouras.

_ E é ótimo. As pessoas ricas são arrogantes, e idiotas.

Ele abriu a boca, depois a fechou e assentiu rigidamente.

_ Sim. Eu conheci minha parte deles.

Sorrindo, ela ligou a máquina e começou o corte de cabelo. Como ele


provavelmente não a ouvia por causa do barulho, eles ficaram em silêncio enquanto ela
trabalhava. Um tempo depois, ela parou e depois virou a cadeira em direção ao espelho.

_ O que você acha do comprimento? É curto o suficiente?

Ele mal olhou para o reflexo antes de dizer.

_ Está bem. Eu confio em você para me fazer parecer bem.


Como se ele precisasse da ajuda dela com isso. Mas a repreensão dele a fez
parar.

_ Eu sei que você não se importa tanto, mas o que a noiva pensaria?

As sobrancelhas dele se ergueram e ele


deu uma olhada mais longa.

_ Enquanto estiver calmo, acho que ela ficará feliz. - Ele mudou de lugar.
como se estivesse pronto para correr para a porta.

_ Espere aí, cowboy. Ainda não não terminei. Eu ainda tenho que equilibrar a frente e os
lados. - Ela mudou para as tesouras menores e depois circulou
na frente dele.

_ Fique parado e...

_ O que é isso? - Com um sorriso, ele apontou para a pequena tatuagem que ela
escondia sob uma pulseira grossa.

_ Você é uma excêntrica sexual?

Então ele conhecia o símbolo. A maioria das pessoas pensava que a tatuagem
era apenas um belo desenho de filigrana, e foi assim que ela a planejou. Foi um aceno
muito sutil para o BDSM.

_ Não é da sua conta.

_ Relaxe. - ele disse calmamente, interesse em seus olhos.

_ Eu também sou. Você não precisa se envergonhar.

Ela sacudiu o cabelo.

_ Eu não estou. Você acabou de me pegar desprevenida.

Um silêncio constrangedor pairou sobre eles. Ela não costumava se desculpar ou


ter vergonha de quem ela era, mas algumas pessoas não entendiam o BDSM. Eles
pensaram que era sobre abuso ou perversão sexual - não sobre conexão emocional e,
para ela, apenas diversão.

_ Você está em cena por aqui? - Ambrose disse, quebrando a tensão.

_ Um pouco. - Ela ficou feliz que o salão estivesse vazio. Ter toda essa conversa em
silêncio na frente de colegas de trabalho intrometidos teria causado problemas. Pessoas
foram demitidas por menos.

_ Eu vou às Catacumbas de vez em quando. E você?

_ Não vou há muito tempo. Não me lembro de te ver.

_ Não sou muito memorável. - ela riu como se fosse uma piada, mas soou monótono .
Talvez porque houvesse verdade lá.

_ Não. - Ele estreitou os olhos, examinando o rosto dela.

_ Eu teria lembrado de você.

Ela se contorceu sob o olhar dele. Ele era definitivamente um Dom. Ele estava
solteiro? Ele poderia lidar com ela? Se fosse apenas sobre o tamanho, ele
definitivamente poderia lidar com sua figura de tamanho grande facilmente, mas ele tinha
o vigor mental para acompanhá-la? A maioria dos Doms não gosta de malcriadas, mas
é uma merda difícil, porque ela é quem ela é, e jurou quando terminou com Scott que
nunca mudaria por um homem. Ou uma mulher. Doms incluído.
Tentando ignorá-lo e fazer seu trabalho, ela ligou as tosquiadeiras pequenas e se
inclinou para igualar a frente do cabelo dele na testa dele. O zumbido estava quieto o
suficiente para falar agora, mas ela não tinha certeza do que dizer. Toda essa conversa,
aqui no trabalho, estava jogando-a fora do jogo. Conversas sobre seus gostos peculiares
aconteciam no quarto ou no clube, não no salão.
_ Você conhece o Banner? - ele perguntou.

Quando a cabeça dele balançou, ela a segurou imóvel com a mão livre.
Ele continuou falando assim mesmo.

_ Ele costumava brincar lá. Antes de se estabelecer com sua Kate. É quem vai se casar
depois de amanhã.
_ Não. - Ela terminou a frente e depois se moveu para o lado para contornar as orelhas
dele.

_ E o Konstantin?

Isso tocou uma campainha. Imagens surgiram de um playboy com olhos escuros,
um sotaque russo e uma garota debaixo de cada braço.
Ela riu.

_ Já ouvi falar dele.

Ele sorriu.

_ Ele é meu outro melhor amigo.

_ Legal. Portanto, devemos passear pelos mesmos círculos. Estranho que nunca nos
conhecemos.

_ Sim, estranho.

Como ela poderia perguntar se ele estava solteiro sem parecer desesperado? A
rejeição doía como uma cadela e ela não estava com disposição para lidar com isso tão
cedo.

_ Então, quem você estará levando para o casamento? Você tem uma . . . sub? - Porra.
Ela poderia ter se chutado. Ótimo jeito de não parecer desesperada.

_ Não. Sou solteiro no momento.

_ Eu também. - Porra, de novo!

Por que ela disse isso? Não foi como ele perguntasse. Deus, ela estava sendo tão
coxa agora. Esse cara estava mexendo com a cabeça dela. Ela era geralmente mais
suave do que isso.

_ Eu estava pensando em ir para as Catacumbas hoje à noite. - ela se aventurou. Talvez


ela ainda pudesse salvar isso.

_ Para ver se encontro alguém para brincar. Faz muito tempo.


_ Sério? - sua sobrancelha se torceu.

_ Sim. Espero que haja pessoas novas. Eu brinquei com quase todo mundo e assustei
todos os habituais. Coitadinhos.

_ Você não brincou comigo. - Os olhares deles se encontraram no espelho dela, e o


flagrante desafio no dele a fez morder o lábio.

Ela fez uma pausa. Então sorriu.

_ Duvido que você possa me controlar.

Rindo, ele se mexeu na cadeira.

_ Bem, isso é um desafio se eu já ouvi um. Você é uma switcher?

_ Eu sou uma malcriada. - Pareceu um aviso. Talvez tenha sido um. Ela estava cansada
de Doms muito sérios tentando esmagar seu espírito e transformá-la em algo que ela
não era. E ela estava cansada dos novatos, deixando-a andar por cima deles e depois
atacando toda a força quando ela não queria colaborar.

_ Gosto de malcriadas. - ela bufou.

_ Isso é o que todos dizem. A próxima coisa você sabe, é que eles ficam furiosos quando
você diz que suas lindas bocas não devem ser usadas para tantas palestras, mas para
se ocuparem com outras coisas.

Ele deu uma risada.

_ Você realmente disse isso?

Ela respondeu com um sorriso arrogante.

_ Você pode ser uma garotinha lamentável se você receber muito do que pediu.

Oh merda. Uma onda de calor acumulou em sua vagina, fazendo seus joelhos
quase dobrarem. Ela se imaginou espalhada em uma cama, pernas abertas, Ambrose
entre elas, fazendo-a gritar por misericórdia.
Ela percebeu que tinha congelado com as tosquiadeiras no ar, olhando para o
reflexo delas. Depois de pousar a tesoura, ela pigarreou.
_ Você não acredita que possa fazer uma boa dinâmica?

_ Eu posso quando eu quero. Mas há momentos em que não quero ser legal. Você é o
tipo de sub que gosta de ser transformada em uma boa garota por um Dom malvado?

_ Eu sou o tipo de garota que gosta de um Dom que tem senso de humor.

Ele arqueou uma sobrancelha. Relutantemente, ela acrescentou,

_ E às vezes. . . me convença a ser boa. De vez em quando. Quando o clima me


impressiona. - ela lançou um olhar de soslaio.

_ Coisinha arrogante. - ele murmurou, mudando de lugar novamente.

Ela se perguntou o que ele continuava tendo que mudar para lá. Mas ele não
estava revirando os olhos ou suspirando com a provocação dela. Talvez ele não fosse
como os outros. Ela desejou que houvesse uma maneira delicada e discreta de perguntar
se ele queria brincar.

_ Você vai hoje à noite? - ele perguntou, esfregando o queixo barbeado.

Ela assentiu.

_ Talvez eu também vá. Nós poderíamos conversar mais. Se você quiser. - Um pequeno
sorriso vertiginoso passou por sua máscara de confiança.

_ OK.

_ OK.

_ OK. - ela percebeu que parecia um papagaio e balançou a cabeça. Um bom jeito de
parecer uma idiota apaixonada.

_ Quero dizer, eu terminei. O que você acha?

_ Bom. - Ele virou a cabeça para um lado e para o outro, mas ele estava olhando para
ela, não para o cabelo.

_ Quanto eu te devo? - ele perguntou enquanto ela tirava a capa.


_ Vinte e cinco.

Ele mexeu na carteira enquanto ela tirava o pescoço dele. Franzindo a testa, ele
olhou para ela.

_ Você tem troco?

_ Não muito. Ainda é cedo.

_ OK. - Ele entregou duas notas de vinte.

_ Oh. Umm.

_ Apenas mantenha.

_ Não posso. É muito.

Ele acenou com a mão.

_ Compre-me uma bebida hoje à noite e nós terminaremos.

Isso pareceu justo.

_ Bem.

_ Boa menina. Ele piscou.

Desgraçado. Porra, ele era gostoso. Ela colocou a mão no quadril e olhou,
tentando não abrir um sorriso. Ele se levantou da cadeira, lembrando-a de seu tamanho.
Quente de uma maneira impiedosa e assustadora.

_ Ooooh. - ele disse, fingindo estar assustado.

_ Olho do mal. Tem certeza de que não é uma switcher?

Ela encolheu os ombros.

_ Suponho que posso ser pela pessoa certa. Você está interessado em tentar?
_ Não. Eu sou cem por cento dominante. - Como um segundo pensamento, ele
acrescentou:

_ Mas eu só estou interessado em brincar. E não um relacionamento sério.

Não foi apenas a sorte dela? Todos os bons tinham problemas de compromisso.
O fiasco com Scott deveria mantê-la em guarda quando se tratava de relacionamentos,
mas às vezes ela ainda usava suas emoções na manga.

_ Isso é bom. Também não estou procurando nada sério por um bom tempo. - O útero
dela disse o contrário.

_ Ótimo.

_ Ótimo.

_ Vejo você à noite?

_ Sim.

Ele sorriu maliciosamente.

_ Vejo você hoje à noite, Everly.

Ooh. Ele lembrou o nome dela sem ser lembrado, e o som dele em seus lábios a
fez estremecer. Ela lançou-lhe um sorriso atrevido.

_ Estarei lá por volta das nove. Você pode tirar um cochilo primeiro.

A sobrancelha dele se curvou e, pela primeira vez em muito tempo, ela se


perguntou se estava enlouquecendo.
Duas escritoras de dois países se transformam na dupla Sparrow Beckett a cada
noite, depois de disputar suas casas de crianças e animais de estimação. Eles trocam a
capa e as meias coloridas por tatuagens e xícaras de café, e partem para criar um mundo
em que os leitores se apaixonam por heróis e mulheres que voluntariamente se ajoelham
por eles.
Masters Unleashed é o produto de duas mentes perversas - que não se levam a
sério - e o retrato de relacionamentos BDSM realistas, românticos e às vezes
comoventes. Sparrow também escreve como Leia Shaw, e Beckett escreve como Sorcha
Black.

Você também pode gostar