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A Textura do presente - uma digressão
O passado e futuro são frutos dos nossos pensamentos e expectativas, no meio de tudo
isso, há o presente que serve como uma fronteira entre o que foi e será, nos mostrando o
que é, ou seja, a realidade.
É apresentado um questionamento sobre o que realmente vemos no nosso presente, e se
essa realidade é de fato aquilo que vemos ou se há barreiras criadas pela nossa mente.
No corpo humano, os responsáveis pela criação dos sentimentos sensoriais está a cargo do
sistema auditivo e visual e olfativo. Esses órgãos são seletivos na hora da transmissão das
imagens. Por exemplo:
Os sistemas visuais consegue captar 98% das imagens demonstradas na vida real. Os
outros 2% são simplesmente ignorados. Neste mundo, os 2% são imagens geradas pelos
raios ultravioletas. No reino animal, isso não acontece com as abelhas, por exemplo.
Seguindo a mesma lógica, o sistema auditivo consegue capital 20 mil vibrações sonoras por
segundo, mas há uma limitação nas ondas hertzianas que são as ondas sonoras levadas
aos sons e rádios e também sons que apenas outros animais estão aptos a ouvir.
Essa espécie de proteção natural tem motivo causal: Sem essa proteção novos sentidos
seriam expostos a uma grande oferta de novos sentidos. No curto prazo, entraríamos em
choque de novas informações, sobrecarregando o cérebro humano.
Naturalmente, o universo nos limita em relação ao que vemos nas óticas sensitivas. As
estrelas são cosmos do passado, mesmo que em teoria os visualizamos no presente, assim
como os raios de luzes que vemos, onde são apenas fotografias de raios de oito minutos
anteriores.
Conclui-se que o presente atual é o passado para um mundo onde as sensibilidades são
plenas. A sensibilidade é vital para entendermos os perigos do mundo.
Por natureza, pensamos e realizamos ações visando nosso futuro. Podemos tomar também
ações que involuntariamente ou não, pode comprometer nosso envelhecer.
No nosso cérebro temos dois mecanismos que podem explicar essas escolhas:
O sistema límbico, parte do cérebro que ativa nossos desejos no curto prazo. Por isso
tomamos ações não pensadas, privilegiando o presente e os alguns prazeres
momentâneos.
O córtex pré-frontal é o lado do cérebro onde nossas pré escolhas são questionadas,
avaliando-as em prós e contras.
Os dois pensamentos vivem uma espécie de "guerra mental", em busca de validação
presente para nossas ações.
Podemos pensar financeiro como os juros a receber (pré-frontal), e juros a pagar (límbico).
O uso das duas fases do cérebro estão ligados a nossa fase de vida e o meio onde vivemos,
a região e cultura onde levamos nossa vida.
Um estudo observado levou em conta algumas constatações. Para emendar este estudo
foram dados doces a crianças de formas diferentes (quantidades), e foi possível entender as
seguintes variáveis em povos distintos:
As crianças asiáticas optaram por receber menos doces no curto prazo, para colher os
frutos no longo prazo. Já as crianças africanas optaram por receber mais no curto prazo,
recebendo menos doces no longo prazo. Outro ponto observado foi a presença ou ausência
paterna dentro de um domicílio. Crianças sem um pai dentro de sua casa tendem a tomar
ações pensando no presente. Já as crianças com essa figura, fizeram escolhas de longo
prazo.
Entrando no aspecto idade também se conclui que quando jovens, as pessoas optam por
fazerem escolhas visando o presente. Há uma dificuldade em visualizar o futuro e seus
impedimentos. Naturalmente, os jovens têm mais dificuldades em discernir sobre as
consequências de suas ações. Além do mais, os jovens carregam além dos seus sonhos,
algumas frustrações de seus pais, que por vezes podem atrapalhar sua jornada pessoal e
profissional.
Ao fim fazemos apostas, muitas vezes pensadas ou impulsivas, que acarretam em situações
do presente.
É possível prever uma mudança de chave e as tomadas de decisão são tomadas mais
pensadamente ao chegar até certa idade.
Horizonte temporal - Intervalo de tempo entre escolhas do presente e futuro. Com algumas
frustações na vida, podemos visualizar algumas dessas ações. Para sanar isso criamos
metas e planejamos nossas vidas.
Quando atuamos em posições de risco, ou se estamos próximos de áreas de risco (Guerras,
violência urbana, epidemias), optamos em sermos mais irracionais e descontarmos nosso
futuro.
Se o nosso horizonte for este, optamos por investir nosso tempo em ações que possam
mitigar os riscos, e deixamos de lado nossas poupanças e investimentos em detrimento da
nossa vida presente.
Naturalmente, devido a limitação de tempo que temos em vida, optamos por viver o dia a
dia, e essa mudança de mentalidade leva tempo e mudanças estruturais devem ser feitas
dentro dessas localidades.
A substituição do futuro: Miopia
Cálculo econômico e uso do tempo: tempo é dinheiro?
Cada dia apresenta seu sentido particular e pode ser representado como uma vida única.
Pode-se dizer que o tempo é infinito, mas a duração de um dia é um fenômeno finito.
O tempo é um ativo escasso da sociedade e trabalhamos para cada dia derrubarmos o
período que estamos trabalhando, estudando ou realizando atividades tediosas. Com a
evolução da produção e seus meios, as pessoas possuem mais tempo em família como
nunca. O ganho maciço em produtividade, acelerou o ganho financeiro médio e também o
ganho de tempo para evolução profissional.
A qualificação eleva a produtividade, podendo colocar pessoas em posições mais bem
remuneradas. Com isso, o mundo pode reduzir sua pobreza extrema.
Tempo e dinheiro tem afinidade sobre a teoria dos custos de oportunidade. E os custos
implícitos nas transações realizadas. Se deixo de estudar para assistir TV, estou utilizando
um recurso escasso (tempo), para realizar outra atividade.
A teoria econômica do tempo também mostra que realizamos nossos projetos de acordo
com as restrições de tempo informadas. Os seres humanos entram em paradoxo sobre o
cálculo do tempo:
Quanto se cuida mais do tempo, mais preocupado com o desperdício e o sentimento de
pressa os aflige.
Quarta parte
Juros, Poupança e crescimento.
O ser social e o tempo: primórdios
O homem é dos animais, o que demanda mais tempo e recursos para sua formação
completa. Ao discorrer do capítulo, há uma breve fala sobre como eram as relações entre
índios e europeus logo após sua chegada.
Antes de construirmos nossa sociedade, o homem selvagem era incapaz de viver em um
ambiente moderno, sem falar do pensamento único de apenas sobreviver ao mundo, não
havia pensamento no amanhã, somente ao hoje.
Uma característica a ser observada era como a vida longa era uma exclusividade e os
homens era reconhecidos pela bravura. Um herói guerreiro é um credor de juros, mas um
covarde deve esses juros.
Os índios ao iniciar o trabalho agrícola possuíam uma aparente dificuldade em poupar o que
produziam. A necessidade de consumo imediato era vista e muitos não conseguiam manter
suas produções ao longo prazo. Esse tipo de comportamento é explicado pelo medo do
amanhã, expectativa de vida baixa, perigos da floresta, risco de tocaias e invasões
repentinas além da necessidade de expansão de território, muito similar ao nomadismo. Um
fator comportamental também tem poder de afetar a visão de curto prazo desse grupo: O
coletivismo. A vida e poupanças estão estritamente ligadas à força do grupo.
O processo de colonização enfrentou dificuldades em corrigir os juros que deveriam ser
pagos, pelo modo de vida anterior. A dificuldade em largar dos prazeres experimentados foi
um deles.
Origens sociais da solicitude perante o amanhã
A humanidade ao não conhecer por completo e nem possuir aparato para exploração, a
agricultura era limitada apenas para consumo próprio. Com o avançar dos anos, a
exploração e os avanços tecnológicos permitiram que a humanidade experimentasse um
ambiente de segurança alimentar, com risco de desabastecimento chegar a nível
praticamente zero.
Neste momento, a humanidade começa a se questionar sobre a necessidade de se realizar
poupança, visando um amanhã mais prospero.