Antes de ir para a escola, a criança já tem certo conhecimento sobre a escrita, consequência de sua vivência no meio em que faz parte. Assim, quando começa a frequentar o ambiente educativo, suas chances de exercitar a leitura e a escrita aumentam, porque ali ela terá acesso a atividades previamente preparadas, que a ajudarão a desenvolver o processo da leitura e da escrita de maneira correta e de acordo com suas capacidades e limites. Este artigo busca retratar as questões que permeiam a construção da leitura e da escrita na educação infantil. Através de pesquisa com autores de renome, pode-se observar a importância de se dar oportunidade às crianças ainda pequenas de “lerem e escreverem” mesmo sem saber realizar tais atividades convencionalmente. A escola deve ter como um de seus principais objetivos o de formar escritores competentes, hábeis, capazes de produzir textos coerentes, organizados e claros, tornando-o apto a produzir um discurso com base no objetivo proposto, sabendo expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões.
Antes de ir para a escola, a criança já tem certo conhecimento sobre a escrita, consequência de sua vivência no meio em que faz parte. Assim, quando começa a frequentar o ambiente educativo, suas chances de exercitar a leitura e a escrita aumentam, porque ali ela terá acesso a atividades previamente preparadas, que a ajudarão a desenvolver o processo da leitura e da escrita de maneira correta e de acordo com suas capacidades e limites. Este artigo busca retratar as questões que permeiam a construção da leitura e da escrita na educação infantil. Através de pesquisa com autores de renome, pode-se observar a importância de se dar oportunidade às crianças ainda pequenas de “lerem e escreverem” mesmo sem saber realizar tais atividades convencionalmente. A escola deve ter como um de seus principais objetivos o de formar escritores competentes, hábeis, capazes de produzir textos coerentes, organizados e claros, tornando-o apto a produzir um discurso com base no objetivo proposto, sabendo expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões.
Antes de ir para a escola, a criança já tem certo conhecimento sobre a escrita, consequência de sua vivência no meio em que faz parte. Assim, quando começa a frequentar o ambiente educativo, suas chances de exercitar a leitura e a escrita aumentam, porque ali ela terá acesso a atividades previamente preparadas, que a ajudarão a desenvolver o processo da leitura e da escrita de maneira correta e de acordo com suas capacidades e limites. Este artigo busca retratar as questões que permeiam a construção da leitura e da escrita na educação infantil. Através de pesquisa com autores de renome, pode-se observar a importância de se dar oportunidade às crianças ainda pequenas de “lerem e escreverem” mesmo sem saber realizar tais atividades convencionalmente. A escola deve ter como um de seus principais objetivos o de formar escritores competentes, hábeis, capazes de produzir textos coerentes, organizados e claros, tornando-o apto a produzir um discurso com base no objetivo proposto, sabendo expressar por escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões.
O desenvolvimento da leitura e escrita na educao infantil
The reading and writing development in early childhood education Maria Zuleide de Oliveira Souza Professora da rede municipal, licenciada em Pedagogia e especialista em Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP) E-mail: zuleidejunco2012@hotmail.com
Jos Ozildo dos Santos
Docente, mestre em Sistemas Agroindustriais pela UFCG, especialista em Direito Administrativo (FIP); Gesto Pblica (UEPB) e Educao Ambiental e Geografia do Semirido (IFRN) e ps-graduando em Educao para os Direitos Humanos e em Metodologia do Ensino na Educao Superior E-mail: joseozildo2014@outlook.com Resumo: Antes de ir para a escola, a criana j tem certo conhecimento sobre a escrita, consequncia de sua vivncia no meio em que faz parte. Assim, quando comea a frequentar o ambiente educativo, suas chances de exercitar a leitura e a escrita aumentam, porque ali ela ter acesso a atividades previamente preparadas, que a ajudaro a desenvolver o processo da leitura e da escrita de maneira correta e de acordo com suas capacidades e limites. Este artigo busca retratar as questes que permeiam a construo da leitura e da escrita na educao infantil. Atravs de pesquisa com autores de renome, pode-se observar a importncia de se dar oportunidade s crianas ainda pequenas de lerem e escreverem mesmo sem saber realizar tais atividades convencionalmente. A escola deve ter como um de seus principais objetivos o de formar escritores competentes, hbeis, capazes de produzir textos coerentes, organizados e claros, tornando-o apto a produzir um discurso com base no objetivo proposto, sabendo expressar por escrito seus sentimentos, experincias ou opinies. Palavras-chave: Ambiente Educativo. Escrita. Leitura. Abstract: Before going to school, the child already has some knowledge of writing, the result of his experience in the environment in which it belongs. So when you start to attend the educational environment, your chances of practice reading and writing increase, because there she will have access to previously prepared activities that help to develop the process of reading and writing correctly and in accordance with its capabilities and limitations. This article seeks to portray the issues that permeate the construction of reading and writing in kindergarten. Through research with renowned authors, one can observe the importance of giving opportunity to even small children to "read and write" even without knowing perform such activities conventionally. The school should have as one of its main objectives to train competent writers, skilled, able to produce coherent texts, organized and clear, making it able to produce a speech on the proposed goal, knowing express in writing their feelings, experiences or opinions. Keywords: educational environment; writing; reading.
Recebido em: 26/07/2015
Aprovado em: 15/08/2015
REBES - ISSN 2358-2391 - (Pombal - PB, Brasil), v. 5, n. 4, p. 43-49, out.-dez., 2015
O desenvolvimento da leitura e escrita na educao infantil
1 Introduo A educao infantil, atualmente, v-se num dilema entre as tendncias tradicionais de ensino e as novas concepes com viso mais ampla que exigem do educador: novas posturas, adequao de um novo perfil de profissional, trabalhar colocando a criana como centro do processo educativo, saber cuidar e tambm educar. A educao infantil a primeira modalidade do processo educativo. nela onde a criana tem os primeiros contatos com a leitura e a escrita, ingressando, desta forma, no mundo letrado. O objetivo desse projeto buscar identificar como ocorre o processo de letramento e alfabetizao na educao infantil, quais so os elementos usados pelos docentes para proporcionarem uma apropriao da leitura e da escrita menos traumtica possvel. 2 Reviso de Literatura 2.1 Do conceito de alfabetizao s estratgias do processo de construo da linguagem escrita Para fundamentao desse projeto necessrio termos bem sistematizados conceitos que embasam a nossa prtica docente; partimos de um conceito geral de alfabetizao para um conceito mais especfico da alfabetizao em relao educao infantil, que fio condutor dessa investigao. A essncia da alfabetizao definida pelo processo de construo e assimilao de regras, smbolos, variaes da lngua, no se resume apenas na aquisio dessas habilidades mecnicas (codificao e decodificao), mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar, resinificar e produzir conhecimento. O processo de construo da linguagem escrita inicia a partir dos primeiros contatos do sujeito com os atos de ler e de escrever: ouvindo histrias, observando outras pessoas escreverem. O contato com a lngua escrita, em geral se d atravs da famlia: observando pai ou a me lendo um livro, um bilhete, uma receita, o jornal e outros impressos escritos presentes no nosso cotidiano. A possibilidade de observar e refletir sobre os atos observados permite que o sujeito v construindo conhecimento sobre o funcionamento da lngua escrita. Dessa forma, a leitura em voz alta, de um leitor para um no-leitor, uma estratgia utilizada com xito no desenvolvimento da leitura. ela que vai promover o encontro do texto com o futuro leitor. Segundo Giardinelli (2010, p. 113): A leitura em voz alta para mim o caminho mais poderoso do fomento leitura. a via ideal, quase perfeita, para o estabelecimento de uma relao amigvel com a leitura e com os livros, e, consequentemente, para o acesso ao conhecimento. Ainda mais, a leitura em voz alta a chave para a educao e para o saber, para a construo de cidados responsveis e de uma sociedade melhor. Para o mesmo autor cabe lembrar a ideia de que a leitura em voz alta uma partilha prazerosa das palavras e da linguagem, um alimento para o ser humano em que se compartilha o que se tem. Se algum se perguntasse
como comear a aplicar a estratgia da leitura em voz
alta, a resposta seria extremamente simples: comea-se comeando a ler. De acordo com Abramovich (1997, p. 17): ouvindo histrias que se pode sentir (tambm) emoes importantes, como tristeza, a raiva, a irritao, o bem-estar, o medo a alegria, o pavor, a insegurana, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve. A literatura possui uma funo muito importante no desenvolvimento do sujeito leitor, pois ela desenvolve os mais variados conhecimentos. A funo da leitura, segundo Jollibert (1994) tem como objetivo informar, promover a comunicao, nutrir e estimular o imaginrio, organizar a vida em grupo, indicar a maneira de fazer/confeccionar diferentes objetos e documentar-se, dentre outros. Diante disso, possvel perceber que obrigao de todo professor, desde a Educao Infantil, incentivar o desenvolvimento de comportamentos leitores antes mesmo de a turma aprender formalmente a ler. Comentar ou recomendar algum texto, compartilhar a leitura de um livro, confrontar ideias e opinies sobre notcias e artigos com outras pessoas - tudo isso ajuda a estabelecer gostos, reconhecer finalidades dos materiais escritos, identificarse com o autor ou distanciar-se dele, assumindo uma posio crtica. Partilhando dessa ideia, Foucambert (1994, p. 31) explicita: Para aprender a ler, enfim preciso estar envolvido pelos escritos os mais variados, encontr-los, ser testemunha de e associar-se utilizao que os outros fazem deles - quer se trate dos textos da escola, do ambiente, da imprensa, dos documentrios, das obras de fico. Ou seja, impossvel tornar-se leitor sem essa contnua interao com um lugar onde as razes para ler so intensamente vividas. No mundo todo, crianas que vivem em ambientes alfabetizadores (ou seja, aqueles em que as pessoas fazem uso regular do ato de ler e escrever) tm a oportunidade de construir esse conhecimento naturalmente ao imitar as aes dos parentes e amigos. J os que no vivem cercados de "letras" precisam (e muito) da ajuda da escola. Atualmente, o professor que se prope a trabalhar em salas de educao infantil, deve, sem dvida, ser um profissional com formao multifacetada. Soares (2002) afirma que o processo de alfabetizao tem uma natureza complexa, envolvendo contedos de diversas reas, como Psicologia, Lingustica, Sociologia, visando, de fato, aprendizagem dos alunos. Dessa forma, buscamos, em nossa interveno, elaborar exerccios que envolviam os diversos aspectos do processo de alfabetizao, proporcionando aos alunos atividades de aquisio da escrita.
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Ao encontro de Soares (2002), outro fator importante a ser destacado a relao entre alfabetizao e letramento. Letramento deve ser entendido como insero social do indivduo num mundo da escrita, que vai alm da alfabetizao, entendida como aquisio do cdigo. Nesse sentido que se afirma que necessrio, na escola, alfabetizar letrando, visto que deveramos proporcionar atividades para alfabetizar em situaes de uso da lngua socialmente relevantes. Batista (2006) mostra que no existe uma relao direta entre escolaridade e letramento, mas a escolarizao possibilita aos alunos participarem de eventos de letramento, ter o contato com diversos gneros, fazendo com que estes se reconheam em uma sociedade letrada, onde a escrita, a leitura e a linguagem so instrumentos de poder. Dessa forma, julgamos relevante o trabalho com a literatura infantil buscando levar os alunos a se constiturem como leitores eficazes, socialmente situados. No processo de aprendizagem da lngua escrita, o trabalho com objetos significativos para o aluno, com certeza, contribuir muito para o desenvolvimento da alfabetizao. Quando o aluno percebe que portadores de textos esto ligados a assuntos do seu cotidiano, seu interesse estimulado, pois entende que a lngua escrita tem significado na sua realidade imediata. Independentemente do mtodo adotado, o professor deve cuidar para oferecer um ambiente propcio aos interesses e necessidades do aluno para que ocorra a aprendizagem. Os atos de brincar, dramatizar, simbolizar so valiosos para o desenvolvimento da alfabetizao e devem ser desenvolvidos desde o ensino infantil. A criana que tem liberdade para brincar, dramatizar, se expressar, com certeza ter um desenvolvimento mais saudvel. 2.2 O processo de construo da leitura e da escrita A escrita pode ser considerada uma das mais antigas tecnologias que a humanidade j teve a oportunidade de conhecer. Por muito tempo, serviu e tem servido ainda para muitas finalidades, quer sejam religiosas, polticas, literrias ou publicitrias, as quais foram sendo desenvolvidas no decorrer da histria, ao longo do tempo. Por volta do sculo III a.C, como afirma Curto (2000) que j se podia utilizar da escrita cuneiforme na Mesopotmia, embora esta apresentasse caractersticas diferentes. Nessa ocasio, a escrita era feita sobre tabletes de argila. Mas, por volta do quarto milnio, antes da nossa era, a escrita passou a ser mais utilizada e, consequentemente, mais valorizada devido necessidade de se realizar registro de entrada e sada de mercadoria nos pases. Como resultado, a escrita foi adotada como um sinal ou uma marca sobre um pedao de argila que poderia ser conservada e transportada. Nos anos 30, vrios pesquisadores buscaram estudar o desenvolvimento da escrita nas crianas prescolares. E, apenas nos anos 70, houve possibilidades de esses estudiosos pesquisarem mais a fundo na questo, tendo a oportunidade de analisar a variedade de conceitos apresentados pelas crianas em relao natureza dos sistemas de escrita e leitura.
Quando muitos desses pesquisadores comearam
a suspeitar do fato de que a criana j chega escola dotada de conhecimentos prvios sobre alfabetizao, passaram a investigar como as crianas adquirem os primeiros conhecimentos relacionados escrita. Para isso, alguns fizeram uso da pesquisa naturalstica e comearam a colher informaes e observaes em relao realidade de cada uma delas (experincias da vida diria), e ainda outros buscaram respostas s suas questes por meio de estudos experimentos. Alguns antroplogos e historiadores sociais se aprofundaram em verificar as influncias que a comunidade, famlia, sociedade e natureza social exercem no desenvolvimento da escrita, e o resultado foi a comprovao de que esses fatores realmente influenciam no processo de aquisio da escrita. No entanto, foi o trabalho de Piaget (1976) que causou um maior impacto sobre a verificao da maneira como as crianas aprendem em seu mundo. Suas abordagens clnicas muito contriburam para um melhor entendimento a respeito do mundo infantil. A metodologia piagetiana transporta os temas relacionados ao aprendizado da escrita para um contexto social, estabelecendo um intercmbio escolar e os conhecimentos adquiridos no cotidiano. Ainda segundo Piaget (1996, p. 89): O raciocnio o aspecto mais importante que se apresenta no perodo das operaes concretas. As aes so controladas pela atividade cognitiva, no precisando das percepes que eram necessrias no perodo pr-operacional. Neste perodo, a criana opera atravs da seriao, organizando mentalmente um conjunto de objetos tanto na ordem crescente como decrescente de tamanho, cor e forma. Logo, a capacidade de seriar vai sendo construda pelo sujeito gradativamente. As ideias de Piaget sobre a aquisio da linguagem so muito simples, apesar de terem revolucionado o estudo da linguagem como tambm do pensamento das crianas. Seus estudos centravam-se apenas nas caractersticas das crianas, naquilo que ela tem e no nas suas deficincias com relao aos adultos. Para ele assim como tambm para os behavioristas a criana adquire sua linguagem atravs de suas relaes com o meio. O ponto forte de sua teoria a revelao e a classificao de novos fatos, sempre evitando a generalizao para no correr o risco da coexistncia de duas posies opostas, da dualidade que ocorre em consequncia da grande incompatibilidade entre as teorias. Piaget considera o egocentrismo, que para ele ocupa uma posio gentica, como o elo de toda a caracterstica lgica das crianas, como tambm uma estrutura intermediria entre o pensamento autstico e o pensamento dirigido. A partir de aprofundamento em tericos de renome pode-se acrescentar muito as aprendizagens relacionadas s principais fases do desenvolvimento infantil, podendose ainda observar a descrio da evoluo do desenvolvimento da moralidade infantil, segundo Piaget e a distinguir entre atividades que facilitam ou dificultam a
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construo da socializao da criana. Piaget no define idades rgidas para os estgios do desenvolvimento cognitivo infantil, mas afirma que estes se apresentam em uma sequncia constante. O estudo das teorias piagetianas sobre o desenvolvimento cognitivo e da moralidade infantil pode ser de imenso valor para cada educador. Conhecendo bem as fases de desenvolvimento em que se encontra a criana, ele ser capaz de oferecer-lhe uma mediao adequada e eficaz. O trabalho sobre linguagem escrita comeou a ser divulgado, no Brasil, no ano de 1980 com Emlia Ferreiro que trabalhava com crianas pr-escolares de pases como Argentina e Mxico. Atravs de seu trabalho, buscava novos mtodos de alfabetizao e, como resultado, Ferreiro desenvolveu uma pesquisa embasada em aspectos at ento no considerados na relao das crianas com a linguagem escrita. Ainda nessa poca, como afirma Smolka (1996), Goodman investigou e analisou rtulos de embalagens de produtos industrializados como forma de trabalhar a interpretao das crianas. No trabalho realizado por Goodman (SMOLKA, 1996), foram feitas entrevistas com crianas pertencentes a vrios contextos socioeconmicos. Para isso, o estudioso partia da linguagem escrita apresentada em produtos utilizados por elas, e a esse processo, dava o nome de contexto imediato. E a cada etapa, a lngua escrita ia sendo descontextualizada, at que fosse possvel ser apresentado s crianas um signo escrito sem o apoio de elementos contextuais, como por exemplo, por meio de desenho, cor ou forma. O resultado do trabalho foi satisfatrio devido especialmente a um fator: as crianas aprendiam a partir de seu cotidiano. Vygotsky tambm foi um dos grandes colaboradores para o entendimento do processo de desenvolvimento da escrita na criana. Smolka (1996, p. 57) fala sobre a filosofia desse estudioso, destacando que: [...] a linguagem uma atividade criadora e construtiva de conhecimento e, por isso mesmo transformadora. Nesse sentido, a aquisio e o domnio da escrita como forma de linguagem acarretam uma crtica mudana em todo o desenvolvimento cultural da criana. Em relao ao desenvolvimento da escrita com base na idade da criana, vlido considerar que ainda bem pequena, a criana considera a palavra como parte do objeto e no como um signo. J por volta dos dois ou trs anos de idade, a escrita percebida como conjunto de marcas grficas e passa a ser considerada como um objeto em si e no um objeto simblico. Nesse perodo, a escrita realizada pela criana, normalmente, acompanhada de um objeto ou de uma imagem. A Educao Infantil entendida como o primeiro nvel educacional, e definida por tericos, especialistas e educadores, como aquela que abrange os nveis do maternal para as crianas de zero a trs anos e do jardim de infncia para aqueles de trs a seis anos de idade. Ressalta o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil (BRASIL, 1998, p. 11) que a expanso
da educao infantil no Brasil e no mundo "tem ocorrido
de forma crescente nas ltimas dcadas, acompanhando a intensificao da urbanizao, a participao da mulher no mercado de trabalho e as mudanas na organizao e estrutura das famlias". Vista como sendo um espao privilegiado de insero onde as crianas se deparam com a heterogeneidade, a Educao Infantil contribui para o desenvolvimento da linguagem, constituindo-se num processo constante de criao, significao e ressignificao dos conhecimentos da criana, integrandoa melhor com o mundo. O Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil (BRASIL1998) fundamenta-se no reconhecimento da criana como cidad e na famlia como unidade referencial. Nela, a criana vista num contexto amplo, interdisciplinar e interinstitucional, mediante a proposio de aes que se complementam e se inter-relacionam, num trabalho de construo e cooperao, visando o atendimento de suas necessidades globais. As instituies de educao para as crianas entre 0 e 5 anos de idade comeam a se esboar, no continente europeu, ainda, no final do sculo XVIII, sendo de cunho assistencialista, propagando-se por meio de uma circulao de pessoas e ideias advindas da preocupao com a criana pequena visto que as mulheres iniciaram o ingresso no mercado de trabalho, necessitando de algum para cuidar de seus filhos pequenos. Sabe-se que desde o nascimento, a criana social. Alm dos laos familiares que a unem a determinadas pessoas, as atividades ligadas sua sobrevivncia so realizadas pelos outros. No decorrer de tais atividades, ela comea a desenvolver sentimentos agradveis e aprende a evitar estmulos desagradveis. Aos poucos, a criana tem necessidade de contatos mais prolongados com o outro, imita sons e movimentos das pessoas ao seu redor. Mas, a realidade na qual a criana inicia seu processo de desenvolvimento no s constituda de pessoas, h tambm objetos fsicos que so reconhecidos na medida em que a criana interage com eles. 2.3 A linguagem na construo do saber na educao infantil A partir do momento em que foi criado o Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil (BRASIL 1998), muito se tem observado no que tange s transformaes que esto ocorrendo nas instituies. A preocupao com o atendimento s crianas de zero a seis anos tem aumentado, sendo contemplado o trabalho nas creches para as crianas de zero a trs anos e nas chamadas pr-escolas ou centros e classes de educao infantil para aqueles de quatro a cinco anos, se fazem necessrias alm de nortear as propostas curriculares e os projetos pedaggicos, estabelecem paradigmas para a prpria concepo desses programas de cuidado e educao com qualidade. Monarcha (2001) ressalta que os estudos que atribuem aos jardins de infncia uma dimenso educacional e no assistencial, como outras instituies de educao infantil, deixam de levar em conta as evidncias
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histricas que mostram uma estreita relao entre os aspectos: a assistncia que passou, no final do sculo XIX, a privilegiar polticas de atendimento infncia em instituies educacionais e o jardim-de-infncia foi uma delas, assim como a creche e as escolas maternais. Desde o sculo XIX, o tipo de poltica pblica voltada para a infncia tem uma discriminao histrica, pois as iniciativas voltadas para a educao, sade, higiene e nutrio ocorriam no mbito da assistncia, caracterizando-se como uma proposta educacional somente para os pobres, vinculada aos rgos assistenciais. Na Educao Infantil, a presena de alguns adultos que no so qualificados apropriadamente para o trabalho do cuidar e educar, alm de o problema oramentrio dificultar as polticas para a Educao Infantil, h ainda o descaso e o despreparo dos Cursos de Formao de professores em Nvel Mdio, dos chamados Cursos Normais, bem como os de Pedagogia em nvel superior na definio de qualificao especfica de profissionais para o trabalho com crianas de zero a cinco anos. Partindo desse pressuposto, buscam-se situaes que levem a criana de zero a cinco anos a um processo de adaptao Educao Infantil e de socializao nesse ambiente como algo bom e prazeroso de se vivenciar todos os dias, vinculando a afetividade como pea fundamental para essa integrao. Enfatiza-se a importncia das instalaes, da questo do espao, do tempo, para se criarem vnculos afetivos, embora se tenha conscincia de que estes devam ser apenas coadjuvantes de um ambiente afetivo e social que proporcionem um adequado nvel de qualidade para o atendimento da criana. Segundo a Resoluo n173/99 e os RCNEIs (BRASIL1998), a Educao Infantil deve estar fundamentada numa concepo de criana como cidad, como pessoa em processo de desenvolvimento com direitos aos bens e servios de qualidade consubstanciados em atendimento que privilegie a educao, a sade, a proteo e a alimentao, no apenas para suprir carncias da infncia, mas para assegurar de forma adequada o seu desenvolvimento pleno e integral. A criana deve ser vista como sujeito ativo da construo de seu conhecimento, como sujeito social e histrico, identificado pelo meio em que se desenvolve e que tambm o marca. O docente, para atuar na Educao Infantil, dever ser formado em curso de nvel superior (licenciatura de graduao plena), admitida como formao mnima a oferecida em nvel mdio (modalidade normal), evidenciando a importncia que deve ser dada a esse profissional visto que a Educao Infantil a base para a educao e a prioridade para as geraes futuras no contexto educacional. Como os prprios PCNs (BRASIL, 1996, p. 52) ressaltam: necessrio que se compreenda que leitura so prticas complementares, fortemente relacionadas que se modificam mutuamente no processo de letramento a escrita transforma a fala (a constituio da fala letrada) e fala influncia a escrita (o aparecimento de traos da oralidade
nos textos escritos). So prticas que permitem ao
aluno construir seus conhecimentos sobre os diferentes gneros sobre os procedimentos mais adequados para l-los e escrev-los e sobre as circunstncias de uso da escrita. O sistema de ensino deve promover o aperfeioamento dos professores, legalmente habilitados para o magistrio, em exerccio em instituies de Educao Infantil, de modo a viabilizar formao que atenda aos objetivos da Educao Infantil e s caractersticas da criana de zero a cinco anos de idade. Com o passar do tempo, a criana comea a imaginar que existe certa relao entre o portador do texto (desenho) e o texto em si mesmo. Isso ocorre devido proximidade fsica que a criana passa a ter com os objetos e, posteriormente, o texto passa a ser visto como objeto simblico. A partir dos cinco anos a criana percebe a escrita como fato visual que, por meio de disposies visuais grficas, pode ser possvel tornar evidentes: os fatos no-visuais que dizem respeito linguagem. A linguagem escrita tambm comea a entrar na vida da criana muito antes de seu ingresso na escola. O aprendiz quando tem acesso informao, capaz de ler produtivamente e de redigir vrios tipos de textos, dominando a linguagem que se usa para escrever. A escrita um objeto sociocultural do conhecimento, para tanto, Oliveira (2005, p. 27) afirma que [...] toda criana, ao se inserir na cultura letrada, apropria-se do sistema de escrita, um objeto cultural, resultado de uma construo social, em interao dialgica com outras pessoas. Por isso, ela pensa, reflete e tem ideias sobre a escrita antes de ser formalmente introduzida no processo de escolarizao. Salienta-se que, ao promover experincias significativas de leitura e escrita, levam- -se em considerao as aes que sero desenvolvidas nesse processo. Portanto, as situaes de aprendizagem devem ser desafiadoras e problematizadoras, pois, nesse caso, a criana deve refletir e ampliar seu conhecimento no desenvolvimento gradativo das capacidades associadas s competncias lingusticas. Os Parmetros Curriculares (BRASIL, 1999, p. 16) alertam que: Muitas vezes este tipo de dificuldade com relao a os processos de aprendizagem da escrita conseqncia de mal sucedidas experincia s anteriores. Por isso investir na mudana de postura do aluno. Diante de suas dificuldades, fazendo-o incorporar o trabalho da escrita com suas necessidades mais urgentes... O conhecimento sob forma de palavra, de ideia, de teoria o fruto de uma traduo, reconstruo por meio da linguagem e do pensamento. O domnio da escrita e da linguagem se desenvolve de forma processual, por meio de um longo trabalho interno de construo de hipteses a respeito do que a escrita e de como se escreve. A partir do contato com diversas situaes de leitura e escrita as crianas comeam a elaborar suas hipteses a respeito da escrita. Dependendo da importncia, frequncia e qualidade que a escrita tem em suas vidas, essas hipteses
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de como se l e se escreve podem evoluir mais lentamente ou mais rapidamente, sendo esse momento um processo de construo pessoal. De acordo com Goulart (2002, p. 52): Podemos entender tal relevncia no sentido da participao crtica nas prticas sociais que envolvem a escrita, mas tambm no sentido de considerar o dilogo entre os conhecimentos da vida cotidiana, constitutivos de nossa identidade cultural primeira, com os conhecimentos de formas mais elaboradas de explicar aspectos da realidade. Pelo fato de as crianas encontrarem dificuldades na compreenso do sistema de escrita e, na maioria das vezes s consegue compreend-las a partir dos oitos anos, o trabalho do professor alfabetizado, comprometido com a educao, torna-se prazeroso a partir do momento em que todos os avanos dos alunos so analisados e aceitos pelo professor. Durante o processo de construo da escrita, a criana formula diversas hipteses sobre a representao grfica de sua fala, mas nem sempre essa fase compreendida pelos educadores, o que pode acabar comprometendo a slida formao do educando. O processo da construo da escrita deve ser realizado de maneira slida e eficaz, principalmente pelo fato desta ser responsvel pelo progresso social do indivduo. Por isso, cabe ao educador se preocupar com a efetivao de tal prtica em sala, pois dependendo de sua ocorrncia, pode contribuir para um desenvolvimento educacional negativo na criana. 3 Consideraes Finais A escola se incumbiu de introduzir a criana ao mundo da escrita; essa tarefa complexa envolve mais que ensinar a codificar e decodificar signos, pois a leitura processo muito amplo: atribuir significado aos sinais grficos, conforme o sentido que o escritor lhe atribui e conforme tambm a relao que o leitor estabelece com sua prpria experincia. Ler envolve reagir com os sentidos (quando se v e se ouve os smbolos grficos) e com a emoo (apreciar, desgostar, concordar ou discordar, identificar-se, satisfazer-se). A escrita constitui um instrumento do desenvolvimento cognitivo, cabe instituio escolar utiliza-la a escrita em parceria com os demais recursos expressivos que fazem parte do cotidiano da criana e no como fazem alguns professores que acreditam s estar trabalhando escrita atravs de livros e leituras que muitas vezes possuem palavreados fora da realidade do educando. Durante o processo de construo da escrita, a criana formula diversas hipteses sobre a representao grfica de sua fala, mas nem sempre esta fase compreendida pelos educadores, o que pode acabar comprometendo a slida formao do educando. Com isso, percebe-se a real necessidade em abordar o assunto em questo. Usualmente define-se leitura a partir de uma perspectiva individual, sendo considerado o resultado de um perodo determinado de escolarizao. Logo, ler no
inato ao ser humano. A dimenso social se apresenta de
modo mais evidente, idealizada independentemente dos sujeitos que dela necessitam. Porm atualmente se tem uma leitura como prtica mecnica de aprendizagem e se tem uma escola que se arvora no direito de formar leitores dessa sociedade, sem que os mesmos sejam considerados dentro do ambiente escolar. A construo da escrita e da leitura no tem idade para comear, tudo depende da maturidade dos alunos, mas essa aprendizagem sistmica pode muito bem comear na Educao Infantil para que posteriormente a criana consiga um maior desenvolvimento e um melhor rendimento nas aulas e consequentemente em sua alfabetizao. 4 Referncias ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 4.ed. So Paulo: Scipione, 1997. BATISTA, A.A.G. Alfabetizao, leitura e escrita. In:_____. Coletnia Salto Para o Futuro: Prticas de leitura e escrita. Secretaria de Educao Bsica- Brasilia: Ministrio da Educao, 2006. BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros Curriculares Nacionais: lngua portuguesa. Braslia: MEC, 1996. ______. Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil: Introduo. Braslia, 1998. CARVALHO, Marlene. Guia prtico do alfabetizador. So Paulo: tica, 2002. ______. Alfabetizar e letrar: um dilogo entre a teoria e a prtica. Petrpolis, RJ: Vozes, 2005. FOUCAMBERT, J. (1994). A leitura em questo. Porto Alegre: Artes Mdicas. GIARDINELLI, Mempo. Voltar a ler: Propostas para ser uma nao de leitores. So Paulo: Ed. Nacional, 2010. GOULART, C. Letramento e modos de ser letrado: discutindo a base terico-metodolgica de um estudo. Revista Brasileira de Educao, Rio de Janeiro, 2012. JOLIBERT, Josette. Formando crianas leitoras. Trad. de Bruno Charles Magne. Vol.1. Porto Alegre: ArtMed, 1994. LEMLE, Miriam. Guia terico do alfabetizador. So Paulo: tica, 2003. MONARCHA, C. Revista do Jardim de Infncia: uma publicao exemplar. In: MONARCHA, C. (org.) Educao na Infncia Brasileira. 1875-1983. Campinas: Autores Associados, 2001. OLIVEIRA, Marlene Martins de. Prticas de leitura e escrita dos professores de uma escola do sistema
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Maria Zuleide de Oliveira Souza & Jos Ozildo dos Santos
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