O fato é que as populações dos países ricos consomem além da sustentabilidade e os países em desenvolvimento, mesmo com um nível de consumo menor, possuem um tamanho de população que faz elevar o déficit ecológico. A única forma de equacionar o dilema da insustentabilidade global é caminhar para um mundo com menos gente, menos consumo, menor desigualdade social e maior qualidade de vida humana e ambiental.
Por isto, o livro Enough is Enough (2010), com prefácio de Herman Daly, diz: “We need smaller footprints, but we also need fewer feet” (“Precisamos pegadas menores, mas também precisamos de menor número de pés”, p. 12).
Título original
O mundo teria déficit ambiental mesmo eliminando os países ricos
O fato é que as populações dos países ricos consomem além da sustentabilidade e os países em desenvolvimento, mesmo com um nível de consumo menor, possuem um tamanho de população que faz elevar o déficit ecológico. A única forma de equacionar o dilema da insustentabilidade global é caminhar para um mundo com menos gente, menos consumo, menor desigualdade social e maior qualidade de vida humana e ambiental.
Por isto, o livro Enough is Enough (2010), com prefácio de Herman Daly, diz: “We need smaller footprints, but we also need fewer feet” (“Precisamos pegadas menores, mas também precisamos de menor número de pés”, p. 12).
O fato é que as populações dos países ricos consomem além da sustentabilidade e os países em desenvolvimento, mesmo com um nível de consumo menor, possuem um tamanho de população que faz elevar o déficit ecológico. A única forma de equacionar o dilema da insustentabilidade global é caminhar para um mundo com menos gente, menos consumo, menor desigualdade social e maior qualidade de vida humana e ambiental.
Por isto, o livro Enough is Enough (2010), com prefácio de Herman Daly, diz: “We need smaller footprints, but we also need fewer feet” (“Precisamos pegadas menores, mas também precisamos de menor número de pés”, p. 12).
O mundo teria dficit ambiental mesmo eliminando os pases ricos
Precisamos pegadas menores, mas tambm precisamos de menos ps.
(Enough is Enough, 2010)
O mundo passou por uma grande transformao desde o incio da
Revoluo Industrial e Energtica que teve incio no ltimo quartel do sculo XVIII. Nos 240 anos entre 1776 e 2016, a populao mundial passou de cerca de 800 milhes de habitantes para 7,4 bilhes. Foi um crescimento de quase 9 vezes. Mas no mesmo perodo, a economia global cresceu cerca de 121 vezes. A renda per capita cresceu 13 vezes, superando todos os recordes histricos. Segundo Angus Maddison, a esperana de vida ao nascer do mundo era de cerca de 25 anos em 1800 e chegou a 70 anos no quinqunio 2010-15. Portanto, houve um grande progresso da civilizao e um aumento significativo do padro de vida da humanidade. Mas o sucesso humano aconteceu em funo do retrocesso do meio ambiente, pois impossvel manter o crescimento das atividades antrpicas no fluxo metablico entrpico. O fato que a presena humana j ultrapassou a capacidade de carga do Planeta, conforme mostram os dados da Footprint Network. A Pegada Ecolgica uma metodologia que mede o impacto humano sobre as reas terrestres e aquticas, consideradas biologicamente produtivas e necessrias disponibilizao de recursos ecolgicos e servios, como alimentos, fibras, madeira, terreno para construo e para a absoro do dixido de carbono (CO2) emitido pela combusto de combustveis fsseis etc. A biocapacidade mede a quantidade de rea biologicamente produtiva zona de cultivo, pasto, floresta e pesca disponvel para responder s necessidades da humanidade. A tabela acima mostra que a populao mundial era de 7,08 bilhes de habitantes em 2012 e tinha uma pegada ecolgica per capita de 2,84 hectares globais (gha) e uma biocapacidade de 1,7 gha. No total, a pegada
ecolgica mundial era de 20,1 bilhes de gha e a biocapacidade total era de
12,5 bilhes de gha. O dficit ecolgico era de 7,9 bilhes de gha em 2012. A pegada ecolgica per capita dos pases de alta renda (desenvolvidos) foi de 6,2 gha, em 2012, para uma populao de 1,1 bilho de habitantes, o que representava uma pegada total de 6,8 bilhes de gha. A biocapacidade per capita era de 3,2 gha e um montante de 3,5 bilhes de gha. Portanto, os pases de alta renda tinham um dficit ecolgico de 3,3 bilhes de gha. Os pases ricos tinham cerca de 15% da populao mundial, mas eram responsveis por aproximadamente 42% do dficit ecolgico total. Sem dvida, o alto consumo dos pases desenvolvidos pressiona a pegada ecolgica do mundo. Mas mesmo numa situao hipottica de eliminao destes pases ricos da contabilidade ambiental, o mundo continuaria numa situao de dficit, mesmo que menor, de 3,9 bilhes de hectares globais (gha). Portanto, mesmo eliminando os pases ricos do clculo da Pegada Ecolgica mundial as atividades antrpicas do resto da populao do globo continuam superiores capacidade de regenerao da biosfera. Os clculos acima no tiram as responsabilidades dos pases desenvolvidos como os maiores poluidores do Planeta. Apenas mostram a real dimenso dos problemas causados pelos tamanhos do consumo e da populao. compreensvel que as populaes dos pases pobres aspirem nveis mais elevados de desenvolvimento e consumo. Mas reproduzir o modelo dos pases ricos e poluidores seria um desastre total. Tambm compreensvel que as camadas populacionais excludas do mundo lutem por melhores escolas, hospitais, transporte pblico, lazer, etc. Mas no aceitvel e nem vivel se promover o desenvolvimento humano s custas do empobrecimento do Planeta e da biodiversidade. O fato que as populaes dos pases ricos consomem alm da sustentabilidade e os pases em desenvolvimento, mesmo com um nvel de consumo menor, possuem um tamanho de populao que faz elevar o dficit ecolgico. A nica forma de equacionar o dilema da insustentabilidade global caminhar para um mundo com menos gente, menos consumo, menor desigualdade social e maior qualidade de vida humana e ambiental. Por isto, o livro Enough is Enough (2010), com prefcio de Herman Daly, diz: We need smaller footprints, but we also need fewer feet (Precisamos pegadas menores, mas tambm precisamos de menor nmero de ps, p. 12). Referncias: ALVES, JED. Desenvolvimento humano e o aumento da Pegada Ecolgica, Ecodebate, 01/06/2016 https://www.ecodebate.com.br/2016/06/01/desenvolvimento-humano-e-oaumento-da-pegada-ecologica-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/ 2
ALVES, JED. Populao, Pegada Ecolgica e Biocapacidade: como evitar o
colapso? Ecodebate, 04/07/2012. http://www.ecodebate.com.br/2012/07/04/populacao-pegada-ecologica-ebiocapacidade-como-evitar-o-colapso-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/ ONeill, D.W., Dietz, R., Jones, N. (Editors), Enough is Enough: Ideas for a sustainable economy in a world of finite resources. The report of the Steady State Economy Conference. Center for the Advancement of the Steady State Economy and Economic Justice for All, UK, 2010. http://steadystate.org/wpcontent/uploads/EnoughIsEnough_FullReport.pdf Jos Eustquio Diniz Alves Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em Populao, Territrio e Estatsticas Pblicas da Escola Nacional de Cincias Estatsticas ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em carter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br