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LEMOS?
UMA DEFESA DA NO LEITURA
Fernanda Mller
Doutoranda em Teoria da Literatura - UFSC
contedo, Bayard aponta a importncia do leitor situar o texto tanto dentro de uma
biblioteca universal, quanto no horizonte de seus captulos. Incorporando informaes
obtidas em diversas fontes, a no leitura oferecida como uma alternativa de leitura que
no substitui a linear, mas evidencia como esta no a nica forma de contato com um
texto.
Pregando o fim da mentira e da culpa, bem como o ensino dessa nova
abordagem como misso, Bayard redime os leitores e sobretudo os no leitores do
peso que lhes imposto. Aos cticos de planto, resta o lembrete de que a produo
humana grande demais para se julgar possvel abarcar parcela significativa do
conhecimento. O que no significa cruzar os braos perante o livro fechado, mas ter a
conscincia de que o domnio de uma obra lida um conhecimento frgil e fugidio.
Para quem insistir na classificao livro lido versus livro no lido resta a maliciosa
pergunta: como agrupar, ento, os livros lidos e esquecidos?
Referncias
BAYARD, Pierre. Como falar dos livros que no lemos? Trad. Rejane Janowitzer. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2007.